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brasil-informatica-e-direitos-autorais-000743

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20 trimestre 1992 (7)
q..
NDÚSTRIA BÉLICA
_ _ 6-e¬I”l 23MÍg,~¿ O
Digicon desenvolveu os sistemas de
informação e controle de novo míssil
por Mariluce Mouro
de São Poulo
A empresa gaúcha Digi-
con. uma das mais atuan-
tes no segmento de auto-
mação industrial no País,
concluiu depois de um tra-
balho de desenvolvimento
de oito anos. em parceria
com o Instituto de Pesqui-
sas e Desenvolvimento
(IPD) e o Centro Tecnoló-
gico do Exército (Cetex),
os equipamentos de contro-
le e "guiagem”. ou seja. a
parte inteligente do novo
míssil terra-ar do Exercito,
o 3.2.
Os testes com o protótipo
de míssil de curto alcance.
que é supersõnico pode ser
dirigido opticamente ou
através de radar e tem au-
""`§~z__ tonomia para 6 quilômetros
-- meta que atinge em cer-
ca de 15 segundos - termi-
naram recentemente no
Cetex. em Guaratiba, Rio
de Janeiro. Já aprovado,
ele passa a ser produzido
por um grupo de empresas
(além da Dígicon. estão en-
tre elas a Imbel e a Amba-
lit). em lotes que cabe ás
Forças Armadas determi-
nar.
A experiência da Dígicon
em automação industrial e
mecânica fina é que lhe deu
á base, segundo o gerente
da Divisão de Tecnologia
Avançada da empresa, Jo-
se Carlos de Araújo, para
“vencer, utilizando siste-
mas CAD/CAE/CAM, os
desafios de construção da
parte inteligente do artefa-
to". que até então dependia
da importação de tecnolo-
gia.
“Todo o desenvolvimento
foi feito internamente por
doze engenheiros da Digi-
con, seguindo as especifi-
cações do Exercito e traba-
lhando em íntima coopera-
ção com seu pessoal de
P&D". diz Araújo. Foi ne-
cessário algum desenvolvi-
mento de materiáis. atingir
a mais alta precisão em
graus de balanceamento de
determinados instrumen-
tos e projetar processos no-
vos de fábricação de peças.
O resultado é um enge-
nho para defesa de pontos
estratégicos, como aero-
portos. hidrelétricas e
áreas de fronteiras, que,
sem estar na ponta mais
avançada da tecnologia bé-
lica, “é atualizado e ade-
quado ao estado da' arte
desse tipo de artefato”. ob-
serva o diretor técnico da
Dígicon. Corrado Lacchini.
Aroúio
A tecnologia já dominada
poderá ser utilizada tam-
bém para mísseis terra-
terra e terra-mar. E alguns
dos componentes desenvol-
vidos. como os girômetros,
que são sensores de veloci-
dade angular. podem vir e
ter aplicações civis.
Concluído o desenvolvi-
mento do míssil. a Dígicon
se prepara para uma nova
etapa do mesmo projeto.
que é o sistema de coman-
do do veículo lançador.
“Todo o controle do lança-
dor e automático e é este o
nosso próximo desafio na
área de defesa", diz Araú-
jo.
COMPONENTES
INTELIGENTES
A empresa trabalhou por
etapas ao longo dos últimos
oito anos e sua primeira ta-
refa foi desenvolver o siste-
ma inercial, isto é, os dois
equipamentos de alta pre-
cisão que, unidos, infor-
mám a posição exata do
míssil, em relação ao alvo
móvel que deve atingir o gi-
roscópio e ao operador: o
girômetro.
“O giroscópio informa a
cada instante qual o ângulo
em que o alvo está se mo-
vendo e o girômetro mede a
velocidade angular. As
muitas informações que as-
sim se pode obter. por se-
gundo, são acompanhadas
na chamada linha divisa-
da, por meio dos visores da
área de comando", explica
Araújo.
A segunda etapa foi o de-
senvolvimento do mecanis-
mo de controle da direção.
Depois foi a vez do aciona-
dor da carga militar e em
seguida a parte de isola-
mento térmico. “Na parte
interna atinge-se tempera-
turas de 2 mil graus centí-
grados e o alumínio que re-
veste o míssil só suporta
temperaturas de até 600
graus centígrados. 0 traba-
lho maior aqui foi chegar
às resinas à base de amian-
to e outros isoladores capa-
zes de deixar o revestimen-
to de aluminio com uma
temperatura de cerca de
200 graus centígrados", ex-
plica o gerente da Divisão
de Tecnologia Avançada.
A última etapa foi o de-
senvolvimento dos estabili-
zadores, responsáveis pelo
reequilíbrio dos centros de
gravidade e de empuxo do
míssil. que vão se alteran-
do à medida que se proces-
sá a queima de combustí-
vel nos motores - com pro-
pelentes sólidos. no motor
de aceleração. “Nisso e
não apenas no sistema de
controle da direção, reside
a possibilidade de ampliar
a capacidade de manobra
do míssil. Ela tem de ser
superior a 6 g (1 g é a uni-
dade de medida da acelera-
ção da gravidade), que é
mais ou menos a capacida-
de de manobra de um ca-
ça", explica Araújo.
0 trabalho da Dígicon.
que em 1991 faturou USS 10
milhões e, segundo seu pre-
sidente, Joseph Elbling,
“registrou um prejuízo sig-
nificativo, que ainda não
está fechado no balanço da
empresa, a ser divulgado
dentro dos próximos dias",
foi o desenvolvimento de
todos os componentes que
recebem as informações
externas, processa-as e os
que acionam comandos de
manobra do míssil.
A Dígicon S.A. - Contro-
le Eletrônico para Mecâni-
ca tem 280 funcionários.
dos quais 35 na área de pes-
quisa e desenvolvimento.
“Nossos investimentos em
P&D oscilam entre 10 e
12% do faturamento". in-
forma Elbling.
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