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HIGIENE DO TRABALHO

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HIGIENE DO TRABALHO 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2. HIGIENE DO TRABALHO .................................................................................... 4 
3. RISCOS ................................................................................................................ 5 
3.1 Riscos Químicos ............................................................................................ 7 
3.2 Riscos Biológicos ........................................................................................... 8 
3.3 Riscos Relativos ao Manuseio, Armazenagem e Transporte de Substâncias 
Agressivas/Insalubridade/Periculosidade ................................................................. 9 
3.3.1 Atividades insalubres ............................................................................... 9 
3.3.2 Atividades periculosas ........................................................................... 10 
4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL /EPI ......................................... 12 
4.1 Aspectos Técnicos ....................................................................................... 12 
4.2 Aspectos Psicológicos .................................................................................. 13 
4.3 Obrigações dos Empregadores, Empregados, Governo e Fabricantes ....... 13 
5. PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR.............................................. 15 
6. CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE 
TRABALHO .............................................................................................................. 16 
6.1 Condições Gerais ......................................................................................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Associação Norte-Americana de Higienistas Industriais define da seguinte 
maneira o conceito de higiene industrial: 
[...] A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reco-
nhecimento, a avaliação e o controle daqueles fatores ambientais ou tensões 
originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou 
ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as 
pessoas da comunidade (ROCHA; FIAMENI, 2014). 
A higiene do trabalho ou higiene industrial, como é conhecida por muitos, tem 
papel fundamental dentro do vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade 
de vida. É nos preceitos dessa ciência que os membros do SESMT (Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), por meio de 
seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição específicos, 
conseguem garantir que o funcionário labore em um ambiente de trabalho saudável, 
em um lugar em que seja garantida, na medida do possível, sua integridade física e 
psíquica. Para que esses profissionais consigam atingir seus objetivos, eles utilizam 
dois fatores muito comuns nas avaliações ambientais, que são os critérios qualitativos 
e os quantitativos dos riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. HIGIENE DO TRABALHO 
 
A higiene do trabalho - ou higiene industrial, como também é conhecida por 
muitos - tem papel fundamental no vasto campo da segurança do trabalho e da 
qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), por 
meio de seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição 
específicos, conseguem garantir na prática que o funcionário labore em um ambiente 
de trabalho saudável, ou seja, em um lugar onde lhe seja garantida, na medida do 
possível, sua integri- dade física e psíquica. 
Nesse mesmo, sentido a Associação Norte-Americana de Higienistas 
Industriais define esta ciência como: 
 
[...] A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o 
reconhe- cimento, a avaliação e o controle daqueles fatores ambientais ou 
tensões originadas nos locais de trabalho, que podem provocar doenças, 
prejuízos à saúde ou ao bem- estar, desconforto significativo e ineficiência 
nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade. 
 
Para que esses profissionais consigam atingir seus objetivos, eles utilizam dois 
fatores muito comuns nas avaliações ambientais: critérios qualitativos e quantitativos 
dos riscos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. RISCOS 
 
 Risco é a possibilidade, evidente ou não, de causar lesão ou morte, danos e 
per- das patrimoniais, interrupções no processo produtivo ou afetar a comunidade ou 
o meio ambiente. 
Os riscos podem ser classificados nas seguintes categorias: físicos, químicos, 
biológicos e de acidentes. Segundo a Norma Reguladora (NR) n. 9 – Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (MTE, 2015) –, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos (ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, 
radiações etc.), químicos (compostos ou produtos que possam penetrar nas vias 
respiratórias), e biológicos (bactérias, fungos, bacilos, parasitas, vírus, entre outros) 
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador. 
O custo das melhorias nas condições e no ambiente de trabalho é um inves- 
timento com retorno garantido, pois gera aumento de produtividade, redução dos 
acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo, e melhora o relacionamento 
empresa-empregado (GONÇALVES et al., 2007, OLIVEIRA, 2009). 
Para classificar e qualificar os riscos inerentes aos processos de trabalho nas 
organizações, são utilizadas representações gráficas chamadas de Mapas de Riscos. 
De acordo com a NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –, os Mapas 
de Riscos têm como objetivo reunir as informações necessárias para realizar o 
diagnóstico da situação de saúde e segurança no trabalho nas em- presas, permitir a 
troca e divulgação de informações para os trabalhadores e fomentar sua participação 
nas atividades de prevenção (MTE, 2015, OLIVEIRA; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2010). 
Para a confecção do Mapa de Risco deve-se conhecer profundamente o 
processo de trabalho e o local onde ele é desenvolvido, identificando os riscos, as 
medidas preventivas e sua eficácia e os principais indicadores de saúde, tais como as 
queixas dos trabalhadores expostos aos riscos, os acidentes de trabalho ocorridos e 
as doenças profissionais diagnosticadas (MTE, 2015). Os riscos ocupacionais são 
classificados/representados em grupos conforme sua natureza e gravidade (ver 
Quadro 1 e Figura 1). 
 
 
 
 
Quadro 1 - Classificação dos riscos ocupacionais. 
 
Fonte: Adaptado da NR 9. 
 
Figura 1: Representação dos riscos conforme a gravidade. 
 
 Fonte: Costa; Costa, 2004. 
 
No Brasil, a legislação trabalhista atribui à Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA) a responsabilidade pela elaboração do Mapa de Riscos, sempre 
com a participação dos trabalhadores envolvidos na execução das tarefas anali- 
sadas. A Figura 2 apresenta um exemplo de Mapa de Risco. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Exemplo de Mapa de Risco. 
 
Fonte: (OLIVEIRA, 2009). 
 
3.1 Riscos Químicos 
 
 Os riscos químicos envolvem substâncias, compostos ou produtos que 
possam penetrar no organismo por exposição crônica ou acidental. O contato das 
pessoas com esses produtos pode gerar diversos efeitos, como câncer, mutações, 
doenças nos sistemas, entre outros. 
» Apesar de quase todos os trabalhadores estarem sujeitos à exposição 
química, esse tema ganha mais relevância em alguns setores em virtude da 
presença mais
intensa desses componentes, como nas indústrias química, 
petroquímica e petrolífera, na produção de cloro-soda, amianto, baterias, na 
metalurgia e na siderurgia, entre outros (MATTOS e MÁSCULO, 2011). 
A NR 9 do MTE,8 que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA), define como agentes químicos: 
 
 
[...] as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, 
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato ou ser absorvi- dos pelo organismo através da pele ou 
por ingestão (BRASIL, 1994). 
 
A NR 15 do MTE, que trata das atividades e das operações insalubres, define 
em seus anexos 11, 12 e 13 (BRASIL, 1978b) 
» Anexo 11 
 
[...] o método e os parâmetros para se calcular o grau de insalubridade em 
função da exposição a agentes químicos para os quais há limite de tolerância 
para absorção por via respiratória ou cutânea. 
 
» Anexo 12 
 
[...] os procedimentos de medição e limites de tolerância para a exposição 
dos trabalhadores a poeiras minerais (asbesto, manganês e seus compostos, 
e sílica livre cristalizada). 
 
» Anexo 13 
 
[...] apresenta os diferentes graus de insalubridade relativos a atividades e 
operações envolvendo agentes químicos, tais como arsênico, chumbo, cromo 
e benzeno. 
 
3.2 Riscos Biológicos 
 
A NR 9 do MTE, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA), define como agentes biológicos “[...] as bactérias, os fungos, os bacilos, os 
parasitas, os protozoários, os vírus, entre outros” (BRASIL, 1994). 
Os riscos biológicos estão presentes em quase todas as atividades exercidas 
por trabalhadores que laboram em ambientes onde possam estar presentes esses 
agentes. Locais onde, independentemente da vontade do trabalhador, há agentes 
biológicos, como é o caso de hospitais, serviços de esgoto etc. 
Não é de se admirar ver acidentes com agulhas injetáveis em hospitais e 
centros cirúrgicos durante o tratamento de pacientes contaminados com vírus HIV 
 
 
(sigla em inglês), contaminação dos trabalhadores envolvidos em coletas de lixo 
residencial e outras atividades em que haja a presença de fungos e bactérias. 
 
3.3 Riscos Relativos ao Manuseio, Armazenagem e Transporte de Substâncias 
Agressivas/Insalubridade/Periculosidade 
3.3.1 Atividades insalubres 
 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 189, traz interessante 
definição sobre a insalubridade, conforme a seguir (BRASIL, 1943): 
 
[...] Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por 
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados 
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão 
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus 
efeitos. 
 
Nesse mesmo sentido, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da 
Portaria MTb no 3.214, de 08 de junho de 1978, criou a NR 15,6 que trata das 
atividades e das operações insalubres. Segundo essa norma, o exercício de trabalho 
em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, 
incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 
» 40%, para insalubridade de grau máximo; 
» 20%, para insalubridade de grau médio; 
» 10%, para insalubridade de grau mínimo; 
E, ainda, nos termos dessa NR, são consideradas atividades ou operações 
insalubres as que se desenvolvem: 
» Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos da NR 15, conforme a 
seguir: 
Anexo no 1 - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente; 
Anexo no 2 - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto; 
Anexo no 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor; 
Anexo no 5 - Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes; 
Anexo no 11 - Agentes Químicos cuja Insalubridade é caracterizada por Limite 
de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho; 
Anexo no 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais. 
» Nas atividades mencionadas nos anexos da NR 15: 
 
 
Anexo no 6 - Trabalho sob Condições Hiperbáricas; 
Anexo no 13 - Agentes Químicos; 
Anexo no 14 - Agentes Biológicos. 
» Comprovadas por meio de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes 
dos anexos da NR 15: 
Anexo no 7 - (Radiações Não Ionizantes); 
Anexo no 8 - (Vibrações); 
Anexo no 9 - (Frio); 
Anexo no 10 - (Umidade). 
Interessante observar que, no caso de incidência de mais de um fator de 
insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de 
acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 
 
3.3.2 Atividades periculosas 
 
 O art. 193 da CLT traz, em uma linguagem simples, a seguinte definição de 
periculosidade (BRASIL, 1943): 
 
[...] São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamenta- ção aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado 
em virtude de exposição per- manente do trabalhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais 
de segurança pessoal ou patrimonial; [...] 
 
Por sua vez, a NR 1611 do MTE, que trata das atividades e das operações 
perigosas, por meio da Portaria GM no 518, de 04 de abril de 2003, acrescentou 
também no rol dessas atividades, fazendo jus ao respectivo adicional (BRASIL, 
2012b): 
 
III - as atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou 
substâncias radioativas. 
 
O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um 
adicional de 30% sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
 
 
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou de 
periculosidade que, porven- tura, lhe seja devido, cujo direito cessará a eliminação do 
risco à sua saúde ou à sua integridade física (art. 194 da CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fique Atento: 
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo 
as normas do Ministério do Trabalho, serão feitas por meio de perícia a cargo de 
médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, registrados no Ministério do 
Trabalho. 
 
 
4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL /EPI 
 
EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador 
visando à sua proteção de riscos que ameaçam sua saúde e a segurança no trabalho 
(GONÇALVES et al., 2007). Eles devem ser utilizados quando não é possível eliminar 
ou isolar os riscos, e as medidas coletivas de proteção não são suficientes para 
garantir a integridade dos trabalhadores e/ou quando a tarefa a ser executada 
apresenta um potencial de risco (COSTA; COSTA, 2004, OLI- VEIRA, 2009). 
As empresas são obrigadas a fornecer, gra- tuitamente aos empregados, EPIs 
adequa- dos ao risco a que estão submetidos, e em perfeito estado de conservação e 
funciona- mento, nas situações em que as medidas de proteção coletiva forem 
tecnicamente in- viáveis ou não ofereçam completa proteção contra os acidentes do 
trabalho e/ou doen- ças ocupacionais (OLIVEIRA, 2009). 
Os EPIs podem ser dos seguintes tipos: 
a) proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares; 
b) proteção respiratória: máscaras e filtros; 
c) proteção visual e facial: óculos e viseiras; 
d) proteção da cabeça: capacetes; 
e) proteção de mãos e braços: luvas e mangotes; 
f) proteção de pernas e pés: sapatos, botas, botinas, perneiras e polainas; 
g) proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões;
e 
h) proteção contra radiação solar: protetor solar. 
 
4.1 Aspectos Técnicos 
 
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT), ou à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA), nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador 
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. 
Recomendar o EPI adequado é um aspecto que requer conhecimento técnico 
sobre como proceder para escolher corretamente o tipo e o modelo que reúna 
segurança, para neutralizar a agressividade do risco, e o conforto para o usuário. 
Então, é preciso determinar os tipos de riscos presentes no processo e no 
ambiente de trabalho e que se pretende neutralizar, proceder a uma avaliação 
 
 
qualitativa e quantitativa desses riscos e determinar a parte do corpo do trabalhador 
que fica mais exposta aos riscos determinados. 
 
4.2 Aspectos Psicológicos 
 
Nos treinamentos ou medidas educacionais com o fim de orientar o uso correto 
do EPI, devem ser levados em consideração os aspectos psicológicos. 
Antes de fornecer o EPI ao trabalhador é preciso que a empresa faça um 
trabalho de conscientização sobre os motivos que justificam o uso desse equipamento 
e a real utilidade do mesmo. A finalidade dessa conscientização é estabelecer uma 
condição psicológica positiva em relação à utilização do EPI pelo trabalhador, como 
algo intrínseco à sua atividade. Caso contrário o trabalhador poderá rejeitar o uso, ou 
mesmo aceitar como uma imposição, dando origem a um conflito ou condição 
psicológica negativa que certamente prejudicará sua segurança e desempenho no 
trabalho. 
 
4.3 Obrigações dos Empregadores, Empregados, Governo e Fabricantes 
 
De acordo com a Norma iRegulamentadora 6 (Portaria GM 3214, de 8 de junho 
de 1978) do Ministério do Trabalho e Emprego, os empregadores, os empregados, os 
fabricantes (ou importadores) e o governo (Ministério do Trabalho e Emprego), têm 
obrigações específicas relacionadas com os Equipamentos de Proteção Individual. A 
seguir são apresentadas as referidas obrigações. 
1. Cabe ao empregador 
a) Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade. 
b) Exigir seu uso. 
c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional 
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. 
d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e 
conservação. 
e) Substituir imediatamente o EPI quando danificado ou extraviado. 
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica. 
g) Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade 
observada. 
 
 
2. Cabe ao empregado 
a) Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina. 
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação. 
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impróprio para 
uso. 
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
3. Cabe ao fabricante nacional e ao importador 
a) Cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança 
e saúde no trabalho. 
b) Solicitar a emissão do certificado de aprovação. 
c) Solicitar a renovação do certificado de aprovação (CA) quando vencido o 
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de 
segurança e saúde no trabalho. 
d) Requerer novo CA quando houver alteração das especificações do 
equipamento aprovado. 
e) Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem 
ao CA. 
f) Comercializar ou colocar à venda somente EPI portador de CA. 
g) Comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde 
no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos. 
h) Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando 
sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso. 
i) Fazer constar do EPI, em caracteres indeléveis, o número do lote de 
fabricação, o nome comercial da empresa fabricante e o número do CA. 
4. Cabe ao Ministério do Trabalho e do Emprego 
a) Cadastrar o fabricante ou o importador do EPI. 
b) Receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA do EPI. 
c) Estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios do 
EPI. 
d) Emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador. 
e) Fiscalizar a qualidade do EPI. 
f) Suspender o cadastro da empresa fabricante ou importadora e cancelar o 
CA. 
 
 
 
5. PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
 A partir de 1994, a legislação brasileira de saúde e segurança no trabalho 
passou a adotar um novo enfoque e estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas 
ela- borarem e implementarem dois programas, um ambiental, o PPRA (Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais), e um médico, O PCMSO (Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional) (MIRANDA; DIAS, 2004, OLIVEIRA, 2009). 
A NR (Norma Regulamentadora) n. 9 orienta o desenvolvimento e a 
implantação do PPRA, e a NR n. 7 orienta o desenvolvimento e a implantação do 
PCMSO nas empresas, em geral (MTE, 2015, MIRANDA; DIAS, 2004). 
Para garantir a efetiva implementação do PPRA, a norma estabelece que as 
empresas devem adotar mecanismos de avaliação que permitam o cumprimen- to das 
etapas, ações e metas previstas. Serão considerados fatores de riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho em 
determinadas concentrações ou intensidade, com um tempo de exposição do 
trabalhador a eles com limites preestabelecidos (OLIVEIRA, 2009). 
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do seu próprio 
proces- so de trabalho e dos riscos ambientais inerentes devem ser seriamente consi- 
derados quando do planejamento e execução do PPRA (MIRANDA; DIAS, 2004). 
O PCMSO é um programa médico com caráter preventivo, a partir do rastrea- 
mento e diagnóstico precoce dos riscos à saúde relacionados ao trabalho. Para a 
confecção do PCMSO, é necessário um estudo prévio para a identificação dos riscos 
ocupacionais existentes na empresa, que pode ser realizado por meio de visitas aos 
locais de trabalho, com base nas informações contidas no PPRA. A implementação 
desses programas é fundamental para a promoção da saúde e proteção do 
trabalhador no ambiente de trabalho, pois permite o controle da situação de exposição 
dos funcionários aos riscos ambientais e o acompanha- mento das medidas de 
melhoria contínua no ambiente de trabalho (MIRANDA; DIAS, 2004, OLIVEIRA, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO 
 
A NR 24 do Ministério do Trabalho é a norma que regulamenta as condições 
sanitárias e de conforto nos locais de trabalho. Ela aborda assuntos diversos, como 
alojamentos adequados a condições dos trabalhadores, refeitórios e vestiários limpos 
e asseados etc., sempre com a finalidade de garantir um ambiente saudável para o 
trabalhador. 
 
6.1 Condições Gerais 
 
Um ambiente de trabalho limpo, asseado, organizado e seguro, com postos de 
traba-lho (maquinários, equipamentos, mesas de trabalho, computadores) adequados 
ao perfil do funcionário (alto, baixo, magro, obeso etc.), dignifica o trabalhador, 
fazendo-o sentir-se importante na organização, aumentando sua autoestima, bem 
como a produtividade de seus serviços. Esse ambiente também torna o empregado 
apto a desenvolver suas funções com zelo, responsabilidade e dedicação, pois ele 
sabe muito bem que é seu dever manter limpo e organizado seu posto de trabalho, da 
mesma forma em que foi encontra-do; caso contrário, pode sofrer sanções 
disciplinares. O Ministério do Trabalho (MT), na Portaria 3.214, de 8 junho de 1978, 
criou duas Normas. 
Regulamentadoras (NR): a NR 17, que trata de Ergonomia, e a NR 24, que 
aborda as Con-dições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho, ambas de 
extrema importância na segurança do trabalho.
A Norma Regulamentadora 17 (Ergonomia) do MT visa estabelecer parâmetros 
que permi-tam a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalha-dores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, 
segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos 
relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos 
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização 
do trabalho. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito 
anos e superior a quatorze anos. 
Não se pode exigir nem admitir o transporte manual de cargas cujo peso possa 
comprometer a saúde ou a segurança do trabalhador. 
 
 
O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de 
ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo 
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua 
saúde ou a sua segurança. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito 
em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao 
trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos 
seguintes requisitos mínimos: 
a. ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo 
de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura 
do assento; 
b. ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c. 
ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação 
adequados dos segmentos corporais. 
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação 
intelec-tual e atenção constantes, tais como salas de controle, laboratórios, escritórios, 
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas 
as seguintes condições de conforto: 
a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma 
brasileira registrada no Inmetro; 
b. índice de temperatura efetiva entre 20 °C (vinte graus Celsius) e 23 °C (vinte 
e três graus Celsius); 
c. velocidade do ar não superior a 0,75 m/s; d. umidade relativa do ar não 
inferior a 40% (quarenta por cento). 
A NR 24 do Ministério do Trabalho é a norma que regulamenta as condições 
sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, abordando assuntos diversos, como 
alojamentos adequados a condições dos trabalhadores, refeitórios e vestiários limpos 
e asseados etc., sempre com a finalidade de garantir um ambiente saudável para o 
trabalhador. 
É considerada satisfatória a metragem de 1 metro quadrado, para cada 
sanitário, por 20 (vinte) operários em atividade. 
As instalações sanitárias deverão ser separadas por sexo. 
Os lavatórios poderão ser formados por calhas revestidas com materiais 
impermeáveis e laváveis, possuindo torneiras de metal, tipo comum, espaçadas de 
0,60 m, devendo haver disposição de 1 (uma) torneira para cada grupo de 20 (vinte) 
 
 
trabalhadores. Será exigido, no conjunto de instalações sanitárias, um lavatório para 
cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades ou operações insalubres, ou nos trabalhos 
com exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou 
substâncias que provoquem sujidade. Será exigido 1 um chuveiro para cada 10 (dez) 
trabalhadores nas atividades ou operações insalubres, ou nos trabalhos com 
exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou 
substâncias que provoquem sujidade, e nos casos em que estejam expostos a calor 
intenso. 
É indispensável que os funcionários da cozinha encarregados de manipular 
gêneros, refeições e utensílios disponham de sanitário e vestiário próprios, cujo uso 
seja vedado aos comensais e que não se comuniquem com a cozinha. Nos 
estabelecimentos em que trabalhem mais de 300 (trezentos) operários, é obrigatória 
a existência de refeitório, não sendo permitido aos trabalhadores tomarem suas 
refeições em outro local do estabelecimento. É proibida, ainda que em caráter 
provisório, a utilização do refeitório para depósito, bem como para quaisquer outros 
fins. 
Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de 30 (trinta) até 300 (trezentos) 
empregados, embora não seja exigido o refeitório, deverão ser asseguradas aos 
trabalhadores condições suficientes de conforto para a ocasião das refeições. As 
áreas previstas para cozinha e depósito de gêneros alimentícios deverão ser de 35% 
(trinta e cinco por cento) e 20% (vinte por cento), respectivamente, da área do 
refeitório. Alojamento é o local destinado ao repouso dos operários, e a capacidade 
máxima de cada dormitório será de 100 (cem) operários. 
A empresa que contratar terceiros para a prestação de serviços em seus 
estabelecimentos deve estender aos trabalhadores da contratada as mesmas 
condições de higiene e conforto oferecidas aos seus próprios empregados. 
Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água 
potável, em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos. Onde 
houver rede de abastecimento de água deverão existir bebedouros de jato inclinado e 
guarda protetora, sendo proibida sua instalação em pias ou lavatórios, e na proporção 
de 1 (um) bebedouro para cada 50 (cinquenta) empregados. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Apostilas / Manuais / Normas e Procedimentos cedidos pelas Empresas: AES 
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(Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista); ELEKTRO Eletricidade e 
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