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Sistema Muscular Tecido e organização

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Sistema Muscular: Tecido e organização
Apresentação
Você sabe o que uma caminhada, um batimento cardíaco e os movimentos peristálticos do seu 
intestino têm em comum? Todos eles ocorrem graças ao tecido muscular que está presente em seu 
corpo, garantindo o funcionamento adequado de todo este organismo. 
O corpo humano é composto de mais de 700 músculos, que representam aproximadamente 42% 
da massa corporal de um indivíduo do sexo masculino padrão, podendo chegar até 50% da massa 
corporal em fisiculturistas. Esse tecido muscular através de suas propriedades básicas é capaz de 
desempenhar diversas funções extremamente importantes do ponto de vista fisiológico, 
contribuindo para a produção de movimentos do corpo e no corpo, manutenção da postura 
corporal, regulação da entrada e saída de materiais do corpo humano e regulação da temperatura 
corporal, entre outras funções em nosso organismo. 
Nesta unidade de Aprendizagem você irá reconhecer as características e componentes que 
diferenciam os três tipos de tecido muscular, irá identificar os diferentes tipos de fibras musculares 
esqueléticas e suas características individuais e ainda, irá descrever o que é uma unidade motora, 
como ela é composta e quais os mecanismos envolvidos no processo de controle das fibras 
musculares.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os componentes do músculo e as características diferenciais do tecido muscular;•
Identificar os tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas (fibras vermelhas e fibras 
brancas);
•
Descrever a composição de uma unidade motora e o controle das fibras musculares.•
Desafio
Atualmente, alguns países adotaram a prática de realizar biópsias de músculos do membro inferior 
em atletas de pista (corridas de longa e de curta distância).
Você é profissional da área da saúde e tem um paciente que foi submetido a esse exame. O 
resultado apresentou 70% de fibras brancas na constituição do músculo vasto lateral.
O que isso significa? Esse exame é eficaz? Pode ser importante para o atleta? A genética do atleta 
tem a ver com seu desempenho? O que são fibras brancas e vermelhas? São a mesma coisa do que 
fibras rápidas e lentas?
Pesquise e elabore um texto respondendo os questionamentos.
Infográfico
Quando pensamos no sistema muscular, tradicionalmente pensamos nos músculos 
estriados/esqueléticos, que estão fortemente associados ao movimento do corpo, como realizar um 
gesto esportivo, por exemplo; No entanto, o corpo humano possui três tipos de tecido muscular, 
cada um com diferentes características histológicas e funcionais, que atuam em conjunto para o 
funcionamento adequado do organismo.
Confira este Infográfico e conheça um pouco melhor as características dos tipos de fibra muscular: 
esqueléticos, lisos e cardíacos.
Conteúdo do livro
O estudo do tecido muscular esquelético abrange desde os aspectos histológicos até os 
neuromusculares.
É importante a compreensão de como a fibra muscular é composta e como ela funciona. 
Acompanhe o capítulo Sistema Muscular: tecido e organização, da obra Anatomia humana que 
servirá de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem.
ANATOMIA 
HUMANA 
Roberta Oriques Becker
Sistema muscular: 
tecido e organização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os componentes e as características diferenciais do tecido 
muscular esquelético.
  Identificar os tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas (fibras 
vermelhas e fibras brancas).
  Descrever a composição da unidade motora.
Introdução
Nossa vida depende do funcionamento adequado do tecido muscular, 
desde sentar, ficar em pé, falar e andar até o batimento cardíaco e a res-
piração. Sem os músculos, a vida humana seria impossível, uma vez que 
muitos de nossos processos fisiológicos e virtualmente todas as nossas 
interações dinâmicas com o ambiente envolvem o tecido muscular. O 
corpo humano é constituído de três tipos de tecido muscular: liso, car-
díaco e esquelético. O tecido muscular liso é não estriado, involuntário 
e está localizado nas paredes das estruturas ocas internas, como vasos 
sanguíneos, vias respiratórias, estômago e intestinos. O tecido muscular 
cardíaco é estriado, involuntário e está localizado no coração, formando a 
maior parte da parede cardíaca. O tecido muscular esquelético é estriado, 
voluntário e está fixado aos ossos, movimentando, dessa forma, partes 
do esqueleto.
Neste capítulo, vamos conhecer os componentes e as características 
que diferenciam o tecido muscular esquelético, incluindo a identificação 
dos tipos de fibras musculares estriadas esqueléticas. Além disso, des-
creveremos a composição da unidade motora, a qual é responsável pela 
realização dos movimentos.
Tecido muscular esquelético
Os músculos esqueléticos são compostos por centenas ou milhares de células 
denominadas fi bras musculares, em virtude de seu formato alongado, que são 
envoltas por tecidos conjuntivos e supridas por vasos sanguíneos e nervos que 
penetram nos músculos (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
O tecido conjuntivo envolve e protege o tecido muscular, ou seja, no músculo 
intacto, as fibras musculares individuais são envolvidas e mantidas unidas por 
várias bainhas de tecido conjuntivo. Juntas, essas bainhas de tecido conjuntivo 
sustentam as células e reforçam o músculo como um todo, impedindo rompi-
mentos durante contrações muito fortes (MARIEB; HOEHN, 2009). Vamos 
considerar dessa forma essas bainhas da mais externa a até a mais interna:
  Tela subcutânea ou hipoderme: é composta por tecido conjuntivo frouxo 
e tecido adiposo. Além de separar o músculo da pele, fornece uma via 
para os nervos, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos entrarem e 
saírem dos músculos. O tecido adiposo da tela subcutânea atua como 
isolante térmico e protege os músculos contra traumas.
  Fáscia: é uma bainha composta por tecido conjuntivo denso não mo-
delado que reveste a parede do corpo e dos membros e que envolve os 
músculos e outros órgãos do corpo. Além disso, a fáscia transporta 
nervos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos (TORTORA; DERRICK-
SON, 2017).
  Epimísio: é uma camada de tecido conjuntivo denso não modelado que 
circunda o músculo inteiro (Figura 1). Além disso, pode se misturar 
com a fáscia profunda, que se localiza entre os músculos adjacentes, 
ou com a fáscia superficial, situada sob a pele. 
  Perimísio: no músculo esquelético, as fibras musculares envolvidas por 
endomísio são agrupadas em fascículos, circundados por uma camada 
de tecido conjuntivo fibroso denominado perimísio (Figura 1).
  Endomísio: é uma fina bainha de tecido conjuntivo formado por fibras 
reticulares que envolvem individualmente cada fibra muscular (Figura 
1) (MARIEB; HOEHN, 2009).
 Sistema muscular: tecido e organização 2
Figura 1. Bainhas de tecido conjuntivo do músculo esquelético.
Fonte: Marieb e Hoehn (2009, p. 250).
As fibras do tecido conjuntivo do endomísio e do perimísio são entre-
laçadas e aquelas do perimísio misturam-se ao epimísio. Em cada uma das 
extremidades do músculo, as fibras do epimísio, do perimísio e do endomísio 
geralmente convergem para formar um tendão fibroso que fixa o músculo a 
osso, pele ou outro músculo. Os tendões frequentemente se assemelham a 
espessos cordões ou cabos (exemplo: tendão do músculo quadríceps femoral). 
Entretanto, também podem gerar estruturas de fixação em forma de lâmina, 
as quais são denominadas aponeuroses (exemplo: aponeurose do músculo 
oblíquo externo do abdome) (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
Com relação à inervação e ao suprimento sanguíneo, geralmente uma 
artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que penetra no músculo 
esquelético. Uma vez dentro do endomísio, os capilares estão amplamente 
distribuídos, de forma que cada fibra muscular está em contato próximo com 
os vasos sanguíneos. Além disso, cada fibra muscular esqueléticatambém faz 
contato com a porção terminal de um neurônio. Considerando que a contração 
muscular requer uma boa quantidade de nutrientes e oxigênio para a síntese 
de trifosfato de adenosina (ATP), além do estímulo nervoso, a relação íntima 
com capilares e neurônios proporciona um ambiente favorável para esse evento 
fisiológico (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
3Sistema muscular: tecido e organização
Anatomia da fibra muscular esquelética
O músculo esquelético é composto por milhares de células circulares alongadas, 
chamadas de fi bras musculares, dispostas paralelas umas às outras. De forma 
geral, as fi bras musculares esqueléticas são muito longas. Uma fi bra de um 
músculo do membro inferior pode ter um diâmetro de 100 micrômetros e um 
comprimento igual ao comprimento total do músculo (30 a 40 centímetros). 
A seguir, algumas estruturas importantes relacionadas às fi bras musculares 
(Figura 2):
  Sarcolema: é a membrana plasmática das fibras musculares. Núcleos 
múltiplos se situam na periferia da fibra abaixo do sarcolema.
  Sarcoplasma: é o citoplasma da fibra muscular, que contém muitas 
mitocôndrias que produzem grande quantidade de ATP durante a con-
tração muscular.
  Túbulos transversos ou túbulos T: formam uma tubulação que parte da 
superfície em direção ao centro de cada fibra muscular. 
  Retículo sarcoplasmático: uma rede de túbulos envolvidos por membrana 
e preenchidos por líquido, que armazena íons cálcio requeridos para a 
contração muscular e estende-se por todo o sarcoplasma.
  Miofibrilas: estão presentes ao longo de todo o comprimento da fibra 
muscular e são compostas por dois tipos de filamentos proteicos, chama-
dos de filamentos finos (proteína actina) e filamentos grossos (proteína 
miosina). Os filamentos se sobrepõem formando padrões específicos e 
formam compartimentos, chamados sarcômeros, as unidades funcionais 
básicas das fibras musculares estriadas. Os sarcômeros estão separados 
um do outro por zonas de material proteico denso, chamadas de linhas 
Z. Dentro de cada sarcômero, uma área escura, chamada banda A, se 
estende por todo o comprimento dos filamentos espessos. No centro 
de cada banda A, está uma banda H estreita, que contém somente os 
filamentos espessos. Uma área de coloração mais clara em cada lado 
da banda A, chamada banda I, contém o resto dos filamentos finos, 
mas sem filamentos espessos. Cada banda I se estende para dentro de 
dois sarcômeros, dividida ao meio por uma linha Z. A alternância de 
bandas A, mais escuras, e bandas I, mais claras, dá à fibra muscular 
sua aparência estriada (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
 Sistema muscular: tecido e organização 4
Figura 2. Parte de um músculo esquelético.
Fonte: Vanputte, Regan e Russo (2016, p. 270).
Atrofia muscular ocorre quando as fibras musculares individuais diminuem de tamanho, 
em função da perda progressiva de miofibrilas. Isso ocorre, por exemplo, em indivíduos 
acamados e pessoas engessadas, porque o número de impulsos nervosos para o 
músculo inativo é consideravelmente reduzido. O oposto, a hipertrofia muscular, que é 
o aumento no diâmetro da fibra muscular, em virtude da produção de mais miofibrilas, 
mitocôndrias, retículo sarcoplasmático e outras estruturas citoplasmáticas, ocorre 
como resultado da atividade muscular repetitiva muito intensa, como o treinamento 
de resistência (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
5Sistema muscular: tecido e organização
Tipos de fibras musculares
As fi bras musculares esqueléticas podem ser classifi cadas em dois tipos, as 
vermelhas ou de contração lenta, e as brancas ou de contração rápida. Essa 
classifi cação é plausível, uma vez que nem todos os músculos esqueléticos têm 
capacidades funcionais idênticas. Inclusive eles diferem em diversos aspectos, 
os quais estão descritos a seguir:
  Fibras musculares de contração lenta (vermelhas): nessas fibras, a 
contração e a fadiga muscular ocorrem de forma mais lenta. Além disso, 
apresentam um suprimento sanguíneo bem desenvolvido e abundante 
presença de mitocôndrias. De forma geral, essas fibras são chamadas 
de oxidativas em razão de sua capacidade aumentada de realizar a res-
piração aeróbia, considerando que a respiração aeróbia requer oxigênio 
para quebrar a glicose e produzir ATP, dióxido de carbono e água. Além 
disso, apresentam grandes quantidades de mioglobina, um pigmento 
escuro similar à hemoglobina das hemácias, que se liga ao oxigênio 
e atua como reservatório de deste na fibra muscular quando o sangue 
não fornece uma quantidade adequada. Assim, a mioglobina aumenta 
a capacidade de as fibras musculares realizarem a respiração aeróbia 
(VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
Os filamentos espessos são compostos pela proteína miosina, que tem a forma de 
dois tacos de golfe entrelaçados. O principal componente dos filamentos finos são 
as moléculas da proteína actina, que se unem para formar um filamento torcido em 
forma de hélice. Cada molécula de actina contém um sítio de ligação de miosina, no 
qual a cabeça da miosina se fixa. No entanto, no músculo relaxado, a miosina está 
impedida de se ligar à actina, porque filamentos de tropomiosina recobrem os sítios 
de ligação. Os filamentos de tropomiosina, por sua vez, são mantidos no lugar pelas 
moléculas de troponina. Quando você estudar a fisiologia da contração muscular, 
você aprenderá que, quando íons cálcio (Ca2+) se ligam à troponina, esta sofre uma 
alteração na forma, que movimenta a tropomiosina para longe dos sítios de ligação 
da miosina na actina. Dessa forma, permite a interação entre a actina e a miosina e, 
consequentemente, a contração muscular (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
 Sistema muscular: tecido e organização 6
  Fibras musculares de contração rápida (brancas): essas fibras respondem 
rapidamente à estimulação nervosa e conseguem quebrar o ATP mais 
rapidamente do que as fibras musculares de contração lenta. Além disso, 
têm um suprimento sanguíneo menor, pouca mioglobina e mitocôndrias 
menores e em menor quantidade. No entanto, as fibras de contração 
rápida têm grandes depósitos de glicogênio e são adaptadas para exercer 
a respiração anaeróbia, que é a quebra da glicose para produzir ATP e 
ácido láctico sem a presença do oxigênio.
Apesar da existência de uma classificação das fibras musculares esquelé-
ticas, nos seres humanos não existe uma separação clara entre os dois tipos 
de fibras musculares esqueléticas. O que ocorre é que a maioria dos músculos 
tem os dois tipos de fibras, embora a quantidade de cada uma varie para cada 
músculo. Como exemplos, os grandes músculos posturais contêm mais fibras 
de contração lenta, enquanto os músculos dos membros superiores contêm 
mais fibras de contração rápida. Essa distribuição das fibras de contração 
rápida e contração lenta em um dado músculo é bastante constante para cada 
indivíduo e, aparentemente, é estabelecida durante o desenvolvimento precoce 
(VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
Composição da unidade motora
Uma unidade motora é composta por um único neurônio motor juntamente 
com todas as fi bras musculares estriadas esqueléticas que são estimuladas 
pelo sinal elétrico (potencial de ação muscular), que é transmitido por esse 
neurônio (Figura 3) (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Quando um neurônio 
motor é estimulado, ele promove a contração de todas as fi bras musculares 
nessa unidade motora ao mesmo tempo. Um músculo estriado esquelético 
típico contém milhares de fi bras musculares.
Apesar de alguns neurônios motores controlarem uma única fibra muscular, 
a maioria deles controla centenas de fibras. Além disso, o tamanho da unidade 
motora é um indicativo de quão delicado pode ser o controle do movimento. 
Como exemplo, nos músculos extrínsecos do bulbo do olho, em que um controle 
preciso é extremamente importante, um neurônio motor controla duas ou três 
fibras musculares. No entanto, em músculos que exigem uma precisão bem 
menor de movimento, como os músculos do membro inferior, encontram-se 
mais de 2.000 fibras muscularescontroladas por um único neurônio motor. Por 
7Sistema muscular: tecido e organização
fim, de forma geral, um músculo esquelético se contrai quando suas unidades 
motoras são estimuladas. No entanto, a intensidade da contração produzida 
depende da frequência do estímulo e do número de unidades motoras envolvidas 
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Figura 3. Unidade motora.
Fonte: Vanputte, Regan e Russo (2016, p. 286).
Ao entrar no músculo esquelético, o axônio do neurônio ramifica-se nos 
chamados terminais axônicos, os quais se aproximam do sarcolema de uma 
fibra muscular, mas não o tocam. Essas extremidades dilatam-se e formam os 
botões terminais sinápticos, que contêm vesículas sinápticas de neurotransmis-
sores. A região do sarcolema, próxima do terminal axônico, é chamada placa 
motora terminal. O espaço entre o botão terminal sináptico e a placa motora 
terminal é a fenda sináptica. A sinapse formada entre os botões terminais 
sinápticos e a placa motora terminal é conhecida como junção neuromuscular 
(Figura 3) (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
 Sistema muscular: tecido e organização 8
O funcionamento da junção neuromuscular pode ser afetado por diversas toxinas 
e fármacos. Como exemplo, a toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium 
botulinum, bloqueia a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica da junção 
neuromuscular, impedindo a ocorrência da contração muscular. Pensando nisso, 
essa toxina foi a primeira a ser utilizada como um medicamento (Botox®). Injeções de 
Botox® nos músculos afetados ajudam pacientes com estrabismo (olhos cruzados), 
blefarospasmo (fechamento incontrolável) e dores lombares crônicas decorrentes de 
espasmos musculares. Além disso, é utilizada na medicina estética para promover o 
relaxamento dos músculos que provocam as rugas faciais (TORTORA; DERRICKSON, 
2017).
9Sistema muscular: tecido e organização
 Sistema muscular: tecido e organização 10
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. (Coleção Martini).
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2016.
Leituras recomendadas
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. 
TOY, E. C. et al. Casos clínicos em anatomia. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. (Lange). 
Dica do professor
O sistema muscular é extremamente importante para diversas atividades do dia a dia, garantindo a 
mobilidade e a estabilidade do organismo. Desta forma, a organização de cada músculo, desde a 
célula até a forma de fixação, favorece o desenvolvimento de tais atividades.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre a composição estrutural de um 
músculo, bem como os níveis de organização funcional das fibras estiradas esqueléticas, que 
compõe o sistema.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/bd57143d34fe07c56091b0e748eec17d
Exercícios
1) As fibras musculares individuais são envoltas e mantidas unidas por algumas bainhas de 
tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo envolve e protege o tecido muscular. Neste sentido, 
no músculo intacto as bainhas de tecido conjuntivo sustentam as células e reforçam o 
músculo como um todo, impedindo rompimentos durante as fortes contrações musculares. 
Em relação as bainhas de tecido conjuntivo temos: hipoderme, fáscia, epimísio, perimísio e 
endomísio. 
Neste contexto, em relação a fáscia é correto afirmar: 
A) É composto de tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo e separa o músculo da pele, 
fornecendo uma via para nervos, vasos sanguíneos e linfáticos adentrarem e saírem dos 
músculos
B) É uma camada de tecido conjuntivo denso não modelado que circunda o músculo inteiro
C) É uma bainha composta por tecido conjuntivo denso não modelado que reveste a parede do 
corpo e dos membros e que envolve os músculos e outros órgãos do corpo servindo também 
para transportar nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. 
D) É uma camada de tecido conjuntivo fibroso e no musculo esquelético agrupa os fascículos
E) É uma fina bainha de tecido conjuntivo formado por fibras reticulares que envolvem 
individualmente cada fibra muscular 
2) O músculo esquelético é composto milhares de células com características circulares 
alongadas, chamadas de fibras musculares, que estão dispostas de maneira paralela em 
relação umas às outras. As fibras do músculo estriado esquelético em geral são muito longas 
podendo por exemplo, em um músculo do membro inferior apresentar comprimento igual ao 
comprimento total do músculo. Existem algumas importantes estruturas relacionadas às 
fibras musculares para que as mesmas possam desempenhar sua função contrátil, entre 
estas estruturas encontra-se uma rede de túbulos envolvidos por membrana e preenchidos 
por líquido, que armazena íons cálcio requeridos para a contração muscular. Neste sentido, 
responda como é denominada esta estrutura? 
A) Túbulos transversos 
B) Sarcolema 
C) Retículo sarcoplasmático 
D) Sarcoplasma 
E) Miofibrilas 
3) As fibras musculares esqueléticas podem ser classificadas em dois tipos, as vermelhas ou de 
contração lenta, e as brancas ou de contração rápida. Essa classificação é plausível, uma vez 
que nem todos os músculos esqueléticos têm capacidades funcionais idênticas. Neste 
contexto, o que ocorre é que a maioria dos músculos tem os dois tipos de fibras, embora a 
quantidade de cada possa variar para cada músculo, por exemplo, os grandes músculos 
posturais contêm mais fibras de contração lenta quando comparados com os músculos dos 
membros superiores que contêm mais fibras de contração rápida. Neste sentido, quais são as 
características das fibras vermelhas (contração lenta) e das brancas (contração rápida), 
respectivamente. 
A) Pouca quantidade de mioglobina; grandes quantidades de mioglobina 
B) Grandes quantidades de mioglobina; pouca quantidade de mioglobina 
C) Grandes depósitos de glicogênio; pouca quantidade de mioglobina 
D) Pouca quantidade de mioglobina; grandes depósitos de glicogênio 
E) Grandes depósitos de glicogênio; grandes quantidades de mioglobina 
4) O tecido muscular tem papel fundamental em nossa vida, desde sentar, ficar em pé, falar, 
correr e andar incluindo, o batimento cardíaco e a mecânica ventilatória. Sem os músculos, a 
vida humana seria impossível, uma vez que muitos de nossos processos fisiológicos, 
funcionais envolvem o tecido muscular. 
Neste contexto, é correto afirmar que: 
I. O epimísio é uma camada de tecido conjuntivo fibroso não modelado que circunda a fibra 
muscular. 
II. As fibras do tecido conjuntivo do endomísio e do perimísio são entrelaçadas e aquelas do 
perimísio misturam-se ao epimísio. 
III. Os sarcômeros estão separados um do outro por zonas de material proteico denso, 
chamadas de bandas A. 
IV. No músculo relaxado (sem contração muscular), a miosina está impedida de se ligar à 
actina, porque filamentos de miosina recobrem os sítios de ligação. 
V. A sinapse formada entre os botões terminais sinápticos e a placa motora terminal é 
conhecida como junção neuromuscular 
A) I e II 
B) II; III e V 
C) II; IV e V 
D) II e V 
E) II; III e IV 
5) O tecido muscular esquelético é estriado, voluntário e está fixado aos ossos, movimentando, 
dessa forma, partes do esqueleto. Neste sentido, a unidade motora joga um papel 
fundamental para a realização dos movimentos. Em relação a unidade motora assinale 
verdadeiro (V) ou falso (F): 
( )A unidade motora é composta por um único neurônio motor juntamente com todas as 
fibras musculares estriadas esqueléticas que são estimuladas pelo sinal elétrico (potencial de 
ação muscular).( )Quando um neurônio motor é estimulado, ele promove a contração de todas as fibras 
musculares nessa unidade motora ao mesmo tempo. 
( )O músculo esquelético se contrai quando suas unidades motoras são estimuladas. No 
entanto, a intensidade da contração produzida não é dependente da frequência do estímulo 
ou do número de unidades motoras envolvidas. 
( )O espaço entre o botão terminal sináptico e a placa motora terminal é a fenda sináptica. 
( )O funcionamento da junção neuromuscular não pode ser afetado por diversas toxinas e 
fármacos 
( )A região do sarcolema, distante do terminal axônico, é chamada placa motora terminal. 
A) V;V;F;V;F;F 
B) F;V;V;V;F;F 
C) V;V;V;V;F;F 
D) V;V;F;V;F;V 
E) V;V;F;F;V;F 
Na prática
Você já sentiu frio? Bastante frio mesmo, a ponto de “tremer de frio”? Quando pensamos na 
importância e função do sistema muscular, logo imaginamos a contração muscular como formas de 
gerar tensão e torque e consequentemente, produzir um movimento corporal, no entanto, o 
sistema muscular, através de suas contrações, possuí diversas outras funções, como, por exemplo, 
gerar e dissipar energia térmica, que será utilizada para aquecer o corpo em caso de bastante frio.
Neste Na Prática, você irá compreender melhor a forma de atuação do sistema muscular diante das 
situações de frio.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Sistema Muscular
Estrutura, divisões e funções dos músculos esqueléticos
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Muscle contraction
Como funciona a química da contração muscular (em inglês).
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Teste para estimar a tipagem de fibra muscular
Vídeo sobre testes para avaliar os tipos de fibra muscular.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Atlas do Corpo Humano
MARTINI, Frederic H.. Atlas do Corpo Humano. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
https://www.youtube.com/embed/UHBPIY4AEPs?rel=0
https://www.youtube.com/embed/gJ309LfHQ3M
https://www.youtube.com/embed/chNrhTGvbyU
Epidemiologia Moderna
ROTHMAN, Kenneth; GREENLAND, Sander; LASH, Timothy. Epidemiologia Moderna. 3a ed., Porto 
Alegre: Artmed, 2005.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Anatomia Humana.
Martini, Frederic H.; TimmonS, Michael J.; Tallitsch, Robert B. Anatomia humana.3a ed., Porto 
Alegre: Artmed, 2009. Leia a partir do tópico Funções do músculo estriado esquelético (página 238)
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