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61
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.3, p.61-66, 2008.
Recebido para publicação em 18/07/2007
Aceito para publicação em 08/01/2008
Crescimento inicial de mudas de sangra-d ’água (Croton urucurana Baill.) sob
sombreamento e aplicação de giberelina
SCALON, S.P.Q.
1
; KODAMA, F.M.
2
; SCALON FILHO, H.
3
;
 
MUSSURY, R.M.
1
1
Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, Rodovia Dourados-Itahum, Km 12, CEP: 79804970, Dourados,
MS; silvana.scalon@ufgd.edu.br; mara.mussury@ufgd.edu.br; 
2
Acadêmica de Ciência Biológica UFGD
3
 Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rodovia Dourados Itahum, Km 12, CEP: 79804970, Dourados,
MS homero@uems.br
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial das mudas de Croton urucurana
L. sob condição de sombreamento e aplicação de ácido giberélico. Aos 70 dias após a emergência,
as mudas foram tratadas por pulverização foliar com GA3 100 e 200 mg L
-1 e sem tratamento, e
permaneceram em condição de pleno sol e sob 50% de luz. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 (níveis de luz) x 3 (tratamentos
com giberelina) com 4 repetições de 10 mudas. Aos 150 dias após a emergência, as mudas
foram avaliadas, observando-se que a altura das mudas, razão de área foliar e a concentração de
clorofila foram maiores sob 50% de luz (74 cm, 79,16 cm2 g-1 e 1732,6 µg g-1, respectivamente) e
a área foliar e a razão de área foliar foram maiores nas mudas sem aplicação de giberelina
(2895,2 cm2 e 86,17 cm2 g-1, respectivamente). Em média o diâmetro (11,9 mm), comprimento da
raiz (53,4 cm), massa fresca da parte aérea (104 g), massa fresca da raiz (38,8 g), massa seca
de parte aérea (20,8 g) e massa seca de raiz (13,1 g) e teor de clorofila não variaram entre os
tratamentos hormonais. As mudas de sangra-d´água apresentam crescimento semelhante tanto
a pleno sol quanto sob 50% de sombreamento, sem necessitar de tratamento hormonal.
Palavras-chave : Croton urucurana, plantas medicinais, ecofisiologia, giberelina
ABSTRACT : Initial growth of “sangra-d ’água” (Croton urucurana Baill.) seedlings under
shading and gibberellin application. The objective of this work was to evaluate the initial
growth of Croton urucurana Baill. seedlings under shading and gibberellic acid application. At 70
days after emergency, seedlings were sprayed on the leaves with 100 and 200 mg L-1 GA3,
besides a control without application, and were kept under either full sun or 50% light. Experimental
design was completely randomized in 2 (light levels) x 3 (gibberellin treatments) factorial
arrangement, with 4 replicates of 10 seedlings each. At 150 days after emergency, seedling
height, leaf area ratio and chlorophyll concentration were higher under 50% light (74 cm, 79.16
cm2 g-1 and 1732.6 µg g-1, respectively); leaf area and leaf area ratio were higher in seedlings not-
treated with gibberellin (2895.2 cm2 and 86.17 cm2 g-1, respectively).The mean values of diameter
(11.9 mm), root length (53.4 cm), shoot fresh matter (104 g), root fresh matter (38.8 g), shoot dry
matter (20.8 g), root dry matter (13.1 g), and chlorophyll content did not vary among gibberellin
levels. “Sangra d’água” seedlings have similar growth under both full sun and 50% shading, with
no need of hormone treatment.
Key words : Croton urucurana, medicinal plants, ecophysiology, gibberellin
INTRODUÇÃO
Os estudos sobre preservação de recursos
florestais incluindo ecossistemas existentes ao longo
dos cursos de água têm aumentado nas últimas
décadas. Informações sobre a ecofisiologia de
espécies nativas com potencial para uso em
programas de revegetação poderão minimizar os
problemas causados pelo desmatamento (Alvarenga
et al., 2003).
Croton urucurana Baill. (Euphorbiaceae),
popularmente conhecida como sangra d´água e
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Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.3, p.61-66, 2008.
sangue-de-dragão, é uma árvore pioneira, de pequeno
a médio porte, heliófila, de crescimento rápido e ciclo
de vida curto, abundante em diversas formações
florestais brasileiras, especialmente na floresta
estacional semidecidual. Tolera encharcamento e
inundações, formando maciços quase puros em
terrenos instáveis e aluviões às margens dos rios,
mas ocorre também em clareiras e bordas de mata
em terrenos secos de encosta. Essa espécie é de
grande importância em reflorestamentos protetivos,
como sombreadora de espécies mais tardias,
especialmente na recomposição de matas ciliares e,
também, em regiões de cerradão. Resistente a
geadas fracas, floresce por período longo e variável e
a maturação dos frutos sobrepõe-se ao florescimento,
ocorrendo de janeiro a julho, o que dificulta a colheita
das sementes sem comprometer a produção do ano
seguinte (Durigan et al., 2002).
Sua importância medicinal deve-se à resina e
casca que são utilizadas para estancar sangramento,
acelerar a cicatrização e evitar infecções. A planta
apresenta também propriedades antibactericida, anti-
hemorrágica, antiviral e antioxidante sendo utilizada
para combater úlceras no estômago e no intestino
(Lorenzi & Matos, 2002). Assim, as árvores tornam-
se alvo de constantes injúrias no caule, o que pode
levá-las à morte, caso os vasos condutores sejam
atingidos. Assim, a exploração sustentável torna-se
urgente para evitar que essa espécie desapareça de
seu habitat natural. Para tanto, estudos sobre a
germinação e produção de mudas tornam-se
necessários, sendo que as condições de cultivo são
importantes para garantir a qualidade das mudas.
As mudas de C.urucurana podem ser
cultivadas a pleno sol em diversas combinações de
substratos, contendo diversas combinações de
húmus de minhoca, esterco de gado curtido, casca
de arroz carbonizada, vermiculita fina, com proporções
de 60% dos dois primeiros e menores proporções
dos demais (Moraes Neto et al., 2001)
O crescimento inicial e a qualidade das mudas
são decisivos em programas de reflorestamento,
implantação, recomposição e revitalização de florestas
nativas, os quais só terão sucesso garantido quando
os fatores que alteram a sobrevivência e o
desenvolvimento inicial das mudas, durante a fase
de viveiro e no campo, forem conhecidos. Segundo
Fonseca et al. (2002), as práticas de manejo de
mudas podem alterar sua qualidade, sendo que o
sombreamento pode auxiliar no controle excessivo
da temperatura, diminuindo em até 5ºC a temperatura
dentro da casa de vegetação.
O estudo da luminosidade é fundamental para
a avaliação do potencial destas espécies em
programas de revegetação, pois a disponibilidade de
luz constitui um dos fatores críticos para o seu
desenvolvimento (Gajego et al., 2001). Em virtude da
carência de conhecimentos, os estudos da influência
desse fator sobre a produção de mudas são de
extrema importância para o desenvolvimento da
atividade florestal e para programas de conservação
(Monteiro & Ramos, 1997).
Além dos fatores ambientais, fatores
endógenos, como o nível hormonal, influenciam
diretamente no desenvolvimento das mudas,
entretanto, são escassos os trabalhos sobre a
utilização de reguladores vegetais em espécies
arbóreas e arbustivas. Nas mudas, os efeitos das
giberelinas aparecem no alongamento do caule,
comprimento dos internódios, área foliar e acúmulo
de matéria seca (Stefanini et al., 2002). Eles
promovem a divisão e o alongamento celular e,
conseqüentemente, o crescimento do vegetal, pelo
fato de promover o aumento da extensibilidade e da
plasticidade da parede celular, devido à orientação
transversal das microfibrilas de celulose, atuando
preferencialmente em células jovens e meristemáticas
(Raven et al., 2001; Kerbauy, 2004).
Os níveis endógenos de giberelina ativa
regulam sua própria síntese por ativar ou inibir a
transcrição de genes para enzimas que participam
da biossíntese ou da degradação da giberelina. A luz
regula a biossíntese de GA1 por meio da regulação
da transcrição do gene da degradação da giberelina
e, também, causam um decréscimo na capacidade
de resposta do alongamento do caule à presença de
giberelina.Assim, quando uma planta cresce na luz,
a taxa de extensão diminui devido à regulação por
mudanças nos níveis hormonais ou na sensibilidade
aos reguladores vegetais (Taiz & Zeiger, 2004).
Como são escassas as informações na
literatura consultada sobre a ecofisiologia do
crescimento inicial das mudas de Croton urucurana,
o objetivo deste trabalho foi avaliar seu crescimento
sob condição de sombreamento e aplicação de ácido
giberélico nas condições climáticas de Dourados, MS.
MATERIAL E MÉTODO
O município de Dourados-MS localiza-se a
22o13’16" de latitude Sul e 54o48’2" de longitude Oeste
e tem altitude de 452m. O clima é classificado como
Cwa e a precipitação média anual é de 1500 mm,
com temperatura média anual de 22ºC. O solo da
região é do tipo Latossolo Vermelho distroférrico
(Embrapa, 1999), de textura argilosa e topografia plana.
As coletas dos frutos de sangra-d´água
(Croton urucurana L.) e sementes foram realizadas a
partir de 10 matrizes dispersas às margens da
Rodovia Dourados/Itahum, próximas ao km 12. As
exsicatas da espécie encontram-se depositadas no
Herbário de Dourados sob o número 2159.
Após o processamento, a semeadura foi
realizada em bandejas de células contendo
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FIGURA 1. Dados meteorológicos durante o período experimental, julho a dezembro de 2006. Fonte: Estação
meteorológica da UFGD.
Plantmax. Quando as plântulas apresentaram
aproximadamente 10 cm, foram transplantadas para
embalagem plástica com capacidade para 3 kg
contendo como substrato terra+areia+cama de frango
semidecomposta na proporção de 2:1:0,5 e foram
mantidas em casa de vegetação. Aos 70 dias após a
emergência, as embalagens contendo as mudas foram
transferidas para a condição de pleno sol e sob 50%
de luz e tratadas por pulverização foliar com GA3 100
mg L-1 e GA3 200 mg L
-1 e as mudas que não receberam
a aplicação de giberelina serviram como testemunha.
O experimento foi conduzido no período de
julho a novembro de 2006, em delineamento
inteiramente casualizado em esquema fatorial 2
(disponibilidade de luz) x 3 (tratamentos com
giberelina) com 4 repetições de 10 mudas cada.
Aos 150 dias após a emergência, foram
avaliadas a altura do caule (cm), diâmetro de colo
(mm), comprimento de raiz (CR)(cm), massa fresca
e seca de parte aérea e de raiz (MFPA, MSPA, MSPA
e MFR) (g), razão raiz/parte aérea (R/PA), área foliar
(AF) (cm2) quantificada em integrador de área foliar LI
COR, razão de área foliar (RAF) (cm2 g-1), segundo
Benincasa (1988) e teor de clorofila (µg g-1) , segundo
Arnon (1949). Os resultados foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo
teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Durante o experimento os dados meteorológicos
foram monitorados pela estação meteorológica da
Universidade Federal da Grande Dourados,UFGD e
encontram-se na Figura 1.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Não foi observada interação significativa entre
os tratamentos para nenhuma das características
avaliadas. A altura, a razão de área foliar e o teor de
clorofila das mudas foram maiores sob 50% de luz,
entretanto, o diâmetro de colo, o comprimento da maior
raiz e a área foliar não variaram significativamente entre
os níveis de luz (Tabela 1).
As massas frescas e secas da parte aérea
e raiz e a razão raiz/parte aérea não variaram entre
os níveis de luz (Tabela 2). Embora a área foliar tenha
sido 22,8% maior sob sombreamento, a massa seca
da parte aérea não acompanhou esse aumento,
indicando que as folhas maiores eram menos
espessas, como observado para a maioria das plantas
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Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.3, p.61-66, 2008.
TABELA 1. Altura, diâmetro (D), comprimento de raiz (CR), área foliar (AF), razão de área foliar (RAF) e teor de
clorofila de mudas de sangra d’água cultivadas durante 150 dias sob diferentes condições de luminosidade e
tratadas com giberelina.
Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelos testes F* e Tukey a 5% de probabilidade.
nessa condição. Uma menor razão de área foliar a pleno
sol, isto é, com maior radiação fotossinteticamente
ativa, é justificada pela menor área foliar em relação
à produção de biomassa seca total da planta.
Moraes Neto et al. (2000) sugerem que, sob
pleno sol, a menor área foliar e maior espessura do
parênquima paliçádico, podem levar a uma maior
concentração de clorofila por unidade de área foliar e
disposição dos cloroplastos em camadas
sobrepostas ao longo de paredes radiais das células
do mesofilo, o que pode proporcionar proteção contra
os efeitos fotodestrutivos em intensidades de luz altas
e promover maior absorção de luz em baixa
TABELA 2. Massas fresca e seca de parte aérea e raiz (MFPA, MFR, MSPA, MSR) e razão raiz/parte aérea (R/
PA) de mudas de sangra d’água cultivadas durante 150 dias sob diferentes condições de luminosidade e tratadas
com giberelina.
Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelos testes F* e Tukey a 5% de probabilidade.
intensidade luminosa.
Os resultados observados na presente
pesquisa são corroborados pelos observados na
literatura, onde as mudas de sangra-d´água
desenvolvem-se melhor sob sombreamento. Moraes
Neto et al. (2000) observaram maior crescimento em
altura, maior área foliar e razão de área foliar das
mudas de C. urucurana sob sombreamento,
entretanto, o diâmetro do colo, biomassa seca total
e razão entre raiz/parte aérea foi maior a pleno sol.
Eles atribuem esse comportamento das mudas ao
fato desta espécie ser classificada como pioneira e
sugerem que estas espécies apresentam maior
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Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.3, p.61-66, 2008.
metabolismo tanto em condição de pleno sol quanto
sob sombreamento. Segundo Grime (1982), em
espécies intolerantes ao sombreamento, uma
resposta fenotípica rápida, resultante de um aumento
da taxa de crescimento sob sombreamento, permite
maior competição por luz no meio de uma vegetação
herbácea em rápido desenvolvimento.
Alvarenga et al. (2003) também observaram
que as mudas desta espécie, cultivadas em Minas
Gerais, apresentaram maior altura, área foliar e
acúmulo de biomassa nas folhas e no caule e no teor
de clorofila, entretanto, não observaram correlação
no aumento de clorofila com a taxa fotossintética,
que foi reduzida com o sombreamento. As mudas
avaliadas na presente pesquisa, desenvolvida em
Mato Grosso do Sul, eram mais novas que as mudas
avaliadas por Alvarenga et al. (2003) em Minas Gerais,
entretanto, apresentaram maiores valores de altura e
massa seca.
Esses resultados são corroborados por
informações da literatura nas quais as plantas
respondem diferentemente ao meio ambiente devido
a fatores genotípicos e adaptativos, que levam à auto-
regulação com base no equilíbrio das relações de
interferência (Larcher, 2000), os quais podem ser
investigados pela análise de crescimento.
Scalon et al. (2006a) observaram que mudas
de Schinus terebinthifolius Raddi toleram
sombreamento de 70%, entretanto, a pleno sol as
mudas atingem menor altura, maior peso total e maior
área foliar. As mudas de Clitoria fairchildiana Howard
não se desenvolvem bem a pleno sol, embora a altura
não tenha variado, apresentam menor diâmetro, menor
peso seco total e menor área foliar, porém maior peso
específico de folha. Mudas de Enterolobium
contortisiliquum (Vell.) Morong sob 30% de
sombreamento apresentaram maiores valores de área
foliar, massa seca total, massa seca de folhas e razão
parte aérea/raiz (Scalon et al., 2005).
Desenvolvimento mais favorável das mudas
em condições de alta luminosidade foi observado por
Gajego et al. (2001) para espécies heliófitas com maior
produção de matéria seca (Sesbania sesban L.),
enquanto outras espécies apresentaram maior
acúmulo de matéria seca em baixa luminosidade
(Muntingia calabura L.).
Em relação à aplicação de giberelina,
nenhuma das características avaliadas variou
significativamente. Entretanto, a área foliar foi 40 e
25% menor nas doses de 200 e 100 mg L-1,
respectivamente, quandocomparadas às mudas sem
tratamento, assim como a razão de área foliar,
sugerindo que as doses utilizadas podem ter provocado
inibição da expansão das células do tecido foliar.
Embora os resultados da aplicação de ácido
giberélico sobre o crescimento das mudas sejam
ainda variáveis, os resultados observados na presente
pesquisa são semelhantes àqueles observados por
Scalon et al. (2006b) para mudas de Enterolobium
contortisiliqunn (Vell) Morong tratadas com 0, 50 e
100 mg L-1 de giberelina as quais, também não
apresentaram diferença significativa entre a massa
seca das folhas, da parte aérea, da raiz, a área foliar,
a altura, diâmetro do colo, razão de área foliar, taxa
assimilatória líquida e taxa de crescimento relativo,
entretanto, ao final das avaliações, quando as mudas
estavam com 180 dias, a massa seca total foi maior
quando as mudas receberam giberelina na dose de
100 mg L-1. Para mudas de Lippia alba, Stefanini et
al. (2002) observaram que a massa seca de caule,
folhas, flores e total também foram inferiores ao
controle quando tratadas com 50 e 100 mg L-1 de
giberelina e atribuem esse resultado às doses
empregadas.
Assim, observa-se na literatura que as
respostas das plantas à aplicação de giberelina variam
em função das doses. Modesto et al. (1996)
observaram que aplicações de ácido giberélico nas
doses de 0, 25, 50, 100 e 150 mg L-1 favoreceram o
aumento do comprimento do caule de plântulas de
limão-cravo que foi proporcional à dose aplicada,
entretanto, o diâmetro de colo foi maior nas doses de
25 e 50 mg L-1 e estes autores observaram em sua
revisão resultados semelhantes para diversos híbridos
de Citrus, em pêssego e nogueira macadâmia.
Erig et al. (2001) observaram efeito benéfico
do ácido giberélico no crescimento de mudas de
Anona squamosa (fruta-do-conde) e sugeriram que
sua utilização pode diminuir o tempo necessário para
a produção de porta-enxertos.
As mudas de sangra-d´água com até 150 dias
de idade cultivadas em Dourados-MS, apresentam
crescimento semelhante tanto a pleno sol quanto sob
50% de sombreamento, e as doses de giberelina
estudadas não otimizaram o crescimento das mudas.
AGRADECIMENTO
Á FUNDECT pelo apoio financeiro e ao CNPq
pela concessão de bolsa de iniciação científica.
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