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SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE 
PESQUISA (RE)PENSANDO O TRABALHO 
CONTEMPORÂNEO 
 
O Trabalho em Tempos de Crise no Brasil e 
na América Latina 
 
 
UNESP – Universidade Estadual Paulista 
Reitor 
Prof. Dr. Sandro Roberto Valentini 
 
Vice-Reitor 
Prof. Dr. Sergio Roberto Nobre 
Pró-Reitora de Pós-Graduação 
Prof. Dr. João Lima Sant'Anna Neto 
Pró-Reitora de Pesquisa 
Prof. Dr. Carlos Frederico de Oliveira Graeff 
 
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
Diretora 
Profª. Drª. Célia Maria David 
Vice-Diretora 
Profª. Drª. Marcia Pereira da Silva 
 
 
 
 
USP – Universidade de São Paulo 
Reitor 
Prof. Dr. Marco Antonio Zago 
 
Vice-Reitor 
Prof. Dr. Vahan Agopyan 
Pró-Reitora de Pós-Graduação 
Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Junior 
Pró-Reitora de Pesquisa 
Prof. Dr. José Eduardo Krieger 
 
FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO 
Diretora 
Profª. Dra. Monica Herman Salem Caggiano 
Vice-Diretora 
Profª. Dra. Maísa Souza Ribeiro 
 
Prof. Dr. Victor Hugo de Almeida (FCHS/UNESP) 
Profª. Associada Maria Hemília Fonseca (FDRP/USP) 
Prof. Dr. Jair Aparecido Cardoso (FDRP/USP) 
Prof. Dr. Elmer Guillermo Arce Ortiz (PUC-Peru) 
(Organizadores) 
 
 
Comissão Editorial UNESP - Câmpus de Franca 
Presidente 
Profª. Drª. Célia Maria David 
Membros 
Prof. Dr. Elmer Guillermo Arce Ortiz (PUC-Perú) 
Prof. Dr. Jair Aparecido Cardoso (FDRP/USP) 
Prof. Dr. Juvêncio Borges Silva (UNAERP) 
Profa. Dra. Luciana Lopes Canavez (FCHS/UNESP) 
Profa. Dra. Maria Amália de Figueiredo Pereira Alvarenga (FCHS/UNESP) 
Profa. Associada Maria Hemília Fonseca (FDRP/USP) 
Profa. Associada Vera Lúcia Navarro (FFCLRP/USP) 
Prof. Dr. Victor Hugo de Almeida (FCHS/UNESP) 
 
 
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE 
PESQUISA (RE)PENSANDO O TRABALHO 
CONTEMPORÂNEO 
 
O Trabalho em Tempos de Crise no Brasil e 
na América Latina 
 
 
 
Câmpus de Franca 
 
 
 
2017
© 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP 
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - Franca 
Contato: Av. Eufrásia Monteiro Petráglia, 900 
CEP 14409-160 - Jd. Petráglia / Franca - SP 
 
Coordenação Científica: 
Prof. Dr. Victor Hugo de Almeida 
Profª. Associada Maria Hemília Fonseca 
Prof. Dr. Jair Aparecido Cardoso 
Prof. Dr. Elmer Guillermo Arce Ortiz 
 
Organização dos Anais: 
Prof. Dr. Victor Hugo de Almeida 
Profa. Associada Maria Hemília 
Fonseca 
Prof. Dr. Jair Aparecido Cardoso 
Prof. Dr. Elmer Guillermo Arce Ortiz 
 
Comissão Organizadora: 
Adriano Roque Pires (FCHS/UNESP) 
Andréia Chiquini Bugalho (FDRP/USP) 
Camila Martinelli Sabongi (FCHS/UNESP) 
Carlos Roberto Valentim (FCHS/UNESP) 
Fabiano Carvalho (FCHS/UNESP) 
Fernanda Menezes Leite (FDRP/USP) 
Letícia Ferrão Zapolla (FDRP/USP) 
Lilian Carla de Almeida (EERP/USP) 
Murilo Martins (FCHS/UNESP) 
Natália Marques Abramides (FDRP/USP) 
Nelma K. W. Fukuoka (FCHS/UNESP) 
Paulo Henrique M. Boldrin (FDRP/USP) 
Renan Fernandes Duarte (FCHS/UNESP) 
Ricardo Estevão S. de Ávila (FDRP/USP) 
 
 
 
Índices para catálogo sistemático: 
 
1. Direito do Trabalho 342.6 
2. Saúde 341.64 
3. Organização Internacional do Trabalho 341.11311 
4. Direito Processual do Trabalho 342.68 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho 
Contemporâneo: O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América 
Latina (Franca, SP) 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho 
Contemporâneo: O trabalho em tempos de crise no Brasil e na 
América Latina [recurso eletrônico] / Seminário Internacional de 
Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo, 21-22 de 
setembro, 2017, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil ; Victor Hugo de 
Almeida, Maria Hemília Fonseca, Jair Aparecido Cardoso e Elmer 
Guillermo Arce Ortiz (Organizadores). – Franca: UNESP- FCHS, 
2017. 
1440 p. 
Inclui bibliografia 
ISSN: 2595-0754 
 
1. Trabalho. 2. Crise. 3. Brasil e América Latina. I. Almeida, Victor 
Hugo. II. Fonseca, Maria Hemília. III. Cardoso, Jair Aparecido. IV. Ortiz, 
Elmer Guillermo Arce. V. Título. 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Victor Hugo de Almeida 
Maria Hemília Fonseca 
Jair Aparecido Cardoso 
 
 
 
 
O ―Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando 
o Trabalho Contemporâneo: O trabalho em tempos de crise no 
Brasil e na América Latina‖ teve como principais finalidades 
divulgar e discutir pesquisas voltadas à temática ―trabalho‖ em 
diversas áreas do conhecimento, com ênfase nas áreas do Direito 
do Trabalho, Processo do Trabalho, Seguridade Social e Direito 
Previdenciário, Administração, Economia, Enfermagem, 
História, Medicina, Psicologia, Sociologia, Serviço Social, entre 
outras, nos níveis de Graduação e Pós-Graduação. 
Visou, ainda, propiciar discussões sobre aspectos 
metodológicos relacionados a pesquisas envolvendo a temática 
que nomeia o evento e estimular a troca de experiências e 
conhecimentos científicos entre as diversas áreas que se ocupam 
do tema ―trabalho‖ como objeto de estudo. 
Realizado nos dias 21 e 22 de setembro de 2017, na 
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São 
Paulo (FDRP/USP), o Evento teve como instituições promotoras 
a UNESP – Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita 
Filho‖ – Campus de Franca, a USP – Universidade de São Paulo 
– Faculdade de Direito de Ribeirão Preto e a PUCP – Pontifícia 
Universidade Católida do Peru. 
A abertura do Evento registrou a participação do Prof. 
Dr. Elmer Guillermo Arce Ortiz (PUCP) e do Prof. Associado 
Antonio Rodrigues de Freitas Junior (FADUSP), que abordaram 
o tema ―O trabalho em tempos de crise‖. No segundo dia do 
Evento, o Prof. Dr. Edilton Meireles (UFBa) abordou o tema 
―Autonomia individual na Reforma Trabalhista‖; e o Prof. 
Associado Otavio Pinto e Silva (FADUSP), o tema 
―Repensando a negociação coletiva de trabalho no Brasil após a 
Reforma Trabalhista‖. 
Ainda durante a tarde do segundo dia do Evento, o 
Seminário também compreendeu mesas temáticas, cujos 
trabalhos completos apresentados integram estes Anais, 
totalizando 67 produções de diversas localidades nacionais 
(estado da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e 
São Paulo) e internacional (Lima – Peru), a saber: ―Autorizações 
judiciais para o trabalho: uma análise a partir da proteção 
integral da criança e do adolescente e da erradicação do trabalho 
infantil‖ (Adriano Roque Pires; Victor Hugo de Almeida); ―O 
limiar da era da desconstrução dos direitos do empregado rural‖ 
(Andréia Chiquini Bugalho; Jair Aparecido Cardoso); ―A 
necessidade de proteção jurídica efetiva de crianças e 
adolescentes no meio artístico‖ (Beatriz Costa Felippini; Jair 
Aparecido Cardoso); ―Liberdade de expressão versus proteção à 
imagem e à honra: o poder disciplinar do empregador frente a 
críticas obreiras em redes sociais‖ (Daniele Zilioti de Sousa; 
Victor Hugo de Almeida); ―O futuro das ‗horas in itinere‘ para o 
trabalhador rural‖ (Emerson Ferreira Domingues); ―A 
necessidade de atualização das normas atinentes à relação entre 
menores e clubes de futebol no Brasil‖ (Daniel Falcão; Felipe 
Paulino Ferreira; Leonardo Franco Belloti); ―Contrato de 
trabalho intermitente: solução para a crise ou precarização das 
relações trabalhistas?‖ (Luiza Macedo Pedroso; Victor Hugo de 
Almeida); ―Parceiros ou empregados? A convergência da Lei nº 
13.352, de 27 de outubro de 2016, com o setor dos motoristas 
por aplicativo‖ (Murilo Martins; Victor Hugo de Almeida); 
‗Trabalho rural e a reforma trabalhista no Brasil: os reflexos de 
um retrocesso social ou uma adequação à pós-modernidade 
neoliberal?‖ (Fabiana Zacarias; Letícia de Oliveira Catani 
Ferreira; Marcos Aurélio Manaf); ―Aspectos inconstitucionais 
do grupo econômico na Reforma Trabalhista‖ (Fernanda Zabian 
Pires; Maria Hemília Fonseca); ―Redução das horas de descanso 
na Reforma Trabalhista e suas implicações na saúde física e 
mental do trabalhador‖ (Jackeline StefaneKaroline Nogueira 
Coêlho; Jair Aparecido Cardoso); ―Capitalismo e uberização: 
novas dinâmicas das relações laborais e de produção‖ (Jefferson 
Alexandre Monteiro); ―Direito do Trabalho, reforma legislativa 
e atleta profissional: os efeitos da Reforma Trabalhista no 
cenário esportivo brasileiro‖ (José Eduardo Coutinho Filho; 
Victor Hugo de Almeida); ―Inconstitucionalidade da supressão 
do intervalo intrajornada: matéria de saúde e de ordem pública‖ 
(José Ricardo Sabino Vieira); ―A (in)constitucionalidade do 
termo de quitação anual de obrigações contratuais‖ (Marco 
Antonio Cherubin); ―(In) constitucionalidade dos dispositivos 
sobre dano extrapatrimonial e Reforma Trabalhista no Brasil‖ 
(Maria Hemília Fonseca; Letícia Ferrão Zapolla; Paulo Henrique 
Martinucci Boldrin); ―A concretização dos direitos fundamentais 
do trabalho dos refugiados ambientais à luz do princípio da 
proibição da proteção insuficiente‖ (Sandra Helena Favaretto); 
―A necessidade de proteção jurídica das diaristas no Brasil‖ 
(Verônica do Nascimento Marques; Jair Aparecido Cardoso); 
―Entraves à aplicação do fenômeno da flexissegurança no 
Brasil‖ (Carlos Roberto Valentim; Victor Hugo de Almeida); 
―Pontos críticos da relação trabalho nos grupos empresariais‖ 
(Diego Campos Skamperle); ―A constituição dirigente, o 
paradoxo do sucesso e a Reforma Trabalhista‖ (Fábio 
Mascarenhas); ―A atual e irrestrita terceirização do trabalho: 
avanço ou retrocesso?‖ (Jaíne Gouveia Pereira França; Jair 
Aparecido Cardoso); ―Precarização do trabalho: trabalho 
escravo e a jurisdição internacional com enfâse na análise ao 
caso dos trabalhadores fazenda Brasil Verde‖ (Letiane Corrêa 
Bueno; Jair Aparecido Cardoso); ―O acúmulo de funções nos 
cargos de gerência: o tratamento do tema em convenções 
coletivas‖ (Lucas Dos Santos Martins; Matheus Duarte Silva 
Pinho; Kelly Nassar Dos Santos Costa); ―Os direitos humanos 
dos marítimos no contexto de permanência das bandeiras de 
conveniência‖ (Lucas Galassi Sarro; Maria Hemília Fonseca); 
―Greve e scabbing interna no Peru: conflito entre um direito 
fundamental e o princípio da tipicidade‖ (Marisol Oliva Castro; 
Elmer Guillermo Arce Ortiz); ―Dispensas arbitrárias ou sem 
justa causa: o poder empregatício como direito-função e a 
função social da empresa‖ (Nelma Karla Waideman Fukuoka; 
Renan Fernandes Duarte; Victor Hugo de Almeida); ―Os efeitos 
da unicidade sindical quanto à representação dos trabalhadores 
no Brasil e a necessidade de uma Reforma Sindical‖ (Saulo 
Carvalho Ceballos; Jair Aparecido Cardoso); ―Trabalho indigno: 
crise de um direito ligado à vida‖ (Vinícius Henrique de Oliveira 
Borges; Fernando Melo Gama Peres; Kelly Cristina Canela); ―A 
necessidade de revisão das aposentadorias por invalidez, 
decorrentes de doenças graves com proventos integrais dos 
servidores públicos, para consecução da proteção do risco social 
efetivo e da dignidade humana‖ (Anália Lourensato Damasceno; 
Jair Aparecido Cardoso); ―Uma proposta de lei de mediação 
para as relações de trabalho no Brasil‖ (Fabrizio De Bortoli); 
―Tecnologias assistivas e meio ambiente do trabalho inclusivo‖ 
(Fernanda Menezes Leite; Jair Aparecido Cardoso); ―A Reforma 
Trabalhista e o (des)acesso à justiça‖ (Gabrielle Ota Longo; 
Benedito Cerezzo Pereira Filho); ―Honorários sucumbenciais e 
periciais na Reforma Trabalhista‖ (Jorge Luís Nery de Oliveira; 
Victor Hugo de Almeida); ―O modelo de contribuição definida 
nocional sueco e italiano como contraparte à descensão do 
sistema previdenciário brasileiro‖ (Kelvin Peroli; Jair Aparecido 
Cardoso); ―Impactos dos cortes orçamentários na justiça do 
trabalho e seus reflexos no acesso à justiça‖ (Larissa Ricioli 
Godoy Faustino; Victor Hugo de Almeida); ―Arbitragem 
trabalhista: (in)compatibilidades entre o art. 507-a da Lei nº 
13.467/2017 e o sistema jurídico brasileiro‖ (Ana Luiza 
Pastorelli e Pacífico; Lucas Laprano; Victor Hugo de Almeida); 
―Direitos trabalhistas da mulher: alterações da Reforma 
Trabalhista à luz do princípio da vedação do retrocesso social‖ 
(Natalia Marques Abramides Brasil; Jair Aparecido Cardoso); 
―Os inconstitucionais limites à atuação hermenêutica da justiça 
do trabalho estabelecida pela Lei 13.467‖ (Radson Rangel F. 
Duarte); ―A terceirização e a Administração Pública: os 
impactos da nova lei de terceirização sobre os entes públicos‖ 
(Raissa Felisberto Lopes; Sadrake Augusto Lopes); ―Primazia 
da autonomia privada coletiva frente à norma de ordem pública: 
enquadramento do grau de insalubridade e a garantia de 
proteção a saúde física e mental do trabalhador‖ (Vittoria 
Bataglini Aiello; Jair Aparecido Cardoso); ―Fadiga física e 
mental de trabalhadores que atuam no setor de urgência e 
emergência hospitalar‖ (Aline Oliveira Russi Pereira; Sérgio 
Valverde Marques dos Santos; Maria Lúcia do Carmo Cruz 
Robazzi); ―Assédio moral e sexual: tratamento prospectivo dos 
conflitos no judiciário trabalhista‖ (Amanda Barbosa); ―Assédio 
sexual contra a mulher nas relações de trabalho: reflexos no 
meio ambiente de trabalho e na saúde da trabalhadora‖ (Ana 
Clara Tristão; Victor Hugo de Almeida); ―Levantamento 
bibliográfico sobre a saúde dos trabalhadores de curtume‖ 
(Bárbara Oliveira Rosa; Vera Lúcia Navarro); ―A 
regulamentação da pretensão indenizatória por danos 
extrapatrimoniais nas relações trabalhistas pela Lei nº 
13.467/2017‖ (Camila Martinelli Sabongi; Victor Hugo de 
Almeida); ―Impactos da Reforma Trabalhista na saúde de 
gestantes e lactantes‖ (Denilson Pires do Couto Júnior; Jair 
Aparecido Cardoso); ―A influência dos aspectos organizacionais 
no equilíbrio do meio ambiente do trabalho e na qualidade de 
vida dos trabalhadores‖ (Giovanna Gomes de Paula); 
―Nanotecnologia e (des)regulamentação: proliferação de riscos 
ocultos no meio ambiente do trabalho‖ (Gabriela Marcassa 
Thomaz de Aquino; Olívia de Quintana Figueiredo Pasqualeto); 
―O avanço (ou retrocesso) das condições de trabalho diante dos 
marcos históricos da sociedade sob a perspectiva labor-
ambiental‖ (Bruno Felipe da Silva; Fabiano Carvalho); ―O 
princípio da valorização do trabalho humano na ordem 
econômica e o neoliberalismo‖ (Jamile Coelho Moreno); 
―Aspectos legais dos adicionais remuneratórios analisados pelo 
Direito do Trabalho‖ (Leandro Francisco de Oliveira); ―A 
monetização da saúde do trabalhador e sua repercussão na 
sociedade‖ (Kleber Henrique Saconato Afonso; Leila Renata 
Ramires Masteguin); ―Do dano moral existencial em face da 
inobervância do direito à desconexão‖ (Letícia Vieira Mattos); 
―O princípio da dignidade da pessoa humana relacionado ao 
meio ambiente do trabalho e à saúde do trabalhador‖ (Marcelo 
Roberto Campos; Carlos Eduardo Pama Lopes; Raquel das 
Neves Rafael); ―Desafios da promoção do trabalho decente 
como elemento chave do desenvolvimento sustentável‖ (Maria 
Hemília Fonseca; Mariana Inácio Faciroli); ―Alguns aspectos 
negativos do contrato de trabalho intermitente e da pejotização 
para a saúde do trabalhador e para a perda de direitos 
previdenciários‖ (Nara Faustino de Menezes); ―A saúde mental 
nas relações trabalhistas como resultado da (in)execução da 
dignidade humana considerando a flexibilização da CLT‖ 
(Marina Bonissato Frattari; Otávio Rezende); ―A escravidão 
contemporânea no setor têxtil‖ (Pamela Pereira Santos; Victor 
Hugo de Almeida); ―A relação entre a gestão e Síndrome de 
Burnout em docentes‖ (Paula Ariane Freire); ―A escravidão 
contemporânea e a necessidade de efetivação dos direitos 
humanos: caso ―trabalhadores da fazenda Brasil Verde vs. 
Brasil‖ (Talita Beatriz Pancher; Jair Aparecido Cardoso); 
―Características dos casos de transtornos mentais relacionados 
ao trabalho no Brasil: dados do sistema de informação de 
agravos de notificação em 2016‖ (Ana Letícia Valladão 
Giansante); ―O trabalho com a reestruturação produtiva em um 
estado dependente: os impactos na saúdedo trabalhador‖ 
(Fernanda Cristina Barros Marcondes); ―Estudo reflexivo: as 
influências da síndrome pré- menstrual na vida laboral das 
mulheres‖ (Vanessa Augusto Bardaquim; Márcia Andrade 
Queiroz Ozanam; Maria Lúcia C. C. Robazzi); ―Fatores de 
satisfação e insatisfação no trabalho dos profissionais de 
enfermagem‖ (Márcia Andrade Queiroz Ozanam; Sérgio 
Valverde Marques dos Santos; Maria Lúcia do Carmo Cruz 
Robazzi); ―Reforma Trabalhista dificulta combate ao trabalho 
escravo‖ (Paulo César Corrêa Borges; Amanda Rolim Arruda); 
―Reestruturação no setor elétrico: um estudo de caso sobre as 
condições de trabalho e saúde dos eletricitários em uma empresa 
terceirizada na cidade de Ribeirão Preto‖ (Rhavier Henrique 
Mazieri Pereira). 
As atividades nas Mesas Temáticas foram coordenadas 
pelos seguintes docentes e pós-graduandos: MESA 1 - 
Coordenador: Ms. Ricardo Estevão Soares de Ávila 
(FDRP/USP); Debatedores: Adriano Roque Pires 
(FCHS/UNESP); Murilo Martins (FCHS/UNESP); MESA 2 - 
Coordenador: Prof. Dr. Juvêncio Borges Silva (UNAERP); 
Debatedores: Fernanda Zabian Pires (FDRP/USP); Letícia 
Ferrão Zapolla (FDRP/USP); MESA 3 - Coordenadores: Profa. 
Associada Maria Hemília Fonseca (FDRP/USP); Prof. Dr. 
Elmer G. Arce Ortiz (PUC-Perú); Debatedores: Nelma Karla 
Waideman Fukuoka (FCHS/UNESP); Carlos Roberto Valentim 
(FCHS/UNESP); MESA 4 - Coordenador: Prof. Dr. Jair 
Aparecido Cardoso (FDRP/USP); Debatedores: Fernanda 
Menezes Leite (FDRP/USP); Natália Marques Abramides 
(FDRP/USP); MESA 5 - Coordenadores: Prof. Associado 
Otavio Pinto e Silva (FADUSP); Prof. Dr. Victor Hugo de 
Almeida (FCHS/UNESP); Debatedores: Camila Martinelli 
Sabongi (FCHS/UNESP); Fabiano Carvalho (FCHS/UNESP); 
Lilian Carla de Almeida (EERP/USP); MESA 6 - Coordenadora: 
Profa. Ms. Jamile Coelho Moreno (CUML); Debatedores: 
Nelma Karla Waideman Fukuoka (FCHS/UNESP); Paulo 
Henrique Martinucci Boldrin (FDRP/USP); e MESA 7 - 
Coordenadora: Profa. Associada Vera Lúcia Navarro 
(FFCLRP/USP); Debatedor: Prof. Ms. Marcos Acácio Neli 
(FCLAR/UNESP). 
Por fim, consignamos nossos agradecimentos a todos os 
membros que compuseram os Comitês de Organização e 
Científico; aos apoiadores do Evento; à Direção, ao 
Departamento de Direito Privado, de Processo Civil e do 
Trabalho e aos servidores (especialmente Ícaro Henrique 
Ramos, Murilo Celli, Carlos Alberto Bernardes e Sandra 
Aparecida Cintra Ferreira) da Faculdade de Ciências Humanas e 
Sociais da Universidade Estadual ―Júlio de Mesquita Filho‖ 
(FCHS/UNESP); à Direção, ao Departamento de Direito Privado 
e de Processo Civil e aos servidores da Faculdade de Direito de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP/USP). 
Desejamos a todos uma boa e frutífera leitura! 
 
SUMÁRIO 
 
 
MESA TEMÁTICA I ......................................................... 26 
AUTORIZAÇÕES JUDICIAIS PARA O TRABALHO: UMA 
ANÁLISE A PARTIR DA PROTEÇÃO INTEGRAL DA 
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DA ERRADICAÇÃO DO 
TRABALHO INFANTIL ................................................................. 27 
Adriano Roque Pires 
Victor Hugo de Almeida 
O LIMIAR DA ERA DA DESCONSTRUÇÃO DOS DIREITOS DO 
EMPREGADO RURAL ................................................................... 46 
Andréia Chiquini Bugalho 
Jair Aparecido Cardoso 
A NECESSIDADE DE PROTEÇÃO JURÍDICA EFETIVA DE 
CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MEIO ARTÍSTICO ........ 70 
Beatriz Costa Felippini 
Jair Aparecido Cardoso 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO VERSUS PROTEÇÃO À 
IMAGEM E À HONRA: O PODER DISCIPLINAR DO 
EMPREGADOR FRENTE A CRÍTICAS OBREIRAS EM 
REDES SOCIAIS .............................................................................. 86 
Daniele Zilioti de Sousa 
Victor Hugo de Almeida 
O FUTURO DAS “HORAS IN ITINERE” PARA O 
TRABALHADOR RURAL ............................................................ 110 
Emerson Ferreira Domingues 
A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO DAS NORMAS 
ATINENTES À RELAÇÃO ENTRE MENORES E CLUBES DE 
FUTEBOL NO BRASIL ................................................................ 129 
Daniel Falcão 
Felipe Paulino Ferreira 
Leonardo Franco Belloti 
CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE: SOLUÇÃO 
PARA A CRISE OU PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES 
TRABALHISTAS? ......................................................................... 147 
Luiza Macedo Pedroso 
Victor Hugo de Almeida 
PARCEIROS OU EMPREGADOS? A CONVERGÊNCIA DA LEI 
Nº 13.352, DE 27 DE OUTUBRO DE 2016, COM O SETOR DOS 
MOTORISTAS POR APLICATIVO ........................................... 166 
Murilo Martins 
Victor Hugo de Almeida 
 
 
MESA TEMÁTICA II ..................................................... 187 
TRABALHO RURAL E A REFORMA TRABALHISTA NO 
BRASIL: OS REFLEXOS DE UM RETROCESSO SOCIAL OU 
UMA ADEQUAÇÃO À PÓS-MODERNIDADE NEOLIBERAL?
 .......................................................................................................... 188 
Fabiana Zacarias 
Letícia de Oliveira Catani Ferreira 
Marcos Aurélio Manaf 
ASPECTOS INCONSTITUCIONAIS DO GRUPO ECONÔMICO 
NA REFORMA TRABALHISTA ................................................. 211 
Fernanda Zabian Pires 
Maria Hemília Fonseca 
REDUÇÃO DAS HORAS DE DESCANSO NA REFORMA 
TRABALHISTA E SUAS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE FÍSICA 
E MENTAL DO TRABALHADOR .............................................. 232 
Jackeline Stefane Karoline Nogueira Coêlho 
Jair Aparecido Cardoso 
CAPITALISMO E UBERIZAÇÃO: NOVAS DINÂMICAS DAS 
RELAÇÕES LABORAIS E DE PRODUÇÃO ............................ 271 
Jefferson Alexandre Monteiro 
DIREITO DO TRABALHO, REFORMA LEGISLATIVA E 
ATLETA PROFISSIONAL: OS EFEITOS DA REFORMA 
TRABALHISTA NO CENÁRIO ESPORTIVO BRASILEIRO 289 
José Eduardo Coutinho Filho 
Victor Hugo de Almeida 
INCONSTITUCIONALIDADE DA SUPRESSÃO DO 
INTERVALO INTRAJORNADA: MATÉRIA DE SAÚDE E DE 
ORDEM PÚBLICA ........................................................................ 304 
José Ricardo Sabino Vieira 
A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO TERMO DE QUITAÇÃO 
ANUAL DE OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS ........................... 324 
Marco Antonio Cherubin 
(IN) CONSTITUCIONALIDADE DOS DISPOSITIVOS SOBRE 
DANO EXTRAPATRIMONIAL E REFORMA TRABALHISTA 
NO BRASIL .................................................................................... 340 
Maria Hemília Fonseca 
Letícia Ferrão Zapolla 
Paulo Henrique Martinucci Boldrin 
 
A CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO 
TRABALHO DOS REFUGIADOS AMBIENTAIS À LUZ DO 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO INSUFICIENTE
 .......................................................................................................... 360 
Sandra Helena Favaretto 
A NECESSIDADE DE PROTEÇÃO JURÍDICA DAS DIARISTAS 
NO BRASIL .................................................................................... 383 
Verônica Do Nascimento Marques 
Jair Aparecido Cardoso 
 
 
MESA TEMÁTICA III .................................................... 405 
ENTRAVES À APLICAÇÃO DO FENÔMENO DA 
FLEXISSEGURANÇA NO BRASIL ............................................ 406 
Carlos Roberto Valentim 
Victor Hugo de Almeida 
PONTOS CRÍTICOS DA RELAÇÃO TRABALHO NOS GRUPOS 
EMPRESARIAIS ............................................................................ 422 
Diego Campos Skamperle 
A CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE, O PARADOXO DO SUCESSO 
E A REFORMA TRABALHISTA ................................................ 437 
Fábio Mascarenhas 
A ATUAL E IRRESTRITA TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO: 
AVANÇO OU RETROCESSO? ................................................... 452 
Jaíne Gouveia Pereira França 
Jair Aparecido Cardoso 
 
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO: TRABALHO ESCRAVO E A 
JURISDIÇÃO INTERNACIONAL COM ENFÂSE NA 
ANÁLISE AO CASO DOS TRABALHADORES FAZENDA 
BRASIL VERDE ............................................................................ 469 
Letiane Corrêa Bueno 
Jair Aparecido Cardoso 
O ACÚMULO DE FUNÇÕES NOS CARGOS DE GERÊNCIA: O 
TRATAMENTO DO TEMA EM CONVENÇÕES COLETIVAS.......................................................................................................... 488 
Lucas Dos Santos Martins 
Matheus Duarte Silva Pinho 
Kelly Nassar Dos Santos Costa 
OS DIREITOS HUMANOS DOS MARÍTIMOS NO CONTEXTO 
DE PERMANÊNCIA DAS BANDEIRAS DE CONVENIÊNCIA
 .......................................................................................................... 510 
Lucas Galassi Sarro 
Maria Hemília Fonseca 
GREVE E SCABBING INTERNA NO PERU: CONFLITO ENTRE 
UM DIREITO FUNDAMENTAL E O PRINCÍPIO DA 
TIPICIDADE .................................................................................. 529 
Marisol Oliva Castro 
Elmer Guillermo Arce Ortiz 
DISPENSAS ARBITRÁRIAS OU SEM JUSTA CAUSA: O PODER 
EMPREGATÍCIO COMO DIREITO-FUNÇÃO E A FUNÇÃO 
SOCIAL DA EMPRESA ................................................................ 551 
Nelma Karla Waideman Fukuoka 
Renan Fernandes Duarte 
Victor Hugo de Almeida 
 
OS EFEITOS DA UNICIDADE SINDICAL QUANTO À 
REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES NO BRASIL E A 
NECESSIDADE DE UMA REFORMA SINDICAL ................... 573 
Saulo Carvalho Ceballos 
Jair Aparecido Cardoso 
TRABALHO INDIGNO: CRISE DE UM DIREITO LIGADO À 
VIDA ................................................................................................ 595 
Vinícius Henrique de Oliveira Borges 
Fernando Melo Gama Peres 
Kelly Cristina Canela 
 
 
MESA TEMÁTICA IV .................................................... 613 
A NECESSIDADE DE REVISÃO DAS APOSENTADORIAS POR 
INVALIDEZ, DECORRENTES DE DOENÇAS GRAVES COM 
PROVENTOS INTEGRAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS, 
PARA CONSECUÇÃO DA PROTEÇÃO DO RISCO SOCIAL 
EFETIVO E DA DIGNIDADE HUMANA .................................. 614 
Anália Lourensato Damasceno 
Jair Aparecido Cardoso 
UMA PROPOSTA DE LEI DE MEDIAÇÃO PARA AS 
RELAÇÕES DE TRABALHO NO BRASIL ............................... 643 
Fabrizio De Bortoli 
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E MEIO AMBIENTE DO 
TRABALHO INCLUSIVO ............................................................ 667 
Fernanda Menezes Leite 
Jair Aparecido Cardoso 
 
A REFORMA TRABALHISTA E O (DES)ACESSO À JUSTIÇA
 .......................................................................................................... 687 
Gabrielle Ota Longo 
Benedito Cerezzo Pereira Filho 
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS E PERICIAIS NA REFORMA 
TRABALHISTA ............................................................................. 712 
Jorge Luís Nery de Oliveira 
Victor Hugo de Almeida 
O MODELO DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA NOCIONAL 
SUECO E ITALIANO COMO CONTRAPARTE À 
DESCENSÃO DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO 
BRASILEIRO ................................................................................. 736 
Kelvin Peroli 
Jair Aparecido Cardoso 
IMPACTOS DOS CORTES ORÇAMENTÁRIOS NA JUSTIÇA 
DO TRABALHO E SEUS REFLEXOS NO ACESSO À JUSTIÇA
 .......................................................................................................... 768 
Larissa Ricioli Godoy Faustino 
Victor Hugo de Almeida 
ARBITRAGEM TRABALHISTA: (IN)COMPATIBILIDADES 
ENTRE O ART. 507-A DA LEI Nº 13.467/2017 E O SISTEMA 
JURÍDICO BRASILEIRO ............................................................ 785 
Ana Luiza Pastorelli e Pacífico 
Lucas Laprano 
Victor Hugo de Almeida 
DIREITOS TRABALHISTAS DA MULHER: ALTERAÇÕES DA 
REFORMA TRABALHISTA À LUZ DO PRINCÍPIO DA 
VEDAÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL .................................. 805 
Natalia Marques Abramides Brasil 
Jair Aparecido Cardoso 
OS INCONSTITUCIONAIS LIMITES À ATUAÇÃO 
HERMENÊUTICA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
ESTABELECIDA PELA LEI 13.467 ........................................... 822 
Radson Rangel F. Duarte 
A TERCEIRIZAÇÃO E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: OS 
IMPACTOS DA NOVA LEI DE TERCEIRIZAÇÃO SOBRE OS 
ENTES PUBLICOS ........................................................................ 846 
Raissa Felisberto Lopes 
Sadrake Augusto Lopes 
PRIMAZIA DA AUTONOMIA PRIVADA COLETIVA FRENTE À 
NORMA DE ORDEM PÚBLICA: ENQUADRAMENTO DO 
GRAU DE INSALUBRIDADE E A GARANTIA DE 
PROTEÇÃO A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DO 
TRABALHADOR ........................................................................... 869 
Vittoria Bataglini Aiello 
Jair Aparecido Cardoso 
 
 
MESA TEMÁTICA V ...................................................... 889 
FADIGA FÍSICA E MENTAL DE TRABALHADORES QUE 
ATUAM NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
HOSPITALAR ................................................................................ 890 
Aline Oliveira Russi Pereira 
Sérgio Valverde Marques dos Santos 
Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi 
ASSÉDIO MORAL E SEXUAL: TRATAMENTO PROSPECTIVO 
DOS CONFLITOS NO JUDICIÁRIO TRABALHISTA ........... 909 
Amanda Barbosa 
 
ASSÉDIO SEXUAL CONTRA A MULHER NAS RELAÇÕES DE 
TRABALHO: REFLEXOS NO MEIO AMBIENTE DE 
TRABALHO E NA SAÚDE DA TRABALHADORA ................ 940 
Ana Clara Tristão 
Victor Hugo de Almeida 
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE A SAÚDE DOS 
TRABALHADORES DE CURTUME .......................................... 963 
Bárbara Oliveira Rosa 
Vera Lúcia Navarro 
A REGULAMENTAÇÃO DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA 
POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS NAS RELAÇÕES 
TRABALHISTAS PELA LEI Nº 13.467/2017 ............................. 982 
Camila Martinelli Sabongi 
Victor Hugo de Almeida 
IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA NA SAÚDE DE 
GESTANTES E LACTANTES ................................................... 1005 
Denilson Pires do Couto Júnior 
Jair Aparecido Cardoso 
A INFLUÊNCIA DOS ASPECTOS ORGANIZACIONAIS NO 
EQUILÍBRIO DO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E NA 
QUALIDADE DE VIDA DOS TRABALHADORES ............... 1025 
Giovanna Gomes de Paula 
NANOTECNOLOGIA E (DES)REGULAMENTAÇÃO: 
PROLIFERAÇÃO DE RISCOS OCULTOS NO MEIO 
AMBIENTE DO TRABALHO .................................................... 1051 
Gabriela Marcassa Thomaz de Aquino 
Olívia de Quintana Figueiredo Pasqualeto 
 
O AVANÇO (OU RETROCESSO) DAS CONDIÇÕES DE 
TRABALHO DIANTE DOS MARCOS HISTÓRICOS DA 
SOCIEDADE SOB A PERSPECTIVA LABOR-AMBIENTAL
 ........................................................................................................ 1067 
Bruno Felipe da Silva 
Fabiano Carvalho 
 
 
MESA TEMÁTICA VI .................................................. 1088 
O PRINCÍPIO DA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO HUMANO 
NA ORDEM ECONÔMICA E O NEOLIBERALISMO ......... 1089 
Jamile Coelho Moreno 
ASPECTOS LEGAIS DOS ADICIONAIS REMUNERATÓRIOS 
ANALISADOS PELO DIREITO DO TRABALHO ................. 1106 
Leandro Francisco de Oliveira 
A MONETIZAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR E SUA 
REPERCUSSÃO NA SOCIEDADE ........................................... 1129 
Kleber Henrique Saconato Afonso 
Leila Renata Ramires Masteguin 
DO DANO MORAL EXISTENCIAL EM FACE DA 
INOBERVÂNCIA DO DIREITO À DESCONEXÃO .............. 1153 
Letícia Vieira Mattos ................................................................................ 1153 
O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
RELACIONADO AO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO E À 
SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................... 1172 
Marcelo Roberto Campos 
Carlos Eduardo Pama Lopes 
Raquel das Neves Rafael 
DESAFIOS DA PROMOÇÃO DO TRABALHO DECENTE COMO 
ELEMENTO CHAVE DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL ........................................................................... 1190 
Maria Hemília Fonseca 
Mariana Inácio Faciroli 
ALGUNS ASPECTOS NEGATIVOS DO CONTRATO DE 
TRABALHO INTERMITENTE E DA PEJOTIZAÇÃO PARA A 
SAÚDE DO TRABALHADOR E PARA A PERDA DE 
DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS .............................................. 1208 
Nara Faustino de Menezes 
A SAÚDE MENTAL NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS COMO 
RESULTADO DA (IN)EXECUÇÃO DA DIGNIDADE 
HUMANA CONSIDERANDO A FLEXIBILIZAÇÃO DA CLT
 ........................................................................................................ 1231 
Marina Bonissato Frattari 
Otávio Rezende 
A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA NOSETOR TÊXTIL . 1251 
Pamela Pereira Santos 
Victor Hugo de Almeida 
A RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO E SÍNDROME DE BURNOUT 
EM DOCENTES ........................................................................... 1273 
Paula Ariane Freire 
A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA E A NECESSIDADE DE 
EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: CASO 
“TRABALHADORES DA FAZENDA BRASIL VERDE VS. 
BRASIL” ....................................................................................... 1286 
Talita Beatriz Pancher 
Jair Aparecido Cardoso 
 
 
MESA TEMÁTICA VII ................................................ 1312 
CARACTERÍSTICAS DOS CASOS DE TRANSTORNOS 
MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NO BRASIL: 
DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE 
NOTIFICAÇÃO EM 2016 ........................................................... 1313 
Ana Letícia Valladão Giansante 
O TRABALHO COM A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA EM 
UM ESTADO DEPENDENTE: OS IMPACTOS NA SAÚDE DO 
TRABALHADOR ......................................................................... 1333 
Fernanda Cristina Barros Marcondes 
ESTUDO REFLEXIVO: AS INFLUÊNCIAS DA SÍNDROME 
PRÉ- MENSTRUAL NA VIDA LABORAL DAS MULHERES
 ........................................................................................................ 1358 
Vanessa Augusto Bardaquim 
Márcia Andrade Queiroz Ozanam 
Maria Lúcia C. C. Robazzi 
FATORES DE SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO NO 
TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ... 1374 
Márcia Andrade Queiroz Ozanam 
Sérgio Valverde Marques dos Santos 
Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi 
REFORMA TRABALHISTA DIFICULTA COMBATE AO 
TRABALHO ESCRAVO ............................................................. 1403 
Paulo César Corrêa Borges 
Amanda Rolim Arruda 
 
 
REESTRUTURAÇÃO NO SETOR ELÉTRICO: UM ESTUDO DE 
CASO SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE 
DOS ELETRICITÁRIOS EM UMA EMPRESA 
TERCEIRIZADA NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO ....... 1420 
Rhavier Henrique Mazieri Pereira 
 
26 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MESA TEMÁTICA I 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
27 
 
AUTORIZAÇÕES JUDICIAIS PARA O TRABALHO: 
UMA ANÁLISE A PARTIR DA PROTEÇÃO 
INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E 
DA ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL 
 
JUDICIAL AUTHORIZATIONS FOR THE WORK: AN 
ANALYSIS FROM THE INTEGRAL PROTECTION OF 
CHILD AND ADOLESCENT AND THE 
ERADICATION OF CHILD LABOUR 
 
Adriano Roque Pires
1
 
Victor Hugo de Almeida
2
 
 
RESUMO 
 
Há prejuízos para o desenvolvimento físico, psíquico, cultural e 
educacional das crianças que trabalham, as quais perdem 
 
1
 Mestrando e Graduado em Direito pela UNESP – Universidade Estadual 
Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ - Faculdade de Ciências Humanas e 
Sociais – FCHS/UNESP. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior 
(FESL). Pós-Graduado em Direito Constitucional Aplicado (FDDJ). 
Membro Pesquisador do Grupo de Pesquisa (CNPQ) ―Núcleo de Estudos e 
Pesquisas em Direito, Estado e Modernidade‖ da Universidade do Estado de 
Minas Gerais (UEMG – Campus de Frutal). E-mail: 
adriannopires@hotmail.com. 
2
 Doutor pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – Largo 
São Francisco (FADUSP). Mestre pela Faculdade de Filosofia, Ciências e 
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). 
Docente de Direito do Trabalho (Graduação e Pós-Graduação) da UNESP - 
Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ – Faculdade de 
Ciências Humanas e Sociais, Campus de Franca (FCHS/UNESP). Membro 
Pesquisador do Grupo de Pesquisa (CNPQ) "A transformação do Direito do 
Trabalho na sociedade pós-moderna e seus reflexos no mundo do trabalho" 
da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FDRP/USP). E-mail: victorhugo@franca.unesp.br. 
 
28 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
oportunidades de viver em plenitude a infância, 
comprometendo uma vida adulta saudável e capaz de assegurar 
a competitividade do mercado de trabalho. Por isso, o Brasil 
assumiu compromisso, junto à Organização Internacional do 
Trabalho, de erradicar as piores formas de trabalho infantil até 
o ano de 2016, objetivo não alcançado e postergado para o ano 
de 2020; e de erradicar todas as espécies deste trabalho até o 
ano de 2020, prazo também prorrogado para o ano de 2025. 
Todavia, nota-se uma contradição entre esses compromissos 
firmados pelo Estado brasileiro e certas práticas dentro de seu 
território, pois o trabalho de crianças e adolescentes, além de se 
dar através de ―contratos de trabalho‖ avessos à Constituição de 
1988 e à legislação pátria, tem sido possível por meio de 
autorizações judiciais, cuja competência reconhece-se ao juiz 
da infância e da juventude. Assim, o objetivo deste estudo é 
analisar tais autorizações para o trabalho, investigando os 
fundamentos jurídicos e sociais que as sustentam, bem como a 
competência material para concedê-las. Para tanto, como 
método de procedimento, adota-se o levantamento de dados por 
meio da técnica de pesquisa bibliográfica em materiais 
publicados e, como método de abordagem, o método dedutivo. 
A título de conclusão parcial, verifica-se que: (a) as 
autorizações para o trabalho precoce desrespeitam a 
Constituição Federal, que veda o trabalho antes dos dezesseis 
anos (salvo como aprendiz a partir dos quatorze); (b) deslocar a 
competência material para apreciar essas autorizações, da 
Justiça Comum para a Justiça do Trabalho, mostra-se 
necessário, pois o Judiciário Trabalhista reconhece o trabalho 
infantil como grave forma de violação de direitos humanos, por 
ferir direitos básicos da criança, norteados pelo Princípio da 
Proteção Integral, tendo como objetivo institucional a sua 
erradicação. 
Palavras-chave: Autorização judicial. Competência material. 
Proteção Integral. Trabalho infantil. 
 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
29 
 
ABSTRACT 
 
There are losses to the physical, psychological, cultural and 
educational development of working children, who lose 
opportunities to live their childhood, thereby compromising a 
healthy adult life and capable of ensuring competitiveness of 
the labor market. That is why Brazil undertook the 
commitment, with the International Labor Organization, to 
eradicate the worst forms of child labor by the year 2016, an 
objective not reached and postponed to the year 2020; and to 
eradicate all species of this work by the year 2020, also 
extended for the year 2025. However, there is a contradiction 
between these commitments signed by the Brazilian State and 
certain practices within its territory, because the work of 
children and adolescents, in addition to occurring through 
"contracts of work" averse to the Constitution of 1988 and to 
the national legislation, has been possible through judicial 
authorizations, whose competence is recognized to the Judge of 
Childhood and Youth. Thus, the objective of this study is to 
analyze these authorizations for work, investigating the legal 
and social grounds that support them, as well as the material 
competence to grant them. To do so, as a method of procedure, 
the paper adopt the data collection through the technique of 
literature research and, as a method of approach, the deductive 
method is used. As a partial conclusion, it appears that: (a) 
authorizations for early work violate the Federal Constitution, 
which prohibits work before the age of sixteen (except as an 
apprentice from the age of fourteen); (b) to shift the material 
competence to assess those authorizations, from Common 
Justice for Labor Justice, is necessary, since the Labor 
Judiciary recognizes child labor as a serious form of violation 
of human rights, because it violates the basic rights of thechild, 
guided by the Principle of Integral Protection, having as an 
institutional objective its eradication. 
Keywords: Child labor. Integral protection. Judicial 
30 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
authorization. Material competence. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Constituição Federal, juntamente com a legislação 
interna e as normativas internacionais ratificadas pelo Brasil, 
coíbe o trabalho de pessoa menor de dezesseis anos de idade. 
Nesse sentido, o Brasil assumiu o compromisso, junto à 
Organização Internacional do Trabalho, de acabar com as 
piores formas de trabalho infantil e de erradicar todas as 
espécies deste trabalho e, embora se tenha fixado prazos para o 
cumprimento de tais acordos, o país ainda enfrenta dificuldades 
na concretização desses objetivos, tanto que já postergou os tais 
prazos, a fim de que se consiga efetivar as obrigações 
contraídas. 
Todavia, verifica-se uma contradição entre esses 
compromissos firmados pelo Estado brasileiro e certas práticas 
dentro de seu território, pois o trabalho de crianças e 
adolescentes tem sido possível por meio de autorizações 
judiciais, cuja competência reconhece-se ao juiz da Infância e 
Juventude. 
Nesse sentido, o objetivo central deste estudo é analisar 
tais autorizações para o trabalho, investigando os fundamentos 
jurídicos e sociais que as sustentam, bem como a competência 
material para concedê-las. 
Como método de procedimento, adota-se o 
levantamento de dados por meio da técnica de pesquisa 
bibliográfica em materiais publicados (como, por exemplo, 
livros, legislação, artigos científicos, matérias publicadas em 
sítios eletrônicos, entre outros); e, como método de abordagem, 
adota-se o dedutivo (LAMY, 2011). 
Assim, a estrutura do presente trabalho compreende 
dois momentos distintos. No primeiro, faz-se uma análise dos 
prejuízos para o desenvolvimento físico, psíquico e educacional 
de crianças e adolescentes que trabalham, perdendo 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
31 
 
oportunidades de viver em plenitude a infância, 
comprometendo uma vida adulta saudável e capaz de assegurar 
a competitividade do mercado de trabalho. 
No segundo momento, reflete-se acerca das 
autorizações judiciais para o trabalho antes da idade permitida 
pela legislação, no intuito de examinar seus fundamentos, que 
vão de encontro com a proteção integral e as ações para 
erradicação do trabalho infantil, bem como a importância de se 
deslocar a competência material para apreciar tais autorizações 
da Justiça Comum para a Justiça do Trabalho, cujos Juizados 
Especiais da Infância e Adolescência têm desenvolvido ações 
no combate ao trabalho precoce. 
 
1 AS CONSEQUÊNCIAS DO TRABALHO INFANTIL E 
A PROTEÇÃO JURÍDICA DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE 
 
As fases do desenvolvimento humano devem ocorrer de 
maneira ordenada e, por esta razão, precisam ser respeitadas 
sem que quaisquer etapas deste processo sejam suprimidas. 
Aspectos biológicos, sociais e psicológicos presentes em cada 
fase dizem respeito ao processo do desenvolvimento humano, 
que objetiva uma maturação do indivíduo (SILVA; SILVA; 
SOUZA, 2014). 
No contexto do trabalho, trata-se a criança e o 
adolescente como se fossem adultos, sujeitando-os a altas 
cargas físicas; jornadas excessivas de trabalho; baixos salários; 
informalidade; falta de conhecimento dos riscos aos quais estão 
expostos; danos psíquicos, advindos do dever de cumprimento 
das tarefas, culminando em insatisfação profissional e pessoal; 
cujos fatores reduzem suas chances de um futuro de bem-estar 
pessoal e profissional. 
Por tais razões, o ambiente de trabalho mostra-se 
inadequado para a infância e a adolescência, por serem fases da 
vida humana de amadurecimento psicofísico, de descobertas e 
32 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
entendimentos, e o caráter antidemocrático do local de trabalho, 
que é um meio caracterizado pela hierarquia e subordinação, 
traz inúmeras consequências ao desenvolvimento sadio. 
Estudo orientado pela Organização Internacional do 
Trabalho identificou, pelo menos, nove motivos que reforçam 
as razões pelas quais a criança e o adolescente não devem 
trabalhar: 1) ausência de ossos e músculos desenvolvidos, 
podendo sofrer deformações irreversíveis; 2) ventilação 
pulmonar reduzida, ficando mais suscetível a intoxicações; 3) 
fígado, baço, estômago e rins ainda em desenvolvimento, razão 
pela qual as intoxicações são mais comuns; 4) frequência 
cardíaca maior, chegando mais rapidamente à exaustão; 5) 
sistema nervoso em desenvolvimento e, sob pressão intensa, 
pode culminar na perda da capacidade de concentração e 
memória, o que compromete o rendimento escolar, ficando 
mais vulnerável aos problemas psicológicos decorrentes da 
pressão no trabalho; 6) maior produção de calor corporal em 
comparação ao adulto, estando, por isso, mais suscetível à 
desidratação; 7) pele mais fina, mais frágil à queimadura, cortes 
e intoxicações; 8) visão periférica ainda em desenvolvimento, 
estando mais sujeito a acidentes; 9) sistema auditivo ainda em 
formação, tendo propensão a perder mais facilmente a audição 
(BERTELLI, 2012). 
Nesse sentido, Kassouf (2007, p. 344) esclarece que o 
trabalho realizado na infância tem por consequência ―piorar o 
estado de saúde da pessoa, tanto na fase inicial da vida, quanto 
na fase adulta‖, mesmo controlando a renda, a escolaridade e 
outros fatores. 
A autora ainda destaca que locais de trabalho, móveis, 
equipamentos, ferramentas e métodos não são projetados para 
serem utilizados por crianças, mas, sim, por adultos. Desse 
modo, podem ocorrer problemas ergonômicos, fadiga e maior 
risco de acidentes, isso porque as crianças não estão cientes do 
perigo envolvido em certas atividades e, em caso de acidentes, 
geralmente não sabem como reagir. Devido às diferenças 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
33 
 
físicas, biológicas e anatômicas de crianças e adolescentes, 
quando em comparação com os adultos, constata-se que eles 
são menos tolerantes ao calor, a barulhos, a produtos químicos, 
a radiação, ou seja, menos tolerantes a ocupações perigosas, 
que podem acarretar problemas de saúde e danos irreversíveis 
(KASSOUF, 2007). 
Outro aspecto negativo do trabalho precoce consiste na 
baixa escolaridade e no pior desempenho escolar de crianças e 
adolescentes. Nesse sentido, Kassouf (2007, p. 343) analisa 
alguns estudos, trazendo as seguintes conclusões: 
Como em muitos países há um número 
expressivo de crianças e adolescentes que 
trabalham e estudam, torna-se primordial que se 
analise não só se o trabalho é responsável pela 
baixa frequência das crianças na escola, mas 
também se o trabalho infantil reduz o 
desempenho escolar. Bezerra, Kassouf e 
Kuenning (2007) utilizaram os dados do Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação Básica 
(SAEB) de 2003, que possui informações de 
testes padrões de língua portuguesa e de 
matemática aplicados aos alunos da 4ª e 8ª série 
do ensino fundamental e da 3ª série do ensino 
médio, em escolas públicas e privadas do Brasil e 
concluiu que o trabalho infantil, principalmente 
fora do domicílio e durante longas horas, reduz o 
desempenho escolar em até 20%. 
Heady (2003), em estudo realizado em Gana, 
revelou que o trabalho praticado por crianças 
tinha um efeito negativo sobre a aprendizagem 
em áreas chaves, como leitura e matemática. 
Gunnarsson, Orazem e Sánchez (2004) 
realizaram uma pesquisa em onze países da 
América Latina e concluíram que os estudantes 
que trabalhavam obtinham 7,5% menos pontos 
nos testes de matemática e 7% menos nos testes 
de idioma do que os alunos que somente 
estudavam. 
 
34 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
Portanto, verifica-se que, com o trabalhoinfantil, o 
momento de preparação para a vida adulta é preterido, tendo 
como consequência a evasão escolar, o despreparo e a 
desqualificação dos jovens para a vida profissional futura, 
acarretando a frustração de nunca conseguirem conquistar 
empregos com melhores condições e salários, tendo de passar 
por toda a vida adulta percebendo rendimentos de valores 
baixos e pouco suficientes para que consigam estruturar uma 
família. Assim, o ciclo vicioso da pobreza se perpetua, fazendo 
com que a mão de obra infantil se torne uma constante e o 
trabalho já não traga mais dignidade ao ser humano por não 
conseguir emancipá-lo. 
Com base nessas premissas, o artigo 7º, inciso XXXIII, 
da Constituição Federal de 1988, proibiu o trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre para pessoa menor de dezoito anos e 
qualquer forma de trabalho para pessoa com idade inferior a 
dezesseis anos, com exceção à condição de aprendiz a partir 
dos quatorze, primando pela proteção integral da criança e do 
adolescente, assentada em seu artigo 227, e garantindo absoluta 
prioridade na concretização de seus direitos, para se evitar toda 
forma de exploração ou opressão que possam vir a sofrer. 
Nesse mesmo sentido, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente introduziu a proteção integral em seu artigo 3º, 
afirmando que a criança e o adolescente gozam de todos os 
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-
lhes todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar 
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em 
condições de liberdade e de dignidade. 
No plano internacional, com o intuito de combater o 
trabalho infanto-juvenil, a Organização Internacional do 
Trabalho elaborou as Convenções nº 138 e 182. A primeira visa 
à fixação de uma idade mínima para o trabalho, enquanto a 
segunda, à proibição das piores formas de trabalho infantil, 
estabelecendo, em seu artigo 1º, que todo país que venha a 
ratificá-la deverá adotar medidas imediatas e eficazes para 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
35 
 
assegurar a proibição e eliminação das piores formas de 
trabalho infantil, em caráter de urgência3. Ambas foram 
ratificadas pelo Brasil e promulgadas pelos Decretos nº 
4.134/2002 e nº 3.597/2000, respectivamente. 
Contudo, apesar do esforço dessas normativas 
nacionais e internacionais para a erradicação do trabalho 
infantil, os últimos dados, que datam do ano de 2015, apontam 
que 2,672 milhões de crianças de 5 a 17 anos trabalham em 
todo o território nacional. Entre a idade de 14 e 17 anos, 
registrou-se um número de 2,260 milhões de trabalhadores e 
entre 10 e 13 anos, um número de 333 mil. No recorte de 5 a 9 
anos, o trabalho infantil aumentou pelo segundo ano 
consecutivo: em 2015, foram registrados 79 mil casos (12,3% a 
mais que em 2014, quando havia 70 mil crianças nesta faixa 
etária trabalhando – em 2013, eram 61 mil), dos quais cerca de 
60% se dá na área rural das regiões Norte e Nordeste (BRASIL, 
2016). 
A PNAD registrou ainda elevação do percentual de 
62% para 64,7% das crianças de 5 a 13 anos ocupadas em 
atividades agrícolas (BRASIL, 2016). Esses números 
evidenciam, portanto, que o trabalho infantil é expressivo na 
sociedade brasileira e, embora se tenha tentado combatê-lo e se 
verifique a redução de seus índices ao longo dos anos, observa-
se, ainda, sua forte presença nos mais diversos setores da 
atividade econômica nacional. 
Diante de todo esse cenário, o Brasil assumiu o 
compromisso, junto à Organização Internacional do Trabalho, 
de erradicar as piores formas de trabalho infantil até o ano de 
 
3
 Segundo Lépore e Rossato (2011), a Convenção 182 complementa a 
Convenção 132 sobre a Idade Mínima para Admissão, e somadas 
constituem instrumentos fundamentais de combate ao trabalho infantil. 
Parte-se da necessidade de adoção de ações imediatas e globais, de 
reconhecimento da importância da educação fundamental e gratuita, 
retirando a criança de todos esses trabalhos, sem se esquecer das 
necessidades das famílias. 
36 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
2016, objetivo que não foi alcançado e, por isso, postergado 
para o ano de 2020; e de erradicar todas as espécies deste 
trabalho até o ano de 2020, prazo também já prorrogado para o 
ano de 2025, em uma ação conjunta com toda a América Latina 
e Caribe (A INICIATIVA, s.d.). 
 
2 AUTORIZAÇÕES JUDICIAIS PARA O TRABALHO: O 
JUDICIÁRIO NA CONTRAMÃO DA ERRADICAÇÃO 
DO TRABALHO INFANTIL 
 
A Constituição Federal de 1988, como já mencionado 
anteriormente, veda, em absoluto, o trabalho de pessoa menor 
de dezesseis anos de idade, trazendo como única ressalva o 
trabalho na condição de aprendizagem a partir dos quatorze. E, 
a ratificada Convenção nº 138 da Organização Internacional do 
Trabalho, em seu artigo 8º4, só excepciona o trabalho artístico 
de crianças e adolescentes, por meio de autorização judicial, 
sendo essas, portanto, as duas únicas exceções, específicas e 
restritas, não permitindo interpretações além dos seus limites. 
Contudo, o trabalho de crianças e adolescentes tem sido 
possível por meio de autorizações judiciais, que se embasam 
nesta exceção disposta no artigo 8º da Convenção nº 138 e nos 
artigos 405 e 406 da Consolidação das Leis do Trabalho, que 
também indicam a competência do juiz da Infância e Juventude 
(antes denominado ―juiz de menores‖) para apreciar estes 
pedidos de autorização (CORRÊA, 2013). 
Assim, crianças e adolescentes têm obtido, junto ao 
Poder Judiciário, permissões para que trabalhem antes da idade 
autorizada por lei, das quais resultam contratos de trabalho de 
 
4
 O artigo 8º da Convenção nº 138 da OIT prevê regra excepcional para a 
autorização individual de trabalho inferior à idade mínima – com garantias 
de proteção integral e prioritária e de modo absolutamente regrado – para o 
artista infanto-juvenil. Nestes casos, o Estatuto da Criança e do Adolescente, 
ao tratar de autorizações para o trabalho infantil artístico, define, nos artigos 
146 e 149, a competência do juiz da infância e da juventude para a 
apreciação de tais solicitações. (OLIVA, 2013). 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
37 
 
menores não mais ―ilegais‖. Ao contrário, eles agora são partes 
em uma relação de emprego amparada pelo consentimento do 
próprio Estado, garante e protetor de direitos, promotor de 
políticas públicas de inclusão para a redução das desigualdades, 
e que se comprometeu a conferir proteção integral5 à criança e 
ao adolescente e a zelar prioritariamente pelo seu bem-estar. 
Resta evidente, portanto, o desrespeito por parte dos 
magistrados que sustentam suas autorizações nos dispositivos 
da Consolidação das Leis do Trabalho, esquecendo-se que tais 
artigos não foram recepcionados pela Constituição Federal de 
1988, que disciplinou a questão de maneira diversa e, ainda, 
diante da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista 
TIP – Decreto nº. 6.481, de 12 de junho de 2008) que, 
conforme disposto nos artigos 3º, alínea ―d‖, e 4º da Convenção 
nº 182 da Organização Internacional do Trabalho, tem por 
finalidade elencar as formas de trabalho infantil que devem ser 
urgentemente erradicadas pelo Brasil (MINISTÉRIO 
PÚBLICO, 2012). 
Os argumentos e fundamentos trazidos por essas 
autorizações judiciais se baseiam, em regra, na premissa de que 
o trabalho infantil mostra-se preciso, por supostamente ser 
elemento formador de caráter e de combate à pobreza, 
criminalidade e marginalização (OLIVA, 2006). 
Esse discurso revela-se perverso, servindo aos filhos e 
filhas das classes mais baixas, já que os das mais abastadas 
podem se preocupar exclusivamente com os estudos até a 
conclusão do ensino superior ou, ao menos, quandoconcluído o 
ensino médio, a fim de que, melhores qualificados, possam 
buscar por empregos de melhor qualidade e rentabilidade no 
mercado de trabalho. Na realidade, por negarem e impedirem o 
direito de usufruir à infância e juventude, nem a rua, nem o 
trabalho devem ser opção, mas, sim, a escola (OLIVEIRA, 
 
5
 Oliva (2006, p. 103-104) destaca que a adjetivação do princípio da 
proteção como integral tem por finalidade realçar que essa especial tutela 
―deve ser total, completa, cabal‖. 
38 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
1996). 
Porém, tão enraizado na tradição cultural brasileira, tal 
discurso naturaliza o trabalho infantil como necessário para 
solucionar problemas das classes sociais mais pobres, sendo 
tido por solução para muitos males, quando os dados 
estatísticos da já citada pesquisa do IBGE informam o contrário 
(BRASIL, 2016). O trabalho infantil não foi, não é e não será a 
solução, justamente porque, mais uma vez, reproduz a pobreza, 
a exclusão social e a evasão escolar. As autorizações para o 
trabalho, portanto, permanecem voltadas aos fundamentos 
ideológicos de outro período histórico, esquecendo-se do 
momento político-jurídico-social de uma sociedade diversa 
como a do presente. 
Desse modo, desde a promulgação da Constituição de 
1988, não há como se atribuir à criança e ao adolescente a 
responsabilidade por prover a própria subsistência e/ou a de 
suas famílias mediante o trabalho precoce, em detrimento do 
seu pleno desenvolvimento, e tais autorizações judiciais 
mostram-se em descompasso com todo o trabalho desenvolvido 
por alguns órgãos públicos e entidades não-governamentais 
para se prevenir e erradicar o trabalho infantil, e promover e 
efetivar a proteção integral da criança e do adolescente. Não 
conseguindo a família dar o suporte para atender às 
necessidades de seus filhos, ela deverá ser integrada a 
programas ou políticas públicas que possam suprir suas 
necessidades, pois o trabalho do menor não é suficiente para 
esse fim. 
 
2.1 Os Juizados Especiais da Infância e Adolescência e o 
compromisso com a proteção integral de crianças e 
adolescentes 
 
No ano de 2014, com base no artigo 114 da 
Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a competência 
material da Justiça do Trabalho, e com o objetivo de chamar 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
39 
 
para si a competência para apreciar os pedidos de autorização 
para trabalhar, já que estes estão nas mãos da Justiça Comum6, 
o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) 
editou a Resolução Administrativa nº 14 (BRASIL, 2014), 
dispondo sobre a criação e funcionamento dos Juizados 
Especiais da Infância e Adolescência (JEIA), cuja competência 
material, conforme artigo 2º da Resolução, é analisar, conciliar 
e julgar processos que envolvam trabalhador com idade inferior 
a dezoito anos, incluindo-se os pedidos de autorização para o 
trabalho de crianças e adolescentes menores de dezesseis. 
A Justiça do Trabalho, devido à sua especialização 
material, permite ampla proteção do valor constitucional 
―trabalho‖, reconhecendo o trabalho infantil como grave forma 
de violação de direitos humanos, por ferir os direitos mais 
básicos da criança e do adolescente, norteados pelo princípio da 
proteção integral, tendo como objetivo estratégico institucional 
a sua erradicação. E, no âmbito desses Juizados, tem-se 
desenvolvido trabalhos, em diálogo com o poder público local e 
a sociedade civil e empresária, exitosos na retirada das crianças 
e dos adolescentes que se encontram em condições de trabalho 
infantil. 
Nesse sentido, os JEIAs vêm desenvolvendo ações de 
conscientização de pais, empregadores e das próprias crianças e 
adolescentes acerca dos inúmeros prejuízos advindos do 
trabalho precoce, direcionando os maiores de quatorze anos a 
cursos de formação profissional e vagas de aprendizagem, além 
de tomar outras atitudes que possam fazer romper o ciclo 
nefasto do trabalho infantil (BRASIL, s.d.), como o 
encaminhamento, quando possível, do jovem e/ou da família a 
programas ou políticas públicas que supram suas necessidades 
materiais, obstando o trabalho para mantê-los na escola. 
Nessa perspectiva, esta atuação que vem sendo 
 
6
 O Superior Tribunal de Justiça reconhece a competência da Justiça 
Comum para examinar os pedidos de autorização para o trabalho 
(CORRÊA, 2013). 
40 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
desenvolvida pelo Judiciário Trabalhista está dentro do 
cumprimento de seu dever institucional de tornar concretos os 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil no 
exercício de suas atividades, a fim de que se construa uma 
sociedade livre, justa e solidária, por meio da erradicação da 
pobreza e da marginalização, reduzindo, sempre que possível, 
as desigualdades sociais e regionais, conforme regra estipulada 
pelo artigo 3º, incisos I, III e IV, da Carta de 1988. 
E justamente por não ser essa a perspectiva adotada 
pela Justiça Comum, que, ao autorizar o trabalho precoce, não 
coloca a proteção integral das crianças e dos adolescentes como 
critério-fonte para a tomada de decisão, e por desrespeitar os 
ditames da Constituição Federal e das normativas 
internacionais, que o reconhecimento da competência material 
da Justiça do Trabalho para apreciar os pedidos de autorização 
para o trabalha faz-se necessária como alternativa possível à 
construção de outra realidade. Isso porque, a Justiça do 
Trabalho mostra-se mais comprometida com critérios de 
justiça, atuando na produção, reprodução e desenvolvimento 
das condições materiais de vida das crianças e dos 
adolescentes. 
 
CONCLUSÃO 
 
Com base na proteção integral da criança e do 
adolescente, o presente estudo teve por finalidade analisar o 
trabalho infantil no contexto brasileiro, muitas vezes autorizado 
judicialmente no âmbito da Justiça Comum, embora haja todo 
um arcabouço normativo nacional e internacional construído no 
sentido de extingui-lo. 
Em um primeiro momento, foram analisados os 
prejuízos físicos, psíquicos e educacionais de crianças e 
adolescentes que trabalham, buscando-se demonstrar que o 
ambiente de trabalho mostra-se inadequado para a infância e a 
adolescência, fases da vida humana de maturação psicofísica, e 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
41 
 
que o caráter antidemocrático do local de trabalho, um meio 
caracterizado pela hierarquia e subordinação, traz inúmeras 
consequências aos seus desenvolvimentos, comprometendo 
uma vida adulta saudável e capaz de assegurar a 
competitividade do mercado de trabalho. 
Em um segundo momento, centrou-se a análise nas 
autorizações judiciais para o trabalho antes da idade permitida 
pela legislação, no intuito de estudar seus fundamentos 
jurídicos e sociais, contatando-se que tais autorizações, no 
âmbito da Justiça Comum, estão em total desconformidade com 
a Constituição Federal de 1988 e as normativas internacionais, 
apontando para a necessidade de se deslocar, em definitivo, a 
competência material da Justiça Comum para a Justiça do 
Trabalho para apreciar tais pedidos de autorização. 
Os Juizados Especiais da Infância e Adolescência têm 
desenvolvido ações no combate ao trabalho precoce, 
perspectiva ainda não adotada pela Justiça Comum, na tentativa 
de se construir, como alternativa, outra realidade possível, na 
qual o trabalho infantil possa ser, de fato, erradicado. Assim, a 
Justiça do Trabalho mostra-se mais comprometida com os 
critérios de justiça, atuando na defesa da dignidade das crianças 
e dos adolescentes, que têm o direito constitucionalmente 
garantido à proteção integral e prioritária. 
 
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42 
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del5452.htm>. Acesso em: 20 ago. 2017. 
 
______. Decreto nº. 6.481, de 12 de junho de 2008. 
Regulamenta os artigos 3
o
, alínea ―d‖, e 4
o
 da Convenção 182 
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da 
proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata 
para sua eliminação, aprovada pelo Decreto Legislativo n
o
 178, 
de 14 de dezembro de 1999, e promulgada pelo Decreto 
n
o
 3.597, de 12 de setembro de 2000, e dá outras providências. 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
43 
 
Planalto, Brasília, DF, 12 jun. 2008. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/decreto/d6481.htm>. Acesso em: 20 ago 2017. 
 
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“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
45 
 
Infância e da Juventude, São Paulo, v. 3, p. 253-273, jan. 
2014. 
 
46 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
O LIMIAR DA ERA DA DESCONSTRUÇÃO DOS 
DIREITOS DO EMPREGADO RURAL 
 
THE RURAL EMPLOYEES’ RIGHTS 
DECONSTRUCTION ERA THRESHOLD 
Andréia Chiquini Bugalho7 
Jair Aparecido Cardoso
8
 
 
RESUMO 
 
Com a promulgação da lei nº 13.467/2017, ficou evidente que o 
capital tem uma agenda própria e está usando de todos os meios 
para levar a cabo este seu intento, sob o manto do discurso de 
uma necessária reforma trabalhista, todavia, a toda evidência o 
que se pretende é causar um verdadeiro retrocesso social, um 
desmonte do projeto social construído ao longo de décadas da 
cultura social de proteção ao trabalho, o que denominados de 
desconstrução dos direitos sociais. Tal desiderato nos força a 
refletir sobre esta agenda e seus impactos nas conquistas sociais 
das últimas décadas em face das garantias fundamentais e com 
base no princípio do não retrocesso social. Objetiva-se, 
 
7
 Advogada, Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade 
de Direito Ribeirão Preto – USP (FDRP/USP); membro do grupo de 
pesquisa (CNPQ) ―A transformação do direito do trabalho na sociedade pós-
moderna e seus reflexos no mundo do trabalho― da FDRP/USP. Autora e 
Coordenadora de Obra Coletiva e artigos da área. 
andreiabugalho@hotmail.com. 
8
 Professor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – USP (FDRP/USP); 
líder do grupo de pesquisa (CNPQ) ―A transformação do direito do trabalho 
na sociedade pós-moderna e seus reflexos no mundo do trabalho‖ da 
FDRP/USP. Doutor em Direito pela Universidade Católica de São Paulo, 
PUC – SP; graduado e mestre em Direito pela Universidade Metodista de 
Piracicaba, UNIMEP. Autor de livros e artigos da área. E-mail: 
jaircardoso@usp.br. 
 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
47 
 
portanto, com este estudo, a análise do projeto de lei nº 
6.442/2016, a respeito da reforma trabalhista rural, para, por 
meio de uma visão jurídica social, analisar os impactos e 
retrocessos de tal intento para a saúde físico e mental do 
trabalhador. Para tanto, usaremos o método dedutivo, por meio 
de pesquisas doutrinárias e jurisprudências, objetivando trazer a 
lume a discussão assinalada, para ao final contribuir com a 
discussão e o amadurecimento do assunto, tendo como mote a 
reflexão sobre a igualdade contratual que se quer buscar e o 
prejuízo à igualdade formal existente entre a relação capital 
trabalho, notadamente na área rural. 
Palavras-chave:ambiente de trabalho, direitos e garantias 
fundamentais, saúde do trabalhador. 
 
ABSTRACT 
 
With the enactment of the Law n. 13.467/2017, it became 
evident that the capital has its own agenda and is using all its 
resources implement it under the cover of a necessary Labor 
Reform speech. However, its true intent is to cause a real social 
regression, a clear dismantling of a social project built over 
decades of work social culture protection that we call the 
deconstruction of social rights. This aim forces us to reflect 
about this agenda and its impacts on the social achievements of 
the last decades, facing the fundamental warranties and in 
accordance with the no social regression principle. Thus, this 
study aims to analyze Law Project n. 6.442/2016, regarding the 
Rural Labor Reform, to, through a legal social review, analyze 
the impacts and regression of this attempt on the physical and 
mental health of the worker. Therefore, we are using the 
deductive method, through doctrine research and jurisprudence, 
with the objective of bringing to light the subject discussion so 
as to contribute to the dialogue and maturity of the subject. 
Taking as its motto the reflection on the contractual equality to 
be sought and the prejudice to the formal equality existing 
48 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
between the work-capital relation, especially in the rural area. 
Keyword: work environment, rights and guarantees, worker‘s 
health. 
 
INTRODUÇÃO 
 
É um traço da sociedade moderna preocupar-se cada 
vez mais com a qualidade de vida, saúde e bem-estar social. No 
campo do trabalho, rumo a intencional libertação das amarras 
da lei, para fazer face à necessidade do mercado, dá-se maior 
liberdade ao empregador, aumentando assim a fragilidade 
daqueles que somente têm a força de trabalho – física ou 
intelectual – para oferecer num contrato, para dele tirar sua 
própria subsistência. 
Considerando a atual realidade, propomos refletir sobre 
esse novo caminho que está sendo construído, antecipando e 
avaliando as possíveis consequências. 
Para tanto, de forma dedutiva, dividiremos esta reflexão 
em duas partes, uma primeira abordagem sobre a suposta 
precarização do trabalho, a outra para analisar os efeitos e 
cuidados necessários para evitar a superexploração do trabalho. 
 
BREVE HISTÓRICO 
 
No Brasil, o trabalhador rural, embora tenha sido 
equiparado ao trabalhador urbano
9
 pela Constituição da 
República Federativa do Brasil (CRFB/88), nem sempre teve a 
mesma proteção, a trajetória do rurícola foi marcada por 
precárias condições de trabalho, ofensas e desrespeito a 
dignidade. 
A este respeito, Vólia Bomfim Cassar (2017, p. 387) 
esclarece: 
 
9
 Art. 7º CRFB/88: ―São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social‖. 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
49 
 
No Brasil o trabalhador rural nem sempre teve a 
mesma proteção que era estendida ao trabalhador 
urbano. Não havia interesse político para a 
legislação proteger esta categoria. Talvez porque 
o trabalho rural, assim como o doméstico, tenha 
nascido do trabalho escravo. Ou porque o 
legislador também era dono ou explorador dos 
grandes latifúndios. Em virtude disto, raros 
foram os direitos dirigidos aos trabalhadores 
rurais antes da CLT. Aos meeiros, parceiros, 
empreiteiros e arrendatários rurais (todos 
trabalhadores sem vínculo de emprego) eram 
destinadas algumas normas do Código Civil. 
 
Somente com a lei nº 4.214, de 02 de março de 1963, 
surge o Estatuto do Trabalhador Rural e, a seguir, o Estatuto da 
Terra, lei nº 4.504/65 trouxe disposições a respeito da reforma 
agrária, refletindo as exigências da realidade social, pela 
primeira vez no Brasil mostrou-se interesse para com a 
atividade exercida pelo trabalhador rurícola, bem como a 
relação de trabalho e, ambiente rural, mesmo assim, a lei não 
prosperou, pois, não havia inspeção, fiscalização do trabalho, 
do ambiente laboral, retornando novamente ao estado 
anterior
10
. 
Com isso, mais uma vez, o trabalhador rural foi 
esquecido, muitas vidas se foram, os que ainda sobreviveram à 
transição, eram submetidos a extensas jornadas de trabalho, 
ambiente insalubre, sem condições de dignidade, com grande 
prejuízo à integridade psicofisiológica, ao convívio familiar e 
social. 
Assim, somente dez anos mais tarde, surge a lei nº 
 
10
 Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,trabalhador-
rural,36550.html. ―No entanto, esta lei, embora tenha sido bastante 
intencionada, não foi na prática, em muitos artigos aplicada, haja vista a 
falta de condição de fiscalização e a falta de atuação do poder judiciário 
adequado, onde não existe varas especializadas (vara do trabalho) 
adequada‖. Acesso 23/10/2017. 
50 
Seminário Internacional de Pesquisa (Re)pensando o Trabalho Contemporâneo 
 
5.889/73, sendo sua regulamentação disposta no Decreto nº 
73.624/74, revogando o referido Estatuto (CASSAR, 2017), 
equiparando com algumas peculiaridades, o trabalhador rural 
ao trabalhador urbano
11,
 mas, foi somente com a carta magna 
(CRFB/88) tornou-se totalmente possível (art. 7º, caput, da 
CRFB/88), representando grande avanço na proteção jurídica e, 
na função social da propriedade rural. 
Ademais, não podemos esquecer que, apesar da 
equiparação promovida pelo artigo 7º da CRFB/88 representar 
um grande avanço, na qual foi reconhecida ao trabalhador rural 
os mesmos direitos do trabalhador urbano, não foram 
suficientes para garantir as mesmas condições de dignidade, 
haja vista que o labor do rurícola tem peculiaridades que são 
reconhecidas somente neste ramo. 
Assim, a CRFB/88 garantiu apenas o mesmo ―quadro 
básico‖ de direitos, não significando a unificação total de 
direitos entre trabalhadores urbanos e rurais, não tendo havido a 
revogação da lei nº 5.889/73, naquilo em que ela dispõe sobre a 
especificidade do trabalho rural. 
Urge, portanto, a necessidade de um modelo jurídico 
apto a regular a atividade rural, não desprezando as conquistas 
alcançadas. 
 
 
11
 ―A história mostra que o trabalhador urbano há pouco tempo é tratado 
pelas normas do mesmo modo que o trabalhador urbano, o que pode ser 
justificado porque seu marco de origem data do período escravocrata‖. 
(CASSAR, 2011, p. 411). 
“O trabalho em tempos de crise no Brasil e na América Latina” 
51 
 
O PODER DO DIREITO E A SUBVERSÃO DO 
TRABALHO RURAL 
 
A precarização do trabalho tem como um dos 
resultados a perda de direitos trabalhistas decorrente da 
flexibilização das leis, que vem fragilizando o sistema jurídico 
e produzindo insegurança social, transformando o mundo do 
trabalho em terreno movediço e inseguro. 
Na medida em que aceitamos a limitação da dignidade 
humana, do bem-estar no trabalho sob o ponto de vista jurídico, 
estamos tratando o trabalho humano como mercadoria, objeto 
de venda e compra. Permitir a redução de direitos conquistados 
durante décadas têm o potencial de tornar o trabalho humano 
em moeda de troca. 
Aliado a estas questões de retrocesso, flexibilização das 
leis trabalhista e desconstrução da igualdade formal, nos 
deparamos com o projeto de lei (PL) nº 6442/2016, que 
pretende coisificar o homem que trabalha no meio rural, 
ignorando conquistas, afrontando a dignidade humana, o bem-
estar no trabalho, a saúde e a vida. 
A questão ideológica adotada, de forma velada, na 
discussão parlamentar está destacada na própria exposição de 
motivos do projeto, revelando a necessidade premente da 
reforma da lei do trabalho rural, sem levar em conta os sujeitos 
envolvidos, atividades desempenhadas e o objeto

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