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Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br ANEXO A PROJETO DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL Nome do estudante: Victor Alves Carias Nome do orientador: Prof. Dr. Enner Herenio de Alcântara Nome do coorientador: Dr. Samuellson Lopes Cabral Título do trabalho: Uso do modelo hidrológico SCS-CN do HEC-HMS em eventos de inundação na bacia hidrográfica do rio Mundaú 1. INTRODUÇÃO O cenário de urbanização, alterações na dinâmica hidrológica e ocorrência de inundações tem se tornado objeto de estudo em diversos trabalhos realizados em diversas bacias hidrográficas realizadas no Brasil e no mundo. No estado do Alagoas a bacia hidrográfica do rio Mundaú sofre com esse cenário e diversos autores utilizam essa área nos seus estudos (CAVALCANTI; SOUZA; FRAGOSO JR., 2014; MONTE et al., 2016). A bacia hidrográfica do rio Mundaú possui uma área de aproximadamente 4.126 km², entre os estados de Pernambuco e Alagoas. Deste total, o trecho pernambucano possui área de 2.155 km² (i.e. 52,23 % do total), situada na Mesorregião do Agreste Pernambucano, com 15 municípios estabelecidos total ou parcialmente na bacia. O trecho alagoano corresponde a 1.971 km² (i.e. 47,77 % do total da bacia), situado na Mesorregião do Leste Alagoano com 15 municípios total ou parcialmente inseridos na bacia. A bacia do rio Mundaú possui um vasto histórico de cheias que geraram grandes perdas econômicas e humanas, onde podemos citar as ocorridas nos anos de 1914, 1941, 1969, 1988, 1989, 2000, 2010 e 2017. As cheias de 1914 e 1941 possuem poucos registros, e o evento de 1969 foi o mais letal, com cerca de 1100 mortes (FRAGOSO JR.; PEDROSA; SOUZA, 2010). Em casos como esses a utilização de modelos que possam prever novas inundações é uma ferramenta não-estrutural muito útil, minimizando os impactos socioeconômicos, podendo ser utilizados no controle e planejamento de desenvolvimento urbano ao serem incorporados em um Plano Diretor, por exemplo (CAMPANA; TUCCI, 2001; MONTE et al., 2016). A modelagem hidrológica é uma ferramenta comumente utilizada na estimativa da resposta hidrológica de uma bacia em um evento de precipitação (HALWATURA; NAJIM, 2013), sendo que os modelos utilizam dados das características fisiográficas da bacia e dados de precipitação. Há uma deficiência das redes de monitoramento hidrológico espalhadas pelo Brasil (CURTARELLI; RENNÓ; ALCÂNTARA, 2014; TUCCI, 2007), fazendo com que a disponibilidade e representatividade de dados em algumas regiões sejam escassas. Daí então a vasta utilização de informações pelo satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission) como fonte de dados para estudos hidrológicos e estimativas de precipitação em locais com poucos registros ou até mesmo na ausência deles, pois possibilita a obtenção de dados contínuos de precipitação (CURTARELLI; RENNÓ; ALCÂNTARA, 2014). Desta forma, esse estudo propõe a utilização de um modelo hidrológico a partir de dados de estações inseridas na bacia do rio Mundaú e dados estimados pelo satélite TRMM para avaliar os eventos de cheia da bacia do rio Mundaú. 2. OBJETIVOS O presente projeto tem como objetivo principal avaliar o uso do modelo hidrológico SCS- CN do HEC-HMS em eventos de inundações na bacia hidrográfica do Rio Mundaú (AL/PE). 3. MATERIAIS E MÉTODOS A Figura 1. Metodologia a ser desenvolvida neste trabalho. Fonte: Autores. apresenta um fluxograma das etapas a serem realizadas neste trabalho que serão detalhadas a seguir. Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br Figura 1. Metodologia a ser desenvolvida neste trabalho. Fonte: Autores. 3.1 Levantamento de dados pluviométricos Para a determinação do volume pluviométrico médio, a partir do método de polígonos de Thiessen, na bacia hidrográfica do rio Mundaú serão utilizados dados de estações da Agência Nacional de Águas (ANA) (www.hidroweb.ana.gov.br), dados da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH-AL) (www.semarh.al.gov.br), da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) (www.apac.pe.gov.br), e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) (www.cemaden.gov.br). O método de Thiessen gera uma média ponderada das alturas registradas pelos pluviômetros, que é diretamente proporcional à área de influência da bacia, considera a não uniformidade da distribuição espacial das estações, e não leva em conta o relevo da bacia. A precipitação média é expressa na Equação 1 (MARCIANO; BARBOSA; SILVA, 2018): Pm= ∑Ai Pi A (1) onde Pm – precipitação média na bacia (mm); Pi – precipitação na estação (mm); Ai – área de influência da estação; A – área da bacia hidrográfica. 3.2 Levantamento de dados fluviométricos Para calibração e validação do modelo hidrológico serão utilizados dados de 5 (cinco) estações fluviométricas identificadas na Tabela 1 da Agência Nacional de Águas (ANA), todas inseridas na bacia hidrográfica do rio Mundaú. Tabela 1. Informações dos postos pluviométricos. Fonte: ANA (2019). Código Município Área de drena-gem (Km²) Latitude (º) Longitude (º) Responsável Opera- dora 39700000 Santana do Mundaú 767 -9,16 -36,21 ANA CPRM 39720000 São José da Lage 1.170 -9,01 -36,05 ANA CPRM 39740000 União dos Palmares 2.900 -9,15 -36,03 ANA CPRM 39760000 Murici 3.290 -9,31 -35,95 ANA CPRM 39770000 Rio Largo 3.560 -9,46 -35,86 ANA CPRM Levantamento de Dados •Levantamento de dados pluviométricos e fluviométricos. •Estimativa da precipitação na região pelo satélite TRMM. •Análise dos dados de chuva (Pluviômetro x TRMM). Caracterização fisiográfica da bacia •Modelo Digital de Elevação e caracterização fisiográfica da bacia do rio Mundaú. Modelagem •Calibração e validação do modelo; •Simulação hidrológica; •Análise da influência dos diferentes dados de chuva na modelagem. http://www.cemaden.gov.br/ Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br 3.3 Dados do satélite TRMM Nesse trabalho usaremos o produto derivado do TRMM 3B43, o qual tem o objetivo de fornecer a melhor estimativa de precipitação mensal com menor erro quadrático médio (RMSE). Esses dados serão obtidos a partir da plataforma Giovanni (https://giovanni.gsfc.nasa.gov/giovanni/). 3.4 Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica Serão utilizados dados do SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) na caracterização física da bacia hidrográfica. Os parâmetros estimados pelo SRTM e essenciais para a modelagem são: comprimento do rio, declividade, delimitação da bacia, direção de fluxo, entre outros. Um dos principais dados de entrada do modelo é o Modelo Digital de Elevação (MDE), correspondente a uma representação matemática da topografia do terreno em um modelo tridimensional, frequentemente utilizado em ambientes SIG (Sistemas de Informações Geográficas). O MDE será obtido a partir de imagens SRTM. 3.5 Modelagem hidrológica O modelo hidrológico a ser utilizado nesse estudo é o SCS-CN do HEC-HMS (Hydrologic Engineering Center – Hydrologic Modeling System), desenvolvido pelo US Army Corps Engineers. O HEC-HMS é um programa internacionalmente reconhecido por suas capacidades computacionais aplicadas à engenharia hidrológica, utilizada para analisar inundações urbanas, frequência de inundações, sistemas de alertas a inundações, capacidade de vertedouros de reservatórios, entre outros (CABRAL et al., 2016; U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS, 2008). Esse programa emprega, entre outros, o método SCS para o cálculo da chuva excedente, e o método das relações adimensionais para o estabelecimento do Hidrograma Unitário Sintético, também desenvolvido pelo antigoSCS. Para o hietograma, será utilizado o método dos blocos alternados, sendo os dados introduzidos no HEC-HMS pela opção Specified Hyetograph, com dados de precipitação informados pelo usuário (CAMPOS, 2009). Para a geração do hidrograma através do hietograma de chuva, conhecido como o processo transform, será aplicado o método do Hidrograma Unitário Adimensional do NRCS. O método tem como parâmetro o tempo de retardo (Tlag). O valor de Tlag é obtido pela Equação 2. Tlag=0,6Tc (2) onde Tc denota o tempo de concentração. Por sua vez, Tc é estimado pela Equação de Kirpich (Equação 3). Tc=0,0078( L0,77 S0,385 ) (3) onde: L é o comprimento do rio em metros e S é a declividade do rio em porcentagem. A aplicação do modelo compreende, basicamente, as seguintes etapas: x Levantamento das características físicas da bacia, como: área de drenagem, comprimento, tipo e uso e ocupação do solo; x Estimativa da capacidade de infiltração do solo, através do parâmetro CN; x Cálculo da infiltração, do escoamento superficial direto e geração de hidrogramas de cheia. 3.7 Parametrização multiobjetivo do SCS https://giovanni.gsfc.nasa.gov/giovanni/ Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br Serão escolhidos eventos registrados pelos postos fluviométricos para calibração e validação das vazões com as chuvas observadas como entrada. O procedimento de calibração automática do HEC-HMS utiliza um método iterativo para minimizar/maximizar uma função objetivo. Para a calibração do SCS será escolhida uma função objetivo baseada no erro percentual do pico, segundo a Equação 4. Z=∑| q0(pico)-qs(pico) q0(pico) | NQ i=1 (4) onde: Z – função objetiva, NQ – números de ordenadas dos hidrogramas calculados, Q0(t) – vazão observada, Qs(t) – vazões calculadas com os parâmetros do modelo, q0(pico) – pico observado, q0(média) – média das vazões e qs(pico) – pico calculado. Destaca-se que essa medida só considera a magnitude de computação total do pico do evento. 3.8 Análise da eficiência da modelagem hidrológica Para determinação da eficiência da modelagem será utilizado o coeficiente de Nash- Sutcliffe, o qual tem sido largamente utilizado na verificação do desempenho de modelos hidrológicos. O coeficiente NS pode ser dado pela seguinte Equação 5. NS=1- ∑ [Qobs(t)-Qsim(t)]²ntt=1 ∑ [Qobs(t)-Q̅obs(t)]²ntt=1 (5) onde: Qobs(t) – vazão observada no passo de tempo t em (m³/s), Qsim(t) – vazão simulada em (m³/s) e Q̅obs – média de vazões observadas de todo o período de simulação em (m³/s). 4. EXEQUIBILIDADE Os dados a serem utilizados nesse trabalho estão disponíveis na internet, sem custo ao usuário. Os recursos computacionais necessários estão disponíveis e são adequados para a executar o experimento. 5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ETAPA 1: Revisão bibliográfica ETAPA 2: Levantamento e organização de dados pluviométricos e fluviométricos ETAPA 3: Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica ETAPA 4: Relatório 1º Semestre ETAPA 5: Calibração e validação do modelo ETAPA 6: Elaboração do TG ETAPA 7: Proposição da banca examinadora ETAPA 8: Entrega da versão final do TG ETAPA 9: Defesa do TG ETAPA 10: Entrega do TG corrigido DEMONSTRAÇÃO CRONOLÓGICA DAS ETAPAS Etapa/ Mês 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês 7º mês 8º mês 9º mês 10º mês 1 X X 2 X X 3 X X 4 X Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br 5 X X 6 X 7 X 8 X 9 X 10 X * sugestão de demonstração cronológica com 10 meses, ainda que o TG possa ser realizado com no mínimo 8 meses. BIBLIOGRAFIA ANA. Séries Históricas de Estações. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/medicoes_historicas_abas.jsf>. CABRAL, S. L. et al. Integração do SIG, HEC/HMS e HEC/RAS no mapeamento de área de inundação urbana: aplicação à bacia do rio Granjeiro-CE. p. 90–101, 2016. CAMPANA, N. A.; TUCCI, C. E. . Predicting floods from urban development scenarios: case study of the Dilúvio Basin, Porto Alegre, Brazil. Urban Water, v. 3, n. 1–2, p. 113–124, mar. 2001. CAMPOS, J. N. B. Lições em modelos e simulação hidrológica. Fortaleza, CE: ASTEF/EXPRESSÃO GRÁFICA, 2009. CAVALCANTI, D.; SOUZA, V.; FRAGOSO JR., C. R. Análise Hidrológica da Cheia Excepcional Ocorrida em Junho de 2010 nas Bacias dos Rios Mundaú e Paraíba do Meio em Alagoas e Pernambuco. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 19, n. 3, p. 279–293, 2014. CURTARELLI, M. P.; RENNÓ, C. D.; ALCÂNTARA, E. H. Evaluation of the Tropical Rainfall Measuring Mission 3B43 product over an inland area in Brazil and the effects of satellite boost on rainfall estimates. Journal of Applied Remote Sensing, v. 8, n. 1, p. 083589, 18 jul. 2014. FRAGOSO JR., C. R.; PEDROSA, V. D. A.; SOUZA, V. C. B. DE. Reflexões sobre a Cheia de Junho de 2010 nas Bacias do Rio Mundaú e Paraíba. Congressos, Seminários, Eventos em geral, p. 1–20, 2010. HALWATURA, D.; NAJIM, M. M. M. Application of the HEC-HMS model for runoff simulation in a tropical catchment. Environmental Modelling & Software, v. 46, p. 155–162, ago. 2013. MARCIANO, A. G.; BARBOSA, A. A.; SILVA, A. P. M. Cálculo de precipitação média utilizando método de Thiessen e as linhas de cumeada. Ambiente e Agua - An Interdisciplinary Journal of Applied Science, v. 13, n. 1, p. 1, 16 fev. 2018. MONTE, B. et al. Hydrological and hydraulic modelling applied to the mapping of flood-prone areas. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 21, n. 1, p. 152–167, 25 fev. 2016. TUCCI, C. E. . Hidrologia: ciência e aplicação. 4. ed. Porto Alegre: UFRGS: ABRH, 2007. U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS. Hydrologic Modeling System (HEC-HMS) Applications Guide: Version 3.1.0Institute for Water Resources, Hydrologic Engineering Center, , 2008. Disponível em: <https://www.hec.usace.army.mil/software/hec-hms/> Avenida Eng. Francisco José Longo, 777 CEP 12245-000 - São José dos Campos - São Paulo - Brasil Tel (12) 3947-9000 / fax (12) 3947-9010 www.ict.unesp.br PARECER DO PROFESSOR ORIENTADOR O projeto é exequível, tanto em prazo quanto em infraestrutura. O projeto é pertinente com a área de atuação do engenheiro ambiental. São José dos Campos, 27 de agosto de 2019. _______________________________________________ Victor Alves Carias _______________________________________________ Prof. Dr. Enner Herenio de Alcântara _______________________________________________ Dr. Samuellson de Lopes Cabral
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