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Ologbojó Awó Ègúngún Os seres veneráveis incluem divindades, que personificam fenômenos da natureza, e ancestrais, associados a elementos estruturantes da sociedade. O princípio de senioridade, um dos mais estimados na África, determina que os mais velhos ocupem postos hierárquicos superiores e que os mais jovens respeitem-nos por sua experiência e sabedoria, desde que a idade traga valores como um grande número de descendentes e condições materiais satisfatórias de vida e virtudes como paciência. Na religião dos orixás qualquer indivíduo notável, dotado de uma existência plena e de uma morte suave em idade avançada, pode integrar o corpo dos ancestrais veneráveis da humanidade, desde que seus rituais fúnebres sejam realizados. Os ancestrais masculinos têm sua instituição em diversas sociedades, como Egúngún, Igunnukó, Oro e Agemo. Os ancestrais femininos, as Iyá-Agba (Mães Anciãs ou Veneráveis Mães Anciãs), também têm sua instituição em diversas sociedades, entre as quais Gèlèdé. A palavra Egúngún designa, ao mesmo tempo, um orixá, o conjunto dos ancestrais masculinos da humanidade e o conjunto dos ancestrais masculinos de uma família; é derivada da palavra Egún que significa osso ou esqueleto. No entanto, enquanto por Egún se entende um ancestral em particular, um antepassado já ido, habitante do Orun, que pode se manifestar no Ayê, e que pode não ser venerável, Egúngún ou Babá-Egún designa toda uma coletiva de seres veneráveis. Nos cultos aos ancestrais masculinos, Egúngún ocupa o lugar central. Os ancestrais permanecem junto a seus descendentes e interferem em todos os âmbitos da vida pessoal e familiar de cada um deles, apaziguando os ânimos, atenuando discórdias, estimulando a solidariedade, o espirito de unidade e a harmonia, renovando a energia exigida para o trabalho e interferindo em questões de ameaças de desagregação familiar, em casos de disputa em problemas de herança~, entre tantas possibilidades. Com voz rouca ou utilizando tons agudos, trepidantes, sibilantes ou nasais, previne e ordena, e sua palavra é aceita e respeitada. A Presença de Egúngún na vida cotidiana de seus devotos mantém viva a relação de respeito e reverencia aos mais velhos: apenas esta razão justifica o culto a este grande Orixá. Mas o culto a Egúngún possui, entre outros, o objetivo de corrigir efeitos de uma herança de caráter espiritual que se reflete em desequilíbrio de toda ordem: física, emocional, espiritual. Cada indivíduo recebe de seus antepassados uma herança biológica, emocional e espiritual, uma carga genético-espiritual/emocional. O culto de Egúngún possibilita agir retroativamente no sentido de eliminar fatores desfavoráveis ocorridos ao longo das sete gerações anteriores de uma pessoa, dos quais decorrem dificuldades, doenças e problemas de toda ordem em sua vida. Este culto também possibilita resolver conflitos familiares vividos por pessoas das gerações passadas para reestabelecer o equilíbrio perturbado. “Egúngún e o culto aos ancestrais, sendo o maior de todos os cultos, pois tem em sua sociedade, o ritual que promove a energia da morte sobre a terra. ” No símbolo “Egúngún” está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste mundo, num ser do além, de sua convocação e de sua presença no Ayê (Mundo dos vivos). Este mistério (awô) constitui o aspecto mais importante do culto. Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Iyámi-Agbá (Minha Mãe Anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyami Oxoronga chamada também de Ìya Nla, a grande mãe essa imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas “Sociedades Guëlèdé” compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ìyami nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e feminino. OLOGBOJÓ Senhor do culto de Egúngún, este ancestral foi o pai percursor, do culto ao antepassado, Ologbojó é o ministro do culto a Egúngún. Todo Ojé deve ser iniciado através do Odò Osè rosun, pois foi este Odù que traz a sociedade de Egúngún na terra. Opà Ikú Opà Ikú, também chamado de, Isàn Egúngún. Este Item deve ter 30 centímetros, deve ser feito e sua base, um espiral que representa a passagem de Egúngún céu e terra. Opà Ikú representa a coluna vertebral do homem, sendo este item representado por varas de amoreira. Opà Ikú e a arvore dos ancestrais, Ifá nos revela que para cada ancestral falecido nasce uma arvore na terra, aí está o fundamento de se fazer o isàn de Egúngún. Opà Ikù, vara da morte, Ifá diz que o próprio Babaologbojo, tirou das mãos da morte Ikù seu bastão. Como fazer Opà Ikù ● 9 varas de amoreira ● Pano vermelho ● Pano branco ● Pano preto Antes de ir buscar os galhos de amoreira você deve fazer oferenda a Egúngún. ● Obi ● Galo ● Dendê ● Mel ● Gin ● Ataré ● Muito sal (Iyo) OFORE: Ìbà se ose-oyeku. Respeitamos a sagrada amoreira, ose-oyeku que orienta a comunicação com os antepassados. E nle oo rami. Saudamos nossos amigos e irmãos. Eiye Dudu Baro Babaláwo la npe ri. Saudamos o pássaro negro que pronunciou o nome dos primeiros Babaláwos. Eiye Dudu Baro Babaláwo Man i o. Saudamos o Meiro negro que pronunciou o nome dos primeiros Babaláwos. Igba kerindinlogun a dana Ibo Ose. Saudamos o decimo quinto de Oliveira em que o fogo sagrado de ose está aceso. Ou Digba Kerindinlogun a Dana Ibo ose’ n doo Rami o. Graças aos dezesseis fogos sagrados da amoreira, eles não nos ferem. Ou jo Geregere se Giovanni Klenia. Rugindo, fogo queima para a direita. Ou Gba rere se todo o. Rugindo, fogo queima para a esquerda. Ora Merindinlogun ni ganhou Ima Dana Ifá si. Eu amo os dezesseis lugares onde o fogo de amoreira forja a sabedoria e a sabedoria de Ifá. Emi ou Mona Kan eyi ti NBA GBA r’elejogun o asé. Eu sempre vou lembrar que quando eu não sabia para onde ir, eu tinha o seguinte destino. Aknow. Ao chegar em casa o Ojé antes de preparar o Opà Ikù, deve fazer nele um espiral para que Egúngún possa passar sobre o Opà Ikù. Wiwe Egúngún (Folhas de Egúngún). Como Preparar Ewe Pelegum Ewe Odundu Ewe Oriri Ewe tete 1 Igbi vivo Gin e obí para jogar Fazer o Omi erò para Opà Iku com as folhas e dar o igbi, para isso reza: Are di are àánu. Ìyèrè arò. Bi ojú bá se méji, ganhou um wò’ran. É um lugar triste agora, a canção ficou triste e melancólica agora, quando dois olhos olham eles podem ver o que os eventos são. Bi esè bá se méji, ganhou um rìn gìrì-gìrì l’ónà. Bèbè ìdi seméji, ganhou um Jòkó Lóri Eni. Quando as pernas são dois, eles mandam com um passo firme. Quando as nadegas são duas, elas sentam-se num tapete. Owo kan ou ró Seke. Bé è Ni esè Kan ou se gìrì-gìrì l’ónà Uma mão não treme. Uma perna não vai andar com o passo rápido também. Òtòòtò Ni à NPE ou vocêakiijé.Wón nem Nkúnké Kí nkíará iwájú. Nós nos chamamos diferente. Eles me pedem para ajoelhar e cumprimentar aqueles que estão diante de mim. Mo Kúnlè, kí ará iwájú. Wón nem Nkúnlè Kí NPE Èrò ti l’éhin. Eu me ajuelho e saúdo aqueles que estão diante de mim. Eles me pedem para me ajoelhar e chamar aqueles que estão atrás de mim. Mo Kúnlè mo PE èrò ti l’éghìn. Wón nem àwon wo Ni ará iwájú Eni. Eu ajoelho e chamo aqueles que estão atrás de mim: Eles perguntam: quem são aqueles que estão diante de mim? Como realizar a Adivinhação Lá imo ònté Ba. (Esta parte é da preparação de Opa Ikú) Deve se jogar obi para ver a aceitação. Preparação do novo Ojé Mariwo Itens ● 3 Iyerosun ● 3 osun ● 3 efun ● 1 pena de Agbe ● 1 pena de Alukó ● 1 pena de Ekodidé Africana ● Asó pupa (Pano vermelho) ● Obé Idosun (Navalha) ● Omi eró já preparado ● 16 Ikuru ● 16 Akara ●16 Eko ● 16 Olele Temperos para fazer etutu (oferendas para Egúngún) Tomate Cebola Pimentão Tudo deve ser batido para fazer preparos aos itens para alimentar Egúngún Ex. comidas que devem ter este tempero Olele, Akara Oriki para raspar o Ojé Mariwo Itens ● Navalha ● Omi eró Orin Diga o nome do Ojé Ona laa sii mona Dia fun aje Ti yoo yade Oje Ti yoo yade Ojé Ebo ni won ni ko waa se O gb’ebo, oru’bo Bomoo yo tan A fikun han baba Kinrindin kinrindin Bomoo yo tana fikun han baba o Usar este orin para raspar o ori do ojé. O Ori do Ojé deve ser Preparado Aye Egúngún Odu irosun-ose Neste circulo deve se ter: ● Ikuru ● Eko ● Eku Ifá ● Obi ● Orobo ● Ataré Aqui é onde o novo Ojé deve comer as comidas de Egúngún para abrir as portas de orun. Oriki para a invocação Gbàdúrà ti Èégun Ikú Ayé, a kí ì bo òrun! Mo júbà re Èégun mònrìwò. Hei! Hei! Hei! Bàbá I’èsè awo ìfé. Ikú I’onon, ikú I’èhin, Ikú ó, Ikú o! Tradução Salve Ikú, Nós o saudamos e cultuamos no orun! Meus respeitos a ti Èégun ao ouvirmoso som de tua voz. Hei! Hei! Hei! Pai que esta aos pés do culto do amor. Ikú no caminho adiante, Ikú no caminhoatras, salve Ikú, Salve Ikú. Gbàdúrà si Egúngún Ikú ònòn Ikú lé èhin. Hei! Hei! Hei! Babá I’èsè awo ifé Pèlé-pèlé ó dára A wò sìlé, a dúpé, Omo ni won dára A wé Olúwa ikú ó bábá A wúre, A wúre, bábá Olúkòtún. A wúre, A wúre, bábá Alápáàlà. A wúre, A wúre, bábá igi. A wúre, A wúre, bábá Igi-s’àwórò A wúre, A wúre, bábá Alápoyò. A wúre, A wúre, bábá Erin rin. A wúre, A wúre, bábá omo orò ó mi tótóo. A wúre, A wúre, bábá isota isso. A wúre ré èrin. A Rin rere. Àse! Tradução A morte no caminho adiante, a morte no caminho atrás, Hei! Hei! Hei! Pai, estamos aos seus pés do culto do amor. Gentilmente eu vos saudo, sois o bem. Olhai para nós e para nossa casa, agradecemos. Façai com que vossos filhos estejam bem. Envolvei-nos, senhor da morte e Pai. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, pai senhor do lado direito. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, pai que tem o àlá ao seu lado. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, pai senhor das arvores. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem pai senhor Das arvores a quem fazemos culto tradicional. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem pai senhor Que traz a alegrias. Desejainos o bem, desejai nos o bem, pai que caminha como o elefante. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem pai filho de Orò, perdoai-nos senhor. Desejai-nos o bem, desejai-nos o bem, pai pedra resistente que frutifica. Desejai-nos o bem, e façai-nos sorrir. Desejai-nos o bem para que caminhemos no bem. Assim Seja! Nkí Bàbá Olúkòtún (Saudamos o senhor do lado direito) K’òtún bájà dé o K’òtún oba K’ó sìn nkon se Éégun ò Pààràká K’òtún nbo a’re Gbà rú Olúsemòn Olúkòtún Olóri Éégun Éégun e ki to lésè Olórun e Olúkòtún Bàbá Éégun n won nílé wa ní wa ní N ará àiyé tàbí araalé E Olúkòtún! Tradução Saudamos o senhor do lado direito, que chegou e Lutou. Saudamos o rei do lado direito. Saudo aquele a quem servirei e farei as coisas. Como um Éégun menos importante, que segue o mais importante. Saudamos o senhor do lado direito, cultuando-o Estamos bem. Faremos oferendas ao senhor que Tem a sabedoria. Senhor do lado direito. Cabeça (chefe) dos Egúngún. Éégun saudamos aquele que Esta aos pés de Deus. Senhor do lado direito Pai Éégun. Que com os demais esta em nossa casa, com Os espíritos da Terra ou com os ancestrais da Família. Nkí Bàbá Éégun ( Saudamos Bàbá Éégun) Éégun a ye, a kíì gb’òrun, Mo júbà re Éégun Mònrìwò Í dé mi ó kí e Egúngún ìkú gbálé a si ìwà ìkú tu Gon Àse fún wa. Tradução Salve Éégun, saudamos aqueles que vivem no céu. Meus respeitos a ti Éégun ao ouvirmos o som de tua Voz. Chega-te a mim, aquele que te sauda Egúngún. Que a morte seja varrida para a terra. Que vejamos a Existência. Que a morte seja acalmada (aplacada) e Cortada. Que assim seja, para nós! Gbàdúrà ti Éégun ( Reza de Éégun) Ìkú són a lè Nibi bàbá Alápáàlà. Ikú don ohun bàbá Ó kí s’``alà ojú wa Ní ìfé agà to ní gbè osó ìkú a fó a we To ìkú á lè, ìkú á lè, ìkú àjò! Tradução Morte fique amarrada aqui na terra, Pai que tem o Àlá (pano branco) ao seu lado contra feitiços, a Morte e outras coisas. Pai ponha o àlá e o olhar sobre nós. Tenha amor e que estejamos aptos à Proteção contra os feitiços da morte, eleve-nos e Envolva-nos bastante. Morte na terra, morte na terra, morte viaje (va embora)! Gbàdúrà ti Egúngún ( Reza de Egúngún) Bàbáláàse se yìn se ikú Olúwà kòtún K’òtún a sáà Nun gó-n-gó ikú a dé. Tradução Pai detentor do axé, podeis quebrar (abrandar) a Morte. Senhor da existência, saudamos o lado Direito. Saudamos o lado direito certamente Ficaremos limpos. Que a morte nos seja branda. Oriki para cortar o bicho de Egúngún: Ojé erun obé Ojé erun obé Orún obé Orún obebe oo Orún obebe oo Ade ori erun obé Este orin deve ser para a raspagem do awo Egúngún Ebo Egúngún bàbá alapinin: Ikuru Obi Gim Panos coloridos Ebo Egúngún ara orún kiki Akara Orogbo 1 pomba Obi afim Ebo Egúngún Olokotun Terra montículos na mata 11 Isán Egúngún 1 galo Obi Esta oferenda é para os mortos, quando uma pessoa da família morre e precisa ser encaminhado para o orun, deixar a roupa da pessoa ali no local. Nas festas de Éégun todo povo se reúne. Quando ele chega, faz milagres, da conselhos, prevê o futuro e dança ao som dos atabaques. Os Éégun mais velhos e mais fortes sentam e apreciam. Alguns costumam ir de casa em casa. Ao chegar, os moradores se ajoelham e oferecem-lhe presentes como carneiro, dinheiro, óleos, sal, cabra, mel. Ele então usa todos os presentes para fazer um trabalho para aquela casa, e pede coisas boas aos moradores. No mato tem um local apropriado para Éégun sair. Chama se igbàle, e fica num local chamado igbo-oro. Uma pessoa chamada Atokun toma conta do local. Ebo Egúngún Oloba 1 igbi vivo 15 varas de Egúngún 16 buzios Este ebo é para a pessoa arrumar emprego, tudo deve ser passado no corpo. Ebó egun Ibí aje Este ebó e para o mal e traz a fúria de Egúngún 16 ovos Adin Cinza de fogareiro 1 galo Tudo deve ser dado em um buraco com o nome do inimigo. Ebó ikankan Egúngún Terra de cemitério Adin Inhame cozido Tudo deve ser misturado ao inhame e colocado em uma cova aberta. Nomes de Egúngún Em cada localidade existe um tipo de Èégun Egúngún Eleye Dança ao som de atabaques especiais, chamados bàtá e gangan Egúngún Alápánsánpá Só sai quando alguma coisa ruim acontece na cidade, e quando sai não pode ser visto pelas mulheres. Egúngún Elegbódo e Àwúrù É chamado para a prosperidade. Egúngún Okotorojo Usa mascara de madeira, Pai da escultura que vai em paredes Egúngún Ajé Pai da riqueza e da vida longa. Egúngún Ado Pai do rio agná, senhor do rio. Egúngún Adimuòrisa Egúngún pai de alafin e senhor do oye de ojé. Egúngún Eyo Pai do sal, Egúngún muito forte, ajuda a manter a sorte. Èégun Apajebúje É o matador de feiticeiros. Que sai sempre que acontece algo de ruim na cidade. Ele percorre a cidade a pé. Sua roupa é feita de folhas secas de bananeira. Quando ele volta para o mato, após percorrer a cidade, o problema fica resolvido, se for chuva ela para, e se for epidemia acaba em 7 (sete) dias. Egúngún Ikare Ajuda nas iniciações de Ojés. Èégun Olomodun Usa um tipo de manto de tiras de pano colorido, enfeitado com espelhos. Este Èégun só sai no final do ano, e geralmente trabalha para mulheres que não podem ter filhos. No ano seguinte as mulheres que ganharam filhos graças a ele, levam as crianças para ele ver. Egúngún Jekijeki Egúngún que traz boas noticias. Egúngún Lagba lagba Este Egúngún é pai dos anciões da aldeia. Egúngún Kunkuiré Tira maldição Egúngún Adebóró Rei da cidade de Ibadan Egúngún Adébáyó Egúngún que carrega sangue nobre, faz parte da realeza da Africa, senhor de grandes posses. Nomes de Ojés Ojé Boji Ojé Alakin Ojé Dayo Ojé Bowalé Ojé Sésìn Ojé Dayomi Ojé Ladé Ojé Rindé Ojé Lábá Ojé Lowo Ojé Rinkini Ojé Labolá OjéGbáyó Ojé Lalu Ojé Kemí Ojé Sokin Ojé Sootò Ojé Wale Ojé Gbayin Ojé Lola Ojé Deyn Ojé Badè Ojé Toiwo Ojé Dogadoga Ojé Gbalalé Ojé Sóké Ojé Gbemí Ojé Tola Ojé Labe Labe Ojé Folade Ojé Sodè Ojé Jekin Ojé Sile Ojé Gbagba Ojé minleké Ojé Sojú Ojé Tejú Ojé Bamí Ojé Alará Ojé Ilú Ojé Yomí Ojé Kolá Ojé Forí Ojé Layin Ojé Yemí Ojé Soolá Ojé Fumilola Ojé Akin Ojé Femí Ojé Alapin Ojé Tolú Ojé Lopé Ojé Layó A longa, flexível, e resistente vara utilizada no Ritual dos Ancestrais Divinizados denomina-se Àtòrí, na verdade seu nome é “ Òrè Èwòò”, esta é uma palavra hermafrodita, que cresce até 2,5 metros de altura, textura parecida com a textura do couro, sendo ligeiramente brilhosa, com folhas verde escuro na parte superior; e verde claro na parte inferior. Suas flores possuem a parte externa verde pálida, e são amarelas na parte interna, já suas pétalas e estames são amarelos. Sua utilização se da tanto na Africa quanto na diáspora brasileira, dentro do culto ancestral, porem com conotações diferentes. O Àtòrí (Glyphaea Brevis (Sprengel) Monóxeno – Familia das “Tilíaceas”) estilizado semi descascado em forma espiralada na Tradição Africana, e tem um papel de ligação entre o Olojé e o ancestral, enquanto que o ISAN (pequeno feixe de certa arvore), com determinado numero de unidades, tem uma simbologia profunda, representando as nove famílias iniciais, bem como a unidade perdida. O Itan que prescrevemos adiante, nos demonstra a importância fundamental deste objeto sacro dentro do Culto Ancestral: É história corrente em Ouvida (Benin), que foi Olokonso Alapini, proveniente de Oyó, quem levou o culto a Bàbá ègún aos Fon. Conta-se que o Rei de Benin (Rei do Benin), não acreditava na existência de Egúngún, e por mais que insistisse o Alapini não obtinha sucesso em convencer o dito Rei de que através do Segredo da Roupa ou da Roupa do Segredo, se podia trazer a sua presença seus antepassados. Passado muito tempo e devido a insistência do Olopa, foi determinado que este sacerdote Ancestral provasse o que dizia diante do Rei, claro que o Awò concordou e imediatamente pediu os “ingredientes” necessários para realizar o ritual, bem como solicitou um local “reservado” para guardar estes ingredientes, e que estes deveriam ser la trancados até o dia seguinte, ao que foi prontamente atendido. Tendo recebido os itens pedidos (carneiros, galos, galinhas, obí, e etc...), estes foram guardados e vigiados até o dia seguinte, como pediu o Awò. Chegando o outro dia, o Alapini dirigiu-se ao “Quarto do Segredo” parou frente a entrada umedeceu e propiciou a terra, proferindo em seguida seus Orikis e Aduras, em ato continuo golpearam a terra por três vezes consecutivas. No quarto do Awò, que permanecia fechado, ouve se um grito gutural inarticulado, pois o ancestre se fez presente, momentos depois abriu-se a porta, e veio ele visitar sua descendência real. Ao deparar-se com seu antepassado retornado através da Roupa do Segredo, o Rei emocionado o reconheceu, e determinou que desta feita em diante, se instalasse o Culto aos Bàbá Ègún no Benin. Mas, infelizmente ou felizmente, a historia continua, pois os filhos de Olokonso Alapini não se davam bem. Quando este veio a falecer, seu Isán foi entregue a seu amigo Orongbomba, para que este entregasse ao novo Alapini eleito. Devido ao interesse e ganancia de seus descendentes, este objeto permaneceu em poder do próprio Orongbomba, “desaparecendo” após sua morte. O Isàn, é um importantíssimo “Objeto Ritual” com que se evoca e invoca um Ancestral, além do que, é ele que dá o nome aos neófitos em nosso culto. Como podemos notar, não é um modernismo, e sim, Tradição Indígena Africana, sendo resgatada, e devidamente corroborada pelo fragmento do Itan Ifá descrito anteriormente. Ele evoca a força através da união, afinal, somados somos “um” com o todo, e é exatamente a União Ancestral o que representa este sagrado objeto ritual que estava obscurecido. O que há embaixo das roupas de Bàbá Ègún? Quando me questionam o que há sob as veste de Bàbá ègún, costumo dizer que há um ancestral divinizado “incorporado” O que vem a ser isto? Somente os iniciados sabem, haja vista que isso sim é Awò. Porém preocupam-se com o que há sob a roupa, quando o importante mesmo é a “simbologia da roupa” Infelizmente algumas pessoas não compreendem que é exatamente esta simbologia intrínseca ao Ekú Ancestral que propicia aos Màrìwò, transcender a morte. E é exatamente ai que esta o fator primordial, pois se o sacerdote se der ao trabalho de esclarecer o leigo, dando lhe uma resposta equilibrada e coerente, este certamente passara a observar o que se diz com mais propriedade e respeito, pois acabara por compreender o que se faz e por que se faz. Na simbologia da roupa dos ancestrais masculinos “os Ègúngún” estão expressos todos os mistérios da transformação de um ser (Ará Aíyè) deste mundo, num ser do além (Ará Orun), de sua convocação e de sua presença no Aíyè ( o mundo dos vivos). Esse mistério (Awò) constitui o aspecto mais importante do culto. Como claramente nos demonstra a Orin GÉGÉ ORÒASÓ LA RI, LA RIGÉGÉ ORÒ ASÓ LÈMON AKO MO BÀBÁ! “Ojú Egúngún ou os olhos de Egúngún? É um oraculo utilizado pelos Màrìwò Egúngún, trazendo respostas concretas “SIM” ou “NÃO” diretamente da ancestralidade a sua descendência. É a forma de se “APURAR”, sem “PERGUNTAR” Egúngún responde a nossas perguntas, através de movimentos do mesmo, e este oraculo é uma espécie de pendulo. Hoje a radistesia já é uma ciência conhecida e bastante usada, mais os antigos já conheciam este método de comunicação, porem há a diferença do Ojú Egúngún para o pendulo comum. No primeiro há a presença de Bàbá Ègún respondendo, já no segundo caso, existe um fenômeno anímico, onde as respostas podem ser dadas pela própria mente inconsciente de quem pergunta, uma vez que o inconsciente é coletivo e “SABE” tudo. O que vem a ser Gbobaniyin? O significado literal de Gbobaniyin, é “o rei deve ser honrado” trata se de uma Oògùn, medicina tradicional Yorubá, utilizada no culto de Bàbá Ègún. Sabemos que a ancestralidade é algo concreto e que ao cultuarmos a mesma, abrimos um leque de possibilidades e um constante ciclo de renovação de nossas energias, uma vez que a manifestação energética do culto se encontra em constante movimento. Uma vez entendido a essência dessa energia, podemos nos aprofundar um pouco no que vem a ser realmente Gbobaniyin: Tradicionalmente a economia Yorubá era voltada para a agricultura, a caça, a pesca e o mercado... Sendo assim, devido a variações climáticas, como o calor intenso, a falta de chuvas, que muitas vezes promovia a seca e inviabilizava o plantio, ou mesmo as fortes pancadas de chuvas em determinadas épocas do ano, eram fatores determinantes para que houvessem sérios problemas e com isso uma constante desestabilidade econômica.... Exibido por todos que o Culto a Egúngún Tradicional, possui um Osanyin especifico, conhecido como Oriki Isi. Os sacerdotes iniciados em seus fundamentos, conhecidos em algumas partes como Olojés Bi Ewé, em outras como Oloriki Agba, em outras ainda como Isi ni Ewé, possuem um conhecimento avançado da pratica na magia e medicina tradicional. Sendo o Culto de Bàbá Ègún, em muitos territórios yorubás, de suma importância, uma vez que um ser – humano sem a proteção e auxilio de seus ancestrais é o mesmo que uma arvore sem raiz, esses sacerdotes estavam sempre em constante contato com os antigos Obás, e por isso foi desenvolvido uma medicina que sendo utilizada nas épocas de maiores variações climáticas, minimizassem os danos, contribuindo assim para o reestabelecimento da ordem, evitando que a conduta ou a capacidade do rei fosse posta em dúvida. Lésse Ègún, Lésse Òrisà: (Oto Ègún X Oto Òrisà) diferentemente do que se costuma praticar em alguns locais da diáspora brasileira, na Nigéria e no Benin, os cultos interagem juntos, são parte de um todo, ea verdade maior disso tudo está na Igbá Odù, ou cabaça da existência, representando os dois espaços, Céu e Terra, Orun e Aiyê e as divindades e manifestações energéticas que interagem em conjunto. Assim sendo não se deve diferenciar, nem segregar o Culto a Ancestralidade, do Culto das Forças Vivas da Natureza, os Òrìsàs. Esta crença de que as forças vivas da natureza, são antagônicas a ancestralidade, não procedem. A ancestralidade é raiz, portanto faz parte da construção de nossa própria existência, haja vista que somos o resultado prático deste somatório. Não estar ligado a sua ancestralidade, em nossa modesta opinião, deveriam ser bem mais compreendidas pois não há divisões, pois nos é inconcebível uma arvore sem raiz, além do mais ancestral e òrìsà não possuem fronteiras, todos eles habitam nosso ori, e são interligados e se complementam. O que deve mesmo ser observado é que Òrìsà tem um campo de ação e ancestral outro, somente isso, más os dois se completam sempre, para que se possa ter uma existência equilibrada, e que se possa ter uma existência equilibrada, e que se possa cumprir nosso destino neste plano. Infelizmente ainda há um engano muito comum na interpretação de que onde há Òrìsà não pode haver Bàbá Ègún, porém lembro que a maioria confunde Okú Orun com Bàbá Ègún, e são duas coisas diferentes. Por que há espelhos nas roupas de Bàbá Ègún? Ao levantar-nos todas as manhãs, travamos a maior batalha que é com nós mesmos, ao defrontarmos com os espelhos somos obrigados a encarar nossos piores pesadelos ou nossos mais belos sonhos. Tudo dependerá da forma que nos portamos diante de nossa (Iwa) existência, os ancestrais são os Guerreiros Imortais, guardiões de nossas tradições e religião, em última análise são a soma de todos aqueles que vieram antes de mim, e isso se traduz na simbologia da roupa do segredo. Roupa esta que permite um contato direto com seus entes queridos, e a descendência deles neste plano, os espelhos são um adorno geralmente encontrado na diáspora brasileira, pois na África não há costumeiramente este uso pelo que saiba. As simbologias brasileiras e africanas são praticamente iguais, porém podemos afirmar que sua finalidade é a mesma, transcender Ìkú, daí sua fundamental importância em nosso culto, seja na costa ou aqui no Brasil. Finalizo dizendo que sua confecção é uma magia de tal magnitude, que mesmo os iniciados mais novos, desconhecem o seu processo de preparo. Os ancestrais de nossa Ilè Awò possuem traços das duas culturas, e também seus simbolismos, haja vista o Isán preso as roupas dos nossos velhos, assim como o Àtòrí (Isán) por nós utilizado, é esculpido em espiral demonstrando simbolicamente o movimento trazido em nossas vidas pelo culto Ancestral. Enfim, os espelhos nas roupas refletem aquilo que somos, uns temem já outros regozijam. Mas é bom lembrar que sempre há mais a ser realmente conhecido, e que o todo jamais será. Lembro-me de um Itan de Ìfá Onde se travou uma batalha, onde espelhos foram usados para refletir a imagem dos oponentes. Num primeiro nível, a reflexão do espelho sempre será um questionamento do ego sobre si mesmo. Já numa observação mais religiosa, podemos dizer que eles são dispostos na Roupa Ancestral para que Ìkú se veja neles e corra assustada com sua própria imagem. E assim podemos compreender por que ela é a magia que vence a morte. Finalmente assim compreendo e assim pratico, sei que não existe um pensar único, nem uma única verdade, porém, se todos trilharmos o caminho do respeito as particularidades de cada um, certamente encontrará mais afinidades que diferenças. Awure awa!
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