Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Máquinas e Transformadores Nova Metodologia Material de consulta aos tópicos 3º Tópico – Motores de Corrente Contínua e Corrente Alternada 3.1 – Motores de Corrente Contínua Um motor CC nada mais é do que um motor alimentado por uma corrente de alimentação proveniente de uma bateria ou qualquer outra de alimentação CC. A sua comutação (troca de energia entre rotor e estator) pode ser através de escovas (escovado) ou sem escovas (brushless) e com relação a velocidade, o motor cc pode ser controlado apenas variando a sua tensão, diferentemente de um motor elétrico de corrente alternada (CA) cuja a velocidade é variada pela frequência. Vejamos mais a frente como funciona este tipo de motor. Os motores elétricos CA necessitam de uma mudança na frequência caso houver a necessidade de variar sua velocidade, envolvendo assim um controle de velocidade mais complexo e dispendioso. Por outro lado, o motor cc precisa apenas de uma mudança no nível de tensão para que possamos variar sua velocidade- Assim, ele torna-se mais adequado para equipamentos alimentados por níveis de tensão de 24 Vcc ou 12 Vcc como no caso dos automóveis, ou aplicações industriais que exigem um controle fino de velocidade. 3.1.1 – Princípio de funcionamento dos motores CC O princípio básico de funcionamento do motor CC é o seguinte: “Sempre que um condutor conduzindo uma corrente elétrica (em vermelho) é colocado em um campo magnético (em azul), este condutor experimenta uma força mecânica (em verde)” gerando o torque e o giro do eixo do motor. Figura 1 - Funcionamento do motor CC Máquinas e Transformadores 3.1.2 – A Corrente Ao alimentar o comutador com tensão CC, é gerada uma corrente contínua que é transferida para a bobina através do contato das escovas do comutador com esta bobina. Assim, a função do comutador é ser o elo entre a fonte de alimentação e o rotor do motor CC e ele é composto por escovas condutoras que fazem o contato com o eixo girante do motor CC. Aqui, chamamos a corrente que circula pela bobina de I. Figura 2 - Comportamento da corrente 3.1.3 – O Campo Magnético O campo magnético é gerado entre os polos norte e sul do ímã e possui um sentido partindo do norte para o sul. O torque que vai impulsionar a bobina e por sua vez o rotor, como podemos observar na Figura 4, será proporcional ao campo magnético entre os ímãs. A densidade de fluxo magnético é chamada aqui de B. Figura 3 - Comportamento do campo magnético Máquinas e Transformadores Figura 4 - A força e o torque no motor CC A direção da força mecânica é dada pela regra da mão esquerda de Fleming e sua magnitude é dada por: Figura 5 - Regra da mão direita . F = ILB, onde: B = densidade de fluxo magnético, I = corrente da bobina, L = comprimento do condutor no campo magnético 3.1.4 – Partes de um motor CC Armadura: A armadura recebe a corrente proveniente de uma força elétrica externa. Sua constituição física é idêntica ao do gerador, ou seja, é o núcleo rotativo, também chamado de rotor. Máquinas e Transformadores Comutador: Sua função no motor é de receber a fonte elétrica externa para levar até a armadura. O comutador é constituído por segmentos de cobre com um par de segmentos para cada enrolamento da armadura. Cada segmento do comutador é isolado dos demais por meio de lâminas de mica. Os segmentos são montados em torno do eixo da armadura e são isolados do eixo e do ferro da armadura. No chassi da máquina são montados duas escovas fixas, que permitem contatos com segmentos opostos do comutador. Escovas: São conectores de grafitas fixos, montados sobre molas que permitem que eles deslizem ( “ou escovem” ) sobre o comutador no eixo da armadura. Assim, as escovas servem de contato entre os enrolamentos da armadura e a carga externa. No motor, sua função é servir de contato entre os enrolamentos da armadura ligados no comutador e a fonte elétrica externa. Enrolamento de Campo: É um eletroímã que produz o fluxo interceptado pela armadura. A fonte de corrente de campo pode ser separada, chamada de excitador, ou proveniente da própria armadura. Figura 6 - Partes do motor CC 3.1.5 – Tipos de motores de CC A adequação de um motor CC para uma aplicação também depende da sua construção, outro aspecto do processo de seleção. Existem vários tipos diferentes de motores de corrente contínua, cada um dos quais oferece vantagens e desvantagens com base na sua construção. Vejamos abaixo as características de cada um no que tange à construção: Motores de Derivação: apresentam variação mínima de velocidade através da faixa de carga e podem ser configurados para potência constante em uma faixa de velocidade ajustável. Eles são usados para aplicações onde há necessidade de controle preciso de Máquinas e Transformadores velocidade e torque. Na Figura abaixo você pode ver uma curva típica de velocidade x torque para um motor de derivação, onde o torque permanece relativamente constante em uma grande faixa de velocidade. Figura 7 - Torque x Velocidade para o Motor Bobinado em Derivação Motores Bobinados em Série: exibem altos torques de partida para cargas permanentemente conectadas que são necessárias a fim de evitar danos em condições de alta velocidade. Estes motores desenvolvem um grande torque e podem ser operados a baixas velocidades. Eles são mais adequados para aplicações industriais pesadas que exigem cargas maiores movendo-se lentamente ou cargas mais leves movendo-se rapidamente. Abaixo, podemos ver uma curva típica de velocidade x torque para motores com bobina em série: Figura 8 - Torque x Velocidade para o Motor Bobinado em Série Motores Bobinados Compostos: são projetados com bobinas derivadas compostas para aplicações de velocidade constante que requerem torque mais elevado. Eles são frequentemente usados onde a carga primária requer um torque de partida alto e a velocidade ajustável não é necessária. As aplicações incluem elevadores, guindastes e equipamentos para lojas industriais. Abaixo podemos ver uma curva típica de velocidade x torque para os motores de bobina compostos, combinando características de derivação em série: Máquinas e Transformadores Figura 9 - Torque x Velocidade para o Motor Bobinado Composto Motores CC de ímã permanente: possuem um ímã permanentemente embutido em sua montagem (no estator). Eles oferecem velocidade constante com carga variável (escorregamento zero) e excelente torque de partida. Comparado com os outros tipos, a construção de ímã permanente proporciona maior eficiência e menores ajustes de velocidade. Abaixo podemos ver uma curva de velocidade para motores de ímã permanente, com proporcionalidade de torque e velocidade linear. Figura 10 - Torque x Velocidade para o Motor Ímã Permanente Motores CC com armadura em forma de disco: também chamados de “panquecas” ou “discos impressos”, utilizam rotores planos movidos por um campo magnético alinhado axialmente. Sua construção fina permite baixa inércia, resultando em alta aceleração. Esses motores são bons para aplicações que exigem uma rápida inicialização e desligamento enquanto acoplados a uma carga constante, como em um veículo elétrico. Veja abaixo o desenho de uma armadura a disco: Figura 11 - Armadura em forma de disco Máquinas e Transformadores Motores CC sem Núcleo: e sem ranhura incorporam um enrolamento cilíndrico que está fisicamente fora de um conjunto de ímãs permanentes. Devido ao fato do enrolamento ser laminado e não existir gaiola de ferro, motores cc sem núcleo possuem inércia muito menor. Possuem alta aceleração, eficiência e excelente controle de velocidade com pouca ou nenhuma vibração. Eles são comumente usados como servo motor para aplicações de controle de processo. Figura 12 - Motor sem núcleo A comutação do motor de CC pode ser com ou sem escovas (brushless), sendo que cadatipo oferece vantagens específicas. Os motores elétricos escovados usam escovas de contato que se conectam com o comutador para alimentar o rotor. A construção escovada é menos onerosa do que o motor sem escovas e o controle é mais simples e barato. Outra característica é que o escovado pode operar em ambientes extremos devido à sua ausência interna de componentes eletrônicos. Por outro lado, motores escovados exigem manutenção periódica para substituição das escovas desgastadas. Figura 13 - Motor com e sem escova Os motores sem escovas ou Brushless usam um ímã permanente incorporado no conjunto do rotor. Eles podem usar um ou mais dispositivos de Efeito Hall para detectar a posição do rotor e uma eletrônica de acionamento associada a ele controla a rotação do Máquinas e Transformadores eixo (velocidade). Os motores Brushless são similares aos motores CA, mas são comutados eletronicamente (ESM) de modo que possam ser alimentados em CC. A comutação sem escovas (Brushless) é mais eficiente, requer menos mantenção, gera menos ruído e tem uma maior densidade de potência e faixa de velocidade se comparado ao motor de comutação escovada. No entanto, a eletrônica dos motores brushless geralmente contribuem para o seu custo de aquisição, que também possuem maior complexidade e maiores limitações ambientais. 3.2 – Motores de Corrente Alternada É um equipamento rotativo que funciona a partir de energia elétrica, diferente de outros motores elétricos, o motor ca não precisa, necessariamente, qualquer entreposto dele à alimentação e serve, basicamente, para "girar" um segundo acoplado, ou movido. o elétrico esta sempre ativo. Estes motores podem ser divididos, num primeiro momento, em síncronos e assíncronos, sendo que, este último, sofre escorregamento conforme a intensidade de carga (i.e., oscila a rotação), contudo, são a esmagadora maioria nas indústrias. Uma outra grande divisão dentre os motores CA (de corrente alternada), são em trifásicos e monofásicos. A diferença entre estes dois tipos de alimentação alteram profundamente a versatilidade e performance do motor, sendo, os monofásicos, muito mais limitados e necessitados de capacitores de partida, senão, não conseguem vencer a inércia. Os motores de corrente alternada têm outras muitas divisões todas elas mundialmente normalizadas, dentre as mais comuns temos: motor de dupla polaridade, o qual pode rodar em duas velocidades diferentes em detrimento da potência, motor de eixo-duplo, com uma saída para cada lado. 3.2.1 – Partes componentes Um motor de indução, o mais utilizado nas industrias, é composto basicamente de duas partes: um Estator e um Rotor. O estator constitui a parte estática de um motor e o rotor sua parte móvel. O estator é composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas chapas têm o formato de um anel com ranhuras internas (vista frontal) de tal maneira que possam ser alojados enrolamentos que deverão criar um campo magnético no estator. Máquinas e Transformadores O rotor, composto de chapas finas de aço magnético tratadas termicamente como o estator, tem também o formato de um anel (vista frontal), com os enrolamentos alojados longitudinalmente. O motor de indução é o motor de construção mais simples. Estator e rotor são montados solidários, com um eixo comum aos “anéis” que os compõem. A aplicação de uma tensão nos enrolamentos do estator irá fazer com que apareça uma tensão nos enrolamentos do rotor. Assim o estator pode ser considerado como o primário de um transformador e o rotor como seu secundário. O espaço entre o estator e o rotor é denominado entreferro. Figura 14 - Arquitetura interna do motor CA 3.2.2 – Tipos de rotores No rotor os enrolamentos, enrolados longitudinalmente a seu eixo, podem ser realizados de duas maneiras, o que dá origem a dois tipos de rotor: • Rotor Gaiola de Esquilo: tipo mais comum, tem no rotor os condutores da bobinas curto-circuitados em cada terminal por anéis terminais contínuos. Figura 15 - Rotor gaiola de esquilo Máquinas e Transformadores • Rotor Bobinado: neste tipo de rotor, condutores de cobre que formam uma bobina são colocados em diversas ranhuras (usualmente isolados do núcleo) e podem, no caso de existirem três bobinas, ser ligado em estrela ou triângulo. Neste caso, cada terminal do enrolamento trifásico é ligado a anéis coletores que são isolados do eixo do rotor. Usualmente um resistor trifásico equilibrado variável é ligado aos anéis coletores através de escovas a fim de variar a corrente na partida. Figura 16 - Rotor bobinado 3.2.3 – Motores de indução assíncronos É um motor elétrico de corrente trifásica, bifásica, ou monofásica, cujo rotor está excitado pelo estator e a velocidade de rotação não é proporcional à frequência da sua alimentação (a velocidade do rotor é menor que a do campo girante, devido ao escorregamento). O rotor assíncrono pode ser de dois tipos: gaiola de esquilo ou bobinado. No caso do rotor "gaiola de esquilo" a magnetização do núcleo se dá pelo escorregamento do campo magnético (o campo magnético gira em torno do eixo central do motor) fazendo com que circule uma tensão e uma corrente induzida através das barras da gaiola,que tem suas extremidades unidas por um anel condutor. Quando os enrolamentos localizados nas ranhuras do estator são sujeitos a uma corrente alternada, gera-se um campo magnético no estator. Por consequência no rotor surge uma força eletromotriz induzida devido ao fluxo magnético variável que atravessa o rotor. Esta FEM (Força Elemotriz) induzida dá origem a uma corrente induzida no rotor que tende a opor-se à causa que lhe deu origem, criando assim um movimento giratório no rotor. Nos motores CA podemos distinguir três velocidades importantes que influem no funcionamento e características dos motores, a saber: • Velocidade síncrona ( Ns) = é a velocidade do campo magnético rotativo existente no campo indutor. • Velocidade do rotor (Nr) = é a velocidade desenvolvida pelo rotor e pelo eixo do Máquinas e Transformadores motor, pois este está preso ao rotor. • Velocidade de escorregamento (N) = é a diferença entre as velocidades síncrona e a que o rotor está girando. As velocidades dos motores na prática são medidas em RPM ( rotações por minuto ). No caso dos motores assíncronos são aqueles cuja velocidade do rotor não é síncrona com a frequência da rede CA. Nr < Ns N = Ns - Nr Ex: um motor de 2 polos ligado a uma rede 60Hz tem em seu rotor girando a 3.550 rpm, teremos: Nr = 3.550 rpm 3.2.4 – Motores síncronos É um motor elétrico cuja velocidade de rotação é sempre proporcional à frequência da sua alimentação. Este motor pode ter o rotor constituído por um eletroímã, ou bobinas alimentadas por CC (corrente contínua), ou constituído por imãs permanentes no caso de ser trifásico conhecido como circuito de campo. Como o campo magnético do rotor é independente do campo magnético do estator, quando o campo magnético do rotor tenta se alinhar com o campo magnético girante do estator, o rotor adquire velocidade proporcional a frequência da alimentação do estator e acompanha o campo magnético girante estabelecido no mesmo, sendo por este motivo denominado síncrono. O aumento ou diminuição da carga não afeta sua velocidade. Se a carga ultrapassar os limites nominais 120fNs p = Ns Nrs 100 Ns - = ´ 120 60Ns 3.600rpm 2 ´ = = 3600 3550s 100 1,38% 3600 - = ´ = Máquinas e Transformadores do motor, este entra em perda de sincronia e velocidade não tendo a sua função como motor síncrono. Plantas industriais geralmente possuem predominância de cargas reativas indutivas tais como motores de indução de pequeno porte ou de baixa velocidadede rotação as quais requerem considerável quantidade de potência reativa consumida como corrente de magnetização. Embora seja possível usar-se capacitores para suprir a necessidade de potência reativa, havendo a possibilidade, é frequentemente preferível a utilização de motores síncronos como fonte de potência reativa. No caso de motores síncronos em que o rotor é constituído por um eletroímã, é possível controlar a potência reativa fornecida ou consumida pelo motor controlando o circuito que alimenta o rotor. Este circuito é chamado de circuito de excitação da máquina. Sendo assim, os motores síncronos podem tanto atuar como um dispositivo que absorve potência reativa (motor subexcitado), e no caso operar como uma carga reativa, como também atuar como fonte de potência reativa fornecendo dentro de seus limites reativos para a rede elétrica (motor sobre-excitado). O consumo de potência ativa pelo motor síncrono e proporcional a carga mecânica acoplada ao eixo do motor mais as suas perdas próprias. Não é necessário ajuste manual da excitação todavia para as condições ajustadas o torque de carga não pode ultrapassar o ponto máximo de potência fornecida antes que o motor entre em perda de sincronia. O motor pode virar gerador de potência ativa se houver a aplicação de torque que compense as perdas mais a carga acoplada no eixo. Alguns motores síncronos não são autossuficientes na partida, necessitando ser levados próximos a sua rotação nominal, através de um outro motor ou por controle eletrônico no campo do estator (que parte com velocidade extremamente baixa). A maioria das maquinas de médio porte possuem uma construção de uma gaiola de motor de indução no rotor que permite ao motor atingir ate velocidades próximas do regime permanente. Quando este alcança a velocidade próxima a rotação de trabalho, seu rotor é então alimentado e ele rapidamente alcança a velocidade de sincronismo. 3.3 – Motores de indução monofásicos Os motores monofásicos são assim chamados porque os seus enrolamentos de campo são ligados diretamente a uma fonte monofásica. Os motores de indução monofásicos são a alternativa natural aos motores de indução polifásicos, nos locais onde não se dispõe de alimentação trifásica, como residências, escritórios, oficinas e em zonas rurais. Apenas se justifica a sua utilização para baixas potências (1 a 2 KW). Entre os vários tipos de motores elétricos monofásicos, os motores com rotor tipo gaiola destacam-se pela simplicidade de fabricação e, principalmente, pela robustez, confiabilidade e manutenção reduzida. Por terem somente uma fase de alimentação, não possuem um Máquinas e Transformadores campo girante como os motores polifásicos, mas sim um campo magnético pulsante. Isto impede que tenham binário de arranque, tendo em conta que no rotor se induzem campos magnéticos alinhados com o campo do estator. Para solucionar o problema de arranque utilizam-se enrolamentos auxiliares, que são dimensionados e posicionados de forma a criar uma segunda fase fictícia, permitindo a formação do campo girante necessário para o arranque. Os motores monofásicos são classificados em motores comutadores, motores de indução ou motores síncronos, conforme o método usado para lhes dar a partida, da seguinte forma: Motor comutador. -motor ca em série (ou universal série). -motor de repulsão. Motor de indução -motores de fase dividida. Motor com capacitor de partida. Motor com capacitor. Motor de indução com partida de repulsão. -motor com pólo sombreado. Motor síncrono. Motor comutador. Motor ca série. 3.3.1 – Motor CA série Quando um motor comum cc série é ligado a uma fonte de alimentação CA, a corrente retirada pelo motor é baixa em virtude da alta impedância do campo em série. Disto resulta um baixo torque de rotação. Para se reduzir à reatância do campo ao mínimo, os motores CA série são construídos com o menor número de espiras possível. A reação da armadura é superada utilizando-se enrolamentos compensadores nas peças polares. As características de funcionamento são semelhante ás dos motores série. A velocidade aumenta até um valor alto com a diminuição da carga. O torque é alto para correntes altas da armadura, de modo que o motor tenha um bom torque de partida. Os motores ca série funcionam com maior eficiência em baixas frequências. Alguns deles, de maiores dimensões, usados em locomotivas, funcionam em 25hz ou menos. Entretanto, são projetados modelos menores com potência de fração de cavalo-vapor (cv), para funcionar em 50hz ou 60hz. Máquinas e Transformadores 3.3.2 – Motor de repulsão O motor de repulsão tem uma armadura e um comutador semelhante ao do motor cc. Entretanto, as escovas não estão ligadas à fonte de alimentação, mas estão curto- circuitadas. Os enrolamentos do estator produzem uma corrente nos enrolamentos do rotor por indução. Está corrente produz polos magnéticos no rotor. A orientação desses polos depende da posição das escovas. A interação do campo do rotor com o campo do estator cria o torque do motor. O motor de repulsão tem um alto torque de partida e alta velocidade com cargas leves. Ele é usado onde se espera cargas pesadas de partida. 3.3.3 – Motor de indução. O motor de indução monofásico não tem partida própria. O campo magnético criado no estator de alimentação CA permanece alinhado num sentido. Este campo magnético, embora estacionário, pulsa com a onda seno da tensão. Este campo pulsante induz uma tensão nos enrolamentos do rotor, mas o campo do rotor só pode se alinhar com o campo do estator. Com estes dois campos em linha reta, não aparece nenhum torque. É necessário então fazer o rotor girar através de algum dispositivo auxiliar. Uma vez atingida a rotação do rotor com velocidade suficiente, a interação entre os campos do rotor e do estator manterá a rotação. O rotor continuará a aumentar a velocidade, tentando engatar na velocidade de sincronismo. Finalmente, ele atingirá uma velocidade de equilíbrio igual à velocidade de sincronismo menos o escorregamento. 3.3.4 – Motor de fase dividida Se dois enrolamentos do estator de impedâncias diferentes estiverem separados de 90 graus elétricos, mas ligados em paralelo a uma fonte monofásica, o campo produzido parece girar. Este é o principio da divisão de fase. No motor de fase dividida o enrolamento da partida ou auxiliar tem uma resistência mais alta e uma reatância mais baixa do que a do enrolamento principal. Quando a mesma tensão(vt) é aplicada aos dois enrolamentos, a corrente no enrolamento principal(im) segue atrás da corrente no enrolamento da partida (is). O ângulo ϕ entre o enrolamento principal e da partida constitui uma diferença de fase suficiente para fornecer um campo magnético rotativo fraco que dá para produzir o torque de partida. Quando o motor atinge uma velocidade predeterminada, geralmente 70 a 80 por cento da velocidade de Máquinas e Transformadores sincronismo, uma chave centrifuga montada sobre o eixo do motor se abre, desligando assim o enrolamento da partida. Pelo fato de ter um baixo torque de partida, esse tipo de motor é amplamente usado para cargas com partida relativamente fácil. Frequentemente ele é usado em dimensões maiores do que1/3 hp. As aplicações mais comuns incluem as maquinas de lavar e ferramentas de marcenaria. 3.3.5 – Motor com capacitor de partida Colocando-se um capacitor em série com o enrolamento de partida de um motor de fase dividida, pode-se melhorar as características da partida. Pode-se fazer a corrente do enrolamento da partida seguir adiante da tensão. Pode-se fazer ϕ aproximadamente 90º, o que resulta num torque de partida mais alto. Este motor também emprega uma chave centrífuga para desligar o enrolamento de partida. Portanto, o capacitor fica no circuito somente durante o período da partida. 3.3.6 – Motor com capacitorO motor com capacitor funciona com um enrolamento auxiliar e um capacitor em série permanentemente ligado à linha. A capacitância em série pode ser de um valor para a partida e outro valor para a rotação.À medida que o motor gira aproximando-se da velocidade de sincronismo, a chave centrífuga desliga uma seção do capacitor. 3.3.7 – Motor de indução com partida por repulsão Como um motor CC, o rotor do motor de indução com partida por repulsão possui enrolamentos ligados a um comutador. As escovas da partida fazem contato com o comutador de modo que o motor parte como um motor de repulsão. À medida que o motor se aproxima da velocidade máxima, um dispositivo centrífugo curto-circuita todos os segmentos do comutador, de modo que ele funcione como um motor de indução. Este tipo de motor é construído em dimensões que variam de ½ a 15 hp e é usado em aplicações que exigem um alto torque de partida. Máquinas e Transformadores 3.3.8 – Motor de polo sombreado ou polo fendido Produz-se um polo sombreado através de uma bobina de curto-circuito enrolada em torno de uma parte de cada polo do motor. A bobina é formada geralmente por uma única cinta ou faixa de cobre. O efeito dessa bobina é o de produzir um pequeno movimento de varredura do fluxo do campo de um lado ao outro da peça polar à medida que o campo pulsa. Esse ligeiro desvio do campo magnético produz um pequeno torque de partida. Portanto, os motores de polo sombreado possuem partida própria. À medida que o campo aumenta na peça polar é induzida uma corrente na bobina de sombreamento. Esta corrente produz um campo magnético que se opõe ao campo principal. O campo principal se concentra, portanto, do lado oposto das peças polares. À medida que o campo começa a diminuir o campo da bobina de sombreamento se somará ao campo principal. Essa concentração de fluxo desloca-se então para a outra borda da peça polar. Esse método de partida de motores é usado em motores muito pequenos, até cerca de 1/25 hp, para girar pequenos ventiladores, aparelhos domésticos pequenos e relógios. 3.3.9 – Motor síncrono Existem vários tipos de motores que trabalham em relógios elétricos, em pratos de toca discos e outros dispositivos que exigem precisão na rotação. Um tipo é chamado de motor síncrono de warren. Sua partida é dada utilizando-se bobinas de sombreamento na peça polar. O motor atinge a velocidade de sincronismo a partir dos efeitos das correntes parasitas que fluem no ferro do rotor e da histerese. Sua maior aplicação está nos relógios e outros dispositivos marcadores de tempo. Tipos de Motores de indução monofásicos: 1. Motor de Polos Sombreados (ou shaded pole); 2. Motor de Fase Dividida (ou split phase); 3. Motor de Condensador de Partida (ou capacitor - start); 4. Motor de Condensador Permanente (ou permanent - split capacitor); 5. Motor com Dois Condensadores (ou two-value capacitor). 3.3.10 – Motores universais Antes de comentarmos sobre os verdadeiros motores elétricos AC, vejamos um tipo intermediário de motor denominado motor universal. Esse motor pode funcionar tanto com Máquinas e Transformadores alimentação DC como AC. Um verdadeiro motor elétrico DC não aceita alimentação AC (essa inverte o sentido da corrente a cada meio ciclo e isso apenas causaria trepidações); do mesmo modo, um verdadeiro motor AC (como veremos) não aceita alimentação DC (essa não oferecerá as convenientes alterações do sentido da corrente para o correto funcionamento do motor). Porém, se substituirmos os ímãs permanentes dos estatores dos motores DC por eletroímãs e ligarmos (em série) esses eletroímãs no mesmo circuito do rotor e comutador, teremos um motor universal. Figura 17 - Esquema de um motor universal Este motor 'girará' corretamente quer seja alimentado por corrente contínua ou corrente alternada. A diferença notável entre motor universal e motor DC é que se você alimentar o motor universal com fonte DC, ele não inverterá o sentido de rotação se você inverter a polaridade da fonte (como acontece com o motor DC), continuará a girar sempre no mesmo sentido. Se você quiser realmente inverter o sentido de rotação de um motor universal deverá inverter as ligações nos eletroímãs dos estatores para inverter seus polos. Motores universais são usados, por exemplo, em batedeiras elétricas, aspiradores de pó etc. Em tais motores, com o tempo de uso, haverá desgastes nas escovas de carvão e deverão ser substituídas. Basta você levar um pedacinho da escova velha até uma loja de ferragens, comprar o par de escovas novas adequadas e repor no motor; uma operação bastante simples. Máquinas e Transformadores 3.3.11 – Motores de passo Muitos dispositivos computadorizados (drives, CDRom etc.) usam motores especiais que controlam os ângulos de giro de seus rotores. Em vez de girar continuamente, estes rotores giram em etapas discretas; os motores que fazem isso são denominados 'motores de passo'. O rotor de um motor de passo é simplesmente um ímã permanente que é atraído, sequencialmente, pelos polos de diversos eletroímãs estacionários, como se ilustra na figura 2: Figura 18 - Esquema do motor de passo Estes eletroímãs são ligados/ desligados seguindo impulsos cuidadosamente controlados de modo que os polos magnéticos do rotor se movam de um eletroímã para outro devidamente habilitado. Máquinas e Transformadores BIBLIOGRAFIA https://www.citisystems.com.br/motor-cc/ - último acesso em 29/09/2018 às 10h03min. Apostila da Escola Técnica Electra. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_de_corrente_alternada - último acesso em 28q09/2018 às 18h35min. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_ass%C3%ADncrono – último acesso em 28/09/2018 às 19h40min. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_s%C3%ADncrono – último acesso em 28/09/2018 às 19h51min. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_de_corrente_alternada - último acesso em 28q09/2018 às 18h35min. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_ass%C3%ADncrono – último acesso em 28/09/2018 às 19h40min. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_s%C3%ADncrono – último acesso em 28/09/2018 às 19h51min. Apostila de Máquinas da Escola Electra.
Compartilhar