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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
LARISSA NAYARA DE SOUSA AMARAL 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTO ECOLÓGICO DE MARISQUEIRAS SOBRE A DIETA DE AVES 
LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS EM ICAPUÍ (ESTADO DO CEARÁ, NORDESTE DO 
BRASIL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2021 
 
 
LARISSA NAYARA DE SOUSA AMARAL 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTO ECOLÓGICO DE MARISQUEIRAS SOBRE A DIETA DE AVES 
LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS EM ICAPUÍ (ESTADO DO CEARÁ, NORDESTE DO 
BRASIL) 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à Coordenação do Curso de 
Ciências Biológicas, da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial à 
obtenção do título de Bacharel em 
Ciências Biológicas. 
 
Orientadora: Danielle Sequeira Garcez 
Co-orientador: Ms. Felipe Braga Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2021 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
A515c Amaral, Larissa Nayara de Sousa.
 Conhecimento ecológico de marisqueiras sobre aves limícolas migratórias em Icapuí
(Estado do Ceará, Nordeste do Brasil) / Larissa Nayara de Sousa Amaral. – 2021.
 39 f. : il. color.
 Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro
de Ciências, Curso de Ciências Biológicas, Fortaleza, 2021.
 Orientação: Profa. Dra. Danielle Sequeira Garcez.
 Coorientação: Prof. Me. Felipe Braga Pereira.
 1. Aves migratórias. 2. Mariscagem. 3. Etnoecologia. I. Título.
 CDD 570
 
 
LARISSA NAYARA DE SOUSA AMARAL 
 
 
CONHECIMENTO ECOLÓGICO DE MARISQUEIRAS SOBRE A DIETA DE AVES 
LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS EM ICAPUÍ (ESTADO DO CEARÁ, NORDESTE DO 
BRASIL) 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à Coordenação do Curso de 
Ciências Biológicas, da Universidade 
Federal do Ceará, como requisito parcial à 
obtenção do título de Bacharel em 
Ciências Biológicas. 
 
Aprovada em: 02/09/2021. 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________ 
Prof. Dr. Danielle Sequeira Garcez (Orientadora) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
_________________________________________ 
Felipe Braga Pereira 
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (ONG Aquasis) 
 
_________________________________________ 
Matheus Fernandes Martins 
Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (SEMA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha avó, Maria Amaral. 
 
 
 
 AGRADECIMENTOS 
À Profa. Dra. Danielle Sequeira Garcez, pela orientação, por ser uma 
pessoa tão compreensiva com seus alunos e por sempre buscar me dar segurança 
na escrita deste estudo. Ao Felipe Braga, pela co-orientação e todo apoio em campo, 
o qual não teria acontecido sem ele, e por toda inspiração enquanto biólogo e 
educador ambiental. Ao Matheus Fernandes, membro da banca avaliadora, pelas 
valiosas considerações e sugestões. 
À ONG Aquasis, pela inspiração no excelente trabalho na conservação da 
natureza e por ter me acolhido como voluntária. Aos membros do Projeto Manatí, 
especialmente Amanda Oliveira, Letícia Gonçalves e Thaís Chaves, por sempre terem 
sido tão gentis e terem feito parte da minha primeira paixão de verdade dentro da 
biologia, os peixes-bois. Aos membros do Projeto Aves Migratórias do Nordeste, 
Onofre Monteiro, Gabriela Ramires, Iara Coriolano e Larissa Batalha, por me 
acolherem como estagiária e me darem a oportunidade de viver a paixão pelas aves 
migratórias. Agradeço todo aprendizado, experiência, amizade e por me 
proporcionarem a certeza com o que eu quero trabalhar. E aos membros de outros 
projetos da ONG Aquasis, Fábio Nunes, Weber Girão, Artur Bruno e Mika Holanda, 
profissionais que me motivam a ser uma profissional melhor. 
À Luana Oliveira, icapuiense e monitora de educação ambiental do projeto 
Aves Migratórias do Nordeste, sem a qual o campo não teria acontecido e que se 
tornou grande parceira. Agradeço toda articulação e apoio nas entrevistas. 
À minha família, principalmente minha avó Maria Amaral, que sempre me 
deu todo o suporte, compreensão e amor do mundo pra que eu finalizasse a minha 
graduação de forma tranquila. Ao meu pai, Milton Amaral, por todo o apoio, suporte e 
incentivo. Aos meus tios Daniel Amaral e Sergio Amaral, que investiram na minha 
educação e sempre acreditaram nela. E às minhas tias, Eukaria, Albertina, Anizia, 
Socorro e Alaide, que fazem de tudo por mim. 
Ao meu namorado e melhor companheiro, Leonardo, que me deu um 
imensurável apoio emocional, diariamente buscou me incentivar e ouviu com 
paciência todos os meus choros e inseguranças. Agradeço por me encher de amor e 
sempre confiar mais em mim do que eu mesma. 
Às pessoas que me influenciaram e contribuíram para meu caminho dentro 
das Ciências Biológicas. Em especial, à Cecília Licarião, minha primeira inspiração 
 
 
enquanto profissional e hoje minha amiga e parceira de trabalho no projeto Aves de 
Noronha (PAN). À todos os colegas do PAN, que me incentivam e ensinam 
diariamente, como Heideger Nascimento, Gabriela Arnoso e Estéfani Tretto. 
Aos meus amigos de Malaquias, Ariane, Mariana, Ryan, Alice, Maiara, 
Cláudio, Otávio, Mateus e Feynman, que apesar de formarem o grupo mais aleatório 
possível, me enchem de apoio e amizade. Em especial, a Mariana, que me possibilitou 
terminar a escrita deste trabalho me emprestando seu computador e me ajudou mais 
do que imagina, e ao Otávio, meu parceiro de todas as aventuras possíveis. 
À Mata Branca Jr., responsável pela minha segurança profissional e por ter 
me proporcionado experiências incríveis ainda dentro da graduação. Em especial, 
agradeço por ter trabalhado e crescido com Alanna, Leal, Victoria Maria, Arthur, 
Amablly, Vitoria, Lidiana, Victoria Mariana, Rogério, Davi, João, Hipólito, Gabriele, 
Nobre, Felipe e tantos outros. 
Aos profissionais citados neste trabalho e a todos os outros não citados 
aqui cujas pesquisas permitiram minha formação e execução deste estudo. À 
Universidade Federal do Ceará, por possibilitar a minha pesquisa e vivências que 
contribuíram valiosamente para a minha formação e aos professores de Ciências 
Biológicas, os quais tenho a honra de ter sido aluna. 
Agradeço também à CAPES e a EIDEIA, que me possibilitaram as duas 
bolsas remuneradas que tive na graduação e foram importantíssimas para a minha 
formação. A participação no projeto de pesquisa “Variação intraespecífica em 
organismos aquáticos” no Laboratório de Ecologia de Ecossistemas Aquáticos, me 
proporcionou inúmeros aprendizados e experiências, me inserindo na Ciência, e a 
bolsa de monitoria no Programa de Ensino à Cooperação na Escola (PRECE) abriu 
um mundo novo pra mim e com certeza faz parte da profissional que sou hoje. Ao 
PRECE, meu muito obrigada. 
Agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente na minha 
jornada. Sou grata por finalmente atuar como bióloga, a profissão que tanto sonhei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Todos esses que aí estão 
Atravancando meu caminho, 
Eles passarão… Eu passarinho!” 
(Mário Quintana) 
 
 
RESUMO 
As aves limícolas neárticas compõem um dos grupos de aves com os maiores 
declínios populacionais já registrados no mundo. Costumam migrar longitudinalmente 
pelas Américas, em rotas e stopovers bem determinados, que se repetem 
anualmente. No Nordeste do Brasil, o Banco dos Cajuais, localizado na APA do 
Manguezal da Barra Grande, em Icapuí, Estado do Ceará, destaca-se pelo registro de 
ocorrência de 22 espécies de aves limícolas. A região possui ampla biodiversidade demoluscos e crustáceos, presentes na dieta dessas aves, e pela atividade de 
mariscagem praticada principalmente por mulheres. De fato, em zonas costeiras do 
litoral cearense, a principal atividade econômica costuma ser a pesca artesanal e os 
ambientes explorados pela atividade costumam ser também ocupados por aves. 
Assim, moradores das comunidades locais passam a ser fortes aliados em propostas 
de conservação da fauna e dos ecossistemas. Assim, este estudo entrevistou 19 
marisqueiras de Icapuí, sobre o conhecimento ecológico acerca das aves limícolas 
migratórias, por meio de questionários semiestruturados, em junho de 2021. As 
respostas obtidas mostraram um conhecimento restrito sobre as aves limícolas 
migratórias, porém um relevante conhecimento principalmente sobre os moluscos, 
relatando até um declínio populacional ao longo dos últimos 20 anos, além de 
impactos ambientais que podem afetar a dieta da avifauna que depende desse 
ecossistema. 
Palavras-chave: Aves migratórias; Mariscagem; Etnoecologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Nearctic shorebirds constitute one of the most threatened bird taxa in the world, with 
the largest population declines on record. Every year, they migrate longitudinally 
through the American continent, along defined routes and stopover sites. One of these 
sites, called Banco dos Cajuais, stands out for the record of 22 species of shorebirds. 
It is located in the Northeast of Brazil, more precisely inside the APA of Manguezal da 
Barra Grande, in Icapuí, State of Ceará. The stopover site has a great biodiversity of 
mollusks and crustaceans, important for the diet of these birds, and for the local 
shellfishing activity practiced mainly by women. In fact, in coastal areas of Ceará, the 
main economic activity is usually artisanal fishing and the environments explored are 
also often occupied by birds. Thus, local communities become key stakeholders in 
proposals for the conservation of fauna and ecosystems. For this study 19 shellfish 
collectors from Icapuí were interviewed about their ecological knowledge on migratory 
shorebirds, through semi-structured questionnaires, in June 2021. The responses 
obtained showed a restricted knowledge about migratory shorebirds, but a relevant 
knowledge mainly about molluscs, even reporting a population decline over the last 20 
years, in addition to environmental impacts, which can affect the bird species that 
depend on this ecosystem. 
Key words: Migratory birds; Shellfishing; Ethnoecology. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 Mapa da APA do Manguezal da Barra Grande ....................... 16 
FIGURA 2 Locais de mariscagem explorados pelas marisqueiras 
entrevistadas por este estudo, em Icapuí (CE) ........................ 18 
FIGURA 3 Frequência de coleta das etnoespécies de mariscos citados 
pelas marisqueiras entrevistadas por este estudo, em 
períodos passados e atualmente, em Icapuí (CE) .................. 19 
FIGURA 4 Itens componentes da dieta de maçaricos e batuíras, 
conforme marisqueiras de Icapuí (CE) entrevistadas por este 
estudo ...................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1 Locais de pesca dos mariscos citados pelas marisqueiras de 
Icapui (CE) ................................................................................... 19 
TABELA 2 Frequência de ocorrência de aves por ecossistema, conforme as 
marisqueiras de Icapuí (CE) entrevistadas por este estudo ......... 20 
TABELA 3 Locais de avistamentos das etnoespécies de aves identificadas 
pelas marisqueiras de Icapui (CE) entrevistadas por este estudo 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
APA Área de Proteção Ambiental 
Aquasis Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos 
CE Ceará 
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
ONG Organização Não Governamental 
SEDEMA Secretaria de Defesa do Meio Ambiente 
WHSRN Western Hemisphere Shorebird Reserve Network 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 14 
2 OBJETIVO GERAL ......................................................................... 15 
3 MATERIAL E MÉTODOS ……………………………..………………. 16 
3.1 Área de estudos …………………………………………….………….. 16 
3.2 Coleta de dados ……………………………………………….……….. 16 
4 RESULTADOS ………………………………………………….………. 18 
5 DISCUSSÃO ................................................................................... 25 
5.1 As marisqueiras de Icapuí ………………………………….………….. 24 
5.2 Os moluscos e as aves migratórias ………………………….……….. 26 
5.3 Ameaças à biodiversidade em Icapuí …………………….…………... 28 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 30 
 REFERÊNCIAS ................................................................................ 31 
 APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ............. 37 
 APÊNDICE B – TÁXONS DE MOLUSCOS CITADOS ...................... 38 
 APÊNDICE C – TÁXONS DE AVES CITADAS ……………………... 39 
 
14 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Aves limícolas são aquelas que dependem de ambientes úmidos para 
sobreviver. Pertencentes à Ordem Charadriiformes, são comumente chamadas de 
maçaricos e batuíras, e são em grande parte migratórias (ICMBIO, 2013), compondo 
um dos grupos de aves com os maiores declínios populacionais registrados no mundo 
(NABCI-CANADA, 2019). 
Dentre as migratórias, as espécies das Subordens Charadrii e Scolopaci 
costumam migrar longitudinalmente pelas Américas, em rotas bem determinadas; 
realizam a migração para fugir de períodos de extremo inverno no hemisfério Norte 
em seus sítios de reprodução, no Canadá, em busca de ambientes mais quentes para 
alimentação e descanso adequado, no hemisfério Sul (ICMBIO, 2013; PACHECO et 
al., 2021). Chegam aos chamados “sítios de invernada” (ANTAS, 1983) que, no Brasil, 
estão espalhados por locais estratégicos, chamados stopovers (ou “locais de parada”), 
incluindo o Pantanal e zonas costeiras (ICMBIO, 2019). 
No Nordeste do Brasil existem duas rotas principais de migração: a rota 
Nordeste e a rota Atlântica Ocidental. Essa última abrange as regiões costeiras do 
país, na qual se destaca o município de Icapuí, no extremo leste do Estado do Ceará. 
No local, está situada a Área de Proteção Ambiental (APA) do Manguezal da Barra 
Grande, que inclui o banco dos Cajuais, um stopover de importância regional para 
aves limícolas, assim classificado desde 2017 pela Western Hemisphere Shorebird 
Reserve Network (WHSRN), e com ocorrência de 22 espécies de aves limícolas 
registradas até o momento (ICMBIO, 2019). Dentre estas, quatro estão ameaçadas 
de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente: o Maçarico-de-papo-vermelho 
(Calidris canutus), o Maçarico-de-costas-brancas (Limnodromus griseus), o Maçarico-
rasteirinho (Calidris pusilla) e a Batuíra-bicuda (Charadrius wilsonia) (ICMBIO, 2018), 
que se reproduz na região. A perda de habitats pela degradação ambiental, e a falta 
de recursos alimentares em sítios de invernada dessas espécies, podem comprometer 
o sucesso do ciclo migratório (BAKER et al., 2004; STROUD et al., 2006; DEY, 2011) 
e contribuir para o declínio populacional do grupo. 
O banco dos Cajuais é o banco de algas mais expressivo do Ceará 
(MEIRELES et al., 2006), importante para a alimentação da fauna marinha. A região 
possui ampla diversidade e é berçário de diversos moluscos e crustáceos (MEIRELES 
et al., 2016). Esses animais estão presentes na dieta das aves limícolas, justificando 
15 
 
a riqueza e abundância de avifauna na área, e também, a escolha do local como sítio 
de invernada (REEDER, 1951; KOBER & BAIRLEIN, 2006; ICMBIO, 2013). Como 
esses pontos de parada se repetem ao longo dosanos, ações de conservação locais 
são importantes, aliadas a um órgão gestor ativo e um conselho gestor participativo e 
associadas ao monitoramento populacional, à descrição das formas de uso dos 
habitats disponíveis. 
Diante disso, moradores das comunidades locais passam a ser fortes 
aliados. Especialmente em zonas costeiras do litoral cearense, onde a principal 
atividade econômica costuma ser a pesca, e cujos ambientes são também ocupados 
pelas aves. As comunidades tradicionais podem não só retratar a paisagem local, mas 
também suas modificações ao longo dos anos. 
Na APA do Manguezal da Barra Grande é realizada a atividade de 
“mariscagem”, composta majoritariamente por mulheres, chamadas de 
“marisqueiras”. Essa atividade é realizada à beira-mar e nos manguezais, durante 
períodos de maré baixa, sendo coletados mariscos como búzios (Anamalocardia 
brasiliana e Tivela Mactroides) e pequenos gastrópodes (Bulla striata e Vitta virginea), 
já identificados em estudos sobre a alimentação de aves limícolas na região 
(FRIEDIZZI, 2016; ARAÚJO, 2020). Com isso, ocorre interação por sobreposição de 
áreas, entre a atividade de mariscagem e o forrageamento das aves limícolas. 
Ainda, a região é cercada por problemas ambientais que podem afetar as 
aves residentes e visitantes. O crescimento da carcinicultura, o turismo desordenado 
e a predação de aves silvestres por animais domésticos são algumas ameaças 
encontradas na APA (MEIRELES, 2017; CAMBOIM, 2019). Sob essa perspectiva, é 
importante compreender o conhecimento das marisqueiras sobre as aves limícolas 
migratórias da região, para investigar possíveis mudanças no ambiente e na dinâmica 
populacional destes grupos, analisar a relação da comunidade com as aves limícolas 
em Icapuí, e auxiliar na elaboração de planos sólidos para a conservação das 
espécies e seus habitats. 
 
2 OBJETIVO GERAL 
Descrever o conhecimento local de marisqueiras sobre a dieta de aves limícolas 
migratórias em Icapuí (Estado do Ceará). 
 
2.1 Objetivos Específicos 
16 
 
● Descrever a composição e áreas de ocorrência de aves limícolas em Icapuí. 
● Estimar a abundância de aves limícolas em Icapuí por época do ano. 
● Identificar a partir do etnoconhecimento das marisqueiras a dieta alimentar das 
aves, distúrbios no ecossistema do entorno e suas implicações para a avifauna. 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
3.1 Área de estudo 
A APA do Manguezal da Barra Grande (FIGURA 1) é uma Unidade de 
Conservação de Uso Sustentável administrada pela Secretaria de Desenvolvimento e 
Meio Ambiente de Icapuí (SEDEMA) estando localizada em Icapuí, município costeiro 
no extremo leste do Ceará, a 202 km de Fortaleza, tendo sido criada no ano 2000 (Lei 
298/2000) e ampliada em 2014 (ICAPUÍ, 2000; ICAPUÍ, 2014). A APA possui 1.260,31 
hectares, com grande diversidade geomorfológica, incluindo o banco dos Cajuais 
(SEMACE, 2010; MEIRELES & SANTOS, 2011), que representa um dos mais 
complexos sistemas marinho-costeiros do litoral cearense (MEIRELES et al., 2006). 
Ecossistemas presentes incluem: praia, estuário e manguezal, propiciando ampla 
biodiversidade (MEIRELES et al., 2016). 
 
Figura 1. Mapa da Apa do Manguezal da Barra Grande (Icapuí/CE). 
 
 
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará. 
 
17 
 
Além de um local de importante produção pesqueira (MEIRELES et al., 
2016) é também sítio relevante para a alimentação de aves limícolas, sendo 
considerado stopover de importância regional pelo Western Hemisphere Shorebird 
Reserve Network (WHSRN). Na APA, já foram registradas 22 espécies de aves 
limícolas, o que representa 78,6% da biodiversidade de aves limícolas do Ceará e 
47,8% da diversidade nacional deste grupo (PACHECO et al., 2021; WIKIAVES, 
2021). 
 
3.2 Coleta de dados 
Para descrever a composição das espécies de aves ocorrentes e suas 
áreas de uso, estimativas populacionais e impactos aos quais possam estar sujeitas, 
foram aplicados questionários semi-estruturados a marisqueiras que atuam na APA 
do Manguezal da Barra Grande e seu entorno, em Icapuí (APÊNDICE A). Foram 
realizadas 19 entrevistas, entre os dias 9 e 10 de junho de 2021, com todos os 
protocolos sanitários necessários e apoio da Organização Não-Governamental (ONG) 
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Marinhos (Aquasis). 
A ONG Aquasis realiza pesquisas e atividades de extensão na região há 
alguns anos, voltados à conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos, e sua 
fauna. Atualmente, está em andamento o “Projeto Aves Migratórias do Nordeste”, o 
qual prevê o monitoramento ambiental, a atuação em políticas públicas e educação 
ambiental na comunidade de Icapuí, para conservação de aves migratórias neárticas, 
apoiado pelo “Programa Petrobras Socioambiental”, por meio da Seleção Pública de 
2018. 
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da UFC, na Plataforma Brasil. 
As entrevistas foram conduzidas oralmente e as respostas registradas de forma 
escrita, com aprovação do entrevistado (Termo de Consentimento Livre Esclarecido). 
Durante as entrevistas, a pesquisadora também fez uso de uma prancha com fotos 
de aves presentes na região, para auxílio no objetivo da composição de espécies da 
área. O foco principal foi sobre as quatro espécies de aves atualmente identificadas 
como ameaçadas de extinção: o Maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus), o 
Maçarico-de-costas-brancas (Limnodromus griseus), o Maçarico-rasteirinho (Calidris 
pusilla) e a Batuíra-bicuda (Charadrius wilsonia). 
A partir das respostas, foram elaboradas tabelas com os táxons 
identificados pela descrição e nomes populares citados pelas marisqueiras. Os 
18 
 
moluscos (APÊNDICE B) foram identificados com o auxílio do Laboratório de 
Invertebrados Marinhos do Ceará (LIMCE), da Universidade Federal do Ceará, e os 
nomes científicos validados por meio do World Register of Marine Species (WoRMS, 
2021). Por sua vez, os possíveis táxons de aves (APÊNDICE C) foram listados por 
meio da pesquisa de nomes populares no guia “Aves Costeiras de Icapuí” (ALBANO 
et al., 2007) e a validação do nome científico foi feita pela confirmação da listagem de 
espécies do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (PACHECO et al., 2021). 
 
4 RESULTADOS 
Do total de 19 marisqueiras entrevistadas, 14 eram residentes da 
comunidade de Quitérias, comunidade no entorno da APA do Manguezal da Barra 
Grande e cinco de Requenguela, dentro da APA, no município de Icapuí (CE). As 
idades das entrevistadas variaram entre 37 e 79 anos, com média de 45 anos ( ±12,7). 
Em relação ao tempo de vivência com a atividade, 89,5% realizam a mariscagem 
desde a primeira infância, em companhia de parentes, e 10,5% há pouco menos de 
10 anos. 
Foram identificados quatro locais de pesca utilizados preferencialmente 
pelas marisqueiras: Praia de Quitérias (n=15), Praia da Barra Grande (n=15), Praia de 
Requenguela (n=5) e Canal no Mangue (n=5), variando entre áreas exploradas atual 
e/ou antigamente (FIGURA 2). O horário para a prática da atividade é definido de 
acordo ao regime da maré (chamadas localmente de “cheias ou vazas”), sendo 
priorizados horários matinais. 
 
Figura 2. Locais de mariscagem explorados pelas marisqueiras entrevistadas por este estudo, em 
Icapuí (CE). 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
19 
 
A partir das respostas obtidas nas entrevistas, foram identificadas nove 
etnoespécies de mariscos bivalves na região (FIGURA 3), encontrados nos locais de 
pesca das marisqueiras (TABELA 1). Considerando as coletas realizadas atualmente, 
foram mencionados: búzio, rapa de coco, taioba, ostra, sururu, unha de velha, pistoleta 
e buzinhos. Antigamente, estimado em há pelo menos 15 anos, ainda era possível 
encontrar mais uma variação em abundância: trabóia. Os relatos quanto à riqueza 
(nove etnoespécies) se diferenciaram de acordo aos locais de realização de pesca. 
Com base nas chaves de identificação,as nove etnoespécies citadas correspondem 
a 11 espécies de moluscos, classificados entre as famílias Verenidae, Mytillidae, 
Ostreidae, Tellinidae, Donacidae, Solecurtidae, Tenebridae, Fasciolariidae, Bullidae e 
Neritidae (APÊNDICE B). 
 
Figura 3. Frequência de coleta das etnoespécies de mariscos citados pelas marisqueiras 
entrevistadas por este estudo, em períodos passados e atualmente, em Icapuí (CE). 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
 
 
Tabela 1. Locais de pesca dos mariscos citados pelas marisqueiras de Icapuí (CE). 
 
 
Etnoespécies 
Locais 
explorados Búzio 
Rapa 
de 
coco 
Taioba Ostra Sururu 
Unha 
de 
velha 
Pistoleta Buzinho Traboia 
20 
 
Praia de 
Quitérias 
X X X X X 
Praia de Placas X X X X 
Canal do 
Mangue 
X X X X X 
Praia de 
Requenguela 
X X X X X X 
Fonte: dados do estudo. 
 
Quanto às estimativas de abundância populacional dos moluscos ao longo 
do ano, conforme os relatos, a família Verenidae, principalmente o búzio 
Anomalocardia brasiliana, tem sido mais facilmente coletado do que outras 
variedades. Ao serem questionadas sobre a melhor época do ano para a pesca dos 
mariscos, as marisqueiras se dividiram entre depender da amplitude da maré (46,7%) 
e/ou no início das chuvas (40%), caracterizada pelo período entre janeiro e março, 
e/ou no final das chuvas (13,3%), a partir do mês de março. 
Quanto à percepção sobre a ocorrência de aves na região, as respostas 
espontâneas inicialmente variaram entre “garças” e “gaivotas”. No entanto, ao serem 
apresentadas as fotografias ou questionadas sobre pequenos pássaros na beira da 
praia, espécies limícolas residentes e migratórias foram identificadas pelas 
marisqueiras. Ao total, foram registradas 14 etnoespécies de aves como ocorrentes 
na região (TABELA 2), sendo cinco destas, possivelmente migratórias. Houveram dois 
relatos de aves com “chips na perna”, possivelmente tratando-se de bandeirolas 
coloridas utilizadas no anilhamento de aves migratórias, em diversas regiões do 
mundo, para monitoramentos. Os principais locais de avistamentos de cada 
etnoespécie mencionados pelas marisqueiras foram praias, manguezais e salinas 
(TABELA 3). 
 
Tabela 2. Frequência de ocorrência de aves por ecossistema, conforme as marisqueiras de Icapuí 
(CE) entrevistadas por este estudo. 
 
Etnoespécies Frequência absoluta Frequência relativa 
Gauça 19 100% 
Maçarico 19 100% 
Batuíra 14 74% 
21 
 
Gaivota 12 63% 
Maçarico-do-bicão 4 21% 
Maçarico-do-papo-vermelho 4 21% 
Sirizeira 2 10,5% 
Siricoia 2 10,5% 
Maçarico-canelado 1 0,05% 
Tetéu 1 0,05% 
Gauça-azul 1 0,05% 
Piru-piru 1 0,05% 
Marreca 1 0,05% 
Tamatião 1 0,05% 
Fonte: dados do estudo. 
 
 
Tabela 3. Locais de avistamentos das etnoespécies de aves identificadas pelas marisqueiras de 
Icapui (CE) entrevistadas por este estudo. Fonte: elaborada pela autora. 
 
 
Locais de ocorrência das aves 
 Etnoespécies de 
aves Praias Manguezais Salinas 
Gauça X X X 
Maçarico X X X 
Batuíra X 
Gaivota X 
Maçarico-do-bicão X 
Maçarico-do-papo-
vermelho 
X X X 
Sirizeira X 
Siricoia X 
Maçarico-canelado X X X 
Tetéu X 
22 
 
Gauça-azul X 
Piru-piru X 
Marreca X 
Tamatião X 
Fonte: dados do estudo. 
 
Com base nas chaves de identificação para aves, foram identificadas 30 
espécies de aves entre os morfotipos citados pelas marisqueiras (etnoespécies), 
pertencentes às famílias Ardeidae, Scolopacidae, Charadriidae, Haematopotidae, 
Sternidae, Laridae, Rallidae e Anatidae (APÊNDICE C). Nota-se que o mesmo nome 
popular pode se remeter a mais de uma espécie, devido à morfologia similar entre 
elas. 
Sobre as espécies de aves avistadas em maiores quantidades 
(abundâncias), 72% das entrevistadas apontaram que maçaricos são vistos em 
bandos grandes, estimados entre 20 e 70 indivíduos. “Gauças” e batuíras foram 
apontadas como formadoras de bandos pequenos, estimados em torno de 10 
indivíduos, respectivamente por 16% e 12% das entrevistadas. 
Ao serem questionadas sobre o comportamento dos maçaricos nos locais 
de pesca, as respostas variaram entre atividades de deslocamento e forrageamento; 
todas apontaram que os maçaricos “ficam bicando a areia” ou “voando em bandos”. 
Já sobre o descanso dessas aves, o manguezal foi o único local apontado. Ainda, 
73,7% das entrevistadas não percebem variação anual de diversidade e/ou 
quantidade de aves na região. Outras 26,3% percebem certa variação de quantidade 
durante o ano, mas não sabem determinar épocas em que isso ocorre. 
Quanto à alimentação (FIGURA 4), 24,5% das entrevistadas indicaram 
peixes como alimento das aves limícolas nas praias; 20,4% indicaram capim − citado 
principalmente para as batuíras; 18,4% mencionaram mariscos e siris; 10,2% 
minhocas ou larvas; 6,1% artêmias; e 2% caracóis. 
 
Figura 4. Itens componentes da dieta de maçaricos e batuíras, conforme marisqueiras de Icapuí (CE) 
entrevistadas por este estudo. 
23 
 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
 
 
 Quando questionadas sobre a presença das aves durante as atividades 
de pesca, 89,5% das marisqueiras indicaram não haver interferência sobre as coletas, 
pois as aves não se aproximam. No entanto, 10,5% relatam que a presença de 
maçaricos é algo positivo para a mariscagem: afirmaram que quando há um bando de 
maçaricos bicando a areia, provavelmente naquele local haverá muitos mariscos. 
Quanto à importância atribuída às aves, 50% ressaltaram aspectos que se 
relacionam a funções ecológicas, como “limpeza de praias”; 33,3% citam fatores que 
se relacionam ao respeito, como a importância da preservação dos animais; e 16,7% 
vêem valor estético, citando as aves pela beleza cênica nas praias. 
Ao se investigar a variação de abundância dos mariscos e aves nos últimos 
20 anos, 30,8% das marisqueiras percebem redução na quantidade de moluscos nas 
praias, enquanto 11,5% consideraram ter ocorrido aumentos apenas na praia de 
Quitérias. 19,2% das entrevistadas afirmaram que a cada ano, a quantidade de 
mariscos é diferente em cada praia, dependentes da maré e época do ano. 
Ainda, 38,5% das entrevistadas afirmaram que na praia de Quitérias 
identificam atualmente etnoespécies diferentes daquelas existentes no passado. Por 
exemplo, a traboia já não mais encontrada, ou em baixa abundância, e que sua coleta 
foi substituída, em Quitérias, pelo búzio. Ressaltou-se que nas praias de Quitérias e 
Requenguela, e no manguezal formado na APA, as quantidades de sururu, unha de 
velha, pistoleta e buzinhos diminuíram em torno de 60%, ou mesmo não são mais 
encontrados com facilidade, quando comparados há um período pretérito de 20 anos. 
24 
 
No entanto, em Quitérias, apesar da redução na riqueza (só da traboia), os relatos 
apontaram aumentos significativos nas quantidades de búzio (em frequência de 
ocorrência ao longo do ano e na abundância). 
Os relatos sobre diminuição da quantidade de mariscos associaram a 
drástica diminuição de siris e também de capim-agulha (fanerógama marinha). Quatro 
marisqueiras de Requenguela relataram que há cerca de 20 anos a praia era repleta 
de capim agulha e, atualmente, quase não há vestígios dessa vegetação em 
Requenguela. Apontaram como possíveis causas, a superexploração deste recurso, 
usado para agricultura. 
Quanto às aves, 42,1% das marisqueiras apontaram que não houve 
variação na abundância da avifauna limícola migratória. No entanto, 42,1% citaram 
observar com menos frequência bandos dessas aves na região. Em contrapartida, 
15,8% afirmaram ter mais aves na faixa de areia das praias do que há 20 anos. 
Sobre possíveis mudanças de locais de forrageio de aves limícolas 
migratórias, 42,1% das marisqueiras indicaram não haver mudanças de microhabitats 
nos últimos 20 anos. Porém, 57,9% relataram que atualmente há mais concentração 
de avifauna limícola nas salinas ou nas fazendas de camarão do que nas praias. 
Quando questionadas sobre possíveis ameaçasà biodiversidade de aves 
limícolas e moluscos, 64,7% afirmaram não existir ameaças. Dessas, 31,3% citaram 
um distúrbio nas populações de moluscos no ano de 2009 em Quitérias, após uma 
enchente, o que impossibilitou atividades de maricultura. No entanto, no mesmo tema, 
35,3% das entrevistadas apontaram as fazendas de camarão como principal ameaça 
à biodiversidade da região. A percepção dessas ameaças vieram sobretudo de 
marisqueiras que mariscam ou já mariscaram na região de Requenguela. 
 
“As fazendas de camarão influenciaram muito na fartura e variedade de 
mariscos. Assim que foi instalada, acabou o marisco nas praias. Depois foi 
voltando aos pouquinhos, mas agora ainda tem muito pouco comparado a 
antes. A gente catava uns 12 quilos numa maré, hoje em dia pego menos da 
metade e pra pegar tudo isso tem que ficar muito mais. Salina também 
influencia muito. Quando solta muita água, morrem os mariscos do mangue, 
porque a água passa por dentro do mangue, talvez por causa da 
temperatura... Antes trazia ostras e sururu do mangue de monte, hoje tem 
muito pouco, também tinha muito grauçá, muito capim, muito mais mariscos 
diferentes...” (Marisqueira e moradora da praia de Requenguela, 68 anos de 
idade). 
 
Em uma perspectiva de futuro, em torno de 20 a 30 anos, 42,1% das 
entrevistadas acredita que a abundância de aves e mariscos será menor, destacando 
25 
 
as fazendas de camarão, a poluição doméstica e a destruição de áreas do manguezal 
como principais fatores. De forma oposta, 31,1% consideram que a região terá mais 
mariscos e aves, por conta da reprodução constante desses animais. Ainda, 10,5% 
acreditam que em Icapuí terá menos mariscos e mais aves, principalmente as 
“gauças”, e 15,8% creem que as abundâncias de ambos os grupos se manterá como 
na atualidade. 
 
“Acho que vai diminuir muito daqui 10, 20 anos... isso se ainda tiver alguma 
coisa, né? Tem tudo muito pouco. Quando eu era pequena a gente olhava 
pra praia e só via búzio, pegava os búzios pequenos de artesanato era de 
rodo... muita gente ganhou dinheiro com isso aqui. Hoje tem dia que nem siri 
a gente vê mais. E as fazendas de camarão só aumentam, né?” (Marisqueira 
e moradora da praia de Requenguela, 37 anos de idade). 
 
 
4 DISCUSSÃO 
4.1 As marisqueiras de Icapuí 
As entrevistadas por este estudo praticam a mariscagem desde a primeira 
infância, quando acompanhavam parentes nesta atividade. Esse é um comportamento 
característico em comunidades pesqueiras litorâneas (DIEGUES, 2004; NOGUEIRA, 
2012), continuamente repassado entre gerações (SOUTO, 2004; DIAS, 2007; 
NOGUEIRA, 2012), resultado de longa tradição da relação de mulheres com os 
manguezais (OLIVEIRA, 1993). Porém, a média de idade em 45 anos das 
entrevistadas pode indicar a não-participação ativa de mulheres mais novas na 
profissão, comprometendo a manutenção da atividade. A crescente urbanização do 
município trazendo novas oportunidades de renda mais estáveis (assalariado) pode 
estar relacionada a essa redução, além disso, a melhoria do sistema educacional 
também pode ser motivo de menos jovens na pesca, aliado a contextos históricos, 
culturais e ecológicos (MOURÃO, 2020). No entanto, a mariscagem ainda representa 
uma das atividades de maior importância entre as comunidades locais de Icapuí 
(PINTO, 2012; MEIRELES et al., 2016). 
Foi observado uma mudança dos locais de mariscagem ao longo dos 
últimos anos, associada a migração das espécies de moluscos e alterações sazonais 
(BOEHS et al., 2008; ROCHA-BARREIRA & ARAÚJO, 2005; RODIL, et al., 2008; 
RODRIGUES et al., 2010). Os horários citados estão de acordo com estudos 
anteriores na região, onde marisqueiras pescam de acordo com o regime da maré 
26 
 
(NOGUEIRA, 2012), assim como o forrageio da avifauna limícola migratória (BAKER 
et al., 2020; HICKLIN & GRATTO-TREVOR, 2020; ZDRAVKOVIC et al., 2020), 
sobrepondo os ambientes. No entanto, sazonalmente, houve controvérsia na melhor 
época para mariscar. Apesar da maioria concordar que o regime da maré é fator 
primordial, as opiniões sobre influência do índice pluviométrico na pesca são 
contraditórias. Isso pode ocorrer porque o período chuvoso aumenta a carga de 
sedimentos na coluna d’água, condição inadequada, por exemplo, para o bivalve A. 
brasiliana, espécie mais citada entre as marisqueiras, que é sensível em altas 
pluviosidades (MONTI et al., 1991), provocando redução na abundância de mariscos, 
no entanto, com um maior índice de indivíduos adultos, ideais para a pesca (OLIVEIRA 
et al., 2014). 
Quanto à influência das aves na mariscagem, alguns estudos na Costa 
Rica apontam que pode haver uma redução da população de invertebrados marinhos 
na zona entre-marés na época de descanso reprodutivo de aves limícolas migratórias 
(PEREIRA, 1996). No entanto, essa interferência não é percebida pelas marisqueiras 
de Icapuí, algumas até indicando que as aves podem ajudar na catação do marisco. 
Não foram encontrados estudos que indicam essa relação, mas o contrário já foi 
registrado no Nordeste do Brasil, com maiores taxas de forrageio de maçarico-
rasteirinho (Calidris pusilla) em sedimentos revolvidos por marisqueiras na Baía de 
Todos os Santos, Bahia (LUNARDI, 2010). 
 
4.2 Os moluscos e as aves migratórias 
Há uma riqueza de 35 espécies de moluscos na região, entre bivalves e 
gastrópodes (BARROSO et al., 2013), porém as marisqueiras apontaram 9 
etnoespécies, subestimando a biodiversidade da região. Dentre essas, não houve 
percepção da presença desses animais na dieta de aves limícolas migratórias. As 
respostas sobre a alimentação das aves entre as entrevistadas foram bem variadas, 
tendo peixe e capim como os mais citados. No entanto, a alimentação de maçaricos 
e batuíras se baseia principalmente em bivalves, pequenos gastrópodes, poliquetos e 
pequenos crustáceos (VOOREN AND CHIARADIA, 1990; GONZÁLEZ et al., 1996; 
FEDRIZZI et al., 2016; BAKER et al., 2020; JEHL JR et al., 2020; HICKLIN & GRATTO-
TREVOR, 2020; ZDRAVKOVIC et al., 2020). 
27 
 
Apesar disso, o principal comportamento observado citado pelas 
marisqueiras foi o de forrageio das aves limícolas. Os maçaricos-de-papo-vermelho 
(Calidris canutus), ao se alimentarem, bicam a superfície da presa ou sondam sob o 
substrato, com repetidas penetrações, muitas vezes por toda a extensão do bico. 
Assim, pesquisam locais com melhores estoques de bivalves (BAKER et al., 2020). 
Os maçaricos-de-costas-brancas (Liminodromus griseus) sondam em torno de si 
mesmos substratos macios em águas um pouco mais profundas, até a altura da 
barriga e, às vezes, até nadando e engolindo os alimentos ainda sob o solo, com 
exceção de minhocas (JEHL JR et al., 2020). Os maçaricos-rasteirinhos (Calidris 
pusilla) seguem o recuo da linha d’água, no início dos ciclos das marés, bicando e 
sondando principalmente solos lamacentos (HICKLIN & GRATTO-TREVOR, 2020). 
Por fim, as batuíras costumam bicar a vegetação nas praias em busca de pequenos 
invertebrados (ZDRAVKOVIC et al, 2020), possivelmente influenciando nas respostas 
que se referem às fanerógamas marinhas. Essas espécies se diferenciam 
principalmente pelas adaptações de seus bicos, se alimentando no mesmo micro-
habitat sem sobreposição completa de nichos. 
O bivalve mais citado pelas marisqueiras, o búzio, já foi registrado na 
alimentação de aves limícolas migratórias em Icapuí (FEDRIZZI et al., 2016), apesar 
desse fato não ter sido relatado pelas entrevistadas por este estudo. Importante 
comercialmente no Brasil, Anomalocardia brasiliana é sensível a variações 
ambientais, com alta mortalidade devido às chuvas, que causam grandes flutuações 
no tamanho e distribuição das populações (MONTI et al., 1991; MOUËZA et al., 1999). 
A espécie foi registrada na dieta de aves migratórias em Icapuí, logo no seu primeiro 
estágio de crescimento, assim como a espécie Tivela mactroides (FEDRIZZI et al., 
2016), morfologicamente similares,que podem facilmente serem identificadas como 
sendo a mesma etnoespécie pelas marisqueiras. 
Algumas espécies de moluscos apontadas nas entrevistas como em 
escassez na região também já foram registradas na alimentação de aves limícolas 
migratórias. É o caso dos gastrópodes Bulla striata e Vitta virginea (FEDRIZZI et al, 
2016) utilizados em larga escala para artesanato e citados como superexplorados. 
Fedrizzi (2016) aponta espécies do gênero Donax, presentes na alimentação de 
Maçaricos-do-papo-vermelho. A espécie Donax striatus, chamada de traboia, poderia 
ser a espécie predada pelas aves em Icapuí, apontada como em escassez pelas 
marisqueiras. Esse é o menor bivalve coletado pelas pescadoras e pelos maçaricos-
28 
 
de-papo-vermelho (Calidris canutus), no forrageio de moluscos: a espécie costuma 
preferir tamanhos menores de presas, visto que engolem o bivalve por inteiro (BAKER, 
2020). 
Quanto à avifauna, há registros de 22 espécies de aves limícolas 
migratórias para a região de Icapuí (PACHECO et al., 2021; WIKIAVES, 2021). Os 
indivíduos, representados pelas subordens Scolopaci e Charadrii, apresentam 
comportamentos de forrageio similares (SICK, 1997), morfologia e plumagem 
parecidas dentro das respectivas famílias. No período de migração para o Brasil, 
apresentam na maior parte do tempo uma plumagem modesta de descanso 
reprodutivo, semelhante na maioria das espécies (SICK, 1997), sendo essa uma 
possível causa da não-diferenciação das espécies por parte das entrevistadas. Além 
disso, o comportamento de formarem grandes bandos de diferentes espécies também 
pode ser fator. Dito isso, possivelmente as garças foram citadas com maior 
espontaneidade por serem animais de grande porte, com cores que chamam a 
atenção e por estarem presentes durante o ano todo na região, ao contrário da 
avifauna limícola migratória. Apesar de perceberem a presença dos bandos dessas 
espécies, a maioria das entrevistadas não percebe a variação sazonal. Em geral, os 
maçaricos e batuíras permanecem no Brasil de setembro a maio (ICMBIO, 2019), e 
formam bandos mistos de milhares de indivíduos na região da APA do Manguezal da 
Barra Grande para descanso e alimentação. 
4.3 Ameaças à avifauna em Icapuí 
Estudos sobre os impactos ambientais na APA do Manguezal da Barra 
Grande apontam a perda de biodiversidade na região das salinas e carcinicultura, e a 
contaminação do solo e água como principais ameaças ao sistema estuarino da 
região, afetando a manutenção dos estoques pesqueiros estuarinos e marinhos 
(SANTOS, 2008; MEIRELES et al., 2017). No entanto, quando questionadas, a 
maioria das marisqueiras não percebe impactos ambientais, principalmente aquelas 
moradoras mais distantes do manguezal, ou citam apenas uma enchente ocorrida em 
2009, que segundo elas, causou alta mortalidade de mariscos. No ano em questão, 
foram registradas chuvas atípicas na região Nordeste do Brasil, relacionadas ao 
fenômeno La Niña, que pode ter afetado populações de moluscos (RODRIGUES, 
2009; BELÉM et al., 2013; OLIVEIRA, 2014). 
29 
 
No entanto, as respostas indicam uma diminuição significativa de moluscos 
nos últimos 20 anos, em consonância a estudos anteriores na região (NOGUEIRA, 
2012; NISHIDA 2000). Quanto à avifauna, apesar de indicarem certa diminuição, 
sinalizam apenas menos bandos e mudanças de micro-habitats de forrageio para as 
salinas. Esse ambiente antropizado é responsável por 75% da destruição das áreas 
locais de manguezal (MEIRELES et al., 2016). Dessa forma, sem outra alternativa, as 
salinas funcionam como ambiente para as aves limícolas migratórias (MASERO, 
2003; VALENTE, 2011; FONSECA, 2013; MEIRELES, 2017). Em manguezais 
degradados, as salinas costeiras artificiais já foram destacadas como os ambientes 
antrópicos mais ocupados por populações de aves limícolas (MÚRIAS et al., 2002; 
MASERO, 2003; MORGADO et al., 2009). Nas salinas, as aves possivelmente se 
alimentam também de artêmias, encontradas na alimentação de alguns indivíduos, 
entre eles o maçarico-rasteirinho (Calidris pusilla), em estudos realizados no Rio 
Grande do Norte (LARRAZÁBAL et al., 2002). No entanto, além de ser um ambiente 
altamente perturbado por atividades humanas, esses habitats antrópicos são 
inadequados − pelos níveis de água acima dos ideais às aves e pela cristalização do 
sal nos tanques − e, possivelmente, reduzem ainda mais a disponibilidade de habitats 
para essas aves (LUNARDI et al, 2012; CAMBOIM, 2019). Essas respostas reforçam 
a urgência na desapropriação de áreas localizadas na zona de Área de Preservação 
Permanente (APP) do manguezal, proposta por Meireles e colaboradores (2017). 
Além disso, os relatos locais sobre diminuição da abundância e riqueza de 
moluscos são preocupantes. Em Icapuí, a supressão da vegetação do manguezal da 
Barra Grande para as fazendas de camarão e salinas pode ser uma das causas dessa 
diminuição das populações de moluscos (MEIRELES, 2006; SANTOS 2008; 
MEIRELES 2017), aliado à contaminação da água por efluentes - segundo as 
marisqueiras - e a superexploração de recursos, que além de moluscos pode ter 
afetado as populações de siri e estoques naturais de fanerógamas marinhas, citada 
também por Lima, Carneiro & Meireles (2014). 
O declínio dos buzinhos e da traboia, possivelmente presentes na dieta das 
aves limícolas migratórias na APA do Manguezal da Barra Grande, a longo prazo, 
poderá afetar o estoque energético desses animais. Ao extremo, a falta de recursos 
alimentares poderá comprometer o sucesso do ciclo migratório. Na Baía de Delaware, 
no Nordeste dos Estados Unidos, a sobre-exploração pela indústria pesqueira do 
caranguejo-ferradura (Limulus plyphemus) − cuja desovas são a principal fonte 
30 
 
energética para o maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus) − é responsável por 
90% do declínio das populações que migram pela América (BAKER, 2004; DEY et al., 
2011). Há ainda uma variedade de moluscos não citados pelas marisqueiras, mas 
apontados por Friedizzi (2016) como presas da avifauna limícola em Icapuí. Assim, 
pesquisas sobre a alimentação da avifauna neártica que anualmente visita a APA da 
Barra Grande e as populações de moluscos na região são essenciais. 
Apesar das aves limícolas migratórias comporem um dos grupos de aves 
de maiores declínios populacionais no mundo (NABCI-CANADA, 2019), as 
marisqueiras de Icapuí não percebem declínio das populações ao longo dos últimos 
anos. No entanto, atribuem valor ecológico às espécies. Essas respostas mostram a 
oportunidade para inserir atividades integradas no plano de manejo da APA em 
desenvolvimento, juntamente a um órgão gestor ativo e um conselho consultivo 
participativo, ferramentas extremamente necessárias para a sustentabilidade de uma 
Unidade de Conservação. Aliados a ações das organizações ambientais que atuam 
no local: a ONG Aquasis, com o projeto Aves Migratórias do Nordeste e a Fundação 
Brasil Cidadão, com o projeto De Olho na Água. Além disso, a implementação de 
atividades para observação de aves na comunidade é indispensável, como incentivo 
à ciência cidadã e ao turismo sustentável, em contrapartida ao turismo exploratório 
que vem crescendo na região. Mitigar as ameaças presentes na APA do Manguezal 
da Barra Grande é indispensável e envolver a comunidade é urgente, como medidas 
de conservação dos ecossistemas e de sua fauna associada, em especial, as aves 
limícolas migratórias. 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Inseridas em um stopover de parada de aves limícolas migratórias e 
compartilhando o ambiente de pesca, era esperado que as marisqueiras de Icapuí 
conhecessem o grupo. No entanto, esse estudo demonstrou a carência e urgência da 
aproximação entre a comunidade e uma divulgação científica sobre aspectos da 
bioecologia dessas espécies, assim como a necessidade de mitigar os impactos 
ambientais no poligonal da APA do Manguezal da Barra Grande e no seu entorno.Ainda, deve-se buscar incentivar estudos sobre a alimentação dessas aves e mapear 
os declínios populacionais em moluscos já registrados na dieta de maçaricos. Espera-
31 
 
se que este estudo seja incentivador para a inserção das marisqueiras em projetos de 
conservação dos ecossistemas e das aves de Icapuí. 
 
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https://doi.org/10.2173/bow.wilplo.01
37 
 
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
Nome: _______________________________________ 
Idade: _______________________________________ 
Tempo de moradia em Icapuí: ______________________________________ 
Há quanto tempo realiza a mariscagem? _________________________________ 
 
1. Em quais locais você costuma mariscar? 
2. Quais os mariscos que coleta, por local e por época do ano? 
3. As aves costumam estar presentes no momento da mariscagem? 
4. Quais aves costumam ocorrer aqui em Icapuí? 
5. Todas ocorrem o ano todo em Icapuí ou chegam de outros lugares? Se sim, 
quais, e em que época do ano chegam, quanto tempo permanecem em Icapuí 
e quando vão embora? 
6. O que as aves fazem durante o dia? (1) deslocamento: voos em bando; (2) se 
alimentam: bicam a areia em busca de comida; (3) descansam. Identificar os 
ambientes onde cada atividade ocorre. Estimar tempo dedicado à cada 
atividade. 
7. Onde elas se alimentam? 
8. De quais mariscos elas se alimentam? Há preferências? 
9. As aves interferem na sua mariscagem? Sim, não. De que forma? 
10. A quantidade de aves aumentou, diminuiu ou se manteve a mesma nos últimos 
10 anos? 
11. As épocas de chegada, permanência e partida mudaram? 
12. Os locais que elas ficam durante o dia mudaram? 
13. A alimentação das aves mudou nesses 10 anos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
APÊNDICE B - POSSÍVEIS TÁXONS DE MOLUSCOS CITADOS 
Possíveis táxons Etnoespécie 
Venerida 
Veneridae 
Lamelliconcha circinata (Born, 1778) Rapa de coco 
Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) 
Búzio 
Tivela mactroides (Born, 1778) 
Mytilida 
Mytilidae 
Mytella guynensis (Lamarck, 1819) Sururu 
Ostreida 
Ostreidae 
Crassostrea rhizophorae (Guiling, 1828) Ostra 
CardiidaTellinidae 
Eurytellina punicea (Born, 1778) Taboia 
Donacidae 
Donax striatus (Linnaeus, 1767) Traboia 
Solecurtidae 
Tagelus plebeius ([Lightfoot], 1786) Unha de velha 
(?) 
(?) 
(?) Pistoleta 
Fasciolariidae 
Buzinho 
Aurantilaria aurantiaca (Lamarck, 1816) 
Cephalaspidae 
Bullidae 
Bulla striata Bruguiére, 1792 
Ciclonerytida 
Neritidae 
Vitta virginea (Linnaeus, 1758) 
 
 
Apêndice B. Lista de nomes científicos para as etnoespécies de moluscos mencionadas pelas 
marisqueiras de Icapuí (CE). Fonte: elaborada pela autora. 
39 
 
APÊNDICE C - POSSÍVEIS TÁXONS DE AVES CITADAS 
 
Possíveis táxons 
Etnoespécie 
Pelicaniformes 
Ardeidae 
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) 
Tamatião 
Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758) 
Ardea cocoi Linnaeus 1766 
Gauça Ardea alba Linnaeus, 1758 
Egretta thula (Molina, 1782) 
Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) Gauça-azul 
Charadriiformes 
Scolopacidae 
Numenius phaeopus (Linnaeus, 1758) Sirizeira 
Calidris canutus* (Linnaeus, 1758) 
Maçarico-de-papo- 
vermelho 
Calidris pusilla* (Linnaeus, 1766) Maçarico 
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) 
Maçarico-canelado Tringa semipalmata (Gmelin, 1789) 
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) 
Limnodromus griseus (Gmelin, 1789)* Maçarico-do-bicão 
Charadriidae 
Charadrius wilsonia (Ord, 1814)* 
Batuíra Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825 
Charadrius collaris Vieillot, 1818 
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Tetéu 
Haematopodidae 
Haematopus palliatus (Temminck, 1820) Piru-piru 
Laridae 
Gaivota 
Gelochelidon nilotica (Gmelin, 1789) 
Thalasseus acuflavidus (Vigors, 1825) 
Sternula antillarum (Lesson, 1847) 
Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) 
40 
 
Sterna hirundo Linnaeus, 1758 
Sterna dougallii Montagu, 1813 
Leucophaeus atricilla (Linnaeus, 1758) 
Chroicocephalus cirrocephalus (Vieillot, 1818) 
Gruiformes 
Rallidae 
Rallus longirostris Boddaert, 1783 
Siricoia Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) 
Aramides mangle (Spix, 1825) 
Anseriformes 
Anatidae 
Anas bahamensis (Linnaeus, 1758) Marreca 
 
APÊNDICE C. Lista de possíveis nomes científicos para as etnoespécies de aves mencionadas 
pelas marisqueiras de Icapuí (CE). Em asterisco (*) aqueles que foram apresentados fotografias. Fonte: 
elaborada pela autora.

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