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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LEONARDO MILANEZ COUTO ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE IGREJA BATISTA REGULAR FORTALEZA 2019 LEONARDO MILANEZ COUTO ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE IGREJA BATISTA REGULAR Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino FORTALEZA 2019 LEONARDO MILANEZ COUTO ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE IGREJA BATISTA REGULAR Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em___/___/______. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________________ Profª. Dra. Elaine Freitas de Sousa Universidade Federal do Ceará (UFC) _____________________________________________________ Prof. Dr. Bruno Chaves Correia Lima Universidade Federal do Ceará (UFC) AGRADECIMENTOS Após a longa caminhada rumo a conquista da graduação, chega ao fim o último capítulo desta saga. Com vários desafios e conquistas, com ótimos professores, que me instigaram a buscar cada vez mais conhecimento e superar minhas limitações de conhecimento. Venho agradecer primeiramente a Deus por todas as bençãos que me deste nesse período, pela minha vida, saúde, pela minha família e amigos. Pois tudo sem Ele, não seria nada, sendo tudo para a glória dEle. Que Ele venha a abençoas as suas igrejas, seus missionários e seminaristas a estarem sempre aptos e preparados para irem a qualquer localidade pregar o evangelho a luz de Sua escritura, Gostaria de agradecer ao apoio da minha esposa Gihanna, que me deu suporte e apoio em todo esse tempo. Aos meus pais Aldir e Helda, por tudo que fizeram e fazem em minha vida, por toda a educação ensinamentos, e ao meu irmão Vinícius. Não posso deixar de agradecer a todos aos amigos mais chegados que irmãos: ao Valderir, ao casal Felipe e Ariadna Cruz, ao Carlos José, ao Carlos Castro, a Rosária, ao Henrique Roges, ao Jeronimo, à Thainá, ao casal Gabriel e Sara, ao Ezequias, ao casal Valney e Dani Veraz, ao casal Jaime e Leila, e a todos os membros da Igreja e todos os que se empenharam a fazer com que a congregação se mantivesse firme na fé e nas escrituras como é hoje. Especialmente ao amigo Erik Henrique que além de apoio me ajudou a ajustar este trabalho às normas ABNT e fazer as correções de português. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. “ (Salmos 23:4) RESUMO A religiosidade se mostra presente no cotidiano do brasileiro. As expressões da crença em Cristo são as majoritárias nesse contexto. Este trabalho se põe na situação de analisar a administração realizada em contexto religioso, com foco na administração dos recursos de uma igreja batista regular de Fortaleza, no Ceará. Objetivou-se entender qual corrente entre Fayol, Taylor, Ford e Weber que era mais presente no cotidiano da igreja e da sua administração. Encontrou-se maior similaridade com o modelo proposto por Weber, principalmente por posicionar-se a favor da burocracia e da qualificação de pessoal. Os métodos usados foram a pesquisa documental, visto visualização de informações nos estatutos, nos relatórios financeiros e nas atas financeiras da igreja e a pesquisa-ação em que se baseou em um estudo de pesquisa ação pela vivência do autor com a igreja em estudo por um período como membro e por dois anos como tesoureiro. Ao buscar através das pesquisas é observado que a organização tem a forma de autoridade legal-racional, pois há normas e regras para que as operações fluam e mesmo com um nível de hierarquia plana e equiparada, existe o papel do pastor como responsável frente à igreja. Palavras-Chave: Administração eclesiástica. Igreja batista regular. Tomada de decisão. ABSTRACT Religiosity is present in the daily life of Brazilians. Expressions of belief in Christ are the majority in this context. This paper sets out to analyze the administration performed in a religious context, focusing on the administration of the resources of a regular Baptist church in Fortaleza, Ceará. The objective was to understand which current between Fayol, Taylor, Ford and Weber was more present in the daily life of the church and its administration. Greater similarity was found with the model proposed by Weber, mainly because of its position in favor of bureaucracy and personnel qualification. The methods used were documentary research, as information was viewed in the church's bylaws, financial reports, and financial minutes, and action research was based on an action research study by the author's experience with the church being studied by an author. period as a member and for two years as treasurer. When searching through the research it is observed that the organization has the form of legal-rational authority, because there are norms and rules for the operations to flow and even with a level of flat and similar hierarchy, there is the figure of the pastor as responsible to the church. Keywords: Church administration. Regular Baptist Church. Decision making. E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Lucas 10:2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 10 1.1 Objetivo Geral 11 1.2 Objetivos Específicos 11 1.3 Organização do Trabalho 12 2 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 14 2.1 As bases da administração eclesiástica 15 2.1.1 Administradores que influenciaram a administração 16 2.1.1.1 Sobre Fayol 17 2.1.1.2 Sobre Taylor 18 2.1.1.3 Sobre Ford 18 2.1.1.4 Sobre Weber 20 2.1.2 A tomada de decisão 21 2.1.3 A forma de expansão 22 2.2 A administração eclesiástica 22 3 GESTÃO NAS IGREJAS 24 3.1 Igreja primitiva 25 3.2 Igreja batista 30 3.2.1 Batistas regulares 31 4 METOLOGIA 32 5 ANÁLISE DE RESULTADOS 34 5.1 História da igreja local 34 5.2 Tomada de decisões 36 5.3 Indicação de representantes 40 5.4 Crescimento e expansão 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 REFERENCIAL TEÓRICO 51 10 1 INTRODUÇÃO O Brasil é conhecido como um país por respeitar todas as pessoas e para todas as religiões, visto que se declara um país laico, que não impõe restrições para as práticas religiosas de qualquer caráter em todo seu território. Neste país, tem pessoas que são católicas, evangélicas, espíritas, umbandistas, judaizantes, islâmicos, hinduístas, budistasg, entre outras. De acordo com o censo do IBGE, em 2010, as religiões que possuem mais adeptos no Brasil são a católica com 64,6% e a evangélica com 22,2% (BRASIL, 2018). O número de evangélicos vem crescendo a cada ano, entre 2000 e 2010 o crescimento foi mais de 61%, para comportar esses novos convertidos é necessário que as igrejas aumentem ou criem pontos de pregação para que essas pessoas possam ter onde ouvir sobre as escrituras bíblicas mais próximas de suas casas. Segundo dados da Receita Federal obtido através do registro de igrejas foram abertas em média 25 igrejas evangélicas por dia, dados esses obtidos entre 2000 e 2017 (GOSPEL MAIS, 2019). Esse número pode ser surpreendente, porém no Brasil há legislação que prevê regras para criação deuma organização religiosa. O artigo 44 do Código Civil diz que o registro dessas organizações seja semelhante ao de pessoas jurídicas de direito privado. Isso implica que mesmo ela não possuindo interferência de órgão regulador para sua operação, assim como em suas tomadas de decisões, ela tem obrigações fiscais e tributárias, pagando o seguro social e guia da previdência social de seus pastores e funcionários, além de pagar a arrecadação da receita federal. Mas o Brasil tem um grande grupo de organizações religiosas que trabalham de forma informal, seja por conta de recursos escassos, por falta de conhecimento ou para evitar a burocracia demandada que é formalizar-se (FOLHA DE SÃO PAULO, 2018). A igreja como uma organização social, é pessoa de direito privado, não podendo se comportar como autônoma e sem subordinação nenhuma ao estado, ela deve ter o seu lado administrativo como secundário, pois tem como objetivo principal a pregação da bíblia. Focando em que mais pessoas possam ouvir as pregações e aos que se convertem ao cristianismo possam ter uma comunidade a qual dividam seus valores, que possa se relacionar e que possam se desenvolver mais como pessoas. No ponto de obrigações legais se assemelha a qualquer organização que não seja religiosa: prestação de contas validada por um contador, ter seu templo aprovado pelo corpo de bombeiros e pagamentos de impostos (DIREITO 11 NOSSO, 2019). Ela não deve se omitir dessas obrigações, por vezes problemas financeiros podem ocorrer e algumas contas ficarem em atraso, porém quando possível deve quitar e tentar ser irrepreensível em todos as suas obrigações. Como toda organização, o bom funcionamento não depende de ter o reconhecimento social de que está operando normalmente, assim como com os membros e obrigações legais. Ela também necessita de uma organização interna, quem vai cuidar do dia a dia da igreja, quem pagará as contas, quem irá recolher as ofertas e dízimos, quem atuará na área de divulgação de informações da igreja, além de cuidar da manutenção e zeladoria. Tudo isso não pode ficar somente na mão de uma pessoa, pois acabaria se sobrecarregando, dificultando para tomar decisão dos próximos passos da igreja, sobre investimento em melhorias da infraestrutura, equipamentos ou novo ponto de pregação. Deve existir também um conselho que possa coordenar para que não seja apenas imposição de uma pessoa só, pois isso poderia acabar sendo perigoso para a sustentabilidade da organização, pois pode quebrar o fluxo de caixa ou passar por uma desaprovação da congregação (DRUCKER, 1974). Este trabalho, então, propõe-se a análise da administração eclesiástica de dentro para fora, visto que o autor e escritor desta pesquisa esteve como tesoureiro da igreja em análise por dois anos. Com efeito, no decorrer desse tempo, ficou evidente de como a igreja pensa no sustento de missões, de maneira que pode ser feito em meio a tantas prioridades e dificuldades com que esse chamado não seja esquecido. Encontra força e motivação, na importância de falar-se de motivações e de modelos de administração pouco ortodoxos ou menos usuais, que, todavia, encontram-se no mundo de maneira crescente e representam também o modo de existir e pensar de alguns indivíduos. 1.1 Objetivo Geral Analisar em uma organização de cunho religioso como é o comportamento e a hierarquia da igreja para operar diariamente suas atividades para que a missão da igreja não se perca. 1.2 Objetivos Específicos Com o intuito de fazer uma análise dos processos dos colaboradores na área administrativa e como são tomadas as decisões é necessário construir um escopo de 12 informações que demonstrem a estrutura estabelecida pela entidade. Os principais pontos levantados que devem ser contemplados são: 1) Expor a forma de tomada de decisões 2) Desdobrar a forma como é formada a indicação de seus representantes 3) Identificar como e quais são as formas de crescimento e expansão 1.3 Organização do Trabalho O trabalho é composto de cinco seções. A primeira, “Conceitos de administração e administração eclesiástica”, embasa teoricamente o que é a administração e quais são suas teorias básicas vistas na análise da organização religiosa. A administração eclesiástica é o estudo dos temas ligados ao trabalho de pastor para viés de liderança ou de cunho administrativo e, nesse sentido, a igreja é tanto um organismo em si quanto uma organização, alicerçadas em, aprioristicamente, aspectos espirituais, seguidos de questões sociais e econômicas, com fito de atender a missão a qual Deus constituiu. A segunda seção, “História das igrejas batistas regulares”, procura a história da igreja, sendo conduzido para o caminho mais tradicional como o caso da igreja em estudo. Percebeu-se que, levando adiante o que seria a igreja, considerará que basta ser um local onde estiverem dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus. Com isso podemos entender que o local não precisa seguir os conceitos de “templo”, podendo ser uma casa, um espaço público, basta que pessoas estejam reunidas com o propósito de adorar a Deus. A terceira, “Metodologia”, faz uma exploração maior dos métodos utilizados para a pesquisa. Em que se vê que este trabalho teve como metodologia o estudo de caso que se deu em uma igreja batista regular localizada em Fortaleza, no bairro Aldeota, que tem por volta de 250 membros. Foi feita a análise do estatuto, relatórios financeiros e atrás de assembleias, e verificação de como é realizado o processo através de acompanhamento da operação realizada pelo concelho dos diáconos, concelho de patrimônio, assembleia de membros, trabalho dos pastores e tesoureiro. Através dos dados obtidos houve a confrontação do formato e estruturação do que se foi observado com que está formalizado, com isso foram levantadas as conclusões e pontos de melhoria. A quarta seção, “Análise de Resultado”, diz sobre as observações analisadas dentro da igreja que serviu de base para coleta de dados, descreve os resultados obtidos e a análise deles. Com esses insumos, vê-se que as características das teorias mais clássicas da administração são mais relevantes neste caso, pois o fluxo de trabalho contínuo e periódico, 13 com volumes pequenos de demanda faz com que as teorias focadas em trabalho sobre demanda, e o foco nos colaboradores encontrado em Weber se encaixam bem na organização estudada. Na quinta e última seção são expostas as considerações finais, trazendo a análise crítica entre a teoria e os resultados obtidos, sintetizando todos os pontos apresentados. 14 2 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA De certo, administrar é um campo amplo, pois serve de suporte para fazer com que a visão, missão e os objetivos da empresa sejam conquistados, exemplo disso são: o resultado como lucro de 20% melhor que o ano anterior, redução de custos em 3%, aumento do marked share em 0,5% no último ano. Com os resultados positivos quem acaba recebendo o mérito, nesta ordem, acaba sendo o time de compras, a equipe de automação e a equipe de vendas. De modo que passa despercebido o empenho da gestão em estruturar a empresa de maneira holística para conquistar os objetivos. Há um questionamento, de complexidade considerável, que é muito levantado: sendo a gestão (ou a administração) suporte, que é despenhada em várias situações por pessoas sem formação acadêmica específica, ainda mostrando resultados práticos positivamente considerados, é esta área de estudo uma arte ou uma ciência? (MATOS, 2009) Por exemplo, quando se verifica as atividades de um pipoqueiro em frente a uma igreja, o comerciante pode ter foco na qualidade dos produtos, nas habilidades de fazê-la com um bom gosto ou na forma como se comunica para trair clientes. Todavia, sema pipoca feita não haveria possibilidade de constituir o trabalho, visto que é necessário ter planejamento da quantidade de clientes, de qual o consumo médio, de quanto de matéria prima (pipoca, óleo, sal, manteiga, sal, gás, saquinho) é preciso. De modo que, quando isso de forma despercebida, eis a arte de administrar. Noutro sentido, percebe-se como ciência quando um funcionário resolve planejar e otimizar a produção de uma fábrica, a exemplo do sistema just-in-time1. Nesse sentido, levar-se-ão em conta os cálculos da demanda de produtos vendidos e de material necessário, de maneira que todos os insumos sejam suficientes, sem que haja desperdícios, que podem vier sob forma de matéria prima parada, equipamentos subutilizados e mão de obra ociosa. Assim, todos os recursos parados podem ir para aplicações mais rentáveis em, inclusive, matrizes de negócios diferentes da principal. (ERBA, LEME, ARRABAL, 2013). Ainda no estigma do dilema arte-ciência, vê um dos significados, deveras aceito neste trabalho. A saber, Administração vem da junção das palavras ad e minister, que significam direção ou tendência para e subordinação ou obediência. Mas a palavra administração remete a ação de administrar, que leva em consideração o planejar, agir, 1 Ressalta-se que este modelo foi fundamental para que a Toyota despontasse no mercado de automóveis. 15 organizar, coordenar e controlar, com o intuito de ganho onde está sendo feita a ação, podendo ser ganho financeiro ou de desempenho (DICIONARIO INFORMAL, 2019). Não seria diferente pensar que a administração toca situações menos corriqueiras ou ainda pouco típicas do modelo administrativo proposto na academia. Esta pesquisa quer refletir sobre administração em igrejas, especificamente uma de matriz batista regular, que ficará melhor exposto a seguir. 2.1 As bases da administração eclesiástica Chegando mais propriamente ao tema em análise, tem-se a administração no meio da igreja, doravante chamada de “Administração eclesiástica”. Não, necessariamente, como foi percebido ao decorrer deste trabalho, distancie-se do labutar corriqueiro da administração- ciência aprendida na faculdade. Contudo, faz-se perceber outros aspectos, aqui exposto, como uma finalidade menos comum, que é a adoração a Deus, seguindo os preceitos estabelecidos na Bíblia, a semelhança de Cristo. A administração eclesiástica, deste modo, será tida como o estudo dos temas ligados ao trabalho de pastor para viés de liderança ou de cunho administrativo. Nesse sentido, a igreja é tanto um organismo em si quanto uma organização, alicerçadas em, aprioristicamente, aspectos espirituais, seguidos de questões sociais e econômicas, com fito de atender a missão a qual Deus constituiu. (CAMÂRA, KESSLER, 2012) Então, faz-se fundamental salientar que a missão primordial da igreja é servir a Cristo2, seguindo os parâmetros bíblicos de fidelidade às escrituras, de desejo pela comunhão dos santos, de igualdade entre todos os integrantes do corpo da igreja e de bom testemunho, com finalidade de evangelizar todos os povos. Com efeito, posto que a igreja existe neste mundo, ela adota princípios semelhantes a administração “secular”3. (PALÁCIO, 2019) De modo que, como a igreja como base é uma organização, necessita de ter organização concreta para fazer com que todas as suas áreas operem de forma satisfatória para conquistar a missão. Pegar-se-ão os conceitos administrativos de planejamento, organização, liderança e coordenação, que são imprescindíveis ao básico de gestão. Entendeu-se que não seria capaz, ainda que corpo movido por questões divinas, a igreja de estar fora dessa estabelecida 2 E não seria diferente, visto toda manifestação bíblica, historicamente posta pós o capítulo 2 de Atos. 3 O termo secular aqui posto é meramente para criar a divisão entre a administração eclesiástica e a administração praticada fora de uma situação de igreja. Não se planeja aqui discutir isso plenamente, podendo ficar para possível ensaio ou artigo. 16 doutrina administrativa. Os quatro conceitos serão aqui melhores expostos. (STONER; FEEMAN, 1999) Para planejamento, tem-se que é tido através do estudo histórico das ações da igreja para traçar seus objetivos, essa ação deve responder algumas questões como: o que queremos? quais são os objetivos? qual nossa missão? quais os recursos que dispomos para realizar tal atividades? (STONER; FEEMAN, 1999) Organização, em sequência, é a forma do coordenar com eficácia os recursos humanos, financeiro e materiais para alcançar os objetivos. (STONER; FEEMAN, 1999) Em liderança, percebe-se a forma como o pastor e o corpo capacitado a decidir trabalham suas atividades, delegando, advertindo, incentivando e trazendo a congregação para colaborar quando necessário. (STONER; FEEMAN, 1999) Por fim, nota-se coordenação no sentido da premissa de que o que não é medido é difícil de ser avaliado. A liderança deve estar sempre acompanhando as atividades dos colaboradores para saber se estão operando de acordo com o planejado, caso não esteja poderem fazer a correção para que não venha a enfrentar problemas. (STONER; FEEMAN, 1999) 2.1.1 Administradores que influenciaram a administração Neste sub-tópico, propõe-se expor os administradores que, utilizando os conceitos expostos na seção anterior, visto que trabalharam e fizeram compor execuções dos pontos trabalhados. Como visto, a igreja tem a administração como atividade secundária em relação a pregação, seja as efetuadas no prédio seja por meio de missões. O processo de gestão, então, pode ser esquecido e começará a apresentar problemas. Essas dificuldades são semelhantes a falta de foco na administração vista e enfrentada na revolução industrial4 à medida que as empresas tinham um cenário em que a oferta era menor que a procura. Nesse sentido, pode-se citar alguns administradores clássicos que tiveram de romper a atividade informal para atividades estruturadas, que seriam Jules Henri Fayol (1841- 1925), Frederick Wislow Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863-1947) (CHIAVENATO, 2006). 4 O maquinário pesado foi fundamental para a mudança de concepção nas operações realizadas a época. 17 2.1.1.1 Sobre Fayol Fayol teve um papel importante para quebrar o paradigma de que a forma de administrar era um padrão e passaria a ser modelada e passada a outras pessoas, entendo que era necessário compreender seus princípios básicos, que está compreendido em (CARDOSO, 2011; SCHERMERHORN JR., 2006). Inicialmente, tem-se que a divisão do trabalho se estrutura para criar o ambiente com uma produção maior e melhor, com o mesmo nível de esforço, focando na especialização de cada parte que participasse do processo (MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011). Comenta ainda que a autoridade e responsabilidade fazem com que a relação gestor e funcionário seja realizada de profissional e que possa desempenhar a autoridade a ele concedida. Noutra senda, a disciplina é base para toda reestruturação, haja vista que é necessário seguir os processos, atividades tudo de acordo com o estabelecido pelos gestores para que os resultados saiam semelhante ao planejado e que não traga nenhuma surpresa desagradável (MAXIMIANO, 2000; SCHERMERHORN JR., 2006). Há também a unidade de comando, percebida como conceito de que todos devem seguir só uma voz, que podendo ser arriscada iria ser o guia para ações da empresa (MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011). Seguido, constata-se sobre a unidade de direção, em que cada área só poderia ter um administrador, entendo que empresa é uma, porém existem áreas distintas, que ao ter dois administradores poderiam gerar divergências por suas convicções e acabar por atrapalhar a produção (MAXIMIANO, 2000). Aduz, igualmente, que a subordinação dos interesses individuaisaos interesses gerais é a empresa agindo como ente centralizador dos colaboradores, não devendo ser modificada pelo bem-estar de algum indivíduo ou de um determinado grupo, visto ser soberana sobre todos (CARDOSO, 2011; SCHERMERHORN JR., 2006). Percebe-se a remuneração pessoal, entendendo-se como o princípio de que o trabalho bem desempenhado era merecedor de recompensa não é algo ultrapassado. Fayol entendia, nesse sentido, que profissionais bem pagos tem um desempenho acima da média. Em outro rumo, vê-se a centralização, como princípio de que as diretrizes devem ir da alta gestão até os operários, de forma que siga o mais fiel possível, não havendo vias de trocas de informações ou adaptações em suas várias etapas de repasse de informação (MAXIMIANO, 2000; SCHERMERHORN JR., 2006). 18 A ordem é meio de conquistas a menor perca de material e foco na mão-de-obra, fazendo com que tudo deva estar em seus devidos lugares e próximo as áreas fins (MAXIMIANO, 2000). Já a equidade é ponto que traz em essência que todos são iguais, ocorrendo em níveis iguais, haja vista que a diferença entre pessoas de cargos semelhantes poderia acabar gerando insatisfação e conflito, por conta disso é pregado o nivelamento de cargos (MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011; SCHERMERHORN JR., 2006). A estabilidade de pessoa é quando se tenta manter os funcionários faz com que o medo de possível desligamento não acabe afetando os funcionários, além de tentar melhor o nível técnico de cada uma através das repetições das atividades diárias (MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011). Tem-se, também, a iniciativa, entendida por princípios de que a pessoa receber a atividade e a cumprir e o fundamental, caso haja uma possibilidade de melhoria que ela seja aplicada, podendo ocorrer, mas que no final tudo seja entregue como esperado é o que importa (SCHERMERHORN JR., 2006). 2.1.1.2 Sobre Taylor Taylor tinha a mesma essência de Fayol, todavia tinha o entendimento de que, por si, o funcionário não teria condições para escolher quais seriam os métodos mais eficientes, tendo vista que é possível que busquem a vadiagem. Sendo necessária a contribuição da gerência para decidir, os supervisores deveriam acompanhar os desempenhos e fazer com que o planejamento fosse seguido à risca, o operário só poderia fazer suas atividades sem poder questionar, pois a estrutura de decisões e mudanças eram rígidas (BONOME, 2009; MOTTA, 2000). Taylor tinha quatro princípios que corroboram com Stoner e Feeman, sendo os princípios de planejamento, controle, preparo e execução. Contudo, ao analisá-lo em relação a Fayol observamos que ele se destaca na obstinação de eficiência da operação. Essa busca incansável era através do cálculo do tempo gasto para fazer a modificação no produto, tempo gasto para pegar, utilizar e devolver o equipamento ao local de origem, era considerado se a luminosidade, ergonomia e salubridade do local eram adequadas para auxiliar a operação (BONOME, 2009; MOTTA, 2000; CHIAVENATO, 2006). 2.1.1.3 Sobre Ford 19 Ford diferentemente de Taylor e Fayol, que eram engenheiros, era administrador. Ao estar à frente de uma fábrica foi focando no processo de criar produtos com níveis mais baixos de diferenciação e com aprimoramento na linha de produção, fazendo com que o produto corresse por todos o processo sem precisar que nenhum funcionário se locomovesse para pegar nada, tudo estaria a mãos. Ford tinha alguns pontos que o destacaram dos outros dois, estabelecendo em quatro conceitos (CARDOSO, 2011; DALMOLIN et al., 2007; BARROS, 2001): O princípio da intensificação é conceito de que o produto pronto deveria estar pronto com a menor distância entre equipamento e matéria prima gastando assim menor tempo e ganhando eficiência (BARROS, 2001). Destarte, há o princípio da economicidade que consiste na ideia de ter estoque mínimo para suprir a demanda da produção e ter um estoque suficiente de produtos acabados para poder lançar no mercado, o que geraria maior fluxo de vendas e assim poderia negociar redução de valores com fornecedores (DALMOLIN, et al., 2007). Com efeito, existe também o princípio da produtividade, consistindo em conceito de que o trabalho seja feito no melhor ritmo possível, alinhando o aumento de produção do operário cada vez mais especializado com o que faz e com o aumento de produtos acabados (CARDOSO, 2011). Por fim, o espírito de equipe percebe-se como princípio de que deve haver um sentimento de participação, um sentimento que permita o colaborador acreditar que suas ações geram os resultados e que os gestores o conhecem (BARROS, 2001). Um grande exemplo disso é o modelo Ford T, que em 2019 completa 111 anos desde o seu lançamento e que gravou o nome do empresário e da marca na história, projeto esse que tentava fazer com a população pudesse ter mais acesso a um veículo. No seu 9° ano de produção, gravou a marca de 2 milhões de carros vendidos e no final do seu ciclo de produção com 19 anos de produção conseguiu vender 15 milhões de veículos (WEBMOTORS, 2019). Isso não era um resultado bom apenas para a época, ele ainda está entre os carros mais vendidos de todos os tempos, mesmo com avanços de tecnologia fazer algo semelhante é muito difícil, pois Ford juntou a oportunidade, a visão de negócio e conceito de produção eficiente para poder conquistar esse posto com algo disruptivo (NOTÍCIAS AUTOMOTIVAS, 2019). 20 2.1.1.4 Sobre Weber A administração considerada como clássica tem um integrante que entra com um cuidado em especial, o cuidado no estado social de cada membro da organização. Max Weber (1864-1920) publicou materiais do que chamava de tipo ideal de burocratização, porque observou que as organizações burocráticas eram como máquinas impessoais, que trabalhavam de acordo com regras racionais. Com o estudo nessa linha o que chamou mais sua atenção foi o processo de autoridade-obediência, o processo de dominação possui três vertentes que fazem com que haja obediência dentro da organização (MAXIMIANO, 2000; RIBEIRO, 2016). Tem-se a autoridade carismática que é observado em situações em que existe a afeição puramente dita, a admiração a autoridade pelas suas qualidade e poderes, podendo ser observado em caso de heróis guerreiros, demagogos. Deixando de lado as ações para a imagem e comunicação do líder (MAXIMIANO, 2000; CHIAVENATO, 2016). Há a autoridade tradicional, como o nome já indica, é a mais comum e se apresenta de forma visível na ordem social puramente mais dita, tendo a presença maior de chefe soberano que irá impor pela força sua vontade aos que estão sobre seu domínio (MAXIMIANO, 2000). Em último, a autoridade legal-racional é tida como a forma mais evoluída das três, ela tem sua legitimidade baseada em um estatuto, que reflete a burocracia pura. Uma forma de visualizar de forma mais simples é que o líder é uma empresa e os subordinados seriam outras empresas, cada um com sua competência, limite e funções próprias (MAXIMIANO, 2000). O grande diferencial de Weber em relação a Taylor, Fayol e Ford foi a preocupação com o subordinado, sabendo que não somente a especialização na atividade, boas condições de trabalho e tudo a mão não o faria ter grandes entregas, trazendo a necessidade de profissionalização dos funcionários, desde um nível técnicos ou com especializações técnicas. Além de contestar o padrão que o dono tem que ser o que toma as decisões, caso haja alguém com maior capacidade técnica poderia tomar a posição e tê-lo como um suporte de decisões, aumentando assim a competitividade da organização (MAXIMIANO, 2000; RIBEIRO, 2016; CHIAVENATO, 2016). Percebe-se este nome como o que influenciou fortemente o modelo administrativo em análise, deforma que, evidentemente, tornar-se-á mais claro ao longo desta pesquisa. 21 2.1.2 A tomada de decisão Com efeito, o processo de tomada de decisão perpassa ambientes muito mais amplos que os reduzidos a Eclésia Cristã. De fato, é algo sempre presente em quaisquer organizações, independente da sua escala. Nesse sentido, faz-se constatar que é necessário avaliar os mais diversos pontos com fito de valorar as questões como positivas e os negativas quanto à forma de impactar os variados conceitos e contextos que se aplicam aos ecossistemas administrativos. Destarte, tomar decisões é fundamental, influenciando o fluxo de caixa, a produção e os colaboradores. Pondera-se, igualmente, que a organização é semelhante a um organismo em que qualquer alteração gera reflexos rápidos. Desta feita, vê-se que, a mesma ação, em um momento, poderia ser considerada com o resultado maravilhoso para o cliente ou usuário e, em outro, poderia acarretar grandes prejuízos nos processos da empresa, podendo até impossibilitar com que ela trabalhe de forma sustentavelmente com as escolhas: este é o peso das escolhas. Contextualiza-se essas questões em Szilagyi e Wallace (1980), que dividem as decisões em três categorias em tomadas de decisão. A primeira existe como a categoria individual visto o caso de tomar uma decisão em níveis individuais, a exemplo de escolher de pagar uma conta que pode ser paga dentro de quinze dias, que pode ser paga no momento do recebimento da conta ou no dia do vencimento. Em geral, os impactos dessas decisões seriam mínimos para a organização, contudo teria condão de impactar o fluxo de caixa e, se houvesse atraso, poderia haver impactos contáveis. (SZILAGYI E WALLACE, 1980) Em segundo lugar, existe a categoria em grupo que leva em consideração a decisão tomada pelas várias vozes da empresa, por exemplo, para escolha do local de um evento corporativo da empresa em um grupo de opções. Ainda que o impacto disso fosse mínimo à organização, geraria impactos no caixa, porquanto nem toda decisão tem o mesmo custo e iria impactar o time de gestão de pessoas para selecionar e firmar contrato. (SZILAGYI E WALLACE, 1980; GUIMARÃES, ÉVORA, 2004) Por último, a categoria de decisão que se estabelece em níveis mais altos da empresa, tendo como ponto de partida a alta gestão da organização, com a proposta de alterar a visão da empresa. O exemplo em que pode ficar claro é quando da criação de uma nova sede e da seleção de um grupo para ir a frente desse novo projeto. Isso, de fato, impacta a movimentação financeira, dado que será um investimento e um impacto no quadro de 22 membros a medida que será necessário enviar recursos para se operar minimamente e com potencial. (SZILAGYI E WALLACE, 1980; GUIMARÃES, ÉVORA, 2004) 2.1.3 A forma de expansão Noutro aspecto, lê-se que toda organização tem como base o seu desenvolvimento, independente do intuito dos negócios ou da visão do empreendedor. Resumindo-se a dois caminhos, percebe que, atuação, caso seja o gestor mais ousado se pensará em expansões mais agressivas5, caso seja mais conservador, como a organização que só pensa em se manter, tentará crescer de forma orgânica. Fato é ambos necessitam de alguma forma de se estruturar para que tudo não se perca por falta de gestão (GONÇALVES, 2019). Para Overford e Christensen (2000), existem algumas formas de como a organização se preparar para a mudança que podem ocorrer levando em consideração os seus processos, recursos e cultura. Para isso eles descreveram três formas de desenvolvimento. A começar, tem-se o desenvolvimento interno que deve levar em consideração a avalição de todo o processo e ver o que poderia ser otimizado e desenvolvido melhorias. Para isso, separaria os melhores colaboradores que são chamados de “equipe peso pesado”, para poder focar e obter os melhores resultados. (OVERFORD E CHRISTENSEN, 2000) Observa-se, igualmente, o desenvolvimento por meio que é quando uma subsidiária tenta desenvolver um novo projeto caso a cultura do negócio não esteja em total alinhamento com a organização principal. Isso auxilia para que uma empresa entre em outro nicho de mercado que não compete com o seu core, fazendo que o cliente final na sinta o impacto da mudança. (OVERFORD E CHRISTENSEN, 2000) Por fim, percebe-se o desenvolvimento por meio de uma aquisição, entendendo-se como o poder de se desenvolver por meio da compra de uma outra empresa que venha agregar aos processos atuais e produção da empresa, podendo ela ser do mesmo seguimento ou não da principal. Um grande ponto de cuidado é a tentativa de impor a cultura na organização adquirida, isso pode causar perda de recursos financeiro e humanos, inclusive chegando em eventual quebra de um dos negócios (CHRISTENSEN, OVERFORD, 2000). 2.2 A administração eclesiástica 5 Como abrir outras filiais ou agregar outras empresas ao negócio. 23 A administração eclesiástica, deveras, não é tão mais mutável que a administração corriqueiramente vista pelo mundo. Contudo, algo deve ser dito acerca dela: esse modelo administrativo precisa basear-se em planejamento, à medida que imagina como os insumos vão construir, por fim, a visão. Disso, constrói-se o planejamento estratégico responsável por definir e delimitar os caminhos a serem seguidos com fito de alcançar o objetivo. Com efeito, um bom planejamento na área envolve também mais dois conceitos: planejamento tático e planejamento operacional. Eles são, respectivamente, a definição para as áreas o que será cobrado delas e o que deverá ser conquistado e o que cada colaborador deve realizar no dia-a- dia. (MONZATTO, 2013) Tais controles servem para administrar de forma eficiente, visto que se propõe como maneiras de gestão jurídica, institucional e contável. Ou seja, uma administração holística. Para que se explicite, a gestão jurídica, primeiramente, percebe a igreja pelas normas da República Federativa do Brasil. Especificamente, nota-se, então, no Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406, de 2002, ao artigo 44, em que, in verbis, (MONZATTO, 2013) Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. § 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (BRASIL, 2002) (grifou-se) Entendo a igreja, por claro, como organização religiosa e, consequentemente, como pessoa jurídica, traz deveres perante o Estado. Para conquistar a personalidade jurídica em questão deve, a igreja, ter seu estatuto apresentado à CTP (Consulta Técnica Prévia) do município em observância aos artigos 456 e 467 do Código Civil. (MONZATTO, 2013) 6 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, aver- bando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. (BRASIL, 2002) 7 Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins,a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. (BRASIL, 2002) 24 Em vista da lex, embora seja sem fins lucrativos, é tida como uma “empresa” por ser uma pessoa jurídica de diretivo privado, devendo responder a toda a legislação brasileira e não somente ao direito civil. As obrigações devem levar em consideração as responsabilidades pelos seus funcionários, voluntários, além de ter que pagar os impostos a União e Estado, além da previdência. (MONZATTO, 2013) Em sequência, a gestão contábil tem como fim respaldar todas as movimentações financeiras da organização religiosa frente aos órgãos fiscalizadores. Para isso, é necessário que seja realizado o livro diário, que contará com todas as movimentações realizadas pela igreja, tanto com recebimentos, pagamentos e movimentações de patrimônio, tudo formalizados com suas documentações originais. O livro razão que deve ser produzido por um contador é o resumo do livro diário, descrevendo tudo de acordo com suas subcontas para que facilite o trabalho de um agente fiscalizador. (MOREIRA, 2019) Em relação a estrutura organizacional, que nada mais é do que o acompanhamento da parte burocrática interna da “empresa”, visto que deverá acompanhar o livro de atas que é desenvolvido a cada assembleia e relata com tudo que ocorre dentro da igreja, descrevendo quem é o pastor, quem tornou-se membro, quem deixou de ser membro, aprovação de relatório financeiro, aprovação e projetos, para que tudo fique descrito para uma possível necessidade de informação. Tem de acompanhar também o livro de presença das pessoas que participaram das reuniões, tanto da realizada pelo pastor com os conselhos da igreja quanto das assembleias com os membros. Deve também registrar em cartório, arquivar e acompanhar a validade de cada livro contábil, pois é necessário guardá-lo por 10 anos. (MONZATTO, 2013) 3 GESTÃO NAS IGREJAS Para muitos, igreja é um local físico, resumindo-se ao “templo”, onde a comunidade vai adorar seus deuses, tendo comunhão com pessoas que dividem as mesmas crenças e fé. Porém, sendo mais específico, esse conceito estará mais vinculado ao local da congregação que crê em Jesus Cristo (MICHAELIS, 2019). Levando adiante o que seria a igreja, considerará que basta ser um local onde estiverem dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus. Com isso podemos entender que o local não precisa seguir os conceitos de “templo”, podendo ser uma casa, um espaço 25 público, basta que pessoas estejam reunidas com o propósito de adorar a Deus8. Com essa possibilidade de situações e modificações fica um pouco mais complexo tentar desvendar de onde veio sua origem e como ela se multiplicou, e é isso que tentaremos ver a seguir 3.1 Igreja primitiva Disso, faz-se mister comentar sobre o nascimento da igreja. Que se torne claro, a multiplicidade de crenças e de credos que se conhece hoje não sempre foi constante na existência humana. De fato, os nascedouros da igreja cristã tiveram uma origem tão difícil quando se possa imaginar. Ela começou por um pequeno grupo em Jerusalém, local esse que era considerado pela profecia um local em que a nova aliança se colocaria. Esse lugar era o principal reduto da cultura judaica, que tinha como crença um Deus e observava uma estrutura teocrática, baseada na lei mosaica9. Devido a dissonância entre entender quem seria o salvador prometido desde o Gênesis10, os judeus não reconheceram a Jesus como o salvador proclamado através das profecias que eram ouvidas desde Abraão, tido por pai de toda a nação hebreia11. Como a aparição de Jesus Cristo e com todos os seus milagres acabou chamando a atenção dos sacerdotes judeus, que viam aquilo como algo estranho, e averso as crenças e costumes instituídos pela cúpula local, acusando-o de estar criando uma seita. Todavia, isso foi ficando mais complexo à medida que várias pessoas iam crendo em Jesus12 e que, por vezes, eles criam que a base que tinham no pentateuco se via posta em cheque com o que entendido pelos cristãos, uma vez que em alguns momentos os mandamentos vinham sendo 8 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. (Mateus 18:19-20, ARA) 9 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. (Atos 2:5, ARA) 10 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gênesis 3:15, ARA) 11 Prostrou-se Abrão, rosto em terra, e Deus lhe falou: Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações. Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí. Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti. Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus. (Gênesis 17:3-8, ARA) 12 Para mais, ver Marcos 1. 26 transmitidos de forma diferente com o entendimento vigente13(AZEVEDO, KROKER, CAIRNS, 2009). Com o aumento dos milagres realizados por Cristo e pelas pessoas verem a forma como ele falava de Deus, com autoridade14, foram aumentando a quantidade de pessoas atrás dele, para que pudessem ter suas preces atendidas. Ao ver esse movimento e com todo o burburinho que havia, os sacerdotes conseguiram prendê-lo e conseguiram fazer com que fosse julgado e condenado a morte na cruz, mesmo sendo considerado sem culpa pelo governador local15 (SOARES, 2008). 13 Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galileia. (Marcos 1:21-28, ARA) 14 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. (Mateus 7:28,29, ARA) 15 Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo. Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de púrpura. Chegavam-se a ele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Outra vez saiu Pilatos e lhes disse: Eis que eu vo-lo apresento, para que saibais que eu não acho nele crime algum. Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis o homem! Ao verem-no, os principais sacerdotes e os seus guardas gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós outros ecrucificai-o; porque eu não acho nele crime algum. Responderam-lhe os judeus: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus. Pilatos, ouvindo tal declaração, ainda mais atemorizado ficou, e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem. A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César! Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá. E era a parasceve pascal, cerca da hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse- lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César! Então, Pilatos o entregou para ser crucificado. Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá — para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados. E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa. 27 Após a morte de Jesus os seus discípulos acabaram se dispersando, durante os primeiros quarenta dias Jesus ressurreto apareceu aos discípulos informando como deveriam proceder no ministério de evangelizar as pessoas de todos os povos e nações16 (CARDOSO, 2018). No dia de Pentecostes eles estavam reunidos em meio a povos de outras regiões, de línguas e culturas diferentes, porém ao estar pregando os ouvintes conseguiam entender tudo o que estava sendo dito em sua língua materna, o que gerou grande espanto e admiração por parte dessas pessoas, alguns consideram que eles estavam loucos e outros se aproximarão e queriam saber como fazer parte daquele grupo. Instituindo assim a primeira igreja, compartilhando o que era necessário com o intuito de aprender mais da palavra de Deus e Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. (João 19:1-31, ARA) 16 Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mateus 28:16-20, ARA) 28 poder auxiliar com que isso fosse cada vez mais difundido17(AZEVEDO, KROKER, CAIRNS, 2009). Após estabelecer ali um ponto de pregação, os apóstolos começaram a viajar para regiões mais distantes com o intuito de falar de Jesus para qualquer tipo de pessoa, independente da classe social, da cor, da língua e do sexo da pessoa. Com essa expansão foram abrindo outras igrejas, que pelo por sua essência eram semelhantes, porém começou a haver ramificações com o passar do tempo, ramificações essas que tem como mais conhecidas 17 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus? Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados! Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela. Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança, porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença. Irmãos, seja- me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado,e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: 29 a Igreja Católica Romana, os Anglicanos, os Pentecostais, os Luteranos, os Calvinistas, os Batistas, os Presbiterianos (SILVESTRE, 2019). Segue infográfico-resumo sobre as mudanças historicamente postas até o estabelecimento das igrejas batistas, analisadas em tópico posterior. O objetivo desse trabalho não é, de forma alguma, trazer um por menor da história da igreja, por se tratar de um estudo em administração, de forma que, em trabalho posterior, tal temática poderá ser melhor abordada. Figura 01 – Redenção e rupturas: 2 mil anos de reinvenção da fé cristã Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. (Atos 2:1-47, ARA) 30 Fonte: Alexandre, 2010 3.2 Igreja batista 31 O foco desta pesquisa é a administração realizada por igreja batista. Dessa forma, faz-se por bem contextualizá-la. Assim, para considerarmos o movimento dos batistas, é necessário que se entenda sua origem, todavia não é algo simples que possa ser respondido de maneira maniqueísta ou simplista. Há, por exemplo, minoritariamente, crença de que teriam se iniciado em João Batista que era primo de Jesus e pregava que a vinda do messias estava próxima e que as pessoas deveriam se arrepender de seus pecados. (PORTE JUNIOR, 2011) Majoritariamente, entende-se como linha mais provável a de sido originada do movimento dos anabatistas do século XVI, movimento esse que é o mais conservador em relação ao comportamento e relação com a sociedade em relação aos outros movimentos existentes na época. Por fim, existe a vertente de origem do movimento puritano e no movimento separatista inglês no século XVII, que vinha tendo um toque mais liberalista em relação a detenção ao controle estatal da igreja (PORTE JUNIOR, 2011). Passando aos dias atuais, uma igreja, ao informar que o movimento que balizará a sua doutrina é o batista, não está colocando um selo em si que garante o padrão em todas as suas igrejas, pois não há um checklist de pré-requisitos para abrir seu ponto de pregação e nem do que a pessoa que está procurando a igreja encontrará. (LEITE, 2015) Existem diferenças entre linhas de pensamento, inclusive dentro do movimento, sobre como deve ser conduzido o culto, qual a forma de louvor utilizado e outros pontos menos importantes para fé, mas existe um ponto que liga essas igrejas que é a forma de governança congregacionalista, a defesa de princípios em vez de doutrinas e o viés de pregar o evangelho, esse último ponto acaba sendo mais crítico por tornar a igreja um alvo vulnerário em regiões de intolerância religiosa (LEITE, 2015). O movimento batista chegou ao Brasil depois dos presbiterianos, dos congregacionais e dos metodistas, com pelo menos vinte anos de ação efetiva de evangelismo fundou sua primeira igreja na Bahia em 1882. Diferente dos protestantes de imigração que atuam no seguimento de imigrantes, os batistas com sua ênfase em consciência do indivíduo e na responsabilidade individual diante de Deus permitiu sua expansão no território brasileiro (NEEP, 2005). Já o movimento regular possui por esse foco em preservar e levar o evangelho tem um diferencial forte de ir sempre a lugares com poucas ou nenhuma igreja, com a intenção de suprir a necessidade local. Esse desafio, por vezes, não é feito por um grupo, mas por um missionário sozinho ou com sua família, indo sem ter trabalho, sem recursos suficientes para 32 se manter sozinho, por isso é tida a necessidade de se associar a grupos, a maior associação é a Convenção Batista do Sul, localizada nos Estados Unidos. No Brasil, tem-se a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional, que são associadas à Aliança Batista Mundial (CBB, 2019). 3.2.1 Batistas regulares Os batistas regulares têm sua origem na Inglaterra no período pós reforma protestantes, em que houve a criação da igreja Anglicana por desavenças do rei Henrique VII (1509 – 1547) com as autoridades eclesiásticas papais. Após essa separação e desenvolvimento de uma “liberdade” religiosa apareceram dois grupos religiosos batistas: os batistas gerais e os particulares. Os batistas gerais receberam esse nome por ser um pouco mais liberais e acreditarem que a salvação através da morte de Cristo é para todos. Para os batistas particulares o entendimento já é mais restritivo entendo que através do estudo da escritura o ponto de salvação é restrito aos que creem em Cristo, são batizados e tentem ter uma vida que não venha desagradar a Deus (LIMA, 1997). O termo regular começou a ser utilizado no século XVII, contudo foi com a Confissão de Fé de Filadélfia de 1974 que se veio a titular as pessoas como conversadoras porque tinham alguns pontos como base: somente a escritura traz a revelação de Deus, somente pela fé a pessoa é salva, somente através da morte Cristo pode vir a salvação, somente a graça pode nos salvar, não sendo necessário nenhuma obra para isso, e que toda glória deve ser dada somente a Deus (LIMA 1997). Os batistas regulares brasileiros tiveram sua origem através do fruto do trabalho missionário de dois grupos: os Baprtist Mid-Mission e ABWE. Esses movimentos são de origem americana, porém não fizeram parte do movimento da Convenção do Norte, que tinha como propósito a luta pela posição ortodoxa da igreja, faziam parte desse grupo igrejas tradicionais que traçavam pontos para que as igrejas continuassem e vissem como se preservar a tantas mudanças que acontecem (LIMA, 1997). 33 4 METOLOGIA Para realizar uma pesquisa científica, é necessário que tenha uma metodologia para obtenção das informações, para Lakatos e Marconi (2003) existem dois caminhos a seguir: fontes primarias e secundárias, em que se diferenciam se você terá as informações através de uma documentação ou de uma análise bibliográfica respectivamente. Neste estudo foram utilizadas a abordagem documental para análise documental(estatuto da igreja) e a abordagem bibliografia (teses, revistas, publicações, artigos) para respaldar teoricamente o estudo. Para o referencial teórico foi utilizado o recurso de pesquisa bibliográfica, observando os estudos de Marconi e Lakatos (2003) esse processo ocorre através de explorar a bibliográfica relacionada ao tema em estudo. A pesquisa ocorreu através de buscas pelos termos “administração eclesiástica”, “administração em igrejas batistas”, “administração em organizações religiosas” e “história das igrejas batistas” no Portal Periódico do CAPES, biblioteca da UFC, biblioteca da Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertação (BDTD). Com levantamento do material em mãos fora realizada a leitura, avaliação e seleção dos materiais mais relevantes para se utilizar como base para desenvolvimento deste trabalho. Utilizando o conceito de Gressler (2003, p. 43) sobre a segmentação do objetivo utilizado na pesquisa foi observado que o trabalho foi tradado da forma qualitativa, pois se utilizou de documentos e dados da observação, sem a utilização estatística para compreensão do fenômeno notado. Esse método tenta trazer a compreensão das relações dos processos internos e do comportamento de tomada de decisões. O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso, formato descrito por como o estudo de um fenômeno contemporâneo imerso em seu contexto real, é especialmente importante quando os limites ou os limitantes não estão suficientemente claros entre a questão e o meio. Ele também atribui esse método pela flexibilidade em utilização em situações, por contribuir com o entendimento de fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais, políticos, e toda a interrelação entre eles (YIN, 2001). Prodanov e Freitas (2013) traz um ponto de vista complementar em relação ao estudo de caso, pois enfatiza de que o método auxilia explorar situações cujo escopo não esteja claramente definido, além da tentativa de explicar os fatos ocorridos em situações mais complexas que não permitem a utilização de experimentos e levantamentos. 34 Este trabalho teve como metodologia o estudo de caso que se deu em uma igreja batista regular localizada em Fortaleza, no bairro Aldeota, que tem por volta de 250 membros. Foi feita a análise do estatuto, relatórios financeiros e atrás de assembleias, e verificação de como é realizado o processo através de acompanhamento da operação realizada pelo concelho dos diáconos, concelho de patrimônio, assembleia de membros, trabalho dos pastores e tesoureiro. Através dos dados obtidos houve a confrontação do formato e estruturação do que se foi observado com que está formalizado, com isso foram levantadas as conclusões e pontos de melhoria. Quadro 01: Comparação entre descrição de Aplicação, Pesquisa ação e Estudo de Caso > A descrição da aplicação detalha experiência do autor do estudo na implementação da aplicação particular. Os resultados geralmente são de sucesso e o trabalho é concluído com uma lista de recomendações. Nesse caso, o autor não conduziu uma pesquisa, mas uma implementação. > Na pesquisa-ação o autor participa da implementação de um sistema e, simultaneamente, realizar certa intervenção técnica. Existe uma intenção original de desenvolver uma pesquisa. O pesquisador possui dois objetivos: agir para resolver determinado problema e contribuir para um conjunto de conceitos em Sistemas de Informação (SI). > Em estudo de caso, o objetivo claro é a condução de uma pesquisa, e os pesquisadores são investigadores observadores, não participantes. Fonte: PRIMEIRO apud Pozzebon e Freitas (1998), adaptado (elaborado pelo autor) Uma outra metodologia utilizada pela vivência pessoal do pesquisador e escritor desta pesquisa de dois anos a frente da tesouraria, participando de reuniões com o conselho de patrimônio e vivenciando as assembleias é, nessa medida, a de pesquisa-ação. Essa metodologia tem a característica de que a pessoa que está tocando o processo investigativo possua interação real com o objeto de estudo. A pesquisa-ação necessita de uma relação entre o pesquisador e o grupo de estudo da realidade do tipo participativo/coletivo. A participação fica por conta do processo do “conhecer” e mantendo o “cuidado” necessário para que haja reciprocidade das informações por entre as partes, pois vai além do simples levantamento de dados (BALDISERRA, 2001). 35 5 ANÁLISE DE RESULTADOS Esta seção irá a apresentar o estudo observado in loco na igreja, utilizando-se do estatuto e de observação das atividades de um membro que participa das reuniões do concelho de patrimônio, frente à tesouraria, tentando observar como é a forma de tomada de decisões, como são feitas as escolhas dos membros que servem a igreja, além de identificar se o membro da igreja tem experiência ou formação à frente de suas determinadas áreas, demonstrando assim se o corpo de funcionário tem como gerir da maneira mais eficiente a organização. 5.1 História da igreja local A igreja em estudo começou com um ponto de pregação no barro Tauape, com um casal de missionários da Baptist Mid-Missions que mantiveram ali todo o empenho de seus trabalhos e começaram a ver os frutos do crescimento da congregação, mas em 1962 tiveram de viajar de volta aos Estados Unidos e foram substituídos por um novo casal que havia chegado. Com o passar do tempo eles conseguiram adquirir um terreno localizado no bairro do Dionísio Torres, com seus 27 membros começou a crescer e com o tempo obtiveram recursos para ampliar o local para que tivesse a sua estrutura bastante semelhante a atual em 1970. A igreja até a data de hoje teve 9 pastores a frente do ministério, sendo alguns provisoriamente no início da igreja por motivos de viagens dos primeiros pastores que eram de outros países. O atual pastor está desde 2015 na frente do ministério realizando uma melhoria no trabalho que já vinha sendo feito no investimento de missionários não somente do Ceará, mas no Brasil e em outros países, além de incentivar o evangelismo em locais públicos de Fortaleza, incentivar o trabalho com crianças e incentivo aos membros a criarem pontos de estudo da palavra na cada de alguns irmãos para fortalecê-los e para poder também trazer possíveis convidados conhecidos dos membros para participar do estudo. 36 Quadro 02: História e fatos relevantes da história da igreja em estudo Sem data definida Família de missionários Barber começou um novo projeto e pregava em uma localidade no bairro São João do Tauape conhecida como “Coréia. 1962 Família Smith recém-chegada ao Brasil vem substituir a família Barber que necessitou voltar aos Estados Unidos e deu continuidade ao projeto na comunidade que a cada dia ia crescendo 1964 O ponto de pregação contava com 27 membros acabou ganhou um terreno localizado na Aldeota. Ali construiu a primeira estrutura física e deixou de ser congregação e passou a ser igreja. Com permissão da igreja mãe que a sustentou até esse período pode começar a ser independente. 1966 Pastor Lyman toma posse da igreja, pois a família Smith deveria voltar aos Estados Unidos para resolver problemas pessoais. 1970 – 1973 A igreja passar por mudanças de pastores enquanto tenta encontrar um pastor que fique frente ao projeto em tempo integral. A família se identificou e votou para que a família Silva viesse a pastoreá-los. Houve a reforma do templo para a estrutura semelhante a que é hoje. 1993 Família Clarck que servia na igreja toma posse após aposentadoria da família Silva. A igreja muda o nome para o atual. 2001 1ª mudança do estatuto da igreja 2006 Inicio do ponto de pregação localizado na Messejana, projeto começou focado em evangelismo infantil e depois passou à família e amigos ligados a elas. 2008 Família Medeirostoma posse da igreja, após a família Clarck começar o desafio de começar um novo ponto de pregação localizado no bairro Meireles e hoje está localizada no bairro De Loures. 2015 Família Veras toma por aclamação da Igreja toma posse, após serem responsáveis pelos jovens e estarem voltados ao projeto de evangelismo ensinando em um seminário. A família Medeiros sai para começar um novo ministério no bairro de Fátima. 2017 Encerramento das atividades do ponto de pregação na Messejana 2019 2ª mudança do estatuto da igreja Fonte: (Elaborado pelo autor) A missão da igreja pode parecer nobre aos olhos comuns, mas para seus membros é uma ordem, pois Cristo solicitou para que todos os que nele creem que leve sua mensagem a todos os locais e todas as pessoas, mesmo sendo tradicionalista não trabalha de forma preconceituosa a nenhuma posição diferente a seu pensamento ou estilo de vida. A forma de gerar as mudanças internas em formato congregacional é muito importante para a saúde da igreja, pois os membros conseguem verificar através das pregações, das atitudes dos pastores, dos diáconos e dos membros que estão a frente da organização da igreja o caminho de suas decisões, uma vez que, no caso de algum comportamento que não esteja de acordo com o estatuto ou com a confissão de fé a igreja, pode solicitar o afastamento desse membro que esteja agindo de forma desviada. 37 O que pode ser observado em relação seleção dos membros dos conselhos de patrimônio e oficiais é que pela estrutura congregacional, acaba tendo uma representatividade legal e representativa da visão de todos os membros. Além de que com essa ação a forma de poder assim dada a essas pessoas eleitas reforça a autoridade legal-racional, que vem proveniente do estatuto e traz a satisfação do ser em si sentir parte do corpo de cristo. Com esses insumos, vê-se que as características das teorias mais clássicas da administração são mais relevantes neste caso, pois o fluxo de trabalho contínuo e periódico, com volumes pequenos de demanda faz com que as teorias focadas em trabalho sobre demanda, e o foco nos colaboradores encontrado em Weber se encaixam bem na organização estudada. Todo o processo é burocratizado, com as atividades bem definidas e com a colaboradores eleitos e que necessitam da interação com todas as áreas e com os membros torna esse tipo de governança atípica no mercado. Pois o foco de crescimento leva para que a igreja invista em expansão, levando pessoas a lugares com poucas igrejas, e para isso os recursos chegam lá como suporte, porém com o desenvolvimento não há retorno nenhuma igreja, pois a atividade fim não é retorno financeiro e sim retorno para o reino de Deus. 5.2 Tomada de decisões Para começar a olhar uma organização, é necessário escolher por onde começará a visualizá-la, e nada mais simples do que procurar como se constitui a sua hierarquia, e paro o caso da igreja em estudo isso se deu através do olhar através do estatuto tentando encontrar uma linearidade para a forma governança, além da percepção observada no dia a dia. Tendo como base o estatuto da igreja vê-se que a igreja é independente, tem soberania sobre todas as suas decisões, não tendo a obrigação de responder ou se submeter a outra igreja, missão, convenção ou qualquer autoridade eclesiástica tanto a nível nacional ou internacional, reconhecendo apenas Cristo como seu Deus e líder. A igreja em estudo aprovou em novembro a terceira atualização em seus estatutos, tentando uma atualização para os termos linguístico utilizados além de trazer atualizações necessárias para dar dinamicidade nas atividades. O primeiro estatuto foi de 1964 que trazia as premissas básicas do conselho de patrimônio, do conselho geral, atividades do pastor, premissas novas membros. O segundo estatuto foi aprovado em 2001 e trazia atualizações de motivos de desligamento de membros, regras de como os pontos de pregação se relacionariam com a igreja. 38 O mais recente estatuto trouxe atualizações na criação do cargo e funções do vice- presidente, pois não é sempre que o pastor estará na igreja e o fluxo de atividades não podem parar, com isso a assembleia não teria também a necessidade de procurar entre os diáconos e outros pastores quem deveria presidi-la. Houve atualização na regra do quórum nas assembleias que não seria mais somente a maioria simples, mas passaria a ser além desta regra a quantidade presente na segunda chamada após 30 minutos do horário estabelecido para o início. Tendo o pastor como representante oficial que responderá pela igreja em qualquer eventual necessidade não tem poder para tomar nenhuma decisão sozinho. A igreja é administrada por dois conselhos: o conselho de oficiais que fica à frente de temas espirituais (tudo que concerne os ensinos bíblicos, assim como suas práticas, abrangendo aspectos espirituais, morais, éticos e do ser humano) e o conselho de patrimônio que fica à frente de assuntos patrimoniais (recebimento, pagamentos, preservação e aquisição dos bens físicos da igreja). O artigo 16° nos seus parágrafos 1° e 2° define o que se enquadra no critério de cada um dos conselhos. O conselho de oficiais é composto pelos pastores e diáconos, o mesmo será presidido pelo pastor titular, que também presidirá o conselho geral, que é a junção dos conselhos de oficiais e patrimônio. O conselho de património terá um superintendente eleito pelo conselho de oficiais que levará informações obtidas com o desempenho na igreja. Esses conselhos são formados através de eleição da igreja, que um mês antes do início do mandato irá dispor das suas intenções de votos de membros da igreja através de fichas de votação para empossar os dois conselhos, o conselho geral que é formado pelos pastores, diáconos e membros do conselho de patrimônio irá mensurar a quantidade de pessoas que serão necessárias para tomar posse em cada conselho. Com os nomes em mãos e quantidade de cargos necessários, o conselho de oficiais irá levar os nomes listados a igreja para a próxima assembleia e a igreja votará somente nos nomes que foram votados para ocupar as devidas vagas no período dos próximos 2 anos. A assembleia votou e deixou registrado em ata que somente irão a votação os membros que tiverem no mínimo 30% de indicação nas fichas entregues para o conselho geral e 10% para o conselho de patrimônio. 39 Figura 02 – Quantidade de membros – 2009 a 2019 Fonte: (Elaborado pelo autor) Com o gráfico de quantidade de membros conseguimos ver a evolução dos membros na igreja, o gráfico traz os últimos 10 anos que mostram um pouco de como é a sazonalidade na igreja, sendo os números referentes a última assembleia do ano. Para que se explique, no caso em 2015, houve a posse de novo pastor e, com a saída do antigo, alguns irmãos, que tinham maior afinidade ou queriam auxiliar no novo desafio de iniciar uma congregação, saem. Todavia, houve a continuidade do trabalho, com foco exclusivo na pregação e não querendo focar em número, a quantidade de pessoas tende retornar ao mesmo patamar em alguns anos. De acordo com artigos 6º, 7º e 8º do estatuto, somente membros da igreja podem votar na igreja, é necessário preencher alguns pré-requisitos como ter no mínimo 15 anos, professar a fé em Cristo e ser batizado. Eles primeiramente irão frequentar a igreja como congregados enquanto vão conhecendo a igreja, passam por um curso em que é apresentada a confissão de fé da igreja e o que se crê. Posteriormente, ele irá passar por reunião com o conselho de diáconos e pastor que irão tentar perceber se a pessoa apresenta a mesma fé e crença, além de conhecer o que levou a pessoa até ali, para ver se está alinhada com a confissão de fé
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