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CENTRO DE FORMAÇÃO TECNOLÓGICO ESATER Professor:________________________________________________ Discente:________________________________________________ Turma: _________________ 2 APRESENTAÇÃO A formação de profissionais para a área de saúde perpassa por alguns sentimentos que se complementam, sonhos, esforços, compromissos e realizações. De um lado, o Centro de Formação Tecnológico Esater e do outro, o estudante que convergem e intersectam no compromisso de tornar os sonhos e ideais em profissionais qualificados Técnicos, científicos, humanos, críticos, construtivos, éticos, capazes de identificar problemas, resolver e encaminhar adequadamente os pacientes que necessitam de tratamento, de diagnóstico, orientações e/ou terapêuticas especificas. O módulo da disciplina Clinico I do Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem, tem um caráter teórico-prático e pretende articular, aprofundar e integrar os procedimentos fundamentais ao cuidado de enfermagem, aos usuários em todo o ciclo de vida atendidos em serviços de saúde, considerando suas características individuais. A aplicação do processo de enfermagem com vistas ao planejamento e execução dos cuidados terapêuticos para abordagens dos aspectos éticos relacionados à assistência de enfermagem e desenvolvimento de atividades técnicas relacionadas ao processo do cuidar. Este módulo, também se propõe a geração do Processo, etapas e introdução às Teorias de Enfermagem, elementos tecnológicos aplicados à prática de Enfermagem (diagnósticos, resultados esperados e intervenções) com Linguagem técnica padronizada. Raciocínio Clínico, Pensamento Crítico e Acurácia Diagnóstica. Registros de enfermagem considerando aspectos ético-legais e os princípios de segurança do paciente, família e comunidade. Assim, considera-se este material uma coletânea de pesquisa que servirá como um elo entre sonho e realidade a partir do esforço individual de cada estudante que se predispõe a ser um profissional. Ana Souza Lima Moraes 3 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................... 10 1.2. Doença ................................................................................................................................................... 10 1.3. Práticas de Saúde ................................................................................................................................... 10 1.3.1. Medicina tradicional ou alopática ................................................................................................... 10 1.3.2. Medicina alternativa ....................................................................................................................... 11 1.4.Objetivos dos profissionais de saúde ...................................................................................................... 11 CAPITULO 2 ....................................................................................................................... 13 O Ser Humano ...................................................................................................................... 13 2.1. Necessidades básicas (NHB) ................................................................................................................. 13 2.1.1. Necessidades Psicobiológicas ......................................................................................................... 14 2.1.2. Necessidades psicossociais ............................................................................................................. 27 2.1.3. Necessidades psicoespirituais ......................................................................................................... 29 CAPITULO 3 ....................................................................................................................... 30 O atendimento à saúde .......................................................................................................... 30 3.1. Introdução .............................................................................................................................................. 30 3.2. Serviços de atenção à saúde ................................................................................................................... 30 3. Características do atendimento à saúde .................................................................................................... 31 3.4. Hospital ................................................................................................................................................. 32 3.4.1. Definição ........................................................................................................................................ 32 3.4.2 Funções do Hospital ........................................................................................................................ 32 3.4.3 .Localização ..................................................................................................................................... 32 3.4.4.Organização ..................................................................................................................................... 33 3.5. O paciente e o ambiente terapêutico ...................................................................................................... 33 3.6. A equipe de saúde e as relações interpessoais no exercício da profissão .............................................. 37 3.7. Terminologia hospitalar ......................................................................................................................... 38 CAPITULO 4 ....................................................................................................................... 41 Enfermagem.......................................................................................................................... 41 4.1. Conceito................................................................................................................................................. 41 4.2. Histórico ................................................................................................................................................ 41 4.3.Equipe de enfermagem ........................................................................................................................... 42 4.4. Entidades de classe ................................................................................................................................ 44 4.5. Instrumentos básicos de enfermagem .................................................................................................... 44 4.6. Método de trabalho ................................................................................................................................ 45 CAPÍTULO 5 ....................................................................................................................... 47 5.1. Introdução .............................................................................................................................................. 47 5.2.1. Anti-sepsia ...................................................................................................................................... 47 5.2.2. Assepsia .......................................................................................................................................... 48 5.3. Técnica da lavagem das mãos ............................................................................................................... 51 5.3.1. Finalidades ...................................................................................................................................... 51 5.3.2.Indicações ....................................................................................................................................... 51 5.3.3.Procedimentos ................................................................................................................................. 51 5.5.Técnica de calçar luvas estéreis .............................................................................................................. 54 5.6. Precauções universais ............................................................................................................................ 55 CAPÍTULO 6 ...................................................................................................................... 58 6.1. Admissão ou internação......................................................................................................................... 58 6.2.Alta ......................................................................................................................................................... 59 6.3.Transferência .......................................................................................................................................... 60 6.4. Prontuário médico ................................................................................................................................. 60 6.5. Anotação de enfermagem ...................................................................................................................... 61 6.5.1. Introdução ....................................................................................................................................... 61 6.5.2. Objetivos da anotação de enfermagem ........................................................................................... 62 6.5.3. Princípios básicos relacionados à realização da anotação de enfermagem ..................................... 62 4 CAPÍTULO 7 ...................................................................................................................... 65 Ambiente e unidade do paciente ........................................................................................... 65 7.1. Ação do meio ambiente sobre o paciente .............................................................................................. 65 7.2. Normas para ordem e limpeza ............................................................................................................... 66 7.3. Limpeza da unidade do paciente............................................................................................................ 67 7.4. Limpeza terminal ................................................................................................................................... 67 7.4.1.indicações ........................................................................................................................................ 67 7.4.2. Finalidades ...................................................................................................................................... 67 7.4.3. Observações .................................................................................................................................... 67 7.4.4. Material utilizado ............................................................................................................................ 68 7.4.5. Procedimentos ................................................................................................................................ 68 7.5. Arrumação da cama ............................................................................................................................... 69 7.5.1. Introdução ....................................................................................................................................... 69 7.5.2. Tipos de cama ................................................................................................................................. 70 7.5.3. Observações .................................................................................................................................... 71 7.5.4. Procedimentos ................................................................................................................................ 72 CAPÍTULO 8 ....................................................................................................................... 76 8.1.Higiene Oral ........................................................................................................................................... 76 8.1.1. Higiene oral de pacientes com dependência parcial de enfermagem .............................................. 76 8.1.2. Higiene oral de pacientes com dependência total ou inconscientes ................................................ 77 8.1.3.Cuidado com as dentaduras ............................................................................................................. 78 8.2.Higiene dos cabelos e couro cabeludo .................................................................................................... 79 8.3. Banho no leito ....................................................................................................................................... 81 CAPÍTULO 9 ...................................................................................................................... 85 9.1. Introdução .............................................................................................................................................. 85 9.2. Prevenção de úlceras de pressão e deformidades .................................................................................. 86 9.2.1. Mudanças de decúbito .................................................................................................................... 86 9.2.2.Exercícios ativos e passivos ............................................................................................................ 87 9.2.3.Massagem de conforto ..................................................................................................................... 88 9.3. Movimentação e transporte de paciente ................................................................................................ 89 9.3.1.Movimentação do paciente para a cabeceira da cama ..................................................................... 89 9.3.2 Movimentação do paciente da cama para a poltrona ou cadeira de rodas. ...................................... 90 9.4.Medidas de segurança ............................................................................................................................. 91 9.5.Uso da ―comadre‖ ou ―papagaio‖ ........................................................................................................... 98 CAPITULO 10 ................................................................................................................... 101 10.1.Introdução ........................................................................................................................................... 101 10.2. Alterações fisiológicas da temperatura .............................................................................................. 101 10.2.1. Alterações patológicas da temperatura ....................................................................................... 102 10.2.2.Temperatura corporal normal ...................................................................................................... 102 10.2.3.Terminologia ............................................................................................................................... 102 10.2.4.avaliação da temperatura corporal ............................................................................................... 103 10.2.5.Controle de temperatura corporal ................................................................................................103 10.2.6.Procedimento ............................................................................................................................... 104 10.2.7. Assistência de enfermagem: ....................................................................................................... 105 10.3. Pulso .................................................................................................................................................. 107 10.3.1 Locais para verificação do pulso ................................................................................................. 107 10.3.2.Características do pulso ............................................................................................................... 107 10.3.3.Terminologia ............................................................................................................................... 108 10.3.4. Procedimento .............................................................................................................................. 108 10.4.Respiração .......................................................................................................................................... 110 10.4.1.Valores normais ........................................................................................................................... 110 10.4.2.Terminologia ............................................................................................................................... 110 10.4.3. Procedimento .............................................................................................................................. 110 10.5. Pressão arterial................................................................................................................................... 110 10.5.1.Valores normais ........................................................................................................................... 111 5 10.5.2.Terminologia ............................................................................................................................... 111 10.5.3. Locais para verificação da pressão arterial ................................................................................. 111 10.5.4.Procedimento ............................................................................................................................... 112 10.6. Mensuração da altura e do peso ......................................................................................................... 114 10.6.1.Terminologia ............................................................................................................................... 114 10.6.2.Procedimento ............................................................................................................................... 114 10.6.3.Controle de peso e altura das crianças ......................................................................................... 115 10.7. Controle de eliminação intestinal ...................................................................................................... 117 10.7.1. Procedimento .............................................................................................................................. 117 10.7.2.Observar: ..................................................................................................................................... 118 10.7.3.Terminologia ............................................................................................................................... 118 10.8. Controle de diurese ............................................................................................................................ 118 10.8.1 .Conceito ...................................................................................................................................... 118 10.8.2. Procedimento .............................................................................................................................. 119 10.9. Controle hidroeletrolítico .................................................................................................................. 119 10.9.1.Procedimento ............................................................................................................................... 119 CAPÍTULO 11 ................................................................................................................... 121 Noções de farmacologia ..................................................................................................... 121 11.1.Conceito.............................................................................................................................................. 121 11.2.Terminologia ...................................................................................................................................... 121 11.4. Ações dos medicamentos atuam no organismo ................................................................................. 122 11.5. Formas de apresentação dos medicamentos ...................................................................................... 122 11.6. Antibióticos ....................................................................................................................................... 122 11.6.2.Reações alérgicas e às penicilinas semi-sintéticas ....................................................................... 129 11.6.3. Cefalosporinas ............................................................................................................................ 130 Nome comercial: Climacilin, Sulfato de Estreptomicina.. ..................................................................... 141 11.6.5.Clorafenicol ................................................................................................................................. 141 11.6.6. Grupo das tetraciclinas ............................................................................................................... 142 11.6.7.Clindamicina................................................................................................................................ 144 11.6.8.Vancomicina ................................................................................................................................ 145 11.6.9. Sulfonamidas e Sulfametoxazol-Trimetroprima ......................................................................... 145 11.6.10.Lincomicina ............................................................................................................................... 146 11.6.11. Metronidazol............................................................................................................................. 146 11.6.12. Antibiótico antifúngico ............................................................................................................. 147 11.6.13. Antibióticos anti-tuberculose .................................................................................................... 148 11.7. Quimioterápicos ................................................................................................................................ 149 11.7.1. Conceito ...................................................................................................................................... 149 11.7.2. Classificação das drogas antineoplásicas .................................................................................... 150 11.7.3. Principais efeitos colaterais sistêmicos ....................................................................................... 151 11.7.4. Efeitos tóxicos dermatológicos por extravasamento ................................................................... 152 11.7.5. Cuidados gerais com drogas vesicantes ......................................................................................152 11.7.6. Cuidados de enfermagem no preparo e administração de drogas antineoplásicas ...................... 152 11.7.7. Agentes alquilantes ..................................................................................................................... 153 11.7.8. Agentes antimetabólitos ............................................................................................................. 156 11.7.9. Antibiótico antineoplásico .......................................................................................................... 158 11.7.10. Alcalóide da vinca .................................................................................................................... 160 11.7.11.Outros ........................................................................................................................................ 161 11.8. Medicamentos que atuam no sistema nervoso central ....................................................................... 162 11.8.1.Psicolépticos ou sedativos ........................................................................................................... 162 11.9. Anticonvulsivantes ............................................................................................................................ 166 11.10. Analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios ................................................................................. 168 11.10.1. Não-opiáceos ............................................................................................................................ 168 11.10.2 Opiáceos .................................................................................................................................... 170 11.10.3. Antiinflamatórios ...................................................................................................................... 171 11.11. Antiespasmódicos ............................................................................................................................ 171 11.11.1. Não-associados ......................................................................................................................... 171 6 11.11.2. Associados ................................................................................................................................ 172 11.12.Insulina e hipoglicemiantes orais...................................................................................................... 173 11.13. Corticosteróides ............................................................................................................................... 175 11.14. Cardiotônicos ................................................................................................................................... 177 11.15. Antiarrítmicos .................................................................................................................................. 180 11.16. Anti-hipertensivos ........................................................................................................................... 182 11.17. Vasodilatores ................................................................................................................................... 185 11.18. Vasopressores .................................................................................................................................. 187 11.19. Anticoagulantes ............................................................................................................................... 188 11. 20. Antitussígenos e mucolíticos .......................................................................................................... 188 11.21. Broncodilatadores ............................................................................................................................ 190 11.22. Diuréticos ........................................................................................................................................ 192 11.23. Antieméticos .................................................................................................................................... 196 11.24. Antiácidos ........................................................................................................................................ 196 11.25. Bloqueadores de receptor H2........................................................................................................... 196 11.26. Catárticos ......................................................................................................................................... 197 11.27. Constipantes .................................................................................................................................... 197 CAPÍTULO 12 ................................................................................................................... 198 Cálculo de medicação ......................................................................................................... 198 12.1. Conceito ............................................................................................................................................. 198 12.2. Revisão de matemática ...................................................................................................................... 198 12.2.1. Operações matemáticas .............................................................................................................. 198 12.2.2. Operações matemáticas com frações decimais ........................................................................... 200 12.2.3. Multiplicação de frações decimais por múltiplos de 10 .............................................................. 203 12.2.4. Regra de três: .............................................................................................................................. 203 12.3. Considerações gerais ..................................................................................................................... 204 12.4. Exemplos de cálculo ...................................................................................................................... 204 CAPÍTULO 13 ................................................................................................................... 213 Procedimentos terapêuticos ................................................................................................ 213 13.1. Cuidados gerais no preparo e administração de medicamentos ......................................................... 213 13.1.1 Local da guarda dos medicamentos ............................................................................................. 213 13.1.2. Cuidados no preparo da medicação ............................................................................................ 213 13.1.3.Cuidados na administração do medicamento ............................................................................... 214 13.2. Via oral (V.O) .................................................................................................................................... 215 13.2.1. Procedimentos de enfermagem ................................................................................................... 215 13.3.Vias parenterais .................................................................................................................................. 216 13.3.1.Via intramuscular (I.M) ............................................................................................................... 219 13.3.2.Via endovenosa (E.V).................................................................................................................. 222 13.3.3.Via subcutânea (S.C.) .................................................................................................................. 224 13.3.4.Via intradérmica (I.D.)................................................................................................................ 225 13.4.Venoclise ............................................................................................................................................ 227 13.4.1. Indicações ................................................................................................................................... 227 13.4.2. Soluções mais utilizadas ............................................................................................................. 227 13.4.3. Locais de aplicação ..................................................................................................................... 227 13.4.4. Procedimentos ............................................................................................................................ 228 13.4.5.Cálculo do gotejamento do soro .................................................................................................. 230 13.4.6.Medicação endovenosa no paciente em venoclise ....................................................................... 231 13.4.7. Nutrição parenteral prolongada (NPP) ....................................................................................... 231 13.4.8. Pontos a observar ........................................................................................................................ 232 13.5.Transfusão sangüínea ......................................................................................................................... 232 13.5.1. Indicações ................................................................................................................................... 232 13.5.2.Tipos ............................................................................................................................................ 232 13.5.3. Sintomatologia das reações à transfusão .................................................................................... 233 13.5.4. Procedimentos de enfermagem ................................................................................................... 233 13.6. Lavagem Intestinal ............................................................................................................................ 234 7 13.6.1. Finalidades .................................................................................................................................. 234 13.6.2. Soluções utilizadas ..................................................................................................................... 235 11.6.3. Material ...................................................................................................................................... 235 13.6.4Procedimentos .............................................................................................................................. 235 13.7. Sonda nasogástrica (SGN) ................................................................................................................. 237 13.7.1. Sondagem nasogástrica............................................................................................................... 237 13.7.2.Retirada da SGN .......................................................................................................................... 239 13.7.3.Aspiração gástrica ....................................................................................................................... 239 13.7.4. Lavagem gástrica ........................................................................................................................ 240 13.7.5. Medicação por via gástrica ......................................................................................................... 240 13.8.Medicação tópica ................................................................................................................................ 241 13.8.1.Via retal ....................................................................................................................................... 241 13.8.2. Via cutânea ................................................................................................................................. 242 13.8.3.Via ocular .................................................................................................................................... 242 13.8.4. Via nasal ..................................................................................................................................... 243 13.8.5 .Via otológica .............................................................................................................................. 243 13.8.6. Via vaginal.................................................................................................................................. 243 13.9. Aplicação de calor ............................................................................................................................. 245 13.9.1 .Bolsa de água quente .................................................................................................................. 246 13.9.2.Compressas quentes ..................................................................................................................... 246 13.10. Aplicação de frio ............................................................................................................................. 247 13.10.1. Bolsa de gelo ............................................................................................................................ 248 13.10.2. Compressas frias ....................................................................................................................... 248 13.11. Oxigenoterapia ................................................................................................................................ 249 13.11.1. Cateter nasal ............................................................................................................................. 249 13.11.3. Nebulização contínua ............................................................................................................... 249 13.11.4. Inalação .................................................................................................................................... 250 13.12. Aspiração de secreção traqueobrônquica e orofaríngea ................................................................... 251 13.12.1. Indicações ................................................................................................................................. 251 13.12. Material necessário ...................................................................................................................... 251 13.12.3. Procedimentos .......................................................................................................................... 251 13.13. Sondagem vesical ............................................................................................................................ 253 13.13.1. Procedimentos na sondagem de alívio feminina ....................................................................... 254 13.13.2. Procedimentos na sondagem de demora feminina .................................................................... 255 13.13.3. Procedimentos no cateterismo masculino ................................................................................. 255 13.13.4.Irrigação vesical ......................................................................................................................... 256 13.13.5. Retirada da sonda ..................................................................................................................... 257 13.13.6. Observações ..............................................................................................................................258 CAPÍTULO 14 ................................................................................................................... 259 Assistência de enfermagem na alimentação ....................................................................... 259 14.1. A alimentação do paciente ................................................................................................................. 259 14.2. Finalidades ......................................................................................................................................... 259 14.3. Fatores que afetam o apetite .............................................................................................................. 259 14.4. Classificação das dietas hospitalares ................................................................................................. 260 14.4.1. Dietas básicas ............................................................................................................................. 260 14.4.2. Dietas básicas modificadas ......................................................................................................... 260 14.4.3 . Dietas especiais ......................................................................................................................... 260 14.5. Preparo do paciente e do ambiente para refeição............................................................................... 261 14.6. Cuidados de enfermagem em relação à hidratação ............................................................................ 262 14.7. Dieta enteral ...................................................................................................................................... 262 14.7.1. Conceito ...................................................................................................................................... 262 14.7.2. Métodos de administração .......................................................................................................... 263 14.7.3.Cuidados de enfermagem ............................................................................................................ 263 CAPÍTULO 15 ................................................................................................................... 265 Procedimentos para o diagnóstico ...................................................................................... 265 8 15.1.Posições para exames ......................................................................................................................... 265 15.1.1. Decúbito dorsal ........................................................................................................................... 265 15.1.3. Posição ginecológica .................................................................................................................. 266 15.1.4. Litotomia .................................................................................................................................... 267 15.1.5. Genupeitoral ............................................................................................................................... 268 15.1.6.Trendelemburgo .......................................................................................................................... 268 15.1.7. Posição ereta ............................................................................................................................... 268 15.1.8.Posição de Fowler ........................................................................................................................ 269 15.2.Colheita de material para exames de laboratório ................................................................................ 269 15.2.1.Colheita de sangue ....................................................................................................................... 269 15.2.2. Colheita de urina ......................................................................................................................... 271 15.2.3. Colheita de fezes ......................................................................................................................... 271 15.2.4. Colheita de escarro ..................................................................................................................... 272 CAPITULO 16 ................................................................................................................... 273 16.1. Indicações .......................................................................................................................................... 273 16.2. Finalidades ......................................................................................................................................... 273 16.3. Observações ....................................................................................................................................... 273 16.4. Procedimentos ................................................................................................................................... 273 16.5.Áreas de tricotomia ............................................................................................................................. 274 16.5.1.Cirurgias ...................................................................................................................................... 274 16.5.2.Outros .......................................................................................................................................... 274 CAPÍTULO 17 ................................................................................................................... 276 17.1.Introdução ........................................................................................................................................... 276 17.2. Fisiologia da cicatrização .................................................................................................................. 276 17.3.Tipos de curativo ................................................................................................................................ 277 17.4. Soluções mais utilizadas .................................................................................................................... 278 17.5.Técnica do curativo ............................................................................................................................ 278 17.5.1.Considerações gerais ................................................................................................................... 278 17.5.2. Material necessário ..................................................................................................................... 279 17.5.3. Procedimentos ............................................................................................................................ 280 17.5.4.retirada de pontos ........................................................................................................................ 281 CAPÍTULO 18 ................................................................................................................... 282 18.1. Assistência de enfermagem ao paciente agonizante .......................................................................... 282 18.1.1.Alterações corporais que antecedem a morte .............................................................................. 283 18.1.2. Assistência de enfermagem ........................................................................................................ 283 18.2. Assistênca ao morto ........................................................................................................................... 284 18.2.1. Finalidades ..................................................................................................................................284 16.4.2. Material ...................................................................................................................................... 285 18.2.2. Procedimentos ............................................................................................................................ 285 18.2.3. Tipos de óbito ............................................................................................................................. 286 CAPÍTULO 19 .................................................................................................................. 287 19.1. Estado Geral ...................................................................................................................................... 287 19.2. Estado nutricional .............................................................................................................................. 287 19.3. Estado hídrico .................................................................................................................................... 287 19.4. Sensação dolorosa ............................................................................................................................. 287 19.5. Sistema nervoso-comportamento ....................................................................................................... 288 19.6. Sistema cardiocirculátorio ................................................................................................................. 289 19.7.Sistema respiratório ............................................................................................................................ 289 19.8. Sistema digestivo ............................................................................................................................... 290 19.9. Sistema urinário ................................................................................................................................. 291 19.10.Sistema Genital ................................................................................................................................. 292 19.11. Pele - temperatura ............................................................................................................................ 292 19.12. Rosto-cabelos .................................................................................................................................. 293 19.13. Olhos ............................................................................................................................................... 294 19.14. Nariz—ouvido—fala ....................................................................................................................... 294 9 19.15. Outros .............................................................................................................................................. 295 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 296 10 CAPÍTULO 1 De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a ―Saúde é um estado de completo bem – estar físico, mental e social e não a mera ausência de moléstia e enfermidade‖.Por esta definição, é difícil medir o nível de saúde da população, porque as pessoas não permanecem constantemente em completo bem estar. Também se tenta, de forma errada, definir saúde como sendo a não doença, baseando-se no conceito de que se obtém saúde erradicando-se as doenças. Mas a saúde é a resultante da influência dos fatores sócio-econômico-culturais: alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a serviços de saúde. Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que tendem a alterar o equilíbrio da sua saúde. Dessa forma, a melhor definição de saúde é a de a Perkins: ―Saúde é um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo‖. ―Não é um interrelacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta ativa do organismo no sentido de reajustamento‖. 1.2. Doença A doença, em oposição à saúde, é um estado de desequilíbrio do indivíduo com as forças de seu ambiente externo e interno, ou seja, ocorre perda ou limitação da sua capacidade de adaptação ao meio ambiente. Dessa forma, acredita-se que a saúde e a doença não devem ser consideradas entidades separadas, mas gradações de uma escala. 1.3. Práticas de Saúde Cada sociedade pratica atividades médicas ou de saúde com o objetivo de manter e / ou enfrentar os seus problemas de saúde. A intervenção dos profissionais de saúde pode ser realizada através da medicina tradicional ou da alternativa. 1.3.1. Medicina tradicional ou alopática 11 Tem por objetivo o diagnóstico e o combate aos sinais e sintomas. Para atingir esse propósito são utilizados os medicamentos farmacológicos e equipamentos auxiliares ao diagnóstico. É o tipo de medicina mais praticado no Brasil, sendo desenvolvido nos hospitais, consultórios e demais recursos de saúde. 1.3.2. Medicina alternativa O objetivo principal é considerar o ser humano de forma integral e promover a sua interação harmônica. Abrange vários tipos de terapêutica, mas podemos agrupá-los em quatro grupos de acordo com a natureza ou base: -farmacológica ou química: Fitoterapia, argiloterapia, terapia ortomolecular; -física: massagens, banhos, exercícios; -energética: acumpuntura, homeopatia, do-in; -mental/ espiritual/ psicológica: meditação, relaxamento psicomuscular 1.4.Objetivos dos profissionais de saúde Os profissionais de saúde devem ter em mente a prescrição de Benson (in Beland), que diz que os profissionais lidam ―mais com pessoas e menos com pacientes... mais com condições humanas e menos com patologias fixas... mais com riscos sócio-culturais do que biológicos mais com um contínuo de atendimento, menos com episódios de doença‖. Além desses aspectos, os profissionais também devem atentar para os objetivos das profissões ligadas à saúde: -promoção da saúde; -manutenção da saúde; -recuperação da pessoa doente; -prevenção de complicações da doença e/ou seu tratamento médico; -prevenção de dependência nociva evitável, como conseqüência de doenças e/ ou seu tratamento médico. 12 -prevenção da morte, como uma conseqüência evitável de doenças, lesões ou tratamento médico; -prevenção de sofrimento evitável perante doenças incuráveis ou irreversíveis. 13 CAPITULO 2 O Ser Humano 2.1. Necessidades básicas (NHB) As necessidades humanas básicas são necessidades comuns a qualquer ser humano. Horta(1979) conceitua as necessidades humanas básicas como sendo ―estado de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos fenômenos vitais‖. Considera ainda que em estados de equilíbrio dinâmico as necessidades não se manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade, dependendo do desequilíbrio instalado. Maslow , em teoria da motivação humana, afirma que todo o ser humano possui necessidades comuns que motivam o seu comportamento e estão organizados em cinco níveis distintos e hierarquizados: 1) necessidades fisiológicas 2) necessidade de segurança 3) necessidade de amor 4) necessidade de estima 5) necessidade de auto- realização Concebe ainda que a necessidade de um nível tem que ser minimamente satisfeita para que o indivíduo tenha disposição para buscar satisfação do nível seguinte. Por exemplo, um indivíduo que está faminto vai fazer o máximo para satisfazer esta necessidade e será motivado para uma outra quando a fome tiver sido saciada. João Mohana classifica necessidades humanas básicas em três níveis: 1) necessidades psicobiológicas2) necessidades psicossociais 3) necessidades psicoespirituais 14 A abordagem descritiva e seqüencial das necessidades humanas básicas tem apenas caráter didático, pois na realidade o homem é um todo indivisível e as necessidades estão intimamente interligadas. Classificação NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS Oxigenação Segurança Hidratação Amor Nutrição Liberdade Eliminação Comunicação Sono e repouso Criatividade Exercício e Atividade física Aprendizagem (educação à saúde) Sexualidade Gregária Abrigo Recreação Mecânica Corporal Lazer Motilidade Espaço Cuidado Corporal Orientação no espaço e tempo Integridade cutâneo-mucosa Aceitação Integridade física Auto-Realização Regulação: térmica,hormonal,neurológica.hidrossalina,eletrol ítica,imunológica, crescimento celular, vascular. Auto-estima Participação Auto imagem Atenção Locomoção Necessidades psicoespirituais:religiosa ou teológica, ética ou de filosofia de vida. Percepção:Olfaltiva, Visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa Ambiente Terapêutica 2.1.1. Necessidades Psicobiológicas São essenciais para a manutenção da vida e estão relacionadas com o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo. 15 A) Necessidade de nutrição e hidratação A alimentação e a hidratação interferem diretamente no desenvolvimento e crescimento do indivíduo e na capacidade de trabalho físico e intelectual. O alimento ingerido fornece materiais celulares e energéticos pçara manter a estrutura biológica. Os alimentos são compostos por elementos que possuem funções biológicas diferenciadas, denominadas nutrientes ou princípios nutritivos, a saber: proteínas, gorduras, carboidratos, minerais, vitaminas e água. A maioria dos alimentos é formada por todos os nutrientes, variando-se apenas o teor de cada elemento na sua composição. As necessidades alimentares variam ao longo do ciclo vital e sofrem também influências de certos fatores como atividade, clima, estado emocional, gravidez etc. Os alimentos, após ingeridos, sofrem várias transformações no organismo, dando origem à energia de que o homem necessita para desenvolver as suas atividades. Esta energia é medida em calorias(cal.). Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1(um) quilograma de água de 1ºC. A produção de calor nos níveis mais baixos da atividade corporal e dos processos bioquímicos é denominada taxa de metabolismo basal. Proteínas São Nutrientes essenciais na formação de enzimas, hormônios e células. São indispensáveis no processo de crescimento e regeneração dos tecidos. As proteínas, através do processo de digestão, são desdobradas em minúsculas partículas denominadas aminoácidos. Os aminoácidos são classificados em: -aminoácidos essenciais: são aqueles que o organismo é incapaz de sintetizar, havendo necessidade de ser adquirido por meio dos alimentos. -aminoácidos não-essenciais: são aqueles que o organismo é capaz de sintetizar com as substâncias existentes no seu meio interno. Valor biológico Uma proteína é considerada de alto valor biológico quando possui em sua composição todos os aminoácidos essenciais em quantidade e na proporção adequada.São as proteínas originárias de fonte animal. As proteínas de baixo valor biológico apresentam deficiência de um ou mais aminoácidos essenciais ou se encontram em proporções inadequadas. São representadas principalmente pelas proteínas existentes em vegetais. 16 São fontes de proteínas: . De origem animal: leite e derivados, ovos, carnes bovina, suína e de aves, peixes, crustáceos etc. .de origem vegetal: soja. Feijão, ervilha, lentilha, arroz, milho etc. A carência de proteínas na dieta, principalmente em crianças, pode levar a um quadro de desnutrição calórico-protéica. Gorduras São nutrientes que possuem alta concentração energética e promovem a absorção de vitaminas lipossolúveis: A, D,E,K. A gordura se desdobra em ácidos graxos, cujo excesso fica armazenado no tecido adiposo. São fontes de gordura: .animal: carnes gordas, toucinho, manteiga, creme de leite, banha de porco, entre outros. .vegetal: óleos de arroz, semente de girassol, soja, algodão, milho, nozes, castanhas, coco etc. Hidratos de carbono ou carboidratos A função básica dos carboidratos é fornecer energia ao organismo. Através do processo digestivo, os hidratos de carbono são desdobrados em partículas menores e transformados em glicose, cujo excesso é armazenado em forma de glicogênio no fígado. As fontes de carboidratos são principalmente milho, trigo, batata, arroz, cana-de-açúcar, beterraba e mel etc. Minerais São essenciais ao funcionamento do organismo, sendo encontrados na composição de fluidos corporais e nos diversos tecidos. Nos alimentos, em geral, há quantidades suficientes de minerais de maneira que uma dieta bem balanceada raramente acarreta um déficit orgânico. Os principais minerais que entram na composição do nosso organismo são cálcio, ferro, iodo, flúor, sódio e potássio. Cálcio Mineral importante na constituição dos ossos e dentes,participa da coagulação sangüínea, funcionamento do tecido nervoso, na contração muscular e nas funções cardíacas. Observa-se maior necessidade de cálcio em crianças e adolescentes e também durante a gestação e lactação. 17 A carência de cálcio determina o raquitismo em crianças e, nos adultos, a osteomalácia.As principais fontes de cálcio são leite e seus derivados, peixes e frutos do mar. Ferro É um mineral encontrado principalmente em vísceras, como fígado e coração, carnes em geral, gema de ovo, cereais integrais, hortaliças de folhas verdes. O ferro é absorvido pelo intestino e, através da circulação, atinge a medula óssea, onde participa da formação da hemoglobina, um dos componentes do eritrocíto. O eritrocíto tem uma vida média de aproximadamente 120 dias. Após a sua desintegração, o ferro é reaproveitado pelo organismo. A hemoglobina é o pigmento vermelho responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para s células do corpo e de dióxido de carbono (CO2) das células aos pulmões. A diminuição de ferro no organismo ocorre principalmente pela ingestão insuficiente, espoliações crônicas, hemorragias e absorção intestinal inadequada. A carência de ferro leva ao quadro de anemia ferropriva. Iodo Essencial na formação de hormônios da tireóide: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).a deficiência de iodo no organismo materno pode comprometer o desenvolvimento fetal, predispondo ao cretinismo congênito, e a ingestão insuficiente pode levar ao quadro de bócio simples ou endêmico. O sal iodado e os frutos do mar são considerados fontes de iodo; Flúor Importante na formação de ossos e dentes e na prevenção de cárie dental. É encontrado em água potável, sendo que a maior parte da rede de abastecimento de água tem utilização a fluoretação. Sódio Representa o principal cátion do fluido extracelular e é essencial na manutenção da pressão osmótica do sangue e fluidos intercelulares. Adeficiência aguda de sódio em um indivíduo pode provocar um quadro caracterizado por letargia, fraqueza, convulsão e morte; 18 Potássio Entra na síntese de proteínas e metabolismo dos carboidratos. Tem papel importante na contração da musculatura cardíaca e a deficiência orgânica pode provocar arritmias cardíacas. Vitaminas São substâncias encontradas nos alimentos e necessárias ao bom funcionamento do organismo. As vitaminas são fornecidas ao indivíduo por meio de uma alimentação variada, pois estas substâncias não são sintetizadas pelo organismo. Vitaminas Lipossolúveis: .Vitamina A ( retinol, caroteno). Atua no processo visual, formação dos tecidos epiteliais e estrutura óssea. A carência de vitamina A pode provocar cegueira noturna, lesões de córnea, pele ressecada, áspera e seca, má formação óssea, queratose folicular;A vitamina A é encontrada nos vegetais em forma de pró-vitamina, denominada caroteno. São fontes de vitamina A: manteiga, gema de ovo, queijo, cenoura, couve, espinafre, agrião, acelga, brócoli, mamão, manga, folhas de beterraba e nabo. .Vitamina D(calciferol). Importante na formação da estrutura óssea. È encontrada na pele em forma de pró-vitamina que, pela ação de raios ultravioleta, transforma-se em vitamina D. Constituem fontes de vitamina D: leite, manteiga, fígado, gema de ovo. A carência de vitamina D provoca o raquitismo em crianças; .Vitamina E: (tocoferol). A deficiência de vitamina E provoca dores musculares, alterações hepáticas, anemia hemolítica em recém nascidos; .Vitamina K. Elemento importante na síntese dos fatores de coagulação sangüínea; sua carência pode aumentar a tendência a hemorragias a pode ser causa de doença hemolítica do recém-nascido. A vitamina K pode ser encontrada em hortaliças folhosas verdes e fígado. Vitaminas Hidrossolúveis: vitamina B1 (tiamina). Interfere no metabolismo dos hidratos de carbono e a sua carência pode desencadear uma doença denominada beribéri. São fontes de vitamina B1: cereais integrais, carnes, vísceras, hortaliças de folhas verdes e leguminosas; 19 .vitamina B2(riboflavina). È necessária ao metabolismo normal dos carboidratos, gorduras e proteínas, na manutenção dos tecidos e fisiologia ocular. A carência de vitamina B2 pode lesões de mucosa labial, língua, nariz e olhos, ardor e fadiga ocular, conjutivite. São fontes de vitamina B2, o leite, queijo, fígado, ovos, carnes e hortaliças de folhas verdes, leguminosas, cereais integrais; .vitamina B3 (niacina). Participa no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas e a sua carência pode levar a uma doença chamada pelarga. São fontes de niacina o fígado, aves, peixes, leguminosas, leite e ovos; .vitamina B6 (piridoxina). É importante na manutenção da integridade funcional do cérebro e no metabolismo dos aminoácidos, carboidratos e lipidíos. A carência pode provocar irritabilidade, depressão, neurite periférica, anemia hipocrômica, glossite, estomatite; .vitamina B9 (ácido fólico).Importante para a síntese do DNA. A carência pode provocar irritabilidade, anorexia, perda de peso, glossite, diarréia, má absorção, leucopenia, dermatite; .vitamina B12 (cianocobalamina). Importante na formação de eritrócitos e a sua carência podem provocar anemia perniciosa. A sua absorção depende de uma substância, secretada pela mucosda gástrica, denominada fator intrínseco. Fígado e alimentos de origem animal são as suas principais fontes; .vitamina C (ácido ascórbico). É essencial à integridade das paredes dos capilares sangüíneos, síntese do colágeno, manutenção dos tecidos. A carência pode desencadear o escorbuto. São fontes de vitamina C: frutas cítricas, goiaba, caju, mamão, tomate, morango, hortaliças cruas em geral. Água A água representa 70% do peso corpóreo e é o principal constituinte do organismo. É elemento essencial ao metabolismo, pois as maiorias das reações químicas ocorrem em seu meio. As necessidades hídricas dependem do clima, atividades, vestuário, que determinam maiores ou menores perdas; em condições físicas e ambientais normais, um adulto tem necessidade de ingerir cerca de 1 a 2 litros de líquidos por dia. As perdas de água ocorrem através da pele (suor e evaporação), pulmões(expiração), trato urinário (urina) e intestinos( fezes). Perdas adicionais podem ocorrer através de vômitos, hemorragias, queimaduras etc. 20 Fontes: ingestão de água potável ou preparada líquidos, como suco, chá, sopas refrigerantes. A maioria dos alimentos possui água na sua composição. Pequena parcela de água é originária de reações metabólicas(água endógena). B) Necessidade de eliminação A eliminação de resíduos e substâncias tóxicas formadas durante o processo metabólico é tão importante quanto a ingestão e assimilação de alimentos. Certas estruturas orgânicas desempenham a função de excreção: Pulmões: eliminam o dióxido de carbono; Glândulas sudoríparas; eliminam o suor; Aparelho urinário: elimina a urina; Intestino: elimina fezes; Eliminação urinária O aparelho urinário, particularmente os rins, desempenha papel fundamental na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e na eliminação de água, resíduos de produtos nitrogenados e certos sais orgânicos. Os rins estão localizados de cada lado da coluna vertebral e na face posterior da cavidade abdominal e são constituídos de aproximadamente 1 milhão de néfrons cada um, que são responsáveis pela filtração do sangue e formação de urina. A urina através dos ureteres alcança a bexiga, um saco de músculo liso que se constitui num verdadeiro reservatório e tem como função armazenar a urina até que seja excretada. Da bexiga, a urina segue o trajeto pela uretra e atinge o meio externo, através de uma abertura denominada meato urinário. O processo de esvaziamento da bexiga é denominado micção e, em indivíduo adulto, ocorre esta necessidade quando um volume aproximado de 300 ml se acumula no seu interior. Em média, um indivíduo adulto elimina de 1.000 ml a 2.000ml de urina nas 24 horas, porém esta quantidade é variável, pois está condicionada a fatores como o clima, quantidade de ingesta líquida, ação de drogas etc. A urina possui certas características próprias como: Ph: ligeiramente ácido Cor: amarelo dourado ou âmbar. A urina concentrada é mais escura. 21 Odor: característico Densidade: a pesquisa bibliográfica tem mostrado uma variação muito grande quanto aos valores relativos a este item; 1.003 a 1.030 (Atkinson), 1.005 a 1.025 (Brunner),1.010 a 1.020(kawamoto). Constituintes inorgânicos: cloreto de sódio, fósforo, enxofre, sódio, potássio, cálcio e magnésio em combinação com o oxigênio. Constituintes orgânicos: uréia, ácido úrico, creatinina; Pigmentos: urobilinogênio Outras: transparente e límpidas, porém quando coletada e fria, pode parecer turva, devido a precipitação de uratos e fosfatos, que ocorre devido à mudança do pH da urina de ácida para alcalina. Eliminação intestinal É através do processo da digestão que os alimentos ingeridos são transformados, absorvidos e o produto residual eliminado.O alimento na boca sofre ação mecânica da mastigação, sendo desdobrado em partícula menor, principalmente pela ação dos dentes. A saliva produzida pelas glândulas salivares, além de umedecer os alimentos, possui a enzima ptialina, que inicia a ação química sobre os amidos. A língua é essencial para a percepção do gosto dos alimentos, além de atuar na deglutição. O bolo alimentar passa pela faringe, esôfago, e atinge o estômago por meio de movimentos peristálticos. No estômago, o bolo alimentar sofre a ação de suco gástrico composto de ácido clorídrico, muco e enzimas, sendo transformado em quimo que, após o processo, é lançado ao duodeno, onde sofre a ação de suco pancreático e bile. Nesta fase, o produto alimentar líquido é denominado quilo e, no trajeto pelo intestino delgado, a maior parte dos nutrientes é absorvida. No intestino grosso ocorre a absorção de água e formação de fezes, que são eliminadas pelo mecanismo da defecação. Além das fezes, são formados cerca de 400 ml a 700 ml de gases diariamente (flatos). A defecação é um ato reflexo originado pela presença de fezes no reto. A contração voluntária dos músculos da parede abdominal, a inspiração profunda e o fechamento da glote aumentam a pressão intra-abdominal; os músculos do assoalho pélvico se contraem, permitindo a expulsão de fezes através do ânus. As fezes normais são constituídas de resíduos de alimentos não 22 digeridos, bactérias, produtos da descamação da mucosa intestinal, pigmentos biliares e pequena quantidade de sais. A frequência normal das evacuações é muito variável, porém observa-se que na maioria das pessoas evacua uma vez ao dia.A evacuação normal é semi-sólida e de cor marrom, devido à presença de pigmentos biliares. Os hábitos intestinais estão relacionados a aspectos culturais (privacidade, higiene e limpeza etc.), estado psicológico, atividades físicas, entre outros. C) Integridade cutâneo-mucosa A pele e mucosa íntegras constituem a primeira linha de defesa do organismo contra agressões físicas, químicas e biológicas. A pele é constituída de: Epiderme-camada mais externa, formada de tecido epitelial estratificado, onde se encontram oros das glândulas sudoríparad e bulbos pilosos em quase toda a sua extensão. Derme, camada mais interna, formada por tecido conjuntivo, nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas, vasos sangüíneos e linfáticos; A pele possui as seguintes funções: Proteção de órgão e tecidos adjacentes contra agressões externas. A solução de continuidade da pele e mucosa constitui uma grave ameaça de infecção, pois torna-se porta de entrada para os microrganismos; é também fator de perdas líquidas e de eletrólitos quando houver extensas áreas lesadas, como nos casos de queimaduras; Excreção e secreção. A secreção de substâncias produzidas na pele tem efeito protetor sobre o organismo. Assim, o sebo produzido pelas glândulas sebáceas lubrifica a pele e os pêlos, mantendo a elasticidade e a textura da pele; o cerume produzido pelas glândulas ceruminosas protegem os canais auditivos; o suor secretado pelas glândulas sudoríparas eliminam substâncias inorgânicas, como o sódio, e orgânicas como a uréia, ácido úrico e amônia; Termorregulação. Além de constituir um importante meio de eliminação, o suor atua na regulação do calor do organismo. Quando a temperatura ambiete está elevada, as glândulas sudoríparas eliminam maior quantidade de suor, que na superfície da pele se evaporam. No 23 processo de transformação do estado líquido para o estado gasoso, parte do calor do corpo é utilizado como fonte de energia, promovendo uma diminuição da temperatura corporal. Em dias frios, a eliminação de suor é mínima; Sensação. A pele possui receptores sensitivos à dor, tato, temperatura e pressão. Assim, somos capazes de distinguir sensações de diversas naturezas, como o frio do gelo, o calor da chama, a dor de um ferimento etc. Manter a pele e mucosa saudável e íntegra depende de vários fatores, destacando-se a alimentação, hidratação, higiene pessoal e circulação sanguínea adequada. Células bem nutridas e devidamente hidratadas possuem maior capacidade de resistir ou de se recuperar de lesões. A circulação sanguínea é o meio de transporte de nutrientes às células. A higiene pessoal executada de maneira conveniente e suficiente é importante para manter a higidez da pele, contudo os hábitos podem variar de um indivíduo a outro. D) Sono e repouso O sono é um estado de inconsciência relativa, caracterizada por ciclos de sono profundo e sono superficial, necessário para o organismo refazer-se das atividades desenvolvidas durante o estado de vigília. O sono e a vigília relacionam-se com o movimento de rotação da terra, que define a noite e o dia no período de 24 horas. Nos indivíduos, a relação sono – vigília depende de fatores sociais como o trabalho, lazer, hábitos e diferenças pessoais e das necessidades que variam ao longo do ciclo vital. É comprovado cientificamente que o sono não pe uniforme ao longo do período, pelo contrário, apresenta estágios bem distintos: Sono de movimentos oculares não-rápidos ou sono ortodoxo (N-MOR); Sono de movimentos oculares rápidos ou sono paradoxal (MOR); Estes ciclos se alternam várias vezes durante o sono. Os recém-nascidos dormem em média 18 a 20 horas por dia e lactentes necessitam, em média, de 12 a 14 horas de sono. À medida que a criança vai crescendo, os condicionamentos sócios vão interferindo nos hábitos e nas necessidades de sono, uma criança de 2 anos passa a dormir em média 10 horas por dia. Em circunstâncias normais, um adulto com 8 horas por dia e sono sente-se descansado; pessoas idosas costumam apresentar variações significativas no padrão de sono. Os indivíduos que conseguem relaxar e se refazer facilmente do cansaço em estado de vigília, 24 geralmente se sentem bem com menos horas de sono. O sono promove diminuição do metabolismo e, conseqüentemente, diminuição da freqüência cardíaca, temperatura e pressão arterial. A privação do sono pode ocasionar irritabilidade, depressão, comprometimento da atividade intelectual e laborativa, da concentração e da memória. Ambiente calmo e silencioso, obscuridade, cama e colchão confortáveis e vestuário adequada são fatores que favorecem o sono. Situações de estresse e de ansiedade, ao contrário, tendem a dificultar o relaxamento e o repouso. Relaxar significa diminuir as tensões, condição necessária para promover o sono. A enfermidade e a hospitalização podem gerar um nível de tensão suficiente para inteferir no sono e repouso. O mal-estar da doença, ambiente hospitalar cercado de regras e normas, sujeito a inúmeros procedimentos terapêuticos a qualquer hora do dia, se somam a conflitos pessoais. É neste contexto que a enfermagem deve estabelecer medidas, no sentido de proporcionar o atendimento da necessidade de sono e repouso ao paciente. E) Exercício e atividade física A atividade física é fundamental para a saúde do indivíduo. O movimento contribui para o desenvolvimento normal dos músculos, estimula o apetite, facilita a digestão, o peristaltismo e a eliminação intestinal, reduz o tecido adiposo, ativa a circulação sanguínea, melhora a capacidade pulmonar, favorece o padrão de sono e as funções mentais. A falta de exercícios leva à diminuição do tônus muscular, podendo, em muitos casos, chegar à atrofia das áreas afetadas. É necessário manter um equilíbrio entre os exercícios e o repouso. A necessidade de exercício e movimento se manifesta de forma diferente ao longo do ciclo vital. O recém-nascido possui movimentos reflexos. No segundo trimestre de vida, o bebê senta, inclinando o corpo para frente e apoiando-se com as mãos; desenvolve o movimento de preensão e consegue segurar pequenos objetos. No segundo semestre, a criança fica de pé sem auxílio e se movimenta andando. Na idade pré-escolar a criança desenvolve atividades físicas como saltar, correr e andar de triciclo, e gradativamente vai adquirindo maior número de habilidades motoras. O jovem adulto costuma desenvolver atividades físicas que permitem maior gasto de energia. Na velhice, há uma diminuição da estrutura devido à descompressão das vértebras, que vai ocorrendo com o passar dos anos. Os exercícios e o movimento dependem do bom funcionamento dos músculos, ossos e sistema nervoso. Qualquer processo traumático ou patológico que afete um ou o conjunto deles pode 25 ocasionar limitação temporária ou permanente da motilidade. A reabilitação é importante na prevenção ou recuperação da perda funcional. Outra situação freqüente em que se verifica comprometimento da atividade motora é quando há manifestação da dor. O indivíduo tende a permanecer imóvel para controlar melhor a dor. As condições de habilitação e as características de trabalho também são fatores que interferem na atividade corporal. É comum nos grandes centros urbanos, cada vez mais, as pessoas disporem de menor espaço para moradia, e a realização de exercícios é cada vez mais limitada pelas dificuldades de acesso às áreas de lazer. Os idosos e as crianças geralmente são os mais afetados. F) Mecânica corporal A mecânica corporal significa a utilização eficiente do corpo, através do uso correto de todos os segmentos e visa a prevenção de deformidades, perda ou limitação de função do sistema músculo-esquelético. O conhecimento sobre a postura e certos princípios de física são fundamentais para a compreensão da mecânica corporal. Entende-se por postura o alinhamento natural
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