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Sistema digestório Antes de falar especificamente sobre as estruturas dos órgãos, é preciso ter noção de como, didaticamente, a parede desses órgãos é dividida. Isso é importante porque conseguimos diferenciar um órgão do outro pela composição das diferentes túnicas que compõem a parede desses órgãos. É dividida em quatro túnicas: 1. Túnica Mucosa: mais perto da luz. É dividida em três lâminas. Lâmina Epitelial: que reveste a luz do órgão, varia de órgão para órgão; Lâmina Própria: tecido conjuntivo, que em alguns órgãos, tem glândulas e em outros não; Lâmina Muscular da Mucosa: composta por músculo liso. 2. Submucosa: tecido conjuntivo, em alguns órgãos vai ter glândula e em outros não. Encontramos o plexo submucoso, que é um conjunto de gânglios que está distribuído em todo o trato digestório. Esses gânglios pertencem ao SNA e atuam principalmente na contração da muscular da mucosa, fazendo muitas vezes esvaziamento de glândula e o pregueamento da mucosa do órgão. 3. Túnica Muscular: de maneira geral é composta por duas camadas de músculo liso. É responsável pelo peristaltismo, que faz o alimento se movimentar pelo tubo digestório. Normalmente possui uma camada interna com células circulares e uma camada externa com células longitudinais. Entre essas duas camadas das células, ou seja, dentro da túnica muscular, há outro plexo nervoso (nervos e gânglios) do SNA que ajudam a controlar o peristaltismo, chamado de plexo mioentérico (dentro do musculo gastrointestinal). 4. Túnica Adventícia ou Serosa: composta de tecido conjuntivo. Então quando a essa camada é composta exclusivamente por tecido conjuntivo, ela é chamada adventícia. E, quando é composta de tecido conjuntivo revestido por mesotélio é chamada de serosa. Então, normalmente temos como regra que órgãos que estão “soltos” na cavidade abdominal tem serosa. E, órgãos que estão em cavidades (como a pélvica ou na região cervical, como o esfogo) tem adventícia. Esôfago Zoom: Seta Vermelha – luz do órgão. Em Laranja – lâmina epitelial. Formada por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Em Azul Claro – lâmina própria. Não tem glândulas. Em verde Escuro – lâmina muscular da mucosa. Bastante desenvolvida. Em Roxo – a submucosa. Com glândulas, papel de lubrificar o esôfago. Em Azul – túnica muscular. Neste corte histológico, não conseguimos ver a adventícia (que estaria onde aponta a seta verde). Sistema Digestório II Esôfago e estômago Seta Amarela – acúmulo de linfócitos, nódulo linfático. Importante ressaltar que em todos os nossos sistemas com órgãos ocos, possuem tecido linfoide associado as mucosas. Como é uma área que está muito sensível a entrada de microrganismos, existe uma grande proteção de células do sistema de defesa. Por ser específico do sistema digestório, se usa a sigla GALT (tecido linfoide associado a mucosa gástrica). No esôfago não conseguimos ver a divisão de onde de circular e longitudinal, mas, um outro detalhe da muscular do esôfago é que no terço proximal ela é de musculo estriado esquelético, diferente de todo o resto. Enquanto no terço distal esta musculatura já é de músculo liso. Isso ocorre com o objetivo de deglutir, é voluntário, precisa ter músculo estriado esquelético para que o esôfago relaxe na deglutição. Traço evidenciando as duas camadas de músculo, podendo ser liso ou estriado, depende do lugar do corte, que formam a túnica muscular do esôfago. Aqui pode ser visto exatamente o local de junção do esôfago com o estomago, corte histológico da região do cardia (entrada do estômago). Zoom: Aqui observamos a transição entre epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado na mucosa esofágica para o epitélio cilíndrico simples que forma a mucosa do estômago. É uma pausa bastante abrupta, acaba um e logo inicia o outro. Nódulo linfático em evidência nessa região, faz parte do GALT. Seta Vermelha – glândulas mucosas do cardia. Produzem secreção que é liberada na luz do órgão para proteger o esôfago, anatomicamente na região do hiato esofágico. Estômago Túnica Muscular do Estômago: a base do sistema digestório são duas camadas de músculo liso, o estômago, por ter uma luz achatada, precisa de uma túnica muscular mais resistente e, por isso, tem três camadas de músculo liso: Camada Interna Oblíqua Camada Circular: no meio; Camada Longitudinal: mais externa. As glândulas do cardia produzem muco, da mesma forma na região pilórica. Já, as glândulas da região do corpo e do fundo do estômago produzem suco gástrico. Esquema da parede do estômago. Primeiro, possui uma túnica mucosa composta por um epitélio cilíndrico simples, esse epitélio é mucíparo, ou seja, rico em muco para proteger do pH ácido. Possui fossetas ou fovéolas que é o local onde a glândula desemboca. A lâmina própria, que no esôfago era só tecido conjuntivo, é onde estão as glândulas. E uma muscular da mucosa. Submucosa do estômago é pouco desenvolvida, não tem glândulas. Temos a muscular com três camadas. E a serosa, porque está dentro da cavidade abdominal, tem tecido conjuntivo e mesotélio. As glândulas da porção fundica e do corpo do estômago tem basicamente três tipos celulares: Células parietais – são as células que produzem íon hidrogênio e íon cloro, responsáveis pela diminuição do pH do estômago; Células principais – produzem pepsinogênio, que em contato com o ácido clorídrico, se transforma em pepsina. Pepsina é a enzima ativa que digere principalmente proteínas; Células enteroendócrinas – produzem hormônios relacionados ao processo digestivo. Zoom: Em Vermelho – lâmina epitelial. Em Laranja – lâmina própria glandular. Em Verde – lâmina muscular da mucosa. Em Verde – lâmina muscular da mucosa. Em Amarelo – submucosa, sem glândula. Túnica muscular. Não se vê presente a serosa. Epitélio que reveste a luz do estômago, do tipo cilíndrico simples. Mas ele é um epitélio que possui muco para proteger do pH extremamente baixo. Por isso se diz que é um epitélio cilíndrico simples mucíparo. Seta do mouse nas fossetas ou fovéolas gástricas. São ductos de secreção das glândulas. Toda a mucosa é cheia delas. Quando olhamos as glândulas da lâmina própria, da região fundica, em um aumento maior (mesmo em HE) é possível diferenciar os dois tipos celulares. Células Parietais (evidenciadas em verde) – produzem íon hidrogênio e cloro. Células grandes com citoplasma bem acidófilo. Células Principais (evidenciado em laranja) – produzem pepsinogênio. Como o pepsinogênio é inativo, quando ele é liberado na luz da glândula junto com o ácido clorídrico, se transforma em pepsina (forma ativa). Se fosse liberada ativamente degradaria o tecido, pois digere proteína. Células Enteroendócrinas – somente visualizáveis com coloração específica. Plexo Mioentérico: é identificável pela presença de neurônios. Células grandes, núcleo bastante eucromático, nucléolo evidente, presença dos corpúsculos de Nissil no citoplasma. Isso é um gânglio, e por estar na túnica muscular é um gânglio do plexo mioentérico. Na submucosa, há uma estrutura semelhante, um pouco menor. Gânglio do plexo submucoso.
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