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Ricardo He lou Doca Engenheir o Eletricist a formado pela Facu ldade de E ngenharia Industrial (FEI-SP) Professor de Física n a rede par ticular de ensino Gualter Jos é Biscuola Engenheir o Eletricist a formado pela Univ ersidade d e São Pau lo Professor de Física n a rede par ticular de ensino Newton Vill as Bôas Licenciado em Física pela Univ ersidade d e São Pau lo Professor de Física n a rede par ticular de ensino Física M A N U A L D O P R O F E S S O R 2 manual do professor Apresentaç ão Ao profess or Escrevemo s esta obra norteados por um id eal: elabor ar um mat erial destin ado ao Ens ino Médio que motiv e sobrema neira o alu no, não de ixando bre chas à ave rsão em re lação à dis ciplina. No ssa grande bu sca foi inst igar o estu dante todo o tempo e , para isso, utilizamos diversas fo rmas de provocação , o que, a n osso ver, to rnou o tex to ameno e prazeros o. Procuramo s apresent ar a Física como um s aber cientí fico integra do ao mun do e à soci edade de nosso t empo, pro vido de int erfaces com outras dis ciplinas da s Ciências da Naturez a, como a Química e a Biologia, e com áre as aparent emente di stantes, co mo a Filos ofia e as A rtes. Trouxemos para o tra balho estím ulos efetiv os para cat ivar a aten ção do alu no, articula ndo a Física às diversas m ídias e tecn ologias atu ais. Buscam os oferece r algo envo lvente, cap az de desenv olver, de fa to, as habi lidades e c ompetênci as indispen sáveis à vi vência no mundo contempor âneo. Não fomos insensívei s à faixa et ária a que se destina a coleção. Por isso, cr iamos situ ações contextuai s e exemp los próprio s da realid ade de nos sos estuda ntes. O tex to, porém, em nenhu m momento deixa de e xpressar co rretamente o conhecim ento físico, sendo rigo roso em se us conceitos e , na medid a do neces sário, form al, já que a Física poss ui uma ling uagem esp ecífica que também p recisa ser a prendida. Elaboramo s estratégi as — que s erão abord adas mais adiante — para que o aluno des envolva tal linguag em especí fica, neces sária na de scrição e n o entendim ento dos fe nômenos e conceitos. Termos físi cos correto s, gráficos e tabelas f oram inser idos com o objetivo d e estabele cer os códi gos imprescind íveis à apr esentação da matéria e à sua co municação geral, verb al ou escrit a. Assim, a metodolog ia utilizada cogitou di versas ferr amentas e alternativa s didáticas , como ser á descrito e justificado nos itens s ubsequent es a esse r espeito. O projeto g ráfico ficou atraente e funcional e as divers as fotograf ias e ilustra ções, nece ssárias à boa com preensão d os textos, c omparecem na medid a certa e d e forma co ntextualiza da. Há muitos tex tos adicion ais e leitur as, inclusiv e com a vi são de out ros autores , tudo com o objetivo de estabel ecer as ass ociações te cnológicas e interdisc iplinares, im portantes p ara uma fo rmação que objetiv a, além da compreen são da Físi ca, seu uso para ente nder o mu ndo atual: democrátic o, tecnológico e do traba lho. Há diversa s proposta s de ativid ades expe rimentais e os exercíc ios foram e laborados e selecionad os com esm ero, a fim de abrir po ssibilidade s para o pr ofessor en riquecer em grande medida as suas aulas . As seções de ativida des princip iam de for ma leve e, gradativam ente, atingem u m nível m aior de com plexidade, permitind o um apre ndizado co nsistente d a disciplina . Tanto no te xto princip al como no s boxes e n as leituras, há conexõ es de cará ter históric o, tecnológico e ambien tal. Estamos co nvencidos de que est a obra em muito pod erá colabo rar para m ostrar a im portância da Física n o mundo m oderno e t ambém no exercício d a cidadani a. E ressalt amos, aind a, que um bom ensin o de Física , como o q ue visamo s oferecer, pode ser u m poderos o meio par a auxiliar n a formação d e cidadãos críticos e p rodutivos. Esperamos que os col egas utilize m este tra balho com o mesmo entusiasm o e vibraçã o com que o escr evemos. S ugestões e críticas se rão sempre bem-vind as. Os autores 3Manual do Professor 1. Os objetivos oficiais do ensino da Física ...................................................................................................4 2. Objetivos fundamentais da obra .................................................................................................................5 3. Opções curriculares ..........................................................................................................................................5 4. Composição da obra ........................................................................................................................................6 5. Metodologia utilizada .....................................................................................................................................7 6. Instrumentos disponíveis na obra ..............................................................................................................8 6.1 Apresentação do texto teórico .........................................................................................................8 6.2 Título e foto (drops) ...............................................................................................................................8 6.3 Boxe .............................................................................................................................................................8 6.4 Faça você mesmo ...................................................................................................................................9 6.5 Descubra mais .........................................................................................................................................9 6.6 Leitura ........................................................................................................................................................9 6.7 Questões comentadas ..........................................................................................................................9 6.8 Questões propostas ..............................................................................................................................9 6.9 Questões de sedimentação e aprofundamento .........................................................................9 6.10 Questões do Enem ..............................................................................................................................10 6.11 Para saber mais .....................................................................................................................................10 7. Estratégias de aplicação da obra ...............................................................................................................10 8. A avaliação .........................................................................................................................................................10 9. Referências bibliográficas ............................................................................................................................11 Considerações didáticas e resolução de exercícios................................................................................12 Introdução ...............................................................................................................................................................12 Introdução à Física ..........................................................................................................................................12 Introdução à Mecânica ..................................................................................................................................13Unidade I — Cinemática ...................................................................................................................................14 Capítulo 1 Iniciação à cinemática escalar e movimento uniforme ..........................................14 Capítulo 2 Movimento uniformemente variado .............................................................................24 Capítulo 3 Movimentos circulares .......................................................................................................34 Capítulo 4 Vetores e cinemática vetorial ...........................................................................................39 Unidade II — Dinâmica .....................................................................................................................................50 Capítulo 5 Princípios da Dinâmica .......................................................................................................50 Capítulo 6 Atrito entre sólidos ..............................................................................................................64 Capítulo 7 Resultantes tangencial e centrípeta ..............................................................................73 Capítulo 8 Gravitação ...............................................................................................................................82 Capítulo 9 Movimentos em campo gravitacional uniforme (balística) ..................................91 Capítulo 10 Trabalho e potência ..........................................................................................................100 Capítulo 11 Energia mecânica e sua conservação .........................................................................111 Capítulo 12 Quantidade de movimento e sua conservação ..................................................... 122 Unidade III — Estática ...................................................................................................................................139 Capítulo 13 Estática dos sólidos ...........................................................................................................139 Capítulo 14 Estática dos fluidos ...........................................................................................................150 Resolução das Questões do Enem ...............................................................................................................166 Bibliografia ............................................................................................................................................................172 Sumário 4 manual do professor • Ciência e tecnologia na cultura contemporânea — entender de que forma a ciência e a tecnologia inte- gram a cultura atual; • Ciência e tecnologia na atualidade — pensar e ava- liar o desenvolvimento da ciência atualmente; • Ciência e tecnologia, ética e cidadania — entender e discutir o papel da ciência na sociedade, quais são os usos feitos dela e com que finalidade. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio: orientações educa- cionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002. Usamos também a Matriz de Referência do Enem de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Ela des- taca competências e relaciona algumas habilidades. Das oito competências, cinco são relacionadas à Fí- sica. Apresentamos a seguir apenas as habilidades associadas: Competência de área 1 — trata de entender a ciên- cia e a tecnologia como construções humanas: H1 – compreender os fenômenos ondulatórios e seus diferentes usos; H2 – solucionar problemas do dia a dia com a ciência e tecnologia; H3 – comparar a ciência com o senso comum; H4 – pensar em intervenções ambientais susten- táveis; Competência de área 2 — aplicar tecnologias em diferentes contextos, como comparar produtos, usar aparelhos e realizar testes: H5 – dimensionar circuitos elétricos de uso coti- diano; H6 – entender manuais de aparelhos de uso co- mum; H7 – adotar critérios de comparação para compra de produtos e contratação de serviços; Competência de área 3 — associar a conservação ambiental a processos científico-tecnológicos: H8 – reconhecer processos industriais ou naturais e suas etapas; H10 – compreender fontes de perturbações am- bientais; H12 – entender impactos ambientais resultados de atividades humanas; Competência de área 5 — compreender e aplicar métodos e procedimentos científicos: H17 – entender e usar informações escritas na lin- guagem científica, como nos símbolos, nos gráficos e nas relações matemáticas; H18 – compreender as propriedades físicas de produtos; H19 – usar procedimentos científicos para diag- nosticar ou solucionar problemas sociais; 1. Os objetivos oficiais do ensino da Física O livro foi pensado de acordo com os objetivos educacionais que o Ensino Médio tem na sociedade atual. Ressaltamos a todo momento neste Manual do Professor nossa busca em abranger as competências e habilidades que os alunos precisam desenvolver para melhor exercer sua cidadania. Destacamos os Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio na sua versão mais atual, o PCN+, que traz as competências e habilidades que os alunos devem adquirir nas aulas de Física. Apresentamos as competências e habilidades do documento e explica- mos cada uma sucintamente: • Símbolos, códigos e nomenclaturas de ciência e tec- nologia — saber usar os símbolos, as unidades de medida e suas relações; • Articulação dos símbolos e códigos de ciência e tec- nologia — entender e elaborar gráficos e resolver problemas; • Análise e interpretação de textos e outras comuni- cações de ciência e tecnologia — ler e compreender notícias científicas e orientações técnicas; • Elaboração de comunicações — aprender a redigir relatos de fenômenos e relatórios científicos; • Discussão e argumentação de temas de interesse de ciência e tecnologia — usar o conhecimento físico para defender opiniões fundamentadas sobre temas atuais da ciência; • Estratégias para enfrentamento de situações-proble- ma — compreender o que é importante em um pro- blema e desenvolver uma estratégia de resolução; • Interações, relações e funções; invariantes e trans- formações — aprender a reconhecer fenômenos, o que neles se transforma, e quais as causas, e o que não se altera; • Medidas, quantificações, grandezas e escalas — aprender a estimar, calcular, formular hipóteses e usar instrumentos adequados de medida; • Modelos explicativos e representativos — pensar e compreender modelos usados para explicar fe- nômenos; • Relações entre conhecimentos disciplinares, inter- disciplinares e interáreas — conectar conhecimen- tos de várias áreas; • Ciência e tecnologia na história — compreender a ciência como um feito humano e que seu desenvol- vimento se dá em um contexto histórico; 5Manual do Professor Competência de área 6 — usar a Física para resol- ver situações-problema: H20 – compreender causa e efeito de fenômenos; H21 – usar as leis para entender processos natu- rais ou tecnológicos; H22 – entender os fenômenos de interação entre a radiação e a matéria e suas implicações para a so- ciedade; H23 – entender possibilidades de geração, uso ou transformação de energia e suas implicações sociais. Fonte: BRASIl. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Matriz de referência para o Enem 2009. Brasília, 2009. 2. Objetivos fundamentais da obra A obra visa apresentar ao estudante, de forma di- daticamente organizada, os conceitos essenciais da Física, proporcionando-lhe uma iniciação bem fun- damentada nessa disciplina, tanto nos aspectos con- ceituais como nas correlações históricase tecnológi- cas. Objetiva também oferecer uma dose de conteúdo compatível com a faixa etária do adolescente, o que favorecerá a gradual formação de um espírito questio- nador. Busca favorecer o desenvolvimento de compe- tências e habilidades pelo aluno, exercitando a flexibi- lidade de raciocínio e o encadeamento sistemático de ideias. Visa motivar e instigar o aluno a compreender a Física por meio de situações contextuais, contempo- râneas e reais que almejam criar uma sólida percepção do caráter prático da matéria. Além disso, tem como objetivo desenvolver habi- lidades para a leitura e compreensão de textos formais da disciplina, decodificação de enunciados, tabelas e gráficos, bem como de representações esquemáticas. Propõe obter maior eficiência ao facilitar o entendi- mento de informações pelos alunos, desenvolver as capacidades de análise e síntese e promover um do- mínio da simbologia e linguagem próprias da Física coerentes com o nível de ensino ao qual se propõe. Por meio das diversas atividades que traz, esta cole- ção procura propiciar que o aluno compreenda melhor os postulados da Física e não apenas seus resultados, explorando aspectos importantes para seu desenvolvi- mento, como a elaboração de hipóteses, a delimitação e análise de variáveis, a medição e a elaboração de conclusões — competências requeridas no desenvol- vimento teórico e nos procedimentos experimentais. Destaca-se também o ideal de desenvolver uma responsabilidade social, em que os conhecimentos oriundos da Física tenham aplicações úteis para as co- munidades e pessoas, visando melhorar seus recursos, sua condição de vida e padrão de conforto. Tais obje- tivos podem ser atingidos diretamente com os meios tecnológicos, ou indiretamente com o uso de tais co- nhecimentos e da capacidade crítica resultante para a compreensão das causas dos problemas sociais e a ar- gumentação para buscar melhorias. Além disso, o texto busca formar uma consciência de preservação ambiental e de desenvolvimento susten- tável do planeta, assuntos indissociáveis da cidadania. Por tudo isso, esta coleção procura qualificar-se como um abrangente e vantajoso instrumento educa- cional, capaz de servir de apoio para um consistente estudo de Ciências, particularmente da ciência física. 3. Opções curriculares A Física é extremamente vasta e se estende do mundo das partículas elementares, como os quarks, mésons e bósons, aos domínios universais, que envol- vem corpos celestes, como planetas, estrelas e galá- xias. Por isso, qualquer compilação sobre Física im- põe escolhas que devem levar em conta o público-alvo e o nível a que se destina a abordagem. É importante que se diga que o processo de en- sino-aprendizagem, especificamente o que se estabe- lece no Ensino Médio, se recicla e se atualiza, seja pelos desenvolvimentos contemporâneos da Física e das tecnologias resultantes, que se renovam em um processo dinâmico e inexorável de reinvenção, seja pelas demandas da sociedade, representadas de forma geral pela legislação e publicações. Por conseguinte, isso impõe a profissionais de todas as áreas a necessi- dade de descartarem velhos paradigmas e incorpora- rem metodologias e conceitos renovados. Com isso, inserimos as renovações sem destoar por completo do que é tradicionalmente ensinado, pois, se forem apresentadas de maneira brusca, o livro dificultará o trabalho do professor em vez de auxiliá-lo, que é a sua finalidade. Assim, consideramos um diálogo entre os conteú- dos que tradicionalmente são lecionados nos cursos de Física do Ensino Médio e as novas perspectivas, que levam em conta um ensino da Física que também objetiva o entendimento da natureza da ciência, das suas relações com a sociedade e com as tecnologias, para que os alunos possam continuar seus estudos e, principalmente, estejam preparados para o mercado de trabalho e tenham subsídios para o exercício pleno da cidadania. O texto está também em consonância com a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lDB — lei no 9.394/96), que cita em seu artigo 35: 6 manual do professor O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finali- dades: I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prossegui- mento de estudos; II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas con- dições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III – o aprimoramento do educando como pes- soa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV – a compreensão dos fundamentos cientí- fico-tecnológicos dos processos produti- vos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Fonte: BRASIl, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Os assuntos propostos em nossa obra como ele- mentos curriculares estão bem encadeados, de modo que permita que o estudante tenha, ao longo do curso, uma adequada carga de conhecimentos e informações. Os conteúdos são apresentados considerando-se uma diversificação de competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo iniciante. Capítulos e tópicos re- ceberam o respaldo de correlações históricas, além de aplicações práticas e tecnológicas, tudo alinhavado de maneira sequencial e harmoniosa. Os grandes temas da Física, como conservação de energia, conservação de quantidade de movimento e carga elétrica, foram contemplados com total priori- dade e comparecem sempre precedidos da base teó- rica necessária à sua compreensão. A Matemática utilizada é compatível com o nível a que se propõe o trabalho, e a linguagem evolui do coloquial ao formal, sem deixar, no entanto, de ser rigorosa. É evidente que este trabalho não tem pretensões de esgotar o assunto. Tem, isso sim, a meta de tratar os pontos escolhidos de maneira metódica, didática, contextual e eficiente, motivando o aluno todo o tem- po por meio dos muitos instrumentos e estratégias que descreveremos a seguir. 4. Composição da obra Optamos por uma organização em que o conteúdo é apresentado de forma linear, mas em uma sequência com base no desenvolvimento histórico dos conceitos, ou seja, são tratadas inicialmente as áreas da Física mais “antigas” e assim sucessivamente, salvo exce- ções pontuais. Iniciamos a coleção abordando, no vo- lume 1, a Mecânica, em que figuram os trabalhos de Aristóteles, Arquimedes, Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, e encerramos o volume 3 apresentando uma iniciação à Física Moderna, na qual se destacam as contribuições de Planck, Bohr, Einstein e De Broglie. A obra está assim estruturada: • Volume 1: Mecânica, composta de Cinemática, Dinâ- mica e Estática (dos sólidos e dos fluidos). A Estática dos fluidos é suplementada com Hidrodinâmica; • Volume 2: Termologia, Ondulatória e Óptica Geométrica; • Volume 3: Eletricidade, composta de Eletrostática, Eletrodinâmica e Eletromagnetismo. Esse volume se encerra com Física Moderna e Análise Dimensional. Cada volume é dividido em unidades que equiva- lem aos grandes setores de interesse da Física. As uni- dades, por sua vez, são constituídas de capítulos, em que determinado assunto é desenvolvido, com detalha- mento pleno dentro das pretensões do trabalho, tanto naquilo que ele envolve — horizontalidade — como na profundidade dos conceitos abordados — verti- calidade. Os capítulos trazem, além do texto teórico, propostas de atividades experimentais, textos comple- mentares e leituras que muito irão colaborar para a boa compreensão do conteúdo. Em todos os capítulos há três seções de exercí- cios:as Questões comentadas, que, trazendo já as resoluções, constroem a linguagem específica da ma- téria e propõem uma primeira operacionalização com os conceitos apresentados; as Questões propostas, destinadas às atividades de sala de aula e de casa; e as Questões de sedimentação e aprofundamento, que visam fortalecer ainda mais o aprendizado, além de preparar o estudante para exames de admissão em instituições de Ensino Superior. No final de cada vo- lume há uma seleção de questões do Enem que, além de habilitar para este exame, são fundamentais por seu caráter interdisciplinar. As propostas de atividades experimentais e de ve- rificação são denominadas no livro como Faça você mesmo, que possibilitam ao professor, a seu critério, tanto realizá-las em sala de aula como solicitar aos alunos que as façam por conta própria. A maioria das atividades (as experimentais) é acompanhada de ques- tionamentos a respeito do procedimento realizado e outras situações que decorrem da atividade concreta trabalhada. Isso acontece em “Para concluir”, que fi- naliza boa parte dos boxes “Faça você mesmo”. 7Manual do Professor Por vezes é apresentado no capítulo o boxe Des- cubra mais, que demanda dos alunos pesquisas rela- cionadas a conhecimentos correlatos adicionais e exi- ge que desenvolvam as capacidades argumentativa, de pesquisa e de solucionar problemas novos. Os boxes Leitura trazem excertos de textos ela- borados por outros autores. Toda “leitura” traz um interessante questionário, denominado “Reflita”, com perguntas que lançam o estudante para além do texto, exigindo respostas argumentativas e abrindo possibi- lidades à interdisciplinaridade. Há, finalmente, a seção Para saber mais, com indicações de livros, vídeos e sites, que certamen- te contribuirão para uma formação mais dinâmica e completa do estudante. Ao término de cada volume, são dadas as respostas de todos os exercícios propostos, exceto as do boxe “Descubra mais” e as do “Reflita” e “Para concluir”, pois tais questionamentos visam promover a pesquisa e propor desafios adicionais e deverão ser objeto de deba- tes entre professores e alunos. O encaminhamento para esses boxes pode ser encontrado neste Manual. Neste Manual, um para cada volume da coleção, o professor encontrará informações diversas sobre o material, como: estratégias de utilização, os objetivos de cada capítulo, o que não pode faltar nas aulas e outras abordagens didáticas, sugestões de como tirar melhor proveito em cada atividade proposta, textos complementares, curiosidades, subsídios às questões do “Descubra mais”, “Para concluir” e “Reflita”, além da resolução detalhada de todos os exercícios propos- tos no livro. 5. Metodologia utilizada A metodologia proposta em nosso trabalho se sus- tenta em sete pilares conceituais que podem ser tra- duzidos por sete verbos, citados a seguir: estimular, apresentar, habilitar, pesquisar, experimentar, refletir e argumentar, presentes em todos os capítulos, não ne- cessariamente nessa ordem. 1. Estimular: o texto é incansável no sentido de criar provocações que motivem o estudante a ler, interes- sar-se e seguir adiante em busca de outras informa- ções e conhecimentos; 2. Apresentar: o conteúdo e os conceitos são redigidos de maneira rigorosa, porém fluida, leve e atraente, o que produz um ambiente profícuo à boa assimila- ção da teoria; 3. Habilitar: por meio de atividades e exercícios, favo- recer a fixação do conteúdo. Para isso, são utiliza- das abordagens contextuais e atualizadas; 4. Pesquisar: em “Descubra mais”, “Para concluir” e “Reflita”, o aluno é solicitado a realizar pesquisas em busca de outros conhecimentos, muitos dos quais interdisciplinares; 5. Experimentar: no boxe “Faça você mesmo” são pro- postas atividades práticas (de experimentação ou ve- rificação) simples, com a finalidade de auxiliar no entendimento dos fenômenos e conceitos estudados. Essas realizações requerem materiais básicos que não oferecem perigo; 6. Refletir: há muitas provocações que levam o es- tudante a meditar sobre assuntos de naturezas di- versas. Questionários com perguntas instigantes, títulos em forma de perguntas, boxes com textos suplementares, leituras com pontos de vista de outros autores e a própria apresentação da Física como algo aberto, em constante evolução, impelem à análise e ao raciocínio crítico; 7. Argumentar: há estímulos constantes ao longo do texto que sugerem discussões argumentativas e de- bates entre professor e alunos, alguns com caráter interdisciplinar. A Física é uma disciplina que envolve concei- tos complexos e abrangentes. Por exemplo, a con- servação da quantidade de movimento (ou momento li near) está presente em situações muito díspares, como em explosões e colisões (observáveis direta- mente ou por meio de instrumentos) e no decaimen- to nuclear (ou decaimento b), inerente ao universo subatômico. Por isso, o professor deve apresentar os conceitos físicos de forma consistente e enriquecer a teoria com exemplos representativos e esclarece- dores. Sugerimos a inserção de problematizações e provocações que servirão para aguçar a curiosidade e a imaginação dos alunos, estimulando interações construtivas e interessantes. Recorrer sempre que necessário ao texto da obra é algo que consideramos muito bem-vindo, tanto pe- las inúmeras informações nele contidas — exemplos adicionais e aspectos históricos — como pelas propos- tas de pesquisas, reflexão e crítica. Por isso, insistimos para que o professor sempre recomende a leitura dos livros sugeridos na coleção, seja para complementar suas explicações, adicionar conhecimento ou promover a síntese do conteúdo. Entendemos que é imperativo formar bons leitores, com habilidades para a interpre- tação e com capacidade de concentração. Além disso,vale a pena ressaltar a importância das atividades práticas. Afinal, a Física é uma ciência com forte caráter experimental, e essas atividades auxiliam na compreensão de conceitos às vezes muito abstratos. 8 manual do professor Sendo assim, para um melhor aprendizado dos alunos, sugerimos que sejam apresentadas as propostas conti- das nos boxes “Faça você mesmo”. A habilidade em resolver problemas diversos faz muita diferença. É por meio dela que se torna viável compreender melhor a teoria e estabelecer os limites ou contornos de sua utilização. Nas questões, há uma grande diversidade de cenários, o que possibilita ao aluno abordar um determinado conceito em sua forma mais ampla, sistematizando noções que lhe permitem resolver problemas em diferentes situações que re- queiram os mesmos princípios ou leis. Por isso, recomendamos que o professor promova nos alunos o entendimento da teoria por meio das leitu- ras, das atividades experimentais e das questões propos- tas, instigando o raciocínio e a argumentação. Tanto os estudos como a experiência têm nos demonstrado que atividades desafiadoras, nas quais os alunos se empe- nham e ajudam uns aos outros, discutem, argumentam entre si e com o professor, são agradáveis e estimulan- tes, além de estarem totalmente de acordo com o que se objetiva como formação para a cidadania. 6. Instrumentos disponíveis na obra A maior parte das metas de nosso trabalho alme- jou criar mecanismos que proporcionem ao estudante variadas razões para se interessar por Física. Para isso, elaboramos uma obra atualizada, repleta de exemplos do cotidiano e permeada por muitas estratégias de motivação. Os capítulos e itens teóricos foram enca- deados com vistas a tornar o texto fluido, sequencial e coeso. Utilizamos uma linguagem que, embora tenha uma proposta simples e objetiva, procura ser correta e rigorosa, apresentando a disciplina por meio de seus códigos próprios. E o projeto gráfico, por sua vez,co- labora com todos esses objetivos, tanto por se valer de apelos estéticos modernos e agradáveis como por permitir uma “navegação” funcional pelos capítulos e seções da coleção. As ilustrações comparecem na medida certa, ne- cessária à boa compreensão do texto. Há fotografias, esquemas, tabelas e gráficos, muitos dos quais com legendas expressivas, que irão facilitar o entendimen- to do conteúdo. Destacamos a seguir alguns dos instrumentos di- dáticos utilizados que, a nosso ver, deverão colaborar para atingirmos os objetivos pretendidos. 6.1 Apresentação do texto teórico O texto está em consonância com as peculiarida- des do nosso tempo, atendo-se à faixa etária e ao nível a que se destina. Elementos do dia a dia estão frequen- temente presentes nas formulações, o que favorece o envolvimento de todos — professor e alunos. As se- ções estão dispostas de maneira sequencial e orgânica, sem que haja inserções desconexas ou compulsórias. Grande parte das relações matemáticas entre as gran- dezas físicas presentes na teoria não estão “jogadas” — ao contrário, buscamos mostrar de onde vieram e as considerações e os raciocínios utilizados até se che- gar às formulações finais. Isso só não aconteceu ple- namente nos casos em que os elementos matemáticos requeridos estavam acima do escopo da abordagem, como, por exemplo, quando são equações diferenciais e integrais que determinam aspectos da relação, como a expressão da energia potencial gravitacional, obtida por meio de uma integral. Deve ficar patente ainda que as leis e expressões utilizadas na disciplina, afo- ra seus aspectos históricos, exigem todo um encami- nhamento lógico e formal, ao qual somos reverentes. Isso solicita, via de regra, uma linguagem específica, capaz de estabelecer as devidas correlações entre as quantidades envolvidas. A teoria é plena em inserções históricas, seja no texto principal ou mesmo em boxes e outros destaques, o que favorecerá a percepção da evolução das ideias, desde as eras antiga e clássica até os dias atuais. 6.2 Título e foto (drops) Chamamos de drops as imagens fotográficas acompanhadas de títulos instigantes e que compa- recem entremeadas à teoria quando necessário ou oportuno. Esses títulos são propostos quase sempre em forma de perguntas ou simples provocações, que visam induzir o estudante à leitura do conteúdo da se- ção. Nossa intenção foi inserir no trabalho elementos concretos para auxiliar na compreensão dos concei- tos, oferecendo um estímulo visual inicial para refle- xão e abstração. Procuramos, com esse instrumento, despertar a curiosidade do aluno com exemplos que estabelecem associações entre o texto e a prática; entre concepções formais e o dia a dia. 6.3 Boxe Esta seção traz textos complementares elabora- dos pelos autores a fim de propor outras referências fenomenológicas, históricas e tecnológicas, além de curiosidades, justificativas e demonstrações. O aluno poderá encontrar explicações adicionais, informações atualizadas e mais aplicações do tema em desenvolvi- mento. Houve também, nesse caso, a preocupação em selecionar os assuntos visando a motivação. Também se deve destacar alguns boxes que descrevem procedi- mentos experimentais com as devidas explicações fí- sicas. Um exemplo disso está no volume 1, em “Atrito entre sólidos” (Capítulo 6), no boxe “Seu calçado é muito escorregadio?”. 9Manual do Professor 6.4 Faça você mesmo São sugestões de atividades experimentais ou de verificação simples que servem para auxiliar no enten- dimento de fenômenos e conceitos importantes e que podem ser implementadas com material de fácil obten- ção. O aluno terá oportunidade de perceber a impor- tância da experimentação em Física, ciência essencial- mente pautada por essa prática. Buscamos ainda, nessa seção, desenvolver no aluno algumas competências e habilidades, fazendo-o enxergar que uma pesquisa deve ter objetivos claros, uma bem encadeada sequência de procedimentos, análise e síntese, e abrir portas para novas buscas e conclusões. Os boxes “Faça você mesmo” que apresentam ati- vidades experimentais são sempre estruturados em três partes: “Material necessário”, com a lista de itens para a realização da atividade; “Procedimento”, com a descri- ção dos passos da atividade; e “Para concluir”, em que há um questionário com perguntas que visam a elabo- ração de hipóteses, a construção de uma explicação fí- sica para o fato observado e a busca de conexões com fenômenos similares e outros saberes. Orientações para responder às questões do “Para concluir” podem ser encontradas neste Manual. 6.5 Descubra mais Trata-se de um questionário, em alguns casos com perguntas de caráter interdisciplinar, que visa ampliar os limites da abordagem do texto. Essas questões, abertas em sua maioria, poderão ser objeto de debates em sala de aula, temas para a produção escrita ou ain- da funcionar como sugestões para pesquisas em que o estudante será direcionado à leitura de outros textos, inclusive aqueles disponíveis na internet. O aluno não tem acesso às respostas das perguntas do “Descubra mais”. Constam, porém, neste Manual subsídios que visam amparar o professor na elaboração de suas con- siderações a respeito. 6.6 Leitura É uma seção em que oferecemos ao estudante tex- tos de outros autores, que de alguma forma ilustram, complementam, aprofundam o conteúdo do capítulo ou lhe dão sustentação argumentativa. Anexamos arti- gos científicos, excertos de livros e trechos de repor- tagens para fazer sentir que a ciência física é também um grande foro de debates, passível de intercâmbio de pontos de vista e ideias. Ao final de cada “leitura”, colocamos uma série de questionamentos, denomina- da “Reflita”, cuja finalidade é remeter o estudante a desdobramentos teóricos, críticos e/ou argumentativos não presentes no livro, envolvendo questionamentos de caráter filosófico, tecnológico, ambiental e de sus- tentabilidade. As indicações para responder às ques- tões do “Reflita” também constam neste Manual. 6.7 Questões comentadas Trata-se de um conjunto de questões dissertativas em sua maioria, resolvidas em detalhes. Esses exercí- cios criam a possibilidade de complementação da teo- ria. Eles se prestam ainda a uma primeira abordagem quantitativa da teoria e ponto de partida para resolução de atividades análogas. Por meio das “Questões comen- tadas” fica possível implementar, de maneira integral, a linguagem da disciplina, já que ferramentas matemá- ticas, símbolos e códigos inerentes à Física são empre- gados em situações diversas e bem definidas. 6.8 Questões propostas Também dissertativas em sua maioria, são exercí- cios formulados para resolução em sala de aula e em casa. Essas questões estão dispostas conforme a se- quência da teoria e em ordem crescente de dificuldade, ou seja, exigindo maior capacidade de articulação de informações e/ou de transferência a variados contex- tos. Houve a preocupação de elaborar uma compilação sem repetições, isenta de objetivos meramente de ma- nipulação matemática. Abordou-se em cada situação- -problema um contexto distinto, o que permitirá ao professor discorrer sobre uma grande diversidade de situações e propor inúmeras problematizações. Prio- rizou-se dotar o aluno de habilidades para decodificar textos científicos, enunciados, gráficos e tabelas, além de fazer operações e cálculos envolvendo os conceitos físicos tratados nos capítulos correspondentes. 6.9 Questões de sedimentação e aprofundamento É um conjunto de questões autorais e também procedentes de vestibulares e olimpíadas, cuja fina- lidade é estender os limites da teoria e propor outras situações que permitam tratar de detalhes que normal- mente escapam a um primeiro estudo da disciplina. Procuramos incluir nesta seção concursos de todos os estados brasileiros e olimpíadas diversas, evitando,dessa forma, regionalismos. Essas atividades apresen- tam, porém, caráter facultativo, porque dependem dos objetivos de continuação dos estudos pretendidos pelo professor e pelos alunos. O foco desta seção é esta- belecer um conhecimento mais vertical do conteúdo e, pensando nisso, ela pode auxiliar o estudante a se habilitar para exames de admissão em instituições de Ensino Superior. 10 manual do professor 6.10 Questões do Enem Presentes no final de cada volume, essas questões trazem um estilo peculiar de formulação e são proce- dentes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com proposição em forma de testes de múltipla esco- lha. Muito além de preparar para esse exame, esses exercícios são fundamentais por seu caráter contextual e interdisciplinar. 6.11 Para saber mais No final de cada volume da coleção inserimos su- gestões de livros, vídeos e sites, com o objetivo de complementar o texto e deixar claro que a obra não se esgota em si mesma, mas é uma passagem para a busca de outros conhecimentos disponíveis nas mais diferentes mídias. 7. Estratégias de aplicação da obra Acreditamos ter elaborado um valioso material di- dático, capaz de atender à sala de aula e ao estudo em casa. A obra apresenta também muitos acessórios que a habilitam como um rico compêndio de Física que poderá prestar-se a leituras adicionais e pesquisas. Esta coleção é versátil e pode se adequar a cursos com enfoques e objetivos distintos e diferentes números de aulas semanais. No caso de uma carga horária redu- zida, com três ou menos aulas semanais, ela poderá ser utilizada parcialmente, sem prejuízo de sua metodologia. Nessa situação, sugere-se que o professor suprima, de acordo com suas necessidades, algumas seções teóricas, eventuais boxes e algumas atividades, como os exercícios da seção “Questões de sedimentação e aprofundamen- to”. É recomendável trabalhar aquilo que efetivamente não pode faltar, como está indicado em itens específicos presentes nos diversos capítulos deste Manual. Além do que foi sugerido anteriormente, propõe-se desenvolver as principais sugestões experimentais e exercícios essen- ciais. leituras complementares e outras atividades po- dem ser recomendadas como tarefa de casa, somadas à resolução de outros exercícios. 8. A avaliação A avaliação deve ser a mais abrangente possí- vel, a fim de considerar sempre o maior número de habilidades e competências desenvolvidas por cada estudante. Entendemos que um aluno deve ter oportunidade de ver suas melhores potencialidades valorizadas, lembrando sempre que a presença efe- tiva delas e seu grau de desenvolvimento variam de indivíduo para indivíduo. Deve-se levar em conta fatores como o engajamen- to do aluno no curso (participação e empenho), a pos- tura em sala de aula e no laboratório, a criatividade e a capacidade crítica, além do interesse e apreço pela dis- ciplina. Recomenda-se também valorizar a capacidade de solucionar situações-problema, realizar as atividades e responder a questões, testes conceituais e exercícios que exijam o entendimento das leis físicas e seus usos em variados contextos. Tais atividades devem também ser propostas para grupos de alunos, considerando que é essencial no mundo contemporâneo aprender a tra- balhar em colaboração, lidando com as diferenças. É, ainda, essencial que haja pontualidade em relação às atividades propostas para casa, que devem preencher parte do tempo do estudante em sua rotina extraclasse. Há vários instrumentos que podem ser cogitados na avaliação, como: • A correção de provas propriamente ditas — estas devem conter, sempre que possível, questões objeti- vas (de múltipla escolha) e exercícios dissertativos. Recomenda-se que as formulações tragam enuncia- dos contextuais e/ou interdisciplinares, que exijam compreensão, argumentação e capacidade crítica, seja para o entendimento e a discussão dos contex- tos, seja para o uso da ciência física; • Os trabalhos de pesquisa em livros, revistas, jornais e na internet sobre temas variados, como História da Física e as tecnologias decorrentes dessa ciência, que podem ser requisitados individualmente ou em grupos, apresentados por meio de textos escritos, painéis ou explanações orais; • A realização e correção das atividades pedidas em sala de aula ou para casa; • A elaboração, a construção e o manuseio de apara- tos experimentais; • leitura e discussão de artigos sobre Física e que a relacionem ao meio ambiente e à vida sustentável; • Acompanhamento e correção de escritas elabo- radas pelos alunos sobre Física, que podem ser textos de lápis e papel ou postagem em blogs ou em outros meios que usem o computador e/ou a internet; • A apresentação de seminários pelos alunos e/ou de- bates sobre temas científicos — nesse caso, é reco- mendável envolver outras disciplinas, como Quími- ca, Biologia, Geografia etc.; • Encenações de textos teatrais sobre Física. A seleção criteriosa de alguns desses instrumen- tos, conforme a conveniência, a nosso ver, permite obter uma média ampla e justa do desempenho do aluno, representativa das competências e habilidades adquiridas por ele. 11Manual do Professor 9. Referências bibliográficas BRASIl. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996. ______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Tei- xeira. Matriz de referência para o Enem 2009. Brasília, 2009. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Edu- cação Média e Tecnológica. Parâmetros Curricu- lares Nacionais para o Ensino Médio. Parte III: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecno- logias.Brasília: MEC/SEMTEC, 1998. ______. Ministério da Educação. Secretaria da Edu- cação Média e Tecnológica. PCN1 Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Pa- râmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Na- tureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002. DElIZOICOV, D. Problemas e problematizações. In: PIETROCOlA, M. (org.). Ensino de Física: con- teúdo, metodologia e epistemologia numa concep- ção integradora. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001. ECHEVERRÍA, M. P. P.; POZO, J. I. Aprender a resol- ver problemas e resolver problemas para aprender. In: POZO, J. I. (org.). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. KNEllER, G. F. Dos dados às teorias. In: KNEllER, G. F. A ciência como atividade humana. São Pau- lo: Zahar/Edusp, 1978. MARTINS, I. Explicações, representações visuais e retórica na sala de aula de Ciências. In: MORTI- MER, E. F.; SMOlKA, A. l. B. (orgs.). Lingua- gem, cultura e cognição: reflexões para o ensino e a sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. MEDEIROS, Z.; VENTURA, P. C. S. O conceito cul- tura tecnológica e um estudo no meio educacional. Revista Ensaio Pesquisa em Educação e Ciências, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p. 237-251, 2007. MENEZES, l. C. O novo público e a nova natureza do Ensino Médio. Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 42, p. 201-208, 2001. MOREIRA, M. A. Ensino e aprendizagem: enfoques teóricos. São Paulo: Moraes, 1985. MOREIRA, M.A.;. AXT, R. A questão das ênfases curriculares e a formação do professor de ciên- cias. Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 3, n. 2, p. 66-78, 1986. PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regula- ção das aprendizagens — entre duas lógicas. Por- to Alegre: Artmed, 1999. 12 Manual do Professor Introdução Volume 1: Mecânica É constituído de três Unidades: • Unidade I: Cinemática • Unidade II: Dinâmica (Parte I: Forças e movi- mentos e Parte II: Princípios de conservação) • Unidade III: Estática A Cinemática é estudada sob dois enfoques: o es- calar e o vetorial. No capítulo em que são abordados os aspectos vetoriaisreside a base para a boa com- preensão da sequência da Mecânica e de outros con- teúdos da Física. Assuntos tradicionalmente estudados em cursos de Cinemática, como queda livre, lançamentos verticais e lançamentos oblíquos — Movimentos balísticos —, foram reunidos em um único capítulo: Movimentos em campo gravitacional uniforme. Esse capítulo foi inserido na Unidade II, Dinâmica, o que possibilitou que os citados temas fossem tratados de forma ampla, isto é, utilizando-se todos os elementos da matéria es- tudados até esse ponto. O capítulo 8, Gravitação, traz informações atuali- zadas sobre o rebaixamento de Plutão à condição de planeta anão. Já o capítulo 10, Trabalho e potência, traz novos dados a respeito de importantes hidrelétri- cas e suas respectivas potências. Em Quantidade de movimento e sua conservação, capítulo 12, encerramos a Dinâmica com um estudo sobre centro de massa, que amplia as possibilidades do curso. A Unidade III, Estática, está dividida em dois ca- pítulos: Estática dos sólidos e Estática dos fluidos. Esse último é acompanhado de um Apêndice sobre Hidrodinâmica, o que acrescenta mais elementos de conhecimento e motivação. Neste livro, a Mecânica evolui de modo que con- ceitos anteriores sejam sempre retomados, fazendo com que o estudante tenha em cada momento uma visão completa da matéria. Introdução à FísIca Nesta introdução, destaca-se a importância da Fí- sica tanto na explicação dos fenômenos naturais como nas aplicações tecnológicas. Apresentam-se também o conceito de medição, a distinção entre massa e volume, algumas unidades de medida, os prefixos mais usados na obtenção de múl- tiplos e submúltiplos de determinada unidade, além de um estudo dos algarismos significativos, visando prin- cipalmente que o aluno não exagere na quantidade de algarismos presentes nos resultados de seus cálculos. Por fim, conceitua-se grandeza física escalar para tornar compreensível a palavra escalar nas definições de algumas grandezas apresentadas, sobretudo, nos capítulos 1, 2 e 3. • subsídios à Leitura (p. 16) reflita 1. Ao ler o texto, procure encontrar um erro, provavel- mente de impressão, para a representação de uma quantidade muito pequena. Proponha uma correção para esse equívoco, justificando-a com argumentos físicos. O valor correto para a massa de cada “molécula” de ar é igual a 5 ? 1 elevado a 226, e não 5 ? 10 elevado a 26, como foi grafado no texto. A falta do sinal de menos tornou cada partícula do ar tão “pesada” quanto uma estrela. 2. Consulte os professores de outras disciplinas e ques- tione em que situações eles precisam usar números para explicarem os conteúdos. Anote os valores ci- tados e verifique se é necessário representá-los por meio de potências de dez. As ciências naturais como a Física, Química e a Biologia utilizam a notação científica com frequên- cia. A Matemática garante as operações entre elas. A Geografia, apesar de manipular vários números, prefere representá-los por extenso em milhares, mi- lhões, bilhões e trilhões, associados aos múltiplos quilo, mega e tera. As outras disciplinas como a História, a Sociologia e a Filosofia apresentam os numerais ordinais, cardinais e fracionários de acor- do com as regras da norma culta da língua portu- guesa ou da língua estrangeira, se for o caso. Considerações didátiCas e resolução de exerCíCios 13Manual do Professor Introdução à MecânIca Com esta introdução, o aluno fica sabendo o que é Mecânica e o que a diferencia das demais partes da Física. O boxe com o texto A Cinemática e a Dinâ- mica objetiva esclarecer a diferença entre essas duas partes da Mecânica. Em seguida, é apresentado o modelo de ponto ma- terial ou partícula. É muito importante enfatizar que os conceitos es- tudados neste livro são fundamentais não apenas para a Mecânica, mas também para o desenvolvimento das demais partes da Física. • algo mais Apresentamos a seguir um suplemento, não incluído nos livros da coleção, que o colega professor poderá dis- ponibilizar aos seus alunos se houver em seu planejamen- to tempo para isso. Trata-se de Notação científica e Or- dem de grandeza, assuntos básicos que são úteis ao longo de todo o texto da obra e também em outras disciplinas, como Química e Biologia. 1. notação científica Em ciências naturais de modo geral — Física, Química e Biologia — e até mesmo em outros setores, como Geografia, Economia e Finanças, trabalha-se com quantidades muito grandes de certas grandezas e/ou quantidades muito pequenas de outras. A grafia corrente dessas quantidades implica números repletos de algarismos, principalmente zeros, o que constitui um empecilho, que atravanca a manipulação desses dados e informações. Por exemplo, o número de Avogadro, que expressa a quantidade de moléculas existentes em um mol de gás (cerca de 602 sextilhões de moléculas) seria escri- to como abaixo: 602 000 000 000 000 000 000 000 moléculas Já a carga elementar, valor absoluto da carga elé- trica inerente a prótons e elétrons (160 sextilhonési- mos de coulomb), seria assim grafada: 0,000 000 000 000 000 000 16 C Para simplificar a grafia dessas quantidades e medidas, foi criada a notação científica, que utiliza potências de 10. Escreve-se, então, a quantidade ou medida no seguinte formato: n ? 10p com 1 < n , 10 e p inteiro. Dessa forma, o número de Avogadro ficará escrito em notação científica por: 602 000 000 000 000 000 000 000 moléculas 5 5 6,02 ? 1023 moléculas Por outro lado, a grafia em notação científica para a carga elementar será: 0,000 000 000 000 000 000 16 C 5 1,6 ? 10219 C 2. ordem de grandeza Em muitos casos, não é necessário informar o valor preciso de uma quantidade ou medida. Basta dizer sua ordem de grandeza, que é a potência de 10 que mais se aproxima da quantidade ou medida considerada. Por exemplo, a ordem de grandeza do número de Avogadro é 1024 moléculas. Já a da carga elementar é 10219 C. É conveniente observar então que, ao informar- mos a ordem de grandeza do número de Avogadro, 1024 moléculas, fica registrada a magnitude da quan- tidade de moléculas existentes em um mol de gás. Do mesmo modo, quando dizemos que a carga elementar é da ordem de 10219 C, passamos a mensagem que dá a ideia da quantidade, em coulombs, correspondente à carga elétrica de prótons e elétrons. Para obter a ordem de grandeza de uma quanti- dade ou medida, escrevemos o resultado em notação científica, isto é, no formato: n ? 10p Comparamos, então, o fator n com d XXX 10 3,16. (I) Se n > d XXX 10 , a ordem de grandeza de n é 101; (II) Se n , d XXX 10 , a ordem de grandeza de n é 100. Esse procedimento se justifica porque, quando co- locamos n compreendido entre 1 5 100 e 10 5 101, estamos fazendo uso de uma escala numérica não linear. Trata-se de uma escala logarítmica, cujo ponto central, entre 1 5 100 e 10 5 101, é 1 0 1 __ 2 5 d XXX 10 3,16, e não 5 ou 5,5, como poderiam alegar alguns. Para exemplificar, determinemos a ordem de grandeza (OG) das medidas apresentadas a seguir: 300 000 000 m/s 5 3 ? 108 m/s Æ OG : 108 m/s 9 000 000 000 N ? m2 ? C22 5 9 ? 109 N ? m2 ? C22 Æ Æ OG : 1010 N ? m2 ? C22 0,000 000 123 s 5 1,23 ? 1027 s Æ OG : 1027 s 0,000 000 000 067 N ? m2 ? kg22 5 5 6,7 ? 10211 N ? m2 ? kg22 Æ Æ OG : 10210 N ? m2 ? kg22 14 Manual do Professor unidade I – cIneMÁtIca iniciação à cinemática escalar e movimento uniforme • objetivos do capítulo Neste capítulo, são apresentadas as noções bási- cas para o desenvolvimento da cinemática escalar do ponto material. Nas situações em que um corpo não puder ser assimilado a um ponto material, será esco- lhido um de seus pontos para ser estudado. É importante destacar que os conceitos estudados aqui e nos três capítulos subsequentes são fundamen- tais para o desenvolvimento dos demais assuntos da Física. Inicialmente, o aluno precisa conhecer meios de determinar a posição de umcorpo, ou seja, saber in- formar onde o corpo está. Para isso, ele necessita do conceito de referencial e do conhecimento das unidades mais comuns para a medida de comprimento, além de saber fazer con- versões entre elas. Pode ser um bom momento para introduzir o Sistema Internacional (SI) de unidades e alguns prefixos de multiplicidade (ver Introdução à Física). Pode-se começar falando na posição de um ponto em um sistema cartesiano, nos números que localizam prédios em uma rua e nos valores de latitude, longitu- de e altitude que determinam a posição de um avião, por exemplo. Nessa última sugestão, é preciso acres- centar uma unidade de ângulo plano — o grau —, que não pertence ao SI. O próximo passo é tornar o aluno apto a dizer em que instante um corpo está em determinado local, ou seja, quando ele está ali, ou dizer em que instante ocorreu determinado fato (“localização temporal”). Para isso, é necessário falar sobre tempo, sua medi- ção, suas unidades de medida (referindo-se novamen- te ao SI) e algumas conversões entre elas. Para saber, por exemplo, quanto tempo durou uma viagem ou o tempo decorrido entre dois acontecimen- tos, é preciso calcular um intervalo de tempo. É importante que o aluno perceba que tanto o ins- tante quanto o intervalo de tempo são um número de unidades de tempo e que um instante só pode ser de- capítulo 1 terminado a partir da adoção de uma data de referên- cia (origem dos tempos), como, por exemplo, o ano zero do nosso calendário, a zero hora do dia ou o zero estabelecido quando se aciona um cronômetro. A mudança ou não da posição de um corpo no decorrer do tempo leva aos conceitos de movimento e repouso, e a relatividade desses conceitos é facilmen- te assimilada a partir de alguns exemplos. Essa facilidade de assimilação, entretanto, não ocorre em relação à simetria existente entre essas no- ções. Muitos alunos têm dificuldade de abstrair o que acontece em relação a outros referenciais que não seja o solo. Para amenizar a explicação da concepção de si- metria, são sugeridas abordagens do tipo: I. Imagine duas naves, A e B, no espaço, prestes a colidirem, e que as pessoas que estão nelas só possam ver a outra nave, além, evidente- mente, da sua. As pessoas que viajam na nave A vão dizer que a nave B vem de encontro a elas. Já as que viajam na nave B, vão dizer que é a nave A que vem de encontro a elas. Todas estão corretas: é a simetria. II. Imagine um gol marcado na cobrança de um pênalti. Logo após o chute, a bola se moveu em relação ao referencial meta, aproximan- do-se desta. Considerando a bola como refe- rencial, ela esteve em repouso durante todo o tempo, mas o gol aconteceu. Portanto, tam- bém nesse caso houve aproximação entre a meta e a bola, o que só pode ser explicado pelo movimento da meta em relação à bola. III. A rotação da Terra em torno do seu eixo é percebida por um referencial ligado ao Sol. Para um referencial no solo da Terra, entre- tanto, é o Sol que gira em torno daquele eixo, “cortando” diariamente o céu terrestre de les- te a oeste. Na sequência, vem o conceito de trajetória, tam- bém relativo a um referencial. Em movimentos que ocorrem em trajetórias co- nhecidas de antemão, a posição de um corpo é dada pelo espaço. Falar dos marcos quilométricos de uma rodovia e dos números que vemos nas casas de uma rua facilita a exposição desse conceito. Espaços negativos não estão no cotidiano dos alu- nos. Entretanto, como também serão usados, pode-se fazer uma comparação com as coordenadas negativas usadas na localização de pontos no plano cartesiano. 15Manual do Professor A variação de espaço ocorrida em um determina- do intervalo de tempo leva ao conceito de velocidade escalar, que costuma ser mais facilmente entendida quando se considera um movimento em uma rodovia. Tendo em conta o nível da abordagem, associamos a noção de velocidade escalar instantânea às indicações do velocímetro de um veículo por ocasião das consul- tas a esse instrumento. Pode-se pedir aos alunos que determinem a velo- cidade escalar média de um carro, em km/h, entre o início e o fim de uma viagem feita por rodovia. Pode- -se pedir também que observem, e anotem, em vários momentos durante o percurso, os valores da veloci- dade escalar instantânea indicados no velocímetro do automóvel e depois os comparem com o valor da ve- locidade escalar média. Solicitar, ainda, a conversão para m/s da velocidade escalar média determinada. Se possível, professor, leve os estudantes a uma quadra de esportes para que cronometrem corridas de 100 m rasos (por exemplo) e calculem velocidades es- calares médias, em m/s, e as convertam em km/h. Com relação aos sinais, positivo e negativo, da ve- locidade escalar — que os alunos não usam no dia a dia —, é recomendável informá-los que a utilização desses sinais será fundamental no equacionamento dos movimentos que serão abordados nos capítulos seguintes, já que indicam em que sentido da trajetória os corpos se movem. Na apresentação e definição do movimento unifor- me, sugerimos que sejam descritas situações práticas em que esse tipo de movimento pode ocorrer, como em trechos de rodovia onde um carro trafega com seu velo- címetro fornecendo sempre a mesma indicação ou em deslocamentos de aviões comerciais, que se mantêm durante grande parte do voo com velocidade escalar constante. Propomos, logo de início, o gráfico da velo- cidade escalar em função do tempo. Após a demonstração formal da função horária do espaço, convém imaginar um veículo em movimento uniforme em uma rodovia, usando-se valores numéri- cos, como nos dois exemplos a seguir: 1. • Ao passar pelo km 10, movendo-se no sentido dos espaços crescentes, com velocidade escalar v = 60 km/h, foi acionado um cronômetro: t0 = 0 e s0 = 10 km. • Onde estará o veículo no instante t1 = 1 h? De t0 = 0 a t1 = 1 h, ele terá percorrido 60 km e, portanto, estará no km 70: s1 = 10 km + 60 km/h · 1 h Æ s1 = 70 km • Onde estará o veículo no instante t2 = 2 h? De t0 = 0 a t2 = 2 h, ele terá percorrido 120 km e estará no km 130: S2 = 10 km + 60 km/h · 2 h Æ s2 = 130 km • Fica, então, evidente que, em qualquer instante t: s = 10 + 60 t (s em km e t em h) O aluno precisa perceber que s0 = 10 km e v = 60 km/h são as constantes do movimento, que ele deverá reconhecer ao olhar para uma função horária. • Em que instante o veículo estará no km 250 (s = 250 km)? De t0 = 0 até esse instante, ele terá percorrido 240 km e, então, o cronômetro indicará 4 h: 250 km = 10 km + 60 km/h · t Æ t = 4 h 2. • Ao passar pelo km 400, movendo-se no sentido dos espaços decrescentes, com velocidade esca- lar v = –80 km/h, foi acionado um cronômetro: t0 = 0 e s0 = 400 km. • Onde estará o veículo no instante t1 = 1 h? De t0 = 0 a t1 = 1 h, ele terá percorrido 80 km e estará no km 320: s1 = 400 km + (–80 km/h) · 1 h Æ s1 = 320 km • Onde estará o veículo no instante t2 = 2 h? De t0 = 0 a t2 = 2 h, ele terá percorrido 160 km e estará no km 240: s2 = 400 km + (–80 km/h) · 2 h Æ s2 = 240 km • Em qualquer instante t: s = 400 – 80 t (s em km e t em h) • Em que instante o veículo estará na origem dos espaços, ou seja, no km 0 (s = 0)? De t0 = 0 até esse instante, ele terá percorrido 400 km e, então, o cronômetro indicará 5 h: 0 km = 400 km – 80 km/h · t Æ t = 5 h Esses mesmos dois exemplos, ou outros, poderão ser usados para organizar tabelas s 3 t e construir os gráficos s 3 t correspondentes. Seria ideal que o aluno soubesse relacionar a fun- ção horária de um movimento uniforme com a função do 1o grau que ele estuda em Matemática e aplicar aqui o que aprendeu nesta disciplina. Frequentemente, os alunos cometem erros ao es- tudar um movimento por usarem equações e proprie- dades que não valem para ele. Por isso, é fundamental que eles saibam reconhecer o tipo de movimento em estudo a partir das posições representadas em função do tempo em uma tabela ou na própria trajetória.Isso também é requerido quando é dada uma função horá- ria ou quando é fornecida a representação gráfica da variação de uma das grandezas envolvidas no movi- mento com o passar do tempo. 16 Manual do Professor Além disso, o aluno deve tornar-se capaz de passar informações de um movimento, dadas na trajetória ou em uma tabela, para o gráfico s 3 t e vice-versa; pas- sar da função horária do espaço para o gráfico s 3 t e vice-versa; do gráfico s 3 t para o gráfico v 3 t e vice-versa etc. Apresentamos o cálculo da variação de espaço no gráfico da velocidade escalar em função do tempo por meio da “área”. Tomamos, porém, o cuidado de fazer o aluno observar que não se trata realmente da área, apesar da analogia de cálculo. • o que não pode faltar 2. Referencial 3. Tempo 4. Movimento e repouso 5. Trajetória 6. Espaço 7. Variação de espaço e distância percorrida 8. Velocidade escalar média 9. Velocidade escalar instantânea Exercícios 10. Movimento uniforme Exercícios • algo mais Uma atividade interessante que pode ser reali- zada até mesmo em sala de aula é a determinação do período de oscilação — duração de cada vaivém — de um pêndulo (uma borracha escolar de apagar, presa a um barbante, ou um prumo, por exemplo). Procedi- mentos como este laboram no sentido de desenvolver a capacidade de observação do estudante e as habilidades necessárias para a obtenção prática de medidas. O professor e alguns alunos cronometram o inter- valo de tempo Δt correspondente a várias (n) oscila- ções do pêndulo e determinam o período dividindo-se por n o valor medido para Δt. Ao fazer isso, deve-se perguntar para a classe o porquê de se cronometrar o tempo de várias oscilações, em vez de apenas uma. E aqui está a resposta: minimizar o erro experimental cometido no início e no final da medição de Δt. resoLução das questões propostas (p. 35) 6 Lemos nos eixos: a) x 5 20 m b) y 5 30 m Respostas: a) 20 m b) 30 m 7 Quando adotamos uma origem de tempo (t0 5 0), atribuímos nú- meros positivos aos instantes posteriores e negativos aos anterio- res. Assim, um instante pode ser dado por um número negativo. O intervalo de tempo (Δt 5 tfinal 2 tinicial) não pode ser negativo, pois tfinal nunca é menor que tinicial. Resposta: O instante sim; o intervalo não. 8 a) Está em movimento porque, em relação a este referencial, sua posição varia com o tempo. b) Está em repouso porque, em relação a este outro referencial, sua posição não varia com o tempo. Respostas: a) Em movimento. b) Em repouso. 9 Lembrando do caráter relativo e simétrico dos conceitos de mo- vimento e repouso, concluímos que a única afirmação incorreta está na alternativa e. Resposta: Alternativa e. 10 A altura atingida pela água e o intervalo de tempo decorrido são proporcionais. a) 30 cm _____ 60 min 5 h1 _____ 45 min ⇒ h1 5 22,5 cm b) 30 cm _____ 60 min 5 10 cm _____ Δt ⇒ Δt 5 20 min Respostas: a) 22,5 cm b) 20 min 11 Resposta: Alternativa d. 12 Resposta: Alternativa c. 13 Resposta: Alternativa c. 14 vm 5 Δs __ Δt 5 340 km 2 100 km _____________ 14 h 2 10 h ⇒ vm 5 60 km/h Resposta: 60 km/h 15 Δs 5 59 km 2 73 km 5 214 km Δt 5 6 h 55 min 2 6 h 45 min 5 10 min 5 1 __ 6 h vm 5 Δs __ Δt 5 214 km ______ 1 __ 6 h ⇒ vm 5 284 km/h Resposta: 284 km/h 16 Restam 210 km para serem percorridos em 3 h: vm 5 Δs __ Δt 5 210 km ______ 3 h ⇒ vm 5 70 km/h Nota: Quando não temos informação do sentido do movimento em relação à orientação da trajetória, deixamos o resultado em módulo. Fazemos o mesmo quando a trajetória não está orientada. Resposta: 70 km/h 17 vm 5 Δs __ Δt 5 6 ? 200 m _______ 40 ? 60 s ⇒ vm 5 0,5 m/s Resposta: 0,5 m/s 18 Δs 5 1 920 km 5 1 920 000 m Δt 5 1 h 1 20 min 5 4 800 s vm 5 Δs __ Δt 5 1 920 000 _______ 4 800 ⇒ vm 5 400 m/s Como o valor encontrado (400 m/s) é maior que o fornecido no enunciado para a velocidade de som no ar (340 m/s), concluímos que o avião é supersônico. Resposta: 400 m/s; é supersônico. 17Manual do Professor 19 a) M v1 Δt N Qv2 Δt Temos: ΔsMN 5 v1 Δt e ΔsNQ 5 v2 Δt Assim: ΔsMQ 5 (v1 1 v2) Δt e ΔtMQ 5 2 Δt Então: vmMQ 5 ΔsMQ ____ ΔtMQ 5 (v1 1 v2) Δt _________ 2Δt ⇒ vmMQ 5 v1 1 v2 ______ 2 b) Sendo 2T o tempo total de percurso, temos: MN 5 v1T (I) vmMQ 5 MQ ___ 2T 5 v1 1 v2 ______ 2 ⇒ T 5 MQ ______ v1 1 v2 (II) Substituindo (II) em (I): MN 5 v1 ______ v1 1 v2 · MQ Respostas: a) v1 1 v2 ______ 2 b) v1 ______ v1 1 v2 ? MQ 20 400 m 1 100 m 1 500 m 144 km/h = 40m/sA B CJ T/ Za pt 90 km/h 5 25 m/s Para não ser multado: vm < 25 m/s vm 5 Δs __ Δt ⇒ 1 500 ____ Δt < 25 ⇒ Δt > 60 s Gastando 10 s em um percurso de 400 m, restam 1 100 m para serem percorridos em 50 s ou mais. vmmáx 5 Δs __ Δt ⇒ 1 100 m ______ 50 s 5 22 m/s 5 79,2 km/h vm < 79,2 km/h Resposta: < 79,2 km/h 21 Não. Um vaso de seção transversal de área maior coletaria, pro- porcionalmente, maior quantidade de água. Assim, o nível da água atingiria a mesma altura. Resposta: Não. 22 3 990 km 5 h em Rio Branco 8 h em Fernando de Noronha 3 990 km 8 h em Rio Branco 11 h em Fernando de Noronha Decolagem de Fernando de Noronha Chegada a Rio Branco CJ T/ Za pt Δs 5 3 990 km Δt 5 3 h vm 5 Δs __ Δt 5 3 990 ____ 3 ⇒ vm 5 1 330 km/h Resposta: 1 330 km/h 28 s 5 s0 1 v t a) s 5 20 1 4t ⇒ s0 5 20 m e v 5 4 m/s b) s 5 15 1 (23t) ⇒ s0 5 15 cm e v 5 23 cm/s c) s 5 0 1 12t ⇒ s0 5 0 e v 5 12 km/h Respostas: a) s0 5 20 m; v 5 4 m/s b) s0 5 15 cm; v 5 23 cm/s c) s0 5 0; v 5 12 km/h 29 Na ida do sinal até o cardume, o tempo decorrido é de 0,15 s. Assim: Δs 5 v t 5 1 480 ? 0,15 ⇒ Δs 5 222 m Resposta: 222 m 30 a) • 1 ano 5 365 dias 5 365 ? 24 h 5 365 ? 24 ? 3 600 s • Δs 5 v t ⇒ 1 ano-luz 5 300 000 km/s ? (365 ? 24 ? 3 600 s) 1 ano-luz 5 9,46 ? 1012 km b) Há 170 mil anos. Respostas: a) 9,46 ? 1012 km b) Há 170 000 anos. 31 a) s 5 0: 0 5 50 2 10t ⇒ t 5 5 s b) t 5 0: s0 5 50 m t 5 6 s: s 5 50 2 10 ? 6 ⇒ s 5 210 m CJ T/ Za pt –10 0 10 20 30 40 50 s (m) t = 6 s t = 0 Respostas: a) 5 s b) �10 0 50 s (m) t � 6 s t � 0 CJ T/ Za pt 32 a) s 5 s0 1 v t sA 5 20 1 11t (SI) sB 5 90 1 4t (SI) b) sA 5 sB ⇒ 20 1 11te 5 90 1 4te ⇒ te 5 10 s O valor de te também poderia ser encontrado considerando como referencial um dos móveis (B, por exemplo). Teríamos, então: | v'A | 5 | vA | 2 | vB | ⇒ | v'A | 5 7 m/s | v'A | 5 d __ te ⇒ 7 5 90 2 20 ______ te ⇒ te 5 10 s c) sA 5 20 1 11 ? 10 ⇒ sA 5 sB 5 130 m Respostas: a) sA 5 20 1 11t (SI); sB 5 90 1 4t (SI) b) 10 s c) sA 5 sB 5 130 m 33 a) s 5 s0 1 vt sI 5 50 1 60t sII 5 200 2 90t sI 5 sII ⇒ 50 1 60te 5 200 2 90te ⇒ te 5 1 h 18 Manual do Professor O valor de te também poderia ser encontrado considerando como referencial um dos automóveis (o I, por exemplo). Tería- mos, então: | v'II | 5 | vI | 1 | vII | ⇒ ⇒ | v'II | 5 150 km/h | v'II | 5 d __ te ⇒ ⇒ 150 5 200 2 50 _______ te ⇒ ⇒ te 5 1 h b) sI 5 50 1 60 ? 1 ⇒ ⇒ sI 5 sII 5 110 km Respostas: a) 1 h b) 110 km 34 CJ T/ Za pt 10 60 s (km) t = 8 h t = 8 h vA = 80 km/hvm = 120 km/h Em relação a um referencial no automóvel, v'm 5 40 km/h. Assim, o intervalo de tempo Δt para ocorrer o encontro vem de: v'm 5 Δs __ Δt ⇒ ⇒ Δt 5 Δt ___ v'm 5 50 __ 40 ⇒ ⇒ Δt 5 5 __ 4 h 5 1 h 15 min Portanto: te 5 8 h 1 1 h 15 min ⇒ te 5 9 h 15 min Resposta: 9 h 15 min 35 a) Δs 5 v t ⇒ 200 5 20t ⇒ t 5 10 s b) Δs 5 v t ⇒ 200 1 100 5 20t ⇒ t 5 15 s Respostas: a) 10 s b) 15 s 36 a) Δs 5 v t ⇒ 90 5 120t ⇒ t 5 3 __ 4 h ⇒ t 5 45 min b) Δs 5 v t ⇒ 90 5 100t ⇒ t 5 9 __ 10h ⇒ t 5 54 min c) A 120 km/h: 7,33 km ______ 1 L 5 90 km _____ x ⇒ x 5 12,3 L A 100 km/h: 8,63 km ______ 1 L 5 90 km _____ y ⇒ y 5 10,4 L d) A 120 km/h: 70,60 m A 100 km/h: 50,15 m Respostas: a) 45 min b) 54 min c) A 120 km/h: 12,3 L; a 100 km/h: 10,4 L d) A 120 km/h: 70,60 m; a 100 km/h: 50,15 m 37 Δs2A 1 Δs 2 B 5 40 2 (6t)2 1 (8t)2 5 402 ⇒ ⇒ 100t2 5 1 600 ⇒ ⇒ t 5 4 s Resposta: 4 s 38 Em um mesmo intervalo de tempo Δt, o carro percorre Δsc 5 5,0 km com velocidade vc 5 100 km/h e o ponto na tela do radar percorre Δsp 5 36 cm com velocidade vp. v 5 Δs __ Δt ⇒ ⇒ Δt 5 Δs __ v ⇒ ⇒ Δsc ___ vc 5 Δsp ___ vp 5,0 km _______ 100 km/h 5 36 ? 1025 km __________ vp vp 5 7,2 · 10 –3 km/h 5 2,0 · 10–3 m/s vp 5 2,0 mm/s Resposta: 2,0 mm/s 39 a) Dos gráficos: s0A . s0B b) Em um mesmo Δt, ΔsA . ΔsB. Então: vA . vB c) Como s cresce com t, tanto para A como para B, ambos se mo- vem no sentido da trajetória. Respostas: a) s0A . s0B b) vA . vB c) No mesmo sentido em que a trajetória está orien- tada. 40 Respostas: a) A move-se no sentido da trajetória, enquanto B move-se em sentido contrário. b) A e B se encontram. c) B está na origem dos espaços. 41 a) v constante . 0 ⇒ b b) v constante , 0 ⇒ c c) s constante ⇒ v constante 5 0 (repouso) ⇒ a Resposta: A-b; B-c; C-a. 42 • De 0 a 10 s: v 5 300 2 100 ________ 10 2 0 ⇒ v 5 20 m/s (constante) v 5 Δs __ Δt • De 10 a 20 s: v 5 300 2 300 ________ 20 2 10 ⇒ v 5 0 (constante) • De 20 a 30 s: v 5 100 2 300 ________ 30 2 20 ⇒ v 5 220 m/s (constante) v (m/s) t (s) 20 20 30100 –20 Resposta: Em uma situação real, “bicos” (cúspides) no gráfico s 3 t, como os observados em t 5 10 s e em t 5 20 s nesta questão, não podem ocorrer pois correspondem a saltos no gráfico v 3 t: a velocidade pode variar de 20 m/s a 0 m/s, por exemplo, mas não instantaneamente, como se vê em t 5 10 s! v (m/s) t (s) 20 20 30100 –20 19Manual do Professor 43 • Trator I: s0 5 0 v 5 60 2 0 _____ 3 2 0 ⇒ v 5 20 km/h ⇒ sI 5 20t • Trator II: s0 5 300 km v 5 270 2 300 ________ 3 2 0 ⇒ v 5 210 km/h ⇒ sII 5 300 2 10t • sI 5 sII: 20te 5 300 2 10te ⇒ 30te 5 300 ⇒ te 5 10 h Resposta: 10 h 44 Δs 5 “área” Δs 5 2 · 60 1 3 · 120 ⇒ Δs 5 480 km Δt 5 6 h vm 5 Δs __ Δt 5 480 ___ 6 ⇒ vm 5 80 km/h Por que levamos em conta o tempo em que o automóvel ficou pa- rado? Esse tempo não pode ser ignorado porque o fato de o veículo ter ficado parado faz com que diminua o número de quilômetros per- corridos, em média, em cada hora. Isso é análogo ao cálculo da média anual em determinada disciplina: se o aluno ficou com zero em certo bimestre, isso faz com que o número médio de pontos durante o ano fique menor. Esse zero não é ignorado! Resposta: 80 km/h 45 t0 = 0 t = te 40 m/s 300 m 300 m A 20 m/s B 2 40 m/s A 20 m/s B 2 11 O a) s 5 s0 1 v t ⇒ s1 5 40t s2 5 600 1 20t 40te 5 600 1 20te ⇒ te 5 30 s s1 5 40te 5 40 · 30 ⇒ s1 5 1 200 m t0 = 0 t = te +40 m/s 300 m 300 m A –20 m/s B 2 +40 m/s A –20 m/s B 2 11 O b) s 5 s0 1 v t ⇒ s1 5 40t s2 5 600 – 20t 40te 5 600 2 20te ⇒ te 5 10 s s1 5 40te 5 40 ? 10 ⇒ s1 5 400 m É interessante e prático resolver essa questão estudando o mo- vimento relativo entre os trens, ou seja, considerando o referen- cial em um deles. Respostas: a) 30 s e 1 200 m. b) 10 s e 400 m. 46 O trem chega ao cruzamento em 10 s e termina a passagem por esse ponto em 16 s. Para não haver acidente, o automóvel deve chegar ao cruzamento em Δt < 10 s ou em Δt > 16 s. Para o automóvel: Δt 5 Δs __ v ⇒ Δt 5 160 ___ v Δt < 10 s ⇒ 160 ___ v < 10 ⇒ v > 16 m/s ou Δt > 16 s ⇒ 160 ___ v > 16 ⇒ v < 10 m/s Resposta: v > 16 m/s ou v < 10 m/s 47 a) A velocidade escalar jamais poderia ser igual à tangente trigo- nométrica de a, pois a velocidade tem uma unidade física de medida (m/s, no caso), enquanto a tangente é um número puro, ou seja, adimensional. b) Também não. Observe que: v 5 Δs __ Δt 5 15 m ____ 3 s ⇒ v 5 5 m/s A tangente de a, no entanto, é o quociente do comprimento do cateto oposto a a pelo comprimento do cateto adjacente a a: tg a 5 3 unidades de comprimento ____________________ 6 unidades de comprimento 5 1 __ 2 A coincidência numérica só aconteceria se os segmentos repre- sentativos das unidades de s e de t tivessem a mesma medida. Respostas: a) Não. b) Não. • subsídios ao descubra mais (p. 43) 1. Em quanto é estimada a idade da Terra? Estima-se que a Terra tenha entre 4,5 e 4,6 bilhões de anos. 2. Em quanto é estimada a idade do Universo? Calcula-se que o Universo tenha entre 13 e 15 bi- lhões de anos. 3. Como podem ser efetuados esses cálculos? • A idade da Terra pode ser determinada por data- ção radioativa semelhante à que vimos na Leitu- ra Método do carbono – 14 para a determinação de idades (datação), que é subsídio para o enten- dimento deste texto. Uma porção de matéria que um dia se solidificou, tornando-se uma rocha, e que possui traços de um determinado elemento radioativo de meia-vida co- nhecida permite estimar a idade de nosso planeta. Até hoje, as rochas mais antigas da Terra foram encontradas na Groenlândia, com cerca de 3,8 bi- lhões de anos. Entretanto, nosso planeta deve ser mais velho que essas rochas porque ele se solidifi- cou (parcialmente) antes da formação das rochas. As rochas lunares mais antigas têm cerca de 4,5 bilhões de anos. Datações feitas em meteoritos revelam que eles têm de 4,5 a 4,6 bilhões de anos e acredita-se que foi nessa época que se formou não só a Terra, mas o Sistema Solar. Veja a seguir um cálculo pouco preciso, porém simples, que dá uma ideia de como é possível de- terminar a idade da Terra por datação radioativa. 20 Manual do Professor Na Terra atual, as abundâncias dos isótopos de urânio, U-238 e U-235, são respectivamente iguais a 99,3% e 0,7%. Sabe-se que a meia-vida do U-238 é igual a 6,52 · 109 anos e que a do U-235 é de 1,02 · 109 anos. Supondo que essas abundâncias eram iguais quan- do a Terra se formou (50% de cada), temos, para o U-235: n __ n0 5 0,7% _____ 50% ln @ n __ n0 # 5 2 0,693t _________ meia-vida ⇒ ln @ 0,7 ___ 50 # 5 5 2 0,693t ________ 1,02 ? 109 ⇒ 2 4,27 5 2 0,693t ________ 1,02 ?109 t 6 · 109 anos 6 bilhões de anos Essa é uma estimativa da idade da Terra. O resultado obtido não difere exageradamente de outros determinados com maior nível de so- fisticação. • Seja t 5 0 o instante em que teria ocorrido o big- -bang — a explosão primordial ou grande explo- são — e sido originado o Universo. Seja t o instante atual. Se, em relação ao local dessa grande explosão, a velocidade v de um corpo que “nasceu” dela foi constante durante todo o tempo t, ele percorreu uma distância d dada por: d 5 v t (I) Pela Lei de Hubble — que será apresentada no ca- pítulo 12, na unidade Física Moderna, no volume 3 desta coleção: v 5 H d (II) em que H é uma constante denominada constante de Hubble. Substituindo (I) em (II), temos: v 5 H v t Então: t 5 1 __ H Sabendo que H é aproximadamente igual a 2,3 · 10–18 s–1, determinamos t: t 1 _________ 2,3 ? 10218 s ⇒ t 4,4 · 1017 s Como 1 ano 3,2 · 107 s: t 4,4 · 1017 ________ 3,2 · 107 anos t 14 bilhões de anos Essa é uma estimativa da idade do Universo. O valor estimado mais atual dessa idade é 13,7 0,2 bilhões de anos. • subsídios à Leitura (p. 43) O texto traz as primeiras cogitações para deter- minar a intensidade da velocidade da luz, feitas por Galileu, e apresenta, em linhas gerais, o método pro- posto pelo astrônomo dinamarquês Ole Römer para essa medição. Dá sustentação argumentativa à nossa
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