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MÓDULO 6:
DO USUFRUTO.
CONCEITO: Usufruto é direito real de gozo, conferido a uma pessoa, durante
certo tempo, que a autoriza a retirar da coisa alheia os seus frutos e utilidades.
Deve o usufrutuário conservar a substância; e extingue-se pela morte do
usufrutuário necessariamente.
· Enquanto ao usufrutuário se transfere o direito temporário de usar e gozar da
coisa alheia, impõe-se a ele o dever de preservar a substância.
· Por ser transitório, o direito de usufruto se diferencia da enfiteuse. Ainda, a
enfiteuse atribui ao titular do direito real sobre coisa alheia (o foreiro), a
prerrogativa da disposição, o que não ocorre no usufruto. E por ser de natureza
real, o usufruto se diferencia da locação.
· O USUFRUTO COMPREENDE TODOS OS ACESSÓRIOS E ACRESCIDOS DA
COISA.
· No usufruto o domínio se desmembra: de um lado fica o nu-proprietário com o
direito à substância da coisa, a prerrogativa de dispor da coisa e a expectativa
de mais tarde ver consolidada a propriedade, porque o usufruto é sempre
temporário. De outro lado há o usufrutuário, com os direitos de uso e gozo, dos
quais se torna titular por certo tempo (de forma então transitória).
** Como em todos os outros direitos reais sobre coisas alheias, há
simultaneamente 2 titulares de direitos diversos recaintes sobre a mesma coisa.
O nu-proprietário é dono; e o usufrutuário tem o direito de uso e gozo.
· o usufruto é direito real muito abrangente (ainda que menos que a enfiteuse),
porque alcança todo o valor econômico da coisa, compatível com a conservação
da propriedade.
____________//_______
Características:
Trata-se de direito real sobre coisa alheia, de uso e gozo, temporário e
(no sistema brasileiro) inalienável.
Então as características são:
1. Direito real. Tem todos os elementos deste tipo de direito (real). Recai
sobre a coisa; o seu titular não precisa de prestação positiva de ninguém para
exercer o seu direito. Há o direito de sequela (de retirar a coisa das mãos de
outrem) e é oponível erga omnes. E sua defesa se faz através de ação real
(reivindicatória).
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2. É direito real sobre coisa alheia.
Se fosse sobre coisa própria iria se confundir com o domínio. No usufruto os
direitos de uso e gozo se incorporam ao patrimônio do usufrutuário.
3. Direitos de uso e gozo.
São do usufrutuário.
Uso é a utilização da coisa pelo usufrutuário ou seus representantes; gozo é o
direito de retirar e se apropriar dos frutos naturais e civis (rendimentos) da
coisa.
Então o usufrutuário pode consumir ou vender os frutos naturais, e também dar
a coisa em locação, recebendo os alugueres. Assim, o usufruto é diferente do
direito real de uso, em que o usuário pode se utilizar mas não pode ceder o
exercício de seu direito.
4. Temporário.
Termina obrigatoriamente com a morte ou renúncia do usufrutuário – art.
1.410, I do CC. Ou com o fim do prazo de 30 anos se o usufrutuário for pessoa
jurídica (art. 1.410, II, CC).
** Vimos no início desta aula que é diferente então da enfiteuse, que é
perpétua. É que a finalidade da enfiteuse é proteger o enfiteuta, que produz na
terra, e o interesse da sociedade, que se interessa pela melhor exploração dos
imóveis. No usufruto é o contrário – apenas se quer proteger o usufrutuário,
então só há usufruto enquanto o usufrutuário viver (por isso o usufruto é
transitório).
O usufruto é um direito real em benefício de um indivíduo. Por isso antigamente
chamavam o usufruto, o uso e a habitação de servidões pessoais.
5. Inalienável.
Só se pode alienar o usufruto para o nu-proprietário, para consolidar a
propriedade.
Art. 1.393 do CC/02 – o exercício do usufruto pode ceder-se por título gratuito
ou oneroso (enquanto a transferência do usufruto por alienação só pode ser
feita ao proprietário da coisa).
· O exercício do usufruto pode ser cedido. Ex.: o usufrutuário pode arrendar
propriedade agrícola que lhe foi deixada em usufruto, recebendo o
arrendamento, em vez de ser obrigado, ele mesmo, a colher os frutos e assumir
os riscos do empreendimento. O art. 1.399 do CC/02 completa a regra do art.
1.393, ao conferir ao usufrutuário o direito de usufruir em pessoa, ou mediante
arrendamento do prédio, sendo-lhe, entretanto, vedado mudar o gênero de
cultura, sem licença do proprietário ou autorização expressa do título.
A inalienabilidade é boa porque beneficia o usufrutuário, dando meios para a
sua subsistência. Se fosse alienável o usufruto não iria cumprir com a sua
função.
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** Muitos Códigos alienígenas admitem, no entanto, a alienação (ex.: Portugal,
França, Itália, México, Espanha).
________________//____________________
Finalidades do usufruto:
Surge no Direito Romano em época avançada da República, estando
plenamente desenvolvido ao tempo de Cícero. Desenvolve-se o usufruto para
assegurar a subsistência de determinadas pessoas (ex.: viúva), sem que os
bens saíssem do patrimônio da família.
A finalidade é, portanto, assistencial. O intuito é desmembrar o domínio e
colocar nas mãos do usufrutuário os direitos de uso e gozo, para assegurar-lhe
os meios de prover a sua subsistência. Daí o fato de o usufruto resultar via de
regra de negócio gratuito.
· Também é comum que o usufruto advenha de testamento. O testador
transfere o domínio a um sucessor, beneficiando com o uso e gozo vitalício da
coisa pessoa mais idosa, almejando garantir-lhe determinada renda. Ou pode
surgir de doação com reserva de usufruto, em que os doadores, querendo fazer
liberalidade, mas receando futuro “aperto”, guardam o direito de desfrutar a
coisa, embora transfiram o domínio dela com a doação.
__________//_________
Distinção entre usufruto e fideicomisso:
O fideicomisso é uma espécie de substituição em que o testador deixa bens a
uma pessoa (fiduciário), para que esta os transmita, por sua morte, a certo
tempo ou sob certa condição, a outra, o fideicomissário. Este fideicomissário é
necessariamente prole eventual. O intuito é beneficiar ambos.
· O fiduciário tem a propriedade dos bens, mas de forma restrita e resolúvel.
A diferença é que:
1. O usufruto é direito real sobre coisa alheia, o usufrutuário não pode alienar o
bem, não é dono; enquanto o fideicomisso estabelece para o fiduciário o direito
ainda que resolúvel de propriedade, que pode inclusive ser alienado (o
adquirente adquire uma propriedade resolúvel).
2. No fideicomisso há 2 beneficiários sucessivos. O fiduciário, que recebe a
propriedade (uso, gozo e disponibilidade) e depois findo o termo deve transferi-
la para o fideicomissário; e este último.
No usufruto os 2 beneficiários são simultâneos: um (usufrutuário) recebe o uso
e o gozo da coisa ao mesmo tempo em que o outro (nu-proprietário), que
recebe o domínio limitado daquela.
3. No fideicomisso o fideicomissário é a prole eventual de alguém (o
filho se vier a existir). Já no usufruto, como os beneficiários o são
simultaneamente, devem eles existir no momento da constituição do
usufruto. Não pode ser usufrutuária ou nu-proprietária a prole eventual
de alguém; deve haver a existência atual dos dois beneficiários, pois
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não há direito sem sujeito.
* A jurisprudência confirma a distinção, afirmando que se o testador
utilizou a expressão “passagem de bens de um para outro beneficiário”,
ou seja, domínios sucessivos, trata-se de fideicomisso. Mesmo que por
engano o testador tenha se utilizado da palavra usufruto.
__________//_________
Do objeto do usufruto:
Art. 1.390, CC – o usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou
imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou
em parte, os frutos e utilidades.
A única hipótese de doaçãolícita de todos os bens é aquela feita com
reserva de usufruto em benefício do doador.
Então o usufruto tem campo de incidência bem maior que a enfiteuse e as
servidões, que recaem somente sobre bens imóveis.
É possível então constituir usufruto sobre bem determinado ou sobre uma
universalidade de bens. Ex.: uma empresa ou determinado patrimônio.
A lei ainda trata de casos especiais de usufruto, como o de rebanhos, de bens
incorpóreos, como os direitos autorais, os títulos de crédito, as apólices e ações.
· E a lei disciplina o usufruto sobre coisas que não dão frutos, mas produtos,
como no caso de florestas e minas; e ainda permite o usufruto de coisas
consumíveis, o que teoricamente é ilógico. Veremos mais adiante estes casos
especiais de usufruto.
________//_______
Modos de constituição:
O usufruto decorre de negócio jurídico (contrato ou testamento) ou da lei. E
pode ocorrer por usucapião – ex.: quando quem faz o testamento ou concede o
usufruto por contrato não é na verdade o dono (depois o possuidor do usufruto
pode adquiri-lo por usucapião).
* Ocorre que, aquele que exerce a posse não vai adquirir apenas o usufruto, por
usucapião, e sim a propriedade inteira. Por isso é raro o usufruto por usucapião.
Se decorre de negócio jurídico, este pode ser oneroso ou gratuito, inter vivos ou
causa mortis.
· O usufruto que se estabelece a título oneroso é raro mas é possível. O mais
comum é surgir a título gratuito, já que sua finalidade é beneficente, na doação
com reserva de usufruto, ou na doação da nua-propriedade a um beneficiário, e
na do usufruto a outro.
· Obs.: o negócio jurídico não basta para constituir usufruto. Se o usufruto tiver
por objeto um imóvel, deve haver o registro, conforme art. 1.227 e 1.391, CC
(no Registro de Imóveis). E cf. a Lei nº 6.015, de 31.12.73, art. 167, I, n. 7, V.
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· O registro é regra genérica para todos os direitos reais. E no usufruto de bens
móveis a tradição é indispensável para aperfeiçoá-lo.
** O usufruto decorrente da lei: Ex.: art. 1.689, I do CC/2002 – os pais são
usufrutuários dos bens dos filhos durante o exercício do poder familiar; e
usufruto da Lei nº. 8.971/94, que foi concedido para proteger a companheira ou
companheiro de homem ou mulher solteira (concubinato puro), divorciada o
viúva, que se encontrar na situação descrita na lei. Tal benefício se extingue se
o beneficiário se casar ou participar de outra união estável.
__________//_____________
Direitos do usufrutuário:
Posse, uso, administração e percepção dos frutos (direitos gerais), cf. art.
1.394, CC.
Obs.: Adiante veremos os direitos e deveres peculiares aos usufrutos especiais.
- Posse: a posse justa e direta é protegida pelos interditos. Para alcançar tal
posse, pode o usufrutuário mover ação de imissão contra o proprietário da coisa
ou em face do instituidor do usufruto, caso estes se recusem a entregá-la.
- Uso: o uso pode ser pessoal e pode ser cedido a título oneroso ou gratuito.
Aqui o usufruto se distingue do direito real de uso, em que o usuário
apenas pode fruir pessoalmente a utilidade da coisa, quando o exigirem
as necessidades pessoais, suas e de sua família.
- Administração: pode se dar sem a ingerência do proprietário. Sua
administração é direta e só lhe é subtraída se, através dela e por causa dela, a
coisa se deteriora. Ainda, o usufrutuário perde a administração se não puder ou
não quiser dar caução.
- Frutos naturais: o usufrutuário é dono dos pendentes ao começar o
usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção. Mas perde os frutos
pendentes (em compensação) ao tempo em que cessar o usufruto, sem ter
então direito ao reembolso das despesas efetuadas para produzi-los (CC, art.
1.396, CC).
- Frutos civis: ao proprietário pertencem os vencidos na data inicial do
usufruto; e ao usufrutuário, os vencidos na data em que cessa o usufruto.
- * Questão: a locação estabelecida pelo usufrutuário se rescinde com a
extinção do usufruto?
Uns dizem que sim, porque a locação gera só direito pessoal entre as
partes, não podendo então vincular o nu-proprietário, que não é sucessor do
usufrutuário, não podendo ficar vinculado a negócio do qual não participou.
Outros dizem que a locação não se rescinde por causa da Lei do Inquilinato, que
é de ordem pública, e que tem a finalidade de proteger o inquilino, só
permitindo o seu despejo naqueles casos nela contemplados.
A primeira tese é a correta.
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_______________//_____________
Casos especiais de usufruto:
1. Usufruto dos títulos de crédito.
Art. 1.395, caput do CC/02 (art. 719 do CC/1916).
“É um quase usufruto porque seu objeto são coisas que se consomem pelo uso”.
O usufrutuário faz seus os títulos, ficando com o direito de receber as dívidas e
de reempregar as importâncias recebidas. Apenas, esta aplicação corre por
conta e risco do usufrutuário. Isto porque, cessado o usufruto, o nu-
proprietário pode recusar os novos títulos, exigindo a importância.
A caução, dada na instituição do usufruto, garante a devolução desse dinheiro.
Tal usufruto é muito raro.
2. Usufruto de um rebanho.
Art. 1.397 do CC/02.
É usufruto de universalidade. O usufrutuário desfruta de tudo o que é
produzido pelo rebanho (as crias dos animais são frutos naturais).
Dos frutos que ficam com o usufrutuário são deduzidos apenas os que
bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o
usufruto.
3. Usufruto sobre florestas e minas.
É outro caso de usufruto impróprio, porque o usufrutuário percebe produtos e
não frutos.
O corte da mata ou a exploração da mina exaurem o manancial, pois a coisa
assim obtida não se reproduz periodicamente.
Art. 1.392, §2º do CC: possibilita a existência do usufruto supra e diz que o
usufrutuário e o dono devem prefixar a extensão do gozo e a maneira de
exploração.
Obs.: o problema que surge é o da extensão do usufruto, quando silente o
título. Não se pode adotar soluções extremas. Ex.: não pode o usufrutuário
exaurir a mina ou a floresta abusivamente, pois assim destruiria a substância
da coisa (isto é proibido). E por outro lado não se pode impedir a retirada do
produto, uma vez que neste caso o usufruto perderia o seu sentido. O meio-
termo é a permissão de uma utilização razoável da coisa, em ritmo idêntico
ao que se vinha fazendo anteriormente; caso não haja elementos para tal
julgamento, a extensão do usufruto deve ser fixada pelo juiz, de acordo com a
necessidade. Ex.: usufruto constituído por testamento sobre fazenda
onde há uma serraria, que é o principal meio de exploração do imóvel –
o usufrutuário tem o direito de cortar madeiras de lei para alimentar a
serraria (RT 55/276).
4. Usufruto de coisas consumíveis.
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Art. 1.392, §1º do CC/2002. É o chamado quase usufruto, porque sua
natureza não se acomoda à ideia do instituto, Ora, se o usufrutuário não pode
dispor da substância da coisa que fica pertencendo a outro, não pode haver
usufruto de coisa fungível.
No usufruto de coisas fungíveis o usufrutuário restitui outras tantas em
quantidade e valor. Aqui as coisas dadas em usufruto passam ao domínio do
usufrutuário, que deve restituir, findo o usufruto, o equivalente em gênero,
qualidade e quantidade. Não sendo possível a restituição da coisa, deve o
usufrutuário devolver o seu valor, pelo preço corrente ao tempo da restituição,
ou pelo preço da avaliação se, no momento de se constituir o usufruto, ela foi
avaliada.
_____________//_________
Obrigações do usufrutuário:
a) decorrentes da natureza do usufruto;
são elementares ao usufruto.
São elas: a de gozar da coisa com moderação, poupando-lhe a substância,
como bom pai de família.Antigamente, o usufrutuário não estava ligado por
qualquer obrigação para com o nu-proprietário, de modo que se modificava a
substância da coisa ou se dela se apropriava ou se a destruía, praticava um
delito como qualquer terceiro, respondendo por responsabilidade aquiliana
(extracontratual).
Usufrutuário e nu-proprietário eram como vizinhos cujas propriedades se
tocavam, mas com direitos reais independentes. O usufrutuário, por exemplo,
não tinha a responsabilidade de apagar um incêndio acidental no imóvel objeto
do usufruto.
Hoje o usufrutuário se compromete a resguardar, oferecendo inclusive
caução, a coisa objeto do usufruto, obrigando-se a: gozar da coisa como
bom pai de família (sem abusos); e restituí-la ao fim do usufruto. Então
tais obrigações do usufrutuário passaram do campo delitual para o
contratual, podendo o usufrutuário ser responsabilizado pelas omissões
ocorridas em sua administração.
O usufrutuário então deve conservar a coisa, reparar os estragos, devolvê-la a
final no estado em que a recebeu, salvo deteriorações decorrentes do exercício
regular do usufruto.
Ainda, o usufrutuário deve dar ao imóvel o seu destino natural, sem alterar o
meio de cultura ou destruir-lhe a substância. Ex.: não pode cortar árvores
frutíferas; não pode exaurir a terra, deixando de adubá-la conforme as regras
elementares de agricultura e costumes locais.
· A sanção pela desobediência culposa desse princípio é a extinção do usufruto,
conf. art. 1.410, VII do CC.
________//_______
b) decorrentes da lei;
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Não são elementares ao usufruto, são de menor importância, mas visam a
melhor garantir o nu-proprietário.
Art. 1.400, CC:
1. Inventariar os bens recebidos;
O inventário é feito a expensas do usufrutuário e consiste no levantamento
pormenorizado dos bens objeto do usufruto, bem como do estado em que se
encontram. A finalidade é dizer o que deve a final ser devolvido e o estado em
que deve ser devolvido.
2. Dar caução.
A caução é real ou fidejussória e visa garantir o nu-proprietário dos prejuízos
resultantes da deterioração da coisa, bem como assegurá-lo da sua tempestiva
devolução.
Obs.: o usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perde o
direito de administração no usufruto. Porque o nu-proprietário fica privado de
garantia. O usufruto não se perde, apenas os bens serão administrados
pelo proprietário, que fica obrigado também mediante caução a
entregar ao usufrutuário o rendimento dos mesmos bens, deduzidas as
despesas de administração, entre as quais se inclui a quantia taxada
pelo juiz, para remuneração do administrador (art. 1.401, CC).
Obs.: o nu-proprietário pode dispensar o usufrutuário da caução. Além
disso, não estão obrigados à caução:
I. O doador que se reserva o usufruto da coisa doada (porque é autor
da liberalidade e a lei presume irrefragavelmente a cláusula de
dispensa, que desse modo limita o benefício).
II. Os pais, usufrutuários dos bens dos filhos menores (porque este
usufruto é inerente ao poder familiar e se justifica na ideia de que sua
finalidade é compensar os gastos que o pai faz com a criação e
educação do filho, e de que ninguém melhor que o pai zelará pelas
coisas de sua prole). Para a garantia desta havia a hipoteca legal do
art. 827, II do CC/1916, que o novo CC não repete.
______//______
3. cuidar da sua conservação e devolução.
O usufrutuário ainda tem obrigação importante com relação às
despesas da coisa dada em usufruto.
As despesas de conservação se dividem em ordinária e extraordinária. As
primeiras competem ao usufrutuário; as outras ao nu-proprietário.
A lei também atribui ao nu-proprietário as despesas ordinárias, quando não
forem módicas (CC, art. 1.404).
Isto porque o proprietário da coisa é que em longo prazo vai se aproveitar do
resultado de tais despesas. Mas a regra pode levar à injustiça por forçar o
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proprietário, que nada tira de seu prédio, a um gasto que talvez não consiga ver
reembolsado em vida.
** Pelas despesas extraordinárias ou ordinárias não módicas o proprietário em
compensação pode cobrar juros do usufrutuário. Porque por meio de tais
despesas Incorporou novos recursos ao capital original.
· não são módicas as despesas superiores a 2/3 do líquido rendimento de um
ano (art. 1.404, §1º, CC).
____________//__________
Da destruição e do seguro:
Regras:
· Destruição sem culpa do proprietário: o usufruto se extingue e o
proprietário não é obrigado a empreender a reconstrução. E se o
proprietário ás suas expensas o reconstruir o usufruto não se restabelece.
· Destruição por culpa de terceiro: o terceiro é obrigado a indenizar – o usufruto
se sub-roga na importância da indenização. De modo que os frutos civis, por
esta produzidos, caberão ao usufrutuário.
· O mesmo ocorre se o prédio destruído está no seguro, ou se é desapropriado:
o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor do seguro, ou na indenização
recebida do expropriante.
· Não é obrigatório por lei assegurar a coisa tida em usufruto. Mas o seguro é
bom para ambas as partes. Se a coisa estiver segura, deve ser mantida assim,
e o usufrutuário deve pagar, durante o usufruto, os prêmios devidos. Mas se
não estiver no seguro, não é ele obrigado a segurá-la (pode contudo fazê-lo).
· O nu proprietário não pode colocar coisa no seguro, se antes não estava, e
obrigar o usufrutuário a pagar os prêmios. Art. 1.407, CC – determina que o
usufrutuário só é obrigado a pagar as contribuições do seguro se a coisa estiver
segurada. E as regras que impõem obrigações devem ser interpretadas
estritamente. Então, se a coisa não estiver no seguro e o usufrutuário
não a quiser segurar, pode o nu-proprietário fazê-lo à sua custa. Mas,
neste caso, se houver sinistro, o usufrutuário não se beneficia com a
indenização.
· Se o usufrutuário fizer seguro, ao proprietário cabe o direito dele resultante
contra o segurador (art. 1.407, §1º). Mas (vimos) o usufruto se sub-roga na
indenização.
_________//_________
Da extinção do usufruto:
Há várias causas – algumas recaem sobre a pessoa do usufrutuário; outras
sobre a coisa em que recai o usufruto; e há causas que se referem à própria
relação jurídica.
I. Causas de extinção do usufruto relativas à pessoa do usufrutuário.
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a) O usufruto se extingue pela morte do usufrutuário. Isto para que não haja
usufrutos sucessivos, capazes de afastar do comércio, indefinidamente,
determinado bem.
· Para assegurar a temporariedade do usufruto, o legislador determina sua
extinção com a morte do usufrutuário e limita sua duração, quando o
usufrutuário for pessoa jurídica, a 30 anos.
· Art. 1.411, CC – exceção à regra: constituído o usufruto em favor de duas ou
mais pessoas, a parte da pessoa que falecer se extingue salvo se por
estipulação expressa o quinhão do pré-morto couber ao sobrevivente. Então a
morte não extingue o usufruto se este for instituído em favor de vários, e tiver
havido ajuste em que se convencionou o direito de acrescer entre os
sobreviventes.
** problema grave é o conflito desta regra com o preceito que assegura aos
herdeiros necessários direito à legítima. O caso é o seguinte: o casal doa os
bens aos filhos reservando-se o usufruto e estipulando, no instrumento, que por
morte de um dos usufrutuários seu direito acrescerá ao do outro.
A cláusula restringe a legítima do herdeiro, porque o este tem direito de receber
a legítima sem qualquer restrição (salvo as restrições - ônus do art. 1.848,
caput do CC/02). Portanto, a cláusula que determina o acrescimento do
usufruto em favor do consorte sobrevivente é ineficaz quando prejudica a
reserva dos herdeiros necessários.Cancela-se então neste caso o usufruto na
parte relativa ao doador falecido. Obs.: se a doação não é de todos os bens,
ou melhor, se não atinge a legítima, valerá o direito de acrescer em
favor dos pais usufrutuários.
b) O usufruto se extingue pelo termo de sua duração (art. 1.410, II).
c) o usufruto se extingue por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou
deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação (art.
1.410, VII).
________//_______
II – Causas de extinção do usufruto relativas ao seu objeto. O usufruto
se extingue pela destruição da coisa.
Se a destruição da coisa se deu por culpa de terceiro, que foi condenado a
reparar o prejuízo, se a coisa estava no seguro, ou se foi desapropriada, o
direito do usufrutuário se sub-roga na indenização recebida, da maneira como
foi dito (supra).
________//_______
III – Causas de extinção do usufruto que incidem sobre a relação
jurídica.
O usufruto se extingue pela consolidação, fenômeno que se apresenta quando
na mesma pessoa se encontram as qualidades de usufrutuário e de nu-
proprietário (art. 1.410, VI).
Extingue-se também pela cessação da causa que o origina. Ex.: usufruto do pai
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sobre os bens do filho menor sob poder familiar. Se o filho se torna maior, ou se
o pai perde o (decai do) poder familiar, o usufruto termina, consolidando-se a
propriedade (art. 1.410, IV).
A prescrição extintiva também extingue o usufruto. Ela resulta do não uso do
usufruto, durante o lapso de tempo do art. 205 do CC/02 - 10 anos.
· O CPC, entre os procedimentos de jurisdição voluntária, determina que
a extinção do usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário,
do termo da sua duração ou da consolidação, processar-se-á na forma
ali estabelecida (art. 725, VI, CPC/2015 e art. 1.112, VI, CPC/1973).
______________________//__________
DO USO:
É espécie de usufruto de abrangência mais restrita – não pode ser objeto de
cessão e é limitado pelas necessidades do usuário e de sua família. Só inclui o
jus utendi – direito de usar coisa alheia.
Historicamente, o uso era direito que recaía sobre coisa que não rendia frutos,
sem a possibilidade de se auferir os frutos civis. Tal direito se constituía sobre
uma biblioteca, ou sobre um escravo, por exemplo. Se recaísse sobre imóvel,
não abrangia o jus fruendi.
Conceito – direito real sobre coisa alheia em que o usuário pode se utilizar da
coisa, mas não tem direito aos frutos[1]. O uso é próprio ou de sua família.
Para calcular quais as necessidades do usuário (art. 1.412, §1º do CC) deve-se
verificar sua condição social e o local onde vive.
Pode recair sobre bem móvel ou imóvel, mas não sobre coisas consumíveis, pois
neste caso estaria transferida a propriedade.
Art. 1.412, §2º, CC – determina que as necessidades da família do usuário
compreendem as de seu cônjuge, as dos filhos solteiros e as das pessoas de
seu serviço doméstico.
Assim, o uso familiar pode ser feito:
- pelo próprio usuário;
- pelo cônjuge ou convivente do usuário;
- pelos filhos solteiros;
- pelos membros da entidade familiar monoparental;
- pelas pessoas que prestam serviço doméstico ao usuário.
_______________//___________
DA CONSTITUIÇÃO:
Quando se tratar de direito real sobre imóvel, só se inicia do registro junto ao
registro imobiliário respectivo.
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http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn1
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn1
__________//____________
Das regras:
1. o usuário não pode ceder o direito de uso ou locar a coisa – só pode usar,
pessoalmente ou por membros de sua família (verificar a abrangência do uso
familiar, descrito acima);
2. o usuário não tem direito aos frutos, salvo aqueles que servirem às suas
necessidades pessoais e às de sua família;
3. as condições pessoais do usuário são avaliadas conforme sua condição social
e o local onde vive;
4. aplicam-se ao uso as regras do usufruto, no que couber.
________________//______________
Ações relacionadas ao uso (ações usuárias):
1. ação confessória: visa o reconhecimento do direito de uso;
2. ação negatória: tem o escopo de impedir o uso;
3. ação possessória: para defender a posse da coisa sobre a qual recai o uso;
4. ação restituitória do uso: ajuizada pelo proprietário ou seus herdeiros, em
face do usuário, para a restituição da coisa, ante a extinção do direito real de
uso.
____________//_______________
Obs.: O direito real de uso se extingue pelas mesmas causas de extinção do
usufruto .
_______________________//________________
DA HABITAÇÃO.
Art. 1414 e s. do CC.
Do Conceito:
O direito real de habitação, ainda mais restrito que o de uso, consiste na
faculdade de residir gratuitamente num prédio, com sua família.
O que caracteriza este direito real é que o seu titular deve residir ele próprio,
com sua família, no prédio em causa, não o podendo ceder, a título gratuito ou
oneroso.
Assim, não pode o habitante, titular do direito real de habitação, locar o imóvel
a terceiro, ou empresta-lo (art. 1414, CC).
________________________//____________________
Da pluralidade de habitantes:
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Conforme art. 1415 do CC, no caso de serem vários titulares do direito,
qualquer deles, que habite sozinho a casa, não terá de pagar o aluguel aos
outros, mas não os pode impedir de exercer, querendo, o direito que lhes
compete de habitá-la.
________________________//_______________
Das regras:
Ao uso e à habitação se aplicam, naquilo que não contrariarem suas naturezas,
as disposições concernentes ao usufruto (art. 1416, CC).
_______________//__________________
Da instituição:
Somente se constitui com o registro junto ao Registro Imobiliário do foro de
circunscrição do imóvel.
_____________//___________
DA PROMESSA IRRETRATÁVEL DE VENDA (o direito real do
compromissário comprador do imóvel - art. 1.225, VII do CC).
· Art. 1.417 e 1.418 do CC.
Introdução:
A promessa irretratável de venda de um bem imóvel (desde que não haja
cláusula de arrependimento e registrada no Registro de Imóveis) confere ao
promissário comprador direito real sobre a coisa.
As consequências de ser direito real o do compromissário comprador são:
oponibilidade erga omnes e possibilidade de alcançar a adjudicação
compulsória.
* A regra tem origem no art. 22 do Dec.-lei n. 58, de 10.12.1937, com a
redação dada pela Lei n. 649, de 11.3.1949. Assim a Lei inseriu no rol taxativo
do art. 674 do CC/1916 mais este direito real.
** A Lei n. 4.380, de 21.8.1964, art. 69, estendeu referido direito real ao
promitente cessionário de compromissos de venda e compra, de imóveis não
loteados e sem cláusula de arrependimento. A irretratabilidade do negócio é
condição de surgimento do direito real, e não consequência de sua existência.
________________________//_________________
DA NATUREZA JURÍDICA:
É direito real sobre coisa alheia, pois a coisa ainda pertence ao promitente
vendedor.
Os direitos reais sobre coisa alheia, como dissemos, podem ser de gozo ou de
garantia. A promessa irretratável de venda tem o caráter de direito real de
gozo, pois o legislador não quis afetar a coisa ao pagamento preferencial do
credor, mas sim conferir ao promissário comprador prerrogativas sobre a coisa
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vendida: a) a de gozá-la e de fruí-la; b) a de impedir sua válida alienação a
outrem; c) a de obter sua adjudicação compulsória, em caso de recusa do
promitente em outorgar ao promissário a escritura definitiva de venda e
compra.
Para Roberto Senise Lisboa, no entanto, o direitoreal do
compromissário comprador não é nem de gozo e nem de garantia, mas
direito real de aquisição, que possibilita a titularidade sobre
determinada coisa – não confere direito de fruição e nem de garantia ao
seu titular[2].
________________//____________
Modos de constituição e requisitos.
O CC/2002 não distingue imóvel loteado e não loteado e deixa ser a promessa
(sem cláusula de arrependimento e registrada no cartório de Registro de
Imóveis) por instrumento pública ou particular. Assim se adquire direito real à
aquisição do imóvel – art. 1.417, CC.
A inexistência de cláusula de arrependimento importa irretratabilidade, de modo
que o contrato só se rescinde por distrato ou por descumprimento de obrigação
assumida.
Além da irretratabilidade (inexistência de direito de arrependimento), o contrato
deve ainda ser irrevogável, insuscetível de modificação.
_________//__________
Esboço histórico:
A promessa bilateral de compra e venda é contrato preliminar e tem por
finalidade (como todo contrato preliminar) gerar para as partes a obrigação de
fazer um contrato definitivo. Mediante convenção, as partes ajustam de levar a
efeito, em momento oportuno, um contrato definitivo de venda e compra.
Já dissemos porque é importante o compromisso de venda e compra (às vezes
o incorporador ainda não é dono do terreno em que vai construir, e precisa, no
entanto, vender futuras unidades autônomas do prédio que não existe ainda,
que ainda será construído. Então sem objeto as partes firmam compromisso de
venda e compra). E a promessa bilateral de venda e compra surge como
garantia do vendedor, pois este, nas vendas de imóveis a prazo adia o
pagamento do preço, a transferência do domínio.
O crescimento das populações urbanas provocou a exploração e a venda de
consideráveis áreas de terrenos, para as construções residenciais. Para facilitar
tal venda, recorreram os interessados ao remédio de parcelar o preço; e, para
garantir o vendedor, usou-se o contrato preliminar de promessa de venda.
A lei quis proteger os adquirentes. Em busca de terrenos loteados vendidos a
prestação, o comprador se deparava com situações como áreas litigiosas ou
alheias, ou áreas sem documentação suficiente.
E a valorização das terras levou ao inadimplemento das obrigações por parte
dos promitentes vendedores. Estes recebiam o preço pelo qual prometiam
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http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn2
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftn2
vender lotes de terrenos, percebiam que os terrenos valiam mais e, desistindo
do contrato preliminar, pagavam perdas e danos e desistiam da venda. A
desistência em fase de contrato preliminar ensejava apenas perdas e danos.
Hoje, quando se desiste de obrigação de fazer que envolve declaração de
vontade, como a outorga de escritura pública, cabe a execução especificada.
Tal arrependimento lícito era meio de enriquecimento para os
promitentes vendedores – a indenização a que eram condenados era
inferior ao proveito auferido.
O arrependimento era prejuízo para o promissário comprador – este
pagava o preço e o vendedor se recusava em outorgar a escritura
definitiva, tendo o comprador que recorrer à via judicial para pleitear
perdas e danos. O comprador não quer perdas e danos, mas o terreno
que comprou, cujo preço pagou e que agora lhe é recusado.
Como solução surge o Dec.-lei n. 58, de 10.12.1937, que dispõe sobre
loteamento e venda de terrenos a prestação, e INSTALA NOVO REGIME DA
PROMESSA DE COMPRA E VENDA A PRESTAÇÃO DE IMÓVEIS LOTEADOS – CRIA
PARA O PROMISSÁRIO COMPRADOR O DIREITO REAL COM OPONIBILIDADE A
TERCEIROS E A PRERROGATIVA DE OBTER ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA.
Obs.: A lei não abrangia genericamente as promessas de imóveis não
loteados, ou com pagamento a vista. A Lei n. 649, de 11.3.1949, deu
nova redação ao art. 22 do Dec.-lei n. 58, estendendo as mesmas
vantagens ao negócio de promessa de venda e compra de imóveis não
loteados, com pagamento a vista ou a prazo. Basta que a promessa de
venda seja sem cláusula de arrependimento e inscrita no Registro de
Imóveis.
Confere-se assim direito real ao promissário comprador. O mesmo
ocorre para as unidades autônomas dos condomínios em edificações –
art. 35, §4º da Lei nº 4.591, de 16.12.1964.
O que se queria era garantir a seriedade da oferta ao público. Impunha-se ao
vendedor a prestação, de terrenos loteados, a obrigação de apresentar, na
circunscrição imobiliária competente, a prova do domínio do imóvel, plano de
loteamento, certidão negativa de impostos e ônus reais, e um exemplar do
contrato-tipo de vendas. O registro desses documentos, que devia preceder ao
início das vendas, feito depois da convocação dos interessados para o
impugnarem, e sob fiscalização do oficial público e mesmo de juiz, representava
segurança para que não acessassem o mercado imobiliário aventureiros
inescrupulosos.
Para não correr o risco de não receber a escritura pública, por recusa do
vendedor, a Lei (art. 16) determinou o direito à adjudicação do lote.
A regra está também no art. 501 do CPC/2015 (art. 466-A do CPC/1973).
* A regra mais importante do Dec.-lei n. 58 era o art. 5º, que conforme art. 676
do CC/1916 atribuía ao compromissário comprador direito real oponível a
terceiro, quanto à alienação e oneração posterior, desde que averbasse o
contrato no Registro de Imóveis.
__________//__________
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Conteúdo do direito real.
Antes o contrato preliminar de venda e compra de bem imóvel gerava para o
vendedor obrigação de fazer consistente em prestar declaração de vontade
-outorgar escritura pública de venda e compra. O comprador pelo contrato
preliminar tinha direito pessoal, apenas, de reclamar a execução do ajuste, e o
vendedor então em caso de recusa era obrigado a pagar perdas e danos.
Como era direito pessoal, não havia como vincular terceiros ao negócio original
– se o promitente vendedor alienasse a coisa prometida, o promissário ficava
sem ação contra o adquirente, só lhe restando o direito de reclamar, do
contratante inadimplente, o ressarcimento das perdas e danos.
Com o status de direito real, o contrato levado a registro confere ao
compromissário comprador oponibilidade erga omnes, para que o comprador
obtenha adjudicação compulsória.
A oponibilidade a terceiros significa que, com o registro, qualquer alienação
que o dono faça é anulável por colidir com um direito preexistente do
promissário.
Por ser oponível o seu direito a terceiro, há a prerrogativa da sequela – o
promissário comprador pode buscar a coisa nas mãos de quem quer que a
detenha, para sobre ela exercer o seu direito real.
________________________________//____________________
Adjudicação compulsória: é outra prerrogativa que constitui conteúdo de
direito real – é a possibilidade de obter declaração judicial ordenando a
incorporação do bem (objeto do negócio) ao patrimônio do adquirente. Se o
alienante se recusa a outorgar escritura pública, o comprador tem meio
compulsório para se sobrepor a tal recusa.
Proposta a adjudicação, o compromitente vendedor é notificado para em 10
(dez) dias oferecer resposta, justificando a sua recusa em outorgar a escritura
pública ao compromissário comprador.
A adjudicação compulsória é cabível ainda quando o imóvel tiver sido alienado a
terceiro indevidamente.
Obs.: O direito de posse e de ceder os seus direitos, que tem o promissário
comprador, não decorrem da realidade de seu direito, são acessórios da
convenção – se não houver disposição em sentido contrário. Orlando Gomes
acha o contrário: que isto decorre de direito real.
Obs.: A constituição em mora do promissário comprador depende de prévia
interpelação (judicial ou por cartório de Registro de Títulos e Documentos), com
15 dias de antecedência. Isto representa mais vantagem para o promissáriocomprador.
· Há neste sentido julgado aceitando a consignação em pagamento
cinco anos após o atraso, pelo comprador – porque o devedor não foi
constituído em mora.
_______________________________//___________
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[1] Salvo aqueles que servirem às suas necessidades pessoais e às de sua
família.
[2] Manual de Direito Civil. Vol. 4. 3ª edição. Editora Revista dos Tribunais. P.
477.
Exercício 1:
O exercício do usufruto pode ser cedido. O usufrutuário pode arrendar a
propriedade agrícola que lhe foi deixada em usufruto, recebendo o
arrendamento, em vez de ser obrigado, ele mesmo, a colher os frutos e assumir
os riscos do empreendimento. É certo afirmar que o usufruto:
A)
É direito real inalienável, posto que personalíssimo, salvo o direito de alienação
ao nu-proprietário.
B)
Pode ser alienado a terceiro, a título oneroso ou gratuito, respeitando-se o
direito de preferência do nu-proprietário.
C)
Não pode ser alienado ao nu-proprietário.
D)
Assim como o direito de superfície, transfere-se aos herdeiros com a morte do
usufrutuário.
E)
É menos amplo que o direito real de habitação.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Exercício 2:
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http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftnref1
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftnref1
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftnref2
http://adm.online.unip.br/blank.htm#_ftnref2
Examine as seguintes proposições e assinale a alternativa correta:
I. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um
patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os
frutos e utilidades.
II. A única hipótese de doação lícita de todos os bens é aquela feita com
reserva de usufruto em benefício do doador.
III. O usufruto tem campo de incidência bem maior que a enfiteuse e as
servidões, que recaem somente sobre bens imóveis.
IV. A lei permite casos especiais de usufruto, como o de rebanhos, de bens
incorpóreos, como os direitos autorais, os títulos de crédito, as apólices e ações.
São corretas:
A)
Somente as afirmativas I e II.
B)
Somente as proposições III e IV.
C)
Somente as proposições I, II e IV.
D)
Somente as proposições I e III.
E)
Todas as proposições.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 3:
Analise as proposições abaixo a assinale a alternativa correta:
Não há usufruto sobre coisas que não dão frutos, como florestas e minas
PORQUE
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O propósito do usufruto é permitir ao usufrutuário que recolha frutos civis e
naturais do bem imóvel.
Pode-se afirmar que:
A)
As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira.
B)
As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira.
C)
Somente a primeira proposição é correta.
D)
Somente a segunda proposição é correta.
E)
As duas proposições são incorretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
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Exercício 4:
A promessa irretratável de venda de um bem imóvel, desde que não haja
cláusula de arrependimento e registrada no Registro de Imóveis, confere ao
promissário comprador direito real sobre a coisa. Trata-se de direito real:
A)
Oponível apenas em face do compromitente vendedor.
B)
Não previsto no Código Civil de 2002.
C)
Que decorre do contrato, ainda que não haja o registro imobiliário.
D)
De garantia, como a hipoteca, o penhor e a anticrese.
E)
Não previsto no rol de direitos reais do revogado Código Civil de 1916.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 5:
Quanto ao usufruto, analise as afirmativas abaixo:
I. Termina obrigatoriamente com a morte ou renúncia do usufrutuário.
II. Extingue-se ao fim do prazo de 10 anos se o usufrutuário for pessoa jurídica.
III. Extingue-se com a morte do nu-proprietário.
IV. Não se extingue com a alienação do bem objeto do usufruto pelo nu-
proprietário.
São corretas somente:
A)
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 I e II.
B)
 I e III.
C)
II e III.
D)
II e IV.
E)
 I e IV.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 6:
Sobre o direito real de habitação, examine as afirmativas a seguir:
I. O direito real de habitação, ainda mais restrito que o de uso, consiste na
faculdade de residir gratuitamente num prédio, com sua família.
II. O que caracteriza o direito real de habitação é que o seu titular deve residir
ele próprio, com sua família, no prédio em causa, não o podendo ceder, a título
gratuito ou oneroso.
III. Não pode o habitante, titular do direito real de habitação, locar o imóvel a
terceiro, ou empresta-lo.
Pode-se afirmar que:
A)
Somente I e II são corretas.
B)
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Somente I e III são corretas.
C)
Somente II e III são corretas.
D)
Todas são corretas.
E)
Todas são incorretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Exercício 7:
O usufruto de coisas consumíveis:
A)
 é ilícito, porque sua natureza não se acomoda à ideia do instituto, uma vez que
o usufrutuário não pode dispor da substância da coisa.
B)
 não pode ser estabelecido porque não pode haver usufruto de coisa fungível.
C)
 obriga o usufrutuário a restituir outras coisas, de espécie diversa, ainda que
em quantidades e valores diferentes, ao nu-proprietário.
D)
 implica que as coisas dadas em usufruto passam ao domínio do usufrutuário,
que deve restituir, findo o usufruto, o equivalente em gênero, qualidade e
quantidade.
E)
 obriga o usufrutuário à restituição da coisa em espécie, ou seja, o mesmo bem
ofertado em usufruto deve ser restituído ao fim do direito real.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 8:
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Diante da pluralidade de titulares do direito real de habitação, qualquer deles,
que habite sozinho a casa, não terá de pagar o aluguel aos outros.
II. Ao uso e à habitação se aplicam, naquilo que não contrariarem suas
naturezas, as disposições concernentes ao usufruto.
III. A morte do titular do direito real de habitação transfere aos seus herdeiros
esse direito real sobre coisa alheia.
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A)
Somente I e II são corretas.
B)
Somente I e III são corretas.
C)
Somente II e III são corretas.
D)
Todas são corretas.
E)
Todas são incorretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Exercício 9:
Quanto ao direito real de uso, assinale a alternativa incorreta:
A)
É mais restrito que o usufruto, pois não pode ser objeto de cessão e é limitado
pelas necessidades do usuário e de sua família.
B)
Para calcular quais as necessidades do usuário deve-se verificar sua condição
social e o local onde vive.
C)
Pode recair sobre bem móvel ou imóvel, mas não sobre coisas consumíveis,
pois neste caso estaria transferida a propriedade.
D)
As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, as dos
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filhos solteiros e as das pessoas de seu serviço doméstico.
E)
O uso familiar pode ser feito pelo próprio usuário, seu cônjuge ou convivente,
seus filhos solteiros, e seus ascendentes e colaterais até o quarto grau.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 10:
Quando o usufrutuário for pessoa jurídica, é correto afirmar que:
A)
O usufruto se extingue após 30 anos, independentemente do prazo previsto no
contrato de usufruto firmado entre as partes.
B)
 O usufruto se extingue após 10 anos.
C)
 O usufruto é por prazo indeterminado, vigendo perpetuamente, até que ocorra
o distrato.
D)
 Extinguir-se-á em 30 anos, salvo convenção em sentido contrário.
E)
 Nenhuma das anteriores.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Exercício 11:
José é usufrutuário de um imóvel, sendo este imóvel de propriedade de Pedro.
Caso ocorra o perecimento do imóvel sobre o qual recai o direito real de
usufruto, é incorreto afirmar que:
A)
Se a destruição ocorre sem culpa de Pedro, o usufruto se extingue e Pedro não
é obrigado a empreender a reconstrução.
B)
Se Pedro às suas expensas reconstruir o imóvel, o usufruto não se restabelece.
C)
Caso a destruição decorra de culpa de terceiro, este é obrigado a indenizar e o
usufruto se sub-roga na importância da indenização, de modo que os frutos
civis, por esta produzidos, caberão ao José.
D)
 Se o imóvel destruído está no seguro, ou se é desapropriado, o direito de José
fica sub-rogado no valor do seguro, ou na indenização recebida do
expropriante.
E)
É obrigatório assegurar a coisa tida em usufruto, de modo que José deve pagar,
durante o usufruto, os prêmios devidos, ainda que antes do usufruto o imóvel
não estivesse assegurado.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
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Exercício 12:
Quanto aos frutos naturais, no direito real de usufruto, assinale a alternativa
incorreta:
A)
 o usufrutuário é dono dos frutos naturais pendentes ao começar o usufruto,
sem encargo de pagar as despesas de produção.
B)
 o usufrutuário perde os frutos pendentes ao tempo em que cessar o usufruto,
sem ter direito ao reembolso das despesas efetuadas para produzi-los.
C)
 o usufrutuário é dono dos frutos naturais pendentes ao começar o usufruto,
mas fica obrigado a pagar as despesas de produção.
D)
 os frutos naturais durante o usufruto pertencem ao usufrutuário.
E)
 safras de imóveis rurais são exemplos de frutos naturais aos quais o
usufrutuário tem direito no curso do usufruto.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
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