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Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF – Agente de Polícia Federal – 2014 Professor: César Rissete Aulas 01 a 16 Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA 1. ORÇAMENTO PÚBLICO - BREVE HISTÓRICO Até 1926 o Orçamento Público era atribuição legal do Poder Legislativo, todavia a competência pela organização da proposta orçamentária era do Ministério da Fazenda. A partir da reforma da Constituição de 1824 realizada em 1926 e da Constituição de 1934 a competência pelo Orçamento Público passou a ser cumulativa dos Poderes Executivo e Legislativo, continuando a proposta a ser organizada pelo Ministério da Fazenda. Com o advento da Constituição de 1937, deu-se início ao ciclo executivo, com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), tendo este a incumbência, entre outras, de tratar dos problemas orçamentários. Enquanto a divisão do Orçamento público não era organizada, a proposta orçamentária continuou sendo coordenada pela Comissão de Orçamento do Ministério da Fazenda. A Divisão do Orçamento do DASP só foi estruturada em 1945 por meio do Decreto-Lei n. 7.608, quando este passou a coordenar a elaboração da proposta orçamentária. Em 1964 (Decreto 53.914) essa atribuição passou a ser executada pelo então Ministro de Estado Extraordinário para o Planejamento e Coordenação Econômica, vigendo até a edição do Decreto-Lei nº. 200/67, quando foi criado o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral – MPCG, estabelecendo como sua atribuição a programação orçamentária e elaboração dos Orçamentos programas anuais. Atualmente esta atribuição pertence ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, e é exercida pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF. 2. ORÇAMENTO TRADICIONAL E ORÇAMENTO PROGRAMA Há uma clara divisão na forma e conteúdo do orçamento com a edição da Lei 4.320/64, que estatui normas gerais de Direito Financeiro. Até então, o orçamento era uma mera peça de consolidação das despesas e receitas dos entes da federação, baseados no desempenho passado das entidades ligadas ao setor público, o orçamento adequava estas necessidades dos órgãos à receita estimada, não havendo nenhum planejamento ou programação, apenas uma consolidação das despesas passadas. Era o denominado Orçamento-Tradicional ou Clássico, um inventário dos meios, com os quais o Estado conta para levar a cabo suas Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 tarefas. Este tipo de orçamento se mostrou inadequado, por não contemplar um plano de trabalho e um conjunto de objetivos a atingir. Surge então com a Lei 4.320/64 o Orçamento-Programa1, reforçado pela Constituição de 1988 e a Lei Complementar 101/2000 (a Lei de Responsabilidade Fiscal), e caracterizado pelo fato da elaboração orçamentária ser feita em função daquilo que se pretende realizar no futuro, isto é, se constitui num instrumento de planejamento que permite identificar os programas de trabalho dos governos, suas ações (projetos e atividades) a serem realizadas e ainda estabelecer os objetivos, metas, custos e resultados alcançados, avaliando-os e divulgando seus resultados com a maior transparência possível. QUADRO 01. DIFERENÇAS PRINCIPAIS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E TRADICIONAL ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO-PROGRAMA 1. O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação. 2. A alocação de recursos visa à aquisição de meios. 3. As decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacionais. 4. Na elaboração do Orçamento são consideradas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. 5. A estrutura do Orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis de gestão. 6. Principais critérios classificatórios: unidades administrativas e elementos de despesa. 7. Inexistem sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados. 1. O Orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização. 2. A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas. 3. As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. 4. Na elaboração do Orçamento são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício. 5. A estrutura do Orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento. 6. Principal critério de classificação: funcional- programática. 7. Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados. 1 O orçamento-programa foi difundido pela ONU a partir do final da década de 50, inspirado na experiência do orçamento de desempenho nos Estados Unidos da América. O orçamento de desempenho ou de realizações tem como foco os resultados do governo, não havendo ligação com o planejamento, e apresenta duas dimensões: objeto de gasto e programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Foi utilizado no Brasil na década de 1970 e representa um avanço em relação ao Orçamento-Tradicional, mas menos desenvolvido que o Orçamento-Programa. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 8. O controle visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade no cumprimento do orçamento. 8. O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais. Fonte: GIACOMONI (2002), p.157. 3. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Verifica-se ao longo da história que o orçamento público surgiu primeiramente para atuar como instrumento de controle parlamentar das atividades financeiras governamentais, isto é, desempenhadas pelo chefe do poder. Ao longo dos anos, para que o controle fosse mais eficaz, tornou-se necessária a vinculação do orçamento a normas e regras que orientassem sua elaboração e execução. A partir daí foram estabelecidos os “princípios orçamentários”, que visam a estabelecer as regras para a elaboração e controle do orçamento. 3.1 – Anualidade De conformidade com o princípio da anualidade, também denominado princípio da periodicidade, a previsão da receita e a fixação da despesa devem referir-se, sempre a um período limitado de tempo. Ao período de vigência do Orçamento denomina-se exercício financeiro. No Brasil, de acordo com o Art. nº 34 da Lei nº 4.320/64, o exercício financeiro coincide com o ano civil: 1º de janeiro a 31 de dezembro. 3.2 - Exclusividade Consoante o princípio da exclusividade, o Orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, o que, aliás, está previsto no Art. 165 da Constituição. O princípio da exclusividade foi introduzido no direito brasileiro pela reformaconstitucional de 1926. Sua adoção, como norma constitucional, pôs fim às distorções das famosas “caudas orçamentárias”2. Exceção feita à autorização para abertura de Créditos Suplementares e contratação de operações de créditos. “Esse princípio surgiu com o objetivo de impedir que a Lei do Orçamento, em função da natural celeridade de tramitação no legislativo, fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que nada tivessem a ver com questões financeiras.”3 3.3 - Especificação4 2 Inclusão de matéria não pertinente à matéria orçamentária. 3 GIACOMONI, James. Orçamento Público. 6ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1996,p. 78. 4 Este princípio é também conhecido como da discriminação ou especialização. Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas devem aparecer no Orçamento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação. Na legislação orçamentária brasileira, a Lei 4.320/64 incorpora o princípio em seu artigo 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. A ressalva de que trata o artigo 20 abre a possibilidade de que certos programas de investimento, dependendo das prioridades anuais, sejam apresentados no Orçamento de forma global. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos de despesa (será melhor analisado no item 6.4 deste material de apoio). 3.4 - Unidade Segundo esse princípio, o Orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um Orçamento e não mais que um para cada exercício financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de Orçamentos paralelos. A Constituição de 1988 trouxe melhor entendimento para a questão ao precisar a composição do Orçamento anual que passa a ser integrado pelas seguintes partes: o Orçamento fiscal, o Orçamento de investimento das empresas estatais e o Orçamento das entidades de seguridade social. 3.5 - Publicidade Define esse princípio que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) por meio dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para a eficácia de sua validade, que é o princípio exigido para todos os atos oficiais do governo. 3.6 – Universalidade Por esse princípio o Orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, Órgãos e entidades da administração direta e indireta. (Art. 165, § 5º - CF). 3.7 - Equilíbrio Pelo princípio do equilíbrio entende-se que, em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. Uma razão fundamental para Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Edimar Sobrinho Highlight Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 defender esse princípio é a convicção de que ele constitui o único meio de limitar o crescimento dos gastos governamentais, incluindo-se as despesas de capital para o exercício subseqüente. 4. CONCEITO ATUAL DE ORÇAMENTO Orçamento Público é um instrumento de planejamento adotado pela Administração Pública (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), realizado nas três esferas de poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), o qual prevê ou estima todas as receitas a serem arrecadadas e fixa as despesas a serem realizadas no exercício financeiro seguinte, objetivando a continuidade, eficácia, eficiência, efetividade e economicidade na qualidade dos serviços prestados à sociedade. Constitui-se num processo contínuo, dinâmico e flexível que traduz, em termos financeiros para determinado período (um ano), os planos e programas de trabalho do governo. É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza, por meio de Lei Ordinária, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa. A Lei Orçamentária Anual - LOA contém a discriminação da receita e despesa pública, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios orçamentários expressos na Constituição e na Lei nº. 4.320/64. A LOA possibilita os meios necessários para o desempenho da função pública. O Decreto nº. 2.829, de 29 de outubro de 1998, e as Portarias nº. 51, de 16 de novembro de 1998 e nº. 42, de 14 de abril de 1999, ambas do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão introduziram modificações substanciais no processo de Planejamento e Orçamento do Setor Público a vigorar a partir do ano 2000. O Decreto no 2.829/98 estabeleceu normas para a elaboração e execução do Plano Plurianual e dos Orçamentos da União; a Portaria no 117/98, substituída, posteriormente, pela Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999, com a preservação dos seus fundamentos, atualizou a discriminação da despesa por funções e subfunções; e a Portaria no 51/98 instituiu o recadastramento dos projetos e atividades constantes do Orçamento da União no Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR)5. Essas modificações representam um importante passo no sentido da modernização dos processos de planejamento e orçamento, com aplicabilidade à União, Estados e Municípios, 5 Foi instituído o Subsistema Cadastro de Programas e Ações no SIDOR, que é um sistema de tecnologia da informação implantado e utilizado pelo Governo Federal para fins de estruturar, organizar e elaborar a proposta orçamentária, on line, por todas as unidades orçamentárias. https://www.portalsof.planejamento.gov.br/portal/sidor_cadastramento Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 tendo como escopo principal a busca para o setor público de uma administração menos burocrática e mais gerencial, com efetiva cobrança de resultados. 5. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 A atual constituição é inquestionavelmente a que mais evoluiu em termos de orçamento no Brasil, foi por meio dela que se sedimentou a idéia de que é inconcebível a elaboração de um orçamento desvinculado de um sistema de planejamento, devendo ambos estarem em perfeita sintonia. Principais Características Advindas da Constituição de 1988 Existência de três instrumentos de Planejamento/Orçamento (Leis de iniciativa do Poder Executivo – Art. 165): I. Plano plurianual. II. Lei de diretrizes orçamentárias. III. Lei orçamentária anual. Deve-se mencionar que, em seu parágrafo 4º, o artigo 165 estabelece que os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA e apreciados pelo Congresso Nacional. Ênfasena integração planejamento-orçamento: 1. Exigência de orçamentos compatíveis com o PPA (Art. 165, Par. 7º). 2. Investimento com execução superior a 1 exercício financeiro não pode ser iniciado sem prévia inclusão no PPA, salvo se lei específica o autorize (Art. 167, Par. 1º). 3. Emendas ao projeto de lei do orçamento devem ser compatíveis com PPA e LDO (Art. 166, Par. 3º - I). 4. Emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias devem ser compatíveis com PPA (Art. 166, Par. 4º). Plano Plurianual deve estabelecer diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada - Art. 165, Par. 1º; Plano Plurianual regionalizado (Art. 165, Par. 1º); Diretrizes Orçamentárias compreendendo as metas e prioridades da Administração Pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientando a elaboração da lei orçamentária anual, dispondo sobre as alterações na legislação tributária e estabelecendo a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (Art. 165, Par. 2º); Lei Orçamentária, compreendendo (Art. 165, Par. 5º): Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 I - Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, Órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – Orçamento de Investimento das empresas em que União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e III – Orçamento da Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social), abrangendo todas as entidades e Órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Emendas ao projeto de Lei do Orçamento somente poderão ser aprovadas caso (Art. 166, Par. 3º): I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III – sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os dispositivos do texto do projeto de lei. Transparência: a cada bimestre o poder executivo deve publicar o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (Art. 165, Par. 3º). Lei complementar disporá sobre (Art. 165, Par. 9º)6: I. o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei orçamentária anual; II. as normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para instituição e funcionamento de fundos. Vedações (art. 167): início de programas ou projetos sem inclusão na LOA; realização de despesas ou assunção de obrigações que excedam créditos orçamentários ou adicionais7; operações de crédito que excedam as despesas de capital, salvo se 6 Esta lei ainda não foi enviada pelo Poder Executivo para apreciação da casa legislativa. Na sua falta, os prazos e vigência são aqueles constantes no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT que, em seu artigo 35, Par. 2º estabelece: I. o projeto do PPA, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (15/12); II. o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15/04) e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (30/06); III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (15/12). 7 Durante a execução do orçamento, as dotações inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-se insuficientes para realização dos programas de trabalho, ou pode ocorrer a necessidade de realização de despesa não autorizada Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 9 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais pelo Legislativo por maioria absoluta; vinculação de receita de impostos, além das previstas na Constituição; abertura de crédito suplementar ou especial sem autorização legislativa e sem indicação de recursos; utilização de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social no financiamento de déficit de empresas, fundações e fundos, salvo se houver autorização legislativa específica; instituição de fundos sem prévia autorização legislativa. Os créditos especiais e extraordinários têm vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se a autorização for promulgada no ultimo quadrimestre. 6. CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS Originárias – de serviços cobrados, que tem uma origem real de uma venda (preços públicos). Provêm do próprio patrimônio do Estado. Derivadas – derivadas dos contribuintes (tributos), obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. 6.1. CLASSIFICAÇÃO POR CATEGORIAS ECONÔMICAS A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Essas mesmas categorias são adotadas na classificação da despesa: Despesas Correntes e Despesas de Capital. Com essa dualidade classificatória, fica possibilitada a organização de um quadro-resumo, que destaca o Orçamento Corrente formado pelas Receitas e Despesas Correntes e o Orçamento de Capital, constituído pelas Receitas e Despesas de Capital, de especial utilidade nas análises macroeconômicas. Quando da descrição do critério econômico de classificação da despesa, as contas são divididas em: inicialmente. Assim, a LOA poderá ser alterada no decorrer de sua execução por meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na lei do Orçamento. Os Créditos Adicionais classificam-se em Suplementares, destinados ao reforço de dotações orçamentárias já existentes, Especiais, destinados a despesas para as quais não haja dotação específica, e Extraordinários, destinados a despesas imprevisíveis e urgentes, em decorrência de guerra, comoção interna ou calamidade pública. A Lei 4.320/64 em seu artigo 42 estabelece que os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo, e em seu artigo 44 estabelece que os créditos extraordinários serão abertos por Medida Provisória, no caso do Governo Federal, e por decreto do Poder Executivo para os demais entes, dando imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Para abertura de Créditos Suplementares e Especiais, torna-se necessária a existência de fontes de recursos para financiá-los. No caso dos Créditos Extraordinários, não há necessidade de fonte específica. As fontes de recursos legítimas para abertura de Créditos Suplementarese Especiais são: Superávit Financeiro - é a diferença positiva entre o Ativo Financeiro e o Passivo Financeiro, apurado em Balanço Patrimonial, conjugando-se, ainda, os saldos dos Créditos Adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas; Excesso de arrecadação - é o saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada; Anulação parcial ou total de dotação - é o cancelamento total ou parcial de dotações consideradas excedentes com o objetivo de adicioná-las àquelas consideradas insuficientes; Operações de créditos - são empréstimos obtidos pelo Estado, podendo ser internas ou externas. Será interna quando contraída dentro do próprio País; e externa quando contratada fora deste. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 10 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 Despesas Correntes e Despesas de Capital que correspondem, no âmbito do setor governamental, às variáveis macroeconômicas consumo e investimento. Juntar Receitas e Despesas Correntes e Receitas e Despesas de Capital possibilita mostrar de onde saem os recursos para financiar o consumo e os investimentos públicos, inclusive os valores que, apurados como superávit do Orçamento Corrente, irão engrossar a poupança governamental e viabilizar os investimentos. 6.2. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR ORIGEM A Classificação da receita por origem leva em consideração a classificação dos diversos tributos arrecadados no país, enfocando, portanto, a ótica da arrecadação das receitas, a saber: Receitas Correntes: • Receita Tributária • Receita de Contribuições • Receita Patrimonial • Receita Agropecuária • Receita Industrial • Receita de Serviços • Transferências Correntes Receitas de Capital: • Operações de Créditos • Alienação de Bens • Amortização de Empréstimos • Transferência de Capital • Outras Receitas de Capital Receita Tributária – envolve apenas os tributos, considerada a conceituação da legislação tributária: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. É, por conseguinte, uma receita privativa das entidades investidas com o poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Receita de Contribuições – engloba as do tipo social (contribuições previdenciárias, salário-educação), e do econômico (cotas de contribuições sobre exportação). Receita Patrimonial – São as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de bens, dividendos e participações. Entram ainda neste conceito as Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 receitas decorrentes de pagamento de royalties pela exploração do seu patrimônio por delegatários (concessionários e permissionários) de serviços públicos. Receita Agropecuária – decorre da exploração econômica de atividades agropecuárias, tais como: agricultura, pecuária, além do beneficiamento de produtos agropecuários em níveis não considerados industriais. Receita Industrial - derivada de atividades industriais: extrativa mineral, de transformação. Receita de Serviços - decorre de atividades como comércio, transporte, comunicações. Transferências Correntes – são os recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou físicas e que serão aplicados no atendimento de Despesas Correntes. Como por exemplo, a transferência de recursos de origem tributária (cota parte do ICMS) que um nível de governo (município) recebe de outro (Estado). Outras Receitas Correntes – envolvem diversas outras receitas não enquadradas nas classificações anteriores (multas, indenizações) Operações de Crédito – envolvem a captação de recursos para atender desequilíbrios orçamentários ou ainda, financiar empreendimentos públicos. É por meio dessa conta de receita que são cobertos os déficits orçamentários que ensejam a formação da Dívida Pública. Quanto à origem dos recursos, as Operações de Crédito podem ser Internas e Externas. Alienação de Bens – Envolve o resultado obtido com a alienação de bens patrimoniais: ações, títulos, bens móveis, imóveis etc. Amortização de Empréstimos – Nos casos em que a entidade concede empréstimos, o ingresso proveniente da amortização dos mesmos caracteriza receita de capital. O critério aqui busca a coerência: se a obtenção de empréstimos é uma Receita de Capital e o pagamento, uma Despesa de Capital, a receita oriunda da amortização do mesmo é, conseqüentemente, de capital. Outras Receitas de Capital – Envolvem as Receitas de Capital não classificáveis nas outras fontes, como por exemplo, a indenização que a Petrobrás paga aos Estados e Municípios pela extração de petróleo, xisto e gás natural, e abrangem ainda o resultado do Banco Central, para integralização do capital social, a remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e o saldo do superávit corrente. É importante observar que no Orçamento a classificação da receita segue a lei 4320/1964 e no âmbito da União cabe a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) o detalhamento da receita, que o faz com base na classificação da receita por Natureza. Esta busca a melhor identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador. Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o esquema inicial de Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 12 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 classificação (categoria econômica e fonte) foi desdobrado em seis níveis, que formam o código identificador da natureza de receita, conforme o esquema apresentado a seguir: O primeiro nível é a categoria econômica, corrente e de capital, que é detalhada por fonte ou origem da receita, conforme a tabela a seguir mostra. Estes dois níveis são detalhados em: Espécie: nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos, que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente de tributos), podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na CF/88 e no CTN), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais. Rubrica: nível que detalha a espécie com maior precisão, especificando a origem dos recursos financeiros. Alínea: nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros. Subalínea: nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea. Exemplo: Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 13 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 6.3. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A VINCULAÇÃO DA RECEITA Classificar a receita segundo a existência ou não de vinculação com a despesa decorre da necessidade prática de se demonstrar as parcelasde recursos que já estão comprometidas com o atendimento de determinadas finalidades e aquelas que podem ser livremente alocadas a cada elaboração orçamentária. Ao mesmo tempo que se busca limitar o máximo possível a vinculação de receita à determinada despesa, a própria Constituição consagra alguns vínculos importantes: os Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM, e o Fundo de Financiamento do Setor Produtivo das Regiões Norte, Nordeste, e Centro - Oeste. A União entregará 47% do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza e daqueles sobre produtos industrializados (IPI), sendo: 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios e 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Cento - Oeste, por meio de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi- árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer.8 A União entregará 10% do produto da arrecadação sobre produtos industrializados aos Estados e ao Distrito Federal, em valor proporcional às respectivas exportações de produtos industrializados (Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados – FPEX). 8 CONSTITUÍÇÃO FEDERAL, art.159 Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 14 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 Outra vinculação estabelecida é a decorrente da obrigatoriedade da aplicação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB). Independentemente das vinculações constitucionais, inúmeras outras disposições legais estabelecem vínculos entre outros tipos de receitas, que não os impostos e despesas determinadas9. É o caso, principalmente das contribuições, tais como, PIS/PASEP. As receitas de Operações de Créditos, por sua própria natureza, precisam estar reservadas para determinadas aplicações. 6.4. ESTÁGIOS DA RECEITA A receita orçamentária passa por quatro fases denominadas estágios, que são: 1 - Previsão – é a estimativa do que se espera arrecadar, durante o exercício. 2 - Lançamento – é a identificação do devedor ou da pessoa do contribuinte. A Lei 4.320/64 e o Código Tributário Nacional definem lançamento como sendo o ato de pessoa competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. A partir do lançamento surge o crédito tributário. 3 - Arrecadação – A arrecadação da receita é o momento em que o contribuinte recolhe ao agente financeiro (arrecadador), o débito devido à Fazenda Pública. 4 - Recolhimento – O recolhimento da receita é o momento em que o agente financeiro (arrecadador) repassa o valor arrecadado ao Tesouro Nacional, Estadual, Distrital ou Municipal. 6.5. DÍVIDA ATIVA A Dívida Ativa da União é composta por todos os créditos desse ente, sejam eles de natureza tributária ou não-tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo regular. A PGFN efetua a cobrança, por força do art. 12 da Lei Complementar n° 73, de 10 de fevereiro de 1973, e do art. 1° do Decreto-Lei n° 147, de 3 de fevereiro de 1967, dos créditos inscritos em dívida ativa da União, tributários ou não tributários, que tem origem em diversos órgãos da administração pública federal, bem como do créditos não tributários do FGTS, por força do art. 2º da Lei n.° 8.844 de 20 de janeiro de 1994, que são ditos órgãos de origem. 9 Para uma visão mais detalhada com todas as transferências constituições (legislação e dados estatísticos), visite http://www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/transferencias_constituciona is.asp Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 15 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA DESPESA Para classificar uma despesa quanto à sua natureza deve-se considerar a categoria econômica, cujo papel é dar indicações sobre os efeitos que os gastos públicos têm sobre a economia como um todo; o grupo de despesa a que pertence; a forma de realização ou a modalidade de aplicação dos recursos a ela consignados, isto é, se a despesa vai ser realizada diretamente pela unidade orçamentária de cuja programação faz parte, ou indiretamente, mediante transferência à outras esferas de governo, órgãos ou entidades, integrante ou não do Orçamento; e, finalmente o seu objeto de gasto ou elemento de despesa. O código da classificação da natureza da despesa é constituído por seis algarismos, onde: 1º indica a categoria econômica da despesa; 2º indica o grupo de natureza da despesa; 3º/4º indicam a modalidade da aplicação; Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 16 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 5º/6º indicam o elemento da despesa (objeto de gasto). Os artigos 12 e 13 da Lei 4.320/64 exigem que as despesas orçamentárias sejam detalhadas na lei orçamentária em categoria econômica, subcategoria econômica e elemento de despesa. Já a Portaria Interministerial SOF/STN 163 de 04 de maio de 2001 detalha as despesas em categoria econômica, grupo de natureza de despesa, modalidade de aplicação e elemento da despesa como visto, mas tornando facultativo para todos os entes da federação o desdobramento das despesas em elementos na LOA (Art. 6º)10. 7.1. CATEGORIA ECONÔMICA A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos: 3 – Despesas Correntes - destinam-se à manutenção e ao funcionamento dos serviços legalmente criados. São essencialmente operacionais. 4 – Despesas de Capital - têm por finalidade concorrer para a formação ou aquisição de um bem de capital, como por exemplo: as obras de asfaltamento, as construções de rodovias, de escolas, de hospitais e outras. 7.2. GRUPO DE DESPESAS É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir: 1 – Pessoal e Encargos Sociais 2 – Juros e Encargos da Dívida 3 – Outras Despesas Correntes 4 – Investimentos 5 – Inversões Financeiras 6 – Amortização da Dívida • Pessoal e Encargos Sociais: Despesas de natureza remuneratória decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e 10 “Art. 6o. Na lei orçamentária, a discriminação dadespesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação”. MACHADO JR. e REIS (2003) questionam a constitucionalidade de uma Portaria que modifica uma lei que tem status de lei complementar, está em vigor e foi recepcionada pela Constituição de 1988 (Lei 4.320/64 exige a apresentação na LOA até o nível de elementos, no mínimo). Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 17 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1º, da Lei Complementar n. 101, de 2000. • Juros e Encargos da Dívida: Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. • Outras Despesas Correntes: Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio- transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. • Investimentos: Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. • Inversões Financeiras: Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. • Amortização da Dívida: Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. 7.3. MODALIDADE DE APLICAÇÃO A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outras esferas de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados, e são separadas em: 20 – Transferências à União 30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 18 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 40 – Transferências a Municípios 50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos 70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais 71 – Transferências a Consórcios Públicos 80 – Transferências ao Exterior 90 – Aplicações Diretas 91 – Aplicação Direta Decorrente de Operações entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social 7.4. ELEMENTO DE DESPESA De acordo com o parágrafo 3º do Artigo 3º da Portaria Interministerial 163 de 04 de maio de 2001, o elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins. Os códigos dos elementos de despesa definidos no Anexo II da Portaria Interministerial 163 são: 01 - Aposentadorias e Reformas 03 - Pensões 04 - Contratação por Tempo Determinado 05 - Outros Benefícios Previdenciários 06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 07 – Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência 08 - Outros Benefícios Assistenciais 09 - Salário-Família 10 - Outros Benefícios de Natureza Social 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar 13 - Obrigações Patronais 14 - Diárias - Civil 15 - Diárias - Militar 16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil 17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 19 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 19 – Auxílio-Fardamento 20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária 27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares 28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos 30 - Material de Consumo 31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras 32 - Material de Distribuição Gratuita 33 - Passagens e Despesas com Locomoção 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização 35 - Serviços de Consultoria 36 – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 37 - Locação de Mão-de-Obra 38 - Arrendamento Mercantil 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 41 - Contribuições 42 - Auxílios 43 - Subvenções Sociais 45 - Equalização de Preços e Taxas 46 - Auxílio-Alimentação 47 - Obrigações Tributárias e Contributivas 48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 49 - Auxílio-Transporte 51 - Obras e Instalações 52 - Equipamentos e Material Permanente 61 - Aquisição de Imóveis 62 - Aquisição de Produtos para Revenda 63 - Aquisição de Títulos de Crédito 64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 20 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas 66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos 67 - Depósitos Compulsórios 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada 74 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada 75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita 76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas 92- Despesas de Exercícios Anteriores 93 - Indenizações e Restituições 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas 95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo 96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado 99 - A Classificar11 8. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA DESPESA A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as quais são implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado com o propósito de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e os cidadãos em geral. A estruturação atual do orçamento público considera que as programações orçamentárias estejam organizadas em Programas de Trabalho, e que esses possuam programação física e financeira. O Programa de Trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação: Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura Programática, conforme detalhado a seguir: 11 Elemento transitório que pode ser utilizado enquanto se aguarda a classificação em elemento específico, sendo vedada a sua utilização na execução orçamentária. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 21 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 QUADRO 02. CLASSIFICAÇÕES DAS DESPESAS FONTE: Manual Técnico de Orçamento, 2008. 8.1. CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal (F), da seguridade social (S) ou de investimento das empresas estatais (I), conforme já visto no § 5º do art. 165 da Constituição. Na base do SIDOR o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será associado à ação orçamentária, com os seguintes códigos: Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 22 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 8.2. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL Sua finalidade principal é evidenciar as unidades administrativas responsáveis pela execução da despesa, isto é, os Órgãos que gastam os recursos em conformidade com a programação orçamentária. É um critério indispensável para a fixação de responsabilidades e os conseqüentes controles de avaliações. Em decorrência do modelo federativo brasileiro, as unidades de governo são autônomas em cada nível, fazendo com que a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município tenham o seu Orçamento próprio. Assim, no Orçamento da União, aparecem os Órgãos e repartições federais, classificados inicialmente pelos três Poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo. O Poder Executivo, por exemplo, é primeiramente dividido em Órgãos. E cada Órgão por sua vez, é subdividido em unidades orçamentárias - UO (exemplo: o Ministério da Educação compreende diversas unidades orçamentárias, UFRJ, UnB, etc.)12. A classificação institucional reflete a estrutura organizacional e administrativa governamental e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária, conforme artigos 13 e 14 da Lei 4.320/67. De acordo com estes dispositivos, a categoria Órgão tem o sentido de órgão setorial de Governo ou unidade administrativa. Já unidade orçamentária compreende uma repartição do órgão ou um agrupamento de serviços que se subordinam a determinado órgão. As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis pelos recursos financeiros (dotações) e pela realização das ações. De acordo com Machado Jr. e Reis (2003), a unidade orçamentária é a responsável pelo planejamento e execução de certos projetos e atividades e detém a competência para autorizar despesa e/ou empenhar. O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária. Por exemplo: 12 No projeto de Lei do Orçamento 2008 a União possui 436 unidades orçamentárias em 40 órgãos orçamentários. No orçamento fiscal e da seguridade social estão 377 unidades e no orçamento de investimento estão 59 unidades orçamentárias. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 23 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 8.3. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada e é representada por cinco dígitos. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a subfunção às quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Trata-se de uma classificação independente dos programas, e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. 8.3.1. Função Os dois primeiros dígitos da classificação funcional referem-se à função, que representa o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função está relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que correspondem aos códigos abaixo relacionados e que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA: Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 24 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8º da Portaria Interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001, a seguir transcrito: Art. 8º. A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5º , inciso III13, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código“99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento. 8.3.2. Subfunção A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesas do Setor Público. Na nova classificação a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. 13 III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: a) (VETADO). b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 25 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 A classificação funcional será efetuada por intermédio da relação da ação (projeto, atividade ou operação especial) com a subfunção e a função. A partir da ação, classifica-se a despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção, independente de sua relação institucional. Em seguida será feita a associação com a função, associação esta voltada à área de atuação característica do Órgão/ unidade em que as despesas estão sendo efetuadas. Deve-se atentar para o fato de que as subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria n. 42, de 1999. Exemplo 1: uma atividade de pesquisa na Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde deve ser classificada – de acordo com sua característica – na subfunção n. 571 “Desenvolvimento Científico” e na função n. 10 “Saúde”. Exemplo 2: um projeto de treinamento de servidores no Ministério dos Transportes será classificado na subfunção n. 128 “Formação de Recursos Humanos” e na função n. 26 “Transportes”. Exemplo 3: uma operação especial de financiamento da produção que contribui para um determinado programa proposto para o Ministério da Agricultura será classificada na subfunção n. 846 “Outros Encargos Especiais” e na função n. 20 “Agricultura”. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 26 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 QUADRO 03. TIPOS DE FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO FUNÇÕES SUBFUNÇÕES 01 – Legislativa 031 – Ação Legislativa 032 – Controle Externo 02 – Judiciária 061 – Ação Judiciária 062 – Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 03 – Essencial à Justiça 091 – Defesa da Ordem Jurídica 092 – Representação Judicial e Extrajudicial 04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento 122 – Administração Geral 123 – Administração Financeira 124 – Controle Interno 125 – Normatização e Fiscalização 126 – Tecnologia da Informação 127 – Ordenamento Territorial 128 – Formação de Recursos Humanos 129 – Administração de Receitas 130 – Administração de Concessões 131 – Comunicação Social 05 – Defesa Nacional 151 – Defesa Aérea 152 – Defesa Naval 153 – Defesa Terrestre 06 – Segurança Pública 181 – Policiamento 182 – Defesa Civil 183 – Informação e Inteligência 07 – Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas 212 – Cooperação Internacional 08 – Assistência Social 241 – Assistência ao Idoso 242 – Assistência ao Portador de Deficiência 243 – Assistência à Criança e ao Adolescente 244 – Assistência Comunitária 09 – Previdência Social 271 – Previdência Básica 272 – Previdência de Regime Estatutário Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 27 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 273 – Previdência Complementar 274 – Previdência Especial 10 – Saúde 301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 – Suporte Profilático e Terapêutico 304 – Vigilância Sanitária 305 – Vigilância Epidemiológica 306 – Alimentação e Nutrição 11 – Trabalho 331 – Proteção e Benefício ao Trabalhador 332 – Relações de Trabalho 333 – Empregabilidade 334 – Fomento ao Trabalho 12 – Educação 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial 13 – Cultura 391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 – Difusão Cultural 14 – Direitos da Cidadania 421 – Custódia e Reintegração Social 422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 – Assistências aos Povos Indígenas 15 – Urbanismo 451 – Infra-Estrutura Urbana 452 – Serviços Urbanos 453 – Transportes Coletivos Urbanos 16 – Habitação 481 – Habitação Rural 482 – Habitação Urbana 17 – Saneamento 511 – Saneamento Básico Rural 512 – Saneamento Básico Urbano 18 – Gestão Ambiental 541 – Preservação e Conservação Ambiental 542 – Controle Ambiental 543 – Recuperação de Áreas Degradadas Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 28 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 544 – Recursos Hídricos 545 - Meteorologia 19 – Ciência e Tecnologia 571 – Desenvolvimento Científico 572 – Desenvolvimento Tecnológico 573 – Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico 20 – Agricultura 601 - Promoção da Produção Vegetal 602 – Promoção da Produção Animal 603 – Defesa Sanitária Vegetal 604 – Defesa Sanitária Animal 605 – Abastecimento 606 – Extensão Rural 607 - Irrigação 21 – Organização Agrária 631 – Reforma Agrária 632 - Colonização 22 – Indústria 661 – Promoção Industrial 662 – Produção Industrial 663 – Mineração 664 – Propriedade Industrial 665 – Normatização e Qualidade 23 – Comércio e Serviços 691 – Promoção Comercial 692 – Comercialização 693 – Comércio Exterior 694 – Serviços Financeiros 695 - Turismo 24 – Comunicações 721 – Comunicações Postais 722 - Telecomunicações 25 – Energia 751 – Conservação de Energia 752 – Energia Elétrica 753 – Petróleo 754 - Álcool 26 – Transporte 781 – Transporte Aéreo 782 – Transporte Rodoviário 783 – Transporte Ferroviário 784 – Transporte Hidroviário Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 29 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 785 – Transportes Especiais 27 – Desporto e Lazer 811 – Desporto de Rendimento 812 – Desporto Comunitário 813 - Lazer 28 – Encargos Especiais 841 – Refinanciamento da Dívida Interna 842 – Refinanciamento da Dívida Externa 843 – Serviços da Dívida Interna 844 – Serviços da Dívida Externa 845 – Outras Transferências 846 – Outros Encargos Especiais 847 – Transferências para a Educação Básica (1) FONTE: Portaria do Ministério do Planejamento n. 42 de 1999. NOTA: (1) Incluído pela portaria SOF n. 37, de 16 de Agosto de 2007, que altera o anexo da Portaria MOG n. 42, de 14 de abril de1999. O nome da função 845 foi alterado de Transferências para Outras Transferências. 8.4. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA Os programas deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou a ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas, e originada do processo de planejamento desenvolvido durante a formulação do Plano Plurianual – PPA. Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do Orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum integrador do PPA com o orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o Orçamento começa no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulos diversificados. O programa, como único módulo integrador, e os projetos e as atividades, como instrumento de realização dos programas. Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador que quantifique a situação que o programa tenha por fim modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas darão origem aos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta. Os programas serão compostos por atividades, projetos e uma nova categoria de programação denominada operações especiais. Essas últimas poderão fazer parte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem para a consecução de seus objetivos. Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 30 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 8.4.1. Programas O programa é o instrumento de organização da atuação governamental. Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para o período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade. Os programas de ações não finalísticas são programas constituídos predominantemente de ações continuadas, devendo conter metas de qualidade e produtividade a serem atingidas em prazo definido. No PPA 2004/2007 quatro eram os tipos de programas previstos: • Programas finalísticos: resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo, indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa. O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público alvo. • Programas de gestão das políticas públicas: abrangem as ações de gestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação, supervisão, Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 31 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 avaliação e divulgação de políticas públicas. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa; • Programas de serviços ao Estado: resultam em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo programa; • Programa de apoio administrativo: correspondem ao conjunto de despesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para a consecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, não são passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover os Órgãos da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seus programas finalísticos. Já no PPA 2008-2011 o Governo Federal reduziu a dois tipos de programas: • Programas finalísticos: quando resulta em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade, cujos resultados sejam passives de mensuração; • Programas de apoio às políticas públicas e áreas especiais: são programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas. Ou seja, programas que reúnem os outros três tipos de programas do PPA 2004-2007. E no atual PPA 2012-2015 o Governo Federal alterou os nomes dos tipos de programas para: • Programas Temáticos: retrata no Plano Plurianual a agenda de governo organizada pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Sua abrangência deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades e a territorialidade. Ex: Agricultura Irrigada, Bolsa Família, Ciência, Tecnologia e Inovação, Comércio Exterior, Mobilidade Urbana, Saneamento. • Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: instrumentos do Plano que classificam um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas Iniciativas. Na base do SIDOR, o campo que identifica o Programa contém quatro dígitos. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 32 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 Como visto, cada programa será composto de ações que podem ser orçamentárias (ações, projetos e operações especiais) ou não-orçamentárias, que são ações que não tem dotação orçamentária mas que constam do Plano Plurianual (PPA). 8.4.2. Ações As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, doações, etc, e os financiamentos. As ações orçamentárias, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais. • Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de governo. • Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. • Operação Especial: são ações/despesasque não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o detalhamento da função “Encargos Especiais”. São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: amortizações e encargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a qualquer título (não confundir com descentralização), fundos de participação, operações de financiamento (concessão de empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem, indenizações, pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição a organismos nacionais e internacionais, compensações financeiras. Na base do SIDOR a Ação é identificada por um código alfanumérico de 8 dígitos: Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 33 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 O localizador de gasto indica a localização física da ação, permitindo maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, podendo ser de abrangência nacional, no exterior, por região, por Estado ou Município. Ao observar o 1º dígito do código pode-se identificar o tipo de ação: Além da classificação programática da despesa, tem-se também a classificação quando a natureza da despesa. 8.5. ESTÁGIOS DA DESPESA A partir da disponibilização dos créditos orçamentários e/ou adicionais, cada Unidade Gestora Executora (UGE) passa a realizar as despesas. Entretanto, para que isso ocorra deve- se observar o rito normal que inclui três estágios: 8.5.1. EMPENHO É o primeiro estágio da despesa. É o ato emanado da autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. O empenho da despesa é ato de autoridade, legalmente autorizada para tal fim. Não se deve confundir, empenho da despesa com nota de empenho; esta é a materialização daquele. O empenho é prévio, ou seja, precede à realização da despesa e está restrito ao limite do crédito orçamentário, conforme determina a Lei 4.320/64, em seu artigo 60. Modalidades de Empenho Ordinário – Modalidade para atender a despesa, com montante previamente conhecido e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez. Exemplo: compra de material de consumo ou permanente. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 34 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 Estimativo – Será emitido empenho por estimativa, quando não se puder determinar o montante da despesa. Exemplo: água, luz, telefone. Global – É o empenho emitido para atender as despesas contratuais, cujo montante é conhecido, todavia a sua liquidação e pagamento está sujeita a parcelamento. Exemplo: contratos de prestação de serviços e aluguel, pagamento de pessoal, convênios, etc. Através do Decreto nº 2.439, de 23/12/9714, foi instituído o Empenho com Garantia de Pagamento Contra Entrega, que é o tipo de empenho utilizado pela Administração Pública, tendo por finalidade a realização de despesas com prestação de serviços ou compras, cujo valor limite obedecerá ao teto fixado para dispensa de licitação, e ainda, para os serviços de fornecimento de água e esgoto, energia elétrica e comunicações, independentemente do seu valor. Esta sistemática deverá ser adotada pelas UGE que utilizam o sistema SIAFI na modalidade total, em relação aos fornecedores de pequenas compras e serviços, inscritos no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF. 8.5.2. LIQUIDAÇÃO A liquidação é o segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, ou seja, é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes do empenho. A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar a origem e o objeto do que se deve pagar, a importância exata e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação. O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferência, desde a entrega do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. Ao fazer a entrega do material ou a prestação do serviço, o credor deverá apresentar a nota fiscal, fatura ou recibo correspondente, acompanhada da primeira via da nota de empenho, devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a prestação do serviço, no verso da nota fiscal, fatura ou recibo. Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor a UGE providenciará o pagamento da despesa. Evidentemente, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar devidamente liquidada. 8.5.3. PAGAMENTO Constitui o terceiro e último estágio da despesa e consiste na entrega do numerário ao credor do Estado, extinguindo-se o débito ou obrigação. 9. SUPRIMENTO DE FUNDOS. 14 Hoje a sistemática é regulada pelo Decreto 3.473 de 18/05/2000. Prof. César Rissete www.aprovaconcursos.com.br Página 35 de 44 Professor César Rissete Noções de Administração: Administração Financeira e Orçamentária PF: Agente de Polícia Federal Aulas 01 a 16 O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que pela excepcionalidade, a critério do Ordenador de Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos: • Para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; • Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e • Para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda. A concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal, utilizando as contas de suprimento de fundos somente em caráter excepcional, onde comprovadamente não seja possível utilizar o cartão. Entende-se por entrega do numerário a disponibilização de recurso financeiro para realização dos gastos, seja por limite lançado no Cartão de Pagamento do Governo Federal, por depósito em conta corrente ou por posse de valor em espécie. O prazo máximo para aplicação do suprimento de fundos será de até 90 (noventa) dias a contar da data do ato de concessão do suprimento de fundos, e não ultrapassará o término do exercício financeiro. 10. RESTOS A PAGAR Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de dezembro do ano a que pertençam, podendo ocorrer da seguinte forma: a) Restos a Pagar Não Processados - referem-se aos empenhos não liquidados até 31 de dezembro. b) Restos a Pagar Processados - referem-se aos empenhos liquidados e não pagos até 31 de dezembro. O Decreto 93.872, de 23.12.96, em seu art. 35 determina que o empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: - ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor; - quando for de interesse da Administração exigir o cumprimento
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