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Fundamento do DIP e sua diferença com relação ao Direito Interno Direito interno Montesquieu - Distinção e independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como limitações mútuas. Os políticos são submissos às leis já promulgadas Estado Democrático de Direito: respeito à democracia e ao direito Direito internacional Nas relações internacionais mantidas pelos Estados e organismos internacionais, não existe uma subordinação entre as partes, já que inexiste um Supra Estado que possa impor uma ordem jurídica. Juridicamente, todos os Estados são iguais, não existindo uma autoridade superior que possa impor às demais regras de direito, tampouco sanções que sejam universalmente válidas. Fundamentos do Direito Internacional Público ● Obrigatoriedade Fundamenta-se na ideia de consentimento. Podem ser criativos, quando pré estabelecem regras inerentes a temas que não necessariamente decorrem da razão humana (conceito de mar territorial); ou perceptivo, quando as regras decorrem da própria natureza humana, como as existentes normas que garantem a dignidade da pessoa humana. Existe o indagamento sobre a existência de uma ordem sobre a outra, que pode ser explicada sob duas teorias: a monista e a dualista Teoria Monista: o Direito Internacional e o Direito Interno representam a unidade de uma ordem jurídica. Essa teoria subdivide em dois grupos: a monista internacionalista e a monista nacionalista ● Teoria monista internacionalista: diante de uma unidade de sistema, prevalece a norma internacional sobre a interna, já que no topo das normas, encontraria-se a norma hipotética fundamental, ou seja, o princípio de que os acordos devem ser mantidos, que é o fundamento e o princípio do direito internacional ● Teoria monista nacionalista: ante a unidade de sistema, a prevalência seria da norma interna sobre a internacional, com força na soberania estatal, que impede a submissão da norma constitucional, às normas internacionais. Essa teoria é normalmente defendida por adeptos de formação no constitucionalismo. Teoria Dualista: o Direito interno e o internacional são sistemas distintos e independentes entre si. Para eles, são aplicáveis relações interdependentes. O direito interno é aplicável às situações públicas e privadas do âmbito interno do Estado, enquanto o direito internacional é aplicável às relações externas, entre sujeitos de direito internacional. A regra internacional só seria aplicável internamente após a incorporação da regra internacional, isto é, após se tornar uma norma interna. Essa teoria de incorporação é chamada de Teoria da Incorporação da Norma. No Brasil, o entendimento é o de que às normas internacionais, quando incorporadas ao sistema, nele ingressam com força de norma ordinária. Há a predominância da teoria monista nacionalista, no Brasil. (constituinte) Emenda Constitucional n. 45 - Caso uma norma internacional venha a ser objeto de apreciação, ela deve passar por ambas as casas legislativas, em dois turnos de votação, com a necessidade de obter a aprovação de ⅗ dos membros de cada casa. Após esse trâmite, a norma ingressa no sistema com força de Constituição. Após a criação da EC45, o Brasil também consagra a teoria monista internacionalista, em casos de norma humanitária que obtenha aprovação pelo Congresso Nacional. As doutrinas que buscam demonstrar o fundamento jurídico da obrigatoriedade e da eficácia do Direito Internacional Público podem ser agrupadas em duas correntes: objetivista e voluntarista Corrente Voluntarista: Com base na positivista, defende que a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre sempre do consentimento comum dos Estados, da mesma forma que o direito interno decorre do assentimento dos cidadãos. Crítica: se o fundamento de obrigatoriedade for realmente a vontade coletiva dos Estados, basta que um deles se retire da coletividade para que a validade do Direito Internacional seja comprometida. Isso causaria grandes inseguranças às relações internacionais. Corrente objetivista: Defende que a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre do fato de que simplesmente existem princípios e normas que são superiores ao ordenamento jurídico de qualquer Estado. Ora, a sobrevivência da sociedade internacional depende de valores que devem prevalecer sobre os interesses domésticos estatais. Tem como suporte sobretudo o Direito Natural, mas também teorias sociológicas do direito e o normativismo jurídico. Crítica: argumentam que ela minimiza a vontade soberana dos Estados, uma vez que estes têm papel contributivo na criação das regras do Direito Internacional. Teoria Objetivista Temperada - Pacta Sunt Servanda Acredita que o fundamento mais concreto da aceitação generalizada do Direito Internacional Público emana da ideia de que este se baseia em princípios jurídicos, que são alcançados a um patamar superior às vontades estatais, sem ignorá-la por completo. Dionisio Anzilotti - norma do Pacta Sunt Servanda - as partes tem o dever de cumprir o que foi acordado no plano internacional, como fundamento jurídico único do Direito Internacional Público, que deve servir como um critério diferenciador das normas internacionais em relação a todas as outras normas. Jus cogens - imposição de limitações à autonomia da vontade dos Estados, de modo que não são mais permitidas derrogações em tratados internacionais firmados por estes.