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Gestão ambiental e responsabilidade social Você já ouviu falar em um modelo de gestão denominado produção mais limpa? Não? Então, fique de olho nesta unidade para conhecer as especificidades e as principais certificações e selos ambientais desse modelo. Ao longo da sua jornada, você viu que o desenvolvimento sustentável é o modelo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer as gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Mas como lidar com a questão ambiental nos processos produtivos e industriais? Como lidar com os resíduos gerados no processo? Esse é o assunto desta unidade. Portanto, após esta unidade, você vai ser capaz de entender o conceito de rotulagem ambiental e identificar selos e rótulos ambientais. PRODUÇÃO MAIS LIMPA 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Produção mais limpa (P+L) e ecoeficiência Desde o início da história humana, a indústria tem sido um sistema aberto de fluxo de materiais. As pessoas transformaram materiais naturais, plantas, animais e minerais em ferramentas, roupas e outros produtos. Quando esses materiais se desgastavam, eles eram descartados ou jogados fora, e quando o acúmulo de lixo se tornava um problema, os moradores mudavam de local, o que era fácil na época, devido ao pequeno número de habitantes e às vastas áreas de terra. Figura 1. Acúmulo de lixo Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade. Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo. COM O PÉ DIREITO Além do sistema de gestão ambiental (SGA), existem outros modelos de gerenciamento disseminados no meio produtivo e de serviços. De modo simplificado, o objetivo é o mesmo: aumentar a eficiência do uso de insumos, energia, recursos naturais e resíduos. Como resultado, tem-se a minimização dos impactos ambientais dos empreendimentos e de seus processos e a melhora do desempenho tanto ambiental quanto econômico. Figura 2. Estudo de modelos de gerenciamento do meio produtivo http://www.kaltura.com/tiny/00gbz 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L O relatório Brundtland (WCED, 1987) apontou três componentes básicos para o desenvolvimento sustentável: o meio ambiente, a economia e a sociedade, os quais, do ponto de vista da indústria, devem ser estudados de maneira sistêmica. Para isso, as organizações devem adotar novos princípios e ferramentas para a produção de bens e serviços com foco na sustentabilidade. 360° TOUR Falando sobre isso, no Tour 360°, disponível no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você vai conhecer as “Orientações para o Triple Bottom Line”. O surgimento de novos princípios e ferramentas impulsionou a evolução da estratégia da manufatura, de forma a incentivar as mudanças incrementais nos processos industriais. Em função disso, o desempenho ambiental de produtos e processos tornou-se uma questão fundamental, razão pela qual algumas empresas estão investigando maneiras de minimizar seus efeitos sobre o ambiente. O planejamento de princípios ambientais está intrínseco à implantação de um sistema de gestão ambiental e à implantação da P+L no sistema de produção (OLIVEIRA NETO et al., 2015). Nesse sentido, tem-se um exemplo de gerenciamento ambiental que objetiva dar prioridade para atividades que visem a reduzir a fonte (CALIJURI; CUNHA, 2013). A produção mais limpa (P+L ou P mais L) tem sido definida de forma diferente ao longo das últimas décadas, sobretudo devido aos avanços das tecnologias e ao aprendizado com os erros do passado. LOGO REFLITO PENSO, A inclusão do compromisso com a prevenção na política ambiental é um pré-requisito da norma ISO 14001 (ABNT, 2015), e a ACV busca analisar todo o fluxo de um produto ou processo no que tange aos impactos ambientais. Você acredita que organizações vêm procurando programas complementares para não gerar impactos ou para não precisar lidar com eles? Processos industriais: Os processos industriais são caracterizados por entradas (matérias-primas, energia e mão de obra) e saídas (produtos, serviços, emissões para o ar e água e resíduos). Glossário Acesse o conteúdo no AVA 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A produção mais limpa (P+L) foi elaborada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA; United Nations Environment Programme) na década de 1990. Desde 1994, esse programa vem desenvolvendo esse modelo de produção, quando se estabeleceu o Centro Nacional de Produção Mais Limpa (CNPML), que tem por finalidade incentivar a criação de centros de P+L nos países em desenvolvimento. No Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) foi fundado em 1995. Entre suas atribuições e atividades, tem-se a disponibilização de informação e a implantação de programas de P+L nos setores produtivos. Além disso, o CNTL capacita os profissionais para que tenham condições de atuar em políticas ambientais. Figura 3. Produção mais limpa (P+L) A produção mais limpa é uma estratégia para prevenir as emissões na fonte e iniciar uma melhoria preventiva contínua do desempenho ambiental das organizações. O foco da gestão deve ser a prevenção, em vez da cura, para evitar problemas ambientais. Produção mais limpa (P+L): Corresponde à aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao homem e ao ambiente. Glossário Assim, uma forma de definir uma P+L é o comum conjunto de regras com o desígnio de proteger o meio ambiente e tornar mínimo o desperdício, que vão desde os processos de fabricação até todo o ciclo de vida de um produto. Esse conceito pode até ser aplicado em um nível pessoal, abordando o estilo de vida e as escolhas diárias de cada um (SILVA; GOUVEIA, 2019). Você sabe como se aplicam as ações que fazem parte da estratégia de gestão ambiental P+L? Descubra a seguir! 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Processos de produção Serviços Conservação de matérias- primas e energia, eliminação de matérias-primas tóxicas e redução da quantidade e da toxicidade de todas as emissões e resíduos. Redução dos impactos negativos ao longo do ciclo de vida de um produto, desde a extração da matéria-prima até a sua disposição final. Incorporação de preocupações ambientais na concepção e na prestação de serviços. Produtos Figura 5. Produtos com embalagem sustentável Figura 4. Processos de produção Figura 6. Produtos orgânicos nas prateleiras de uma loja A P+L requer a mudança de atitudes de gestão ambiental responsável, por meio da criação de ambientes de políticas nacionais favoráveis e da avaliação das opções de tecnologia. Os principais atores da P+L são as empresas que controlam os processos de produção. Eles são fortemente influenciados por seus clientes (empresas privadas, públicas ou outras) e pela política (leis, regulamentos, impostos). Figura 7. Mudança de atitude na gestão ambiental Ao se considerar o desenvolvimento de um programa de P+L em uma organização, é importante que seja feita a pré-sensibilização da alta administração a partir de uma visita técnica feita pelos responsáveis pela implantação do P+L, chamados de ecotime. Nessa visita, serão apresentados casos de sucesso, enfatizando as vantagens econômicas e ambientais da implantação. Veja, a seguir, os passos para a implementação de um programa de P+L. 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Com o fluxo da P+L, você pôde perceber que o foco principal é criar consciência para a prevenção da poluição, encontrar a fonte de resíduose emissões, definir um programa para reduzir as emissões e aumentar a eficiência dos recursos por meio da implementação e da documentação de opções de produção mais limpa. As ações podem ser organizadas em duas categorias e, estas, em níveis. Confira mais detalhes no infográfico disponível no AVA. O desempenho técnico, ambiental e econômico das empresas industriais pode ser aumentado com a aplicação de estratégias de produção mais limpa. Além disso, sabe-se que as medidas de produção mais limpa oferecem vantagens em termos de padrões/limites legais de descarte. Entretanto, muitas são as barreiras que interferem na implementação de práticas e modelos de negócios sustentáveis, retendo o potencial de inovação e melhoria ambiental e retardando-o ou até mesmo revertendo-o, tal como: questões econômicas, motivacionais, tecnológicas, educacionais, entre outras. Em contrapartida a essas barreiras, estão os fatores que estão começando a ganhar impulso e estão se tornando impossíveis de ignorar. Confira, a seguir, exemplos desses fatores. Acesse o conteúdo no AVA Um ponto importante de se ressaltar é que, ao contrário dos tratamentos de fim de linha, a prevenção da poluição na fonte pode ser aplicada às diferentes etapas do processo produtivo na maioria dos processos industriais. Veja melhor a seguir. 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Assim, P+L é um conceito dinâmico no qual novos procedimentos e tecnologias surgem constantemente, introduzindo métodos e práticas para prevenir danos ao meio ambiente. Apesar dos fatores limitantes, aspectos tidos como motivadores estão impulsionando as empresas e até mesmo indústrias a mudarem seus métodos atuais, melhorando a sua pegada ecológica geral. Ao mesmo tempo, em muitos casos, esses aspectos estão estimulando simultaneamente a economia de custos, devido à otimização global de toda a cadeia de processo, garantindo a proteção ambiental dos processos de forma geral. Figura 8. Métodos e práticas para prevenção de danos ao meio ambiente 1 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L TIRANDO A PROVA DOS NOVE Acesse o conteúdo no AVA Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira. A forte dependência de recursos das cidades baseadas em recursos inevitáveis leva a uma série de problemas ambientais. A mitigação dos impactos ambientais de maneira impensada pode ser prejudicial para o desenvolvimento econômico. Melhorar a ecoeficiência tem sido uma solução crucial para proteger o meio ambiente e mitigar seu impacto econômico negativo. Figura 9. Problemas ambientais De acordo com a abordagem de prevenção da poluição (produção mais limpa), a poluição é resultado do projeto, do consumo de recursos, da ineficiência, da falha e da ineficácia nos processos de produção. A abordagem de P+L está relacionada com ecoeficiência, produção/indústria verde e produção sustentável. LOGO REFLITO PENSO, Atualmente, o conceito geral de proteção ambiental está mudando de uma abordagem reativa, denominada “controle da poluição”, para uma abordagem proativa, denominada “prevenção da poluição”. Quais organizações você conhece ou já ouviu dizer que vêm modificando sua forma de enxergar a proteção ambiental? 1 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Mas o que será essa tal “ecoeficiência”? Esse conceito foi abordado pela primeira vez em 1992 pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD) em seu relatório histórico “Mudança de rumo”. A ecoeficiência foi definida no primeiro Workshop de Antuérpia sobre Ecoeficiência, realizado em novembro de 1993, como sendo alcançada pela entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfaçam às necessidades humanas e tragam qualidade de vida, reduzindo progressivamente os impactos ecológicos e a intensidade de recursos ao longo do ciclo de vida a um nível pelo menos compatível com a capacidade de carga estimada da Terra. Figura 10. Ecoeficiência A ecoeficiência industrial tem sido uma medida inestimável para a relação entre as atividades produtivas e o esgotamento ambiental, o que é importante investigar quando se busca o desenvolvimento sustentável. O conceito de ecoeficiência baseia-se na mesma noção adotada pelas políticas globais de criar mais valor econômico com menos impactos ambientais. Acesse o AVA para conhecer os sete fatores que contribuem para a obtenção da ecoeficiência em um processo produtivo. Acesse o conteúdo no AVA Ecoeficiência industrial: A ecoeficiência para processos industriais pode ser definida como a razão entre o desempenho técnico-econômico associado a um processo e a carga ambiental associada à sua operação. Glossário Parece um tanto quanto lógica a implementação da ecoeficiência industrial, não é mesmo? Ao conceber produtos e serviços que permitem aos clientes reduzir o consumo de recursos e reduzir o impacto ambiental, ao mesmo tempo que satisfazem suas necessidades de forma mais eficaz e a um melhor preço, as empresas já estão colhendo os benefícios dessa estratégia empresarial de visão de longo prazo. 1 2G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Para resumir, a ecoeficiência é um fator- chave para as empresas, pois as ajuda a entender que podem produzir melhores bens e serviços usando menos recursos e gerando menos impacto, melhorando, assim, seu desempenho ambiental e seus resultados. De maneira genérica, a ecoeficiência é alcançada pela entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfaçam às necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmo tempo que reduzem progressivamente os impactos ecológicos e a intensidade dos recursos ao longo do ciclo de vida. Figura 11. Roupa feita com material reciclado Mas, pensando bem... O que será que a ecoeficiência e a P+L têm em comum? Siga em seus estudos e descubra! P+L VERSUS ECOEFICIÊNCIA: PONTOS EM COMUM Ecoeficiência e produção mais limpa têm muito em comum. Ambas ajudam as empresas em sua busca pela melhoria contínua na minimização do consumo de recursos, reduzindo os encargos ambientais e limitando os riscos e as responsabilidades concomitantes. Continue analisando os pontos em comum entre a P+L e a ecoeficiência a seguir. 1 3G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L 1 4G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Chegou a hora de ficar “De olho no professor” para relacionar a P+L e a ecoeficiência. Por isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e fique ligado. NO PROFESSOR DE OLHO As interligações entre ecoeficiência e P+L são numerosas. Assim como a P+L, a ecoeficiência une os objetivos de excelência empresarial e excelência ambiental, criando a ponte por meio da qual o comportamento corporativo pode apoiar o desenvolvimento sustentável, a integração do crescimento econômico e a melhoria ambiental. Entretanto, a ecoeficiência vai além do uso de recursos e da redução da poluição, uma vez que enfatiza a criação de valor para os negócios e a sociedade em geral, ao mesmo tempo que atende às necessidades competitivas. Ao aumentar o valor dos bens e serviços que cria, a empresa maximizará a produtividade dos recursos, obterá benefícios financeiros e recompensará os acionistas, em vez de simplesmente minimizar o desperdício ou a poluição. Figura 12. Ecoeficiência (criação de valor para os negócios) De outro ponto de vista, a ecoeficiência abrange conceitos de P+L, como uso eficiente de matérias- primas, prevenção da poluição, redução de fontes, minimização de resíduos e reciclagem e reutilização interna. Ela captura a ideia de redução da poluição por meio da mudança de processo, em oposição às abordagens anteriores de fim de linha. Ela compartilha características com ferramentas de gestão ambiental, como avaliação ambientalou design for environment, ao incluí-las entre as opções tecnológicas para reduzir a intensidade de materiais e energia na produção, facilitando o reaproveitamento por meio de remanufatura e reciclagem (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME, 1998). http://www.kaltura.com/tiny/04qou 1 5G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L A ecoeficiência também apresenta uma perspectiva de ciclo de vida que acompanha os produtos desde a matéria-prima até as etapas de disposição final. É, portanto, uma extensão do processo de gestão da qualidade total. Embora ambas as estratégias compartilhem o objetivo de progresso em direção ao desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência vai além do uso de recursos e da redução da poluição; ela enfatiza a criação de valor e vincula a excelência ambiental à empresarial. Ao aumentar o valor dos bens e serviços que cria, a empresa maximiza a produtividade dos recursos, obtém benefícios financeiros e recompensa seus acionistas. Figura 13. Ciclo de vida Rotulagem ambiental Para abordar os selos e as certificações ambientais, é necessário conhecer a rotulagem ambiental. Com o aumento da preocupação do consumidor com o impacto ambiental dos bens e serviços que compram, a rotulagem ambiental surgiu como uma ferramenta fundamental para tomar decisões de compra sustentáveis. Figura 14. Rotulagem ambiental Os benefícios comerciais da rotulagem ambiental para compradores e fornecedores deram origem a uma infinidade de reivindicações ambientais, esquemas de rotulagem e iniciativas, cada uma oferecendo diferentes medidas e referências. Isso aumentou a conscientização sobre o impacto ambiental de produtos e serviços, mas não sem alguma confusão no mercado. Confira mais detalhes no infográfico disponível no AVA. Rotulagem ambiental: Segundo a ISSO 14020:2002 (ABNT, 2002), a rotulagem ambiental consiste na atribuição de um selo ou rótulo a um produto ou serviço para comunicar, de modo bem embasado, informações acerca do seu desempenho ambiental, sem fazer greenwashing. Glossário Acesse o conteúdo no AVA 1 6G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L LOGO REFLITO PENSO, Em um cenário em que cada vez mais os consumidores estão motivados a adquirir produtos ambientalmente adequados, a rotulagem pode influenciar positivamente as escolhas dos consumidores, criando uma situação vantajosa para todos. Você já deve ter ouvido falar em greenwashing, certo? Muitas empresas se dizem ambientalmente adequadas, porém isso é apenas uma jogada de marketing. Por isso, reflita: até que ponto estamos realmente preocupados com a questão ambiental dos produtos que consumimos ou com o modo como as pessoas os veem? Que tal conhecer um pouco mais sobre os acontecimentos acerca dos primeiros rótulos diretamente no AVA? PAUSA PARA UM CAFÉ Até o momento, foram apresentados variados pontos essenciais sobre a P+L. Agora, chegou a hora de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada, Karine Zanotti. Acesse o conteúdo no AVA SELOS E RÓTULOS AMBIENTAIS A série de padrões ISO 14020 (ABNT, 2002) fornece às empresas um conjunto de referências internacionalmente reconhecido e acordado com o qual podem preparar seus próprios rótulos, reivindicações e declarações ambientais. A seguir, confira os três tipos de rotulagem ambiental no escopo da ISO. Acesse o conteúdo no AVA É importante destacar, ainda, que o mecanismo da rotulagem ambiental é baseado em dois pressupostos: 1) Assume-se que um determinado bem pode ser produzido de formas variadas e que estas diferem em termos de impacto ambiental. 2) Supõe-se que métodos de produção mais limpos são geralmente mais caros ou requerem a redução de atributos apreciados pelos consumidores (MOURA, 2013). 1 7G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L São autodeclarações ou reivindicações espontâneas, feitas pelos próprios fornecedores ou fabricantes, sem avaliações de terceiros e sem a utilização de critérios preestabelecidos. Tipo I – ISO 14024 Rotulagens concedidas e monitoradas por uma terceira parte independente (programas de terceira parte), como órgãos governamentais ou instituições internacionalmente reconhecidas – são geralmente mais bem aceitas por parte do consumidor, devido à sua maior isenção e confiabilidade. Tipo II – ISO 14021 São rotulagens verificadas também por terceiros e que consideram a avaliação de todo o ciclo de vida do produto – análise de ciclo de vida (ACV), também chamada de análise “berço ao túmulo”. Não têm padronização a alcançar, contudo, são as mais sofisticadas e complexas quanto à sua implantação, pois exigem extensos bancos de dados para avaliar o produto em todas as suas etapas, fornecendo a dimensão exata dos impactos que provocam. Tipo III – ISO 14025 É importante observar que, do ponto de vista da iniciativa, os selos podem: ser conduzidos por governos – como o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Selo Procel) no Brasil; funcionar de forma independente, mas podendo aceitar assistência técnica governamental – como o Ecolabel da União Europeia; ou ser estabelecidos pelo próprio setor industrial ou produtivo, por meio das chamadas autodeclarações ambientais. A seguir, confira exemplos de selos e rotulagens ambientais (ROSA, FRACETO E MOSCHINI- CARLOS, 2012). Rótulo concebido pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha em 1978. Esse selo considera o ciclo de vida do produto e contém a descrição da razão pela qual o selo foi concedido (SEIFERT, 2007). Selo ABNT – Qualidade ambiental Rótulo ecológico ABNT, iniciado em 1993, esse selo identifica produtos com menor impacto ambiental em relação a outros compatíveis disponíveis no mercado. Está estruturado de acordo com o esboço das versões das normas ISO 14020 e ISO 14024. É um programa de terceira parte, positivo, que concede selo do tipo I (SIQUEIRA, 2009). Selo Blaue Engel Anjo Azul 1 8G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Criado em 1989, corresponde à rotulagem de produtos e à educação ambiental nos Estados Unidos. Entre os produtos e serviços avaliados, encontram-se lâmpadas fluorescentes, refrigeradores e freezers, produtos de limpeza, cosméticos, entre outros (GREEN SEAL, 2010). Green Seal Rótulo ecológico da União Europeia (EU), criado em 1992, gerenciado pela Comissão da União Europeia para o Rótulo Ecológico (CREUE). Todos os produtos que ostentam a “flor” foram auditados por organismos independentes quanto à sua conformidade com os critérios ambientais em todo o ciclo de vida do produto (NF MARK, 2010). Eco Label Europeu (Flor) É uma certificação voluntária emitida pelo AFAQ AFNOR Certification. Criada em 1991, a marca distingue os produtos que têm impacto ambiental reduzido, sendo o selo oficial francês de certificação ecológica. Na avaliação, incluem-se os impactos ambientais em todo o ciclo de vida do produto (NF MARK, 2010). Selo ecológico francês Criado em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) e pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. O selo é conferido a produtos capazes de manter o mesmo desempenho economizando de 20 a 30% de energia. Atualmente, tem parceria com mais de 17 mil empresas dos setores público e privado (USGBC, 2010). Selo energy star O selo FSC indica a certificação de empreendimentos e produtos da floresta. Essa certificação pode ser referente ao manejo florestal ou à cadeia de custódia. No Brasil, o Imaflora verifica a adequação dos empreendimentos florestais conforme os critérios do FSC (IMAFLORA, 2010). Green building Selo americano da construção civil, de terceira parte, reconhecido internacionalmente. Alguns requisitos dos empreendimentospara a obtenção desse selo: uso de iluminação natural; gestão de perdas e resíduos; administrações do consumo de água e energia elétrica; uso de materiais renováveis; redução da emissão de CO2; qualidade interna do ambiente; e ideias inovadoras (USGBC, 2010). Certificação Forest Stewardship Council (FSC) 1 9G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L Esse selo indica que a empresa certificada está em conformidade com as leis sanitárias, ambientais e trabalhistas nacionais e que essa garantia se estende aos fornecedores de matéria-prima certificados pelo IBD. Entre os produtos orgânicos que podem ser certificados, encontram-se: sucos, geleias, laticínios, óleos, doces, palmito, extratos vegetais secos, camarão, frango e carnes, entre outros (INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL, 2010). Selo IBD de certificação orgânica Depois desses aprendizados, ficou mais evidente que as práticas ambientais das organizações, em função da consciência de seus impactos ao meio ambiente, vêm evoluindo com o passar dos anos, deixando de ter caráter passivo e passando a ter caráter reativo. Em função disso, as organizações têm buscado estabelecer seu sistema de gestão ambiental (SGA), que permite a definição e a implementação de estratégias para caminhar rumo à melhoria contínua, englobando os aspectos ambientais. Figura 15. Estudo das práticas ambientais nas empresas Durante esse processo, são realizadas auditorias para análise de conformidades. A fim de prevenir a poluição, em vez de dispersá-la, vêm sendo implantados programas como a P+L, vista nesta unidade, e a ACV, vista na unidade anterior. Além disso, existem os selos e certificações ambientais, que buscam dar mais visibilidade a empresas ambientalmente adequadas. EU PENSO O QUE Entre no AVA, retorne à problemática do início da unidade e faça uma comparação entre o que você pensava e o que pensa agora. Acesse o conteúdo no AVA 2 0G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L SE LIGA! Você está chegando ao fim da unidade e quase ao fim da disciplina. Para complementar os seus estudos, explore os materiais extras que trazem um plus para tudo o que você viu durante esta unidade. Avaliação da aplicação das técnicas da produção mais limpa em um laticínio no sul da Bahia Este artigo traz uma aplicação do conceito de P+L em um laticínio, um setor com uma elevada quantidade de impactos ambientais. Ele é bem interessante, principalmente porque a empresa em questão já vinha adotando algumas práticas ambientais e manifestou interesse em conhecer outras que contribuíssem para minimizar os impactos e propiciar ganhos econômicos. Assim, foi possível identificar e apresentar as oportunidades de P+L. Análise do uso de certificações ambientais para as obras da Companhia Águas de Joinville Este artigo analisa as certificações ambientais que têm maior visibilidade e estabelece a sua possível utilização nas obras de uma Companhia de Água na cidade de Joinville. Da ilegalidade à certificação florestal: estudo de caso do manejo florestal comunitário no Baixo Amazonas Este artigo traz uma perspectiva diferente de certificações ambientais, tendo em vista que analisa as mudanças do arranjo produtivo da madeira oriunda da extração comunitária, no município de Boa Vista do Ramos, Amazonas, decorrentes das alterações nas políticas ambientais e normas voltadas ao manejo florestal sustentável. Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui > Você concluiu mais uma unidade. Agora, aplique o conteúdo estudado em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. E não se esqueça das questões de estudo no AVA, combinado?” Nos vemos na próxima e última etapa. Até lá! Acesse o conteúdo no AVA https://www.scielo.br/j/gp/a/HzfyQxvNP3QFNT5KX3yGcgx/?lang=pt https://periodicoscientificos.itp.ifsp.edu.br/index.php/rbic/article/view/389 https://www.scielo.br/j/cflo/a/LSxLxnDQjjnyfYFbTqQwdwJ/?lang=pt 2 1G E S T Ã O A M B I E N T A L E R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14020 – Rótulos e declarações ambientais – Princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14021 – Rótulos e declarações ambientais – Autodeclarações ambientais (rotulagem do tipo II). Rio de Janeiro: ABNT, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14024 – Rótulos e declarações ambientais – Rotulagem ambiental tipo I – Princípios e procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2022. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14025 – Rótulos e declarações ambientais – Declarações ambientais de tipo III – Princípios e procedimentos. Rio de Janeira: ABNT, 2015. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS SENAI. Implementação de programas de produção mais limpa. Porto Alegre: CNTL/Senai, 2003. ENERGY STAR. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao selo americano de eficiência energética. Washington: Energy Star, 2012. Disponível em: http://energystar. gov. Acesso em: 13 out. 2022. EUROPEAN COMISSION. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao selo ecológico da comunidade europeia. Brussel: EC, 2012. Disponível em: http://ec.europea.eu/ environemnt/ecolabel. Acesso em: 13 out. 2022. GREEN SEAL. 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