Buscar

2019-tcc-lmcouto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E
CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
LEONARDO MILANEZ COUTO 
ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE
IGREJA BATISTA REGULAR
FORTALEZA
2019
LEONARDO MILANEZ COUTO
ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE IGREJA
BATISTA REGULAR
Monografia apresentada ao Curso de
Administração do Departamento de
Administração da Universidade Federal
do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra
Leopoldino
FORTALEZA
2019
 LEONARDO MILANEZ COUTO
ESTUDO DOCUMENTAL EM ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA DE IGREJA
BATISTA REGULAR
Monografia apresentada ao Curso de
Administração do Departamento de
Administração da Universidade Federal
do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Aprovada em___/___/______.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________________
Profª. Dra. Elaine Freitas de Sousa
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Bruno Chaves Correia Lima
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AGRADECIMENTOS 
Após a longa caminhada rumo a conquista da graduação, chega ao fim o
último capítulo desta saga. Com vários desafios e conquistas, com ótimos professores,
que me instigaram a buscar cada vez mais conhecimento e superar minhas limitações
de conhecimento.
Venho agradecer primeiramente a Deus por todas as bençãos que me deste
nesse período, pela minha vida, saúde, pela minha família e amigos. Pois tudo sem
Ele, não seria nada, sendo tudo para a glória dEle. Que Ele venha a abençoas as suas
igrejas, seus missionários e seminaristas a estarem sempre aptos e preparados para
irem a qualquer localidade pregar o evangelho a luz de Sua escritura,
Gostaria de agradecer ao apoio da minha esposa Gihanna, que me deu suporte
e apoio em todo esse tempo. Aos meus pais Aldir e Helda, por tudo que fizeram e
fazem em minha vida, por toda a educação ensinamentos, e ao meu irmão Vinícius.
Não posso deixar de agradecer a todos aos amigos mais chegados que irmãos:
ao Valderir, ao casal Felipe e Ariadna Cruz, ao Carlos José, ao Carlos Castro, a
Rosária, ao Henrique Roges, ao Jeronimo, à Thainá, ao casal Gabriel e Sara, ao
Ezequias, ao casal Valney e Dani Veraz, ao casal Jaime e Leila, e a todos os membros
da Igreja e todos os que se empenharam a fazer com que a congregação se mantivesse
firme na fé e nas escrituras como é hoje. Especialmente ao amigo Erik Henrique que
além de apoio me ajudou a ajustar este trabalho às normas ABNT e fazer as correções
de português.
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da
morte, não temeria mal algum, porque tu estás
comigo; a tua vara e o teu cajado me
consolam. “ (Salmos 23:4)
 
RESUMO
A religiosidade se mostra presente no cotidiano do brasileiro. As expressões da crença em
Cristo são as majoritárias nesse contexto. Este trabalho se põe na situação de analisar a
administração realizada em contexto religioso, com foco na administração dos recursos de
uma igreja batista regular de Fortaleza, no Ceará. Objetivou-se entender qual corrente entre
Fayol, Taylor, Ford e Weber que era mais presente no cotidiano da igreja e da sua
administração. Encontrou-se maior similaridade com o modelo proposto por Weber,
principalmente por posicionar-se a favor da burocracia e da qualificação de pessoal. Os
métodos usados foram a pesquisa documental, visto visualização de informações nos
estatutos, nos relatórios financeiros e nas atas financeiras da igreja e a pesquisa-ação em que
se baseou em um estudo de pesquisa ação pela vivência do autor com a igreja em estudo por
um período como membro e por dois anos como tesoureiro. Ao buscar através das pesquisas é
observado que a organização tem a forma de autoridade legal-racional, pois há normas e
regras para que as operações fluam e mesmo com um nível de hierarquia plana e equiparada,
existe o papel do pastor como responsável frente à igreja.
Palavras-Chave: Administração eclesiástica. Igreja batista regular. Tomada de decisão.
ABSTRACT
Religiosity is present in the daily life of Brazilians. Expressions of belief in Christ are
the majority in this context. This paper sets out to analyze the administration
performed in a religious context, focusing on the administration of the resources of a
regular Baptist church in Fortaleza, Ceará. The objective was to understand which
current between Fayol, Taylor, Ford and Weber was more present in the daily life of
the church and its administration. Greater similarity was found with the model
proposed by Weber, mainly because of its position in favor of bureaucracy and
personnel qualification. The methods used were documentary research, as information
was viewed in the church's bylaws, financial reports, and financial minutes, and action
research was based on an action research study by the author's experience with the
church being studied by an author. period as a member and for two years as treasurer.
When searching through the research it is observed that the organization has the form
of legal-rational authority, because there are norms and rules for the operations to flow
and even with a level of flat and similar hierarchy, there is the figure of the pastor as
responsible to the church.
Keywords: Church administration. Regular Baptist Church. Decision making.
E lhes fez a seguinte advertência: A seara é
grande, mas os trabalhadores são poucos.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande
trabalhadores para a sua seara. 
Lucas 10:2
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
1.1 Objetivo Geral 11
1.2 Objetivos Específicos 11
1.3 Organização do Trabalho 12
2 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 14
2.1 As bases da administração eclesiástica 15
2.1.1 Administradores que influenciaram a administração 16
2.1.1.1 Sobre Fayol 17
2.1.1.2 Sobre Taylor 18
2.1.1.3 Sobre Ford 18
2.1.1.4 Sobre Weber 20
2.1.2 A tomada de decisão 21
2.1.3 A forma de expansão 22
2.2 A administração eclesiástica 22
3 GESTÃO NAS IGREJAS 24
3.1 Igreja primitiva 25
3.2 Igreja batista 30
3.2.1 Batistas regulares 31
4 METOLOGIA 32
5 ANÁLISE DE RESULTADOS 34
5.1 História da igreja local 34
5.2 Tomada de decisões 36
5.3 Indicação de representantes 40
5.4 Crescimento e expansão 44
CONSIDERAÇÕES FINAIS 48
REFERENCIAL TEÓRICO 51
10
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é conhecido como um país por respeitar todas as pessoas e para todas as
religiões, visto que se declara um país laico, que não impõe restrições para as práticas
religiosas de qualquer caráter em todo seu território. Neste país, tem pessoas que são
católicas, evangélicas, espíritas, umbandistas, judaizantes, islâmicos, hinduístas, budistasg,
entre outras. 
De acordo com o censo do IBGE, em 2010, as religiões que possuem mais
adeptos no Brasil são a católica com 64,6% e a evangélica com 22,2% (BRASIL, 2018).
O número de evangélicos vem crescendo a cada ano, entre 2000 e 2010 o
crescimento foi mais de 61%, para comportar esses novos convertidos é necessário que as
igrejas aumentem ou criem pontos de pregação para que essas pessoas possam ter onde ouvir
sobre as escrituras bíblicas mais próximas de suas casas. Segundo dados da Receita Federal
obtido através do registro de igrejas foram abertas em média 25 igrejas evangélicas por dia,
dados esses obtidos entre 2000 e 2017 (GOSPEL MAIS, 2019).
Esse número pode ser surpreendente, porém no Brasil há legislação que prevê
regras para criação deuma organização religiosa. O artigo 44 do Código Civil diz que o
registro dessas organizações seja semelhante ao de pessoas jurídicas de direito privado. Isso
implica que mesmo ela não possuindo interferência de órgão regulador para sua operação,
assim como em suas tomadas de decisões, ela tem obrigações fiscais e tributárias, pagando o
seguro social e guia da previdência social de seus pastores e funcionários, além de pagar a
arrecadação da receita federal. Mas o Brasil tem um grande grupo de organizações religiosas
que trabalham de forma informal, seja por conta de recursos escassos, por falta de
conhecimento ou para evitar a burocracia demandada que é formalizar-se (FOLHA DE SÃO
PAULO, 2018).
A igreja como uma organização social, é pessoa de direito privado, não podendo
se comportar como autônoma e sem subordinação nenhuma ao estado, ela deve ter o seu lado
administrativo como secundário, pois tem como objetivo principal a pregação da bíblia.
Focando em que mais pessoas possam ouvir as pregações e aos que se convertem ao
cristianismo possam ter uma comunidade a qual dividam seus valores, que possa se relacionar
e que possam se desenvolver mais como pessoas. No ponto de obrigações legais se assemelha
a qualquer organização que não seja religiosa: prestação de contas validada por um contador,
ter seu templo aprovado pelo corpo de bombeiros e pagamentos de impostos (DIREITO
11
NOSSO, 2019). Ela não deve se omitir dessas obrigações, por vezes problemas financeiros
podem ocorrer e algumas contas ficarem em atraso, porém quando possível deve quitar e
tentar ser irrepreensível em todos as suas obrigações.
Como toda organização, o bom funcionamento não depende de ter o
reconhecimento social de que está operando normalmente, assim como com os membros e
obrigações legais. Ela também necessita de uma organização interna, quem vai cuidar do dia a
dia da igreja, quem pagará as contas, quem irá recolher as ofertas e dízimos, quem atuará na
área de divulgação de informações da igreja, além de cuidar da manutenção e zeladoria. Tudo
isso não pode ficar somente na mão de uma pessoa, pois acabaria se sobrecarregando,
dificultando para tomar decisão dos próximos passos da igreja, sobre investimento em
melhorias da infraestrutura, equipamentos ou novo ponto de pregação. Deve existir também
um conselho que possa coordenar para que não seja apenas imposição de uma pessoa só, pois
isso poderia acabar sendo perigoso para a sustentabilidade da organização, pois pode quebrar
o fluxo de caixa ou passar por uma desaprovação da congregação (DRUCKER, 1974).
Este trabalho, então, propõe-se a análise da administração eclesiástica de dentro
para fora, visto que o autor e escritor desta pesquisa esteve como tesoureiro da igreja em
análise por dois anos. Com efeito, no decorrer desse tempo, ficou evidente de como a igreja
pensa no sustento de missões, de maneira que pode ser feito em meio a tantas prioridades e
dificuldades com que esse chamado não seja esquecido.
Encontra força e motivação, na importância de falar-se de motivações e de
modelos de administração pouco ortodoxos ou menos usuais, que, todavia, encontram-se no
mundo de maneira crescente e representam também o modo de existir e pensar de alguns
indivíduos.
1.1 Objetivo Geral
Analisar em uma organização de cunho religioso como é o comportamento e a
hierarquia da igreja para operar diariamente suas atividades para que a missão da igreja não se
perca.
1.2 Objetivos Específicos
Com o intuito de fazer uma análise dos processos dos colaboradores na área
administrativa e como são tomadas as decisões é necessário construir um escopo de
12
informações que demonstrem a estrutura estabelecida pela entidade. Os principais pontos
levantados que devem ser contemplados são: 
1) Expor a forma de tomada de decisões
2) Desdobrar a forma como é formada a indicação de seus representantes
3) Identificar como e quais são as formas de crescimento e expansão
1.3 Organização do Trabalho
O trabalho é composto de cinco seções. 
A primeira, “Conceitos de administração e administração eclesiástica”, embasa
teoricamente o que é a administração e quais são suas teorias básicas vistas na análise da
organização religiosa. A administração eclesiástica é o estudo dos temas ligados ao trabalho
de pastor para viés de liderança ou de cunho administrativo e, nesse sentido, a igreja é tanto
um organismo em si quanto uma organização, alicerçadas em, aprioristicamente, aspectos
espirituais, seguidos de questões sociais e econômicas, com fito de atender a missão a qual
Deus constituiu.
A segunda seção, “História das igrejas batistas regulares”, procura a história da
igreja, sendo conduzido para o caminho mais tradicional como o caso da igreja em estudo.
Percebeu-se que, levando adiante o que seria a igreja, considerará que basta ser um local onde
estiverem dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus. Com isso podemos entender
que o local não precisa seguir os conceitos de “templo”, podendo ser uma casa, um espaço
público, basta que pessoas estejam reunidas com o propósito de adorar a Deus.
A terceira, “Metodologia”, faz uma exploração maior dos métodos utilizados para
a pesquisa. Em que se vê que este trabalho teve como metodologia o estudo de caso que se
deu em uma igreja batista regular localizada em Fortaleza, no bairro Aldeota, que tem por
volta de 250 membros. Foi feita a análise do estatuto, relatórios financeiros e atrás de
assembleias, e verificação de como é realizado o processo através de acompanhamento da
operação realizada pelo concelho dos diáconos, concelho de patrimônio, assembleia de
membros, trabalho dos pastores e tesoureiro. Através dos dados obtidos houve a confrontação
do formato e estruturação do que se foi observado com que está formalizado, com isso foram
levantadas as conclusões e pontos de melhoria. 
A quarta seção, “Análise de Resultado”, diz sobre as observações analisadas
dentro da igreja que serviu de base para coleta de dados, descreve os resultados obtidos e a
análise deles. Com esses insumos, vê-se que as características das teorias mais clássicas da
administração são mais relevantes neste caso, pois o fluxo de trabalho contínuo e periódico,
13
com volumes pequenos de demanda faz com que as teorias focadas em trabalho sobre
demanda, e o foco nos colaboradores encontrado em Weber se encaixam bem na organização
estudada.
Na quinta e última seção são expostas as considerações finais, trazendo a análise
crítica entre a teoria e os resultados obtidos, sintetizando todos os pontos apresentados.
14
2 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
De certo, administrar é um campo amplo, pois serve de suporte para fazer com
que a visão, missão e os objetivos da empresa sejam conquistados, exemplo disso são: o
resultado como lucro de 20% melhor que o ano anterior, redução de custos em 3%, aumento
do marked share em 0,5% no último ano. 
Com os resultados positivos quem acaba recebendo o mérito, nesta ordem, acaba
sendo o time de compras, a equipe de automação e a equipe de vendas. De modo que passa
despercebido o empenho da gestão em estruturar a empresa de maneira holística para
conquistar os objetivos. 
Há um questionamento, de complexidade considerável, que é muito levantado:
sendo a gestão (ou a administração) suporte, que é despenhada em várias situações por
pessoas sem formação acadêmica específica, ainda mostrando resultados práticos
positivamente considerados, é esta área de estudo uma arte ou uma ciência? (MATOS, 2009)
Por exemplo, quando se verifica as atividades de um pipoqueiro em frente a uma
igreja, o comerciante pode ter foco na qualidade dos produtos, nas habilidades de fazê-la com
um bom gosto ou na forma como se comunica para trair clientes. Todavia, sema pipoca feita
não haveria possibilidade de constituir o trabalho, visto que é necessário ter planejamento da
quantidade de clientes, de qual o consumo médio, de quanto de matéria prima (pipoca, óleo,
sal, manteiga, sal, gás, saquinho) é preciso. De modo que, quando isso de forma despercebida,
eis a arte de administrar.
Noutro sentido, percebe-se como ciência quando um funcionário resolve planejar
e otimizar a produção de uma fábrica, a exemplo do sistema just-in-time1. Nesse sentido,
levar-se-ão em conta os cálculos da demanda de produtos vendidos e de material necessário,
de maneira que todos os insumos sejam suficientes, sem que haja desperdícios, que podem
vier sob forma de matéria prima parada, equipamentos subutilizados e mão de obra ociosa.
Assim, todos os recursos parados podem ir para aplicações mais rentáveis em, inclusive,
matrizes de negócios diferentes da principal. (ERBA, LEME, ARRABAL, 2013).
Ainda no estigma do dilema arte-ciência, vê um dos significados, deveras aceito
neste trabalho. A saber, Administração vem da junção das palavras ad e minister, que
significam direção ou tendência para e subordinação ou obediência. Mas a palavra
administração remete a ação de administrar, que leva em consideração o planejar, agir,
1 Ressalta-se que este modelo foi fundamental para que a Toyota despontasse no mercado de automóveis.
15
organizar, coordenar e controlar, com o intuito de ganho onde está sendo feita a ação, podendo
ser ganho financeiro ou de desempenho (DICIONARIO INFORMAL, 2019).
Não seria diferente pensar que a administração toca situações menos corriqueiras
ou ainda pouco típicas do modelo administrativo proposto na academia. Esta pesquisa quer
refletir sobre administração em igrejas, especificamente uma de matriz batista regular, que
ficará melhor exposto a seguir.
2.1 As bases da administração eclesiástica
Chegando mais propriamente ao tema em análise, tem-se a administração no meio
da igreja, doravante chamada de “Administração eclesiástica”. Não, necessariamente, como
foi percebido ao decorrer deste trabalho, distancie-se do labutar corriqueiro da administração-
ciência aprendida na faculdade. Contudo, faz-se perceber outros aspectos, aqui exposto, como
uma finalidade menos comum, que é a adoração a Deus, seguindo os preceitos estabelecidos
na Bíblia, a semelhança de Cristo.
A administração eclesiástica, deste modo, será tida como o estudo dos temas
ligados ao trabalho de pastor para viés de liderança ou de cunho administrativo. Nesse
sentido, a igreja é tanto um organismo em si quanto uma organização, alicerçadas em,
aprioristicamente, aspectos espirituais, seguidos de questões sociais e econômicas, com fito de
atender a missão a qual Deus constituiu. (CAMÂRA, KESSLER, 2012)
Então, faz-se fundamental salientar que a missão primordial da igreja é servir a
Cristo2, seguindo os parâmetros bíblicos de fidelidade às escrituras, de desejo pela comunhão
dos santos, de igualdade entre todos os integrantes do corpo da igreja e de bom testemunho,
com finalidade de evangelizar todos os povos. Com efeito, posto que a igreja existe neste
mundo, ela adota princípios semelhantes a administração “secular”3. (PALÁCIO, 2019)
De modo que, como a igreja como base é uma organização, necessita de ter
organização concreta para fazer com que todas as suas áreas operem de forma satisfatória para
conquistar a missão.
Pegar-se-ão os conceitos administrativos de planejamento, organização, liderança
e coordenação, que são imprescindíveis ao básico de gestão. Entendeu-se que não seria capaz,
ainda que corpo movido por questões divinas, a igreja de estar fora dessa estabelecida
2 E não seria diferente, visto toda manifestação bíblica, historicamente posta pós o capítulo 2 de Atos.
3 O termo secular aqui posto é meramente para criar a divisão entre a administração eclesiástica e a 
administração praticada fora de uma situação de igreja. Não se planeja aqui discutir isso plenamente, podendo 
ficar para possível ensaio ou artigo.
16
doutrina administrativa. Os quatro conceitos serão aqui melhores expostos. (STONER;
FEEMAN, 1999)
Para planejamento, tem-se que é tido através do estudo histórico das ações da
igreja para traçar seus objetivos, essa ação deve responder algumas questões como: o que
queremos? quais são os objetivos? qual nossa missão? quais os recursos que dispomos para
realizar tal atividades? (STONER; FEEMAN, 1999)
Organização, em sequência, é a forma do coordenar com eficácia os recursos
humanos, financeiro e materiais para alcançar os objetivos. (STONER; FEEMAN, 1999)
Em liderança, percebe-se a forma como o pastor e o corpo capacitado a decidir
trabalham suas atividades, delegando, advertindo, incentivando e trazendo a congregação para
colaborar quando necessário. (STONER; FEEMAN, 1999)
Por fim, nota-se coordenação no sentido da premissa de que o que não é medido é
difícil de ser avaliado. A liderança deve estar sempre acompanhando as atividades dos
colaboradores para saber se estão operando de acordo com o planejado, caso não esteja
poderem fazer a correção para que não venha a enfrentar problemas. (STONER; FEEMAN,
1999)
2.1.1 Administradores que influenciaram a administração 
Neste sub-tópico, propõe-se expor os administradores que, utilizando os conceitos
expostos na seção anterior, visto que trabalharam e fizeram compor execuções dos pontos
trabalhados. 
Como visto, a igreja tem a administração como atividade secundária em relação a
pregação, seja as efetuadas no prédio seja por meio de missões. O processo de gestão, então,
pode ser esquecido e começará a apresentar problemas.
Essas dificuldades são semelhantes a falta de foco na administração vista e
enfrentada na revolução industrial4 à medida que as empresas tinham um cenário em que a
oferta era menor que a procura. 
Nesse sentido, pode-se citar alguns administradores clássicos que tiveram de
romper a atividade informal para atividades estruturadas, que seriam Jules Henri Fayol (1841-
1925), Frederick Wislow Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863-1947) (CHIAVENATO,
2006). 
4 O maquinário pesado foi fundamental para a mudança de concepção nas operações realizadas a época.
17
2.1.1.1 Sobre Fayol 
Fayol teve um papel importante para quebrar o paradigma de que a forma de
administrar era um padrão e passaria a ser modelada e passada a outras pessoas, entendo que
era necessário compreender seus princípios básicos, que está compreendido em (CARDOSO,
2011; SCHERMERHORN JR., 2006).
Inicialmente, tem-se que a divisão do trabalho se estrutura para criar o ambiente
com uma produção maior e melhor, com o mesmo nível de esforço, focando na especialização
de cada parte que participasse do processo (MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011).
Comenta ainda que a autoridade e responsabilidade fazem com que a relação
gestor e funcionário seja realizada de profissional e que possa desempenhar a autoridade a ele
concedida. Noutra senda, a disciplina é base para toda reestruturação, haja vista que é
necessário seguir os processos, atividades tudo de acordo com o estabelecido pelos gestores
para que os resultados saiam semelhante ao planejado e que não traga nenhuma surpresa
desagradável (MAXIMIANO, 2000; SCHERMERHORN JR., 2006).
Há também a unidade de comando, percebida como conceito de que todos devem
seguir só uma voz, que podendo ser arriscada iria ser o guia para ações da empresa
(MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011).
Seguido, constata-se sobre a unidade de direção, em que cada área só poderia ter
um administrador, entendo que empresa é uma, porém existem áreas distintas, que ao ter dois
administradores poderiam gerar divergências por suas convicções e acabar por atrapalhar a
produção (MAXIMIANO, 2000).
Aduz, igualmente, que a subordinação dos interesses individuaisaos interesses
gerais é a empresa agindo como ente centralizador dos colaboradores, não devendo ser
modificada pelo bem-estar de algum indivíduo ou de um determinado grupo, visto ser
soberana sobre todos (CARDOSO, 2011; SCHERMERHORN JR., 2006).
Percebe-se a remuneração pessoal, entendendo-se como o princípio de que o
trabalho bem desempenhado era merecedor de recompensa não é algo ultrapassado. Fayol
entendia, nesse sentido, que profissionais bem pagos tem um desempenho acima da média.
Em outro rumo, vê-se a centralização, como princípio de que as diretrizes devem ir da alta
gestão até os operários, de forma que siga o mais fiel possível, não havendo vias de trocas de
informações ou adaptações em suas várias etapas de repasse de informação (MAXIMIANO,
2000; SCHERMERHORN JR., 2006).
18
A ordem é meio de conquistas a menor perca de material e foco na mão-de-obra,
fazendo com que tudo deva estar em seus devidos lugares e próximo as áreas fins
(MAXIMIANO, 2000).
Já a equidade é ponto que traz em essência que todos são iguais, ocorrendo em
níveis iguais, haja vista que a diferença entre pessoas de cargos semelhantes poderia acabar
gerando insatisfação e conflito, por conta disso é pregado o nivelamento de cargos
(MAXIMIANO, 2000; CARDOSO, 2011; SCHERMERHORN JR., 2006).
A estabilidade de pessoa é quando se tenta manter os funcionários faz com que o
medo de possível desligamento não acabe afetando os funcionários, além de tentar melhor o
nível técnico de cada uma através das repetições das atividades diárias (MAXIMIANO, 2000;
CARDOSO, 2011).
Tem-se, também, a iniciativa, entendida por princípios de que a pessoa receber a
atividade e a cumprir e o fundamental, caso haja uma possibilidade de melhoria que ela seja
aplicada, podendo ocorrer, mas que no final tudo seja entregue como esperado é o que
importa (SCHERMERHORN JR., 2006).
2.1.1.2 Sobre Taylor
Taylor tinha a mesma essência de Fayol, todavia tinha o entendimento de que, por
si, o funcionário não teria condições para escolher quais seriam os métodos mais eficientes,
tendo vista que é possível que busquem a vadiagem. Sendo necessária a contribuição da
gerência para decidir, os supervisores deveriam acompanhar os desempenhos e fazer com que
o planejamento fosse seguido à risca, o operário só poderia fazer suas atividades sem poder
questionar, pois a estrutura de decisões e mudanças eram rígidas (BONOME, 2009; MOTTA,
2000).
Taylor tinha quatro princípios que corroboram com Stoner e Feeman, sendo os
princípios de planejamento, controle, preparo e execução. Contudo, ao analisá-lo em relação a
Fayol observamos que ele se destaca na obstinação de eficiência da operação. Essa busca
incansável era através do cálculo do tempo gasto para fazer a modificação no produto, tempo
gasto para pegar, utilizar e devolver o equipamento ao local de origem, era considerado se a
luminosidade, ergonomia e salubridade do local eram adequadas para auxiliar a operação
(BONOME, 2009; MOTTA, 2000; CHIAVENATO, 2006).
2.1.1.3 Sobre Ford 
19
Ford diferentemente de Taylor e Fayol, que eram engenheiros, era administrador.
Ao estar à frente de uma fábrica foi focando no processo de criar produtos com níveis mais
baixos de diferenciação e com aprimoramento na linha de produção, fazendo com que o
produto corresse por todos o processo sem precisar que nenhum funcionário se locomovesse
para pegar nada, tudo estaria a mãos. Ford tinha alguns pontos que o destacaram dos outros
dois, estabelecendo em quatro conceitos (CARDOSO, 2011; DALMOLIN et al., 2007;
BARROS, 2001):
O princípio da intensificação é conceito de que o produto pronto deveria estar
pronto com a menor distância entre equipamento e matéria prima gastando assim menor
tempo e ganhando eficiência (BARROS, 2001).
Destarte, há o princípio da economicidade que consiste na ideia de ter estoque
mínimo para suprir a demanda da produção e ter um estoque suficiente de produtos acabados
para poder lançar no mercado, o que geraria maior fluxo de vendas e assim poderia negociar
redução de valores com fornecedores (DALMOLIN, et al., 2007).
Com efeito, existe também o princípio da produtividade, consistindo em conceito
de que o trabalho seja feito no melhor ritmo possível, alinhando o aumento de produção do
operário cada vez mais especializado com o que faz e com o aumento de produtos acabados
(CARDOSO, 2011).
Por fim, o espírito de equipe percebe-se como princípio de que deve haver um
sentimento de participação, um sentimento que permita o colaborador acreditar que suas ações
geram os resultados e que os gestores o conhecem (BARROS, 2001).
Um grande exemplo disso é o modelo Ford T, que em 2019 completa 111 anos
desde o seu lançamento e que gravou o nome do empresário e da marca na história, projeto
esse que tentava fazer com a população pudesse ter mais acesso a um veículo. No seu 9° ano
de produção, gravou a marca de 2 milhões de carros vendidos e no final do seu ciclo de
produção com 19 anos de produção conseguiu vender 15 milhões de veículos
(WEBMOTORS, 2019). 
Isso não era um resultado bom apenas para a época, ele ainda está entre os carros
mais vendidos de todos os tempos, mesmo com avanços de tecnologia fazer algo semelhante é
muito difícil, pois Ford juntou a oportunidade, a visão de negócio e conceito de produção
eficiente para poder conquistar esse posto com algo disruptivo (NOTÍCIAS
AUTOMOTIVAS, 2019).
20
2.1.1.4 Sobre Weber
A administração considerada como clássica tem um integrante que entra com um
cuidado em especial, o cuidado no estado social de cada membro da organização. Max Weber
(1864-1920) publicou materiais do que chamava de tipo ideal de burocratização, porque
observou que as organizações burocráticas eram como máquinas impessoais, que trabalhavam
de acordo com regras racionais. Com o estudo nessa linha o que chamou mais sua atenção foi
o processo de autoridade-obediência, o processo de dominação possui três vertentes que
fazem com que haja obediência dentro da organização (MAXIMIANO, 2000; RIBEIRO,
2016).
Tem-se a autoridade carismática que é observado em situações em que existe a
afeição puramente dita, a admiração a autoridade pelas suas qualidade e poderes, podendo ser
observado em caso de heróis guerreiros, demagogos. Deixando de lado as ações para a
imagem e comunicação do líder (MAXIMIANO, 2000; CHIAVENATO, 2016).
Há a autoridade tradicional, como o nome já indica, é a mais comum e se
apresenta de forma visível na ordem social puramente mais dita, tendo a presença maior de
chefe soberano que irá impor pela força sua vontade aos que estão sobre seu domínio
(MAXIMIANO, 2000).
Em último, a autoridade legal-racional é tida como a forma mais evoluída das
três, ela tem sua legitimidade baseada em um estatuto, que reflete a burocracia pura. Uma
forma de visualizar de forma mais simples é que o líder é uma empresa e os subordinados
seriam outras empresas, cada um com sua competência, limite e funções próprias
(MAXIMIANO, 2000).
O grande diferencial de Weber em relação a Taylor, Fayol e Ford foi a
preocupação com o subordinado, sabendo que não somente a especialização na atividade,
boas condições de trabalho e tudo a mão não o faria ter grandes entregas, trazendo a
necessidade de profissionalização dos funcionários, desde um nível técnicos ou com
especializações técnicas. Além de contestar o padrão que o dono tem que ser o que toma as
decisões, caso haja alguém com maior capacidade técnica poderia tomar a posição e tê-lo
como um suporte de decisões, aumentando assim a competitividade da organização
(MAXIMIANO, 2000; RIBEIRO, 2016; CHIAVENATO, 2016). Percebe-se este nome como
o que influenciou fortemente o modelo administrativo em análise, deforma que,
evidentemente, tornar-se-á mais claro ao longo desta pesquisa.
21
2.1.2 A tomada de decisão 
Com efeito, o processo de tomada de decisão perpassa ambientes muito mais
amplos que os reduzidos a Eclésia Cristã. De fato, é algo sempre presente em quaisquer
organizações, independente da sua escala.
Nesse sentido, faz-se constatar que é necessário avaliar os mais diversos pontos
com fito de valorar as questões como positivas e os negativas quanto à forma de impactar os
variados conceitos e contextos que se aplicam aos ecossistemas administrativos. Destarte,
tomar decisões é fundamental, influenciando o fluxo de caixa, a produção e os colaboradores.
Pondera-se, igualmente, que a organização é semelhante a um organismo em que
qualquer alteração gera reflexos rápidos. Desta feita, vê-se que, a mesma ação, em um
momento, poderia ser considerada com o resultado maravilhoso para o cliente ou usuário e,
em outro, poderia acarretar grandes prejuízos nos processos da empresa, podendo até
impossibilitar com que ela trabalhe de forma sustentavelmente com as escolhas: este é o peso
das escolhas.
Contextualiza-se essas questões em Szilagyi e Wallace (1980), que dividem as
decisões em três categorias em tomadas de decisão.
A primeira existe como a categoria individual visto o caso de tomar uma decisão
em níveis individuais, a exemplo de escolher de pagar uma conta que pode ser paga dentro de
quinze dias, que pode ser paga no momento do recebimento da conta ou no dia do
vencimento. Em geral, os impactos dessas decisões seriam mínimos para a organização,
contudo teria condão de impactar o fluxo de caixa e, se houvesse atraso, poderia haver
impactos contáveis. (SZILAGYI E WALLACE, 1980)
Em segundo lugar, existe a categoria em grupo que leva em consideração a
decisão tomada pelas várias vozes da empresa, por exemplo, para escolha do local de um
evento corporativo da empresa em um grupo de opções. Ainda que o impacto disso fosse
mínimo à organização, geraria impactos no caixa, porquanto nem toda decisão tem o mesmo
custo e iria impactar o time de gestão de pessoas para selecionar e firmar contrato.
(SZILAGYI E WALLACE, 1980; GUIMARÃES, ÉVORA, 2004)
Por último, a categoria de decisão que se estabelece em níveis mais altos da
empresa, tendo como ponto de partida a alta gestão da organização, com a proposta de alterar
a visão da empresa. O exemplo em que pode ficar claro é quando da criação de uma nova sede
e da seleção de um grupo para ir a frente desse novo projeto. Isso, de fato, impacta a
movimentação financeira, dado que será um investimento e um impacto no quadro de
22
membros a medida que será necessário enviar recursos para se operar minimamente e com
potencial. (SZILAGYI E WALLACE, 1980; GUIMARÃES, ÉVORA, 2004)
2.1.3 A forma de expansão
Noutro aspecto, lê-se que toda organização tem como base o seu
desenvolvimento, independente do intuito dos negócios ou da visão do empreendedor.
Resumindo-se a dois caminhos, percebe que, atuação, caso seja o gestor mais ousado se
pensará em expansões mais agressivas5, caso seja mais conservador, como a organização que
só pensa em se manter, tentará crescer de forma orgânica. Fato é ambos necessitam de alguma
forma de se estruturar para que tudo não se perca por falta de gestão (GONÇALVES, 2019).
Para Overford e Christensen (2000), existem algumas formas de como a
organização se preparar para a mudança que podem ocorrer levando em consideração os seus
processos, recursos e cultura. Para isso eles descreveram três formas de desenvolvimento.
A começar, tem-se o desenvolvimento interno que deve levar em consideração a
avalição de todo o processo e ver o que poderia ser otimizado e desenvolvido melhorias. Para
isso, separaria os melhores colaboradores que são chamados de “equipe peso pesado”, para
poder focar e obter os melhores resultados. (OVERFORD E CHRISTENSEN, 2000)
Observa-se, igualmente, o desenvolvimento por meio que é quando uma
subsidiária tenta desenvolver um novo projeto caso a cultura do negócio não esteja em total
alinhamento com a organização principal. Isso auxilia para que uma empresa entre em outro
nicho de mercado que não compete com o seu core, fazendo que o cliente final na sinta o
impacto da mudança. (OVERFORD E CHRISTENSEN, 2000)
Por fim, percebe-se o desenvolvimento por meio de uma aquisição, entendendo-se
como o poder de se desenvolver por meio da compra de uma outra empresa que venha agregar
aos processos atuais e produção da empresa, podendo ela ser do mesmo seguimento ou não da
principal. Um grande ponto de cuidado é a tentativa de impor a cultura na organização
adquirida, isso pode causar perda de recursos financeiro e humanos, inclusive chegando em
eventual quebra de um dos negócios (CHRISTENSEN, OVERFORD, 2000).
2.2 A administração eclesiástica
5 Como abrir outras filiais ou agregar outras empresas ao negócio.
23
A administração eclesiástica, deveras, não é tão mais mutável que a administração
corriqueiramente vista pelo mundo. Contudo, algo deve ser dito acerca dela: esse modelo
administrativo precisa basear-se em planejamento, à medida que imagina como os insumos
vão construir, por fim, a visão. Disso, constrói-se o planejamento estratégico responsável por
definir e delimitar os caminhos a serem seguidos com fito de alcançar o objetivo. Com efeito,
um bom planejamento na área envolve também mais dois conceitos: planejamento tático e
planejamento operacional. Eles são, respectivamente, a definição para as áreas o que será
cobrado delas e o que deverá ser conquistado e o que cada colaborador deve realizar no dia-a-
dia. (MONZATTO, 2013)
Tais controles servem para administrar de forma eficiente, visto que se propõe
como maneiras de gestão jurídica, institucional e contável. Ou seja, uma administração
holística. Para que se explicite, a gestão jurídica, primeiramente, percebe a igreja pelas
normas da República Federativa do Brasil. Especificamente, nota-se, então, no Código Civil,
instituído pela Lei nº 10.406, de 2002, ao artigo 44, em que, in verbis, (MONZATTO, 2013)
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em
lei específica. (BRASIL, 2002) (grifou-se)
Entendo a igreja, por claro, como organização religiosa e, consequentemente,
como pessoa jurídica, traz deveres perante o Estado. Para conquistar a personalidade jurídica
em questão deve, a igreja, ter seu estatuto apresentado à CTP (Consulta Técnica Prévia) do
município em observância aos artigos 456 e 467 do Código Civil. (MONZATTO, 2013)
6 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo 
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, aver-
bando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, 
por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. (BRASIL, 2002)
7 Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins,a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se 
administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é 
reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, 
pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse 
caso. (BRASIL, 2002)
24
 Em vista da lex, embora seja sem fins lucrativos, é tida como uma “empresa” por
ser uma pessoa jurídica de diretivo privado, devendo responder a toda a legislação brasileira e
não somente ao direito civil. As obrigações devem levar em consideração as responsabilidades
pelos seus funcionários, voluntários, além de ter que pagar os impostos a União e Estado,
além da previdência. (MONZATTO, 2013)
Em sequência, a gestão contábil tem como fim respaldar todas as movimentações
financeiras da organização religiosa frente aos órgãos fiscalizadores. Para isso, é necessário
que seja realizado o livro diário, que contará com todas as movimentações realizadas pela
igreja, tanto com recebimentos, pagamentos e movimentações de patrimônio, tudo
formalizados com suas documentações originais. O livro razão que deve ser produzido por um
contador é o resumo do livro diário, descrevendo tudo de acordo com suas subcontas para que
facilite o trabalho de um agente fiscalizador. (MOREIRA, 2019)
Em relação a estrutura organizacional, que nada mais é do que o acompanhamento
da parte burocrática interna da “empresa”, visto que deverá acompanhar o livro de atas que é
desenvolvido a cada assembleia e relata com tudo que ocorre dentro da igreja, descrevendo
quem é o pastor, quem tornou-se membro, quem deixou de ser membro, aprovação de
relatório financeiro, aprovação e projetos, para que tudo fique descrito para uma possível
necessidade de informação. Tem de acompanhar também o livro de presença das pessoas que
participaram das reuniões, tanto da realizada pelo pastor com os conselhos da igreja quanto
das assembleias com os membros. Deve também registrar em cartório, arquivar e acompanhar
a validade de cada livro contábil, pois é necessário guardá-lo por 10 anos. (MONZATTO,
2013)
3 GESTÃO NAS IGREJAS
Para muitos, igreja é um local físico, resumindo-se ao “templo”, onde a
comunidade vai adorar seus deuses, tendo comunhão com pessoas que dividem as mesmas
crenças e fé. Porém, sendo mais específico, esse conceito estará mais vinculado ao local da
congregação que crê em Jesus Cristo (MICHAELIS, 2019).
Levando adiante o que seria a igreja, considerará que basta ser um local onde
estiverem dois ou mais estiverem reunidos em nome de Deus. Com isso podemos entender
que o local não precisa seguir os conceitos de “templo”, podendo ser uma casa, um espaço
25
público, basta que pessoas estejam reunidas com o propósito de adorar a Deus8. Com essa
possibilidade de situações e modificações fica um pouco mais complexo tentar desvendar de
onde veio sua origem e como ela se multiplicou, e é isso que tentaremos ver a seguir 
3.1 Igreja primitiva
Disso, faz-se mister comentar sobre o nascimento da igreja. 
Que se torne claro, a multiplicidade de crenças e de credos que se conhece hoje
não sempre foi constante na existência humana. De fato, os nascedouros da igreja cristã
tiveram uma origem tão difícil quando se possa imaginar. 
Ela começou por um pequeno grupo em Jerusalém, local esse que era considerado
pela profecia um local em que a nova aliança se colocaria. Esse lugar era o principal reduto da
cultura judaica, que tinha como crença um Deus e observava uma estrutura teocrática, baseada
na lei mosaica9.
Devido a dissonância entre entender quem seria o salvador prometido desde o
Gênesis10, os judeus não reconheceram a Jesus como o salvador proclamado através das
profecias que eram ouvidas desde Abraão, tido por pai de toda a nação hebreia11. 
Como a aparição de Jesus Cristo e com todos os seus milagres acabou chamando a
atenção dos sacerdotes judeus, que viam aquilo como algo estranho, e averso as crenças e
costumes instituídos pela cúpula local, acusando-o de estar criando uma seita. Todavia, isso
foi ficando mais complexo à medida que várias pessoas iam crendo em Jesus12 e que, por
vezes, eles criam que a base que tinham no pentateuco se via posta em cheque com o que
entendido pelos cristãos, uma vez que em alguns momentos os mandamentos vinham sendo
8 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer 
coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem 
dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. (Mateus 18:19-20, ARA)
9 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 
(Atos 2:5, ARA) 
10 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e 
tu lhe ferirás o calcanhar. (Gênesis 3:15, ARA)
11 Prostrou-se Abrão, rosto em terra, e Deus lhe falou: Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai 
de numerosas nações. Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te 
constituí. Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti. Estabelecerei a 
minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o 
teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de 
Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus. (Gênesis 17:3-8, ARA)
12 Para mais, ver Marcos 1.
26
transmitidos de forma diferente com o entendimento vigente13(AZEVEDO, KROKER,
CAIRNS, 2009).
Com o aumento dos milagres realizados por Cristo e pelas pessoas verem a forma
como ele falava de Deus, com autoridade14, foram aumentando a quantidade de pessoas atrás
dele, para que pudessem ter suas preces atendidas. Ao ver esse movimento e com todo o
burburinho que havia, os sacerdotes conseguiram prendê-lo e conseguiram fazer com que
fosse julgado e condenado a morte na cruz, mesmo sendo considerado sem culpa pelo
governador local15 (SOARES, 2008).
13 Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua 
doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na 
sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? 
Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse
homem.
Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele.
Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade 
ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galileia. (Marcos 
1:21-28, ARA)
14 Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque 
ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. (Mateus 7:28,29, ARA)
15 Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo.
Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de 
púrpura. Chegavam-se a ele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.
Outra vez saiu Pilatos e lhes disse: Eis que eu vo-lo apresento, para que saibais que eu não acho nele crime 
algum. Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis o homem!
Ao verem-no, os principais sacerdotes e os seus guardas gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes 
Pilatos: Tomai-o vós outros ecrucificai-o; porque eu não acho nele crime algum.
Responderam-lhe os judeus: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo
se fez Filho de Deus. Pilatos, ouvindo tal declaração, ainda mais atemorizado ficou,
e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para 
te crucificar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, 
quem me entregou a ti maior pecado tem.
A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de
César! Todo aquele que se faz rei é contra César! Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e 
sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá. E era a parasceve pascal, cerca da 
hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-
lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César!
Então, Pilatos o entregou para ser crucificado. 
Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, 
Gólgota em hebraico, onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos 
escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: Jesus Nazareno, o Rei dos 
Judeus. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e 
estava escrito em hebraico, latim e grego. Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos 
judeus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.
Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada 
soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. 
Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá — 
para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. 
Assim, pois, o fizeram os soldados. E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de 
Clopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu 
filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa. 
27
Após a morte de Jesus os seus discípulos acabaram se dispersando, durante os
primeiros quarenta dias Jesus ressurreto apareceu aos discípulos informando como deveriam
proceder no ministério de evangelizar as pessoas de todos os povos e nações16 (CARDOSO,
2018). 
No dia de Pentecostes eles estavam reunidos em meio a povos de outras regiões,
de línguas e culturas diferentes, porém ao estar pregando os ouvintes conseguiam entender
tudo o que estava sendo dito em sua língua materna, o que gerou grande espanto e admiração
por parte dessas pessoas, alguns consideram que eles estavam loucos e outros se aproximarão
e queriam saber como fazer parte daquele grupo. Instituindo assim a primeira igreja,
compartilhando o que era necessário com o intuito de aprender mais da palavra de Deus e
Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali 
um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha 
chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, 
rendeu o espírito. (João 19:1-31, ARA)
16 Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o 
adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada 
no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, 
e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco 
todos os dias até à consumação do século. (Mateus 28:16-20, ARA)
28
poder auxiliar com que isso fosse cada vez mais difundido17(AZEVEDO, KROKER,
CAIRNS, 2009). 
Após estabelecer ali um ponto de pregação, os apóstolos começaram a viajar para
regiões mais distantes com o intuito de falar de Jesus para qualquer tipo de pessoa,
independente da classe social, da cor, da língua e do sexo da pessoa. Com essa expansão
foram abrindo outras igrejas, que pelo por sua essência eram semelhantes, porém começou a
haver ramificações com o passar do tempo, ramificações essas que tem como mais conhecidas
17 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados.
E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos 
ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que 
falassem.
Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um 
os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, 
porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria 
língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e 
Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui 
residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas 
as grandezas de Deus? Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? Outros, 
porém, zombando, diziam: Estão embriagados!
Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os 
habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão 
embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por 
intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre
toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; 
até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. 
Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se 
converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá 
que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o 
Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus 
realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado 
desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus 
ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela. Porque a 
respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja 
abalado.
Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne 
repousará em esperança, porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja 
corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença. Irmãos, seja-
me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado,e o seu túmulo 
permanece entre nós até hoje. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus 
descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi 
deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção.
A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo 
recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos 
céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,
até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de 
Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. 
Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que 
faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus 
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para 
quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: 
29
a Igreja Católica Romana, os Anglicanos, os Pentecostais, os Luteranos, os Calvinistas, os
Batistas, os Presbiterianos (SILVESTRE, 2019).
Segue infográfico-resumo sobre as mudanças historicamente postas até o
estabelecimento das igrejas batistas, analisadas em tópico posterior. O objetivo desse trabalho
não é, de forma alguma, trazer um por menor da história da igreja, por se tratar de um estudo
em administração, de forma que, em trabalho posterior, tal temática poderá ser melhor
abordada.
Figura 01 – Redenção e rupturas: 2 mil anos de reinvenção da fé cristã
Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um 
acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. 
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia
temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam 
juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à 
medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa 
em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a 
dia, os que iam sendo salvos. (Atos 2:1-47, ARA)
30
Fonte: Alexandre, 2010
3.2 Igreja batista
31
O foco desta pesquisa é a administração realizada por igreja batista. Dessa forma,
faz-se por bem contextualizá-la. Assim, para considerarmos o movimento dos batistas, é
necessário que se entenda sua origem, todavia não é algo simples que possa ser respondido de
maneira maniqueísta ou simplista. 
Há, por exemplo, minoritariamente, crença de que teriam se iniciado em João
Batista que era primo de Jesus e pregava que a vinda do messias estava próxima e que as
pessoas deveriam se arrepender de seus pecados. (PORTE JUNIOR, 2011)
Majoritariamente, entende-se como linha mais provável a de sido originada do
movimento dos anabatistas do século XVI, movimento esse que é o mais conservador em
relação ao comportamento e relação com a sociedade em relação aos outros movimentos
existentes na época. Por fim, existe a vertente de origem do movimento puritano e no
movimento separatista inglês no século XVII, que vinha tendo um toque mais liberalista em
relação a detenção ao controle estatal da igreja (PORTE JUNIOR, 2011).
Passando aos dias atuais, uma igreja, ao informar que o movimento que balizará a
sua doutrina é o batista, não está colocando um selo em si que garante o padrão em todas as
suas igrejas, pois não há um checklist de pré-requisitos para abrir seu ponto de pregação e
nem do que a pessoa que está procurando a igreja encontrará. (LEITE, 2015)
Existem diferenças entre linhas de pensamento, inclusive dentro do movimento,
sobre como deve ser conduzido o culto, qual a forma de louvor utilizado e outros pontos
menos importantes para fé, mas existe um ponto que liga essas igrejas que é a forma de
governança congregacionalista, a defesa de princípios em vez de doutrinas e o viés de pregar
o evangelho, esse último ponto acaba sendo mais crítico por tornar a igreja um alvo vulnerário
em regiões de intolerância religiosa (LEITE, 2015).
O movimento batista chegou ao Brasil depois dos presbiterianos, dos
congregacionais e dos metodistas, com pelo menos vinte anos de ação efetiva de evangelismo
fundou sua primeira igreja na Bahia em 1882. Diferente dos protestantes de imigração que
atuam no seguimento de imigrantes, os batistas com sua ênfase em consciência do indivíduo e
na responsabilidade individual diante de Deus permitiu sua expansão no território brasileiro
(NEEP, 2005).
Já o movimento regular possui por esse foco em preservar e levar o evangelho tem
um diferencial forte de ir sempre a lugares com poucas ou nenhuma igreja, com a intenção de
suprir a necessidade local. Esse desafio, por vezes, não é feito por um grupo, mas por um
missionário sozinho ou com sua família, indo sem ter trabalho, sem recursos suficientes para
32
se manter sozinho, por isso é tida a necessidade de se associar a grupos, a maior associação é
a Convenção Batista do Sul, localizada nos Estados Unidos. No Brasil, tem-se a Convenção
Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional, que são associadas à Aliança Batista
Mundial (CBB, 2019).
3.2.1 Batistas regulares
Os batistas regulares têm sua origem na Inglaterra no período pós reforma
protestantes, em que houve a criação da igreja Anglicana por desavenças do rei Henrique VII
(1509 – 1547) com as autoridades eclesiásticas papais. Após essa separação e
desenvolvimento de uma “liberdade” religiosa apareceram dois grupos religiosos batistas: os
batistas gerais e os particulares. Os batistas gerais receberam esse nome por ser um pouco
mais liberais e acreditarem que a salvação através da morte de Cristo é para todos. Para os
batistas particulares o entendimento já é mais restritivo entendo que através do estudo da
escritura o ponto de salvação é restrito aos que creem em Cristo, são batizados e tentem ter
uma vida que não venha desagradar a Deus (LIMA, 1997).
O termo regular começou a ser utilizado no século XVII, contudo foi com a
Confissão de Fé de Filadélfia de 1974 que se veio a titular as pessoas como conversadoras
porque tinham alguns pontos como base: somente a escritura traz a revelação de Deus,
somente pela fé a pessoa é salva, somente através da morte Cristo pode vir a salvação,
somente a graça pode nos salvar, não sendo necessário nenhuma obra para isso, e que toda
glória deve ser dada somente a Deus (LIMA 1997).
Os batistas regulares brasileiros tiveram sua origem através do fruto do trabalho
missionário de dois grupos: os Baprtist Mid-Mission e ABWE. Esses movimentos são de
origem americana, porém não fizeram parte do movimento da Convenção do Norte, que tinha
como propósito a luta pela posição ortodoxa da igreja, faziam parte desse grupo igrejas
tradicionais que traçavam pontos para que as igrejas continuassem e vissem como se preservar
a tantas mudanças que acontecem (LIMA, 1997).
33
4 METOLOGIA
Para realizar uma pesquisa científica, é necessário que tenha uma metodologia
para obtenção das informações, para Lakatos e Marconi (2003) existem dois caminhos a
seguir: fontes primarias e secundárias, em que se diferenciam se você terá as informações
através de uma documentação ou de uma análise bibliográfica respectivamente. Neste estudo
foram utilizadas a abordagem documental para análise documental(estatuto da igreja) e a
abordagem bibliografia (teses, revistas, publicações, artigos) para respaldar teoricamente o
estudo. 
Para o referencial teórico foi utilizado o recurso de pesquisa bibliográfica,
observando os estudos de Marconi e Lakatos (2003) esse processo ocorre através de explorar
a bibliográfica relacionada ao tema em estudo. A pesquisa ocorreu através de buscas pelos
termos “administração eclesiástica”, “administração em igrejas batistas”, “administração em
organizações religiosas” e “história das igrejas batistas” no Portal Periódico do CAPES,
biblioteca da UFC, biblioteca da Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertação (BDTD). Com levantamento do material em mãos fora
realizada a leitura, avaliação e seleção dos materiais mais relevantes para se utilizar como
base para desenvolvimento deste trabalho.
Utilizando o conceito de Gressler (2003, p. 43) sobre a segmentação do objetivo
utilizado na pesquisa foi observado que o trabalho foi tradado da forma qualitativa, pois se
utilizou de documentos e dados da observação, sem a utilização estatística para compreensão
do fenômeno notado. Esse método tenta trazer a compreensão das relações dos processos
internos e do comportamento de tomada de decisões. 
O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso, formato descrito por como o
estudo de um fenômeno contemporâneo imerso em seu contexto real, é especialmente
importante quando os limites ou os limitantes não estão suficientemente claros entre a questão
e o meio. Ele também atribui esse método pela flexibilidade em utilização em situações, por
contribuir com o entendimento de fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais,
políticos, e toda a interrelação entre eles (YIN, 2001).
Prodanov e Freitas (2013) traz um ponto de vista complementar em relação ao
estudo de caso, pois enfatiza de que o método auxilia explorar situações cujo escopo não
esteja claramente definido, além da tentativa de explicar os fatos ocorridos em situações mais
complexas que não permitem a utilização de experimentos e levantamentos.
34
Este trabalho teve como metodologia o estudo de caso que se deu em uma igreja
batista regular localizada em Fortaleza, no bairro Aldeota, que tem por volta de 250 membros.
Foi feita a análise do estatuto, relatórios financeiros e atrás de assembleias, e verificação de
como é realizado o processo através de acompanhamento da operação realizada pelo concelho
dos diáconos, concelho de patrimônio, assembleia de membros, trabalho dos pastores e
tesoureiro. Através dos dados obtidos houve a confrontação do formato e estruturação do que
se foi observado com que está formalizado, com isso foram levantadas as conclusões e pontos
de melhoria. 
Quadro 01: Comparação entre descrição de Aplicação, Pesquisa ação e
Estudo de Caso
> A descrição da aplicação
detalha experiência do autor
do estudo na implementação
da aplicação particular. Os
resultados geralmente são de
sucesso e o trabalho é
concluído com uma lista de
recomendações. Nesse caso,
o autor não conduziu uma
pesquisa, mas uma
implementação.
> Na pesquisa-ação o autor
participa da implementação de
um sistema e,
simultaneamente, realizar certa
intervenção técnica. Existe
uma intenção original de
desenvolver uma pesquisa. O
pesquisador possui dois
objetivos: agir para resolver
determinado problema e
contribuir para um conjunto de
conceitos em Sistemas de
Informação (SI).
> Em estudo de caso, o
objetivo claro é a condução de
uma pesquisa, e os
pesquisadores são
investigadores observadores,
não participantes.
Fonte: PRIMEIRO apud Pozzebon e Freitas (1998), adaptado (elaborado pelo autor)
Uma outra metodologia utilizada pela vivência pessoal do pesquisador e escritor
desta pesquisa de dois anos a frente da tesouraria, participando de reuniões com o conselho de
patrimônio e vivenciando as assembleias é, nessa medida, a de pesquisa-ação. Essa
metodologia tem a característica de que a pessoa que está tocando o processo investigativo
possua interação real com o objeto de estudo.
A pesquisa-ação necessita de uma relação entre o pesquisador e o grupo de estudo
da realidade do tipo participativo/coletivo. A participação fica por conta do processo do
“conhecer” e mantendo o “cuidado” necessário para que haja reciprocidade das informações
por entre as partes, pois vai além do simples levantamento de dados (BALDISERRA, 2001).
35
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
Esta seção irá a apresentar o estudo observado in loco na igreja, utilizando-se do
estatuto e de observação das atividades de um membro que participa das reuniões do concelho
de patrimônio, frente à tesouraria, tentando observar como é a forma de tomada de decisões,
como são feitas as escolhas dos membros que servem a igreja, além de identificar se o
membro da igreja tem experiência ou formação à frente de suas determinadas áreas,
demonstrando assim se o corpo de funcionário tem como gerir da maneira mais eficiente a
organização.
5.1 História da igreja local
A igreja em estudo começou com um ponto de pregação no barro Tauape, com um
casal de missionários da Baptist Mid-Missions que mantiveram ali todo o empenho de seus
trabalhos e começaram a ver os frutos do crescimento da congregação, mas em 1962 tiveram
de viajar de volta aos Estados Unidos e foram substituídos por um novo casal que havia
chegado. 
Com o passar do tempo eles conseguiram adquirir um terreno localizado no bairro
do Dionísio Torres, com seus 27 membros começou a crescer e com o tempo obtiveram
recursos para ampliar o local para que tivesse a sua estrutura bastante semelhante a atual em
1970. 
A igreja até a data de hoje teve 9 pastores a frente do ministério, sendo alguns
provisoriamente no início da igreja por motivos de viagens dos primeiros pastores que eram
de outros países. O atual pastor está desde 2015 na frente do ministério realizando uma
melhoria no trabalho que já vinha sendo feito no investimento de missionários não somente
do Ceará, mas no Brasil e em outros países, além de incentivar o evangelismo em locais
públicos de Fortaleza, incentivar o trabalho com crianças e incentivo aos membros a criarem
pontos de estudo da palavra na cada de alguns irmãos para fortalecê-los e para poder também
trazer possíveis convidados conhecidos dos membros para participar do estudo.
36
Quadro 02: História e fatos relevantes da história da igreja em estudo
Sem data
definida
Família de missionários Barber começou um novo projeto e pregava em uma localidade 
no bairro São João do Tauape conhecida como “Coréia.
1962
Família Smith recém-chegada ao Brasil vem substituir a família Barber que necessitou 
voltar aos Estados Unidos e deu continuidade ao projeto na comunidade que a cada dia ia
crescendo
1964
O ponto de pregação contava com 27 membros acabou ganhou um terreno localizado na 
Aldeota. Ali construiu a primeira estrutura física e deixou de ser congregação e passou a 
ser igreja. Com permissão da igreja mãe que a sustentou até esse período pode começar a
ser independente.
1966
Pastor Lyman toma posse da igreja, pois a família Smith deveria voltar aos Estados 
Unidos para resolver problemas pessoais.
1970 –
1973
A igreja passar por mudanças de pastores enquanto tenta encontrar um pastor que fique 
frente ao projeto em tempo integral. A família se identificou e votou para que a família 
Silva viesse a pastoreá-los. Houve a reforma do templo para a estrutura semelhante a que
é hoje.
1993
Família Clarck que servia na igreja toma posse após aposentadoria da família Silva. A 
igreja muda o nome para o atual.
2001 1ª mudança do estatuto da igreja
2006
Inicio do ponto de pregação localizado na Messejana, projeto começou focado em 
evangelismo infantil e depois passou à família e amigos ligados a elas.
2008
Família Medeirostoma posse da igreja, após a família Clarck começar o desafio de 
começar um novo ponto de pregação localizado no bairro Meireles e hoje está localizada 
no bairro De Loures.
2015
Família Veras toma por aclamação da Igreja toma posse, após serem responsáveis pelos 
jovens e estarem voltados ao projeto de evangelismo ensinando em um seminário. A 
família Medeiros sai para começar um novo ministério no bairro de Fátima.
2017 Encerramento das atividades do ponto de pregação na Messejana
2019 2ª mudança do estatuto da igreja
Fonte: (Elaborado pelo autor)
A missão da igreja pode parecer nobre aos olhos comuns, mas para seus membros
é uma ordem, pois Cristo solicitou para que todos os que nele creem que leve sua mensagem a
todos os locais e todas as pessoas, mesmo sendo tradicionalista não trabalha de forma
preconceituosa a nenhuma posição diferente a seu pensamento ou estilo de vida.
A forma de gerar as mudanças internas em formato congregacional é muito
importante para a saúde da igreja, pois os membros conseguem verificar através das
pregações, das atitudes dos pastores, dos diáconos e dos membros que estão a frente da
organização da igreja o caminho de suas decisões, uma vez que, no caso de algum
comportamento que não esteja de acordo com o estatuto ou com a confissão de fé a igreja,
pode solicitar o afastamento desse membro que esteja agindo de forma desviada. 
37
O que pode ser observado em relação seleção dos membros dos conselhos de
patrimônio e oficiais é que pela estrutura congregacional, acaba tendo uma representatividade
legal e representativa da visão de todos os membros. Além de que com essa ação a forma de
poder assim dada a essas pessoas eleitas reforça a autoridade legal-racional, que vem
proveniente do estatuto e traz a satisfação do ser em si sentir parte do corpo de cristo.
Com esses insumos, vê-se que as características das teorias mais clássicas da
administração são mais relevantes neste caso, pois o fluxo de trabalho contínuo e periódico,
com volumes pequenos de demanda faz com que as teorias focadas em trabalho sobre
demanda, e o foco nos colaboradores encontrado em Weber se encaixam bem na organização
estudada.
Todo o processo é burocratizado, com as atividades bem definidas e com a
colaboradores eleitos e que necessitam da interação com todas as áreas e com os membros
torna esse tipo de governança atípica no mercado. Pois o foco de crescimento leva para que a
igreja invista em expansão, levando pessoas a lugares com poucas igrejas, e para isso os
recursos chegam lá como suporte, porém com o desenvolvimento não há retorno nenhuma
igreja, pois a atividade fim não é retorno financeiro e sim retorno para o reino de Deus.
5.2 Tomada de decisões 
Para começar a olhar uma organização, é necessário escolher por onde começará a
visualizá-la, e nada mais simples do que procurar como se constitui a sua hierarquia, e paro o
caso da igreja em estudo isso se deu através do olhar através do estatuto tentando encontrar
uma linearidade para a forma governança, além da percepção observada no dia a dia.
Tendo como base o estatuto da igreja vê-se que a igreja é independente, tem
soberania sobre todas as suas decisões, não tendo a obrigação de responder ou se submeter a
outra igreja, missão, convenção ou qualquer autoridade eclesiástica tanto a nível nacional ou
internacional, reconhecendo apenas Cristo como seu Deus e líder.
A igreja em estudo aprovou em novembro a terceira atualização em seus estatutos,
tentando uma atualização para os termos linguístico utilizados além de trazer atualizações
necessárias para dar dinamicidade nas atividades. O primeiro estatuto foi de 1964 que trazia
as premissas básicas do conselho de patrimônio, do conselho geral, atividades do pastor,
premissas novas membros. O segundo estatuto foi aprovado em 2001 e trazia atualizações de
motivos de desligamento de membros, regras de como os pontos de pregação se relacionariam
com a igreja. 
38
O mais recente estatuto trouxe atualizações na criação do cargo e funções do vice-
presidente, pois não é sempre que o pastor estará na igreja e o fluxo de atividades não podem
parar, com isso a assembleia não teria também a necessidade de procurar entre os diáconos e
outros pastores quem deveria presidi-la. Houve atualização na regra do quórum nas
assembleias que não seria mais somente a maioria simples, mas passaria a ser além desta
regra a quantidade presente na segunda chamada após 30 minutos do horário estabelecido
para o início.
Tendo o pastor como representante oficial que responderá pela igreja em qualquer
eventual necessidade não tem poder para tomar nenhuma decisão sozinho. A igreja é
administrada por dois conselhos: o conselho de oficiais que fica à frente de temas espirituais
(tudo que concerne os ensinos bíblicos, assim como suas práticas, abrangendo aspectos
espirituais, morais, éticos e do ser humano) e o conselho de patrimônio que fica à frente de
assuntos patrimoniais (recebimento, pagamentos, preservação e aquisição dos bens físicos da
igreja). 
O artigo 16° nos seus parágrafos 1° e 2° define o que se enquadra no critério de
cada um dos conselhos. O conselho de oficiais é composto pelos pastores e diáconos, o
mesmo será presidido pelo pastor titular, que também presidirá o conselho geral, que é a
junção dos conselhos de oficiais e patrimônio. O conselho de património terá um
superintendente eleito pelo conselho de oficiais que levará informações obtidas com o
desempenho na igreja.
Esses conselhos são formados através de eleição da igreja, que um mês antes do
início do mandato irá dispor das suas intenções de votos de membros da igreja através de
fichas de votação para empossar os dois conselhos, o conselho geral que é formado pelos
pastores, diáconos e membros do conselho de patrimônio irá mensurar a quantidade de
pessoas que serão necessárias para tomar posse em cada conselho. 
Com os nomes em mãos e quantidade de cargos necessários, o conselho de
oficiais irá levar os nomes listados a igreja para a próxima assembleia e a igreja votará
somente nos nomes que foram votados para ocupar as devidas vagas no período dos próximos
2 anos. A assembleia votou e deixou registrado em ata que somente irão a votação os
membros que tiverem no mínimo 30% de indicação nas fichas entregues para o conselho geral
e 10% para o conselho de patrimônio.
39
Figura 02 – Quantidade de membros – 2009 a 2019
Fonte: (Elaborado pelo autor)
Com o gráfico de quantidade de membros conseguimos ver a evolução dos
membros na igreja, o gráfico traz os últimos 10 anos que mostram um pouco de como é a
sazonalidade na igreja, sendo os números referentes a última assembleia do ano.
Para que se explique, no caso em 2015, houve a posse de novo pastor e, com a
saída do antigo, alguns irmãos, que tinham maior afinidade ou queriam auxiliar no novo
desafio de iniciar uma congregação, saem. Todavia, houve a continuidade do trabalho, com
foco exclusivo na pregação e não querendo focar em número, a quantidade de pessoas tende
retornar ao mesmo patamar em alguns anos.
De acordo com artigos 6º, 7º e 8º do estatuto, somente membros da igreja podem
votar na igreja, é necessário preencher alguns pré-requisitos como ter no mínimo 15 anos,
professar a fé em Cristo e ser batizado. 
Eles primeiramente irão frequentar a igreja como congregados enquanto vão
conhecendo a igreja, passam por um curso em que é apresentada a confissão de fé da igreja e
o que se crê. Posteriormente, ele irá passar por reunião com o conselho de diáconos e pastor
que irão tentar perceber se a pessoa apresenta a mesma fé e crença, além de conhecer o que
levou a pessoa até ali, para ver se está alinhada com a confissão de fé

Continue navegando

Outros materiais