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Anais-Integracao-Saberes-Ambientais-III

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
iv 
 
ORGANIZADORES DO LIVRO 
 
Acadêmicos Professores 
Benone Otávio Souza De Oliveira 
 
Admilson Irio Ribeiro 
Felícia Pereira de Albuquerque 
 
Gerson Araújo de Medeiros 
Katiane de Morais Gasperin 
 
José Arnaldo Frutuoso Roveda 
 
Narlon Xavier Pereira 
 
 
Rosane Maria Kaspary 
 
 
Tatiele Cristine do Carmo Barbosa 
 
 
 
 
MÉMORIAS DO III WORKSHOP INTEGRAÇÃO DE 
SABERES AMBIENTAIS 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
SOROCABA 
Campus de Sorocaba – Instituto de Ciência e Tecnologia 
2017 
 
ii 
 
v 
Realização 
Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais – UNESP 
 
1ª Edição Eletrônica (2017) 
Todos os direitos reservados. 
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são 
de responsabilidade exclusiva dos autores. 
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui 
violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). 
 
 
 
 
iii 
 
vi 
COMISSÃO ORGANIZADORA 
 
Prof. Dr. Admilson Irio Ribeiro – Unesp/Sorocaba 
Prof. Dr. Antonio Cesar Germano Martins – Unesp/Sorocaba 
Prof. Dr. Gerson Medeiros de Araújo – Unesp/Sorocaba 
Prof. Dr. José Arnaldo Frutuoso Roveda – Unesp/Sorocaba 
Prof. Dr. Leonardo Fernandes Fraceto – Unesp/Sorocaba 
Prof.ª Dr.ª Sandra Regina M. Masalskiene Roveda – Unesp/Sorocaba 
Ana Claudia Bento – Unesp/Sorocaba 
Angélica de Oliveira Soares – Unesp/Sorocaba 
Benone Otávio Souza de Oliveira – Unesp/Sorocaba 
Fabricio Camillo Sperandio – Unesp/Sorocaba 
Felícia Pereira de Albuquerque – Unesp/Sorocaba 
Katiane de Morais Gasperin – Unesp/Sorocaba 
Marcela Merides Carvalho - Unesp/Sorocaba 
Narlon Xavier Pereira – Unesp/Sorocaba 
Rosane Kaspary – Unesp/Sorocaba 
Sabrina Lais Basso – Unesp/Sorocaba 
Sofia Coelho Moreira – Unesp/Sorocaba 
Tatiele Cristine do Carmo Barbosa – Unesp/Sorocaba 
Twyla Vieira Hadich – Unesp/Sorocaba 
Vivian Silva Lira – Unesp/Sorocaba 
 
 
 
iv 
 
v 
APRESENTAÇÃO 
 
As demandas contemporâneas e as perspectivas do desenvolvimento sustentável são 
elementos inerentes às ciências como todo principalmente as questões ambientais. Dentro de 
uma miríade de questões a Ciências Ambientais propõem: abordar processos sociais e 
naturais; desenvolver novas tecnologias; estabelecer processos de gestão socioambientais, 
considerando maior inclusão social; formular e analisar políticas públicas voltadas à gestão 
ambiental em sentido amplo. 
Assim, os grandes desafios das ciências ambientais estão na conservação e gestão dos 
recursos naturais, essenciais à qualidade de vida, bem como contribuir para resolução de 
macroproblemas, como mobilidade urbana, saneamento básico, favelização e pobreza, 
violência, desastres naturais, entre outros. 
No Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da UNESP (PPGCA), do 
Instituto de Ciência e Tecnologia UNESP Sorocaba, têm sido desenvolvidas, em caráter 
exploratório, atividades integradoras que permitam analisar fenômenos e estudos de caso sob 
diferentes olhares, incorporando metodologias e formas de análise desenvolvidas nos 
programas das disciplinas oferecidas em cada semestre letivo. 
Essas experiências integradoras afloraram no contexto das disciplinas de Limnologia, 
Gestão Ambiental, Recuperação de Áreas Degradadas, Processamento Digital de Imagens, 
Lógica Fuzzy entre outras, oferecidas no segundo semestre letivo de 2013. Nesse contexto 
nasceu o evento “Workshop de Integração de Saberes Ambientais”, aberto a comunidade do 
Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais e de áreas afins. 
O evento tem o papel de ser um fórum de apresentação e discussão dessas 
experiências; é um cenário para o desenvolvimento de abordagens pedagógicas inovadoras; 
motiva a inserçãodos conteúdos programáticos na realidade regional, por meio de estudos de 
caso; oportuniza a discussão dos temas contemporâneos ambientais, envolvendo aspectos 
sociais e econômicos e influencia a percepção interdisciplinar dos pós graduandos na 
abrangência das disciplinas do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais 
Nesse contexto, que o programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais apresenta 
a sua III edição do livro Workshop de Integração de Saberes Ambientais, que ao longo 
do tempo se apresenta cada vez mais difusor e promotor da interdisplinaridade, 
principalmente difundindo artigos que norteiam as pesquisas voltadas para o meio ambiente. 
 
vi 
O eixo central do livro são os trabalhos e pesquisas realizados por pesquisadores 
incentivados em buscar soluções para alguns dos problemas que afligem a sociedade nos dias 
atuais, como por exemplo, contaminações, poluições, cuidados com a biodiversidade, mas 
principalmente com o bem está humano e suas gerações futuras. 
Nessa inserção, o livro de memórias do III Workshop de Integração de Saberes 
Ambientais se apresenta com 31 trabalhos que foram organizados e estruturados na ordem 
alfabética, facilitando desta forma ao leitor encontrar os artigos de interesse. Dessa maneira, 
esperamos que este livro possa contribuir para qualquer público que queira informações nas 
mais variadas áreas das ciências ambientais. 
 
Admilson Irio Ribeiro 
 
vii 
SUMÁRIO 
 
RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................................ 12 
A DINÂMICA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NOS COMITÊS MÉDIO 
PARANAPANEMA, PARAÍBA DO SUL E SOROCABA MÉDIO TIETÊ ......................... 13 
BASSO, Sabrina Lais
1
; NERY, Jonas Teixeira
2
 ....................................................................... 13 
EFEITOS DA URBANIZAÇÃO NA DIVERSIDADE FUNCIONAL DE PEIXES DE 
RIACHOS DA MATA ATLÂNTICA ...................................................................................... 18 
GUINATO, Rayssa Bernardi1; CETRA, Mauricio2 ................................................................ 18 
EFEITOS ECOTOXICOLÓGICOS DO COBRE PRESENTE NO SEDIMENTO DO 
RESERVATÓRIO GUARAPIRANGA-SP EM LARVAS DE CHIRONOMUS 
SANCTICAROLI..................................................................................................................... 23 
PELIZARI, Gisele Pires
1
; ALBUQUERQUE, Felícia Pereira de
2
; CARLOS, Viviane Moschini 
3, 4
 POMPÊO,
 
Marcelo Luiz Martins 
4
. .................................................................................... 23 
ELABORAÇÃO DE UMA TIPOLOGIA PARA RESERVATÓRIOS DE SÃO PAULO 
COM BASE NA DIRETIVA QUADRO DA ÁGUA DA UNIÃO EUROPEIA .................... 28 
CARDOSO-SILVA, Sheila
1
; POMPÊO, Marcelo
2
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane 
3
 ............. 28 
GEOCRONOLOGIA E TAXAS DE SEDIMENTAÇÃO EM TESTEMUNHOS DE 
RESERVATÓRIOS PAULISTAS .......................................................................................... 33 
CARDOSO-SILVA, Sheila
1
; MIZAEL, Juliana O.S.S.
 2
; FRASCARELI, Daniele
2
; POMPÊO, 
Marcelo
3
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane 
4
 ............................................................................. 33 
ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO E DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA NO 
RESERVATÓRIO DE ITUPARARANGA (VOTORANTIM-SP) ........................................ 38 
MACHADO, Leila dos Santos
1
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane
2
 ........................................... 38 
VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO PARA ANÁLISE DE PIGMENTOS 
FOTOSSINTÉTICOS EM SEDIMENTOS ........................................................................... 44 
 
viii 
MIZAEL, Juliana de Oliveira Soares Silva
1
; SILVA, Sheila Cardoso
2
; FRASCARELI, 
Daniele
3
; POMPEO, Marcelo
4
; CARLOS, Viviane Moschini
5
 ................................................ 44 
ENERGIA E MEIO AMBIENTE .......................................................................................... 50 
ANÁLISE DAS TEMPERATURAS NO MUNICÍPIO DE SOROCABA ATRAVÉS DO 
MODELO ENVI-met .............................................................................................................. 51 
BENTO, AnaClaudia
1
; NERY, Jonas Teixeira
2
 ...................................................................... 51 
ATUAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE SOBRE O CONSUMO DE ENERGIA 
ORIGINÁRIA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NO BRASIL ............................................. 57 
NEVES, Fábio de Oliveira Neves
1
; ROVEDA, Sandra R. M. Masalskiene
2
 ............................ 57 
CATALOGAÇÃO DE PLANTAS FRUTÍFERAS EM 10 PARQUES LINEARES DA 
CIDADE DE SÃO PAULO, SP (BRASIL) ............................................................................ 62 
BIAGOLINI, Carlos Humberto
1
, LOURENÇO, Roberto Wagner
2
 .......................................... 62 
DETERMINAÇÃO DE REGIÕES COM POTENCIAL PARA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA 
A PARTIR DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ......................................................................... 67 
MARTIN, Nilo Amaral
1
; AGUILAR, Bruno
2
; PALMA, Eloá Carolina N. C.
3
; MARTINS, 
Antonio Cesar Germano
4
; MARAFÃO, Fernando Pinhabel
5
; ROVEDA, Sandra Regina 
Monteiro Masalskiene
6
 ............................................................................................................. 67 
ENSAIO DE COMBUSTÃO E PIRÓLISE DA BIOMASSA DA SEMENTE DO 
ABACATE ATRAVÉS DE ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA ...................................... 72 
GASPERIN, Katiane de M.
1*
, MORAIS, Leandro Cardoso de
2
 ............................................... 72 
INFLUÊNCIA DA VIVÊNCIA COM A NATUREZA NO COTIDIANO DA SOCIEDADE 
MODERNA .............................................................................................................................. 77 
CARVALHO, Marcela Merides
1
; CARVALHO, Maria Jacinta Silva
2
; FENGLER, Felipe 
Hashimoto
3
, RIBEIRO, Admilson Irio
4
 .................................................................................... 77 
METODOLOGIA PARA A ANÁLISE DOS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA 
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL: GERAÇÃO DISTRIBUÍDA VS 
GERAÇÃO CENTRALIZADA ............................................................................................... 82 
PEREIRA, Narlon Xavier
1
, MARTINS, Antonio César Germano
2
 .......................................... 82 
 
ix 
SOLOS E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .................................................. 87 
ANÁLISE PERCEPTIVA DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA DO SOLO EM UMA ÁREA 
DE EMPRÉSTIMO NO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ/SP ..................................................... 88 
KASPARY, Rosane Maria
1
, PEREIRA, Narlon Xavier
2
, SPERANDIO, Fabricio C.
3
, RIBEIRO, 
Admilson Irio
4
, MEDEIROS, Gerson Araujo
4
 ......................................................................... 88 
AVALIAÇÃO QUÍMICA E ANÁLISE TEXTURAL DO SOLO EM DIFERENTES 
SUBSTRATOS EM UMA ÁREA DE EMPRÉSTIMO EM RECUPERAÇÃO.................... 93 
BARBOSA, Tatiele Cristine do Carmo
1
; OLIVEIRA, Benone Otávio Souza de
2
; NOGUEIRA, 
Lucidalva Rodrigues de Souza
3
; FENGLER, Felipe Hashimoto
4
; MEDEIROS, Gerson 
Araujo
5
; RIBEIRO, Admilson Irio
6
; PECHE FILHO, Afonso
7
 ................................................ 93 
CARACTERIZAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA A PARTIR DE ANÁLISES FÍSICAS DO 
SOLO: UM ESTUDO DE CASO PARA UMA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, CEA-IAC ...... 99 
AMORIM, Amanda Trindade¹; SOUZA, Carime dos Santos²; FERREIRA, Rita de Cássia
2
; 
RIBEIRO, Admilson Írio
3
; MEDEIROS, Gerson Araújo de
3
 ................................................... 99 
INDICADORES DE ALTERAÇÃO QUÍMICA DO SOLO ASSOCIADA AO USO DA 
TERRA: UMA PROPOSTA BASEADA EM ANÁLISE MULTIVARIADA DE 
VARIÂNCIA CONSIDERANDO O ECOSSISTEMA DE REFERÊNCIA ....................... 104 
BRESSANE, Adriano
1*
;
 
FENGLER, Felipe H.
2
; CARVALHO, Marcela M.
2
; LONGO, Regina 
M.
1
, RIBEIRO, Admilson I.
2
, DEMANBORO, Antônio C.
1
; BETTINE, Sueli do C.
1
 ............. 104 
RUGOSIDADE DO SOLO E PONTOS DE RUPTURA EM ÁREA DEGRADADA ........ 110 
GOMES, Raissa Caroline
1
; MIRANDA, Vanessa Regina
2
; SOUZA, Sidnei Aparecido
2
; 
FENGLER, Felipe Hashimoto
3
; RIBEIRO, Admílson Írio
4
; MEDEIROS, Gerson de Araújo
4
 ................................................................................................................................................ 110 
UM MODELO CONCEITUAL PARA A RECUPERAÇÃO DE AMBIENTES 
DEGRADADOS..................................................................................................................... 116 
FENGLER, Felipe Fengler
1
; PECHE FILHO, Afonso
2
; CARVALHO, Marcela Merides
1
; 
PEREIRA, Sonia³; LONGO, Regina Márcia
4
; MEDEIROS, Gerson de Araújo
5
; RIBEIRO, 
Admilson Irio
5
 ........................................................................................................................ 116 
 
x 
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL PELA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA ................................................ 123 
DUTRA, Ana Carolina¹. PAES, Michel Xocaira
2
.
 
GIANELLI, Bruno Fernando³. MEDEIROS, 
Gerson Araújo de
4
. ................................................................................................................. 123 
ESTUDO DO IMPACTO DE VIZINHANÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO 
ESTADO DE SÃO PAULO .................................................................................................. 128 
SPERANDIO, Fabricio Camillo
1
; RIBEIRO, Admilson Írio
2
; MEDEIROS, Gerson Araújo de
3
 ................................................................................................................................................ 128 
UM ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL CAUSADO PELO TRANSPORTE DAS 
EMBALAGENS VAZIAS DE AGROQUÍMICOS REALIZADO PELA CENTRAL DE 
PIEDADE/SP ........................................................................................................................ 133 
OLIVEIRA, Ariane Braga
1
; GIANELLI, Bruno Fernando²; MANCINI, Sandro Donnini
3
 ... 133 
DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA BACIA HIDROGRÁFICA 
DO RIO JUNDIAÍ-MIRIM, JUNDIAÍ/SP .......................................................................... 140 
OLIVEIRA, Benone Otávio Souza de
1
; BARBOSA, Tatiele Cristine do Carmo
2
; NOGUEIRA, 
Lucidalva Rodrigues de Souza
3
; FENGLER, Felipe Hashimoto
4
; MEDEIROS, Gerson Araujo 
de
5
; RIBEIRO, Admilson Irio
5
................................................................................................ 140 
ESTUDO COMPARATIVO DA EFICIÊNCIA ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES 
AGENTES BACTERICIDA EM EFLUENTE DE LAVAGEM DE VEÍCULOS ............. 145 
ANJOS, Diego Nascimento
1
; LIRA, Vivian Silva
2
 ................................................................. 145 
PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL PARA 
A OBRA DE REQUALIFICAÇÃO DA COMUNIDADE DE BANANEIRAS – 
SALVADOR/BA .................................................................................................................... 150 
MARTINS, Martha Santana
1
; GUERREIRO, Sidnei Fonseca
2
; KASPARY, Rosane Maria
3
 150 
TERMOGRAVIMÉTRIA DO BIOCARVÃO FABRICADO COM LODO PRIMÁRIO DE 
UM SISTEMA DE PRODUÇÃO DE PEIXES .................................................................... 156 
MAIGUAL-ENRIQUEZ, Yemall Alexander
1
; MATSUMOTO, Tsunao
2
; MORAIS, Leandro 
Cardoso de
 3
 ........................................................................................................................... 156 
 
xi 
GENÉTICA E MODELAGEM AMBIENTAL .................................................................... 161 
EFEITO DA ATRAZINA SOBRE LARVAS DE CHIRONOMUS SANCTICAROLI EM 
TESTE DE TOXICIDADE AGUDA .................................................................................... 162 
ALBUQUERQUE, Felícia Pereira de
1
; MACHADO, Leila dos Santos
1
; POMPÊO, Marcelo 
Luiz Martins
2
; FRACETO, Leonardo Fernandes
3
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane
 3
 ........... 162 
ESTATÍSTICAS MULTIVARIADAS EM RECONHECIMENTO DE PADRÕES E DE 
VARIÁVEIS EXPLICATIVAS: ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS ............... 167 
CARVALHO,Marcela Merides
1
; LIRA, Vivian Silva
2; 
NASCIMENTO, Luara Romana de 
Souza
3
; GASPERIN, Katiane de Morais
4
; CARDOSO, Rayssa de Lima
5
; BRESSANE, 
Adriano
6
; ROVEDA, Sandra Regina Monteiro Masalskiene
7
 ............................................... 167 
PONDERAÇÃO DE INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO: UMA PROPOSTA 
BASEADA EM ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS E DE FUNÇÕES 
DISCRIMINANTES CANÔNICAS ..................................................................................... 173 
BRESSANE, Adriano
1*
;
 
FENGLER, Felipe H.
2
; CARVALHO, Marcela M.
2
; LONGO, Regina 
M.
1
, RIBEIRO, Admilson I.
2
, DEMANBORO, Antônio C.
1
; BETTINE, Sueli do C.
1
 ............. 173 
PROPOSTA DE UM SISTEMA DE ANÁLISE DE ADEQUAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE 
GEOTURISMO PARA CANDIDATOS A GEOPARKS BASEADO EM LÓGICA FUZZY
 ................................................................................................................................................ 178 
CUNHA, Daiane Aguilar da
1
; MUNHOZ, Eduardo Antonio Pires
2
; ROVEDA, José Arnaldo 
Frutuoso
3
; ROVEDA, Sandra Regina M. Masalskiene
4
 .......................................................... 178 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS HÍDRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
A DINÂMICA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NOS COMITÊS MÉDIO 
PARANAPANEMA, PARAÍBA DO SUL E SOROCABA MÉDIO TIETÊ 
BASSO, Sabrina Lais
1
; NERY, Jonas Teixeira
2
 
1 
Mestranda em Ciências Ambientais, Instituto de Ciência e Tecnologia, UNESP Sorocaba, 
bassolais@gmail.com 
2
Professor, UNESP Ourinhos 
RESUMO 
Diante das atuais discussões em torno da anunciada crise hídrica, que afetou cidades 
paulistas contemporaneamente, estudos que busquem colocar recursos hídricos no cerne das 
questões têm ganhado notoriedade. Dentre eles aqueles que buscam aprofundar a discussão 
sobre a democratização e a governança dos recursos hídricos de forma compartilhada, uma 
vez que o recorte administrativo/político não é condizente com as delimitações hídricas. Neste 
contexto, o presente trabalho tem por objetivo o estudo da gestão adotada pelas as Unidades 
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) pelo estado de São Paulo, delimitando as 
UGRHI - 17 (Médio Paranapanema) UGRHI – 10 (Tietê/Sorocaba) e UGRHI – 2 (Paraíba do 
Sul) para acompanhamento e análise dos processos realizados e os princípios de gestão de 
recursos hídricos adotados. Utilizou-se a metodologia quantitativa e qualitativa, evidenciando 
os colegiados e a proposta da pesquisa. Os resultados baseiam-se no ponto em relação aos três 
comitês, nas semelhanças e diferenças. 
Palavras-chave: Governança; CBH; UGRHI; 
 
1 - INTRODUÇÃO 
Uma das grandes problemáticas do século XXI é a água, ou melhor, a escassez da 
água em muitas regiões do mundo. A relação demanda/disponibilidade se faz necessária, uma 
vez que crise hídrica está ligada à sua desigual distribuição para as áreas com ou sem 
concentração populacional. A quantidade de água no planeta Terra é invariável a milhões de 
anos, o que se altera é a quantidade e o estado da água em determinadas regiões, ou seja, sua 
distribuição e mudança estão associadas ao ciclo hidrológico. É necessário então o 
gerenciamento deste recurso indispensável para a vida humana. 
Segundo Tundisi (2008, p.7) “a crise da água no século XXI é muito mais de 
gerenciamento do que uma crise real de escassez e estresse”. TUNDISI (2008) elucida sobre a 
importância e a necessidade de realizar uma abordagem sistêmica, integrada e preditiva na 
 
14 
gestão da água por delimitações naturais e não pela divisão político/administrativo, que não 
condiz com o percurso da água. 
O recorte político do Brasil não condiz com a delimitação natural da bacia hidrográfica, 
assim a Unidade de Gerenciamento de Recurso Hídrico não concede com as delimitações 
político administrativo, impossibilitando as tomadas de decisões referentes à água 
isoladamente, necessitando de uma gestão integrada para as complexas determinações que 
garanta água para todos. 
A gestão necessita considerar de forma integrada e harmônica os arranjos institucionais 
envoltos a situação político administrativo e o gerenciamento hídrico. Também carece de 
elucidar as imbricações entre os arranjos na definição de uma política hídrica, bem como 
necessita o envolvimento na gestão hídrica dos municípios, estados e união para gerir de 
modo compartilhado da água. 
Deste modo, percebe-se que a gestão deve considerar de forma integrada e harmônica 
todos os princípios referentes a água, como as características referentes ao ciclo hidrológico, a 
quantidade da água, a questão energética, o aproveitamento da água nas atividades humanas e 
o controle sobre o uso e a quantidade e qualidade. É necessário que haja a governabilidade da 
água, ou seja, a capacidade da sociedade para identificar os desafios e problemas da água e 
elaborar soluções adequadas para implantá-las, permitindo responder e superar os problemas e 
desafios encontrados conjuntamente, uma vez que tudo o que acontece com uma bacia 
hidrográfica não pode ser resolvido isoladamente por um município se o problema afeta todos 
os municípios, então a solução faz necessário ser definida conjuntamente. 
O objetivo deste trabalho é analisar a gestão dos recursos hídricos em três Unidades de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do estado de São Paulo, as UGRHI – 17 
(Médio Paranapanema), UGRHI – 10 (Tietê/Sorocaba) e UGRHI – 2 (Paraíba do Sul), para 
que possa identificar os atores do gerenciamento dos recursos hídricos para cada Unidade 
estudada. 
 
2 - METODOLOGIA 
A metodologia realizada foi de observação participante, ou seja, contato direto com os 
atores estudados, como elucida CORREIA (2009), constituindo assim uma técnica de 
investigação com base na entrevista livre e semiestruturada e na base documental das 
Unidades estudadas. Buscou-se o conhecimento do espaço estudado e nos processos e 
 
15 
modelos adotados na gestão compartilhada ou não de cada uma das Unidades, sendo deste 
modo a pesquisa quantitativa e qualitativa. 
Para isso foi necessário realizar uma revisão bibliográfica sobre a governança, gestão e 
gerenciamento das Unidades, além da caracterização das UGRHI – 17 (Médio Paranapanema) 
UGRHI – 10 (Tietê/Sorocaba) e UGRHI – 2 (Paraíba do Sul), para analisar as leis, normas e 
resoluções que descrevem a política hídrica brasileira, a funcionalidade e organização dos 
comitês, com isso teve-se a possibilidade de identificar as estruturas de gestão dos recursos 
hídricos e os atores deste gerenciamento, tendo assim a sistematização das informações 
coletadas. 
 
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Os resultados obtidos através da aplicação dos questionários para os segmentos da 
sociedade civil, dos usuários, dos poderes públicos municipais, estaduais e federais nos três 
comitês acompanhados ao longo deste trabalho e a observação desenvolvida durante a 
participação das reuniões de plenárias, câmaras técnicas (CT), Oficinas do Plano de Bacia 
(OPB) e/ou Oficina de Trabalho (OT). Isso possibilitou entender através da ótica de vivência 
a dinâmica de gestão dos recursos hídricos dos comitês, assim como apontar as suas 
semelhanças e diferenças. 
Das questões aplicadas, destaca-se a questão que indagava sobre o principal problema 
relacionado as águas que afetava a bacia hidrográfica que o CBH estava inserido e as 
possíveis saídas para equacionar o problema, nos três comitê teve apontamentos a respeito à 
poluição ambiental e o desmatamento das nascentes e mata ciliar, porém quando atenta nas 
particularidades de cada CBH percebe-se que os apontamentos estão intrinsecamente 
relacionados com a conjuntura social e econômica de cada um dos comitês, assim como com 
a classificação das UGRHIs por afinidade ou vocação realizado pela CETESB (2006). 
Deste modo, tem-se o CBH MP com o principal problema relacionadoa água na bacia 
direcionado para o uso de agrotóxico, que vem ao encontro o uso e ocupação da UGRHI 17, 
consecutivamente a grande preocupação com o desmatamento das nascentes e mata ciliar, que 
está ligado com o trâmite que está correndo para a construção e instalação de mais nove PCHs 
para aumentar a capacidade elétrica da região, porém como já supracitado esta construção 
resultaria em imensurável impacto ambiental, o que justifica a preocupação os membros do 
CBH MP com o desmatamento das áreas de mata ciliar e de nascentes. 
 
16 
No CBH SMT a maior problema relacionado a água, cerca de 85 % dos questionários 
aplicados pontuou a situação de poluição ambiental e desmatamento, isso leva a pensar a 
respeito do reflexo que o processo de urbanização e concentração populacional está 
relacionado com a questão ambiental, além de ter nesta região aspecto industrial, que acarreta 
também em intensa poluição e a necessidade de mais áreas impermeáveis para as instalações. 
Já no CBH PS pertencente à Unidade com maior concentração industrial, os membros 
dos comitês mencionaram a poluição ambiental e o desmatamento como sendo os dois 
principais problemas enfrentados pela a bacia sobre a questão da água, sendo que 53 % dos 
entrevistados apontaram a poluição ambiental e desmatamento, para o CBH SMT as possíveis 
causas da preocupação com este quesito e 40 % dos entrevistados apontaram a escassez de 
água com sendo o principal problema, isso está conexo com a disponibilidade per capita de 
água que está diminuindo ao longo da série histórica da Unidade como aponta o plano de 
bacia, esta diminuição deve-se ao aumento da população na região que ocorre em maior 
proporção que a vazão média da BH. 
Portanto para os três comitês, com os resultados obtidos percebe-se que a conjuntura 
social e econômica de cada um se desvencilha para uma direção, possibilitando a classificação 
das UGRHIs por afinidade ou vocação segundo a CETESB (2006), em unidade agropecuária, 
conservação, em industrialização e industrial 
 
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A priori destaca-se a construção da identidade de cada um dos comitês estudados, são 
de situações socioeconômicas distintas, isso faz com que apresentem questões divergentes 
sobre a água, todavia problemas com poluição e/ou desmatamento das nascentes são 
recorrentes em ambos. 
Os principais problemas elencados pelos os comitês foram: O CBH MP a questão do 
uso do agrotóxico, CBH SMT e CBH PS apresentam a escassez de água e a poluição 
ambiental com o problema central. 
 
5 - REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei Federal n. 9433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos. Brasília, 1997. 361 p. 
 
17 
 _________. Lei Federal n. 9.984, de 17 de julho de 2000. Cria a Agência Nacional de 
Águas. 
CETESB. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo – 2005, 
2006. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/relatorios.asp>. Acesso em: 
Mai. 2017. 
DORFMAN, R. O papel do Estado na gestão dos recursos hídricos. Administração 
Pública. Rio de Janeiro, v.27, n.2, p.l9-26, abr./jun., 1993. 
LANNA, A. E. L. Gestão dos recursos hídricos. apud TUCCI. C.E.M. (Org.). Hidrologia: 
ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. da Universidade, 1997. 727-768 p. 
LEAL, A. C. Gestão das águas no Pontal do Paranapanema, 2000, [s.n.]. Tese (Doutorado 
em Geociências)- Universidade Estadual de Campinas/Instituto de Geociências,Campinas. 
2000. 
TUNDISI, J. E. M. Indicadores da qualidade da bacia hidrográfica para gestão integrada 
dos recursos hídricos. Estudo de caso: bacia hidrográfica do médio Tocantins (TO). 2008. 
152 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais)-, Universidade Federal de São 
Carlos, São Carlos, 2008. 
TUNDISI, J. G. Água no século 21: enfrentando a escassez. RIMA/IIE, 2003. 247p. 
YASSUDA, E. R. Gestão de Recursos Hídricos: Fundamentos e Aspectos Institucionais. Rev. 
Adm. Púb., Rio de Janeiro,v. 27,n.2,p. 5-18, abr·jun.1993. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
EFEITOS DA URBANIZAÇÃO NA DIVERSIDADE FUNCIONAL DE PEIXES DE 
RIACHOS DA MATA ATLÂNTICA 
GUINATO, Rayssa Bernardi1; CETRA, Mauricio2 
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Uso de Recursos Renováveis, Universidade 
Federal de São Carlos (UFSCar), e-mail: rayssaguinato@hotmail.com 
2 Departamento de Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 
 
RESUMO 
A busca pela quantificação da biodiversidade é um assunto de extremo interesse para a 
ecologia e conservação biológica. Atualmente, a avaliação da diversidade sob diversos 
aspectos é fundamental para ajudar a entender os processos de montagem das comunidades e 
suas respostas ambientais. O objetivo do presente estudo foi comparar a diversidade funcional 
dos peixes de riachos inseridos em áreas rurais e urbanas da Mata Atlântica. A diversidade 
funcional foi estimada a partir dos índices funcionais de riqueza (Fric), equabilidade (Feve), 
dispersão (Fdis), divergência (Fdiv), especialização (Fspe) e originalidade (Fori). Os índices 
funcionais de dispersão, especialização e originalidade mostraram-se diferentes entre os dois 
tipos de riachos, sendo a dispersão funcional maior para os locais rurais e a especialização e 
originalidade maiores nos riachos urbanos. Com isso, tem-se que, funcionalmente, a 
especialização e originalidade da ictiofauna dos riachos urbanos indicam a ação de um filtro 
ambiental ocasionado pela antropização. 
 Palavras-chave: comunidades; ictiofauna; índices; filtros 
 
1 - INTRODUÇÃO 
Há muito tempo os ecossistemas de todo o planeta vêm sofrendo perturbações 
antropogênicas, entretanto, atualmente, a humanidade enfrenta problemas ambientais 
desastrosos devido à deterioração extrema dos recursos naturais e destruição da qualidade de 
vida (INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2013). Os ambientes 
de água doce encontram-se eminentemente ameaçados pela construção de barragens, uso 
descontrolado de pesticidas e fertilizantes, destruição da mata ripária, assoreamentos e 
alterações no fluxo do canal (ROA-FUENTES; CASATTI, 2017). O crescimento de áreas 
rurais e urbanas afetam diretamente o funcionamento desses ambientes e acabam ocasionando 
o aumento da vulnerabilidade ambiental, diminuindo a estabilidade local e acarretando na 
perda da biodiversidade (CASATTI; TERESA, 2012; TERESA; CASATTI; 
CIANCIARUSO, 2015; TOUSSAINT et al., 2016; ROA-FUENTES; CASATTI, 2017). 
 
19 
Diante desse cenário preocupante, quantificar a biodiversidade sob diversos aspectos 
proporciona respostas mais abrangentes e complementares sobre a estrutura de uma 
comunidade biológica (CHAO; CHIU; JOST, 2014; TOUSSAINT et al., 2016) e permite 
utilizar essas informações como ferramentas importantes para subsidiar programas de 
preservação, conservação e manejo para esses ambientes altamente ameaçados (TOUSSAINT 
et al., 2016; HENRIQUES et al., 2017). 
Considerando esse contexto, o objetivo do estudo foi comparar a diversidade funcional 
dos peixes de riachos inseridos em áreas rurais e urbanas da Mata Atlântica, para entender os 
efeitos da urbanização nesses ambientes. 
 
2 - METODOLOGIA 
As coletas foram realizadas em duas sub-bacias da Região Hidrográfica do Paraná: a 
Bacia do Rio Sorocaba Médio-Tietê, com 18 pontos de coleta amostrados em riachos 
inseridos em ambientes urbanos (município de Sorocaba) e a Bacia do Alto Paranapanema, 
com 30 pontos de coleta em riachos inseridos em ambientes rurais. A amostragem foi 
realizada com equipamento de pesca elétrica, em 2014 e 2016. Percorreu-se uma distância de 
70m no sentido jusante - montante em cada trecho de riacho, na sequência de mesohabitat 
corredeira/rápido/poção. Os peixes coletados foram fixados e identificados. 
Os exemplares capturados tiveram 4 atributos morfométricos mensurados, que foram 
adaptadas de FISHER; HOGAN (2007), visando obter medidas relacionadas à alimentaçãoe 
locomoção das espécies. 
Através dos atributos morfométricos das espécies gerou-se uma matriz de distância 
utilizando-se a distância de Gower. O espaço funcional foi gerado a partir de uma análise de 
coordenadas principais (PCoA) nesta matriz de distância. Para interpretar o espaço funcional, 
utilizou-se o coeficiente de correlação linear de Pearson (r) entre os quatro atributos 
morfométricos e cada um dos dois primeiros eixos da PCoA. 
Para a comparação da diversidade funcional entre os ambientes seis índices de 
diversidade funcional foram utilizados, com base nos atributos morfométricos e a abundância 
total de cada espécie, sendo eles: riqueza (Fric), equabilidade (Feve), dispersão (Fdis), 
divergência (Fdiv), especialização (Feve) e originalidade (Fori) (MOUILLOT et al., 2013). 
Posteriormente, calculou-se a diferença (deltaaleat) entre os índices funcionais dos 
riachos rurais e urbanos através de um processo de randomização. A partir dos valores obtidos 
 
20 
(deltaaleat) testou-se a hipótese nula de que não há mudança na estrutura funcional das duas 
comunidades de peixes nos dois tipos de ambientes. Por fim, considerou-se que existe 
diferença funcional para os ambientes rurais e urbanos quando o deltaobs dos índices fosse 
menor que 2,5% ou maior que 97,5% de todos os deltaaleat. 
Todas as análises foram realizadas utilizando a versão 3.3.2 do software R 
(Development Core Team, 2016), através das funções quality_funct_space, 
quality_funct_space_fromdist, plot_funct_space e multidimFD (VILLÉGER; MAIRE; 
MOUILLOT, 2017). 
 
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Foram capturados 3926 indivíduos, 1836 provenientes do ambiente rural e 2093 do 
urbano. Baseado nas características funcionais pode-se interpretar que o espaço funcional 
apresentou dois gradientes. O eixo 1 representou um gradiente de posição na coluna d’água e 
hidrodinamismo, com peixes com maior capacidade natatória e nectônicos posicionados na 
extremidade direita do espaço funcional, sendo representados pelas espécies Hyphessobrycon 
anisitsi, Poecilia reticulata e Poecilia vivipara, já o eixo 2 indicou que o gradiente está 
relacionado com o tamanho e natureza dos itens alimentares capturados, com peixes que 
capturam itens alimentares menores situados no extremo inferior do espaço funcional, como a 
Poecilia vivipara e Misgurnus anguilicaudatus (Figura 1). 
Figura 1: Representação do espaço funcional bidimensional gerado pela PCoA, com as 
espécies vértices e seus respectivos nomes científicos.
 
Fonte: elaborada pelos autores (software R), 2017. 
 
 
21 
Pode-se considerar que não existe diferença funcional entre os ambientes urbanos e 
rurais quando se leva em consideração a riqueza (Fric), divergência (Fdiv) e equabilidade 
(Feve). Por outro lado, a dispersão funcional (Fdis) é maior no ambiente rural e a 
originalidade (Fori) e especialização (Fspe) são maiores no ambiente urbano. 
O fato de a dispersão funcional ter sido maior para o ambiente rural indica que as 
espécies desses riachos estão apresentando funções mais diferenciadas por todo o espaço 
funcional, enquanto que, as espécies presentes nos riachos urbanos são funcionalmente mais 
parecidas em relação à distribuição de seus atributos funcionais. 
Diferentemente do que se esperava, a especialização e originalidade funcional com 
valores mais elevados não são indicadores suficientes de melhor funcionalidade do ambiente. 
Observou-se a influência de um filtro ambiental nesses riachos urbanos que fez com que a 
dispersão de funções fosse restrita e acumulada nas espécies com atributos extremos (vértices 
do espaço funcional), ou seja, as espécies especializadas funcionalmente estão sustentando a 
maior parte de funções nesses locais urbanizados. 
 
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os índices funcionais indicaram que os riachos urbanos são funcionalmente mais 
especializados e originais, mas com a distribuição de suas características funcionais restrita. 
 
5 – REFERÊNCIAS 
CASATTI, L.; TERESA, F. B. A multimetric index based on fish fauna for the evaluation of 
the biotic integrity of streams at a mesohabitat scale. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 24, 
n. 4, p. 339–350, 2012. 
CHAO, A.; CHIU, C.-H.; JOST, L. Unifying species diversity, phylogenetic diversity, 
functional diversity, and related similarity and differentiation measures through Hill numbers. 
Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, v. 45, n. 1, p. 297–324, 2014. 
FISHER, R.; HOGAN, J. D. Morphological predictors of swimming speed : a case study of 
pre-settlement juvenile coral reef fishes. The Journal of Experimental Biology, n. 210, p. 
2436–2443, 2007. 
HENRIQUES, S. et al. Biogeographical region and environmental conditions drive functional 
traits of estuarine fish assemblages worldwide. Fish and Fisheries, n. June 2016, p. 1–20, 
2017. 
 
22 
INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. CLIMATE CHANGE 2013 
The Physical Science Basis Switzerland, 2013. Disponível em: <www.ipcc.ch>. Acesso em 
março 2017. 
MOUILLOT, D. et al. A functional approach reveals community responses to disturbances. 
Trends in Ecology & Evolution, v. 28, n. 3, p. 167–177, 2013. 
ROA-FUENTES, C. A.; CASATTI, L. Influence of environmental features at multiple scales 
and spatial structure on stream fish communities in a tropical agricultural region. Journal of 
freshwater Ecology. v. 5060, jul. 2017. 
TERESA, F. B.; CASATTI, L.; CIANCIARUSO, M. V. Functional differentiation between 
fish assemblages from forested and deforested streams. Neotropical Ichthyology. v. 13, n. 2, 
p. 361–370, 2015. 
TOUSSAINT, A. et al. Global functional diversity of freshwater fish is concentrated in the 
Neotropics while functional vulnerability is widespread. Scientific Reports, v. 6, n. October 
2015, p. 1–9, 2016. 
VILLÉGER, S.; MAIRE, E.; MOUILLOT, D. Assessing functional diversity from traits to 
multidimensional indices. 2017. Disponível em: <http://villeger.sebastien.free.fr/FD.html>. 
 
 
23 
EFEITOS ECOTOXICOLÓGICOS DO COBRE PRESENTE NO SEDIMENTO DO 
RESERVATÓRIO GUARAPIRANGA-SP EM LARVAS DE CHIRONOMUS 
SANCTICAROLI 
PELIZARI, Gisele Pires
1
; ALBUQUERQUE, Felícia Pereira de
2
; CARLOS, Viviane 
Moschini 
3, 4
 POMPÊO,
 
Marcelo Luiz Martins 
4
. 
1 
Mestranda em Ciências Ambientais, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" -UNESP, e-mail: 
giselepelzbio@gmail.com 
2 
Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Ponta Grosa - PR(UEPG); Mestre em Ciências 
Biológicas área de concentração Entomologia, Universidade Federal do Paraná (UFPR); Doutoranda em 
Ciências Ambientais, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" -UNESP. 
3 4
 Professora de Limnologia: Teoria e Aplicações, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP).
 
4 
Professor Doutor Instituto de Biociências- USP. 
 
RESUMO 
O uso de algicidas a base sulfato de cobre em reservatórios de água na remoção de algas 
e cianobactérias têm ocasionado o aumento das concentrações de cobre em ecossistemas 
aquáticos. O aumento das concentrações de cobre pode causar efeitos nocivos e até mesmo a 
morte dá biota aquática. O objetivo desta pesquisa é avaliar e quantificar a presença de cobre 
nos sedimentos do reservatório Guarapiranga - SP e os seus efeitos em larvas de Chironomus 
sancticaroli. Para realização dos experimentos serão coletados sedimentos do reservatório 
Guarapiranga - SP e levados para o laboratório. No laboratório serão realizadas análises da 
matéria orgânica, leitura dos metais e bioensaios de toxicidade agudo e crônico com larvas de 
Chironomus sancticaroli, análises físicas e químicas da água. Após os testes serão feitas 
análises morfológica para verificar possíveis alterações no mento, teste de bioacumulação de 
cobre nas larvas, determinação da mortalidade e classificação do sedimento. 
Palavras chave: Ecossistema aquático; Substância metálica; Macroinvertebrados bentônicos;Teste crônico e agudo. 
 
1 - INTRODUÇÃO 
A água apesar de ser de fundamental importância vem sendo constantemente degradada 
(Palaniappan et al., 2013; Ceolin, 2017). Com o lançamento constante de resíduos e de 
diversas substâncias químicas e principalmente de nutrientes (Esteves, 1998; Kköz, 2017). O 
enriquecimento dos corpos d’água com nutrientes acabam acelerando o processo de 
eutrofização dos ecossistemas aquáticos (Souza et al., 2014). Tendo como consequência o 
aumento de florações de algas e de cianobactérias potencialmente tóxicas (Macedo & 
Sipaúba-Tavares, 2010). O aumento de algas e de cianobactérias causam alterações na 
mailto:giselepelzbio@gmail.com
 
24 
qualidade da água prejudicando o seu uso para a irrigação e o abastecimento público (Bishop 
et al., 2014). 
O controle das florações de algas e cianobactérias em ecossistema aquático são 
comumente realizados através do emprego de algicidas à base de sulfato de cobre (Tsai, 
2016). O emprego de algicidas a base de sulfato de cobre tem contribuído com aumento do 
teor de cobre em ambientes aquáticos (Otomo et al., 2015). O cobre em excesso pode causar 
efeitos tóxicos e até mesmo a morte das espécies aquáticas (Sampaio, 2013). 
Com intuito de compreender a ação e os efeitos nocivos que essas substâncias metálicas 
causam, e assim sinalizar o seu potencial risco e o seu mecanismo de ação sobre os 
organismos, ensaios ecotoxicológicos com organismos bioindicadores vêm sendo empregados 
em testes de rotina em monitoramentos ambientais (Warren & Haack, 2001). Através dos 
resultados desses ensaios é possível desenvolver ações preventivas e medidas mitigadoras 
para essas substâncias químicas (He et al., 2016). 
Diante do exposto essa pesquisa tem o objetivo avaliar e quantificar a presença de cobre 
nos sedimentos do reservatório Guarapiranga - SP e os seus efeitos em larvas de Chironomus 
sancticaroli. 
 
2 - METODOLOGIA 
2.1. Área de estudo 
A área de estudo será o reservatório de Guarapiranga-SP e para realização da pesquisa 
serão coletadas amostras de sedimento de cinco pontos do reservatório em triplicatas. As 
amostras serão acondicionadas e conduzidas ao laboratório da UNESP. No laboratório serão 
feitos a triagem, a remoção da matéria grosseira e armazenadas para posteriores análises. 
 
2.2. Análises do sedimento 
Para análise da matéria orgânica será separados e colocados uma 1g das amostras de 
sedimento na mufla a 500°C, por um período de 4 horas. Depois serão pesadas em balança 
analítica e posteriormente feitos os devidos cálculos. Para determinação de metal 
biodisponível e pseudo-total, serão separados e secos 1g das amostras de sedimento em estufa 
a 40 
o 
C por 24 horas e depois serão feitas a digestão ácida (USEPA, 1986) e a leitura em 
espectrometria de emissão óptica com plasma - ICP OES. 
 
 
25 
2.3. Criação da espécie Chironomus sancticaroli 
O organismo-teste selecionado Chironomus sancticaroli, será obtido do laboratório de 
Limnologia - UNESP. Para a preparação do teste agudo serão colocadas massas de ovos em 
bandejas plásticas (Richardi, 2013) e quando atingirem o III ínstar final e do IV ínstar inicial 
serão transferidos e mantidos em vidros com água e sedimento do reservatório por 96 horas. 
Já para a preparação do teste crônico, massas de ovos serão colocadas em placas de petri e 
depois de quarenta e oito horas as larvas de I ínstar serão separadas e em seguida serão 
transferidas e mantidas em vidros com água e sedimento do reservatório por um período de 10 
dias. Os resultados serão calculados com o método de regressão linear através de programa 
estático Trimmed Spearman-Karber (Hamilton, 1977). Em todas as análises de ecotoxicidade 
vão ser realizadas simultaneamente medidas de pH, condutividade, oxigênio dissolvido e 
temperatura da água dos experimentos (OECD 2004a; OECD 2004b). 
 
2.4. Teste de substância referência 
Serão feitos testes de referências de acordo com a OECD (2004a; 2004b) e a substância 
usada será o Cloreto de Potássio (KCl). 
 
2.5. Análises dos resultados 
Após a realização dos bioensaios de toxicidade agudo e crônico serão feitas análises 
morfológica para verificar possíveis alterações no mento, teste de bioacumulação de cobre nas 
larvas, determinação da mortalidade e classificação do sedimento. 
 
3 – REFERÊNCIAS 
AKKÖZ, C. The determination of some pollution parameters, water quality and heavy 
metal concentrations of aci Lake (Karapinar / Konya, Turkey). Transylv. Rev. Syst. Ecol. 
Res. 19.1, "The Wetlands Diversity”. 2017. 
BISHOP, W. M.; WILLIS, B. E. ; HORTON, C. T. Affinity and Efficacy of Copper 
Following an Algicide Exposure: Application of the Critical Burden Concept for 
Lyngbyawollei Control in Lay Lake, AL. Environmental Management, v. 55, p.983–990, 
2015. 
 
26 
CEOLIN, L. P. W. ; JUNIOR T. R. A.; MORAIS, M. M. Avaliação de impactos ambientais 
em sistemas aquáticos. Caso de estudo do Rio Órbigo, Espanha. Revista Brasileira de 
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ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência. 1998. 575p. 
HAMILTON, M. A. RUSSO, R. C.; THURSTON, R. V. Trimmed Spearman – Karber 
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HE, Y. ; XU, J. ; GUO, C. LV, J. ; ZHANG, Y. ; MENG, W. Bioassay-directed identification 
of toxicants in sediments of Liaohe River, northeast China. Environmental Pollution, v. 219 
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MACEDO, C. F.; SIPAÚBA-TAVARES, L. H. Eutrofização e qualidade da água na 
piscicultura: consequências e recomendações. Bol. Inst. Pesca São Paulo, v. 36,n. 2,p. 149 – 
163, 2010. 
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT – OECD. 
Guidelines for the testing of chemicals nº 220: Enchytraeid reproduction test. Paris: OECD. 
2004 a. 
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT – OECD. 
Guidelines for the testing of chemicals nº 222: Earthworm reproduction test. Paris: OECD. 
2004 b. 
OTOMO, J. I. ; SILVA, S. C.; SANTOS, W. D. S.; JARDIM, E. A. M.; POMPÊO, M. 
Avaliação de políticas para preservação e recuperação de mananciais de abastecimento 
público da região metropolitana de São Paulo. apud Pompêo et al. (Orgs.) Ecologia de 
reservatórios e interfaces, São Paulo : Instituto de Biociências da Universidade de São 
Paulo. 2015. 
PALANIAPPAN, M.; GLEICK, P. H.; ALLEN, L.; COHENN, M. J. ; SMITHH, J. C.; 
SMITH, C. Cuidando das Águas: Soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos; 
(Clearing the Waters: a focus on wáter quality solutions); rev. Danúzia Queiroz; apres. Achim 
Steiner; trad. Agência Nacional de Águas (ANA). Brasília, p. 17.2013. 
RICHARDI, V. S. REBECHI, D.; ARANHA, J. M. R.; NAVARRO-SILVA, M. A. 
Determination of larval instars in Chironomus sancticaroli (Diptera: Chironomidae) using 
novel head capsule structures. ZOOLOGIA, v.30, n.2,p.211–216, Apr. 2013. 
 
27 
SAMPAIO, F. G.; BOIJINK, C. L.; RANTIN, F. T. O uso do sulfato de cobre em 
ecossistemas aquáticos: fatores que afetam sua toxicidade em peixes de água doce. Embrapa 
Meio Ambiente, Jaguariúna, . 2013. 
SOUZA, J. S.; PEDROSA, P.; GATTS, P V.; GRAVINA, GERALDO A. Aplicação das 
concentrações e proporções de nutrientes no diagnóstico da eutrofização. Vértices, Campos 
dos Goytacazes, v.16, n.1, p. 199-218, jan./abr. 2014. 
TSAI, K. P. Management of Target Algae by Using Copper-Based Algaecides: Effects of 
Algal Cell Density and Sensitivity to Copper. Water Air Soil Pollut,v. 227,p. 238. 2016. 
WARREN, L. A.; HAACK, E. A. Biogeochemical Controls on Metal Behaviour in 
Freshwater Environments. Earth - Science Reviews, v. 54, n. 4 , p. 261-320,. 2001. 
USEPA - United State Environmental Protection Agency; USEPA 3050B, Method 3050B. 
Acid Digestion of Sediments, Sludges and Soils. Disponível em:< 
http://www.epa.gov/waste/hazard/ testmethods/ sw846/pdfs/3050b.pdf>,Acessado em: 
agosto, 2017. 
 
 
 
28 
ELABORAÇÃO DE UMA TIPOLOGIA PARA RESERVATÓRIOS DE SÃO PAULO 
COM BASE NA DIRETIVA QUADRO DA ÁGUA DA UNIÃO EUROPEIA 
CARDOSO-SILVA, Sheila
1
; POMPÊO, Marcelo
2
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane 
3
 
1,
 Pós-Doutoranda, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) e-mail: she.cardosos@gmail.com 
2 
Professor, Instituto de Biociências (USP), 
3
 Professor, Limnologia: Teoria e Aplicações, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) 
 
RESUMO 
Baseando-se no sistema de gestão de recursos hídricos europeu buscou-se adequar uma 
tipologia para represas do estado de São Paulo com o intuito de aprimorar a gestão hídrica. 
Foi testada uma tipologia do tipo B composta por variáveis obrigatórias e facultativas. Análise 
de agrupamento indicou a formação de quatro grupos de reservatórios. Análise de 
Componentes Principais indicou no eixo 1 um gradiente ambiental no sentido leste oeste do 
estado opondo reservatórios de maiores latitudes (autovalor: 0,94) e dimensões (autovalor: 
0,84) no oeste e reservatórios pequenos (autovalor: -0,89), de maior altitude, com maior 
pluviosidade média (autovalor: 0,84) na porção leste. No eixo 2 subtipos foram determinados 
pela profundidade média (autovalor: 0,76) e pela longitude (autovalor: 0,49). Os dados 
sugerem a necessidade de gerir estes sistemas de maneira distinta, pois, naturalmente diferem 
entre si. A tipologia apresentada revela-se como uma importante ferramenta para o 
estabelecimento de políticas públicas. 
Palavras-chave: gestão; recursos hídricos; classificação 
 
1 - INTRODUÇÃO 
A Diretiva Quadro da Água (DQA), o modelo de gestão de recursos hídricos europeu, 
é um sistema que apresenta caráter inovador, pois, o foco da gestão não está no uso que se faz 
da água, mas, na qualidade ecológica do corpo hídrico (CARDOSO-SILVA et al, 2013). A 
DQA tem como objetivo proteger e restaurar todos os corpos hídricos da União Europeia, 
buscando atingir um ‘bom’ estado químico e ecológico (CARDOSO-SILVA et al, 2013). No 
‘bom estado’ as condições biológicas e de qualidade da água não apresentam desvio ou 
possuem ligeiro desvio em relação às condições de referência do corpo hídrico (CARDOSO-
SILVA et al, 2013). 
A DQA estabelece como primeira etapa o estabelecimento de uma tipologia. A 
aplicação da tipologia parte do princípio, de que massas de água com características 
ecológicas semelhantes apresentam um conjunto semelhante de habitat, comunidades 
 
29 
biológicas e funcionamento similar. O objetivo da definição inicial de tipos ecológicos de 
massas de água é permitir que fosse corretamente estabelecidas condições de referência 
(LANGHAMMER et al., 2012) e que sejam comparáveis as classificações de estado 
ecológico, dentro de cada categoria de ecossistemas com características semelhantes 
(LANGHAMMER et al., 2012). Desta forma, as condições de referência são estabelecidas 
para cada categoria de tipos e não para cada corpo hídrico em particular no intuito de 
simplificar a gestão. 
A DQA recomenda, para cada grupo de ecossistemas aquáticos: rios, lagos, águas de 
transição e águas costeiras, uma classificação que pode seguir dois sistemas distintos A e B 
(anexo II da DQA- EC, 2000). Esta classificação é baseada em condições climáticas, 
geológicas, morfológicas e hidrológicas, e o que se espera é que condições abióticas distintas 
possuam características, biológicas e ecológicas distintas. A escolha da metodologia dos 
sistemas A ou B é uma decisão dos Estados Membros. O sistema A é composto por uma série 
de variáveis obrigatórias e categorizadas, produzindo tipos distintos de massas de água, e o 
sistema B, além das variáveis obrigatórias elenca uma série de variáveis facultativas. O 
sistema A, por exigir um menor número de variáveis, é de mais fácil implantação. O sistema 
B só é utilizado quando a tipologia determinada pelo tipo A não resultar em uma tipologia 
adequada para o estabelecimento das condições de referência. 
A definição da tipologia tem se mostrado uma etapa importante, por permitir que 
gestores e a população compreendam melhor as diferenças naturais nas comunidades 
aquáticas e consequentemente diferenças nas medidas de restauração (HERING et al., 2010). 
Este trabalho trata da tentativa de adequar uma tipologia para represas do estado de São 
Paulo. Uma tipologia do tipo A foi testada previamente, porém, revelou-se impraticável e sem 
aplicação possível no caso de São Paulo. Neste trabalho foi testada uma tipologia do tipo B, 
introduzindo variáveis específicas para reservatórios. 
 
2 - METODOLOGIA 
Foram selecionados 49 reservatórios do estado de São Paulo monitorados pela agência 
ambiental local, a CETESB (Companhia de Saneamento Ambiental). O sistema B aplicado 
incluiu como variáveis obrigatórias: longitude (Log), latitude (Lat) e altitude (Alt) (Google 
Earth), dimensão (Dim) e profundidade média (Z) (Comitê Brasileiro de Barragens- CBDB 
http://www.cbdb.org.br/site/index.asp). Como variável facultativa foi selecionada a 
http://www.cbdb.org.br/site/index.asp
 
30 
precipitação anual média (Ppc) (série histórica- DAEE Departamento de Águas e Energia 
Elétrica- http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/). Como variável específica para reservatórios 
utilizou-se o tamanho da área da bacia de drenagem (Adr). Para observação da formação de 
grupos foi utilizada análise estatística multivariada de agrupamento (distância euclidiana- 
método Ward). Foi aplicada também Análise de Componentes Principais com base numa 
matriz de correlações (LEGENDRE, LEGENDRE, 1998). Previamente às análises os dados 
foram padronizados pelo método de escores Z. 
 
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
No Sistema B o arranjo da ACP indicou que 67,42% da variância total dos dados é 
explicada por duas componentes principais. A ACP (Fig 2) opôs no primeiro eixo 
reservatórios de maiores latitudes (autovalor: 0,94) e dimensões (autovalor: 0,84) localizados 
no oeste do estado a reservatórios pequenos, de maior altitude (autovalor: -0,89) e com maior 
pluviosidade média (autovalor: 0,84) na porção leste. Tudo indica, portanto, a existência de 
dois tipos ecológicos principais relacionados com a dimensão da massa de água e da bacia de 
drenagem, e subtipos determinados pela profundidade média (autovalor: 0,76) e pela 
longitude (autovalor: 0,49) (gradientes secundários expressos no 2º eixo). A análise de cluster 
permitiu a observação de 4 tipos de represas. Os dados sugerem que a aplicação do sistema B 
é mais adequada do que o sistema A isto porque este último sistema classificou como 
semelhantes alguns reservatórios sabidamente distintos. 
O gradiente abiótico observado no sentido leste oeste do estado, evidente 
principalmente pelo uso do sistema B, mostra a necessidade de se instaurar maneiras 
específicas para gerenciar estes corpos hídricos. A informação é reforçada pelo fato deste 
gradiente coincidentemente refletir os diferentes usos e impactos que as bacias hidrográficas 
são majoritariamente expostas. Reservatórios do tipo I em geral apresentam-se em bacias 
hidrográficas predominantemente industrializadas, reservatórios do tipo II em áreas em 
processo de industrialização e reservatórios tipo III e IV em bacias com predomínio de 
atividades agrícolas, conforme Anexo III da Lei Estadual 9034/1994. 
Os reservatórios do tipo I estão localizados numa região predominantemente 
industrializada com um dos maiores adensamentos populacionais do país. Nesta categoria de 
reservatórios inserem-se, por exemplo, os reservatórios Billings e Guarapiranga, importantes 
http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/
 
31 
mananciais para o abastecimento público com registro de contaminação por metais e fármacos 
e problemas associados à eutrofização (LÓPEZ DOVAL et al., 2017). 
 
Figura 01: Ordenação com base na análise de Componentes Principais (PCA) de 49 
reservatórios do estado de São Paulo. 
 
Fonte: Autoria, 2017.Figura 02: a) Análise de agrupamento (distância euclidiana; método Ward) (a) e distribuição 
espacial (b) para 49 reservatórios do estado de São Paulo segundo sistema B. 
a)
 
b)
 
Fonte: Autoria, 2017. 
Os reservatórios categorizados como tipo II, apresentam-se em bacias hidrográficas 
em geral em fase de industrialização e, portanto, sujeitas a diversos impactos antrópicos. 
Diversos trabalhos apontam para a degradação destes reservatórios, com diversos relatos 
sobre o processo de eutrofização (TUNDISI et al, 2013; BUZELLI et al., 2013). 
Reservatórios tipo III e IV estão localizados em bacias hidrográficas predominantemente 
 
32 
ocupadas por atividades agrícolas, muitos deles são utilizados para a geração de energia 
hidrelétrica. Os reservatórios do tipo IV englobam apenas os reservatórios de Porto Primavera 
e Ilha Solteira, com as maiores dimensões e volume registrados. Ambos foram construídos ao 
longo do rio Paraná para geração de energia hidrelétrica. 
 
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O estabelecimento de uma tipologia pode contribuir de maneira significativa nos 
processos de gestão dos recursos hídricos. O trabalho apresentado revela-se como uma 
importante ferramenta para o estabelecimento de políticas públicas com a possibilidade de 
estreitar o diálogo entre a comunidade científica e os gestores no intuito de garantir a 
sustentabilidade dos corpos hídricos. 
 
5 - REFERÊNCIAS 
BUZELLI, G.M.; DA CUNHA-SANTINO, M.B. Diagnosis and analysis of water quality and 
trophic state of Barra Bonita reservoir, SP. Rev Amb Água, v. 8, n.1, p. 186–205, 2013. 
CARDOSO-SILVA, S.; FERREIRA, T.; POMPÊO, M.L.M. Diretiva Quadro da Água: uma 
revisão crítica e a possibilidade de aplicação ao Brasil, Ambient Soc, v.16, n.1, p.39–58, 
2013. 
HERING, D., et al. The European Water Framework Directive at the age of 10: A critical 
review of the achievements with recommendations for the future. Sci Total Environ, v.408, 
p.4007–4019, 2010. 
LANGHAMMER, J et al. The variability of surface water quality indicators in relation to 
watercourse typology, Czech Republic. Environ Monit Assess, v.184, p.3983–3999, 2012. 
LEGENDRE, P.; LEGENDRE, L. Numerical Ecology. Amsterdam: Elsevier Science, 1998. 
LÓPEZ-DOVAL J.C., et al. Nutrients, emerging pollutants and pesticides in a tropical urban 
reservoir: Spatial distributions and risk assessment. Sci Tot Env, v. 575, p. 1307-1324, 2017. 
TUNDISI, J. E.; MATSUMURA-TUNDISI, T., The ecology of UHE Carlos Botelho 
(Lobo/Broa reservoir) and its watershed, São Paulo, Brazil Freshw Biol, v.6, p. 75– 91, 2013. 
 
 
 
 
 
33 
GEOCRONOLOGIA E TAXAS DE SEDIMENTAÇÃO EM TESTEMUNHOS DE 
RESERVATÓRIOS PAULISTAS 
CARDOSO-SILVA, Sheila
1
; MIZAEL, Juliana O.S.S.
 2
; FRASCARELI, Daniele
2
; POMPÊO, 
Marcelo
3
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane 
4
 
1,
 Pós-Doutoranda, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) e-mail: she.cardosos@gmail.com 
2
Doutoranda, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP), 
3
 Professor, Instituto de Biociências (USP) 
4
 Professor, Limnologia: Teoria e Aplicações, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) 
 
RESUMO 
A datação, que é o conjunto de datas de deposição das diferentes camadas sedimentares de 
uma dada coluna sedimentar, é uma das primeiras e mais importantes etapas em estudos de 
que adotem uma abordagem paleolimnológica com o intuito de levantar o histórico de 
impactos num corpo hídrico. Testemunhos sedimentares foram coletados nos reservatórios do 
Broa, Barra Bonita e Atibainha e fatiados em intervalos de 2 cm. Os testemunhos foram 
datados com 
210 
Pb, método alfa e modelo CRS (Constant Rate of Supply). Os perfis 
sedimentares analisados abrangeram o período anterior e posterior de operação dos 
reservatórios. As taxas de sedimentação tenderam a aumentar ao longo do tempo em todos os 
reservatórios amostrados. O aumento observado nas taxas de sedimentação foram vinculados 
a uma série de fatores como a eutrofização, alterações no regime climático e aos usos e 
ocupação do solo na bacia hidrográfica como a expansão urbana. 
Palavras-chave: datação; sedimentos; paleolimnologia 
 
1 - INTRODUÇÃO 
A datação, que é o conjunto de datas de deposição das diferentes camadas 
sedimentares de uma dada coluna sedimentar ou testemunho, é uma das primeiras e mais 
importantes etapas em estudos de reconstituição paleoambiental (FERREIRA et al., 2008). 
Sem uma datação confiável, o tempo correto dos eventos ocorridos não pode ser estabelecido 
(FERREIRA et al., 2008). Existe uma variedade de técnicas para se determinar idades 
absolutas, incluindo métodos de datação radiométricos e métodos químicos (COHEN, 2003). 
Cada técnica é adotada dependendo dos objetivos a serem atingidos. Para sedimentos 
recentes, as datações com 
210 
Pb são as mais utilizadas pois englobam em média um período 
de cerca de 150 anos (NOLLER, 2000). 
 
34 
A geocronologia a partir do 
210
Pb é baseada no princípio do decaimento radioativo. O 
210
Pb presente na coluna sedimentar diminui com a profundidade devido ao seu decaimento 
radiativo para 
210
Bi. A variação dessa diminuição fornece informações para o cálculo da taxa 
de sedimentação, uma vez que as camadas de sedimento são formadas com regularidade 
cronológica que permitem sua datação (FIGUEIRA et al, 2007). Existem diversos modelos 
que podem ser utilizados na datação de um testemunho. Dois modelos tradicionalmente 
empregados em estudos paleolimnológicos são o CRS (Constant rate of Supply- taxa 
constante de suprimento) e o CIC (Constant Initial Concentration - Concentração Inicial 
Constante) (SMOL, 2008). O modelo CIC é de fácil aplicação e não necessita da informação 
referente ao inventário total de 
210
Pb não-suportado e da porosidade do sedimento, 
informações necessárias para a aplicação do modelo CRS (SHUKLA; JOSHI, 1989). A 
grande vantagem do modelo CRS é ser aplicável em ambientes cuja taxa de sedimentação 
varia ao longo do tempo (APPLEBY, OLDFIELD, 1978). O objetivo deste trabalho é efetuar 
a datação de três reservatórios no estado de São Paulo e utilizando as taxas de sedimentação 
obtidas, discutir os impactos decorrentes das atividades na bacia hidrográfica. 
 
2 - METODOLOGIA 
Foram coletados três testemunhos sedimentares em três reservatórios diferentes: Broa 
(Br), Barra Bonita (BB) e Atibainha (At). Cada testemunho foi fatiado em intervalos de 2 cm. 
Exceto em Barra Bonita (BB) onde as primeiras fatias tinham 4 cm. As fatias foram 
numeradas em ordem crescente a partir do topo do núcleo até a parte inferior. Os testemunho 
do Broa apresentou uma profundidade total de 36 cm, o de Barra Bonita 32 cm e o 
testemunho do reservatório Atibainha (At) uma profundidade total de 20 cm. Em laboratório 
os sedimentos foram secos em estufa a 50°C e macerados com auxílio de almofariz e pistilo. 
Entre 10 e 15 g de sedimento de cada amostra foram destinados à datação e encaminhadas ao 
laboratório multiusuário da Universidade de Valência (Espanha). As amostras permaneceram 
por pelo menos 20 dias em repouso para que o 
210
Pb entrasse em equilíbrio radioativo com o 
222
Rn. A contagem das emissões alfa decorrentes do decaimento radiativo foram feitas em 
espectrômetro alfa (Alpha Analyst, Canberra). As amostras foram submetidas a ataque 
químico (CAZOTTI, et al., 2008). Para o cálculo da idade, em função da profundidade foi 
utilizado o modelo CRS (Constant Rate of Supply) (APPLEBY, OLDFIELD, 1978). 
 
 
35 
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
A análise do decaimento do 
210
Pb por espectrometria alfa nos reservatórios Atibainha, 
Barra Bonita e Broa apresentou-se adequada para fornecer informações tanto sobre as taxas de 
sedimentação quanto para o cálculo da datação. Os perfis sedimentares analisados abrangeram 
o período anterior e posterior de operação dos reservatórios. 
As taxas de sedimentação tenderam a aumentar ao longo do tempo em todos os 
reservatórios amostrados, comtaxas mais baixas no período anterior à operação dos mesmos. 
As taxas de sedimentação nas represas Atibainha (0,33±0,13 cm/ano) e Barra Bonita 
(0,34±0,18 cm/ano), apresentaram valores médios semelhantes entre si durante o período em 
que entraram em operação, em oposição à represa do Broa cuja taxa média de sedimentação 
foi mais elevada (0,57±0,30 cm/ano). No reservatório Atibainha as mais elevadas taxas de 
sedimentação foram registradas nas camadas superficiais referentes aos anos de 2012 (0,48 
cm/ano) e 2015 (0,48 cm/ano). No reservatório Barra Bonita os picos de sedimentação 
também ocorreram nas camadas superficiais entre nos anos de 2011 (0,73 cm/ano) e 2015 
(0,41 cm/ano). Para o reservatório do Broa a partir do final da década de 70 a sedimentação 
tendeu a aumentar, com os mais elevados teores nos anos de 1992 (0,92 cm/ano), 2014 (0,75 
cm/ano) e 2015 (1,14 cm/ano). 
O aumento observado nas taxas de sedimentação pode estar vinculado a uma série de 
fatores como a eutrofização (ZHANG et al., 2016), alterações no regime climático e aos usos 
e ocupação do solo na bacia hidrográfica como a expansão urbana (FÁVARO et al., 2007). 
Referente à eutrofização todas as represas avaliadas apresentam impactos relacionados ao 
aumento da trofia, em menor ou maior grau, o que poderia justificar o aumento registrado ao 
longo do tempo nas taxas de sedimentação. Na represa de Barra Bonita (BUZELLI, CUNHA-
SANTINO, 2013) o processo de eutrofização é reconhecido há alguns anos. O reservatório 
Atibainha, embora pertença ao Sistema Cantareira, um conjunto de reservatórios multi-
sistema cuja qualidade da água é reconhecida como boa (WHATELY, CUNHA, 2006; 
CETESB, 2015), tem passado por oscilações ao longo do ano entre a oligo e a eutrofia 
(CETESB, 2015), sugestivo do aumento do aporte de nutrientes ao longo da sua bacia 
hidrográfica. No reservatório do Broa, há indícios de episódios ocasionais de aumento nos 
teores de nitrogênio e fósforo que levam a uma mudança na trofia oligotrófica para 
mesotrófica (TUNDISI, MATSUMURA-TUNDISI, 2013). Há inclusive o registro de 
florações da cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii (TUNDISI et al., 2015). 
 
36 
Em relação às alterações no regime climático sabe-se que aumentos nas taxas de 
sedimentação estão associados aos períodos chuvosos (FÁVARO et al., 2007). Nos 
reservatórios Atibainha e Barra Bonita, a camada superficial, referente ao ano de 2015 
apresentou ligeira diminuição na taxa de sedimentação em relação à camada imediatamente 
anterior. Esta diminuição na taxa de sedimentação pode estar vinculada à crise hídrica 
observada para todo o estado de São Paulo causada pela intensa estiagem no período de 2014 
e 2015. No Sistema Cantareira, por exemplo, houve a necessidade de se utilizar o volume-
morto dos reservatórios Jaguari e Jacareí, localizados à montante do reservatório Atibainha, 
para que o Sistema continuasse em operação, justificando, portanto, as alterações na taxa de 
sedimentação para o período observado neste último reservatório. 
Para o reservatório Atibainha, além do processo de eutrofização, a supressão de áreas 
de Mata Atlântica no período de 1989 a 2003 (15,2%) em sua bacia hidrográfica 
(WHATELY, CUNHA, 2006) pode ter levado ao aumento dos processos erosivos na região e 
consequentemente ter favorecido o aumento das taxas de sedimentação ao longo do tempo. As 
intensas transformações nos padrões de uso e ocupação do solo nos reservatórios de Barra 
Bonita (BUZELLI, CUNHA-SANTINO, 2013) e Broa (TUNDISI, MATSUMURA-
TUNDISI, 2013), principalmente a partir das décadas de 70, 80 e 90, podem tornar estas áreas 
vulneráveis ao assoreamento, justificando, portanto, o aumento das taxas de sedimentação. 
 
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A análise do decaimento do 
210
Pb por espectrometria alfa e o uso do modelo CRS 
mostrou-se eficiente em determinar as taxas de sedimentação e a geocronologia nos 
reservatórios Atibainha, Barra Bonita e Broa. O aumento ao longo do tempo nas taxas de 
sedimentação esteve associado principalmente a atividades antrópicas como o aumento do 
processo de eutrofização e o aumento dos usos e ocupação do solo. Ainda é necessário 
aprofundar o levantamento histórico nas bacias hidrográficas dos reservatórios avaliados para 
melhor compreender os eventos que possam ter ocasionado às alterações no processo de 
sedimentação. 
 
5 - REFERÊNCIAS 
APPLEBY, P. G.; OLDFIELD, F. The calculation of lead-210 dates assuming a constant rate 
of supply of unsupported 
210
Pb to the sediment. Catena, v. 5, p. 1–8, 1978. 
 
37 
BUZELLI, G. M.; CUNHA-SANTINO, M. B. Análise e diagnóstico da qualidade da água e 
estado trófico do reservatório de Barra Bonita, SP. Rev Ambient Água, v.8, n.1 p.186– 
205, 2013. 
CETESB - Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de 
qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo 2015. Relatório Técnico. São 
Paulo, 2016. 
FÁVARO, D. I. T.; DAMATTO, S. R.; MOREIRA, E.G.; MAZZILLI, B. P.; 
CAMPAGNOLI, F. Chemical characterization and recent sedimentation rates in sediment 
cores from Rio Grande reservoir, SP, Brazil. J Radioanal Nucl Chem, v. 273, n.2, p. 451–
463, 2007. 
TUNDISI, J. E.; MATSUMURA-TUNDISI, T. The ecology of UHE Carlos Botelho 
(Lobo/Broa reservoir) and its watershed, São Paulo, Brazil. Freshw Biol, v. 6, p.75– 91, 
2013. 
TUNDISI, J. G; MATSUMURA-TUNDISI, T; TUNDISI, J. E. M.; BLANCO, F. P.; ABE, 
D.S.; CONTRI CAMPANELLI, L.; SIDAGIS GALLI, G; SILVA, V. T.; LIMA, C. P. P. A 
bloom of cyanobacteria (Cylindrospermopsis raciborskii) in UHE Carlos Botelho 
(Lobo/Broa) reservoir: a consequence of global change? Braz. J. Biol, v.75, p. 507– 
508, 2015. 
 WHATELY, M.; CUNHA, P. M. Cantareira 2006: Um olhar sobre o maior manancial de 
água da Região Metropolitana de São Paulo- Resultados do Diagnóstico Socioambiental 
Participativo do Sistema Cantareira. São Paulo: Instituto Sócio Ambiental, 2007. 
ZHANG, Y et al. Temporal variation of sedimentation rates and potential factors influencing 
those rates over the last 100 years in Bohai Bay, China. Sci Tot Environ, v. 572, p. 68–76, 
2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO E DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA NO 
RESERVATÓRIO DE ITUPARARANGA (VOTORANTIM-SP) 
MACHADO, Leila dos Santos
1
; MOSCHINI-CARLOS, Viviane
2
 
1 
Mestra em Ciências Ambientais, UNESP Sorocaba, e-mail: leila_snt@hotmail.com 
2
Departamento de Engenharia Ambiental, UNESP Sorocaba 
 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho foi comparar a trofia no reservatório de Itupararanga juntamente 
com a variação dos índices de diversidade da comunidade fitoplanctônica, no município de 
Votorantim-SP. Para isso, foram coletadas amostras de água em sete pontos ao longo do 
reservatório, para análise qualitativa de parâmetros físico-químicos e fitoplâncton. Foi 
calculado o índice de estado trófico e os índices de diversidade, também foram determinados 
os valores de riqueza e densidade fitoplanctônica total, para os locais amostrais. Os resultados 
indicaram que o reservatório encontra-se eutrofizado, de modo que a região da barragem 
destacou-se como supereutrófica. Contudo, esta condição não resultou na diminuição dos 
índices de diversidade, como esperava-se, sugerindo que nem sempre alta trofia pode ser o 
fator redutor de diversidade nestes ambientes. 
Palavras-chave: eutrofização, fitoplâncton, mananciais, IET. 
 
1 - INTRODUÇÃO 
A problemática gerada por conta da ocupação desordenada no entorno reservatórios 
tem reduzido a área de vegetação ciliar e, em muitos locais, assim como no reservatório de 
Itupararanga, o cultivo de hortaliças, pastagens, condomínios, chácaras, etc., substituíram esta 
área de proteção natural (ROSA et al., 2015). Todos estes fatores caracterizam uma alta 
pressão antrópica, à qual os reservatórios estão condicionados, devido a sua utilização para 
diversas finalidades. Tais fatores podemacelerar processos de eutrofização; que pode ter 
origem natural e ocorrer de forma lenta (TUNDISI, 1991). Contudo na situação atual, esse 
processo é essencialmente de caráter cultural, acelerado pelo aporte contínuo de nutrientes. 
Neste contexto, o fenômeno da eutrofização é uma ameaça potencial aos 
ecossistemas aquáticos, principalmente, nos mananciais. Por conta disso, a alteração da 
qualidade da água é um problema recorrente, já que os teores de nutrientes e outros 
parâmetros físico-químicos estão vulneráveis à frequentes variações, propiciando condições 
favoráveis à ocorrência de florações fitoplanctônicas (RODRIGUES, SANT’ANNA e 
mailto:leila_snt@hotmail.com
 
39 
TUCCI, 2010). Além disso, a composição da comunidade fitoplanctônica é sensível às estas 
variações e, em caso de eutrofização, características como diversidade, riqueza, dominância e 
equabilidade da comunidade podem sofrer alterações (REYNOLDS, 2006). O índice de 
estado trófico (IET) (LAMPARELLI, 2004) é uma ferramenta importante na caracterização 
da qualidade da água em reservatórios e tem sido amplamente utilizados em estudos para este 
fim. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi comparar a trofia no reservatório de 
Itupararanga juntamente com a variação dos índices de diversidade da comunidade 
fitoplanctônica, no município de Votorantim-SP. 
 
2 - METODOLOGIA 
O reservatório de Itupararanga é formado pelo represamento das águas do rio 
Sorocaba dentro do município de Votorantim (Figura 1). A área de drenagem é bastante 
extensa (936,51 km) abrangendo os municípios de Ibiúna, Piedade, São Roque, Mairinque, 
Alumínio e Votorantim. Aproximadamente 63 % da água do reservatório é destinada ao 
abastecimento público (cerca de 800.000 pessoas) de cidades como Sorocaba, Votorantim, 
Mairinque, Alumínio e Piedade (ROSA et al., 2015). 
 
Figura 01: Localização do Reservatório de Guarapiranga e pontos de coleta. 
 
Fonte: Frascareli et al., 2015. 
 
Foram coletadas amostras de água em sete pontos (Figura 1) para análise qualitativa 
de parâmetros físico-químicos e fitoplâncton, no mês de dezembro de 2016. Para o calculo do 
IET foram utilizados dados das variáveis ambientais de clorofila e fósforo total, aplicados ao 
índice de Lamparelli (2004) para reservatórios. Para análise quantitativa do fitoplâncton, 
amostras integradas de água foram coletadas por meio de uma mangueira plástica, e fixadas 
 
40 
com lugol acético a 1%. A identificação foi realizada utilizando literatura usual de acordo 
com os grupos fitoplanctônicos. A contagem foi efetuada segundo o método descrito por 
Utermöhl (1958). Os índices de diversidade de Shannon (H) e Equabilidade (J) foram 
calculados por meio do software Past 3
®
 (HAMMER et al., 2001). 
 
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
3.1. Índice de estado trófico 
A ponderação dos dados de fósforo e clorofila no calculo do IET, indicou que o 
reservatório encontra-se eutrofizado, de modo que o ponto amostral p1 ficou caracterizado 
como Supereutrófico, indicando uma qualidade da água nesta região é ainda mais degradada 
(Tabela 1). É provável que esta baixa qualidade esteja relacionada ao fato deste local 
representar a região da barragem, onde a matéria orgânica e os nutrientes tendem a estarem 
mais concentrados em relação ao restante da área da barragem (TUNDISI, 1991). 
 
Tabela 1: Valores de clorofila e fósforo total e índice de estado trófico calculado para o 
reservatório de Itupararanga. 
 
Fonte: Autoria, 2017. 
 
3.2. Composição da comunidade fitoplanctônica 
No local p6 foram identificados os maiores valores de densidade (Figura 2), em 
contrapartida, este local assim como p5 e p7 tiveram os menores valores de diversidade 
(H=1,98, 1,80 e 1,6, respectivamente) e equabilidade (J= 0,56, 0,52 e 0,48, respectivamente). 
Ao contrário do que normalmente se espera, no ambiente caracterizado como supereutrófico, 
foram constatados os maiores valores de diversidade (H= 2,698), equabilidade (J= 0,7416) e 
riqueza (S= 38), e menores valores de densidade (<5,0
6
) conforme apresentado nas figuras 2, 
3, 4 e 5. Contudo Reynalds (2006) sugere que ambientes eutrofizados, onde há maior 
 
41 
disponibilidade de nutrientes, podem favorecer a dominância de algumas espécies mais 
adaptadas a tais características. Fato que não observado pelo presente estudo. 
 
Figura 02: Densidade dos organismos fitoplanctônicos (cel mL
-1
) por local amostral. 
 
Fonte: Autoria, 2017. 
 
Figura 03: Riqueza de espécies por local (S) por local. 
 
Fonte: Autoria, 2017. 
 
Figura 04: Índice de Equabilidade de Pielou (J) por local. 
 
Fonte: Autoria, 2017. 
 
 
42 
Figura 05: Índice de diversidade de Shannon (H) por local. 
 
Fonte: Autoria, 2017. 
 
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A análise comparativa entre os dados de diversidade e IET não evidenciou uma variação 
expressiva nos dados quanto à influência da trofia nos índices de diversidade, indicando que 
nem sempre a alta trofia representará obrigatoriamente um ambiente de baixa diversidade. 
Contudo, sugere-se que uma nova comparação seja feita, considerando a biomassa 
fitoplanctônica e não apenas a densidade, já que para o calculo do IET é realizada a 
ponderação entre clorofila-a e o fósforo total. Portanto, a densidade e a biomassa podem 
apresentar padrões de variação diferentes, podendo levar interpretações distintas se 
comparadas à variação do IET. 
 
 
5 - REFERÊNCIAS 
FRASCARELI, D.; BEGHELLI, F. G. S.; SILVA, S. C.; CARLOS, V. M. Heterogeneidade 
espacial e temporal de variáveis limnológicas no reservatório de Itupararanga associadas com 
o uso do solo na Bacia do Alto Sorocaba-SP. Revista Ambiente & Água, v.10, n.4, p.770-
781, 2015. 
HAMMER Ø; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. PAST Paleontological statistics software 
package for education and data analysis. Paleontologia Eletrônica. v. 4, n. 1, p.9, 2001. 
LAMPARELLI, M. C.. Grau de trofia em corpos d'água do estado de São Paulo: avaliação de 
métodos de monitoramento. 2006. 535 f. Tese (Doutorado em Ciências na área de Ecossistemas 
Terrestres e Aquáticos). Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, 
2004. 
REYNOLDS, C. S. Ecology of phytoplankton. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, 
535p. 
 
43 
RODRIGUES, L. L.; SANT’ANNA, C. L.; TUCCI, A.. Chlorophyceae das Represas Billings 
(Braço Taquacetuba) e Guarapiranga, SP, Brasil. Revista Brasil. Bot., v.33, n.2, p.247–264, abr.-
jun. 2010. 
ROSA, A. H.; SILVA, A. A. M. J.; MELO, C. A.; MOSCHINI-CARLOS, V.; GUANDIQUE, M. 
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and occupation aimed at the sustainability of Itupararanga Dam, important area of the Middle 
Tietê Basin. In: POMPÊO, et al Ecology of reservoirs and interfaces. 1ed.São Paulo: IB-USP, p. 
212–231, 2015. 
TUNDISI, J. G. A importância do controle liminológico para o abastecimento de água. In: 
Seminário internacional sobre Eutrofização e Abastecimento de Água, 25 a 29 de maio, 1991. 
UTERMOHL, H. Zurvervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodik. Mitteilungen 
Internieationale Vereinigungfür Theoretische und Angewandte Limnolo, v.9, p.1–38, 1958. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO PARA ANÁLISE DE PIGMENTOS 
FOTOSSINTÉTICOS EM SEDIMENTOS 
MIZAEL, Juliana de Oliveira Soares Silva
1
; SILVA, Sheila Cardoso
2
; FRASCARELI, 
Daniele
3
; POMPEO, Marcelo
4
; CARLOS, Viviane Moschini
5
 
1,3 
Doutoranda, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP), e-mail: juliana.oliveirass@yahoo.com.br 
2
 Pós-Doutoranda, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) 
4,5
 Professor, Limnologia: Teoria e Aplicações, Instituto de Ciências e Tecnologia (UNESP) 
 
RESUMO 
Estudos de reconstituição paleoambiental fornecem uma condição pretérita do ecossistema 
aquático através da utilização de bioindicadores,

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