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CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS DISCIPLINA: CONFORTO AMBIENTAL III CAYO RAVEL RODRIGUES ALVES MARIA FÁBIA MAIA ROCHA PEDRO ALLAN AZEVEDO SOARES RELATÓRIO SOBRE O CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO PARA O LABORATÓRIO DE CONFORTO DESENVOLVIDO NA DISCIPLINA DE PROJETO DE ARQUITETURA II Pau dos Ferros / RN 2022 CAYO RAVEL RODRIGUES ALVES MARIA FÁBIA MAIA ROCHA PEDRO ALLAN AZEVEDO SOARES RELATÓRIO SOBRE O CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO PARA O LABORATÓRIO DE CONFORTO DESENVOLVIDO NA DISCIPLINA DE PROJETO DE ARQUITETURA II Relatório apresentado à disciplina de Conforto Ambiental III para a obtenção da avaliação da segunda unidade. Prof. Dr. Eduardo Raimundo Dias Nunes Pau dos Ferros / RN 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 6 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................... 6 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS ............................................................................ 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 10 REFERÊNCIAS: ..................................................................................................................... 12 INTRODUÇÃO O conforto acústico é uma condição importante no que diz respeito à qualidade de vida da população que condiciona fortemente a salubridade e a produtividade (BERGMAN et al., 1995). Sendo assim, a uma melhora no desempenho das atividades que são realizadas em um ambiente com bom conforto acústico, promovendo o bem estar e a qualidade de vida. O desconforto acústico tem uma enorme influência sobre a capacidade de concentração, condicionando, consequentemente, a diminuição da habilidade e o rendimento do indivíduo (MELLO, 1999). A exposição a ruídos excessivos irá influenciar diretamente no aprendizado, visto que o mesmo poderá interferir na atenção, prejudicando a comunicação entre alunos e professores, o desconforto acústico pode aumentar o nível de estresse e cansaço dos estudantes. Dessa forma, é essencial se pensar no conforto acústico ao projetar uma sala de aula, visando a qualidade do ensino e aprendizado dos alunos e professores. O conforto acústico na arquitetura trata-se de uma análise que serve para amenizar a propagação sonora de um ambiente, atenuando assim a propagação do ruído, tornando-se um dos fatores essenciais em um projeto arquitetônico, visto que ambientes mal projetados poderão torna- se improdutivos e causar danos à saúde dos usuários. Logo, o presente trabalho tem o intuito de analisar o tempo de reverberação em um laboratório de conforto que foi desenvolvido na disciplina de Projeto de Arquitetura II (Universidade Federal Rural do Semiárido) (Imagem 01 e 02) para o desenvolvimento da escola foi considerado que a mesma seria localizada na cidade de Pau dos Ferros/RN (Imagem 03). A escola possui diversos ambientes como salas de aula, salas de exposição, salas de professores, galerias e salas de conforto ambiental. Imagem 01: Planta baixa Bloco B da escola. Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Imagem 02: Planta baixa laboratório de conforto. Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Imagem 03: Localização do município Pau dos Ferros/RN Fonte: Elaborado pelos autores, 2022. OBJETIVOS Este estudo tem como principal objetivo analisar o tempo de reverberação de um laboratório de conforto ambiental, projetada para uma escola de arquitetura. OBJETIVOS ESPECIFICOS • Analisar os materiais das superfícies e ação desses para obtemos o tempo de reverberação adequado. • Comparar os valores obtidos com os estabelecidos pela NBR 10152. • Propor adequações, caso necessário. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O som está presente em todas as atividades humanas... Quanto aos aspectos psicológicos, a exposição ao ruído pode levar à perda de concentração e de reflexos, irritação permanente, perturbações do sono, sensação de insegurança, entre outros (SOUZA, ALMEIDA E BRANGANÇA, 2006). Dessa forma, notamos que um ambiente confortável é fundamental para a saúde e bem estar do ser humano. De acordo com LORO (2003) na construção do conhecimento, a fala é o principal meio de comunicação e qualquer distúrbio que sofra pode prejudicar a concentração e aprendizado dos alunos. Segundo MARTINS (2002) o ruído nas escolas pode ser um fator que, de forma negativa, afeta tanto os professores quanto os alunos. No lançamento de um projeto arquitetônico de escolas, um dos principais aspectos a ser considerado é o desempenho acústico de salas de aula, pois esse espaço é destinado à realização de tarefas que exigem um alto nível de concentração (LORO, 2003). Podemos constatar que o nível de ruído é um fator determinante nos projetos arquitetônicos de salas de aula, visto que quando o ambiente é mal projetado o ambiente poderá se tornar inadequado para a aprendizagem. Segundo a WHO (2001) níveis sonoros excessivos na escola e em casa, além de influenciarem na qualidade da comunicação verbal, acarretam uma série de 22 problemas no desenvolvimento intelectual dos alunos como: demora na aquisição da linguagem, dificuldades com a linguagem escrita e falada, limitações na habilidade de leitura e na composição do vocabulário. Logo, o nível de desempenho dos alunos estará diretamente ligado aos níveis de ruídos presentes em sala. A NBR 12179 (1992) estabelece o isolamento acústico como o processo pelo qual se procura evitar a entrada ou saída de ruídos ou sons em um determinado recinto. RECCHIA (2001) descreve que o ruído pode se propagar em uma edificação através do ar, denominado ruído aéreo; ou através da própria estrutura, denominado ruído de impacto. Então, assim como no projeto de arquitetura, onde o arquiteto coleta uma série de dados (uso do solo, clima, topografia, legislação dentre outros), quando a acústica é considerada como parâmetro de projeto os principais fatores levados em consideração são os ruídos externos (acústica urbana) e internos (acústica de interiores) do projeto, fatores estes que na acústica arquitetônica são chamados controle de ruídos (SOUZA, ALMEIDA E BRANGANÇA, 2006). Percebemos a importância da acústica arquitetônica que visa promover uma qualidade sonora, esta qualidade dependerá das propriedades físicas, dos materiais utilizados, dentre outros aspectos. MATERIAIS E MÉTODOS O laboratório de conforto escolhido para este trabalho está situado ao lado do laboratório de multimeios, de salas de projeto, a mesma também possui proximidade com um depósito, assim como salas de pranchetas e maquetes. O laboratório possui uma área de 93,56m² com dimensões de 7,70x12,15m. Conta com um pé direito 3,20m. Cujo o volume é 299,38m³. Sabendo que esta sala demanda de bastante espaço para uso de computadores e outros equipamentos, a mesma tem uma capacidade para 40 alunos. As atividades desenvolvidas na sala não ultrapassam a frequência de 500Hz, pois se enquadram no nível de palavra falada. Esta sala possui uma porta, 3 janelas, o mobiliário consiste em mesas e cadeiras para alunos e o ministrante da aula. Imagem 04: Planta baixa do laboratório. Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Imagem 05:Planta baixa do laboratório e salas próximas. Fonte: Elaborado pelos autores, 2021. Inicialmente foi necessário realizar uma pesquisa no banco de dados disponibilidade pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), versão 1,2, ano 2003. A mesma apresenta o índice de isolamento acústico para inúmeros materiais. Imagem 06: Banco de dados de características acústicas. Fonte: FAU-USP, 2003. Posteriormente foi realizado o cálculo do volume e do tempo ótimo de reverberação, por meio do volume do ambiente que tem 299,38m³ com as dimensões de 7,70x12,15m e conta com pé direito 3,20m. Sendo assim, o uso do ambiente como “sala de aula, laboratórios”. Gráfico 01: Gráfico do tempo ótimo de reverberação. Fonte: NBR -101/1968. Modificado pelos autores, 2022. Relacionando o uso da sala com o volume em metros cúbicos foi possível obter o valor de 0,6s como tempo ótimo de reverberação. Baseando-se nas informações contidas na planilha da FAU-USP, selecionamos os materiais presentes nas superfícies, seguindo os valores de coeficiente de absorção de cada material. A absorção sonora é obtida através da fórmula: A = 𝛼 . 𝑆 Onde: A = absorção sonora 𝛼 = coeficiente de absorção S = área do ambiente ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS Após encontramos o tempo ótimo de reverberação que é 0,6s. iniciamos o cálculo do somatório das absorções de cada superfície do laboratório para obter o tempo real de reverberação. Na tabela abaixo, foram inseridos os dados das superfícies presente no laboratório, dimensões, os materiais escolhidos, os coeficientes de absorção e a soma das absorções sonoras. Tabela 01:Tabela com os dados. Fonte: FAU-USP, 2003. Modificado pelos autores, 2022. Na tabela 01 foram inseridos os dados correspondentes as superfícies e objetos presente no laboratório em estudo. Tabela 02:Tabela de dados obtidos. Fonte: FAU-USP, 2003. Modificado pelos autores, 2022. Na tabela 02, o valor do somatório das absorções foi de 53,45. Com este resultado obtemos o tempo de real de reverberação de 0,90s. porém o tempo de reverberação ótimo era de 0,60. Sendo possível observar que o valor variou em 0,30s. Podemos relacionar esse superior ao estabelecido devido ao grande número de usuários, visto que foi considerado um laboratório para 40 pessoas. Gráfico 02: Gráfico do tempo ótimo de reverberação. Fonte: FAU-USP, 2003. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante os estudos realizados e resultados obtidos notamos a importância de projetar pensando no conforto acústicos dos ambientes, sobretudo quando estamos projetando um ambiente de ensino e aprendizado que necessitam de uma boa acústica para que todo o conteúdo seja transmitido de forma clara e direta, sem interferências externa ou de outrem. Percebe-se também a necessidade de uma melhor escolha dos materiais que serão utilizados, visto que os mesmos tem uma ligação direta com o controle acústico do ambiente, principalmente quando o ambiente é projetado para receber um grande número de pessoas. Em sua totalidade, o estudo transcrito até aqui tem seu valor dado a partir da analise e diagnostico dos espaços estudados, identificando possíveis problemáticas, e assim, podendo intervir nos mesmos. Em que o principal foco a partir deste, é trazer uma melhora acústica pra os ambientes edificados, onde possa ser garantido aos usuários maior conforto e qualidade adequada para uso. REFERÊNCIAS: • LORO, C. L. P. Avaliação acústica de salas de aula – Estudo de caso em salas de aula Padrão – 023 da rede pública. Curitiba, 2003. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Paraná. • MARTINS, M.I.M. A interferência do ruído no reconhecimento da fala: análise do ambiente e da voz do professor. In: Encontro da SOBRAC, 20., 2002, Rio de Janeiro, Brasil. Anais... • RECCHIA, C. Estudo do desempenho acústico dos elementos construtivos que compõem a fachada. Santa Maria, 2001. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Santa Mari • FAUUSP, 2003. Banco de dados acústica versão 1.2. São Paulo, 2003. Disponível em http:/www.fau.usp.bbr/pesquisa/laboratórios/labaut/conforto/indez.html. Acesso em 03 de outubro de 2022.
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