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1 
 
 
ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO .................................................................... 11 
ESTRUTURA PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ................. 16 
DECISÃO PARA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ............................. 17 
O ESTUDO SISTEMÁTICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ................................... 20 
REFORMULAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA ........................................................ 21 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A escola é uma instituição cujo papel na sociedade é de responsabilizar-se pela 
educação formal dos cidadãos, se posicionando como um dos agentes em condições 
de contribuir para a transformação destas, sendo dever do Estado garantir a estrutura 
e a qualidade de ensino nas escolas. Sabemos que a educação pública é 
responsabilidade do governo federal, estadual e municipal. 
A política pública é um sistema de ações sociais que compreende um esforço da 
sociedade principalmente das instituições para garantir de forma permanente, os 
direitos de cidadania a todos, fundamentalmente os mais necessitados que estão na 
zona de pobreza e esquecido pelos políticos. Daí a necessidade da promoção de 
políticas públicas adequada seja na saúde ou na educação, aéreas estas que devem 
ter maior atenção. 
Política pública são ações sociais coletivas que têm por objetivo à garantia de direitos 
perante a sociedade, envolvendo compromissos e tomadas de decisões para 
determinadas finalidades. É importante saber como são definidas algumas atividades 
que requerem uma avaliação nas etapas de planejamento das políticas e instruções 
governamentais, que geram informações que possibilitam novas escolhas na análise 
para possíveis necessidades de reorientações de ações para se alcançar os objetivos 
traçados. 
Por isso é preciso compreender que: 
“Programa – é um conjunto de atividades constituídas para serem realizadas dentro 
de um cronograma e orçamento específicos disponíveis para a criação de condições 
que permitam o alcance de metas políticas desejáveis” (SILVA, 2002, p. 18). 
“Projeto – é um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um 
programa, envolvendo um conjunto de operações, das quais resulta um produto final 
que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo” (GARCIA, 
1997, p. 6). 
No Brasil, autores como Marta Arretche, (2000) e Silva e Melo (2000), em seus 
estudos sobre políticas públicas buscam conhecer as características dos sistemas 
políticos e das relações que se estabelecem no desenvolvimento do ciclo das políticas 
4 
 
 
públicas, no qual interesses públicos e privados entram em jogo, principalmente nas 
fases de formulação e implementação, que exigem sucessivas tomadas de decisão. 
Neste sentido, a implementação pode ser vista como um encontro de diversos atores, 
com diferentes intenções e interesses, negociando, decidindo (ou não decidindo) e 
executando ações com foco em determinadas áreas de conflito ou tensão social. 
Assim, o policy cycle, apresenta-se com uma dinâmica não linear, pressupondo a 
existência da policy networks e da policy arena (FREY, 2000). A primeira refere-se às 
interações das diferentes instituições e grupos, tanto do executivo quanto do 
legislativo e da sociedade na gênese e na implementação de uma determinada 
política, na qual está prevista uma distribuição de papéis organizacionais. A Segunda, 
caracteriza-se pelos processos de conflitos e consenso entre os atores sociais 
envolvidos nas diversas áreas da policy e que norteiam a formação de coalizões que 
influenciam a formulação e a implementação. A interação dos diversos atores, a 
elaboração de estratégias, os mecanismos de deliberação e barganha, enquanto 
princípios organizadores da implementação, formam um desenho da engenharia 
social e de aprendizado coletivo. 
 
 
Pressman y Wildavsky (1998) referem-se à implementação como evolução, em que 
metas e atos são partes de um processo de interação. A implementação é evolutiva 
e sua característica primordial é a adaptação, de modo que, as políticas se 
desenvolvem em resposta ao seu meio, e um altera o outro. É inevitável a adaptação 
mútua, ou seja, o produto da resposta ambiental à intenção das políticas, esperando-
se que ocorram conseqüências involuntárias, mesmo que exista um mapa prematuro 
(BROWNE & WILDAVSKY, 1998). 
Nesta perspectiva, a análise do processo de implementação não se baseia na 
averiguação de objetivos ou metas fixadas durante a formulação, mas no 
reconhecimento dos mecanismos de conduta adaptativos e decisórios. Percebe-se 
no cotidiano da saúde pública, a pertinência da afirmação de Browne & Wildavsky 
(1998) quando dizem que a implementação configura uma dupla identidade: uma 
delas, formalmente delimitada, com elos causais perceptíveis, com uma possibilidade 
mais ou menos clara de obter um resultado adequado às expectativas; a outra, 
5 
 
 
'caminho que se faz ao andar', apresenta um inesperado nexo causal que somente 
se desenvolve durante a implementação em si. Este caráter dual da implementação 
se complica devido aos diferentes níveis de organizações governamentais e sociais 
pelos quais tem que transitar. 
Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que os atores sociais se guiam por 
valores, e estes também podem ser gerados durante a implementação. As 
características de uma determinada policy são delineadas durante a formulação e, 
como o que determina sua identidade é a interação com o meio social, pressupõe-se 
que, em ambientes democráticos, policy e meio sejam suficientemente flexíveis para 
coexistirem e evoluírem, gerando uma aprendizagem a partir dos erros e acertos. 
 
No entendimento de Frey (2000), os processos de aprendizagem política e 
administrativa encontram-se de fato em todas as fases do ciclo da política, assim, o 
controle de impacto não tem que ser realizado exclusivamente no final do processo 
político, mas se faz necessário no acompanhamento das diversas fases deste 
processo, conduzindo a adaptações e propiciando reformulações na política de forma 
continuada. 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS), com a proposta de gestão descentralizada, 
efetivada com a participação da comunidade pode favorecer um tipo de 
desenvolvimentoinstitucional afeito às características da democracia participativa. 
Neste sentido, condiz com a perspectiva de fortalecimento dos atores locais e de 
decisões tomadas no nível local e regional, que possibilitam uma aproximação entre 
as demandas da comunidade e o planejamento da política de saúde. Pressupõe-se 
que um maior peso nas deliberações locais pode ser significativo para mudanças na 
forma de organização do sistema, desde que os temas sejam realmente agendados 
e deliberados com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade. 
 
Tais características constroem identidades locais e regionais, que sinalizam para a 
fisionomia mais geral das tendências que estruturam o desenho de mudanças 
socioeconômicas e de desenvolvimento desejado. A história institucional do processo 
de descentralização da política de saúde tem direcionado, na maioria das vezes, os 
temas da saúde para situações que distanciam a prática dos pressupostos 
6 
 
 
norteadores da política de saúde tão almejados na 8ª Conferência Nacional de Saúde. 
Essas condições estão presentes principalmente quando o sistema busca soluções 
para a atenção médica, em que o poder de decisão nos espaços de debate está 
centrado em interesses privados. 
Atualmente pode-se observar que a regionalização da saúde é desenhada em meio 
a um embate de interesses e forças, em que são discutidas estratégias, buscando dar 
conta dos aspectos técnicos, políticos, econômicos e organizativos da saúde e do 
desenvolvimento da região. No processo de implementação da regionalização da 
saúde no âmbito da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde-RS, a política formulada 
em nível nacional é revisada juntamente com diversos atores sociais, adquirindo 
características locais, através da interação e das trocas entre os mesmos. No entanto, 
apesar de um certo fortalecimento da participação dos usuários do sistema, ainda é 
evidente na dinâmica deste processo a força de influência histórica de alguns atores 
quando se trata da atenção à saúde. 
 
Assim, neste estudo procura-se abordar o processo de regionalização da saúde, 
através de uma análise qualitativa de conteúdos tratados em duas arenas decisórias, 
que fazem parte do aparato institucional do Sistema Único de Saúde (SUS): a 
Comissão Bipartite Regional (CIB Reg.) e o Conselho Regional de Saúde (CRS). 
Observando a interação dos diferentes atores envolvidos, com base no referencial 
teórico da análise política. Foi realizada a análise de documentos (Atas das reuniões 
desses colegiados), dos anos de 2003 e 2004, assim como a observação participante 
nas duas arenas, neste mesmo período. 
 
Abaixo segue ilustrado o ciclo das políticas públicas que foi falado no texto acima: 
 
7 
 
 
 
( Fonte : https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-
publicas-mlg2/ ) 
 
Há uma demanda gigantesca por diversas políticas públicas que solucionem a 
grande cesta de problemas sociais. Por outro lado, sabemos que os recursos não são 
infinitos. Desse modo, a gestão das políticas públicas depende fortemente, entre 
outras coisas, da capacidade técnica dos(as) servidores(as) públicos(as) e 
do orçamento público. 
 
 
 
 
MODELOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
Há vários modelos de implementação na literatura, numa revisão mais 
contemporânea proposta por Silva e Melo (2000) realiza-se uma análise dividindo 
entre três perspectivas de concepção de implementação. A literatura mais tradicional 
a concebe dentro do policy cycle, sendo assim a implementação uma fase posterior 
a formulação e que deve servir aos objetivos preconizados na etapa anterior, nessa 
perspectiva, bastaria que a implementação garantisse a execução tal qual como foi 
concebida, assim seria naturalmente eficiente. Outra concepção seria a da 
implementação como processo simples e linear, marcando um avanço na construção 
de uma análise mais complexa da realidade na qual a política se circunscreve, por 
perceber que o processo de implementação é um processo com problemas de 
natureza variada, sejam problemas advindos da conjuntura administrativa 
institucional, política ou de grupos realizando pressão sobre determinada política, esta 
8 
 
 
visão começa a conceber a política como processo, entretanto, não rompe com a 
ênfase da formulação para que assim a política fosse considerada eficiente. 
A partir dessas concepções o questionamento acerca da eficiência e eficácia está 
centralmente ligado ao fato da implementação ter ou não autonomia para realizar 
mudanças frente às dificuldades do dia a dia daqueles que implementam e dos que 
se beneficiam da política, aqui ainda é presente a premissa de que a formulação não 
precisa ser problematizada e que tem disponível todos os recursos técnicos, políticos, 
administrativos e cognitivos para responder de forma ideal. Sendo assim, os 
problemas da implementação poderiam ser resolvidos caso houvesse maior pressão 
e controle no sentido da execução ser realizada como foi prevista pelos técnicos no 
processo de formulação, contudo, a realidade mostra um cenário político, econômico, 
social e cultural diversos localmente, interferindo assim em como a política acaba 
sendo gerida. 
Ambas visões estão assentadas e consagram uma visão preconizada por Pressman 
e Wildasky como top-down, essa visão coloca a centralidade na formulação ao 
entender que o processo de formulação possui as respostas adequadas e que a 
função dos implementadores deveria ser apenas de execução das diretrizes e não de 
reorientação da mesma, nesse sentido, os problemas advindos da implementação 
seriam “desvios de rota” (SABATIER, 1986, APUD NARJBERG; BARBOSA, 2006) “A 
visão top-down centra-se na questão dos mecanismos de controle sobre os agentes 
implementadores para que os objetivos da política sejam atingidos, o que pressupõe 
uma visão singela e irreal da administração pública, onde seria possível garantir a 
fidelidade da implementação ao desenho proposto inicialmente. (SABATIER, 1986; 
SILVA e MELO, 2000, APUD NARJBERG; BARBOSA, 2006, p.8). 
A implementação é um processo dinâmico e próprio da conexão e/ou pressão de 
vários atores e da imprevisibilidade do cenário político, a tentativa é encaixar o 
processo de implementação como processo multidisciplinar, com informações e 
planejamento técnico, mas também permeada por processos de barganha, 
persuasão ou força de grupos de interesse diversos que promovem ou dificultam a 
reestruturação contínua da implementação. Sobre os fatores de interferência da 
política pública que estão ligados ao debate entre formulação e implementação, a 
análise da discricionariedade parece estrutural. 
9 
 
 
 
A RECENTE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
NO BRASIL 
A análise de implementação de políticas públicas no Brasil apresenta uma trajetória 
recente. É uma área em consolidação e com pouca acumulação de conhecimento. 
Portanto, compreender o processo de implementação de políticas, pode se traduzir 
em um importante elemento de aperfeiçoamento da ação governamental, uma vez 
que se propõe a analisar as relações entre governos, governantes e cidadãos. É 
importante destacar que, em uma definição ampliada, a palavra governo se aproxima 
do estado moderno e não diz respeito apenas ao conjunto de pessoas que detêm o 
poder político e que definem a orientação política de determinada sociedade, mas 
também aos órgãos que institucionalmente têm o exercício do poder (SILVA; MELO, 
2000; VIANA; BAPTISTA, 2009). 
No panorama atual das políticas públicas, as definições e conceituações apresentam-
se bastante diversas, mas é possível afirmar que falar de política pública é falar de 
Estado, de pacto social, de interesses e também de poder, envolvendo recursos, 
atores, arenas, ideias e negociações (VIANA; BAPTISTA, 2009). É nesse ponto de 
análise, no qual reside a relação entre os diversos sentidos de política pública com a 
percepçãoque se tem do Estado (SERAFIM; DIAS, 2012), que se reconhece a 
política pública como um objeto sobre o qual se lança um olhar que permite refletir 
sobre os diferentes interesses, cultura, poder e disputas (LACLAU APUD LOPEZ; 
MOREIRA, 2013). 
 
 
Seria simples pensar que toda política de saúde visa melhorar as condições sanitárias 
da população. No entanto, existem outros interesses que implicam nos rumos e no 
formato dessas políticas, uma vez que a sua construção perpassa pelos interesses 
envolvidos no âmbito do poder (COHN, 2009). É dentro desse entendimento que a 
análise de políticas públicas se mostra um campo complexo e dinâmico, exigindo 
grande conhecimento para que se possa entender e explicar o que fazem os 
governos, como e por que o fazem (LABRA, 1999). 
10 
 
 
É na etapa da implementação que o papel dos gestores e o desenho institucional da 
política se tornam críticos, em função dos atores envolvidos, dos instrumentos 
estabelecidos e do grau de centralização dos processos. Salienta-se, ainda, a alta 
complexidade do processo de implementação de uma política e, sobretudo, sua 
capacidade de gerar consequências sobre o funcionamento das organizações de 
saúde. No contexto institucional brasileiro isto é especialmente verdadeiro nos 
municípios de pequeno porte, nos quais se destacam a forte diferenciação funcional 
e, principalmente, os problemas de coordenação e cooperação intergovernamental 
(SILVA; MELO, 2000). 
Inicialmente, a ideia de implementação pode se restringir ao cumpra-se da política, 
uma vez que se pressupõe que a decisão da autoridade seria automaticamente 
cumprida. No entanto, os estudos mostram que a operacionalização da política 
apresenta inúmeros entraves no nível local (PRESSMAN; WILDAVSKY APUD 
PEREZ, 2006). O processo de implementação passa a ser entendido como um 
processo de aprendizado articulado em uma rede complexa de atores que dão 
sustentação à política, formando ‘elos de ligação’ que sustentam os programas por 
meio da coordenação interinstitucional e da capacidade de mobilizar recursos 
institucionais (SILVA; MELO, 2000). 
11 
 
 
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
As medidas tomadas pelo governo brasileiro em relação à educação básica 
constituem um conjunto de políticas públicas estabelecidas na tentativa de colocar o 
país em condições similares aos presentes nos demais países, tanto nos resultados 
alcançados pelos alunos como na duração da escolaridade obrigatória. 
Na década de 1990, com a globalização ocorreram várias mudanças no mundo do 
trabalho e nas relações sociais. Em relação à educação, foi aprovada a proposta do 
governo em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394 de 
20 de dezembro de 1996. “[...] pelo seu caráter geral, possibilitou um conjunto de 
reformas que foi se processando de forma isolada, mas que correspondia a um bem 
elaborado plano de governo, que, articulando os projetos para as áreas econômicas, 
administrativa, previdenciária e fiscal, foi dando forma ao novo modelo de Estado.” 
(KÜENZER, 1999, p.10) 
Tal legislação ao ser sancionada, ainda não admitia a obrigatoriedade da entrada de 
crianças no ensino fundamental a partir dos seis anos. A lei nº 10.172, de 9 de Janeiro 
de 2001, que aprova o Plano Nacional de Educação (2001-2011), com a sinalização 
na LDB lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996, institui entre outras medidas os 
objetivos e metas do ensino fundamental: Ampliar para nove anos a duração do 
ensino fundamental obrigatório com início aos seis anos de idade, à medida que for 
sendo universalizado o atendimento na faixa de sete a quatorze anos. 
 
 
 
Durante a década de 1990, viu-se construir um aparato teórico em torno da chamada 
“pedagogia das competências”, na qual garantiu a propagação de um tipo de 
educação que considerava o domínio dos “conhecimentos e habilidades necessárias 
ao exercício do trabalho em uma sociedade industrializada e urbanizada” (Ramos, 
2002, p.19). O nível de ensino mais atingido por essa pedagogia foi o ensino médio, 
podendo ser comprovado pela Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que no seu 
artigo 35 determina: O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração 
mínima de três anos, terá como finalidades: 
12 
 
 
I - A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino 
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II – A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar 
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições 
de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; 
De acordo Brandão (2004, p.61) ao analisar as finalidades do ensino médio postas 
na LDB, explica que estariam dividas em três idéias básicas: a formação do cidadão, 
a preparação para o trabalho e a preparação para continuação dos estudos. 
O Ensino Médio poderá formar o educando para o exercício de profissões técnicas, 
sendo este item facultativo. (BRASIL, 1996). Em suma, ao término do Ensino Médio, 
segundo a LDB nº 9.394/96, de modo geral, o aluno deverá ser capaz de possuir 
domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; 
conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; e domínio dos 
conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania. 
 
 
 
No artigo 36 da LDB 9.394/96, são tratadas as diretrizes do currículo do ensino médio, 
a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico 
transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de 
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania. Este artigo sugere 
também adotar uma metodologia e uma avaliação que estimulem a iniciativa dos 
estudantes, assim como, à inclusão de uma língua estrangeira moderna como 
disciplina obrigatória escolhida pela escola, e uma segunda, em caráter optativo, 
dentro das disponibilidades da instituição. Ao término do curso, o educando terá que 
demonstrar domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a 
produção moderna; conhecimento das formas contemporâneas da linguagem; 
domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da 
cidadania. 
O Plano Nacional de Educação foi elaborado com significativa pressão da sociedade, 
ocorrida no Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, com a população presente, 
educadores, pais de alunos, estudantes e demais profissionais da educação 
impediram o governo a dar entrada, na Câmara dos Deputados, em 10 de fevereiro 
13 
 
 
de 1998. O plano consolidou no Projeto de Lei nº 4.155/98. O PNE foi aprovado pelo 
Governo Federal em 2000 e regulamentado pela Lei nº 10.172 de 9 de janeiro de 
2001. Descrevendo metas para a Educação no Brasil e tem tempo determinado de 
até dez anos para que todas elas sejam realizadas. Entre as principais metas estão 
à melhoria da qualidade do ensino e a erradicação do analfabetismo. Nem todos os 
itens do plano foram aprovados pelo Governo Federal. 
Dentre os principais objetivos do PDN destaca-se a elevação do nível de escolaridade 
da população; a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; redução das 
desigualdades sociais e regionais, na educação pública e a democratização da gestão 
do ensino público. 
Como Metas do PNE destacam-se a ampliação das matrículas no Ensino Médio, de 
forma a atender, no final da década, pelo menos 80% dos concluintes do ensino 
fundamental; implantar e consolidar no prazo de cinco anos, a nova concepção 
curricular, estabelecida pela forma de ensino médio proposta pelo MEC.; estabelecer 
e consolidar, em cinco anos, um sistema nacional de avaliação da Educação Básica 
(SAEB) e pelos sistemas de avaliação que venham a ser implantadas nos estados; e, 
finalmente, assegurar que em cinco anos, todas as escolas estejam equipadas, pelo 
menos, com biblioteca, telefone e reprodutorde textos. 
O principal objetivo do governo é erradicar o analfabetismo no país, assim como a 
desigualdade étnica, melhorar a qualidade de ensino para que assim possamos entrar 
no nível mundial de educação. Para isso o governo criou muitas alternativas das 
políticas públicas voltadas para a educação: FUNDEB, Piso Salarial Nacional do 
Magistério, IDEB, REUNI, IFET, entre outras iniciativas. O sentido é colocar esses 
projetos em prática, com os fundamentos do trabalho que vem sendo desenvolvido, 
visando ao aprimoramento cada vez maior, e ao intuito de melhorar cada vez mais o 
sistema educacional brasileiro. O Ministério da Educação diz: “A educação, como 
sempre afirmamos, é um caminho sólido para o Brasil crescer beneficiando todo o 
nosso povo. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é um passo grandioso 
nesse sentido”. 
Com o Programa Mais Educação do MEC com o objetivo de induzir a ampliação do 
horário escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral. As 
escolas das redes públicas de ensino estaduais, municipais e do Distrito Federal 
14 
 
 
fazem a adesão ao Programa e, de acordo com o projeto educativo em curso, optam 
por desenvolver atividades nos macro campos de acompanhamento pedagógico; 
educação ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; 
cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no 
campo das ciências da natureza e educação econômica. 
A ampliação do ensino fundamental para nove anos se compactua com a prática de 
vários países que apresentam em média 12 anos de escolarização básica, incluindo 
países da América Latina. Assim, o Brasil busca alinhar-se a tal situação, na 
expectativa de melhorar a educação no país, por que historicamente a educação 
brasileira enfrenta muitos desafios ainda não superados: altas taxas de evasão e 
repetência; analfabetismo; carreira e valorização de professores; infraestrutura 
inadequada e o ingresso nas escolas brasileiras não têm representado a apropriação 
do processo de alfabetização, sendo este um dos maiores impasses a tão buscada 
qualidade na educação. 
Percebe-se nas camadas menos privilegiadas que a educação escolar é uma parte 
predominante na vida das crianças, sendo esta obrigatória, pública e gratuita. É 
importante reconhecer que nos últimos anos, vários esforços têm sido realizados por 
parte do Estado, no sentido de melhorar a escolarização dos brasileiros. Vale 
ressaltar que as taxas de acesso das crianças e jovens à educação é de 98%, 
segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos 
(OCDE/PNAD/2006). Os investimentos realizados nos últimos anos, também são 
considerados significativos, embora, não sejam suficientes para atender de fato às 
demandas e prioridades de uma educação pública de qualidade. 
 
 
ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO 
As instituições perseguem objetivos que lhes são próprios, por meio dos caminhos 
por elas traçados, o que faz com que tenham liberdade para definir os objetivos que 
pretendem perseguir e as estratégias que utilizarão para esse fim. É justamente a 
escolha da estratégia que corresponde ao difícil exercício de se colocar em prática os 
objetivos gerais (STRATEGOR, 2000). Apesar de esses objetivos serem previamente 
definidos nas políticas públicas, a sua efetiva implementação depende de uma 
15 
 
 
posição estratégica por parte dos implementadores da política, pois são eles que 
contribuem para colocar as ações em prática. 
A estratégia possui duas fontes principais de informação, que é o conhecimento do 
território ou ambiente em que esteja inserida e uma boa apreciação das próprias 
forças. Para gerar esse conhecimento, é preciso realizar uma análise contextual na 
qual estarão presentes os fornecedores, o setor empresarial e os clientes/usuários. 
A partir disso, podem ser identificadas diversas questões que estão envolvidas nessa 
relação e que ao final, se bem conduzida e aproveitada pela instituição, contribuirá 
para identificar a posição concorrencial, ou seja, dessa análise, pode-se caminhar 
para identificar os atributos que fazem a instituição se destacar das outras e se manter 
com elevado desempenho. Essas variáveis constituem-se na vantagem concorrencial 
(STRATEGOR, 2000). 
 
A MISSÃO INSTITUCIONAL 
A definição da missão pode estar correlacionada aos fatores-chave de sucesso 
(FCS), que caracterizam a soma das competências postas em jogo pela instituição, e 
o que é essencial, a partir de uma percepção subjetiva do saber-fazer específico da 
instituição. Os FCS consistem em competências, recursos e trunfos que uma 
instituição deve necessariamente possuir para obter êxito em uma dada atividade e 
servem para avaliar a capacidade das instituições para alcançar bons resultados em 
cada um dos segmentos de atividade para satisfazer a demanda do serviço. Assim, 
os FCS correspondem às competências e/ou tecnologias que devem ser controladas 
para obter êxito nas atividades. 
A identificação dos FCS requer capacidades específicas de ordem relacional, 
tecnológica, financeira ou de competência, cujo controle garante posição de destaque 
(RIVERA; ARTMANN, 2006). A definição da missão deve associar de maneira 
interativa uma análise interna dos recursos disponíveis, visando relacionar as suas 
competências naturais, fundamentais e específicas, e uma análise externa que 
permita identificar as características concorrenciais e os FCS do setor e das 
atividades da instituição. 
16 
 
 
ESTRUTURA PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 
Para o Strategor (2000), a estrutura consiste na distribuição de tarefas, assim como 
as ligações existentes entre os responsáveis pelas tarefas. A estrutura de uma 
instituição apresenta três características principais: a especificação, ou seja, o modo 
e o grau de divisão do trabalho; a coordenação, que trata do(s) modo(s) de 
colaboração instituído entre as unidades; e a formalização, isto é, o grau de precisão 
na definição das funções e das ligações. 
Com relação ao modo e o grau de divisão do trabalho, a estrutura de uma instituição 
caracteriza-se por sua forma principal de especialização, que trata do modo como 
compõe suas atividades, seja por funções (recursos humanos, financeiro etc.), por 
grupo de produtos (exames, cirurgias, vacinação etc.) ou por outras formas. Esse 
modo de especialização vai depender da complexidade da instituição e deve se 
adaptar às variadas situações com que a instituição é confrontada. 
Existem diversos modelos de estruturas, no entanto, todos apresentam limitações. 
Aceitar que existe essa heterogeneidade conduz a uma nova paisagem 
organizacional, como também a uma renovação das práticas de gestão e das 
relações empregador/empregados e supervisor/subordinado, passando de uma visão 
patriarcal para uma relação de pares, sendo esta relação fortemente privilegiada nas 
instituições de saúde (ARTMANN, 2002B). A função do dirigente evolui para uma 
visão estratégica, para o desenvolvimento da capacidade de mobilização das 
sinergias estruturais e de criação de uma liga cultural que aproxime os fins e as 
motivações. Desvia-se da especificação normalizadora e orienta-se para a condução 
de processos de assistência e de resolução de problemas (STRATEGOR, 2000). 
17 
 
 
DECISÃO PARA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 
Qualquer escolha tomada no ambiente institucional constitui-se em termos de 
responsabilidade e de poder, e, portanto, essas escolhas consistem em um espaço 
de liberdade política para aqueles que as fazem em processos de decisão que não 
se explicam pelos problemas colocados em nível de estratégia e de estrutura, mas 
sim pela maneira como a instituição trata esses problemas. A decisão é a parte menos 
visível da política institucional; no entanto, é o seu principal motor, pois é por meio 
dela que as ideias, os sentimentos e as ambições dos indivíduostransformam-se em 
ações estratégicas. A definição de decisão estratégica está assentada ao processo 
pelo qual a instituição modifica a sua estratégia real. É, portanto, por meio dos 
processos de decisão que introduzem as mudanças capazes de levar uma instituição 
do ponto t para o ponto t+1. 
É dentro dessa parte da política institucional que assentam as discussões sobre o 
planejamento, os processos de decisões, o domínio da estratégia e o problema da 
formação da estratégia e da sua evolução ao longo do tempo (STRATEGOR, 2000). 
O planejamento institucional é um processo de tomada de decisão que elabora uma 
representação pretendida do estado futuro da instituição e especifica as modalidades 
de concretização dessa vontade. É, portanto, um processo explícito que se apoia em 
um método e que se desenvolve no tempo e no espaço, segundo um programa 
predeterminado (um plano). É um modo de tomada de decisão que se distingue, em 
particular, pelo seu caráter formalizado, sem que signifique que seja inteiramente 
padronizado. 
 
O planejamento, portanto, caracteriza-se por uma atitude de compromisso baseada 
na antecipação, na finalização e na vontade. Requer o exame prévio de um conjunto 
de problemas e de ações para avaliar a possibilidade de se levar aos resultados 
pretendidos, com mais segurança e mais eficácia do que decisões tomadas 
aleatoriamente. Determina, de maneira explícita, um estado desejado ou desejável 
em um determinado horizonte e considera necessário realizar ações para atingir esse 
18 
 
 
estado desejado, que não está inscrito no curso natural das coisas (STRATEGOR, 
2000). 
O processo de decisão, para Strategor (2000), para muitos, pode se colocar como 
uma ação bastante evidente do ser humano. No entanto, ao discutir a decisão, 
enquanto grupo ou instituição, pode-se apontar particularidades curiosas, no sentido 
de evidenciar problemas provocados pela decisão coletiva. A decisão estratégica não 
pode ser tratada como uma atividade individualista, e isso demonstra que o processo 
de decisão não é simples e está implicado por questões complexas, pois está 
relacionado com o coletivo. Nesse contexto, é importante ressaltar que as decisões 
tomadas dentro de uma instituição repercutem sobre todas as áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abaixo segue ilustrado um modelo de elaboração de Políticas Públicas 
 
19 
 
 
 
 
( Fonte : https://www.oei.es/historico/salactsi/rdagnino1.htm ) 
 
20 
 
 
O ESTUDO SISTEMÁTICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 
As políticas públicas têm sua gênese dentro da ciência política, contudo, ultrapassam 
as limitações geradas pelas definições de Estado, que muitas vezes possui um 
caráter abstrato ou muito generalizante, houve uma necessidade de distinção entre 
Estado e governos, ou melhor, entre o Estado e os mecanismos diversos utilizados 
pelos governos para sua operacionalidade, o que se quer dizer é que o campo de 
políticas públicas tem a necessidade de debruçar o olhar para a realidade das 
atuações, nesse sentido o esforço é de um olhar micro, especialmente centralizado 
no que os governos deixam ou não de fazer acerca de determinado problema 
colocado no seio social. Os objetos de estudo de maior interesse para o campo se 
propõem a olhar o processo de formação das agendas, os programas, projetos, 
instituições, níveis de burocracia e os diversos mecanismos de operação da complexa 
rede de políticas públicas. 
Segundo Celina (2006) o estudo sistemático das políticas públicas essencialmente 
como disciplina nas universidades nasce nos Estados Unidos, por sua realidade de 
políticas restritivas de gastos, começou a brotar um interesse sobe essa perspectiva 
de análise, começava a surgir então uma ramificação dentro da ciência política, 
imprescindível para a sistematização de análises de estudos empíricos. Concepções 
mais tradicionais e mais gerais do Estado não pareciam dar conta da complexidade 
das atuações dos governos. 
 
21 
 
 
REFORMULAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA 
 
 
Escolher o recorte da implementação parece ser crucial no entendimento do locus do 
processo político em sua completude, uma vez que consegue aglutinar as versões 
técnicas e a versão política da ação pública. A formulação e a avaliação, partindo da 
perspectiva policy cycle, seriam etapas em que a interferência maior seria dos 
técnicos da política, mas a literatura vem revelando, que os processos de formulação, 
implementação e avaliação acontecem simultaneamente e interferem umas às outras, 
num movimento de constante retroalimentação, assim se inicia o trabalho olhando pro 
horizonte que procura enxergar a complexidade da arena de políticas públicas, sendo 
assim, a implementação não pode ser considerada um como elo perdido, a 
implementação é um processo condensado de todas as etapas concebidas na 
perspectiva de police cycle acontecendo no local e o tempo inteiro, é o processo que 
liga todos os elos. O estudo mais proeminente acerca da implementação se inicia 
através do trabalho Implementation de Pressman e Wikdasky (1984) (APUD 
D'ASCENZI; LIMA, 2013), os autores iniciam a obra apresentando a definição do 
verbo implementar: levar algo a cabo, realizar, cumprir, executar. Ao considerar o 
processo de implementação a partir dessa colocação recorremos ao entendimento da 
implementação não como um processo, mas como uma etapa, apresentada como 
sequencial, não obstante os autores se questionam, mais implementar o que? O que 
deve ser implementado? Começa a travar um efervescente debate, ainda central, do 
transbordamento da formulação para a implementação (D'ASCENZI;LIMA, 2013, 
p.109). Parece vital à continuidade do debate a dissociação de implementar ser 
equivalente a executar, num sentido de ressignificar teoricamente o que está sendo 
concebido como processo de implementação, sendo assim, necessário uma ruptura 
com a concepção de policy cycle como categoria de análise e avançar na construção 
de um debate mais complexo do processo de implementação. Os estudos empíricos 
parecem fazer um esforço em demonstrar a importância e a necessidade de 
constantes reformulações e avaliações para o próprio andamento da política pública 
na implementação, a questão é: a implementação não é sucedida quando não atende 
aos objetivos da formulação ou quando não consegue ser abraçada e aceita pelo seu 
22 
 
 
público alvo, os beneficiários? É necessário questionar como mede-se a ineficiência 
e ineficácia no processo de implementação. 
23 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Percebe-se que o processo de implementação é um momento tanto técnico como 
político, e que, portanto, não há um campo ideal que permita atuar de maneira ideal, 
o entendimento é de que esse cenário complexo e imprevisível é campo fértil para a 
discricionariedade, também entendida como inevitável para possibilitar a execução 
da política pública. 
Precisa-se agora buscar analisar cada vez mais as implicações dessa autonomia de 
decisão e de formas outras que interferem na implementação, tendo em vista que o 
processo de políticas públicas não pode ser entendido de maneira linear e processual, 
cada vez mais as contribuições devem buscar explicações que deem cabo de 
problematizar de forma complexa as atuações dos governos, mas também dos outros 
mecanismos existentes essenciais para dar vida às políticas públicas. 
Por fim, os problemas enfrentados pela implementação nunca deixarão de existir, 
entretanto, é possível que com responsabilidade, diálogo com os atores e um 
planejamento contínuo e sistemático, se diminua as possibilidades de uma política 
pública ser ineficiente, uma gestão que olhe as especificidades locais é imprescindível 
para um bom andamento da política. A discricionariedade até o momento parece 
incorrigível, sob a perspectiva de saná-la através de maior controle, mas é preciso 
dar uma autonomia melhor orientada, acredita-se que com avaliaçãoe reformulação 
constante da política pública no processo de implementação essa orientação através 
da discricionariedade possa ser positiva em sua gênese. 
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REFERÊNCIAS 
 
 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/pratica-das-politicas-
publicas.htm 
https://www.unisc.br/site/sidr/2004/planejamento/29.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v39nspe/0103-1104-sdeb-39-spe-00283.pdf 
http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Ses
soes_Tematicas/ST%2010/ST%2010.7/ST%2010.7-05.pdf 
https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas-
mlg2/

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