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Apostila-Finanças-Públicas

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FINANÇAS PÚBLICAS
INStrumeNtoS de PLANejAmeNto 
e orÇAmeNtAÇão
GoverNAmeNtAL..................................03
PLANo PLurIANuAL - PPA
Conceito.................................................................... 04
Legislação................................................................. 04
Prazo.de.Encaminhamento........................................ 05
Elaboração.do.PPA.................................................... 05
Conteúdo.do.PPA...................................................... 07
Acompanhamento,.Avaliação.e.Revisão
do.Plano.Plunianual.................................................. 07
Material.Técnico.para.Consulta................................ 07
LeI de dIretrIzeS 
orÇAmeNtárIAS
Conceito.................................................................... 08
Legislação................................................................. 08
Prazo.de.Encaminhamento........................................ 09
Conteúdo.da.LDO..................................................... 09
Anexo.de.Metas.Fiscais.e.Anexo.
de.Riscos.Fiscais....................................................... 09
LeI orÇAmeNtárIA 
ANuAL - LoA
Conceito.................................................................... 10
Prazo.de.Encaminhamento........................................ 10
Legislação................................................................. 11
Elaboração.da.LOA................................................... 12
Conteúdo.da.LOA..................................................... 13
reCeItA PÚBLICA
Introdução................................................................. 14
Conceito.................................................................... 14
Regulamentação........................................................ 14
Classificação Econômica da Receita Pública............ 14
Deduções.da.Receita.Pública.................................... 18
Codificação da Natureza da Receita.......................... 18
Classificação da Receita por Fonte de Recursos ...... 18
Regime.de.Execução.Orçamentária
da.Receita.Pública..................................................... 20
Renúncia.de.Receita.................................................. 20
Previsão.da.Receita................................................... 21
Receita.Corrente.Líquida.-.RCL............................... 21
deSPeSA PÚBLICA
Introdução................................................................. 21
Classisficação da Despesa......................................... 22
Codificação da Despesa por 
Destinação.de.Recurso.............................................. 24
Execução.Orçamentária.da.Despesa......................... 26
Regime.de.Adiantamento.......................................... 28
Créditos.Adicionais................................................... 28
Restos.a.Pagar........................................................... 29
Despesa.com.Pessoal.-.Art..18.a.20.
da.LC.101/00............................................................. 29
Despesas.de.Exercícios.Anteriores........................... 30
trANSPArêNCIA, CoNtroLe 
e FISCALIzAÇão..................................... 30
CICLo orÇAmeNtárIo................. 30
SIStemAS de CoNtAS....................... 31
LeGISLAÇão
Arts..165.a.169.da.CF/88............................................ 32
BIBLIoGrAFIA........................................... 34
exerCíCIoS................................................ 35
GABArIto.................................................... 47
Índice
Elaboração:.Prof..Rita.de.Cássia.Teixeira.Pires
Organização:.Prof..Leandro.Eustáquio.de.Matos.Monteiro
IMPRESSÃO:
É proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte. A violação dos Direitos Autorais 
(Lei nº 9.610/98) é crime (Artigo 184 do Código Penal).
2009, Estudo Real Edições
Belo.Horizonte./.Minas.Gerais
www.estudoreal.com.br
e-mail:.atendimento@estudoreal.com.br
Tel:.(31).3274-3898./.3274-3317
�
Instrumentos de 
Planejamento e 
orçamentação 
Governamental
O planejamento, como metodologia de administração e 
como instrumento orientador das decisões e ações, constitui-
se em pré-requisito para a condução dos negócios públicos.
Essa prática, em nível institucional público, visa a alte-
rar as situações consideradas indesejáveis pela coletividade 
e a assegurar a viabilização de objetivos e metas desejáveis, 
de forma eficiente e eficaz.
Nesse aspecto, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) 
consagra esse princípio no artigo 165, estabelecendo como 
leis de iniciativa do Poder Executivo o (PPA) plano pluria-
nual, a (LDO) Lei das diretrizes orçamentárias e a (LOA) Lei 
do orçamento anual.
Plano Plurianual
lei de diretrizes 
orçamentárias
orçamento anual
Com objetivo de melhorar a administração das Finanças 
Públicas e ampliar os controles sobre as receitas e despesas, 
a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) Lei Complementar 
nº 101, de 04 de maio de 2000 introduziu mecanismos ca-
pazes de gerenciar adequadamente estes 3(três) dispositivos 
legais, visto que estabelece normas de finanças públicas vol-
tadas para a responsabilidade na Gestão Fiscal. O parágrafo 
I do artigo 1º estabelece que:
“A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação 
planejada e transparente, em que se previnem riscos e cor-
rigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas pú-
blicas, mediante o cumprimento de metas de resultados en-
tre receitas e despesas e a obediência a limites e condições 
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas 
com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas con-
solidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por 
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição 
em Restos a Pagar”.
Devem obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal - 
LRF a União, Estados, Distrito Federal e Municípios estando 
compreendidos:
 Executivo, Legislativo, inclusive Tribunais de Con-
tas, Judiciário e o Ministério Público;
Devem obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal a União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios (Art. 1º § 2º) estando compreendidos:
ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA
AUTARQUIAS (INSS)
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
EMPRESAS PÚBLICAS (Caixa 
Econômica Federal
SOCIEDADES DE ECONOMIA 
MISTA (Banco do Brasil)
FUNDOS ESPECIAIS
PODER
EXECUTIVO
FEDERAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA
MINISTÉRIOS
GOVERNADORIA
SECRETARIAS DE ESTADO
PREFEITURA
SECRETARIAS E ÓRGÃOS 
AUXILIARES
PODER
JUDI-
CIÁRIO
FEDERAL
ESTADUAL
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER
LEGISLA-
TIVO
FEDERAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
SENADO FEDERAL
CÂMARA DOS DEPUTADOS
TRIBUNAL DE CONTAS DA 
UNIÃO
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO
CONSELHO DE CONTAS
CÂMARA DOS VEREADORES
TRIBUNAL DE CONTAS DO 
ESTADO OU DO MUNICÍPIO
Finanças Públicas
�
 As respectivas administrações diretas, fundos, autar-
quias, fundações e empresas estatais dependentes.
Durante o processo de elaboração destes instrumentos 
de planejamento, o Poder Executivo deverá incentivar a par-
ticipação popular e realizar audiências públicas, assegurando 
a transparência da gestão fiscal, conforme determina o artigo 
48 da Lei Complementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal). Com a publicação, em julho de 2001, da Lei Federal nº 
10.257/01 (Estatuto da Cidade), a realização de debates, audiên-
cias e consultas públicas passaram a ser condição obrigatória para 
aprovação do PPA, LDO e LOA pelo Poder Legislativo. 
Deverão ser obedecidos também, os princípios constitu-
cionais a seguir mencionados:
Art. 37. Administração pública direta e indireta de qual-
quer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal 
e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, ....
“Constituição Federal”
LIMPE
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Eficiência Publicidade
Planejamento,Gestão Pública e
Responsabilidade Fiscal
⇓
O PLANO PLURIANUAL - PPA - constitui-se de 
Programas, Metas e Indicadores para 4 anos.
⇓
A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 
LDO - define diretrizes para elaboração e execução do 
orçamento e estabelece as metas e prioridades das ações 
governamentais.
⇓
A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA - proverá 
recursos para a execução das ações necessárias ao al-
cance das Metas.
Plano PlurIanual 
- PPa
 ConCeito
O Plano Plurianual de um ente qualquer da federação é o 
instrumento de planejamento estratégico de suas ações, con-
templando um período de quatro anos. Por ser o documento 
de planejamento de médio prazo, dele se derivam as Leis de 
Diretrizes Orçamentárias e as Leis de Orçamento Anual.
O PPA tem como finalidade estabelecer os programas e 
metas governamentais. Tais programas e metas se apresentam 
sob a forma de ações voltadas para a ampliação da capacidade 
produtiva do setor público e para o desenvolvimento socioeco-
nômico, bem como para os programas de manutenção dos ser-
viços essencialmente criados. Sendo assim, o PPA constitui-se 
de Programas com Metas e Indicadores para 4 anos.
 LegisLação
A Constituição Federal, em seu artigo 165, §1º, dispõe que 
a “lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá de forma re-
gionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração 
pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e 
para as relativas aos programas de duração continuada”.
A interpretação que se dá ao texto constitucional, no que 
se refere à alocação de recursos é que o plano deve conter a 
previsão de recursos de investimentos (despesas de capital), 
como também para sua operacionalidade e manutenção (des-
pesas decorrentes). Exemplo: construção de escola (despesas 
de capital). Será necessário, para colocá-la em funcionamen-
to, adquirir equipamentos, material de consumo, contratar 
pessoal, etc. (despesas decorrentes). 
Além disso, quando se refere às despesas relativas aos 
programas de duração continuada, entende-se a inserção de 
despesas de custeio. Exemplo: produção de leite de soja para 
complementação alimentar de pessoas carentes. 
A Constituição Federal em seu artigo 165, §9º estabele-
ce que a Lei Complementar disporá sobre o exercício finan-
ceiro, vigência, prazos, elaboração e organização do PPA, 
da LDO e da LOA. O art. 3º, da Lei Complementar 101/00, 
dispunha sobre o plano plurianual, no entanto, ele foi vetado, 
restando apenas a definição trazida pelo §1º, do art. 165, da 
CF/88. Vale ressaltar que, foi a LRF que estabeleceu os me-
canismos de integração entre os três instrumentos de plane-
jamento previstos constitucionalmente, embora o artigo 166 
da CF/88 já mencionasse que as emendas ao Projeto de LOA 
ou a projetos que modifiquem o orçamento anual têm que ser 
compatíveis com PPA e LDO. A CF/88 menciona ainda, que 
o investimento cuja execução ultrapasse um exercício finan-
ceiro só poderá ser iniciado se incluído no PPA (Art.167) sob 
pena de cometer crime de responsabilidade.
O artigo 48 da LRF prevê o incentivo à participação po-
pular e a realização de audiências públicas durante a elabo-
ração e discussão dos planos. 
W
W
�
É no Plano Plurianual que se definem as grandes linhas 
de atuação do governo que, por sua vez irão se decompor em 
ações próprias dos outros dois instrumentos de planejamen-
to: Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentá-
ria Anual - LOA.
 Prazo de enCaminhamento
A Constituição Federal prevê no artigo 35, parágrafo 2º, 
inciso I, das Disposições Constitucionais Transitórias que 
o Governo Federal deverá encaminhar o projeto de lei do 
Plano Plurianual para apreciação pelo Poder Legislativo até 
4 (quatro) meses antes do encerramento do primeiro exercí-
cio financeiro ou seja, até 31 de agosto do primeiro ano do 
mandato executivo e deverá ser devolvido para sanção até o 
encerramento da sessão legislativa. Os Estados e Municípios 
obedecerão aos prazos estabelecidos em suas constituições, 
e caso não estejam previstos, deverão adotar o prazo deter-
minado para a União.
Prazo de Encaminhamento
O Projeto do Plano Plurianual - PPA será enviado 
pela União ao Poder Legislativo até dia 31/08, ou 
seja, quatro meses antes do encerramento do primei-
ro exercício financeiro (31/12), e devolvido para san-
ção até o encerramento da sessão legislativa (22/12). 
(art. 35, § 2º, I do ADCT)
O Projeto do Plano Plurianual de Ação Governa-
mental - PPAG - será enviado pelo Governo de Mi-
nas Gerais ao Poder Legislativo até dia 30/09, ou 
seja, três meses antes do encerramento do primeiro 
exercício financeiro (31/12), e devolvido para sanção 
até o encerramento da sessão legislativa (20/12). (art. 
68, I do ADCT)
Planejamento, Gestão Pública e
Responsabilidade Fiscal
A Lei de Responsabilidade Fiscal integra os três ins-
trumentos de planejamento previstos pela Consti-
tuição de 1988:
 eLaboração do PPa
O Plano Plurianual não deve ser visto apenas como o cum-
primento de um dispositivo constitucional, mas como um ins-
trumento que visa orientar as decisões e ações, através da for-
mulação de diretrizes, objetivos e metas setoriais compatíveis 
com os recursos disponíveis e as reais necessidades do ente.
Nesse contexto, o Plano Plurianual será o vínculo de in-
tegração entre o planejamento orçamentário e o financeiro, o 
que lhe confere o status de referência básica para a elabora-
ção dos demais instrumentos de planejamento.
W
W
Plano Plurianual
 ESTABELECE DIRETRIZES,
OBJETIVOS E METAS
 DOCUMENTO BÁSICO DE
PLANEJAMENTO
 PLANO DE MÉDIO PRAZO - 
4 ANOS
O Plano deverá expressar as intenções concretas dos 
compromissos assumidos pelo Governante com a população. 
Este plano é a melhor referência para o cidadão e para o ad-
ministrador público, uma vez que, em eleições, o que está 
em disputa são as propostas de governo e não o candidato. 
Sendo assim, o plano deverá atingir os seguintes objetivos:
 definir com clareza as metas e prioridades da admi-
nistração, bem como os resultados esperados;
 organizar, em programas, as ações que resultem em 
bens ou serviços que atendam as demandas da sociedade;
 estabelecer a necessária relação entre as ações a se-
rem desenvolvidas e a orientação estratégica de governo;
 possibilitar que a alocação de recursos nos orçamen-
tos anuais seja coerente com as suas diretrizes e metas;
 facilitar o gerenciamento da administração, através 
de definição de responsabilidades pelos resultados, permitin-
do a avaliação do desempenho dos programas;
 estimular parcerias com entidades públicas e priva-
das, em busca de fontes alternativas de recursos para finan-
ciamento dos programas;
 permitir o gerenciamento das ações, atribuindo res-
ponsabilidade por seu monitoramento e resultados;
 dar transparência à aplicação de recursos e aos resul-
tados obtidos.
O Plano Plurianual constitui-se em uma função do pla-
nejamento governamental, de caráter permanente, de médio 
prazo. Portanto, deverá ser realizado em todas as instâncias 
e níveis da organização e, elaborado, a partir de decisões e 
prioridades formuladas na dimensão estratégica da organiza-
ção. A estruturação do plano será de acordo com as normas 
estabelecidas por cada esfera governamental, de acordo com 
o seu porte e com os diferentes focos e formas de atuação.
diagnóstiCos e diretrizes gerais
a) Diagnóstico
Para subsidiar a tomada de decisões, os dirigentes dos 
Órgãos/Entidades que compõem a Administração Pública 
deverão apresentar um diagnóstico da situação real de suas 
pastas, as demandas da comunidade e a indicação das priori-
dades setoriais, através de:
 caracterização da situação atual apontando os princi-
pais problemas, as limitações e as carências;
 indicação das principais ações que o Órgão/Entidade 
vem implementando para atenuar os problemas identifica-
dos;
 levantamento da atual situação financeira e econômi-
ca do ente, apresentando as disponibilidades de recursos para 
implementar as açõesde governo no período do Plano; 
Plano Plurianual
- PPA
Lei Orçamentária 
Anual - LOA
Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO
�
 previsão da receita e da despesa consideradas obriga-
tórias (transferências constitucionais, dívida, manutenção da 
máquina administrativa, etc).
b) Diretrizes
São as indicações necessárias para orientar as ações de 
uma entidade de modo que os objetivos sejam alcançados e 
as ações realizadas.
Caracteriza-se como o momento da tomada de decisões 
pela Direção Superior, no qual se define o estado de coisas 
que se pretende atingir com a ação planejada. São orienta-
ções de caráter geral, que apontam os rumos e as intenções 
da atuação política. São definições que se devem basear nas 
características econômicas, sociais e políticas de cada esfera 
governamental.
As diretrizes constituem um conjunto de orientações se-
toriais que nortearão as ações de governo durante o período 
de vigência do Plano. Serão definidas com base na estimati-
va de disponibilidade de recursos e no ambiente macroeco-
nômico para o período do Plano. 
Previsão de reCursos e eLaboração dos 
Programas
a) Previsão de Recursos
Conforme dispõe o artigo 12 da LRF, as previsões de 
receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão 
os efeitos das alterações na legislação, da variação do índi-
ce de preços, do crescimento econômico ou qualquer outro 
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de 
sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois 
seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál-
culo e premissas utilizadas.
Com base na receita prevista e, de acordo com as diretri-
zes do governante para execução das ações, serão definidos 
os recursos disponíveis de cada Órgão e/ ou Unidade da Ad-
ministração para a formulação dos programas de trabalho. 
Programas 
do PPA
IPI
ITBI
Oper.
CréditosICMS
IPTU
ConvêniosIPVA
b) Elaboração dos Programas
De acordo com as modificações introduzidas na classifi-
cação funcional, pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, 
os programas e ações nascem dos problemas e das demandas 
da sociedade identificados pelo planejamento e passam a ser 
unidades de gestão, com estrutura idêntica no plano e nos 
orçamentos.

Cada esfera governamental passa a ter liberdade para 
solucionar seus problemas, organizando suas ações em ter-
mos de funções, subfunções e programas, de acordo com as 
especificidades decorrentes do Plano Plurianual. O que se 
pretende com este novo modelo é transformar o Plano Plu-
rianual num instrumento de gestão.
Para efeitos de entendimento da Portaria mencionada, 
consideram-se: 
Função: Maior nível de agregação das diversas áreas de 
despesa que competem ao setor público.
Subfunção: Representa uma partição da função, visando 
agregar determinado subconjunto de despesa do setor público.
Programa: Instrumento de organização da ação go-
vernamental, visando a concretização dos objetivos preten-
didos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no 
Plano Plurianual.
Aos Programas estarão vinculados os Projetos, as Ati-
vidades e as Operações Especiais, de codificação local, que 
constituem o menor nível de agregação das ações. O progra-
ma é o elo de ligação entre o planejamento e o orçamento. 
Toda ação finalística, ou seja, aquela que proporcione 
bem ou serviço para atendimento direto às demandas da so-
ciedade, deverá estar estruturada em programa, conforme 
disposto no Decreto Presidencial nº 2.829, de 29 de outubro 
de 1998 e Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999.
Segundo Ari Vainer e outros “os programas estão divi-
didos em dois grandes grupos, os Programas Finalísticos e 
os Programas de Apoio Administrativo. Os finalísticos são 
compostos por ações que resultam em produtos (bens ou ser-
viços) ofertados à população e os de apoio administrativo 
compreendem ações de natureza administrativa, dos quais 
decorrem as despesas com pessoal e encargos sociais, manu-
tenção e conservação de bens imóveis, manutenção de servi-
ços de transporte, ações de informática dentre outros”.
Conceito e Objetivo do Programa
Portaria SOF 42 - 1999
PROGRAMA é o instrumento de organização da ação 
governamental com vistas ao enfrentamento de um 
PROBLEMA.
Objetivo ⇒ é o alvo a ser atingido ou o resultado que se 
pretende alcançar através de políticas prioritárias.
PPA - Legislação: CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Portaria SOF 42 - 1999
• Os objetivos pretendidos pela ação serão medidos por 
INDICADORES estabelecidos no PPA.
• A União, o DF, cada Estado e Município definirão sua 
estrutura de PROGRAMAS.
• O PROGRAMA se torna uma unidade básica do pla-
nejamento de cada ente da federação.
• Os PROGRAMAS são compostos de AÇÕES que, 
conforme suas características, podem ser classificadas 
como projetos, atividades ou operações especiais.
�
estruturação do Programa a Partir do Problema
Estrutura Programática
As estruturas do PPA e da LOA são integradas a partir do 
PROGRAMA.
O PROGRAMA é o elo entre o PPA e a LOA.
O PPA termina no PROGRAMA e a LOA começa no 
PROGRAMA.
 Conteúdo do PPa
O projeto do PPA compreenderá:
 mensagem encaminhando o projeto de lei;
 projeto de lei contendo o que determina a legislação 
vigente e deverá ser redigido de acordo com as técnicas pró-
prias de redação legislativa;
 anexos contendo as diretrizes, objetivos e metas da 
administração pública a serem executadas por programa de 
trabalho, o demonstrativo de projeção da receita, a memória 
e a metodologia de cálculo e a receita corrente líquida.
 aComPanhamento, avaLiação e revisão 
do PLano PLurianuaL
Deverá ser adotado o acompanhamento de cada progra-
ma para avaliação, tanto física quanto financeira, dos resul-
tados em relação aos objetivos e às metas fixadas, visando à 
correção de rumos do Plano, em tempo hábil.
O Plano Plurianual poderá ser revisto anualmente, me-
diante autorização legislativa, em decorrência da avaliação 
dos resultados alcançados e para ajustar sua realização à con-
juntura econômico-social.
Esta revisão deverá ser efetuada durante o período de 
elaboração do projeto de lei de diretrizes orçamentárias 
com o objetivo de alterar as metas e prioridades da admi-
nistração.
W
W
O Ciclo de Gestão do Plano Plurianual
ELABORAÇÃO
O Poder Executivo 
estabelece políticas, 
prioridades, estra-
tégias e define os 
programas a serem 
implantados e/ou im-
plementados.
⇐ REVISÃO
Adequação do Plano 
às mudanças internas e 
externas da conjuntura 
política, social e eco-
nômica, pela alteração, 
exclusão ou inclusão de 
Programas.
 
APROVAÇÃO
O Projeto de Lei do 
PPAG é enviado ao 
Poder Legislativo para 
a sua aprovação até 30 
de setembro. (art.68, I 
do ADCT)
AVALIAÇÃO
Avaliação levará em 
conta o desempenho do 
conjunto dos progra-
mas de cada área, em 
relação às opções estra-
tégicas do Governo, os 
objetivos prioritários 
definidos no PMDI e a 
execução física e finan-
ceira das ações.
 
EXECUÇÃO
Realização física e 
financeira dos pro-
gramas e ações sob 
responsabilidade dos 
órgãos e entidades por 
meio da alocação de 
recursos previstos na 
LOA.
 MONITORAMENTO
Os Programas e Ações 
são monitorados trimes-
tralmente por meio do 
Sistema de Informações 
Gerenciais e de Planeja-
mento - SIGplan.
 materiaL téCniCo Para ConsuLta
Compete à comissão coordenadora e aos demais técni-
cos dos órgãos e unidades responsáveis pela elaboração do 
PPA, observar, além das normas e portarias editadas pela Se-
cretaria do Tesouro Nacional, o seguinte:
 Constituição Federal, Estadual e Lei Orgânica Mu-
nicipal;
 Lei Federal nº 4.320/64;
 Lei Complementar nº 101/00;
 Lei Federal nº 9.424/96 - FUNDEF;
 Lei Federal nº 9.394/96 - LDB;
 Lei Federal nº 10.028/00;
 Decreto Presidencial nº 2.829, de 29 de outubro de 
1998. 
RESUMINDO O PLANO PLURIANUAL
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
L EGALIDADE (CF/88)
I MPESSOALIDADE (CF/88)
M ORALIDADE (CF/88)
P UBLICIDADE (CF/88)
E FICIÊNCIA (CF/88)
W
Sociedade: Pessoas, Famílias, 
Empresas
Plano Plurianual
- PPA
Lei OrçamentáriaAnual - LOA
Programa
ProGrama
ProBlema oBJetiVo +
indiCador
 
Causas
C1
C2
C3 
Ações
A1
A2
A3
�
 PLANO PLURIANUAL foi introduzido pela CONS-
TITUIÇÃO FEDERAL/88;
 PLANO PLURIANUAL tem vigência de 4 anos; 
 PLANO PLURIANUAL estabelece diretrizes, objeti-
vos e metas para as despesas de capital, as delas decorrentes 
e para as de duração continuada. 
PLANO PLURIANUAL é elaborado no primeiro ano 
do mandato do: Presidente da República, do Governador do 
Estado e do Prefeito Muncipal.
O Projeto do Plano Plurianual - PPA será enviado pela 
União ao Poder Legislativo até dia 31/08 ou seja, quatro me-
ses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro 
(31/12) e devolvido para sanção até o encerramento da ses-
são legislativa (22/12). (art.35, § 2º, I do ADCT)
ELABORAÇÃO DO PPA:
OBJETIVO: expressar as intenções concretas dos com-
promissos assumidos pelo Governante com a população. 
DIAGNÓSTICO: promover o levantamento 
 da situação financeira, econômica e social; 
 das demandas da comunidade e definir prioridades.
DIRETRIZES: definir com base na disponibilidade de 
recursos (previsão da receita) e no ambiente macroeconômi-
co as orientações para elaboração das ações.
PROGRAMA: 
 definir os programas tendo como referência os pro-
blemas levantados;
 mensurar os indicadores para avaliar as ações desen-
volvidas.
O PROGRAMA é o elo de ligação entre o Plano Pluria-
nual e a Lei Orçamentária Anual.
ACOMPANHAMENTO das metas físicas (quantidade 
de ações realizadas) e das metas fiscais (quantidade de re-
cursos aplicados).
AVALIAÇÃO dos indicadores estabelecidos.
REVISÃO através de lei, mediante autorização legis-
lativa.
leI de dIretrIzes 
orçamentárIas
 ConCeito
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumen-
to de planejamento inovador, introduzida no sistema orçamen-
tário brasileiro pela Constituição Federal de 1988 para dar mais 
transparência ao processo de elaboração do orçamento e, segun-
do James Giacomoni “tornar possível a participação concreta 
do Parlamento na condução das finanças públicas”. Até 1988, 
as prioridades do setor público eram definidas unilateralmente 
pelo Poder Executivo, sem trânsito pelo Parlamento.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, ao acrescentar à es-
trutura da LDO o denominado Anexo de Metas Fiscais, con-
feriu-lhe maior importância e significado dentro do sistema 
orçamentário, visto que o mesmo servirá de base para a ela-
boração da Lei Orçamentária Anual - LOA e para o acompa-
nhamento da execução orçamentária.
Conceitualmente “Meta Fiscal” é a meta financeira a ser 
atingida pela Administração, ou seja, quanto o tesouro pú-
blico pretende arrecadar e gastar para alcançar o resultado. 
Ou seja, fazer “sobrar”, visando ao pagamento dos juros e do 
principal da dívida, seja ela flutuante ou fundada. 
Ao estabelecer as metas anuais da Administração, o Ane-
xo de Metas Fiscais se traduz numa demonstração de como 
será alcançado e mantido o equilíbrio das finanças públicas, 
que aliás, constitui o principal fundamento da administração: 
perseguir o equilíbrio entre a receita e a despesa. 
De acordo com a lei nº 10.028, de 19/10/00, art. 5º, inciso 
II, constitui infração administrativa contra as leis de finanças 
públicas, propor lei de diretrizes orçamentárias anual, que não 
contenha as metas fiscais na forma da lei. A infração prevista 
para o descumprimento deste mandamento legal será de 30% 
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa.
 LegisLação
A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedecerá aos artigos 
165, § 2º e 169 da Constituição Federal, Constituição Esta-
dual ou Municipal, Lei Complementar nº 101/00 e Portarias 
da Secretaria do Tesouro Nacional. 
A Constituição Federal - CF no artigo 165 § 2º dispõe:
“A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as 
metas e prioridades da administração pública federal, in-
cluindo as despesas de capital para o exercício financeiro 
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária 
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária 
e estabelecerá a política de aplicação das agências finan-
ceiras oficiais de fomento”.
 Metas e prioridades para o exercício seguinte: ações 
do plano plurianual que se realizará no ano vindouro; esse 
teor, o das metas e prioridades, faz da LDO uma “ponte” 
entre o Plano Plurianual e a Lei de Orçamento.
 Orientação para a elaboração da Lei Orçamentária 
Anual. Ex: estabelecer prazos para entrega das propostas 
parciais, regras para repasse de subvenções sociais, etc.
 Alteração na legislação tributária; neste ponto, o Execu-
tivo sinalizará que pretende, por exemplo elevar a alíquota do 
IRRF ou ICMS ou do IPTU ou corrigir seus valores venais.
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A LDO por determinação constitucional (art. 169) de-
verá dispor ainda sobre as mudanças na política de pessoal; 
neste caso, a Administração informará que pretende criar e 
prover cargos, conceder aumento ao funcionalismo, reestru-
turar carreiras etc; é nula a despesa de pessoal que não dis-
puser de tal previsão (art. 21, I; LRF).
Parágrafo 1º do artigo 169 da Constituição:
“A concessão de qualquer vantagem ou aumento de 
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou 
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão 
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos 
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só po-
derão ser feitas:
I - ...........
II - se houver autorização específica na lei de diretri-
zes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista.”
Além dos conteúdos determinados pela Constituição, a 
LDO passará a prever várias outras situações. São elas:
 equilíbrio entre Receita e Despesa (art. 4º, I,a, LRF);
 critérios para contingenciamento (“congelamento”) 
de dotações, quando a evolução da receita comprometer os 
resultados orçamentários pretendidos (art. 4º, I,b, LRF);
 regras para avaliar a eficiência das ações desenvolvi-
das (controle operacional, art. 4º, I, e, LRF);
 condições para ajudar financeiramente (subvencio-
nar) instituições privadas (ex: nome da instituição, valor a 
ser repassado, destinação do repasse, metas de atendimento 
etc; (art. 4º, I, f, LRF);
 condições para transferir recursos para entes da Ad-
ministração Indireta (ex: cumprimento de metas por parte de 
autarquias, fundações, empresas: (art. 4º, I, f, LRF);
 autorização para o Município auxiliar o custeio de 
despesas próprias do Estado e da União. Ex: gastos de ope-
ração do quartel da Polícia Militar, do Tiro de Guerra, do 
Cartório Eleitoral, da Delegacia de Polícia, do Fórum, dentre 
tantos outros (art. 62, I, LRF);
 critérios para início de novos projetos, após o adequa-
do atendimento dos que estão em andamento (art. 45, caput, 
LRF);
 critérios para o Poder Executivo estabelecer a pro-
gramação financeira e o cronograma de execução mensal de 
desembolso (art. 8º, caput, LRF);
 percentual da receita corrente líquida que será retido, 
na Lei Orçamentária, para Reserva de Contingência destina-
da a cobrir despesas com passivos contingentes (art. 5º, III, 
LRF);
 definição de despesas consideradas irrelevantes, que 
não precisam atender aos pressupostos para geração de des-
pesas (art. 16, § 3, LRF);
 definição das condições para contratação de horas-
extras dos servidores públicos (art. 22, V, LRF).
 Prazo de enCaminhamento
A LDO será elaborada por iniciativa do Poder Executi-
vo e seu encaminhamento ao Legislativo, antecede à remessa 
da Lei de Orçamento Anual - LOA. O prazo de remessa do 
Governo Federal é o estabelecido na Constituição Fede-
ral, no art. 35, § 2º, inciso II, do Ato e das Disposições 
W
Constitucionais Transitórias que corresponde ao dia 15 de 
abril, devendo ser devolvida para sanção até o encerramen-
to da primeira sessão legislativa. Os Estados e Municípios 
obedecerão aos prazos estabelecidos em suas constituições, 
e caso não estejamprevistos, deverão adotar o prazo deter-
minado para a União.
 Conteúdo da Ldo
O projeto de lei de diretrizes orçamentárias compreen-
derá:
 mensagem encaminhando o projeto de lei;
 projeto de lei contendo o que determina a legislação 
vigente e deverá ser redigido de acordo com as técnicas pró-
prias de redação legislativa;
 anexos de metas e prioridades, anexo de Metas Fis-
cais e Anexo de Riscos Fiscais.
 anexo de metas FisCais e anexo de risCos 
FisCais
Integrarão o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o 
anexo de Metas Fiscais e o anexo de Riscos Fiscais.
anexo de metas FisCais
No anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas 
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a recei-
tas, despesas, resultados nominal e primário e montante da 
dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os 
dois seguintes.
A Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe no § 2º do 
artigo 4º que o anexo de Metas Fiscais deverá conter:
a) avaliação do cumprimento das metas do ano anterior;
b) demonstrativo das metas anuais, instruído com me-
mória e metodologia de cálculo que justifiquem os resul-
tados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três 
exercícios anteriores, e evidenciando sua consistência com 
as premissas e os objetivos da política econômica nacional;
c) evolução do patrimônio líquido, também nos últimos 
três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recur-
sos obtidos com a alienação de ativos;
d) avaliação da situação financeira e atuarial dos fundos 
de previdência dos servidores públicos e dos demais fundos 
públicos e programas estatais de natureza atuarial;
e) demonstrativo da estimativa de compensação da re-
núncia de receitas (anistias, remissões, isenções, subsídios, 
etc.) e da margem de expansão das despesas obrigatórias de 
caráter continuado.
Em atendimento ao que dispõe a LRF, a Secretaria do 
Tesouro Nacional, através da Portaria nº 575, de 30/08/2007, 
regulamentou sua elaboração. Este anexo deverá conter os 
seguintes demonstrativos:
 previsão das Metas Anuais;
 comparação das Metas Anuais Previstas com as Reali-
zadas;
 avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais do 
Exercício Anterior;
 avaliação Financeira do Regime Próprio de Previdên-
cia;
 renúncia de Receitas;
 origem e Aplicação dos Recursos Obtidos com a 
Alienação de Ativos;
 evolução do Patrimônio Líquido.
W
W

10
anexo de risCos FisCais
No anexo de Riscos Fiscais serão avaliados os passivos 
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pú-
blicas, informando as providências a serem tomadas, caso se 
concretizem (§ 3º do artigo 4º da Lei de Responsabilidade 
Fiscal).
A Secretaria do Tesouro Nacional também regulamen-
tou a elaboração deste anexo através da Portaria nº 574, de 
30/08/2007.
“Risco fiscal” é uma ameaça às previsões fiscais, ou 
seja, um acontecimento que pode vir a prejudicar a previsão 
da receita e fixação da despesa, tal como, a não arrecadação 
de uma receita ou a realização de uma despesa em patamar 
superior ao programado.
Trâmite Legal da LDO
Poder Executivo 
Elabora o projeto de 
lei.
Executivo - Sanciona 
e publica a lei, poden-
do propor veto ao texto 
aprovado pelo legislati-
vo.
Encaminha
 Devolve
PODER LEGIS-
LATIVO - Discute, 
altera e aprova o 
projeto de Lei.
L E G I S L AT I V O 
- Aprova ou não os 
vetos propostos pelo 
Executivo.
 leI orçamentárIa 
anual - loa
 ConCeito
Segundo Cláudio Nascimento o “Orçamento é o docu-
mento que apresenta os meios para se chegar aos fins, ou 
melhor, os recursos financeiros a serem obtidos e a alocação 
destes para atender aos objetivos e às metas pretendidas”. 
É o Orçamento Público, que, como os demais componentes 
do sistema orçamentário brasileiro, assume a forma de lei. 
Possui caráter autorizado para os gestores públicos, pois es-
tabelece limites de despesa, em função da receita estimada, 
para que a Administração atue.
Slomski (2005, p. 47) pontua que:
Alguns publicitas afirmam que na administração pú-
blica tudo é mais difícil, pois, diferentemente da iniciativa 
privada, nela só pode ser feito o que está previsto em lei e 
na iniciativa privada não. (...). O gestor público ao candi-
datar-se, profere discursos enunciando o seu programa de 
governo, uma vez eleito, escreve o PPA, com base nele redige 
a LDO e com base nela a Lei de Orçamento, podendo, ainda, 
mesmo durante o exercício, ajustá-la por meio de créditos 
adicionais, suplementares, especiais e /ou extraordinários. 
O autor menciona ainda, que é preciso aprimorar, ain-
da mais, o processo de planejamento e execução dos entes 
públicos brasileiros. Faz-se necessário que a LOA deixe de 
ser autorizativa para ser executiva. No processo atual, só en-
tra na LOA o que está previsto no PPA, uma vez entendido 
como prioritário na LDO. 
 Prazo de enCaminhamento
A LOA será elaborada por iniciativa do Poder Executivo. 
O prazo de remessa pelo Governo Federal é o estabelecido 
na Constituição Federal, inciso III, do parágrafo 2º do artigo 
35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que 
determina o envio ao Poder Legislativo até 31 de agosto. Os 
Estados e Municípios obedecerão aos prazos estabelecidos 
em suas constituições, e caso não estejam previstos, deverão 
adotar o prazo determinado para a União. 
W
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A seguir resumo dos prazos para encaminhamento dos três instrumentos de planejamento:
Governo Federal
Projeto Prazo de Envio pelo Poder Executivo ao Legislativo
Prazo de Devolução pelo Poder 
Legislativo ao Poder Executivo Fund. Legal
PPA 4 meses do encerramento do 
primeiro exercício financeiro 
do mandato, ou seja, 31 de 
agosto.
Até o encerramento do segundo pe-
ríodo da sessão Legislativa (22 de 
dezembro), do exercício em que for 
encaminhado.
Art. 35 § 2º, inciso I do 
ADTC
LDO 8 meses e meio antes do en-
cerramento do primeiro exer-
cício financeiro do mandato, 
ou seja, 15 de abril.
Até o encerramento do primeiro pe-
ríodo da sessão Legislativa (17 de 
julho), do exercício em que for en-
caminhado.
Art. 35 § 2º, inciso II do 
ADTC
LOA 4 meses antes do encerra-
mento do primeiro exercício 
financeiro do mandato, ou 
seja, 31 de agosto.
Até o encerramento do segundo pe-
ríodo da sessão Legislativa (22 de 
dezembro), do exercício em que for 
encaminhado.
Art. 35 § 2º, inciso III do 
ADTC
Cuidado: os prazos das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais são diferentes, portanto não tome 
isso como base para concursos públicos estaduais e municipais.
11
Governo do Estado de Minas Gerais
Projeto Prazo de Envio pelo Poder Executivo ao Legislativo
Prazo de Devolução pelo Poder 
Legislativo ao Poder Executivo Fund. Legal
PPAG 3 meses antes do encerra-
mento do primeiro exercício 
financeiro do mandato, ou 
seja, 30 de setembro.
Até o encerramento do segundo pe-
ríodo da sessão Legislativa (20 de 
dezembro), do exercício em que for 
encaminhado.
Art. 68, inciso I do ADTC
LDO 7 meses e meio antes do en-
cerramento do primeiro exer-
cício financeiro do mandato, 
ou seja, 15 de maio.
Até o encerramento do primeiro pe-
ríodo da sessão Legislativa (18 de 
julho), do exercício em que for en-
caminhado.
Art. 68, inciso II do ADTC
LOA 3 meses antes do encerra-
mento do primeiro exercício 
financeiro do mandato, ou 
seja, 30 de setembro.
Até o encerramento do segundo pe-
ríodo da sessão Legislativa (20 de 
dezembro), do exercício em que for 
encaminhado.
Art. 68, inciso III do ADTC
 LegisLação
A Lei Orçamentária Anual obedecerá aos artigos 165, § 
5º da Constituição Federal, Constituição Estadual ou muni-
cipal, Lei Complementar nº 101/00, Portarias da Secretaria 
do Tesouro Nacional, Lei Federal nº 4.320/64 e normas esta-
belecidas pela a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O artigo 165 § 5º da Constituição Federal, dispõe que a 
Lei Orçamentária Anual compreenderá:
“I - O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, 
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta, in-
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas peloPoder 
Público;
II - O orçamento de investimentos das empresas em 
que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do 
capital social com direito a voto;
III - O orçamento da seguridade social abrangendo 
todos os órgãos e entidades a ela vinculados, da adminis-
tração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público”.
É a Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964 que 
estatuiu as Normas Gerais de Direito Financeiro para elabo-
ração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal é o principal 
instrumento legal a ser observado durante o processo de ela-
boração da LOA.
Cabe destacar a Portaria nº 42/99 e a Portaria Inter-
ministerial nº 163/01, que introduziram normas legais para 
classificação da receita e da despesa, visando uniformizar os 
conceitos e códigos numéricos nas três esferas de governo.
São estabelecidos também pela legislação pertinente os 
princípios orçamentários com intuito de dar mais consistên-
cia ao cumprimento das finalidades do Orçamento, destacan-
do-se o § 8º do art. 165 da Constituição Federal referente ao 
principio da exclusividade e o art. 2º da Lei nº 4.320/64:
W Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da 
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômi-
ca financeira e o programa de trabalho do Governo, obe-
decidos os princípios de unidade, universalidade e anua-
lidade.
a) Princípio da Unidade: Cada esfera governamental 
possui um único documento, consolidando todos os demais 
orçamentos. Assim, a União engloba, em um único docu-
mento, todos os órgãos de sua esfera. O fato do Orçamento 
Geral da União possuir três peças, como o Orçamento Fiscal, 
o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de Inves-
timento não representa afronta ao princípio da unidade, pois 
o Orçamento é único, válido para os três Poderes. O que há 
são apenas volumes diferentes segundo áreas de atuação do 
Governo.
b) Princípio da Universalidade: O orçamento constará 
de todas as receitas e despesas, vedadas quaisquer deduções, 
ou seja, nenhuma instituição pública que receba recursos or-
çamentários ou gerencie recursos federais pode ficar de fora 
do Orçamento. 
c) Princípio da Anualidade/Periodicidade: O orça-
mento é elaborado e aprovado para vigorar pelo período 
de um ano ou exercício financeiro. No Brasil, este período 
corresponde ao ano civil ou exercício financeiro, de 01/01 a 
31/12, conforme está definido no art. 34 da Lei nº 4.320/64. 
O dia 31 de dezembro assinala o encerramento do exercí-
cio e é data marcada para a elaboração de um balanço físico 
e financeiro do que foi programado e realizado no ano que 
terminou.
d) Princípio da Exclusividade: A lei orçamentária anu-
al não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à 
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autoriza-
ção para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, 
nos termos da lei. (§ 8º do art. 165 da Constituição Federal)
12
Além dos princípios anteriormente citados, existem ou-
tros que merecem destaques, tais como:
a) Legalidade: O Orçamento é objeto de uma lei es-
pecífica (Lei ordinária no Brasil), e como tal, deve cumprir 
o rito legislativo próprio, com o cumprimento de todos os 
quesitos, inclusive seu sancionamento e publicação pelo Pre-
sidente da República ou Congresso Nacional. O art. 166 da 
CF/88 estabelece que “ Os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e 
aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do 
Congresso Nacional, na forma do regimento comum”.
b) Princípio da Publicidade: O Orçamento de um país 
deve ser sempre divulgado quando aprovado e transforma-
do em lei. No Brasil, o Orçamento Federal é publicado no 
Diário Oficial da União. Através desse Princípio, exige-se 
do poder público uma transparência absoluta e um acesso 
irrestrito às informações mínimas necessárias à fiscalização 
dos dirigentes, por qualquer interessado. O art. 37 da CF/88 
estabelece que “A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalida-
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: ...............” . e o art. 165, § 3º da CF/88, 
que “estipula a publicação bimestral de relatório resumido da 
execução orçamentária”.
c) Não-Afetação ou Não-Vinculação: É vedada a vin-
culação dos impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as 
próprias transferências constitucionais para manutenção e 
desenvolvimento do ensino (FPE, FPM, etc.) e as garantias 
às operações de crédito por antecipação da receita (CF art. 
167 inciso IV).
Art. 167: São vedados: ....
I. ..........
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo 
ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arreca-
dação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a 
destinação de recursos para manutenção e desenvolvimen-
to do ensino, como determinado pelo art. 212, e a prestação 
de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, previstas no art. 165, § 8º;
a) Princípio de Unidade de Tesouraria: O recolhi-
mento de todas as receitas far-se-á em estrita observância 
ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer frag-
mentação para criação de caixas especiais (Art. 56 da Lei 
4.320/64).
b) Princípio do Orçamento Bruto: A Lei nº 4.320/64 
faz jus ao Princípio do Orçamento Bruto, que estabelece que 
todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no 
orçamento em seus valores brutos, consagrando em seu ar-
tigo 6º que “todas as receitas e despesas constarão da lei de 
Orçamento pelos seus totais, vedados quaisquer deduções”.
c) Princípio da Clareza: O orçamento público deve ser 
expresso em linguagem compreensível a qualquer pessoa 
que precisa manipulá-lo. Neste sentido, como relata Giaco-
moni (2002, p. 86), uma solução seria melhorar os anexos 
sintéticos, cujos componentes deveria conter peças auto-ex-
plicativas com informações gerais acerca da programação 
orçamentária.
d) Princípio da Programação: É considerado o mais 
moderno princípio orçamentário. Os governos, cercados de 
encargos cada vez maiores e com recursos sempre limitados, 
conforme relata Giacomoni (2002, p. 87), passaram a utilizar 
o orçamento - que era mecanismo de autorização e controle 
parlamentar - como auxiliar efetivo da administração e como 
ligação entre funções de planejamento e de gerência. Com o 
intuito de representar os elementos do planejamento, o orça-
mento tem sofrido mudanças significativas em sua lingua-
gem, com o propósito de veicular a programação de trabalho 
de governo: os objetivos e metas perseguidos.
e) Equilíbrio Orçamentário (Contábil): Receita = 
Despesa “o governo não deve absorver da coletividade mais 
do que o necessário para o financiamento de suas atividades, 
sendo condicionada a realização de dispêndios à capacidade 
efetiva de ingressos”.
f) Equilíbrio Fiscal (Econômico): “O Estado deverá 
pautar sua gestão pelo equilíbrio orçamentário e toda vez 
que ações ou fatos venham a desviar a gestão da equalização 
entre receitas e despesas não financeiras, medidas devem ser 
tomadas para que a trajetória do equilíbrio seja retomada” 
pois vários são as limitações estabelecidas pela CF/ 88, a 
saber:
Art. 167: São vedados: ....
II - a realização de despesas ou a assunção de obri-
gações diretas que excedam os créditos orçamentários ou 
adicionais;
III - a realização de operações de créditos que exce-
dam o montante de despesa de capital (regra de ouro);
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem 
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos 
correspondentes;
VII - a concessão de créditos ilimitados.
Art. 166, § 3º, inciso II, aprovação de emendas ao pro-
jeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o mo-
difiquem somentepodem ser aprovadas caso indiquem os 
recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de 
anulação de despesa (exceto: pessoal, juros e dívida).
g) Especificação ou Discriminação ou Especializa-
ção: São vedadas autorizações globais no Orçamento. As 
despesas devem ser especificadas no Orçamento, no mínimo, 
por modalidade de aplicação.
 eLaboração da Loa
A Lei Orçamentária Anual será elaborada em consonân-
cia com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias. A interligação entre o Plano Plurianual e o Orçamen-
to será feita por intermédio dos programas criados para as 
ações de governo.
Além dos demonstrativos determinados pela Lei Fede-
ral 4.320/64, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece 
ainda, que o Projeto de Lei Orçamentária deverá conter de-
monstrativo da compatibilização dos objetivos e das metas 
estabelecidas no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Or-
çamentárias (art. 5º, inciso I).
W
1�
Os recursos orçamentários, necessários à realização das 
ações contidas nos programas deverão ser detalhados por 
Projetos, Atividades e Operações Especiais e discriminados 
por natureza de despesa e fonte de recurso.
A maioria das regras exigidas no processo de elaboração 
da LOA consta na Lei Federal nº 4.320/64, que continua em 
vigor, devendo, adicionalmente serem obedecidas às exigên-
cias contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, tais como:
 apresentar documentos que demonstre como serão 
compensadas a renúncia de receitas e a margem de expan-
são das despesas obrigatórias de caráter continuado (art. 5º, 
inciso II da LRF);
 prever a Reserva de Contingência para garantir pa-
gamentos imprevistos, inesperados e contingências (art. 5º, 
inciso III da LRF);
 todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliá-
ria ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da 
lei orçamentária anual (§ 1º do art 5º da LRF);
 o refinanciamento da dívida pública constará separa-
damente na lei orçamentária e nas de crédito adicional (§ 2º 
do art 5º da LRF);
 a atualização monetária do principal da dívida mobi-
liária refinanciada não poderá superar a variação do índice 
de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em 
legislação específica (§ 3º do art 5º da LRF);
 é vedado consignar na lei orçamentária crédito com 
finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada (§ 4º do art 5º 
da LRF);
 a lei orçamentária não consignará dotação para inves-
timento com duração superior a um exercício financeiro que 
não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autori-
ze a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da 
Constituição (§ 5º do art 5º da LRF);
 integrarão as despesas da União e serão incluídas na 
lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a 
pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive 
os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a 
investimentos (§ 6º do art 5º da LRF).
 Conteúdo da Loa
Ao ser enviada para o Poder Legislativo, a Proposta Or-
çamentária deverá apresentar a mensagem, o projeto de lei, 
tabelas explicativas, descrição das finalidades de cada unida-
de administrativa, demonstrativo de compatibilidade LOA / 
PPA e a reserva de contingência e estar organizada da forma 
a seguir discriminada:
a) A MENSAGEM conterá:
 exposição circunstanciada da situação econômico-fi-
nanceira;
 demonstrativo da dívida fundada e flutuante, saldos 
de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos 
financeiros exigíveis; 
 exposição e justificativa da política econômico-finan-
ceira do governo;
 justificativa da receita e da despesa, particularmente 
no tocante ao orçamento de capital, com breve descrição dos 
principais projetos.
W
b) O PROJETO DE LEI do orçamento será composto 
por:
 texto do projeto de lei;
 sumário geral da receita, por fontes, e da despesa, por 
funções de governo;
 quadros demonstrativos da receita e da despesa, se-
gundo as categorias econômicas (Anexo 1 da Lei Federal nº 
4.320/64);
 quadro discriminativo da receita, por fontes, e respec-
tiva legislação;
 quadro das dotações por órgãos do governo (Artigo 
2º, Parágrafo 1º, Inciso IV);
 quadros demonstrativos da receita e planos de aplica-
ção dos fundos especiais;
 quadro demonstrativo do programa anual de trabalho 
do governo, por função governamental (Anexo 7 da Lei nº 
4.320/64);
 quadro demonstrativo do programa anual de trabalho 
do governo com a distribuição das missões entre os órgãos 
executores e as unidades orçamentárias (Anexo 6 da Lei nº 
4.320/64);
 quadro geral, indicando as despesas de cada órgão 
executor, segundo as funções governamentais (Anexo 9 da 
Lei nº4.320/64);
 demonstrativo da despesa por funções, subfunções e 
programas conforme o vínculo com os recursos (Anexo 8 da 
Lei 4.320/64).
c) Tabelas explicativas, com o comportamento da recei-
ta e da despesa de diversos exercícios (Artigo 22, inciso III 
da Lei nº 4.320/64).
d) Descrição sucinta das principais finalidades de cada 
unidade administrativa, com a respectiva legislação.
e) Demonstrativo do efeito, sobre as receitas e as despe-
sas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e 
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem 
como das medidas de compensação à renúncia de receita e 
ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado 
(art. 5º, inciso II da LRF).
f) Demonstrativo de compatibilidade da programação 
dos orçamentos com os objetivos e as metas, constante no 
Anexo de Metas Fiscais, que integra a LDO.
g) Reserva de contingência, calculada com base em per-
centual da receita corrente líquida, destinada ao atendimento 
de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais im-
previstos, cuja forma de utilização e montante são regulados 
na LDO.
h) Demonstrativo contendo todas as despesas relativas à 
dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as 
atenderão (§ 2º do art. 5º).
Além desses demonstrativos legalmente exigidos, pode-
rão ser anexados os relativos aos gastos com Manutenção e 
Desenvolvimento de Ensino, Ações e Serviços de Saúde e 
Pessoal objetivando dar maior transparência às ações gover-
namentais. 
1�
Orçamento
Instrumento de 
planejamento 
e programação

• Retrata plano de ação
• Define objetivos
• Reflete decisões políticas
Instrumento
de gerência e 
administração

• Facilita coordenação
• Evidencia distorções
• Possibilita correções
tempestivas
• Indica duplicações e
superposições
Instrumento 
de controle
e avaliação

• Base para contabilidade 
• Especifica origem dos
recursos e a destinação dos 
gastos
• Permite comparações
realizado x previsto
• Permite acompanhamento 
gerencial
Orçamento Tradicional Orçamento Programa
O processo orçamentário é 
dissociado dos processos de 
planejamento e programa-
ção.
O Orçamento Programa é o 
elo de ligação entre o plane-
jamento e as funções execu-
tivas da organização.
A alocação de recursos visa 
à aquisição de meios.
A alocação de recursos visa 
à consecução de objetivos e 
metas.
As decisões orçamentárias 
são tomadas tendo em vista 
as necessidades das unida-
des organizacionais.
As decisões orçamentárias 
são tomadas com base em 
avaliações e análises técni-
cas das alternativas possí-
veis.
Na elaboração do Orça-
mento Tradicional são con-
sideradas as necessidades 
financeiras das unidades 
organizacionais.
Na elaboração do Orçamen-
to Programa são conside-
rados todos os custos dos 
programas.
A estrutura do Orçamento 
Tradicional dá ênfase aos 
aspectos contábeis de ges-
tão.
A estrutura do Orçamento 
Programa está voltada para 
os aspectos administrativos 
e de planejamento.
Principais critérios de clas-
sificação: unidades admi-
nistrativas e elementos.
Principal critério de classi-
ficação: funcional - progra-
mática.
Inexistem sistemas de acom-
panhamento e medição de 
trabalho, assim como, dos 
resultados.
Utilização sistemática de 
indicadores e padrões de 
medição do trabalho e dos 
resultados.O controle visa avaliar a 
honestidade dos agentes go-
vernamentais e a legalidade 
no cumprimento do orça-
mento tradicional.
O controle visa avaliar a 
eficiência, a eficácia e a efe-
tividade das ações governa-
mentais.
Fonte: GIACOMANI, James. Orçamento público. 9ª ed. SP. Atlas, 2000.
receIta PúblIca
 introdução
Na Administração Pública, de modo geral, a receita se 
origina de seu poder impositivo de cobrar tributos, cujo to-
tal, nas leis de orçamento, denomina-se receita prevista ou 
estimada.
A Portaria Conjunta nº 02, de 08 de agosto de 2007 da 
Secretaria do Tesouro Nacional e Secretaria de Orçamento 
Federal, aprovou a 4ª edição do Manual de Procedimentos da 
Receita Pública (MPRP). A seguir, apresentamos a transcrição 
dos itens pertinentes a esta matéria contidos neste manual: 
 ConCeito
“Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não 
devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera 
governamental, para alocação e cobertura das despesas pú-
blicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui 
uma receita pública, pois tem como finalidade atender às 
despesas públicas”.
 reguLamentação
A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponi-
bilidades de todos os entes da federação, classificando-os em 
dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários. Os ingres-
sos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público, 
arrecadados exclusivamente para aplicação em programas 
e ações governamentais. Esses ingressos são denominados 
Receita Pública.
Os ingressos extra-orçamentários são aqueles perten-
centes a terceiros, arrecadados pelo ente público exclusiva-
mente para fazer face às exigências contratuais pactuadas 
para posterior devolução. Esses ingressos são denominados 
recursos de terceiros.
 CLassiFiCação eConômiCa da reCeita 
PúbLiCa
A classificação econômica da receita orçamentária é es-
tabelecida pela Lei nº 4.320/64 para sustentar o conceito com 
base no ingresso de recursos financeiros e não pelo reconhe-
cimento do direito, conforme o princípio contábil da compe-
tência de registro. Portanto, deve-se proceder ao registro da 
receita orçamentária, mas antes deve-se proceder ao registro 
do direito no momento em que for reconhecido, para refletir 
o real estado patrimonial da entidade.
A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita 
pública orçamentária em duas categorias econômicas: Re-
ceitas Correntes e Receitas de Capital. Com a Portaria Inter-
ministerial STN/SOF n° 338 de 26 de abril de 2006, essas 
categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Cor-
rentes Intra-Orçamentárias e Receitas de Capital Intra-Orça-
mentárias. Essa especificação deveu-se à necessidade de se 
evidenciar as receitas decorrentes de operações intra-orça-
mentárias, ou seja, operações que resultem, de um lado, de 
despesa de órgãos, fundos ou entidades integrantes dos orça-
mentos fiscal e da seguridade social, e, de outro lado, receita 
de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes 
desses orçamentos no âmbito da mesma esfera de governo. 
W
W
W
W
1�
reCeitas Correntes
São os ingressos de recursos financeiros oriundos das 
atividades operacionais, para aplicação em despesas corres-
pondentes, também em atividades operacionais, correntes ou 
de capital, visando ao alcance dos objetivos constantes dos 
programas e ações de governo. São denominadas de recei-
tas correntes porque não têm suas origens em operações de 
crédito, amortização de empréstimos e financiamentos nem 
alienação de componentes do ativo permanente. Elas são de-
rivadas do poder de tributar ou resultantes da venda de pro-
dutos ou serviços colocados à disposição dos usuários. 
Receitas Correntes Intra-Orçamentárias
Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fun-
dações, empresas estatais dependentes e outras entidades 
integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social decor-
rentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, rece-
bimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras 
operações, quando o fato que originar a receita decorrer de 
despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa esta-
tal dependente ou outra entidade constante desses orçamen-
tos, no âmbito da mesma esfera de governo.
As receitas correntes intra-orçamentárias serão classi-
ficadas nos mesmos níveis de subcategorias econômicas em 
que são classificadas as receitas correntes, os quais constam 
do item “Classificação”. No entanto, atendem à especifici-
dade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, au-
tarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras 
entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade 
social da mesma esfera governamental.
As receitas correntes são classificadas nas seguintes 
subcategorias econômicas:
Receita Tributária: São os ingressos provenientes da 
arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Dessa forma, é uma receita privativa das entidades investi-
das do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e 
os Municípios.
Exemplo: IRRF, IPI, ICMS, IPVA, ISSQN, IPTU, Taxa 
de fiscalização, Taxa de registro de produto etc.
O Código Tributário Nacional, no art. 3º, define tributo 
como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção 
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”.
PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA
Quer dizer obrigação de pa-
gar pecúnia, isto é dinheiro.
COMPULSÓRIA
Significa não ser espon-
tânea, é obrigatória. Tem 
que ser feita quer queira, 
quer não. Independe, pois 
da vontade do devedor.
EM MOEDA OU CUJO 
VALOR NELA SE POSSA 
EXPRIMIR
É o mesmo que dizer em 
moeda corrente, ou em título 
que a represente (ex. cheque, 
ordem de pagamento, etc.)

QUE NÃO CONSTITUA 
SANÇÃO DE ATO
ILÍCITO
Significa que o tributo não 
pode representar uma san-
ção de qualquer ato ilegal. 
Assim a multa jamais será 
tributo, porque ela cons-
titui sanção de ato ilícito.
INSTITUÍDA EM LEI
A obrigação tributária 
nasce da vontade da lei.
Lei no sentido formal e 
material, quer dizer, norma 
que tenha emanado do po-
der legislativo e cujo con-
teúdo seja uma regra geral 
Um decreto regulamentar 
não é lei: apesar de conter 
uma regra geral e abstrata, 
tem como objetivo regu-
lamentar uma lei anterior.
COBRADA MEDIANTE 
ATIVIDADE ADMINIS-
TRATIVA
Significa que só o poder pú-
blico tem competência para 
cobrar. Às vezes pode ser 
que um particular o faça, 
mas será sempre por delega-
ção de algum órgão público.
PLENAMENTE
VINCULADA
É o mesmo que dizer que 
o poder público não tem 
livre arbítrio para cobrar 
um tributo, mas o faz vin-
culado à lei, isto é, den-
tro dos limites da lei.
Receita de Contribuições: É o ingresso proveniente de 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico 
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. São 
subdivididas em: Contribuições Sociais, Contribuições de 
Intervenção no Domínio Econômico e Contribuições de In-
teresse das Categorias Profissionais ou Econômicas. 
Exemplo: Contribuição Social - Contribuições ao Fun-
do Previdenciário.
Receita Patrimonial: É o ingresso proveniente de ren-
dimentos sobre investimentos do ativo permanente, de apli-
cações de disponibilidades em operações de mercado e ou-
tros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
Exemplo: Aluguel de bens públicos, o produto da ven-
da de ingressos em parques florestais, museus, áreas de re-
creação e lazer, o produto de aplicação financeira etc.
Receita Agropecuária: É o ingresso proveniente da ativida-
de ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal.
Exemplo: Venda de sementes, mudas, laticínios etc.
Receita Industrial: É o ingresso proveniente da ativi-
dade industrial de extração mineral, de transformação, de 
construção e outras, provenientes das atividades industriais 
definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Ge-
ografiae Estatística - IBGE.
Exemplo: Beneficiamento ou venda de produtos de ma-
deira, manilhas, tijolos, extração mineral, receita da industria 
editorial e gráfica etc.
1�
Receita de Serviços: É o ingresso proveniente da pres-
tação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, 
armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, proces-
samento de dados, vendas de mercadorias e produtos ineren-
tes à atividade da entidade e outros serviços.
Exemplo: Venda dos serviços prestados pelos portos, ter-
minais rodoviários, cinemas, funerárias, matadouros, mercados, 
SAAE etc.
Transferência Corrente: Recursos recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado, independente de con-
traprestação direta em bens e serviços. 
Exemplo: Cota parte do FPE, cota parte do FPM cota 
parte do ICMS, convênios etc.
Outras Receitas Correntes: São os ingressos prove-
nientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias 
econômicas anteriores.
Exemplo: Receita da divida ativa, juros de mora, inde-
nizações etc.
A Receita de Dívida Ativa: É uma subcategoria das 
Outras Receitas Correntes que merece destaque dentro da 
Receita Pública.
Dívida ativa é a receita oriunda dos créditos do ente 
público contra terceiros, inscritos por não terem sido liqui-
dados na época do seu vencimento. Constituem Dívida Ati-
va, a partir da data de sua inscrição e depois de apurada a 
sua liquidez e certeza, as importâncias relativas a tributos, 
multas e demais créditos da Fazenda Pública, de natureza 
tributária e não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo 
para pagamento.
O artigo 13 da LRF estabelece que:
“Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas pre-
vistas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas 
bimestrais de arrecadação, com a especificação, em sepa-
rado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e 
à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas 
para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do 
montante dos créditos tributários passíveis de cobrança ad-
ministrativa.” 
A não observância desta norma, tem como punição a 
cassação do mandato, conforme determina o art. 4º, inciso 
VII do Decreto-lei 201/67.
A Portaria nº 564, de 27 de outubro de 2004 da Secre-
taria do Tesouro Nacional, aprovou a 1ª edição do Manual 
de Procedimentos da Divida Ativa. A seguir, apresentamos a 
transcrição de alguns itens pertinentes a esta matéria conti-
dos neste manual:
Conceitos Básicos
a) A Contabilidade, como ciência que tem por objeto 
o patrimônio, é responsável por evidenciar suas variações, 
controlar e interpretar os fenômenos que nele ocorrem. É de 
suma importância o registro contábil real e tempestivo de 
todos os fenômenos econômicos, potenciais ou efetivos rela-
cionados ao patrimônio das entidades, públicas ou privadas.
b) Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações 
de responsabilidade de um ente. Bens e direitos constituem 
o Ativo; as obrigações constituem o Passivo, e a diferença 
representa o Patrimônio Líquido. Dentre os elementos inte-
grantes do Patrimônio dos Entes Públicos, o presente Manual 
trata das contas do Ativo que registram créditos inscritos em 
Dívida Ativa, das contas de controle, e as relacionadas com 
as respectivas variações.
c) Dentro do Ativo dos Entes Públicos são registrados 
créditos a favor da Fazenda Pública com prazos estabeleci-
dos para recebimento. A Dívida Ativa constitui-se em um 
conjunto de direitos ou créditos de várias naturezas, em fa-
vor da Fazenda Pública, com prazos estabelecidos na legis-
lação pertinente, vencidos e não pagos pelos devedores, por 
meio de órgão ou unidade específica instituída para fins de 
cobrança na forma da lei.
d) Portanto, a inscrição de créditos em Dívida Ativa 
representa contabilmente um fato permutativo resultante da 
transferência de um valor não recebido no prazo estabeleci-
do, dentro do próprio Ativo, contendo, inclusive, juros e atualiza-
ção monetária ou quaisquer outros encargos aplicados sobre 
o valor inscrito em Dívida Ativa.
e) O eventual cancelamento, por qualquer motivo, do 
devedor inscrito em Dívida Ativa representa extinção do cré-
dito e por isto provoca diminuição na situação líquida patri-
monial, relativamente à baixa do direito que é classificado 
como variação patrimonial passiva independente da execu-
ção orçamentária ou simplesmente variação passiva extra-
orçamentária. Da mesma forma são classificados o registro 
de abatimentos, anistia ou quaisquer outros valores que re-
presentem diminuição dos valores originalmente inscritos 
em Dívida Ativa mas não decorram do efetivo recebimento.
f) A Dívida Ativa integra o grupamento de Contas a Re-
ceber e constitui uma parcela do Ativo de grande destaque 
na estrutura patrimonial de qualquer órgão ou entidade pú-
blica.
g) Os montantes a serem registrados em Contas a Rece-
ber devem ser mensurados por seu valor líquido de realiza-
ção, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente 
que se espera obter, de forma a assegurar a fiel demonstração 
dos fatos contábeis. No entanto, nem sempre é possível as-
segurar que os valores registrados efetivamente serão rece-
bidos, existindo sempre um percentual de incerteza sobre a 
realização dos créditos.
É prudente instituir mecanismos que previnam a incer-
teza dos recebimentos futuros registrados no Ativo, revestin-
do o demonstrativo contábil de um maior grau de precisão.
Com o objetivo de evidenciar essa margem de incerteza 
emprega-se contas redutoras para os agrupamentos de contas 
de registro desses Ativos, permitindo que o valor final dos 
créditos a receber seja uma expressão correta dos recebimen-
tos futuros.
1�
No caso da Dívida Ativa, constituir-se-á uma provisão 
para os créditos de recebimento ou liquidação duvidosa. A 
conta redutora dos créditos de Dívida Ativa é denominada 
Provisão para Perdas de Dívida Ativa.
Essa provisão corresponde à estimativa da entidade da 
parcela de créditos a receber cuja realização não ocorrerá. 
Tal estimativa deve ser apurada de forma criteriosa, tendo 
em vista o caráter de incerteza envolvido, tomando por base 
o histórico de recuperação em exercícios anteriores.
Base Legal
A Dívida Ativa é uma espécie de crédito público, cuja 
matéria é definida desde a Lei 4.320/64, sendo sua gestão 
econômica, orçamentária e financeira resultante de uma con-
jugação de critérios estabelecidos em diversos outros textos 
legais. O texto legal referido, que versa sobre normas gerais 
de direito financeiro e finanças públicas, institui os funda-
mentos deste expediente jurídico-financeiro, conforme seu 
artigo 39:
“Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza 
tributária ou não tributária, serão escriturados como recei-
ta do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas 
rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 
1.735, de 20.12.1979).
§ 1º ...
......
§ 5º A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita 
na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo incluí-
do pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).”
A Lei 4.320/64, ao mesmo tempo em que evidencia a 
natureza do crédito a favor do Ente Público, caracterizando 
a origem como tributária e não-tributária, atribui à Procura-
doria Geral da Fazenda Nacional - PGFN competência para 
gestão administrativa e judicial da Dívida Ativa da União.
As demais esferas governamentais, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios, disporão sobre competências de órgãos 
e entidades para gestão administrativa e judicial da Dívida 
Ativa pertinente.
A Competência para Inscrição
A inscrição em Dívida Ativa é ato jurídico que visa legi-
timar a origem do crédito em favor da Fazenda Pública, re-
vestindo o procedimento dos necessários requisitos jurídicos 
para as ações de cobrança.
A Lei 6.830, de 22 de setembro de 1980, em seu ar-
tigo 2º, parágrafo 3º, determina que cabe ao órgão compe-
tente apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando 
a inscrição como ato de controle administrativo da legalida-
de. Depreende-se,portanto, que os Entes Públicos deverão 
outorgar a um órgão a competência para este procedimento, 
dissociando, obrigatoriamente, a inscrição do crédito em Dí-
vida Ativa e a origem desse crédito.
Para o caso da União, a Constituição Federal, em seu 
artigo 131, § 3º, atribui expressamente a representação da 
Dívida Ativa de natureza tributária da União à Procuradoria 
Geral da Fazenda Nacional - PGFN. A Lei Complementar 
nº 73 estabelece uma nova situação quando, além de atri-
buir competência à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional 
- PGFN para apuração da liquidez e certeza da dívida ativa 
tributária e representação da União em sua execução, delega 
as mesmas atribuições às autarquias e fundações, em seus 
artigos nº 12 e nº 17.
Assim, como regra geral, no caso da União, a Procu-
radoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN é responsável 
pela apuração da liquidez e certeza dos créditos da União, 
tributários ou não, a serem inscritos em Dívida Ativa, e pela 
representação legal da União. A Lei Complementar nº 73 dá 
aos órgãos jurídicos das autarquias e fundações públicas a 
mesma competência para o tratamento da Dívida Ativa res-
pectiva.
De forma análoga, para os Estados e Municípios, a 
competência para inscrição em Dívida Ativa é atribuída, por 
intermédio de normativos de mesma espécie, aos represen-
tantes legais de cada esfera de governo, conforme já men-
cionado.
reCeitas de CaPitaL
São denominadas receitas de capital as derivadas da ob-
tenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amor-
tização de empréstimos e financiamentos ou alienação de 
componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios 
para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade.
Receitas de Capital Intra-Orçamentárias
Receitas de capital de órgãos, fundos, autarquias, fun-
dações, empresas estatais dependentes e outras entidades 
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social 
decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, 
recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de ou-
tras operações, quando o fato que originar a receita decorrer 
de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa 
estatal dependente ou outra entidade constante desses orça-
mentos, no âmbito da mesma esfera de governo.
As receitas de capital intra-orçamentárias serão classi-
ficadas nos mesmos níveis de subcategorias econômicas em 
que são classificadas as receitas de capital, os quais constam 
do item “Classificação”. No entanto, atendem à especifici-
dade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, au-
tarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras 
entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade 
social da mesma esfera governamental.
As receitas de capital são classificadas nas seguintes 
subcategorias econômicas:
Operações de Crédito: São os ingressos provenientes 
da colocação de títulos públicos ou da contratação de em-
préstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais 
ou privadas.
Alienação de Bens: É o ingresso proveniente da aliena-
ção de componentes do ativo permanente.

1�
Amortização de Empréstimos: É o ingresso prove-
niente da amortização, ou seja, parcela referente ao recebi-
mento de parcelas de empréstimos ou financiamentos conce-
didos em títulos ou contratos.
Transferências de Capital: É o ingresso proveniente 
de outros entes ou entidades referente a recursos pertencen-
tes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade 
transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas 
ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja 
a aplicação em despesas de capital.
Outras Receitas de Capital: São os ingressos provenien-
tes de outras origens não classificáveis nas subcategorias 
econômicas anteriores.
 deduções da reCeita PúbLiCa
O critério utilizado para registro da Receita Pública é o 
do ingresso de disponibilidades. Se o ingresso recebido pres-
supor transferências para outros entes, tais como: restituições, 
devoluções, descontos e outros abatimentos, esses fatos não 
devem ser tratados como despesas, mas como dedução de 
receita. São recursos arrecadados que não pertencem e não 
são aplicáveis em programas e ações governamentais sob a 
responsabilidade do ente arrecadador.
Nesse caso, a contabilidade utiliza-se do conceito de 
conta redutora de receita, e não de despesa, para evidenciar o 
fluxo de recursos da receita bruta até a líquida, em função de 
suas operações econômicas e sociais. 
A metodologia de dedução de receita também deve ser 
utilizada para demonstrar contabilmente a renúncia de recei-
tas previstas na Lei Complementar nº 101/00 - Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal.
No âmbito da administração pública, a dedução de re-
ceita é utilizada nas seguintes situações, entre outras:
 restituição de tributos recebidos a maior ou indevi-
damente;
 recursos que o ente tenha a competência de arreca-
dar, mas que pertencem a outro ente, de acordo com a lei 
vigente;
 demonstrar contabilmente a renúncia de receita.
As rubricas de deduções das receitas devem ser identifi-
cadas a partir do código 9000.00.00. 
Exemplo:
9000.00.00 - Deduções da Receita
9100.00.00 - Renúncia
9200.00.00 - Restituições
9300.00.00 - Descontos Concedidos
9600.00.00 - Compensações
9900.00.00 - Outras Deduções
9200.00.00 - Restituições R$ 1.000,00
1111.01.01 - Imposto sobre Importação R$ 200,00
1112.01.00 - Imposto Territorial Rural R$ 100,00
1112.04.10 - IRPF R$ 700,00
W
 CodiFiCação da natureza da reCeita
Na elaboração do orçamento público a codificação eco-
nômica da receita orçamentária é composta dos níveis abai-
xo:
1º Nível - Categoria Econômica
2º Nível - Subcategoria Econômica
3º Nível - Fonte
4º Nível - Rubrica
5º Nível - Alínea
6º Nível - Subalínea
Detalhamento de Código da Natureza da Receita Or-
çamentária
Para atender às necessidades internas, a União, os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios poderão detalhar as 
classificações orçamentárias constantes do anexo I, a partir 
do nível ainda não detalhado. A administração dos níveis já 
detalhados cabe à União.
Exemplo 1: 
1.1.1.2.04.10 - Pessoas Físicas:
1 = Receita Corrente (Categoria Econômica);
1 = Receita Tributária (Subcategoria Econômica);
1 = Receita de Impostos (Fonte);
2 = Impostos sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica);
04 = Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer 
Natureza (Alínea);
10 = Pessoas Físicas (Subalínea) - NÍVEL EXCLUSI-
VO DA STN.
XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO.
Exemplo 2: 
1.1.2.1.40.00 - Taxas de Serviço de Transporte Maríti-
mo de Passageiros:
1 = Receita Corrente (Categoria Econômica);
1 = Receita Tributária (Subcategoria Econômica);
2 = Taxas (Fonte);
1 = Taxa pelo Exercício do Poder de Polícia (Rubrica);
40 = Taxas Serv. de Transp. Marítimo de Passag. (Alí-
nea) - NÍVEL EXCLUSIVO DA STN;
00 = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO (Su-
balínea).
XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO.
De acordo com os exemplos, o detalhamento de nível 
de código de natureza de receita somente poderá ser efetiva-
do nos níveis que estão com zeros, ou em um 7º nível a ser 
criado, opcionalmente pelo ente. No exemplo 1 não poderá 
detalhar em nível de subalínea (1.1.1.2.04.36), e no exemplo 
2 não poderá detalhar em nível de alínea (1.1.2.1.41.00).
 CLassiFiCação da reCeita Por Fonte de 
reCursos
A classificação por natureza da receita busca a melhor 
identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador. 
No entanto, existe a necessidade de classificar a receita con-
forme a destinação legal dos recursos arrecadados. Assim, 
foi instituído pelo Governo Federal um mecanismo denomi-
nado “fontes de recursos”. 
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As fontes de recursos constituem-se de determinados 
agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma de-
terminada regra de destinação legal, e servem para indicar 
como são financiadas as despesas orçamentárias. 
Entende-se por fonte de recursos a origem ou a proce-
dência dos recursos que devem ser gastos com uma determi-
nada finalidade. É necessário, portanto,

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