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Autora: Profa. Daniela da Cunha Souza Patto 
Colaboradores: Prof. Ricardo Calasans 
 Profa. Claudia Ferreira dos Santos Ruiz Figueiredo
Controle Ambiental e 
Recursos Naturais
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Professora conteudista: Daniela da Cunha Souza Patto
Mestre e doutora em Química pelo Instituto de Química da Unicamp. Possui graduação em Engenharia Química 
pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL – USP). Também concluiu pós‑doutorado na área de Controle de Qualidade 
de Produtos Farmacêuticos e Cosméticos pela Universidade de São Paulo (USP).
Atuou como química de pesquisa na indústria farmoquímica no desenvolvimento de produtos farmacêuticos e 
cosméticos, atuando também como auditora interna do sistema de gestão da qualidade (ISO 9001, ISO 14000 e Oshas 
18000). Atualmente, é professora titular da Universidade Paulista – UNIP, ministra aulas nos cursos de Farmácia, 
Engenharia Civil e Elétrica. A partir de 2014, assumiu a coordenação auxiliar do curso de Gestão Ambiental.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P294c Patto, Daniela da Cunha Souza.
Controle ambiental e recursos naturais. / Daniela da Cunha 
Souza Patto. – São Paulo: Universidade Paulista ‑ UNIP, 2016. 
132 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑013/16, ISSN 1517‑9230.
1. Controle ambiental. 2. Recursos naturais. 3. Segurança
 do trabalho. I. Patto, Daniela da Cunha Souza. II. Título.
CDU 504.06
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Lucas Ricardi
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Sumário
Controle Ambiental e Recursos Naturais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS ..........................................................................9
1.1 Histórico e eventos .............................................................................................................................. 20
1.2 Marcos significativos da legislação ambiental ......................................................................... 25
2 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................................... 31
3 TÉCNICAS DE GESTÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 39
4 CONTROLE DE POLUIÇÃO ............................................................................................................................. 42
4.1 Controle de poluição da água ......................................................................................................... 42
4.1.1 Controle de poluição do ar ................................................................................................................. 48
4.2 Controle ambiental de resíduos ..................................................................................................... 57
4.2.1 Resíduos sólidos urbanos .................................................................................................................... 61
4.2.2 Resíduos de serviços de saúde (RSS) .............................................................................................. 66
4.3 Importância da reciclagem para o meio ambiente ................................................................ 71
Unidade II
5 COMPROMISSOS MUNDIAIS ...................................................................................................................... 82
5.1 Protocolo de Quioto ............................................................................................................................ 85
5.2 Rio+20 ...................................................................................................................................................... 86
5.3 Panorama da degradação da terra no Brasil ............................................................................. 88
5.3.1 A poluição, causas e consequências ............................................................................................... 90
6 INSTRUMENTOS DE GESTÃO E CONTROLE AMBIENTAL .................................................................100
6.1 ISO 14000 ..............................................................................................................................................100
6.1.1 Normas sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA (ISO 14001, ISO 14004, 
ISO 14005) ..........................................................................................................................................................103
6.1.2 Normas sobre as Auditorias Ambientais (ISO 14015, ISO 19011)......................................104
6.1.3 Norma sobre a Avaliação do Desempenho Ambiental (ISO 14031) .................................104
6.1.4 Norma sobre a Rotulagem Ambiental (ISO 14020 e seguintes) ........................................104
6.1.5 Norma sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040 e seguintes) ...............................105
6.1.6 Norma sobre os Aspectos Ambientais nos Produtos (ISO Guia 64, ISO TR 14062) .............106
6.1.7 Outras normas da série.......................................................................................................................106
7 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................................................106
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8 AUDITORIA AMBIENTAL ..............................................................................................................................111
8.1 Auditores e seus papéis....................................................................................................................115
8.2 Aplicações e limitações das auditorias ambientais ..............................................................115
8.3 Auditorias ambientais como ferramentas de gestão ...........................................................116
8.4 Análise de risco e medidas emergenciais .................................................................................117
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Controle Ambiental e Recursos Naturais propõe o estudo das relações da sociedade 
com o meio ambiente, a utilizaçãoracional dos recursos naturais, o crescimento populacional e 
suas consequências sobre o meio ambiente e a saúde do Homem. Temos como objetivo desenvolver 
procedimentos técnicos e administrativos voltados para elevar a qualidade de vida da população, 
aumentando a compreensão da relação do ser humano com o meio ambiente.
Este livro‑texto abordará a evolução histórica das questões ambientais, compromissos mundiais, 
apresentando as conferências mais importantes, entre elas a Rio‑92, na qual foram escritos documentos 
como a Carta da Terra e a Agenda 21. Vamos estudar ainda a polêmica Conferência de Quioto, marcos 
significativos da legislação ambiental e conceitos e técnicas de gestão. Estudaremos a poluição, suas 
causas e consequências e medidas para seu controle, como a importância da reciclagem. Por fim, veremos 
os instrumentos de gestão ambiental, como ISO 14000 e auditoria ambiental, fiscalização ambiental, EIA 
e Rima e análise de riscos e medidas emergenciais.
Com este material, esperamos despertar em você, aluno do curso de Segurança do Trabalho, a 
consciência ambiental e a necessidade de gestão dos fatores ambientais inseridos no ambiente de 
trabalho como ferramenta para melhoria da qualidade de vida.
INTRODUÇÃO
A questão ambiental vem ganhando importância nas últimas décadas. O homem, inicialmente, 
mantinha uma relação de equilíbrio com a natureza. Para a sua sobrevivência, ele plantava e caçava 
apenas o necessário para o seu consumo.
As atividades humanas começaram a gerar impactos ao meio ambiente quando a humanidade se 
tornou sedentária e passou a viver em vilas, aldeias e cidades.
A natureza passou a ser um objeto de manipulação para satisfazer aos desejos do ser humano após 
a Revolução Industrial, na segunda metade do século XVII. A partir disso, a comercialização de produtos 
em grandes quantidades foi incentivada, aumentando o consumo excessivo de recursos naturais e, 
simultaneamente, gerando resíduos nos processos de produção industrial, que causaram a poluição 
do solo, da água e do ar. O respeito que o homem tinha pela natureza foi substituído pela exploração 
predatória, levando à crise ambiental.
A população rural começou a migrar para as cidades devido ao desenvolvimento industrial, 
buscando trabalho e melhoria da sua condição econômica, o que gerou uma concentração humana 
das áreas urbanas. A exploração de recursos naturais utilizados como matéria‑prima foi necessária para 
suprir à demanda de produtos para o consumo, além do consumo de energia não renovável, causando 
grandes impactos ambientais, como a geração de resíduos e poluição. Essa mudança de estilo de vida da 
humanidade, com o consumo irresponsável, gerou a crise ecológica.
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Atualmente, estamos tentando remediar essa situação e utilizamos várias ferramentas de gestão 
ambiental para desempenharmos uma tarefa tão complexa. Os fatos mais importantes e as ferramentas 
de gestão ambiental serão apresentados ao longo deste livro‑texto.
Boa leitura!
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS
Começaremos nosso estudo descrevendo uma sequência de eventos que promoveram os moldes da 
sociedade em que vivemos hoje e os danos causados ao meio ambiente. A História revela momentos da 
capacidade humana de ações brilhantes e outras desastrosas.
10000 a.C.: a humanidade começou a plantar e cultivar alimentos no “crescente fértil”, ao leste do 
Mediterrâneo (norte da Turquia, sul do Egito).
6000 a.C.: na Mesopotâmia, a irrigação apareceu como nova forma de cultivar alimentos.
4000 a.C.: o desenvolvimento das aldeias na Mesopotâmia ocorreu com a construção de muralhas, 
distinguindo‑as do resto.
2000 a.C.: os impactos gerados por suas atividades humanas não provocavam prejuízos na natureza. 
Eram 27 milhões de pessoas vivendo no planeta.
Ano zero: aproximadamente 100 milhões de pessoas viviam na Terra.
1500 d.C.: os portugueses chegaram ao Brasil, invadiram uma praia e, poucos dias depois, para 
realizar uma missa, iniciaram o desmatamento, abrindo uma clareira na mata e derrubando árvores 
para construir uma cruz gigantesca. Gaspar Lemos, ao voltar para Portugal, levou a carta de Pero Vaz 
de Caminha falando sobre a exuberância da “nova” terra. Dessa forma, começou o contrabando dos 
recursos naturais, a princípio pau‑brasil e espécies de papagaios.
1503: deu‑se início ao comércio do pau‑brasil: 200 mil km de Mata Atlântica original foram extraídos, 
sobrando apenas 7%, que continuam ameaçados.
1542: a Carta Régia do Brasil estabeleceu regras para o corte de madeira.
1543: Copérnico provou matematicamente que a Terra gira em torno do Sol, publicando a teoria 
heliocêntrica.
1667: Newton publicou as leis básicas da mecânica, óptica e gravitação universal. Era o início 
da descoberta de que existem leis que regem o universo. Na Inglaterra, morreu quase um terço da 
população infectada por peste bubônica.
1825: um bilhão de pessoas habitavam o planeta Terra.
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Unidade I
1827: por meio da Carta de Outubro, o império português delegou poderes aos juízes das províncias 
para fiscalização das florestas.
1840: com o aparecimento da primeira praga agrícola, aproximadamente 1 milhão de pessoas 
morreram de fome na Irlanda; a plantação de batata foi contaminada por um fungo.
1850: a exploração florestal das terras brasileiras foi proibida pela Lei nº 601 (BRASIL, 1850), editada 
por D. Pedro II. A lei ainda forneceu poderes às províncias para a sua execução. Ela foi ignorada e houve 
grande devastação de florestas, principalmente para o cultivo de café para exportações. Foi utilizada 
uma das piores técnicas de plantio do ponto de vista do impacto ambiental: as queimadas. Na Europa, 
Estados Unidos, Inglaterra e Japão, a maior parte da população se concentrava nas cidades.
1859: em A Origem das Espécies, Darwin afirmou que todas as vidas são produtos do ambiente e 
publicou sua teoria da seleção natural.
1864: Marsh documentou como os recursos do planeta estão sendo devastados e prevê que essa 
exploração vai exaurir os recursos naturais do planeta em seu livro O Homem e a Natureza: a Geografia 
Física Modificada pela Ação do Homem. Foi o primeiro exame detalhado da agressão humana à natureza.
1872: a inauguração da primeira empresa especializada no corte de madeira foi autorizada pela 
princesa Isabel.
1875: foi encerrado o ciclo do pau‑brasil. Como resultado, notou‑se o abandono e a devastação 
das matas.
1889: a educação ambiental teve como princípio colocar os indivíduos em contato com a realidade de 
seu ambiente, focando prioritariamente nas crianças e estimulando o desenvolvimento da criatividade 
para solucionar problemas.
1891: até essa data não existia nenhuma lei na Constituição Brasileira, revisada no mesmo ano, 
que promovesse a preservação das florestas e da fauna. Nesse período, os recursos naturais brasileiros 
estavam sob forte pressão do extrativismo europeu.
1905: a ciência sofreu uma revolução com a Teoria da Relatividade, de Einstein.
1908: a política americana iniciou a discussão de temas de conservação ambiental. O presidente 
Roosevelt promoveu uma conferência dos governadores para discutir o tema.
1920: o pau‑brasil foi extinto. Mesmo com tantas floretas, o Brasil não possuía um código florestal.
1923: a produção dos automóveis de Henry Ford aumentou muito devido à nova maneira de 
produção em linha de montagem, chegando a 12 milhões de unidades em 1925.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
1934: o ensino e pesquisa de ecologia foi implantado por Rawitscher nas escolas brasileiras; inicia‑se 
o movimento ecológico no Brasil. O Decreto nº 23.793 (BRASIL,1934) foi o anteprojeto do Código 
Florestal; foi criada a primeira unidade de conservação, o Parque Nacional de Itatiaia.
1939: o Parque Nacional Iguaçu foi criado por meio do Decreto‑lei nº 1.035 (BRASIL, 1939).
1945: os Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, as bombas atômicas. Na 
Grã‑Bretanha, surgiu o termo “environmental studies” (estudos ambientais).
1947: foi fundada, na Suíça, a União Internacional de Conservação da Natureza (IUNC), que tinha 
como objetivo a conservação ambiental. Foi considerada referência até 1972, quando o Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) foi criado.
1952: a morte de 1.600 pessoas em Londres foi provocada pelo smog, ar extremamente poluído. Em 
1956, foi aprovada a Lei do Ar Puro pelo parlamento inglês, devido à conscientização sobre a melhoria 
da qualidade do ar.
 Observação
Smog é um termo geral usado, desde 1905, para uma mistura de 
fumaça (smoke) e neblina (fog) que produz um ar urbano insalubre. Nessas 
condições, são liberadas na atmosfera partículas de NOx e hidrocarbonetos.
1962: foi publicado o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, que se tornou um clássico do 
movimento ambientalista.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os danos causados pelo ser humano ao meio 
ambiente, leia:
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1968.
1965: o Prêmio Nobel da Paz foi para Schweitzer, por tornar popular a ética ambiental. A educação 
ambiental começou a fazer parte da educação nas escolas da Grã‑Bretanha.
1966: o Pacto Internacional sobre Direitos Humanos pela Assembleia Geral da ONU foi estabelecido 
neste ano.
1968: foi fundado o Clube de Roma, liderado por Aurelio Peccei e mais trinta especialistas de 
várias áreas. Os integrantes passaram a se reunir para discutir a crise e o futuro da humanidade. Na 
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Unidade I
ONU, a delegação da Suécia chamou atenção da comunidade internacional para a crise ambiental, 
sendo considerada a primeira observação oficial e incentivando a busca de soluções contra a piora dos 
problemas ambientais.
1970: as primeiras leis sobre educação ambiental foram promulgadas nos Estados Unidos. Os ideais 
sobre meio ambiente foram disseminados pela revista Ecologist. Os projetos que provocaram grandes 
impactos ambientais, com os quais convivemos até hoje, foram iniciados neste ano: o projeto Grande 
Carajás (sudeste do Pará, norte de Tocantins e sudoeste do Maranhão), construção de 900 km de ferrovia 
(Pará e Maranhão) e a usina hidrelétrica de Tucuruí.
1971: na assembleia das Nações Unidas, os países desenvolvidos propuseram que as reservas 
ambientais fossem controladas pelo fundo mundial. O primeiro exemplar do Bulletin of Environmental 
Education foi publicado na Grã‑Bretanha. Seus artigos divulgavam estudos ambientais que promoviam 
o entendimento das relações da sociedade no contexto urbano.
1972: o relatório publicado pelo Clube de Roma, Limites do Crescimento, estabeleceu modelos 
do planeta baseados nas técnicas de análise de sistemas, prevendo como seria o futuro se não 
houvesse alterações nos modelos de desenvolvimento econômico. O relatório indica que o consumo 
excessivo e o descarte de produtos e embalagens, o crescimento da sociedade a qualquer custo e 
o objetivo de se tornar cada vez maior, mais rica e poderosa, não considerando o custo final desse 
crescimento, podiam levar a humanidade a um possível colapso. Certamente, a classe política 
negou essas observações.
Foi realizada em Estocolmo uma conferência da ONU sobre o meio ambiente, que reuniu chefes de 
estado de 113 países. A conferência gerou um documento, a Declaração sobre o Ambiente Humano, que 
estabeleceu um plano de ação mundial para melhoria da qualidade de vida dos povos e a preservação 
ambiental. A base dessas ações é a educação ambiental, que sempre foi e continua sendo considerada 
uma etapa crítica no combate à crise ambiental.
Houve muitas controvérsias durante essa conferência, pois os representantes dos países menos 
desenvolvidos culpavam os representantes dos países desenvolvidos de limitar seu desenvolvimento 
industrial alegando como desculpa a poluição. Os representantes do Brasil afirmavam ser favoráveis à 
poluição, não dando importância para a degradação ambiental gerada, desde que aumentasse o Produto 
Nacional Bruto (PNB). Um cartaz dizia que a poluição era bem‑vinda e que o País receberia com prazer 
as empresas que trouxessem dólares e que gerassem empregos e desenvolvimento. O Brasil estava na 
contramão da História: enquanto o mundo se preocupava com a redução da poluição, o País abria‑se 
para as empresas interessadas na exploração predatória da natureza e ao modelo de desenvolvimento 
insustentável (DIAS, 2004).
1974: primeiro alerta sobre a diminuição da camada de ozônio devido ao uso do gás CFC em sistemas 
de refrigeração.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
 Observação
Os gases clorofluorcarbonos (CFCs) são utilizados como propelentes dos 
aerossóis em latas de sprays e como gases de refrigeração. O gás reage com 
o ozônio, ajudando na destruição da camada de ozônio.
1975: a Conferência de Belgrado foi um encontro promovido pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para formular um programa internacional de educação 
ambiental a ser implantado no mundo todo. O estudo deve ser feito de maneira contextualizada, 
levando em conta os problemas regionais, com o objetivo de resolver problemas de interesse nacional. 
Essa conferência publicou a Carta de Belgrado, que trata do desenvolvimento do ambientalismo.
1976: a reunião sub‑regional de educação ambiental para o ensino secundário ocorreu no Peru; foi 
ressaltada a questão do meio ambiente na América Latina ligada às condições básicas de sobrevivência. 
O Ministério de Educação e Cultura (MEC) assinou o protocolo de intenções, que visava implantar no 
currículo escolar temas ecológicos, mas o estudo foi restrito à ecologia descritiva sem contextualização.
A I Conferência Intergovernamental sobre a Educação Ambiental, promovida pelo Pnuma e pela 
Unesco, ocorreu em Tbilisi, na Georgia. Esse encontro foi uma extensão da Conferência de Belgrado 
e representou o ponto inicial do programa de educação ambiental; foram definidos os objetivos mais 
importantes e traçados planos de implantação nacionais e internacionais.
1979: no Brasil, uma proposta de ensino de Ecologia para 1º e 2º graus, cuja ementa era reducionista, 
foi implantada, mas não levava em conta problemas sociais, econômicos, políticos e culturais, como 
recomendado em Tbilisi.
1980: após o Seminário Regional Europeu para Educação Ambiental para Europa e América do 
Norte, organizado pela Unesco, chegou‑se à conclusão de que era necessário maior intercâmbio de 
informações e experiências entre os países. Infelizmente, apenas 20 países compareceram à reunião. A 
Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) calcula que 70 mil produtos químicos eram fabricados 
nos Estados Unidos e cerca de 1.000 produtos novos eram produzidos por ano.
1981: 2 milhões de hectares de florestas, no período de dois anos, foram desmatados para o 
crescimento de Rondônia e Roraima; esse empreendimento foi custeado pelo Banco Mundial. Nem 
o governo brasileiro nem a Constituição de 1891 faziam referência ao meio ambiente; os projetos 
ambientais nunca saíam do papel, eram demagógicos e estavam sempre na contramão dos planos do 
governo brasileiro (DIAS, 2004).
1984: o governo mostrou a sua indiferença em relação às resoluções da conferência de Tbilisi quando 
retirou da pauta de votação a proposta do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabeleceu 
diretrizes para a educação ambiental. Esse projeto não voltou mais para votação em plenário. No mesmo 
ano, em Bhopal, na Índia, o metilisocianato, um gás venenoso, vazoude uma fábrica, matou mais de 2 mil 
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Unidade I
pessoas e feriu outras duzentas. Esse acidente industrial foi o mais grave do mundo até então e mostrou 
as sérias consequências quando uma população não tem informação ambiental.
1986: a resolução 001/86 do Conama foi aprovada, o que promoveu as bases e as diretrizes gerais 
para implementar a avaliação de impacto ambiental.
No mesmo ano, ocorreu o acidente em Chernobyl, na Ucrânia, uma explosão de um dos reatores 
da usina nuclear, deixando escapar de 60% a 90% do combustível atômico; aproximadamente 10 
mil pessoas morreram. O acidente afetou cerca de 4 milhões de pessoas, pois a nuvem radioativa se 
espalhou pelas Repúblicas Soviéticas e por cinco países da Europa. Acredita‑se que cerca de 20 mil 
pessoas morrerão de câncer nos próximos cinquenta anos devido à radiação absorvida (DIAS, 2004).
Foi realizado o primeiro curso de especialização em educação ambiental, em Brasília, organizado pela 
Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Fundação Universidade de Brasília (FUB), Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (Capes) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com o objetivo de formar 
pessoas para a implantação dos programas ambientais no Brasil e fomentar uma consciência crítica para o 
desenvolvimento do projeto. Infelizmente, o governo rapidamente boicotou e encerrou a iniciativa.
1987: foi divulgado o relatório da Comissão Mundial, “Nosso Futuro Comum”, que ressaltava o 
desenvolvimento sustável, a função da economia internacional, a elaboração de propostas reais para 
resolver os problemas ambientais, sem comprometer os recursos naturais para as gerações futuras.
No mesmo ano, em Goiânia, ocorre mais um acidente ambiental: uma cápsula de césio‑137 foi 
retirada de um equipamento de radioterapia em um ferro‑velho sem os cuidados necessários, levando 
quatro pessoas a óbito, contaminadas pela radiação. Mais um acidente que mostra como a sociedade 
está despreparada para resolver e conviver com problemas desse tipo.
No Congresso Internacional de Moscou, organizado pela Unesco – Pnuma, sobre educação e formação 
ambientais, foram apresentadas as dificuldades e conquistas relacionadas ao tema desde a conferência 
de Tbilisi e determinadas novas estratégias de ação para os próximos anos. Os países apresentaram um 
relatório de evolução de acordo com o que foi estabelecido em Tbilisi. Os representantes do Brasil não 
levaram nada para apresentar.
O Protocolo de Montreal tinha como objetivo diminuir a emissão de poluição, evitando o aumento 
do “buraco” da camada de ozônio. Essa proposta foi baseada no encerramento da fabricação e uso dos 
gases CFCs até o ano 2000.
1988: em São Paulo, os 4,5 milhões de automóveis que circulavam pela cidade causavam 90% da 
poluição do ar. Nessa época, a Cetesb e a Secretaria do Meio Ambiente promoveram um alerta sobre 
a qualidade do ar e elaboraram uma campanha de coletivização com a participação da população. 
Duzentos mil veículos pararam de circular pelo centro expandido da cidade em resposta à alta degradação 
do meio ambiente. Na Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, existem capítulos que destacam 
preocupações com o meio ambiente.
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1989: a Lei nº 7.735 (BRASIL, 1989a) criou o Ibama, que tem como objetivo estabelecer, coordenar e 
executar a política de conservação e preservação dos recursos naturais em todo o país. Essa criação foi 
vista como mais um incentivo à educação ambiental.
O petroleiro Exxon Valdex, americano, colidiu com rochas e derramou quarenta e duas mil toneladas 
de óleo cru no mar do Alasca, mais um acidente ambiental de grande porte, produzindo uma mancha de 
250 km2 e gerando prejuízos ambientais a 1.700 km de costa. O acidente matou 34 mil aves, 980 lontras 
e milhares de peixes e outros animais marinhos.
A lista de animais em extinção, em território brasileiro, chegou a 25 espécies, segundo a sociedade 
Brasileira de Zoologia, contra 60 espécies em 1973 (DIAS, 2004).
O Fundo Nacional de Meio Ambiente foi criado por meio da Lei nº 7.797 (BRASIL, 1989b). Ele é a 
principal fonte de verba de projetos relacionado para o meio ambiente.
1991: todos os sistemas de ensino deveriam implantar em seus currículos temas relacionados com a 
educação ambiental, segundo a portaria do MEC.
O Projeto de Informações sobre Educação Ambiental do Ibama – MEC foi publicado como um encarte, 
com orientações básicas sobre Educação Ambiental, possuindo objetivos, recomendações e limitações 
em relação às necessidades nacionais (DIAS, 2004). Esse encarte foi o primeiro documento divulgado 
formalmente pelo governo brasileiro baseado nas recomendações de Tbilisi.
Durante a Guerra do Golfo, sete milhões de barris de petróleo foram jogados no oceano, o que gerou 
prejuízos incalculáveis ao meio ambiente marinho. Após a guerra, 590 poços de petróleo do Kuwait 
foram incendiados, acarretando aparecimento de nuvens de fumaça negra espalhadas por toda a região. 
Mais uma ação irresponsável do homem em relação à natureza.
1992: a conferência da ONU sobre meio ambiente foi sediada no Rio de Janeiro e 170 países 
participaram. Nesse encontro, também conhecido como Rio‑92, foram discutidos: a situação ambiental 
do mundo e as mudanças, os progressos realizados desde a Conferência de Estocolmo, a determinação 
de estratégias globais e ações para solucionar as questões ambientais mais impactadas, estabelecendo 
diretrizes para medidas de proteção e preservação ambiental através do desenvolvimento sustentável, 
otimizando a legislação ambiental internacional e promovendo estratégias de desenvolvimento 
ambiental. Foi também estabelecida a necessidade de alteração do modelo de desenvolvimento atual 
para o desenvolvimento sustentável. O encontro gerou vários documentos que foram publicados, entre 
eles a Agenda 21, na qual foram estabelecidos planos de ação para o desenvolvimento sustentável. 
Dessa forma, a educação ambiental foi considerada como ponto estratégico para uma mudança de 
comportamento para um novo estilo de vida.
Em Toronto (Canadá), ocorreu o Congresso Mundial de Educação e Comunicação sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, no qual foram determinadas e promovidas ações mais realistas para 
melhorar a educação ambiental.
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1993: o MEC implantou centros de excelência em meio ambiente, nacionais e estaduais, seguindo 
as diretrizes da Agenda 21. Os centros tinham como função principal a formação ambiental de recursos 
humanos numa determinada região por meio de ações capacitando e informando os cidadãos na 
questão ambiental. Foi inaugurado pela Universidade do Rio Grande (RS), um Centro de Educação 
e Formação Ambiental Marinha. Podemos ainda citar outros centros que funcionam em Porto 
Seguro (BA), Manaus (AM), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE). A falta de continuidade 
administrativa do governo provocou prejuízos ao desenvolvimento dos programas ambientais no 
Brasil. Como exemplo, temos o Ibama que, em menos de três anos, teve oito presidentes. O governo 
mostrou uma falta de vontade em considerar a questão ambiental como uma prioridade, destinando 
apenas 0,03% do seu orçamento para este fim.
1995: ocorreu em Berlim a Primeira Conferência das Partes para a Convenção sobre Mudanças 
Climáticas. A conferência foi um fracasso total, pois visava alcançar adesões voluntárias a um programa 
de reduções das emissões nos países industrializados. Como resultado ficou estabelecido o Mandato de 
Berlim, que tinha como objetivo específico a redução das emissões.
1997: visando estabelecer um acordo, os líderes dos oito países mais ricos, que são responsáveispor 
metade das emissões de gases de efeito estufa, se encontraram em Denver, no Colorado. Os Estados 
Unidos não mostraram comprometimento com a causa, não estabelecendo metas significativas para 
reduzir a poluição.
O Presidente dos Estados Unidos na época, Bill Clinton, anunciou a sua posição para a Conferência 
de Quioto. Os Estados Unidos tinham o objetivo de estabilizar as emissões nos níveis de 1990 até o 
ano 2012. Entretanto, todos esperavam reduções mais significativas, devido à crise global causada pelo 
efeito estufa.
Questões ambientais são incorporadas aos currículos escolares de forma transversal e os conteúdos 
reducionistas são retirados dos currículos. O MEC divulga os novos parâmetros curriculares nacionais – PCN.
Foi realizada no Japão, em 11 de dezembro, a Conferência de Quioto, com a participação de 38 países 
industrializados, que concordaram com a redução, até 2012, de suas emissões de gases causadores de 
efeito estufa a níveis abaixo dos detectados em 1990. Os Estados Unidos concordaram com 7% de 
redução, a União Europeia, com 8%, e o Japão, com 6%. Muitas questões ficaram sem resolução. Os 
maiores poluidores do planeta não queriam abrir mão de seu desenvolvimento predatório. Ainda existia 
uma negociação para “cotas de emissões”: os países que não batessem a sua cota de emissões ficariam 
com créditos, que podiam ser vendidos para países que ultrapassassem suas metas de poluição. Pode‑se 
dizer que os resultados dessa conferência foram decepcionantes.
Na Alemanha, foi promulgada uma lei que responsabilizava os fabricantes de produtos por todo o 
material de embalagem que geravam, o que levou ao aumento da reciclagem de materiais.
1998: a Lei dos Crimes Ambientais (BRASIL, 1998) sofreu todos os tipos de boicotes na Câmara 
e no Senado, tanto pelo governo quanto por aqueles que utilizavam os recursos naturais de forma 
predatória, mas representou uma vitória quando foi publicada no diário oficial.
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Em Buenos Aires, Argentina, ocorreu a IV Conferência das Partes para a Convenção das Mudanças 
Climáticas. O encontro visava acompanhar os resultados obtidos desde a Rio‑92. Os representantes 
dos países participantes determinaram um plano de ação, estipulando prazos sobre a implantação de 
medidas sobre o comércio de emissões e mecanismos de produção limpa. Dessa vez, os Estados Unidos 
assinaram o protocolo.
 Observação
Os Estados Unidos, governados pelo presidente Bill Clinton, se negaram 
a assinar o Protocolo de Quioto em 1997.
O fenômeno El Niño provocou sérias alterações climáticas, causando as maiores inundações da 
história da humanidade.
1999: segundo a Organização Mundial de Saúde, o estresse é a doença que mais mata pessoas no 
mundo, tornando‑se uma epidemia global.
O Seminário Internacional de Biodiversidade e Transgênicos foi realizado em Brasília e teve como 
objetivo chamar a atenção não somente para o problema do uso dessa nova tecnologia, mas também 
para o seu controle. Ainda não existia uma avaliação das consequências causadas pela sua utilização, 
nem para os seres vivos nem para os ecossistemas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial queriam promover a redução da distância 
entre as classes sociais, na Conferência das Nações Unidas para o Comércio. Essa ação foi justificada 
pelos resultados apresentados pelo relatório do Banco Mundial, “Informe do Desenvolvimento Mundial 
1999/2000”. O relatório apontou que existiam 1,5 bilhões de pessoas, cerca de 23,5% da população 
mundial, vivendo com menos de um dólar por dia, sendo esta uma condição considerada de miséria. 
Aproximadamente quarenta milhões de pessoas morrem de fome por ano no mundo (DIAS, 2004).
A Lei dos Crimes Ambientais (BRASIL, 1998), regulamentada pela Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro 
de 1998, e pelo Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, revogado pelo Decreto nº 6.514, de 22 
de julho de 2008 (BRASIL, 2008), estabeleceram multas por crimes e infrações ambientais no valor de 
R$ 50 a R$ 50 milhões, de acordo com o impacto negativo causado ao meio ambiente.
Nessa época, existiam 43 milhões de indigentes (indivíduo que ganha menos que R$73 por mês), 
representando 28% da população no Brasil, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas 
(Ipea). Um estudo da OMS mostrou que 50,2% da população brasileira possuía renda menor que 
R$ 149 por mês e era considerada pobre. Bahia e Maranhão são considerados os estados mais pobres. 
A distribuição da renda brasileira é extremamente desigual: 20% da população arrecadam 63% da 
renda nacional, enquanto 50% da população arrecadam apenas 11% da renda.
A Empresa de Proteção Ambiental do Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, foi premiada pelo 
então presidente Fernando Henrique Cardoso com o Prêmio Nacional de Qualidade, pois apresentou uma 
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iniciativa notável e padrões elevados de ecoeficiência, possuindo um programa de educação ambiental 
reconhecido.
Um furacão destruiu a Índia e matou quase dez mil pessoas na região de Bengala. Devido às altas 
concentrações de fosfato e amônia presentes na água, provenientes das indústrias da região, os corpos 
retirados da água estavam mumificados.
A energia eólica (proveniente do vento) é uma realidade e é considerada a forma de energia mais 
limpa do mundo. Países como Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Índia e Espanha já estavam 
utilizando esse tipo de energia para fins comerciais e industriais. No estado do Ceará, aproximadamente 
160 mil pessoas também estavam utilizando a energia eólica (DIAS, 2004).
O Brasil é o recordista da América Latina em malária, a terceira doença infecciosa que mais mata no 
mundo, com 40% dos 1,2 milhões de infectados. A maior parte dos infectados estão na África (80%). 
Em 1999, ainda foram registrados mais de 200 mil casos de dengue e quase 5 mil de cólera, doenças 
infecciosas promovidas pela falta de saneamento e condições básicas de higiene. Entretanto, o Brasil 
ainda estava entre os dez países mais ricos do mundo.
2000: mais acidentes ambientais aconteceram, como o vazamento de petróleo da Refinaria Duque 
de Caxias, jogando 1,3 milhões de litros de óleo na baía da Guanabara e atingindo uma área de 50 
km2. Logo em seguida, em outro vazamento no duto da Refinaria Getúlio Vargas, 4 milhões de litros de 
óleo cru vazaram nos rios Barigui e Iguaçu, causando prejuízos à captação de água para os municípios 
vizinhos e muitos impactos ao meio ambiente. O aumento da população do Rio de Janeiro e a chegada 
dos turistas superlotou a cidade. Assim, 216 milhões de litros de esgoto diários foram jogados nas lagoas 
de Camorim, Tijuca, Jacarepaguá, Lagoinha e Marapendi, sem nenhum tratamento. No carnaval, como 
consequência de tanta poluição e descaso, foram retirados da Lagoa Rodrigo de Freitas 130 toneladas 
de peixes mortos. Isso mostrou a incapacidade e a falta de vontade dos governantes com relação à 
organização da sociedade, principalmente em relação ao saneamento básico.
No município de Palmas, no Paraná, foi inaugurada uma usina eólico‑elétrica que produzia 6,5 
milhões de kW/h, o suficiente para abastecer cerca de 4 mil residências.
Devido à falta de chuvas, a cidade de São Paulo viveu a maior seca do século e os reservatórios 
atingiram quantidades críticas de água. Essa situação foi gerada graças ao desperdício e à ocupação 
desordenada do solo, provocando o racionamento de água. Mais de cinco milhões de pessoas mantêm 
residência em condições irregulares, dos quais quase três milhões não têm saneamento e infraestrutura 
adequados. As áreas verdes estão sumindo e a cidade está cheia de pragas, como baratas, ratos e 
formigas. A seca atingiu o estado do Paraná e as cidades de Recife e Belém, que também sofreram com 
o racionamento de água.
Produzimos 240 mil toneladas de lixo por dia,75% dos quais não têm a destinação final adequada: 
são despejados em lixões. Somente 15% do plástico é reciclado, enquanto a reciclagem de alumínio 
ultrapassa os números de reciclagem da Alemanha, Inglaterra e Japão graças à ação de catadores de lixo, 
evidenciando a miséria e a falta de empregos.
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A comissão mista do congresso nacional, em 10 de maio, aprovou mais uma vergonha nacional: 
a alteração do Código Florestal, aumentando de 20% para 80% a área que pode ser explorada na 
Amazônia. Assim, a vegetação em cima dos morros e nascentes e margens de rios ficavam desprotegidas 
por lei. Após comoção e revolta internacional e muita discussão, a proposta foi abandonada. No mesmo 
ano, propôs‑se transformar os manguezais brasileiros em áreas de criação de camarões para comércio. 
Felizmente, esse projeto também foi rejeitado.
A frota de automóveis do mundo só cresce e consumimos cerca de 67 milhões de barris de petróleo 
por dia. O carro é o símbolo do prestígio e do status da sociedade moderna e, ao mesmo tempo, também 
é o grande vilão poluidor das grandes cidades.
As ONGs internacionais passaram a comprar áreas para a preservação depois que a política ambiental 
internacional perdeu a credibilidade devido à falta de ética dos legisladores. Assim, por exemplo, a The 
Nature Conservancy comprou o Atol Palmyra, no Havaí. A Conservation International comprou uma 
fazenda no Rio Negro, no Pantanal. Existiam, em 2000, 420 propriedades particulares destinadas à 
preservação ambiental no Brasil (DIAS, 2004).
Orientadas por organizações não governamentais, comunidades nos Estados Unidos e Europa 
alcançaram a redução de 42% na produção de resíduos, economia de 16% de água e 15% de redução 
no consumo de combustível. As ONGs reuniram os cidadãos comuns para discutir e determinar maneiras 
de reduzir a produção de resíduos, reduzir o consumo de água e energia e consumir produtos verdes.
A violência é gerada por um sistema insustentável e equivocado de desenvolvimento econômico, 
que produz riquezas que não são distribuídas de forma homogênea, causando a exclusão social. No 
Brasil, em 2000, 74 mil pessoas foram mortas, número superior aos 57 mil soldados mortos na Guerra 
do Vietnã, por exemplo (DIAS, 2004).
Os estados do Pará e Mato Grosso são os campeões em devastação ambiental no País. As questões ambientais 
foram muito agravadas nos últimos 20 anos no Pantanal. Houve a introdução de pastagens artificiais na 
criação de gado, exploração predatória das florestas, inauguração de polos turísticos sem infraestrutura básica, 
contaminação dos rios com esgoto e lixo, pesca predatória, mineração ilegal e a navegação irresponsável. 
Esses fatos mostram o quadro de insustentabilidade vivida e o descaso das autoridades locais.
A miséria contempla 1/4 da população do mundo, 1/3 dos adultos são analfabetos, 1/3 não possui 
acesso à água potável, 1/3 das crianças estão abaixo do peso normal e o desemprego aumenta, sem 
mencionarmos o número de brasileiros que trabalham informalmente e não têm nenhuma proteção 
social e trabalhista. Mais dados mostram que a insustentabilidade do sistema e a saúde da população 
estão intimamente ligados a esses fatores.
Ao mesmo tempo, na Áustria, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, Suíça, Suécia e Luxemburgo, a 
porcentagem de lixo orgânico reciclado cresce para 85%. A Alemanha declarou que vai desativar as 
nove usinas nucleares em funcionamento até 2021, de forma progressiva, adotando novas formas 
de energia limpa. Mesmo com essas medidas, o país ainda terá que resolver o problema gerado pelo 
armazenamento de resíduo das usinas nucleares.
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Quais fatores a OMS levou em consideração para classificar o Brasil como 12º colocado entre 191 
países em relação ao atendimento à saúde? Afinal, nós, brasileiros, sabemos que o sistema de saúde é 
precário e ineficiente.
Especialistas brasileiros de várias áreas se reuniram para discutir temas como: diminuição da 
desigualdade social, gerenciamento dos recursos naturais, ciência e tecnologia para o desenvolvimento 
sustentável, infraestrutura, agricultura sustentável e cidades sustentáveis e elaboraram um documento 
que foi nomeado Base para a Discussão da Agenda 21 Brasileira. A mídia não deu importância ao fato.
A Embrapa desenvolveu uma nova tecnologia que revolucionou o plantio de soja na Dakota 
do Norte, nos Estados Unidos, aumentando a produção e proteção do ambiente. O novo método 
proposto emprega bactérias para fixar o nitrogênio nas raízes das plantas, não sendo necessário o uso 
de fertilizantes (DIAS, 2004).
Os países mais ricos (20%) consomem quase 2/3 da energia mundial, enquanto os mais pobres 
utilizam apenas 4%. Nos 40 países mais pobres do mundo, ainda se utiliza madeira como combustível. 
Os Estados Unidos consomem aproximadamente 25% dos recursos energéticos do mundo com apenas 
5% da população do planeta (DIAS, 2004).
A devastação da floresta amazônica não para e, dos 600 km2 desmatados para produção de produtos 
agrícolas, no chamado “arco do desflorestamento”, 165 km2 apresentaram baixa produtividade e foram 
abandonados. Segundo Dias (2004), utiliza‑se a ética de todos contra todos: devastamos a floresta, 
exaurimos o solo e, por fim, abandonamos a área para erosão.
Atualmente, a ordem é economizar água diante das perspectivas da falta de água potável no planeta 
em breve. Em 2000, cada mil litros de água tratada na Alemanha custam 2,36 dólares; na França, 1,35; 
na Inglaterra, 1,28; e no Brasil, 0,77. Esse fato explica por que os brasileiros desperdiçam tanto: a água 
custa pouco.
O consumo de papel só cresce no mundo. Ainda que haja aumento de sua reciclagem para 36% 
do total da oferta de fibras, os benefícios gerados pelo processo são anulados, lembrando que o papel 
apenas pode ser reciclado seis vezes, pois suas fibras se tornam muito frágeis (DIAS, 2004).
1.1 Histórico e eventos
Durante a década de 1970, os brasileiros viviam uma ditadura militar, cujos governantes não 
mostravam muito interesse em questões que pudessem limitar seu crescimento econômico. Na mesma 
época, apresentavam à mídia o Projeto Carajás e a usina hidrelétrica de Tucuruí, dois empreendimentos 
com alto impacto ambiental. Apesar do cenário nacional desfavorável, foi criada a Associação Gaúcha 
de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), pioneira dos movimentos ambientalistas no Brasil.
O relatório Os Limites do Crescimento, do Clube de Roma, denunciava: o crescimento a qualquer 
custo e o consumismo selvagem levariam a humanidade a um colapso.
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Na Conferência de Estocolmo estabeleceram‑se princípios globais que inspiraram e orientaram a 
humanidade na preservação e melhoria do meio em que vivemos. Reunindo 113 países na Suécia, a 
conferência publicou o documento Declaração do Ambiente Humano (ONU, 1972), que estabeleceu um 
plano de ação mundial e recomendou a criação do Programa Internacional de Educação Ambiental. A 
educação ambiental foi considerada como um elemento crítico para o combate da crise ambiental, de 
acordo com a resolução no 96 da Conferência de Estocolmo.
Quando foram propostos índices de diminuição para poluição atmosférica, os países em 
desenvolvimento não aceitaram as propostas apresentadas na conferência, acusando os países 
desenvolvidos de limitar o seu desenvolvimento industrial. Os representantes do Brasil, que só estavam 
interessados no desenvolvimento econômico e não tinham o menor interesse na questão ambiental, não 
se importavam em pagar o preço da poluição e da devastação ambiental, desde que houvesse a entrada 
de dólares no País (DIAS, 2004).
Neste momento, foi criada a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Devido à dedicaçãode seus 
funcionários, em pouco tempo tornou‑se conhecida. O legado deixado pela Sema foi utilizado como 
base para a legislação ambiental, estabelecendo um programa das estações ecológicas e conquistas na 
área das normatizações. Sua atuação na área da educação ambiental foi muito limitada devido à falta 
de interesses políticos da época.
Na conferência de Belgrado, em 1975, foram estabelecidos os princípios e orientações para um 
programa de educação ambiental (EA) global. Determinou‑se que essa ação deveria ser contínua, 
multidisciplinar, integrada aos problemas regionais e direcionada para os problemas nacionais. Foi 
estabelecido um prazo de dois anos para que esses mesmos países se reunissem outra vez para o 
acompanhamento dos avanços e dificuldades encontrados e para discutir novos conceitos e métodos 
para o desenvolvimento da educação ambiental.
A humanidade teria que utilizar os recursos naturais para o seu benefício, visando melhorar a 
qualidade de vida. Diante da realidade mundial, a Carta de Belgrado estabeleceu a necessidade de 
eliminação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da exploração humana.
 Lembrete
Em 1975, o Brasil era governado pelo presidente Geisel. O País se 
encontrava sob regime militar e aquilo que não estava de acordo com os 
ideais governistas era considerado subversivo.
A classe política boicotava qualquer assunto que não fosse do seu interesse, principalmente programas 
de educação ambiental. Não havia uma política educacional definida, muito menos uma política de 
educação ambiental. O ecologismo foi implantado e crescia, mas havia conceitos deturpados. Mesmo 
estando relacionados à educação ambiental e à natureza, os conceitos não eram contextualizados levando 
em consideração os aspectos sociais, políticos e econômicos, apenas pregavam o “verde pelo verde”.
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A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi (1977), foi 
considerada a mais importante para o desenvolvimento da educação ambiental no mundo. Pregavam‑se 
visões deturpadas da educação ambiental. Os países ricos não concordavam com os discursos que 
comprovassem que as diferenças socioeconômicas, políticas, ecológicas, culturais e éticas eram resultado 
do modelo de desenvolvimento adotado nos últimos anos. A conferência de Tbilisi marcou o início 
do programa internacional de educação ambiental. Também alertou a comunidade internacional, que 
deveria incluir políticas de educação ambiental em seus currículos escolares, e chamou as autoridades 
de educação à reflexão, pesquisa e inovação na área ambiental. Propôs também um intercâmbio de 
informações e experiências, serviços de formação de recursos humanos, principalmente professores, 
entre os países (DIAS, 2004).
Levar em consideração aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais 
e éticos era a recomendação principal para o desenvolvimento da educação ambiental. Para que os 
indivíduos pudessem entender a complexidade do mundo natural, o ensino, nas escolas e universidades, 
deveria informar e orientar as várias disciplinas para integração da visão ambiental, mostrando ainda as 
interdependências políticas, econômicas e ecológicas do mundo moderno (DIAS, 2004).
As questões ambientais não devem ser analisadas de forma isolada, devendo considerar os aspectos 
sociais, políticos e econômicos. A educação ambiental pode ser aplicada para trazer informação e 
conhecimento para a população, visando instruir sobre as atitudes necessárias para melhorar, proteger, 
conservar a qualidade do meio ambiente e promover uma mudança de comportamento, deixando a 
sociedade capaz de solucionar os problemas ambientais, como melhoria da qualidade de vida.
No Brasil, foram elaboradas e divulgadas propostas para ensino de 1º e 2º graus com abordagem 
reducionista, nas quais a educação ambiental ficaria limitada às ciências biológicas, como propuseram 
os países ricos, não levando em consideração os principais aspectos que envolviam a questão ambiental 
e não permitindo a formação de uma consciência crítica. Esse fato proporcionou revolta entre os 
ambientalistas e educadores envolvidos nos assuntos ambientais (DIAS, 2004).
A Política Nacional do Meio Ambiente foi promulgada com a Lei nº 6.938 (BRASIL, 1981), pelo 
presidente João Figueiredo. Era o começo do desenvolvimento da educação ambiental e, infelizmente, 
os boicotes tornaram‑se mais evidentes.
Passados oito anos após a Conferência de Tbilisi, o Brasil nada tinha feito em relação às diretrizes 
para educação ambiental devido à falta de conceituação e política. O MEC e a Sema, com os boicotes 
políticos, não conseguiam promover discussões e aprofundamentos sobre o tema.
O Conama apresentou diretrizes para a educação ambiental, definindo‑a como:
[...] o processo de formação e informação social, orientado para o 
desenvolvimento da consciência crítica sobre a problemática ambiental; 
de habilidades necessárias à solução de problemas ambientais, de atitudes 
que levem à participação das comunidades de preservação do equilíbrio 
ambiental (CONAMA, 2012, p. 8‑9)
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Para evitar a formação de consciência crítica dos indivíduos, essa resolução foi boicotada e retirada 
da pauta, pois não era de interesse dos governantes.
Sempre houve iniciativa para a criação de cursos voltados para a educação ambiental e meio 
ambiente, por exemplo, o oferecido pela Universidade de Brasília (1º Curso de Especialização em 
Educação Ambiental), para formar profissionais para implantação de programas ambientais. O curso 
foi oferecido durante dois anos, mas devido aos fortes boicotes de setores extrativista, industrial e 
político, foi fechado. No entanto, o fechamento foi justificado com dificuldades financeiras. Mesmo 
assim, alguns profissionais foram formados; eles desenvolviam papéis importantes em seus estados e os 
objetivos do curso foram atingidos, formando a “nata da educação ambiental”.
Devido a tantos boicotes, quase dez anos após Tbilisi, o Brasil ainda não havia feito nada, pois os 
professores não tinham recebido nenhuma instrução sobre a educação ambiental. Um assunto tão 
importante como esse foi confundido com ecologia e ensinado nas escolas de forma banal (DIAS, 2004).
Às vésperas da Conferência de Moscou, na qual havia o acompanhamento dos resultados da 
educação ambiental, é que o Conselho Federal de Educação, finalmente, aprovaria o Parecer 226/87, 
que determinava a inserção da educação ambiental entre os conteúdos estudados nas escolas. Esse foi 
o primeiro documento oficial do MEC baseado na recomendação de Tbilisi. Em outras palavras, o Brasil 
levou dez anos para conseguir iniciar o estudo sobre o tema. Contudo, não tínhamos resultados para 
discutir na Conferência de Moscou, que ocorreu em 1987 (DIAS, 2004).
Grandes catástrofes mundiais viraram manchete nos jornais, como os acidentes em Chernobyl e 
Bophal, atos terroristas e revoluções, a diminuição da camada de ozônio, efeito estufa, as alterações 
climáticas, o desmatamento acelerado, as safras agrícolas frustradas, as queimadas (consequência do 
calor excessivo), a desertificação, o crescimento populacional desordenado, a erosão de áreas desmatadas, 
a diminuição da população de peixes, a poluição do solo, das águas e do ar, as pragas e doenças tropicais, 
a Aids, o aumento do número de espécies ameaçadas de extinção e da pobreza, da miséria e da fome 
no mundo.
As previsões de especialistas estavam virando realidade. Muitas empresas procuravam novos acordos 
para firmar regimes internacionais, como o Protocolo de Montreal, que visava à proteção da camada 
de ozônio, dando continuidade à Convenção de Viena (1985), que teria aperfeiçoamento na Emenda de 
Londres (1990). Graças às pesquisas realizadas para obtenção do conhecimentocientífico aplicado às 
questões ambientais, a comunidade científica, juntamente com os produtores de CFC, determinou quais 
eram os principais problemas e estabeleceram políticas de diminuição de emissão de poluentes adotadas 
para minimizar o problema (DIAS, 2004).
Em 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal. No Capítulo IV, artigo 223, ficou declarado 
que o governo tem o papel de promover a educação ambiental dentro e fora das escolas, estimulando a 
conscientização pública e promovendo a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988a).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), criado em 
1989, visava formular, coordenar e executar a política nacional do meio ambiente. O instituto tem 
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a função de incentivar a preservação, o fomento e o controle dos recursos naturais renováveis no 
Brasil. O Ibama nasceu da junção de quatro órgãos que se relacionavam com as questões ambientais: 
Sema, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), Superintendência de Pesca (Sudepe) e 
Superintendência da Borracha (Sudhevea). Entre eles, apenas o Sema tinha recursos humanos com 
capacitação na temática ambiental. O instituto tornou‑se uma divisão sem autonomia, engessada em 
sua burocracia, não promovendo nenhuma ação na temática ambiental, muito menos na educação 
ambiental (DIAS, 2004).
O Curso de Especialização Ambiental da Universidade de Brasília fomentou a formação da consciência 
crítica como um exercício multidisciplinar de análise de temas ambientais, com o objetivo de aumentar 
a qualidade de vida e a conservação ambiental. O curso foi banido da Universidade de Brasília e recebido 
na Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá, onde foi oferecido por mais quatro vezes até ser 
fechado pelos mesmos interesses políticos e econômicos já apresentados.
Muitos documentos foram gerados, muitas propostas e tratados não passaram de festividades e 
nada em relação à educação ambiental havia sido colocado em prática, mesmo após quatorze anos da 
conferência de Tbilisi. Nessa época, alguns funcionários do Ibama e do MEC redigiram uma proposta 
de divulgação/informação das diretrizes básicas da educação ambiental, direcionada aos professores de 
Ensino Fundamental, com um encarte distribuído à revista Nova Escola. Junto ao encarte, os professores 
recebiam um questionário com postagem paga para a resposta. O documento foi publicado por ordem 
do presidente Fernando Collor de Melo e foram distribuídos 140 mil encartes em todo o País, chamados 
de Projeto de Informações sobre a Educação Ambiental. De todos os professores que receberam o 
encarte, 85% responderam afirmando que aquele era o primeiro material que recebiam sobre educação 
ambiental, isto é, existia uma ignorância absoluta sobre o tema.
O MEC criou um grupo de trabalho para a educação ambiental e, a partir daí, várias iniciativas foram 
implantadas, principalmente depois da Rio‑92, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento 
e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, que reuniu 170 países.
A Rio‑92 reforçou as propostas de Tbilisi e Moscou sobre a questão da educação ambiental, visando 
concentrar esforços na eliminação da ignorância ambiental e na formação de pessoal.
Com o objetivo de colocar em prática as recomendações aprovadas na Rio‑92, o MEC reuniu de forma 
permanente um grupo de trabalho para se dedicar à implantação da educação ambiental nos sistemas de 
Ensino Fundamental, Médio e Superior. Esse grupo organizou encontros em todas as regiões do País com 
as Secretarias de Educação para formular, em conjunto, programas de educação ambiental que foram 
impactados pela falta de informação sobre o assunto por parte dos participantes. Esse grupo realizou, em 
apenas dois anos, o que o governo brasileiro não teve interesse em fazer desde 1977 (DIAS, 2004).
Nos anos seguintes, as atividades do grupo foram reduzidas, principalmente devido a boicotes 
financeiros. Sabemos, por exemplo, que a verba destinada à educação ambiental é de apenas 0,03%, 
mesmo os governantes afirmando que o tema é uma prioridade e um sistema importante de gestão 
ambiental. Podemos observar que existem poucos profissionais que atuam na área e uma carência na 
capacitação de novos profissionais.
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A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, foi resultado 
do Programa Nacional de Educação Ambiental, redigido pelo Ministério da Educação e do Desporto 
(MEC), o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos da Amazônia Legal (MMA), o Ministério da 
Ciência e Tecnologia (MCT) e o Ministério da Cultura (MinC).
A educação ambiental tem o objetivo de preparar a sociedade para um novo paradigma do 
desenvolvimento sustentável, utilizando como estratégia princípios de responsabilidade individual de 
atuação para solucionar os desafios ambientais, que englobam a recuperação da natureza e valores 
éticos de sobrevivência.
O desenvolvimento sustentável deixa de ser considerado uma utopia e passa a ser crucial para a 
sobrevivência da raça humana. A educação ambiental é a sua principal ferramenta; por meio dela, a 
população será instruída a buscar novas alternativas de vida sustentável. A seguir, veja o discurso de 
Mikhail Gorbachev no Encontro Rio +5, realizado em 1997 (apud DIAS, 2004, p. 97):
[...] o maior desafio tanto da nossa época como do próximo século é 
salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios 
fundamentos da civilização moderna, o relacionamento do ser humano com 
a natureza.
A Comissão Interministerial afirmou que a educação ambiental incorporava aspectos políticos, 
culturais, socioeconômicos e históricos, que não deviam ser analisados isoladamente, levando em 
consideração a realidade de cada região ou país. A educação ambiental deve fomentar o entendimento 
do meio ambiente e suas interações com os diversos elementos da sociedade, utilizando os recursos de 
forma sustentável. Assim, a educação ambiental é um processo de aprendizagem contínua, baseado no 
respeito entre todas as formas de vida.
1.2 Marcos significativos da legislação ambiental
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi estabelecida a partir da Lei nº 6.938 (BRASIL, 
1981) e foi um marco na evolução da gestão ambiental no Brasil. A PNMA foi escrita a partir de uma 
reflexão crítica sobre muitos pontos de vistas e várias características importantes na evolução da gestão 
ambiental praticada no País por muitas décadas (CALIJURI; CUNHA, 2013).
A lei expressa claramente o reconhecimento da relação do desenvolvimento social e econômico 
com a questão ambiental como sendo um dos objetivos da Política Ambiental. Estabelece em seu 
artigo 2º:
[...] A Política Nacional do meio ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana 
[...] (BRASIL, 1981).
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Para o comprimento da PNMA, a lei determina também os seguintes princípios norteadores:
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando 
o meio ambiente como um patrimônio a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI – incentivos ao estudo e a pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e para a proteçãode recursos ambientais;
VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII – recuperação de áreas degradadas [...];
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá‑la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente (BRASIL, 1981).
Podemos notar que a perspectiva do desenvolvimento sustentável já se manifesta nos propósitos 
dessa lei, no artigo 4º: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I ‑ à compatibilização do 
desenvolvimento econômico‑social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio 
ecológico [...]” (BRASIL, 1981).
Para a implementação da PNMA foi criado o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), com 
o objetivo de promover uma abordagem integrada no tratamento da questão ambiental nas diversas 
instâncias governamentais. Assim, a estrutura organizacional foi constituída da seguinte forma:
I – órgão superior. Conselho do governo: com a função de assessorar o 
Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes 
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;
II – órgão consultivo e deliberativo. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de 
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os 
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas 
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e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida;
III – órgão central. O Ministério de Meio Ambiente, com a finalidade de 
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política 
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV – órgão executor. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como 
órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas pelo meio 
ambiente;
V – órgão setoriais. Os integrantes da Administração Federal direta e indireta, 
bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, cujas atividades 
estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas que 
disciplinam o uso de recursos ambientais;
VI – órgãos seccionais. Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas projetos e pelo controle e fiscalização de atividades 
capazes de provocar a degradação ambiental;
VII – órgãos locais. Os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições 
(BRASIL, 1981).
A estrutura foi reproduzida nas esferas estaduais e municipais, com os ajustes necessários às 
operações exigidas nesses níveis governamentais e as relativas competências institucionais. Temos que 
destacar a competência dos conselhos estaduais como instância decisória do licenciamento ambiental 
e a maior participação de membros da sociedade civil na sua composição.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) é o órgão colegiado instituído com o propósito de 
articular os diversos setores e instâncias governamentais, bem como os agentes sociais e empresariais, 
na formulação de diretrizes de política ambiental.
O Conama constitui uma importante instância de interação entre representantes da União, dos 
estados e municípios, da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil. Assim, torna‑se um 
mecanismo de participação social e uma alternativa de cooperação propícia para a resolução dos 
conflitos ambientais. A relevância do perfil da composição do Conama está associada às funções e 
competências institucionais que esse conselho representa. O Conama é presidido pelo órgão central 
(Ministério do Meio Ambiente). Suas competências mais relevantes são:
I – Estabelecer normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva 
ou potencialmente poluidoras [...];
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III – Decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, 
mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas 
pelo Ibama [...];
V – Determinar, mediante representação do Ibama, a perda ou restrição 
de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral 
ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
VI – Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle 
da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante 
audiência dos ministérios competentes;
VII – Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos 
recursos ambientais, principalmente os hídricos [...] (BRASIL, 1990b).
Devemos esclarecer que as deliberações do Conama devem ser consideradas diretrizes e normas 
gerais da política nacional. Contudo, os estados e os municípios, na esfera de suas competências e nas 
áreas de sua jurisdição, podem elaborar normas supletivas e complementares e padrões relacionados 
com o meio ambiente, desde que sejam observados os que forem estabelecidos pelo Conama. Para a 
implementação dos princípios e objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, foram estabelecidos 
instrumentos de atuação e condução da gestão ambiental:
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II – o zoneamento ambiental;
III – a avaliação de impactos ambientais;
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras;
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder 
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, 
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII – cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental;
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IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não comprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiente;
X – A instituição do Relatório de Qualidade de Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – Ibama;
XI – A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando‑se o Poder Público a produzi‑las, quando inexistentes;
XII – O cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/
ou utilizadoras dos recursos ambientais;
XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros (BRASIL,1990b).
Podemos observar que os instrumentos estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente se 
caracterizam pelas várias maneiras de sua aplicação:
• instrumentos que incidem diretamente nas atividades e agentes potencialmente impactantes, 
como licenciamento ambiental, padrões de efluentes e emissão e avaliação de impactos ambientais;
• instrumentos que subsidiam a aplicação e o acompanhamento dos demais como relatório de 
qualidade, penalidades, entre outros.
Dessa forma, podemos afirmar que os instrumentos estabelecidos na política abrangem o perfil 
básico de maneiras de aplicação, havendo ainda outros mecanismos subsidiários de acompanhamento 
do desempenho e de resultados de sua aplicação (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Os instrumentos estabelecidos na nova abordagem de gestão ambiental adotada pela Política Nacional de 
Meio Ambiente rompem com a visão tradicionalde órgão ambiental fiscalizador e incorporam a perspectiva 
do planejamento de ações de gestão ambiental. Como exemplo, podemos citar a inclusão do zoneamento 
ambiental e da avaliação de impactos ambientais. O mesmo poderia ser válido para os padrões ambientais. 
Além de cumprirem as funções de fiscalização, esses instrumentos incluem também uma perspectiva de 
planejamento e exercem um papel de relevância ao integrarem os programas de médio e longo prazo e 
determinando a classificação de rios. Devemos salientar que, à medida que a efetividade de cada instrumento 
precisa do suporte dos demais, é impossível eleger algum como determinante. Assim, a efetividade da gestão 
ambiental é determinada pela capacidade de integração da aplicação desses instrumentos previstos na 
Política Nacional entre si e com outros disponíveis nas políticas setoriais, como na política de gestão de águas. 
Portanto, a gestão ambiental precisa de uma atuação integrada das várias políticas públicas, que se tornam 
corresponsáveis da efetivação dos objetivos da política ambiental. Devemos ressaltar que a aplicação desses 
instrumentos deve considerar mecanismos de participação pública. Assim, os procedimentos de aplicação 
desses instrumentos são estabelecidos pelos conselhos de meio ambiente nas suas diferentes esferas de 
atuação, o que torna possível uma participação sistemática da sociedade civil.
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Os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente foram estabelecidos com a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, que incorpora e amplia vários princípios e objetivos fundamentais dessa 
política e explica alguns dos seus instrumentos no texto constitucional. Podemos destacar alguns dos 
principais elementos de consolidação da PNMA:
a) A consideração do ambiente como bem de uso do povo e de que, como 
tal, a sua apropriação deve se subordinar ao interesse público, exigindo 
responsabilidade e ação determinante de planejamento do poder público.
b) A participação pública nas instâncias decisórias, a partir da determinação 
da responsabilidade coletiva na sua gestão.
c) A perspectiva da sustentabilidade quando está prevista a preservação 
para as presentes e futuras gerações.
d) A explicação das responsabilidades do poder público, envolvendo o poder 
executivo, judiciário e legislativo.
e) A exigência da avaliação de impactos ambientais como instrumento 
preventivo fundamental para a gestão ambiental.
f) A exigência de recuperação de áreas degradadas pelas atividades de 
mineração.
g) A ampliação e o fortalecimento da ação de fiscalização na atividades 
lesivas ao meio ambiente (CALIJURI; CUNHA, 2013, p. 711).
As principais leis ambientas são do tipo ordinárias, como a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – LPNMA, a Lei nº 9.605, de 12 de agosto de 1998, e 
a Lei de Crimes Ambientais. Essas leis infraconstitucionais são regulamentadas por decretos, como o 
Decreto nº 99.274 (BRASIL, 1990b), que dispõe sobre a LPNMA, e o Decreto nº 3.179, que regulamenta 
a LCA. Devemos citar também o Decreto nº 99.733, que dispõe sobre a inclusão, no orçamento, de 
projetos federais, de recursos destinados a prevenir ou corrigir os prejuízos de natureza ambiental e 
social decorrentes da execução desses projetos e obras.
Entre as leis ambientais brasileiras de peso, sem desconsiderar a contribuição de todas as outras, 
como a Lei sobre Responsabilidade Civil e Criminal por Danos Nucleares (BRASIL, 1977) e a Lei sobre 
Parcelamento Urbano (BRASIL, 1979a), é importante citar a Lei nº 6.803 (BRASIL, 1980), que dispõe 
sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e estabelece 
outras providências. Temos que mencionar a Lei nº 7.661 (BRASIL, 1988b), que institui o Plano Nacional 
de Gerenciamento, prevendo o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira, regulamentada pelo 
Decreto nº 9.193, de 27 de março de 1990, que dispõe sobre a atividade relacionada ao zoneamento 
ecológico‑econômico, e Decreto nº 99.540 (BRASIL, 1990c), que institui a Comissão Coordenadora do 
Zoneamento Ecológico‑econômico do Território Nacional, que foi revogado pelo Decreto de 28 de 
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dezembro de 2001 (BRASIL, 2001a); a Lei nº 8.171 (BRASIL, 1991), que dispõe sobre a política agrícola, 
determinando a realização de zoneamento agroecológicos; a Lei nº 10.257 (BRASIL, 2001b), que institui 
o Estatuto da Cidade; a Lei nº 10.650 (BRASIL, 2003), a Lei de Acesso à Informação Ambiental.
Algumas vezes, os municípios ignoram o macrozoneamento, os gerenciamentos transmunicipais 
e as diretrizes gerais estabelecidas por outros entes federativos na realização de suas funções, como 
os estados ignoram as particularidades dos municípios. As duas situações trazem conflitos entre as 
autoridades, provocando falhas no sistema de gerenciamento ambiental local e regional, o que repercute 
no fracasso das políticas nacionais.
Por esse motivo, é importante a extração, no Princípio de Desenvolvimento Sustentável, da orientação 
de se optar pela abordagem integrada. A edição de normas que coadunam a gestão ambiental local 
com a regional e a nacional é uma importante medida a esse respeito. Um exemplo é a Lei do Estatuto 
das Cidades, Lei nº 10.257 (BRASIL, 2001b), que estabelece diretrizes gerais da política urbana e outras 
providências. Essa lei reforça o papel dos municípios na avaliação dos fatores ambientais da cidade, a 
partir das exigências de realização de Estudos de Impacto de Vizinhança, integrando‑se à organização da 
cidade como um todo que seja parte em planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território 
e de desenvolvimento econômico e social, bem como no planejamento das regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões.
2 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL
O campo da gestão ambiental é muito extenso. Essa extensão se explica porque o tema meio 
ambiente precisa ser entendido em sua complexidade como um conjunto de fatores que constituem o 
todo. O que acontece, na realidade, é que a extensão dos problemas costuma não ser conhecida como 
decorrência das diversas facetas que compõem as questões ambientais como se fossem compartimentos 
independentes, cuja importância e emergência dependem do problema a ser resolvido.
A condução de uma gestão é formada por um conjunto de ações e medidas articuladas e regidas 
por um determinado objetivo e orientação. A gestão torna‑se indispensável em qualquer atividade e 
processo que envolva e precise de um equacionamento entre fatores favoráveis e desfavoráveis. A gestão 
empresarial busca um retorno satisfatório do investimento, o lucro, com medidas que potencializem 
os fatores favoráveis e minimizem os fatores desfavoráveis – os custos. Assim, a gestão sempre está 
vinculada à busca de equacionar, de maneira favorável, os assuntos conflitantes. A gestão ambiental é 
regida por uma lógica analítica (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Equacionar os problemas é uma função imediata da gestão ambiental. Para solucionar problemas 
ambientais, precisamos de ações preventivas, direcionando esforços para fatores que realmente causam 
prejuízos ao meio ambiente.
A humanidade explora o ambiente gerando alterações nas condições, na disponibilidade e na 
qualidade do meio apenas para satisfazer suas necessidades básicas. A compreensão da problemática 
ambiental passa pela identificação das motivações e ações motrizes geradoras dessas modificações 
ambientais. Assim, é indispensável o entendimento do processo de geração dos impactos ambientais 
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ocasionados pela sociedade na busca da satisfação de suas necessidades e de suas aspirações sociais 
(CALIJURI; CUNHA, 2013).
As necessidades sociaisestão ligadas ao desenvolvimento de uma sociedade, determinado pelas 
pretensões de padrões e consumo. Esses padrões estão ligados aos bens e produtos consumidos ou 
produzidos por uma determinada parte da sociedade e estão associados à necessidade de recursos 
naturais e intervenções na natureza. A realidade ambiental é o resultado de processos interativos e 
dinâmicos que acontecem entre os componentes da natureza e da sociedade.
Dependendo das mudanças impostas pelo homem, o meio ambiente reage em resposta aos 
impactos causados, gerando situações indesejáveis como catástrofes naturais. Assim, o processo de 
geração dos impactos ambientais ocorre mediante as seguintes ações: as demandas sociais, movidas 
pelas necessidades, e as aspirações da sociedade levam à condução de determinadas intervenções que 
constituem o conjunto de atividades sociais e econômicas para a produção de bens e serviços. Para 
isso, são feitas alterações nos sistemas ambientais e utilizados recursos dos sistemas, o que resulta em 
diferentes possibilidades de impactos ambientais, favoráveis e desfavoráveis. As atividades humanas 
refletem as demandas sociais que impõem determinados usos de recursos e intervenções nos sistemas 
ambientais. O desafio da gestão ambiental consiste em atingir resultados benéficos necessários para 
a sociedade sem prejuízo e comprometimento da disponibilidade das condições humanas (CALIJURI; 
CUNHA, 2013).
Torna‑se fundamental que as ações da gestão ambiental sejam direcionadas para atuar nas 
necessidades sociais prioritárias, bem como na forma e nas alternativas de desenvolver as atividades 
humanas, visando evitar as alterações e situações indesejáveis nas condições ambientais. Essas mudanças 
e situações não desejáveis são resultado das intervenções ou maneiras de uso de um determinado 
recurso natural, podendo comprometer outras utilizações ou outros recursos e sistemas ambientais. 
Assim, pode‑se observar, como exemplo, que a qualidade da água de um rio pode ser considerada 
imprópria para uso e consumo humano quando o rio é usado para lançamento de esgotos urbanos 
ou efluentes industriais. O mesmo pode ocorrer quando utilizamos certa quantidade de água para 
irrigação na agricultura que prejudique a disponibilidade para o uso industrial ou geração de energia. 
Outro exemplo semelhante acontece quando um ecossistema com relevantes atributos ecológicos 
e paisagísticos, destinado ao turismo, é ocupado pela população urbana ou por obras portuárias. Os 
conflitos de uso da Amazônia envolvem a relevância da sua biodiversidade, do seu potencial como 
reserva extrativista e da sua importância florestal, enquanto a defesa do seu uso para a agropecuária 
evidencia o debate entre as visões sobre o modelo de desenvolvimento que se planeja para a região. 
Logo, os conflitos de utilização aparecem a partir das necessidades da própria sociedade na destinação 
dos recursos naturais. A questão ambiental se originou a partir da utilização conflitante gerada pelas 
necessidades da sociedade em relação a um recurso natural e pelas próprias alterações das condições 
ambientais (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Os problemas ambientais surgem da falta de adequação ou insustentabilidade dos padrões de produção 
e de consumo que formam o modelo de desenvolvimento. Dessa maneira, os impactos ambientais 
são diferenciados de acordo com as intervenções realizadas nos recursos naturais correspondentes às 
necessidades sociais de cada modelo de desenvolvimento. A problemática ambiental é muito grave e 
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mostra o esgotamento de um modelo de desenvolvimento muito predatório, socialmente perverso e 
politicamente injusto. Nesse contexto, surge o conceito de desenvolvimento sustentável.
Podemos ressaltar que a problemática ambiental é consequência do modelo de desenvolvimento 
adotado em cada região ou sociedade, refletindo nos seus padrões de produção e consumo. Essa percepção 
foi reconhecida internacionalmente na Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
a partir da Rio‑92, quando o desenvolvimento sustentável se tornou uma referência conceitual para a 
gestão ambiental.
Existem várias explicações para os acontecimentos históricos, sociais e religiosos que determinaram 
a postura e as condutas do homem em relação ao meio ambiente. A visão antropocêntrica da civilização 
ocidental foi algo incontestável até alguns anos atrás. A noção de civilização estava associada ao grau 
de intervenção humana com o saber e sua convicção de superioridade absoluta sobre o meio ambiente. 
Com o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais poderosas de apropriação dos recursos naturais, 
a noção de civilização se agrega à perspectiva da produção de riqueza, entendida como a capacidade 
da sociedade de dispor dos bens considerados indispensáveis ao homem civilizado. A capacidade de 
produzir bens tornou‑se um indicador de riqueza, e os incrementos sucessivos dessa produção passaram 
a indicar o progresso ou grau de desenvolvimento das sociedades ou países. A ideia de crescimento 
da produção de bens materiais emergiu como sinônimo de desenvolvimento. Com essa conotação 
econômica, todos os esforços foram destinados ao incremento crescente de meios capazes de elevar os 
níveis de crescimento econômico como sinônimo de desenvolvimento (CALIJURI; CUNHA, 2013).
 Lembrete
O desenvolvimento industrial propiciou à humanidade o acesso e 
o consumo de bens materiais jamais atingidos na sua história. Com as 
tecnologias resultantes, houve facilidades e melhorias significativas nas 
condições de vida do homem.
O desenvolvimento econômico veio acompanhado da exigência de elevadas magnitudes de recursos 
naturais finitos e da geração de efeitos indesejáveis aos bens públicos, sobretudo à qualidade ambiental. 
Sem falar nos benefícios que foram distribuídos sem equidade social. Se levarmos em consideração os 
dados do Brasil sobre a evolução econômica nas décadas de 1970 e 1980, notamos grande desigualdade 
social e, mesmo após um significativo crescimento econômico nesse período, não foi observada nenhuma 
melhoria nas condições de pobreza e na renda (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Esse desenvolvimento mostrou‑se socialmente injusto, perverso e ecologicamente insustentável. 
Dessa forma, ficou evidente o outro lado da moeda. Sugiram vários questionamentos sobre a postura 
da humanidade em relação à apropriação dos recursos naturais e controvérsias quanto ao grau de 
determinação que o crescimento econômico representa na obtenção de um desenvolvimento pleno em 
suas várias dimensões: sociais, ecológicas e outras além da econômica. Ficou evidente que os recursos 
naturais eram finitos em relação à sustentação do desenvolvimento, o que nos remete à questão dos 
limites do crescimento como requisito indispensável à sustentabilidade do desenvolvimento desejado. 
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Assim, destaca‑se o relatório Os Limites do Crescimento (MEADOWS et al., 1978), elaborado pelo Clube 
de Roma, que prognosticava um colapso no planeta em um futuro próximo se mantidas as tendências 
de crescimento da população do mundo. Diante das discussões e preocupações, a ONU promoveu, em 
Estocolmo, a Primeira Conferência Mundial sobre o Ambiente Humano.
Apesar das controvérsias e da heterogeneidade dos interesses envolvidos, os princípios e 
recomendações resultantes dessa conferência representaram um marco no enfoque conceitual do 
desenvolvimento. Declara‑se a falência do modelo de desenvolvimento existente e preconiza‑se a 
necessidade de alternativas que privilegiem a qualidade do crescimento e reconheçam o ambiente como 
dimensão fundamental e base de sua sustentação. Foi introduzido, então, o conceito de desenvolvimento 
ecologicamente sustentável e socialmente justo, o chamado “desenvolvimento sustentável”.
A partir disso, a comunidadecientífica e os governantes têm se esforçado para explicar os desvios 
conceituais do desenvolvimento sustentável, com o objetivo de configurar estratégias para atingir 
essa meta. Apesar de existirem visões contrárias a quaisquer limites ao crescimento econômico, sob 
o argumento de que a evolução tecnológica tem se mostrado capaz de atender às demandas da 
sociedade, predominou a convergência da percepção da necessidade de que se imponham limites ao 
sistema econômico e de que o crescimento é um requisito insuficiente para atingir o desenvolvimento. 
Paralelamente à intensificação do debate pelas autoridades governamentais e a comunidade científica 
para explicitar os desvios conceituais e os objetivos e estratégias para configurar a condução do 
desenvolvimento sustentável, tornam‑se mais evidentes os dados sobre as relações do desenvolvimento 
com as questões sociais e das mudanças climáticas.
As iniciativas e manifestações internacionais evoluíram para a criação da Comissão Mundial sobre 
o Meio Ambiente (Cima), instituída pela ONU, que resultou no relatório Nosso Futuro Comum, em que 
se propõe a seguinte definição de desenvolvimento sustentável: é aquele que atende as necessidades 
das gerações atuais sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras (CALIJURI; 
CUNHA, 2013).
Vários eventos internacionais e a Conferência da Nações Unidas de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
– CNUMAD Rio‑92, consagraram o conceito de desenvolvimento sustentável. Os compromissos 
firmados na Rio‑92 pelos governos nacionais consolidaram a perspectiva de se redirecionarem os 
processos de crescimento econômico vigentes para um novo modelo de desenvolvimento regido 
pela integração e sustentabilidade nas suas dimensões sociais, econômicas, ecológicas, geopolíticas e 
culturais. Postula‑se uma nova modalidade de desenvolvimento: o que esteja comprometido em utilizar 
os recursos naturais prioritariamente para a satisfação das necessidades da população como forma de 
elevar a qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Essa perspectiva está expressa no 3º Princípio 
da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento: o direito ao desenvolvimento deve 
ser exercido de forma que responda equitativamente às necessidades de desenvolvimento ambientais 
das gerações presentes e futuras (SÃO PAULO, 1993).
A busca por um desenvolvimento sustentável reflete o consenso internacional, sobretudo quanto 
à íntima relação entre pobreza e degradação, o que permitiu a superação da visão tradicional que 
opõe a melhoria da qualidade ambiental ao desenvolvimento. Consolida‑se, assim, uma nova visão: os 
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problemas ambientais e sociais são resultantes da dinâmica e da estratégia de um determinado modelo de 
desenvolvimento, ou seja, um modelo de crescimento econômico que não promove o desenvolvimento 
social e se revela nefasto na apropriação do patrimônio natural. Assim, preconiza‑se a necessidade da 
adoção de novas estratégias de condução do processo de desenvolvimento, privilegiando a sua qualidade 
de crescimento como uma dimensão a ser respeitada e valorizando os recursos ambientais como base 
fundamental de sua sustentação (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Conforme ressalta o relatório da ONU (2012), a conceituação do desenvolvimento sustentável ocasiona 
questões essenciais relativas ao conceito de necessidades e aos limites de intervenção ambiental, que são 
função do estágio atual da organização social, da tecnologia disponível e da capacidade de assimilação de 
impactos pela biosfera. O atendimento das necessidades essenciais das populações pobres é certamente 
a perspectiva social preconizada pelo desenvolvimento. Mesmo assim, essas necessidades não poderão 
ser atendidas se forem mantidos os padrões de produção e consumo vigentes, sobretudo pelos países 
mais industrializados, sem comprometimento com os limites ambientais. Impõe‑se uma maior equidade 
no acesso aos recursos não renováveis, como também as buscas de alternativas tecnológicas de produção 
que se enquadrem nos limites de sustentação da biosfera. Forma‑se um consenso de que a condução do 
desenvolvimento sustentável abrange, simultaneamente, as dimensões sociais, econômicas e ecológicas. 
Esse desenvolvimento considera, como suas características fundamentais, a equidade na distribuição 
dos bens econômicos e ecológicos, o consenso social dos seus propósitos econômicos e a prudência na 
apropriação dos recursos ambientais (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Segundo Sachs (1993), o planejamento do desenvolvimento deve considerar as seguintes dimensões 
de sustentabilidade:
• a sustentabilidade social, visando à construção de uma civilização com maior equidade na 
distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e 
dos pobres;
• a sustentabilidade cultural, incluindo a procura de raízes endógenas de processos de modernização 
e de sistemas agrícolas integrados, e processos que busquem mudanças dentro da comunidade 
cultural e que traduzam o conceito normativo de ecodesenvolvimento em um conjunto de 
soluções específicas para a região, ecossistema e cultura;
• a sustentabilidade espacial, que deve ser direcionada para a obtenção de uma configuração 
rural‑urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos 
humanos e das atividades econômicas, com ênfase na proteção da biodiversidade, na redução 
da concentração excessiva das áreas metropolitanas, na reversão da destruição de ecossistemas 
frágeis, na exploração do potencial da industrialização descentralizada, acoplada à nova geração 
de tecnologias;
• a sustentabilidade econômica, que deve ser viabilizada pelo gerenciamento mais eficiente dos 
recursos de um fluxo constante de investimentos. A eficiência econômica deve ser avaliada em 
termos macrossociais, e não apenas através do critério de rentabilidade empresarial de caráter 
microeconômico;
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• a sustentabilidade ecológica, que pode ser melhorada pela ampliação da capacidade de carga 
da Terra e pela intensificação do uso do potencial de recursos dos diversos ecossistemas, com 
um mínimo de danos aos sistemas de sustentação da vida; pela limitação do consumo de 
combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facilmente esgotáveis ou danosos 
ao meio ambiente, substituindo‑os por recursos ou produtos renováveis e abundantes, usados de 
forma não agressiva; pela redução do volume de resíduos e de poluição, por meio da conservação 
da energia e de recursos e da reciclagem; pelo estímulo à pesquisa para a obtenção de tecnologia 
de baixo teor de resíduos e eficientes no uso de recursos.
Os processos de intervenções ou de apropriação dos recursos ambientais para o atendimento das 
necessidades básicas das gerações atuais e futuras devem ser priorizados e regidos pelo enfoque da 
sustentabilidade. Mesmo assim, o advento da sustentabilidade como parte integrante do desenvolvimento 
torna‑se um desafio na lógica da formulação e implementação das intervenções públicas. Esse desafio 
consiste em identificar alternativas sustentáveis de produção social, isto é, aquelas que compatibilizem 
as demandas sociais com as potencialidades e restrições ambientais. Assim, a noção de sustentabilidade 
pressupõe a integração simultânea de objetivos sociais, econômicos e ecológicos; e o desafio primordial 
para a implementação dessa forma de desenvolvimento reside na efetivação dessa perspectiva de 
integração. Essa efetivação exige a adoção e aplicação de novos enfoques metodológicos de condução 
do processo de planejamento governamental (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Ainda de acordo com Calijuri e Cunha (2013), ao promover o desenvolvimento a partir dessa 
perspectiva, insere‑se uma nova questão relativa às ações necessárias para a sua conduçãoe para 
configuração da natureza e características dos limites exigidos. Estabelece‑se uma clivagem relativa 
à capacidade ou disponibilidade de que as margens dos limites se ampliem com o desenvolvimento 
tecnológico ou com a reorientação dos padrões de consumo. Assim, uma vertente de pensamento 
argumenta que a ultrapassagem desses limites pode ser postergada, ou mesmo evitada, com medidas 
conjugadas de esforços tecnológicos bem direcionados e gerenciamento do crescimento; outra vertente, 
por acreditar na margem desses limites ou mesmo que alguns deles já tenham sido ultrapassados, 
defende uma abordagem mais absoluta, considerando a necessidade de uma ação mais contundente 
para evitar aumento nas taxas de crescimento.
Esse debate reflete a existência de racionalidades distintas sobre a noção de sustentabilidade. A 
noção de sustentabilidade pressuposta em qualquer planejamento está sempre associada a uma 
concepção de mundo e a determinados valores sociais. O debate conceitual abrange essencialmente 
duas racionalidades básicas (ACSELRAD, 1997):
• a razão prática foi estabelecida na teoria da utilidade e na lógica da vantagem material na relação 
entre meios e fins; ela constrói a sustentabilidade como um princípio de conservação social, 
articulando duas matrizes conceituais: o discurso da eficiência da economia de meios para o 
mesmo fim e o discurso da escala, propondo limites quantitativos dos mesmos fins;
• a razão cultural, regida pela sustentabilidade no campo da transformação social, entendendo 
que a ação do homem no mundo foi divulgada por um projeto cultural que ordena a experiência 
prática para além da simples lógica utilitária e que comporta projetos de mudança social na 
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direção de valores como equidade, democracia, diversidade cultural, autossuficiência, ética e 
outras temáticas que dirigem o debate para além.
À medida que a incorporação da sustentabilidade no processo de desenvolvimento requer a 
identificação de alternativas de produção mais compatíveis com a realidade social e ambiental, ela se 
torna um mecanismo abrangente e indutor de busca de oportunidades e um propulsor na busca de 
maior conhecimento das potencialidades locais e regionais. Nesse contexto, impõe‑se uma abordagem 
que permita, mais do que observar as restrições, identificar e maximizar as potencialidades. Assim, 
a incorporação da sustentabilidade representa uma mudança de conduta dos agentes econômicos 
e governamentais. A efetivação da sustentabilidade compreende o atendimento a essas condições 
e o enfrentamento dessas demandas. O seu desenvolvimento operativo constitui‑se em um desafio 
primordial (CALIJURI; CUNHA, 2013).
A preocupação da sociedade com os problemas relacionados ao meio ambiente tem nos levado 
a avanços importantes quando nos referimos às medidas tomadas pelos governos para solucionar 
os problemas ambientais. A gestão ambiental é indispensável para um equacionamento correto da 
problemática ambiental. Para conseguirmos solucionar o problema, é necessário um conjunto de ações 
visando promover uma atuação efetiva.
Uma das maiores preocupações da gestão ambiental é conseguir resolver as mazelas ambientais. A 
visão convencional da gestão ambiental ressalta a ação de limitar a utilização dos recursos ambientais. 
Assim, é comum encontrarmos o conceito de gestão ambiental baseado em termos de controle como 
(CALIJURI; CUNHA, 2013):
a) o governo conduzindo, dirigindo e controlando o uso dos recursos naturais mediante determinados 
instrumentos, incluindo medidas econômicas, regulamentos e normalização, investimentos 
públicos e financiamentos;
b) administrar a utilização de um recurso renovável sem diminuir a produtividade e a qualidade 
ambiental, geralmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade;
c) para manter as comunidades biológicas e para o benefício continuado do homem, é necessário o 
controle eficaz do meio ambiente, garantindo sua utilização sem abuso.
A gestão ambiental tem como tarefa controlar os limites de utilização dos recursos naturais, além 
de definir e fiscalizar as restrições de utilização da qualidade ambiental que devem ser levadas em 
consideração nas interações promovidas pelas atividades humanas. A partir do entendimento de que 
as mazelas ambientais são determinadas pelas ações que fazem parte do conjunto de atividades da 
sociedade para suprir os padrões de produção e consumo, as interações, que representam o modelo 
de desenvolvimento estipulado, tornaram‑se fundamentais para se desfrutar dos propósitos da gestão 
ambiental. Uma ação limitada da utilização diminui a abrangência da gestão ambiental na medida em 
que a desvincula da interação necessária nas dimensões e formas da exploração dos recursos ambientais, 
diminuindo a importância de induzir uma racionalização de usos que leve em consideração as incertezas 
desse limite e promova a identificação de alternativas mais condizentes com a disponibilidade dos 
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recursos em questão. Assim, a gestão ambiental precisa envolver ações que possam evitar os impactos não 
desejáveis diante das limitações de usos e deve induzir a atividades que colaborem para sustentabilidade 
do modelo de desenvolvimento.
Atualmente, as necessidades sociais exigem muito dos recursos naturais e dos ecossistemas para o 
desenvolvimento e econômico. Precisamos otimizar a conservação das suas condições de uso para a 
compatibilização desses fatos potencialmente conflitantes, ou seja, a gestão ambiental.
A atuação da gestão ambiental consiste no direcionamento harmonioso dos vários processos de 
interação humana, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. A gestão ambiental 
implementa um processo de desenvolvimento adequado às capacidades ecológicas do meio ambiente 
com as aspirações de qualidade de vida da população.
Assim, os objetivos da gestão ambiental devem englobar ações destinadas a garantir a manutenção, 
ou otimização, das condições indispensáveis a um ambiente saudável, usando ações que ressaltem a 
condução de alternativas de desenvolvimento social com sustentabilidade. A gestão ambiental envolve 
ações para garantir as condições da qualidade ambiental indispensável para a vida em todas as suas 
formas, como também a indução de produções de bens e serviços sustentáveis para atender às reais 
demandas da sociedade.
Nesse universo de atuação, a condução da gestão ambiental não pode se restringir às ações 
governamentais e muito menos estar limitada a uma agência governamental específica. Ao contrário, 
conduzir a gestão ambiental torna‑se um desafio para diversos agentes e atores sociais e gera uma 
responsabilidade coletiva. Assim, uma gestão ambiental atuante deve superar o ponto de vista 
convencional de contrapor ambiente natural com ambiente social e focar na construção coletiva de 
desenvolvimento sustentável em suas distintas dimensões.
Uma gestão ambiental concentrada na sustentabilidade deve atuar na orientação dos processos de 
intervenção no meio ambiente visando promover a execução de alternativas ambientalmente sustentáveis 
para o desenvolvimento social sem comprometer o meio ambiente. Atuar a partir da perspectiva de fazer 
a sustentabilidade ambiental acontecer no desenvolvimento significa solucionar as demandas e formas de 
interações sociais. A necessidade de identificar alternativas que compatibilizem essas duas dimensões tem 
promovido o surgimento de visões e proposições estratégicas. A compatibilização dessas dimensões requer 
uma estratégia de harmonização do processo de desenvolvimento com a gestão ambiental, envolvendo 
áreas críticas de ação: o padrão de consumo, o sistema sociopolítico, as tecnologias utilizadas a partir de 
recursos naturais e de energia, o padrão de uso do espaço e a população. Esse equacionamentorequer 
determinações orientadas pelas seguintes variáveis‑chave (CALIJURI; CUNHA, 2013):
• estrutura de produção e consumo, definida como as necessidades e os bens essenciais para a 
sociedade. Essa variável está ligada ao regime sociopolítico e suas implicações que levam aos 
padrões de produção e consumo que se pretende promover;
• fatores locacionais, que são determinados a partir da ocupação do território, apontando onde as 
interações podem ser desenvolvidas;
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• opções tecnológicas, que determinam como fazer as intervenções; são os fatores tecnológicos 
necessários na definição de tecnologias para economia de recursos naturais ou que gerem 
pequenas perdas de materiais e não geradoras de resíduos.
A definição de um modelo de desenvolvimento baseado em sustentabilidade ambiental precisa 
escolher uma trajetória de desenvolvimento baseada nas potencialidades de uso e nos pontos fracos 
ambientais de cada território objeto de intervenção social. É fundamental levar em consideração as 
potencialidades territoriais no desenvolvimento. Dessa forma, a busca de sustentabilidade para os 
processos de desenvolvimento é guiada pelos seguintes fatores, determinantes e inter‑relacionados: 
padrão de produção e consumo, condições e potencialidades territoriais e tecnologias apropriadas com 
a sustentabilidade (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Ainda de acordo com Calijuri e Cunha (2013), a gestão ambiental não se limita ao gerenciamento 
dos problemas da qualidade ambiental. Ela precisa atuar nos componentes determinados pelo modelo de 
desenvolvimento, exercido na estrutura de consumo, na organização espacial e nas opções tecnológicas. 
Assim, o processo de gestão ambiental necessita de uma atuação sistêmica que possa direcionar as diversas 
decisões da sociedade e os vários processos de decisões governamentais nas suas esferas de competência 
(federal, estadual e municipal). É necessária uma atuação conjunta das políticas de interação e de utilização 
dos recursos naturais, de maneira tal que se leve a uma convergência entre objetivo e coordenação das 
atuações dos vários setores que agem direta ou indiretamente no meio ambiente.
3 TÉCNICAS DE GESTÃO AMBIENTAL
Diante dessa perspectiva, as ações de gestão ambiental devem se voltar para a incorporação da 
questão ambiental na formulação e execução das diversas políticas setoriais e regionais, assim como 
nos seus desdobramentos normativos e, consequentemente, indutores das atividades específicas. Essas 
políticas precisam estar associadas ao grau de conhecimento das potencialidades e disponibilidades 
existentes. Para o estabelecimento dessas políticas, é indispensável a legitimidade pública das prioridades 
e necessidades da sociedade. Logo, é fundamental o envolvimento da sociedade nos sistemas de decisão 
da gestão ambiental.
A perspectiva da sustentabilidade ambiental impõe novas concepções de atuação das instituições 
responsáveis, com o objetivo de superar as concepções vigentes, orientadas essencialmente para ações 
reativas aos problemas ambientais e constituídas pelas características a seguir (CALIJURI; CUNHA, 2013):
• gestão segmentada e restrita aos efeitos incidentes nos elementos do ambiente (água, ar, matas 
e florestas);
• busca pelo atendimento dos diversos tipos de demanda com o menor custo, restrito aos interesses 
organizados da sociedade;
• desenvolvimento de ações após as definições sobre as opções de desenvolvimento;
• atuação centrada nas adaptações da oferta à demanda.
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Para efetivar a gestão ambiental regida pela sustentabilidade, essa concepção reativa deve ser 
substituída pela concepção global e prospectiva de caráter proativo, cuja característica fundamental 
compreende a abordagem dos princípios da precaução e da prevenção, integrando os diferentes 
componentes do ambiente natural e social e os agentes intervenientes no processo de desenvolvimento. 
Assim, torna‑se indispensável uma abrangência maior do universo de atuação que compreenda outros 
aspectos, como (CALIJURI; CUNHA, 2013):
• inter‑relações entre sistemas socioeconômicos e sistemas naturais;
• participação nas definições sobre as opções de desenvolvimento;
• planejamento inscrito em um contexto mais amplo de gestão permanente de recursos, de espaço 
e da qualidade do ambiente natural e construído;
• estratégias buscando modular as demandas sociais;
• inserção no processo de desenvolvimento sustentável;
• adoção do enfoque sistêmico como alternativa de interação e integração dos diferentes enfoques 
de gestão e das ações dos diferentes níveis de governo;
• incorporação da dimensão ambiental nos processos decisórios;
• responsabilidade setorial (gestão responsável);
• materialização da participação pública;
• participação na formulação das políticas públicas;
• conhecimento e dimensionamento da realidade ambiental.
A gestão ambiental proativa requer um esforço de coordenação e integração do poder público 
e a efetivação satisfatória da participação pública. Logo, a gestão ambiental demanda um arranjo 
institucional que determine a responsabilidade de todas as instituições públicas e estabeleça mecanismos 
de participação pública nas suas instâncias decisórias (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Atualmente, existem necessidades emergentes e problemas crônicos que demandam estudos 
relacionados com formas de gestão ambiental. A mesma coisa acontece na esfera do governo quando 
se focaliza certa legislação e suas diretrizes, regulamentos e formas de controle. Muitas vezes, esse 
controle desejado não é alcançado.
A gestão ambiental tem uma abordagem integrada, que procura abranger simultaneamente as 
questões que interferem no meio ambiente (natural ou não), bem como as interações envolvendo 
diferentes sistemas, como o abastecimento de água e suas relações com o sistema de recursos hídricos.
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O método cartesiano de conhecimento mostra que é fundamental dividir o todo em partes para 
uma melhor compreensão, embora o comportamento do todo seja distinto daquele das partes, 
mostrando a importância da visão holística. A contribuição desse método é de valor inegável quando 
aplicado às múltiplas facetas da problemática ambiental. Podemos ressaltar que esses problemas 
sempre se manifestaram historicamente por meio das questões setoriais separadas de uma visão 
integrada e abrangente.
Devido à complexidade das questões ambientais, o método cartesiano embute o risco de perder a 
visão holística. Quando se trata do ambiente, por mais importante que seja o entendimento das partes, 
todas elas mantêm um vínculo de relacionamento vital entre si; por isso a importância da visão do 
todo, que deve orientar o estudo das questões ambientais no planeta, seja no Brasil, nos estados ou 
nas cidades. A visão sistêmica mostra várias inter‑relações entre as diferentes escalas mencionadas, 
desde partes desérticas até outras densamente ocupadas, ou ainda, áreas de florestas que têm sofrido 
modificações, em grande parte com invasões de moradia ou desmatamento para criação de gado 
(PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004).
O fato de diversas áreas que compõem o complexo ambiental estarem estreitamente correlacionadas 
fornece bases para dar início à elaboração de uma proposta de gestão ambiental que abranja as 
complexidades do meio ambiente fundamentadas numa integração físico‑territorial, social, política, 
econômica e cultural.
A visão global interliga os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais de forma 
interdependente. Ela abandona a visão cartesiana e passa a ser tratada numa perspectiva ecológica, isto 
é, uma nova visão da realidade, baseada em pensamentos, percepções e valores.
A abordagem da gestãoambiental exige ainda mais dois olhares. O primeiro se refere à compreensão 
do significado da expressão meio ambiente, abrangendo tanto o meio natural como o construído, ou 
seja, aquele alterado pela ação do homem, o espaço identificado como urbano ou agrícola ou aquele com 
a natureza em seu estado primitivo ou recomposto. O segundo diz respeito à característica abrangente 
da gestão ambiental, que envolve a saúde pública e o planejamento territorial.
Devemos tomar cuidado quanto ao reducionismo que limita o campo do conhecimento ambiental 
apenas àqueles ambientes que se identificarem como estado natural do planeta, onde é dada uma ênfase 
à fauna e à flora como objetos de preservação ou de conservação. Há que se ampliar reflexões e estudos 
sobre o espaço urbano em seu sentido ecológico. Afinal, a cidade é, por excelência, o ambiente do 
homem, e é nesse ambiente construído que são encontrados os indicadores mais graves do desequilíbrio 
provocado pelo estado de degradação dos elementos da natureza e que exige uma atuação urgente da 
gestão ambiental.
A promoção da qualidade de vida, último escopo da gestão ambiental, tem fortes vínculos com a 
saúde pública e o planejamento territorial. Tema de inquietações para vários segmentos da comunidade, 
os problemas da sociedade industrial e tecnológica são responsáveis por vastos estragos. Temos que 
equacionar os problemas da convivência humana com todos os seus impactos negativos sobre a saúde 
pública e o meio ambiente, por isso a gestão ambiental é tão importante.
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Para melhor entendermos a abrangência e o alcance dessa definição, destacamos que a gestão 
ambiental é o ato de administrar, dirigir ou reger os ecossistemas naturais e sociais em que se insere o 
homem, individual e socialmente, num processo de interação entre as atividades que exerce, buscando 
a preservação dos recursos naturais e das características essenciais do entorno de acordo com padrões 
de qualidade. O objetivo é estabelecer, recuperar ou manter o equilíbrio entre a natureza e o homem.
Se o vocábulo gestão é entendido como sendo o ato de gerir, o conceito de “ato” conduz à ideia de 
que a administração do meio ambiente só acontece quando há de fato o equilíbrio ambiental, ou seja, 
quando se dá a harmonia entre o homem e a natureza.
Podemos citar como exemplo a cidade, que está em mudança contínua e apresenta diversas 
potencialidades que só se realizarão à medida que houver ação. Com o que se costuma chamar gestão 
ambiental pode ocorrer o mesmo fenômeno da não realização: gestão ambiental potencial e gestão 
ambiental ação.
Gestão ambiental potencial é realizada com a existência de leis, normas, decretos, regulamentos, 
escritos dirigidos e determinados com o objetivo de solucionar as questões do ambiente. Sua mera 
existência não constitui a gestão propriamente dita. Para que realmente aconteça e se concretize, é 
preciso que a potencialidade se transforme em ação concreta, deixando de ser apenas leis e normas, 
tornando‑se gestos transformadores resultantes da aplicação daqueles instrumentos (PHILIPPI JR., 
ROMERO; BRUNA, 2004).
Os métodos modernos, que têm como base conceitos de eficiência e eficácia distintos, se apoiam 
na lição filosófica dos conceitos teóricos de potencial e ação. Dessa forma, a gestão ambiental eficiente 
corresponde à existência e à utilização de um conjunto de instrumentos, que será eficaz apenas quando 
esse conjunto se transformar em ações que se traduzam em problemas resolvidos.
Enquanto a sociedade se desenvolve apenas na direção meramente econômica, privilegiando uns 
em detrimento da maioria, não se pode dizer que existia gestão ambiental, mesmo que em nome dela 
se elaborem leis e decretos, se produzam normas e estratégias, ou se estabeleçam diretrizes políticas. Na 
verdade, nada muda automaticamente apenas com novos instrumentos de controle ambiental ou com 
declaração de princípios.
4 CONTROLE DE POLUIÇÃO
4.1 Controle de poluição da água
A utilização da água, tanto para as necessidades do homem como para a preservação da vida, pode ser 
separada em grandes grupos: abastecimento público; abastecimento industrial; atividades agropastoris, 
incluindo a irrigação e a dessedentação de animais; preservação da fauna e da flora aquática; recreação; 
geração de energia elétrica; navegação, diluição e transporte de efluentes. As fontes de poluição das 
águas, pelos seus diversos usos, podem ser agrupadas em: poluição natural; poluição causada por 
esgotos domésticos; poluição causada por efluentes domésticos e industriais e poluição causada pela 
drenagem de áreas agrícolas e urbanas (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004).
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Essas fontes estão associadas ao tipo de uso e ocupação do solo, possuindo características próprias 
quanto aos poluentes. Por exemplo, esgotos domésticos possuem características biodegradáveis, pois 
são compostos por material orgânico, nutrientes e bactérias. Já o esgoto industrial apresenta grande 
variedade de contaminantes, pois cada etapa do processo industrial apresenta efluentes de composição 
diferente e que nem sempre são biodegradáveis.
A engenharia sanitária e ambiental evolui diariamente no desenvolvimento de métodos de 
tratamento de esgotos devido às exigências dos órgãos públicos de controle do meio ambiente. Isso tem 
acontecido devido ao interesse dos governos com a saúde pública e os prejuízos gerados pelas descargas 
de águas residuárias. Podemos dizer que a própria sociedade tem cobrado uma atuação mais efetiva da 
classe política.
Para projetarmos uma estação de tratamento de águas residuárias é necessário conhecer as 
características do esgoto, as exigências legais, a área disponível e os custos de implantação e operação. 
Muitas vezes, uma estação de tratamento de baixo custo pode ser tecnicamente viável: como lagoas de 
estabilização, que não são construídas por falta de área disponível. Geralmente, o sistema de tratamento 
de esgoto é formado por várias operações e processos que são usados para retirada de substâncias 
indesejáveis da água.
Para o tratamento da água são necessários processos físicos, químicos e biológicos. A retirada de 
substâncias da água, por meio de qualquer um dos processos citados, pode envolver a alteração de suas 
características físicas, químicas e biológicas.
Os processos físicos são usados na degradação de poluentes das águas residuárias. Geralmente, são 
utilizados para separar sólidos em suspensão no esgoto, mas também podem ser usados para neutralizar 
e homogeneizar um efluente. Podemos citar as seguintes operações:
• retirada de sólidos grosseiros;
• retirada de sólidos sedimentáveis;
• retirada de sólidos flutuantes;
• retirada da umidade do lodo;
• homogeneização e equalização de efluentes;
• diluição de águas residuárias.
Para esses processos físicos serem realizados, são necessários dispositivos ou unidades de tratamento como:
• grades de limpeza manual ou mecanizada;
• peneiras estáticas, vibratórias ou rotativas;
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• caixas de areia simples ou aeradas;
• tanques de retenção de materiais flutuantes;
• decantadores;
• flotadores a ar dissolvido;
• leitos de secagem de lodo;
• filtro prensa e a vácuo;
• centrífugas;
• filtros de areia;
• adsorção em carvão ativado.
Esses dispositivos possuem funções bem definidas e podem substituir ou incorporar outras funções, 
dependendo das características do esgoto.
As grades e peneiras são utilizadas para remoção de sólidos grandes visando à proteção de 
equipamentos, tubulações e unidades do sistema de tratamento. Os tipos de grades e peneiras são 
determinados baseados nas características dos sólidos a serem removidos. As peneiras apresentam 
aberturas naordem de 0,25 a 1,0 mm e podem substituir as unidades de sedimentação.
As caixas de areia são utilizadas como filtros por gravidade para a retirada de partículas de areia; seu uso 
visa à proteção de equipamentos e tubulações contra abrasão. Os tanques de retenção de materiais flutuantes 
são utilizados para retirada de gorduras, óleos, graxas e outras substâncias com densidade menor que a água.
Os decantadores promovem a remoção de sólidos sedimentáveis em suspensão no esgoto. Podem 
ser colocados no início do sistema ou como unidade de depuração final, depois de todos os processos 
físico‑químicos ou biológicos. O material retirado pode ser biodegradável ou não e, de acordo com o seu 
objetivo no processo, pode ser chamado de primário, secundário ou terciário.
Para os flotadores a ar dissolvido é necessária a pressurização prévia do efluente e a posterior 
dissolução de ar em quantidade proporcional à concentração de sólidos nos efluentes. As microbolhas 
de ar formadas com a despressurização do efluente levam os sólidos em suspensão para a superfície. 
Esse processo é utilizado quando os sólidos possuem densidades semelhantes à da água, impedindo a 
sua remoção por sedimentação.
Os leitos de secagem de lodo são usados para pequenos volumes, sendo unidades de desidratação 
parcial do lodo. Quando se trata do lodo biológico, para digestão aeróbia e anaeróbia ou quando existe 
um grande volume de lodo, é recomendada a utilização de filtros‑prensa a vácuo.
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Os filtros de areia são pouco usados em tratamento de esgoto, mas podem ser empregados para 
remoção de sólidos em suspensão em soluções diluídas, antes de serem despejados no corpo receptor.
A remoção de sólidos dissolvidos no esgoto pode ser realizada por adsorção em carvão ativo. Os 
sólidos podem ser orgânicos, coloridos ou inorgânicos como metais pesados.
Os tanques de homogeneização ajudam no tratamento do esgoto, reduzindo a capacidade necessária 
das bombas e o tamanho dos tanques e evitando choques de carga na unidade de tratamento.
Os processos químicos precisam de produtos químicos para otimizar a eficiência do processo de 
remoção de substâncias, modificando seu estado, características ou estrutura. Geralmente, esses 
processos físicos e químicos são usados de forma conjugada e algumas vezes com processos biológicos 
também (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• coagulação‑floculação;
• precipitação química;
• oxidação;
• cloração;
• neutralização ou correção do pH.
Esses processos são utilizados para separação de sólidos em suspensão coloidal ou dissolvidos, 
substâncias que provocam cor e turbidez, substâncias malcheirosas, metais pesados e óleos emulsionados. 
Podemos ressaltar a utilização de processos químicos combinados com processos físicos ou biológicos para:
• ajustar pH de um efluente para tratamento biológico;
• eliminar micro‑organismos patogênicos por meio da cloração;
• auxiliar o processo de floculação, adicionando polieletrólitos;
• utilizar O
2 ou H2O2 para oxidação de sulfetos.
Os processos biológicos precisam da ação de micro‑organismos aeróbios ou anaeróbios para 
acontecerem. Esses processos são determinantes nas transformações da matéria orgânica, em compostos 
de degradação mais simples, como sais minerais, gás carbônico, água, entre outros. Os processos 
biológicos procuram imitar os fenômenos biológicos naturais e dividem‑se em aeróbios e anaeróbios. Os 
processos mais utilizados são (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• lodos ativados e suas variações;
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• filtros biológicos aeróbios ou anaeróbios;
• lagoas aeradas;
• lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias;
• digestores anaeróbios de fluxo ascendente.
O processo de lodos ativados consiste em um sistema no qual uma massa biológica que cresce e 
flocula é recirculada constantemente, colocando‑a em contato com a matéria orgânica do esgoto em 
presença de oxigênio.
O oxigênio é proveniente das bolhas de ar e é injetado por meio de difusores dentro da mistura 
lodo/líquido, em condições de turbulência ou por aeradores mecânicos de superfície. O processo tem 
como função a separação de sólidos, no qual o lodo separado é continuamente despejado no tanque 
de aeração para se misturar com o esgoto, sendo descartado quando estiver em excesso. Forma‑se uma 
grande quantidade de lodo biológico que, quando mantido no tanque de aeração, propicia a ocorrência 
do processo de tratamento num curto período de tempo, se comparado com o processo natural de 
degradação que ocorre num rio, por exemplo.
As lagoas de estabilização anaeróbias consistem em grandes tanques cavados no solo, nos quais o 
esgoto sofre tratamento por processos naturais controlados pela vazão dos líquidos. Eventualmente, 
podemos usar uma dosagem de produtos químicos para ajuste de pH ou dosagem de nutrientes. As lagoas 
anaeróbias são planejadas para receber grandes cargas orgânicas e funcionam sem adição de oxigênio 
dissolvido. As lagoas facultativas são constituídas de uma camada superior para o desenvolvimento 
de algas e micro‑organismos aeróbios. Enquanto as algas fazem fotossíntese, usando o gás carbônico 
e liberando oxigênio, os micro‑organismos degradam a matéria orgânica através da sua oxidação, 
consumindo oxigênio e liberando gás carbônico.
As lagoas aeradas possuem equipamentos para introduzir oxigênio, substituindo as algas que não se 
reproduzem nesse meio devido à intensa agitação da massa líquida.
Os tanques que funcionam como filtros biológicos possuem pedras ou elementos plásticos para 
o seu enchimento. Ali ocorre o desenvolvimento de uma fina camada de micro‑organismos aeróbios. 
O esgoto que passa pelo filtro entra em contato com o filme biológico, no qual a matéria orgânica é 
adsorvida pela massa biológica e, então, estabilizada pelos micro‑organismos.
Os sistemas de tratamento de esgoto englobam mais de um processo de transformação e podem ser 
classificados conforme o tipo de material a ser removido (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• tratamento preliminar: tem como objetivo a remoção de sólidos grandes e pode ser aplicado a 
qualquer tipo de esgoto. É formado por grades, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de 
óleos e graxas;
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• tratamento primário: é chamado dessa maneira em sistemas de tratamento de esgoto 
biodegradáveis, mas pode ser aplicado a qualquer tipo de efluente. Tem como objetivo a remoção 
de resíduos finos em suspensão nos esgotos. É formado por tanques de flotação, decantadores e 
fossas sépticas;
• tratamento secundário: é aplicado no tratamento de esgotos por processos biológicos e tem o 
objetivo de eliminar o teor da matéria orgânica solúvel nos efluentes. É formado por tanques de 
lodos ativados e suas variações, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de estabilização, digestor 
anaeróbico de fluxo ascendente e sistemas de disposição no solo;
• tratamento terciário: é considerado como tratamento avançado do esgoto e tem como finalidade 
remover substâncias não eliminadas nos tratamentos anteriores, como nutrientes, patógenos e 
substâncias que geram cor às águas. É formado por numa lagoa de maturação, cloração, ozonização, 
radiações ultravioletas, filtros de carvão ativado e precipitação química em alguns casos;
• tratamento de lodos: tem como finalidade a desidratação ou redução do seu volume para 
disposição final. É composto por leitos de secagem, centrífugas, filtros‑prensa, filtros a vácuo, 
prensas desaguadoras, digestão anaeróbia ou aeróbia, incineração e disposição no solo e pode ser 
usado para todos os tipos de lodos.
Quando falamos de qualidade da água, podemos citar como exemplo a Rede de Monitoramento da 
Qualidadedas Águas Interiores do Estado de São Paulo, que foi criada em 1974. De acordo com Philippi 
Jr., Romero e Bruna (2004), seus principais objetivos eram:
• avaliar a evolução da qualidade das águas interiores dos rios e reservatórios do estado;
• propiciar o levantamento das áreas prioritárias para o controle da poluição das águas;
• subsidiar o diagnóstico da qualidade das águas doces usadas para o abastecimento público e 
outros usos;
• dar subsídio técnico para a elaboração dos Relatórios de Situação dos Recursos Hídricos, realizados 
pelos Comitês de Bacias Hidrográficas;
• identificar trechos de rios onde a qualidade da água possa estar pior, possibilitando ações 
preventivas e de controle da agência de proteção ambiental do estado, a Companhia de Tecnologia 
de Saneamento Ambiental (Cetesb), envolvendo a construção de estações de tratamento de 
esgotos nos municípios, ou adequando lançamentos industriais.
A operação da rede de monitoramento da Cetesb foi iniciada com a seleção de 47 pontos de 
amostragem. Desde então, buscando uma melhor representatividade e atendendo às necessidades 
inerentes aos programas de controle de poluição das águas desenvolvidos pela Cetesb, muitas 
modificações foram feitas, entre elas o número de pontos de amostragem aumentou para 135 e as 
frequências de coletas e os parâmetros de qualidade foram reavaliados.
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A Lei estadual nº 7.663 (SÃO PAULO, 1991), que instituiu a política estadual de recursos hídricos 
e o sistema integrado de gerenciamento de recursos hídricos, dividiu o estado em 22 Unidades de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI). Assim, a avaliação de qualidade da água está estruturada 
em função dessa divisão e apresenta, para cada UGRHI, os parâmetros monitorados (físicos, químicos e 
biológicos), bem como uma análise sucinta dos corpos de água correspondentes.
Outras modificações foram feitas nesse documento, como a introdução de determinações dos 
seguintes parâmetros de qualidade da água: teste de Ames, para avaliação de mutagenicidade, potencial 
de formação de trihalometanos, carbono orgânico dissolvido, absorbância no ultravioleta, clorofila‑a, 
Giardia sp., Cryptosporidium sp., Clostridium perfringens e estreptococos fecais. A avaliação desses 
parâmetros possibilita à Cetesb examinar de maneira mais detalhada os 28 pontos de amostragem que 
são coincidentes com as captações superficiais usadas para o abastecimento público.
É impossível analisar todos os poluentes que possam estar presentes na água após o seu tratamento. 
Por isso, a Cetesb utiliza 43 parâmetros de qualidade de água (físicos, químicos, hidrobiológicos, 
microbiológicos e ecotoxicológicos), considerando os mais importantes. Resumidamente, apresentaremos 
o significado sanitário desses parâmetros (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• parâmetros físicos: temperatura da água e do ar, série de resíduos (filtráveis ou não filtráveis), 
absorbância no ultravioleta, turbidez e coloração da água;
• parâmetros químicos: pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20), 
demanda química de oxigênio (DQO), carbono orgânico dissolvido, potencial de formação de 
trihalometano, série de nitrogênio (Kjejdahl, amonial, nitrato, nitrito), fósforo total, ortofostato 
solúvel, condutividade específica, surfactantes, cloretos, fenóis, ferro total, manganês, alumínio, 
bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo total, níquel, mercúrio e zinco;
• parâmetros microbiológicos: coliformes fecais, Giardia sp., Cryptosporidium sp., Clostridium 
perfringens e estreptococos fecais;
• parâmetros hidrobiológicos: clorofila‑a;
• parâmetros ecotoxicológicos: teste de toxicidade crônica a Ceriodaphnia dubia, teste de Ames 
para avaliação da mutagenicidade e sistema Microtox.
Quando necessário, estudos específicos de qualidade da água são realizados em determinados 
trechos de rios ou reservatórios, com vistas a diagnósticos mais detalhados ou outros parâmetros que 
possam ser determinados, tanto em função da utilização e da ocupação do solo na bacia contribuinte, 
atuais ou pretendidos, quanto da ocorrência de algum evento excepcional na área em estudo.
4.1.1 Controle de poluição do ar
A poluição do ar provavelmente acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos, mas só 
passou a ser sentida de forma acentuada quando as pessoas passaram a viver em centros urbanos em 
consequência da Revolução Industrial.
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O ar é um elemento essencial para o ser humano, do qual não se pode prescindir por mais de 
alguns minutos, utilizado como fonte de oxigênio para troca térmica e como receptor dos gases de 
respiração, principalmente gás carbônico, da transpiração, de gases corporais e de gases e partículas de 
suas atividades diárias, como cozimento de alimentos ou tabagismo.
O ar que respiramos é composto por: 78% de nitrogênio, 20,9% de oxigênio, 0,9% de argônio, 
0,035% de dióxido de carbono e vários outros gases em pequenas concentrações. A atmosfera contém 
quantidades bastante variáveis de vapor de água, dependendo do local, da hora e da estação do ano, 
podendo chegar a 0,02% nas regiões mais áridas e a 4% nas regiões equatoriais úmidas. A atmosfera 
também pode conter partículas sólidas e líquidas em suspensão, de composição química e concentrações 
variáveis, inclusive material vivo como pólen, vírus e bactérias (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004).
O conceito de ar limpo é relativo, considerando que os seres vivos já estão acostumados com 
concentrações normais de substâncias na atmosfera. No entanto, quando ocorrem modificações nos 
níveis atmosféricos, alguns efeitos poderão ser observados pelo ser humano, por outras formas de vida 
e mesmo por materiais inertes.
A poluição do ar ocorre quando a modificação da composição qualitativa ou quantitativa da 
atmosfera resulta em danos reais ou potenciais. Dessa maneira, pressupõe‑se a existência de níveis 
de referência para diferenciar a atmosfera poluída da atmosfera não poluída. O nível de referência 
deveria ser o nível máximo de poluentes na atmosfera que não causasse efeitos prejudiciais aos seres 
humanos e ao meio ambiente. Geralmente, esses níveis são estabelecidos a partir de dados científicos 
de dose‑resposta, obtidos por estudos toxicológicos e epidemiológicos, ou mesmo por estudos de efeito 
em vegetais de materiais inertes.
O padrão de qualidade do ar define limites máximos para concentrações de componentes atmosféricos 
que garantam a preservação da saúde e do bem‑estar dos indivíduos. Normalmente, os padrões de 
qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos causados por poluentes específicos e 
estabelecidos em níveis que têm como objetivo preservar a saúde dos cidadãos.
Por meio da Portaria Normativa no 38 (IBAMA, 1990), o Ibama estabeleceu padrões nacionais de 
qualidade do ar, aumentando o número de parâmetros já regulamentados. A portaria foi submetida 
ao Conama e transformada na Resolução no 3 (CONAMA, 1990), em que foram definidos dois tipos de 
padrões de qualidade do ar: primários e secundários.
Os padrões primários são definidos quando as concentrações de poluentes superiores às estabelecidas 
podem afetar a saúde da população e ser entendidas como níveis máximos toleráveis de concentração de 
poluentes atmosféricos. Os padrões secundários levam em consideração as concentrações de poluentes 
atmosféricos abaixo das quais se prevê algum efeito adverso sobre o bem‑estar da população, prejuízos 
à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podemos considerar esses níveis de 
concentração como metas a serem atingidas em longo prazo.
Os parâmetros de regulamentação são: partículas totais em suspensão (material particulado), dióxido 
de enxofre e monóxido de carbono, como podemos observar na tabela a seguir:
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Tabela 1 – Padrões nacionais de qualidade do ar
Poluente Tempo de amostragem
Padrão primário 
mg/m3
Padrão secundário 
mg/m3 Método de medição
Partículas em suspensão 24 horas *Mga
240
80
150
60
Amostragem em grandes 
volumes
Partículas inaláveis 24 horas*Maa
150
50
150
50 Separação inercial/filtração
Dióxido de enxofre 1 hora *Maa
365
80
100
40 Pararosanilina
Monóxido de Carbono 1 hora*8 horas (mga)
40.000 (35 ppm)
1.000 (9ppm)
40.000 (35 ppm)
1.000 (9ppm)
Infravermelho não 
dispersivo
Ozônio 1 hora * 160 160 Quimioluminescência
Fumaça 24 horas*Maa
150
60
100
40 Refletância
Dipoxido de nitrogênio 24 horas*Maa
320
100
190
100 Quimioluminescência
*Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano; Mga média geometria anual, Maa média aritmética anual.
Fonte: Conama (1990).
A mesma resolução determina critérios para episódios agudos de poluição do ar. Esses critérios são 
apresentados na tabela a seguir.
Tabela 2 – Critérios para episódios agudos de poluição do ar
Parâmetros Atenção Alerta Emergência
Dióxido de enxofre (SO2 mg/m
3) 24h 800 1.600 2.100
Partículas totais em suspensão PTS ou material particulado MP (mg/m3) 24h 375 625 875
SO2 x PTS ou SO2 x MP 65.000 261.000 393.000
Partículas inaláveis (mg/m3) ‑24 horas 250 420 500
Fumaça (mg/m3) ‑24 horas 250 420 500
Monóxido de carbono (mg/m3) ‑8 horas 17000 34000 46000
Ozônio (mg/m3) ‑1 hora 400 800 1.000
Dióxido de nitrogênio (mg/m3) ‑1 hora 1.130 2.260 3.000
Fonte: Conama (1990).
Para informar o público sobre a qualidade do ar, bem como sobre as situações críticas quando 
algum padrão é atingido, a legislação brasileira utiliza o Índice de Qualidade do Ar (IQA). Para se obter 
o IQA, divide‑se a concentração de um poluente pelo seu padrão primário e multiplica‑se por 100. Será 
considerado o poluente com maior resultado para definição do IQA.
IQA = Concentração do poluente / Padrão primário
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Tabela 3 – Relação do IQA com a qualidade do ar
Índice de Qualidade do Ar (IQA) Qualidade do ar
0 – 50 Boa
50 – 100 Aceitável
101 – 199 Inadequada
200 – 299 Má
300 – 399 Péssima
Maior que 400 Crítica
Fonte: São Paulo (1976).
Poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa e de energia 
que, presente na atmosfera, pode torná‑la poluída. Ondas sonoras e eletromagnéticas são exemplos de 
poluentes atmosféricos na forma de energia. Os poluentes na forma de matéria são classificados, de 
acordo com Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), em material particulado, gases e vapores.
Material particulado: as partículas sólidas ou líquidas emitidas por fontes de poluição do ar, 
ou mesmo aquelas formadas na atmosfera, como partículas de sulfatos, são denominadas material 
particulado e, quando suspensas no ar, aerossóis. As partículas de maior interesse para a saúde pública são 
chamadas partículas inaláveis, aquelas que têm poder de penetração maior que 50% no trato respiratório 
médio inferior e diâmetro aerodinâmico equivalente a 10 micrômetros. O material particulado pode ser 
classificado, segundo o método de formação, em poeiras (poeira de cimento, de amianto, de algodão 
e de rua); fumos (fumos de chumbo, de alumínio, de zinco e de cloretos de amônio); fumaça (material 
particulado da queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, combustíveis provenientes do 
petróleo e do gás natural, biomassa como a madeira, entre outros materiais combustíveis, envolvendo 
fuligem, partículas líquidas e no caso de biomassa e carvão, uma fração mineral importante, que são as 
cinzas); névoas (partículas líquidas).
Gases e vapores: são poluentes na forma molecular, que podem ser gases permanentes, como 
o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono, o ozônio ou os óxidos nitrosos. Podem estar na forma 
transitória de vapor, com vapores orgânicos em geral (vapores da gasolina, vapores de solventes). 
Dependendo de sua origem, esses poluentes podem ser classificados em poluentes primários emitidos já 
na forma de poluentes, e poluentes secundários, que são formados na atmosfera por reações químicas ou 
fotoquímicas, como é o caso do ozônio no smog fotoquímico. Nenhum poluente é totalmente primário 
ou secundário, havendo aqueles que se enquadram predominantemente em um outro tipo. Podemos 
citar o exemplo do ozônio, que é origem secundária, predominantemente, enquanto o monóxido de 
carbono e o dióxido de enxofre são primários. Um exemplo de reação fotoquímica produzindo poluentes 
secundários envolve a formação de oxidantes fotoquímicos, especialmente o ozônio. As emissões de 
NO, resultantes principalmente da combustão, convertem‑se de forma total ou parcial em dióxido de 
nitrogênio na atmosfera. Em condições propícias para ocorrência de reação fotoquímica (insolação 
forte e temperaturas altas), o dióxido de nitrogênio é quebrado por fotólise, o que produz oxidantes 
fotoquímicos, entre eles o ozônio, que é o que está presente em maior quantidade.
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Os poluentes também podem ser classificados em orgânicos e inorgânicos, independentemente do 
estado físico. Também são importantes sua subclassificações, como: substâncias causadoras de odores 
incômodos (gás sulfídrico H2S), mercaptanas, solventes orgânicos e os poluentes altamente tóxicos (como 
as dioxinas e furanos, alguns compostos orgânicos aromáticos como o benzeno, os hidrocarbonetos 
policíclicos aromáticos HPAs, metais pesados como cádmio, mercúrio, cromo hexavalente, níquel, entre 
outros que causam carcinogênese ou mutagênese ou apresentam suspeitas).
Dioxinas e furanos: as dibenzo‑p‑dioxinas policloradas – PCDDs e os dibenzofuranos policlorados – PCDFs, 
geralmente chamados de dioxinas e furanos, são duas classes de compostos aromáticos tricíclicos de função 
éter, com estrutura quase planar e que possuem propriedades físicas e químicas semelhantes. Os átomos de cloro 
se ligam aos anéis benzênicos, possibilitando a formação de um grande número de compostos semelhantes, 
75 dioxinas e 135 furanos, somando 210 compostos. Pesquisas têm mostrado que esses compostos ocorrem 
naturalmente, mas são frutos da era industrial, formados como subprodutos não intencionais de vários processos 
envolvendo o cloro ou substâncias que o contenham – por exemplo, a produção de diversos produtos químicos, 
como pesticidas, branqueamento de papel e celulose, os incêndios e os processos de combustão (incineração 
de resíduos de serviços de saúde, incineração de lixo urbano, incineração de resíduos industriais e combustão 
dos veículos automotores). A toxicidade aguda mais elevada é para a 2,3,7,8‑tetraclorodibenzo‑p‑dioxina, que 
é ultrapassada apenas por algumas outras toxinas de origem natural.
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs): são compostos formados por dois ou mais anéis 
aromáticos condensados, contendo apenas átomos de carbono e hidrogênio e que podem estar arranjados 
em linha reta, retangular ou na forma de cluster. Quando contêm átomos de outros elementos como 
o nitrogênio, oxigênio e enxofre, passam então a ser chamados de compostos policíclicos aromáticos. 
Sua formação ocorre por combustão incompleta ou pirólise de matéria orgânica. Entre todos os HPAs, 
a Agência de Proteção Ambiental americana considera 17 deles mais tóxicos, pois são carcinogênicos. 
São eles: acenafteno, acenaftileno, antraceno, fenantreno, benzo[a]antraceno, benzo[a]pireno, benzo[e]
pireno, benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[ghi]pirileno, criseno, dibenzo[a,h]antraceno, 
fluoranteno, fluoreno, indeno[1,2,3‑cd]pireno, pireno e naftaleno.
Qualquer processo, equipamento, sistema, máquina, empreendimento, ou outra atividade humana que 
possa liberar ou emitir matéria ou energia para atmosfera de forma a torná‑la poluída, pode ser consideradauma fonte de poluição do ar. Essas fontes podem ser móveis ou fixas. As emissões atmosféricas podem 
ser de ações naturais ou antrópicas. As emissões naturais provêm de: erupções vulcânicas que lançam 
partículas e gases para a atmosfera, como compostos de enxofre (gás sulfídrico e dióxido de enxofre), 
decomposição de vegetais ou animais, ação do vento, causando ressuspensão da poeira do solo e da 
areia, ação biológica de microorganismos no solo, formação de metano, principalmente nos pântanos 
(gás grisu), aerossóis marinhos, descargas elétricas na atmosfera, formando ozônio, incêndios florestais 
naturais, que lançam grandes quantidades de material particulado, gás carbônico, monóxido de carbono 
hidrocarbonetos e outros gases orgânicos e óxidos de nitrogênio (NOx); outros processos naturais, como 
reações na atmosfera entre substâncias de origem natural. As emissões naturais são muito significativas 
quando comparadas com as antropogênicas, e em muitos casos são bem maiores que as últimas.
Podemos destacar algumas emissões antropogênicas como: os vários processos e operações 
industriais, a queima de combustível na indústria, para fins de transporte nos veículos a gasolina, a 
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álcool, a diesel ou movidos por qualquer outro tipo de combustível e para aquecimento em geral e 
cozimento de alimentos, queimadas, queima de lixo ao ar livre, incineração de lixo, limpeza de roupas 
a seco, poeira fugitiva, geralmente provocada pela movimentação de veículos, principalmente em vias 
sem pavimentação, poeiras provenientes de demolições na construção civil e movimentação de terra em 
geral, comercialização e armazenamento de produtos voláteis como gasolina e solventes, equipamentos 
de refrigeração e ar‑condicionado e embalagens tipo aerossol, pinturas em geral, estações de tratamento 
de esgotos domésticos e indústrias e aterros de resíduos sólidos.
Os veículos, nos dias atuais, são a principal fonte de emissão de poluentes para a atmosfera, 
principalmente nas grandes cidades. Na América Latina, merece destaque a poluição do ar na Cidade 
do México, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Santiago. Na região metropolitana de São Paulo, os 
veículos contribuem com cerca de 98% da emissão de monóxido de carbono, 97% dos hidrocarbonetos 
e 96% de óxidos de nitrogênio, além de serem importantes contribuintes na emissão de dióxido de 
enxofre e material particulado inalável. A poluição causada por veículos é tão significativa que na 
cidade de São Paulo, e em alguns municípios vizinhos, acontece a operação denominada rodízio de 
veículos. Isso também tem ocorrido em outras grandes cidades, como na cidade do México, Santiago, 
Roma e Paris. Em Londres, desde de 2003, foi adotado o sistema de pedágio para a circulação de 
carros no centro da cidade.
Veículos automotores a álcool e a gasolina (motor do ciclo Otto) são emissores importantes de 
monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, enquanto os veículos com motor de ciclo 
diesel, em especial os caminhões e ônibus, que são emissores importantes de óxido de enxofre, óxidos 
de nitrogênio e material particulado (fuligem), também emitem, em menor grau, monóxido de carbono 
e hidrocarbonetos.
A poluição dos automóveis é controlada por legislação federal, dentro do programa de Controle da 
Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), com legislação iniciada pela Resolução Conama 
nº 18 (BRASIL, 1986a).
O movimento dos poluentes na atmosfera é determinado, principalmente, pelas correntes 
meteorológicas, como a turbulência mecânica provocada pelo vento e a turbulência térmica resultante 
de parcelas de ar aquecido (que ascendem da superfície terrestre, sendo substituídas pelo ar mais frio 
em sentido descendente, no perfil vertical de temperatura da atmosfera) e também pela topografia e 
rugosidade do terreno da região.
Os poluentes lançados na atmosfera sofrem o efeito de processos complexos, sujeitos a vários fatores, 
que determinam a concentração do poluente no tempo e no espaço. Assim, emissões com conteúdos 
idênticos sob as mesmas condições de lançamento no ar podem produzir concentrações diferentes num 
mesmo local, dependendo das condições meteorológicas presentes, como chuva, condições de inversão 
térmica, rugosidade e característica do terreno e de outras condições locais.
Os fatores meteorológicos que influenciam a dispersão de poluentes são a velocidade e a direção 
dos ventos, o gradiente vertical de temperatura, a intensidade da radiação solar e o regime de chuvas.
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As chuvas influenciam a qualidade do ar de maneira acentuada e são um importante agente de 
autodepuração da atmosfera em relação às partículas presentes, bem como aos gases solúveis ou reativos 
com a água. Não se deve esquecer, no entanto, que a lavagem da atmosfera significa a transposição dos 
poluentes para o solo e águas superficiais, podendo ocasionar efeitos deletéricos, em especial as águas 
de chuvas ácidas.
Geralmente, podemos observar diferentes formatos de fumaça que saem de uma chaminé, mesmo 
para a mesma condição de emissão. Isso se deve a várias condições de estabilidade da atmosfera. Os 
movimentos verticais de massa de ar dependem, fundamentalmente, do perfil vertical de temperatura, 
isto é, da variação da temperatura do ar com a altitude. O ar seco resfria‑se à taxa de 1 ºC para cada 
100 m de subida da atmosfera. O ar úmido resfria‑se à taxa de cerca de 0,65 ºC para cada 1000 m de 
subida na atmosfera. Quando a temperatura do ar aumenta com a altitude, diz‑se que há inversão 
térmica, fenômeno de origem natural, não decorrente da poluição do ar.
A reatividade dos poluentes é outro fator importante para sua transformação no ar, modificando sua 
concentração e ao mesmo tempo produzindo outras substâncias ou radicais livres. Podemos citar como 
exemplo a reação fotoquímica entre os óxidos de nitrogênio e os hidrocarbonetos presentes na atmosfera 
sob ação da radiação solar, principalmente os raios ultravioleta, produzindo substâncias conhecidas 
como oxidantes fotoquímicos, em especial o ozônio, muito comuns na atmosfera das grandes cidades 
como São Paulo. A reação dos óxidos de enxofre com amônia forma partículas de sulfato de amônia, 
aerossóis desse composto, de tamanho pequeno, próximo do comprimento de onda da luz visível, com 
grande capacidade de reduzir a visibilidade da atmosfera.
A topografia da região exerce um papel importante no comportamento dos poluentes na atmosfera. 
Fundos de vale são locais propícios para o aprisionamento dos poluentes, principalmente quando ocorrem 
inversões térmicas que impedem a subida dos poluentes, transformando esses locais em verdadeiras 
câmaras de concentração e de reação, principalmente na ocorrência do smog fotoquímico.
A concentração do poluente na atmosfera ocorre em função da quantidade das características 
e condições da emissão, das condições meteorológicas, da topografia da região, da rugosidade dos 
terrenos, da presença de edificações próximas à fonte de emissão, da reatividade do poluente e da 
ocorrência de chuvas.
Os efeitos da poluição do ar caracterizam‑se tanto pela alteração das condições consideradas normais 
como pelo aumento de problemas já existentes. Os efeitos podem ocorrer em nível local, regional e global. 
Esses efeitos podem se manifestar na saúde, no bem‑estar da população, na vegetação, na fauna, nos 
materiais e nas propriedades da atmosfera, passando pela redução de visibilidade, alteração da acidez 
das águas das chuvas (chuva ácida), aumento da temperatura da Terra (efeito estufa) e modificação da 
intensidade da radiação solar (o aumento da incidência de radiação ultravioleta sobre a Terra, causado 
pela redução da camada de ozônio).
Os principais efeitos da poluição do ar na saúde humana são: problemas oftálmicos,doenças 
dermatológicas, gastrintestinais, cardiovasculares e pulmonares, além de alguns tipos de câncer. Efeitos 
sobre o sistema nervoso central também podem ocorrer após exposição a altos níveis de monóxido de 
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carbono no ar. Além disso, efeitos indiretos podem ser notados em decorrência de alterações climáticas 
provocadas pela poluição do ar. Um aumento na temperatura do ar provoca impactos na distribuição de 
doenças transmitidas por vetores.
A exposição da população pode se dar por inalação, ingestão ou contato com a pele, mas a inalação 
pode ser considerada a via mais importante e mais vulnerável. A poluição do ar é caracterizada pela 
OMS como um fator de risco para muitas doenças, como infecções respiratórias das vias aéreas 
superiores (garganta, nasofaringe, sinus, laringe, traqueia e brônquios). Estudos nacionais verificaram 
associações positivas entre a poluição do ar e doenças respiratórias e aumento da mortalidade, afetando 
principalmente crianças e idosos.
Medidas de prevenção e correção devem ser tomadas visando atingir o desenvolvimento sustentável. 
A busca de soluções para o problema da poluição do ar deve começar pela sua prevenção. Prevenir quer 
dizer evitar a geração de poluentes, com a utilização de processos industriais e de combustíveis menos 
poluentes, medidas de redução de consumo de produtos poluidores e de energia, enquanto controlar 
refere‑se a medidas de tratamento da emissão de poluentes.
Sabe‑se que a poluição significa perda de matéria‑prima e energia. Uma caldeira que emite fumaça 
preta está trabalhando com pouca eficiência, desperdiçando combustível e lançando mais poluentes 
no ar, como o monóxido de carbono, hidrocarbonetos etc. Um automóvel desregulado emite mais 
poluentes e, ao mesmo tempo, consome mais combustível. Dessa forma, para prevenir e controlar a 
poluição, podemos reduzir perdas de combustível e matérias‑primas.
É na prevenção que a população pode atuar mais intensamente, reduzindo o uso de veículos 
particulares e privilegiando o transporte coletivo, que deve ser do tipo menos poluente e mais disponível 
e confortável para que a população possa ficar satisfeita ao usá‑lo. Menos produção de lixo pela 
população e o uso de eletrodomésticos e lâmpadas mais eficientes em consumo de energia também são 
medidas muito importantes.
Medidas tecnológicas são importantes, mas não têm conseguido resolver o problema, como é o 
caso dos carros. Precisamos de uma atitude mais consciente e ecologicamente correta da população. 
A evolução da ciência e da tecnologia constitui a própria evolução do Homem desde a Pré‑História, 
ajudando na sua adaptação ao meio e na busca de alimentos para sua sobrevivência. No início, o 
homem buscou alimento e abrigo das intempéries do tempo, depois combateu as pragas e doenças, até 
o conhecimento sobre outras regiões do planeta e do universo.
Para a prevenção e controle da poluição do ar usamos medidas que envolvem desde planejamento 
do assentamento de núcleos urbanos e industriais e do sistema viário até a ação direta sobre a fonte 
de emissão. A prevenção está ligada à tríade reduzir, reutilizar e reciclar. Podemos considerar o 
processo de poluição do ar em fase de geração, emissão, transporte, difusão e transformação e a fase 
de recepção. Imagine um incinerador de resíduos na queima do lixo: há formação de poluentes e, 
pela chaminé, ocorre a emissão. No ar, esses poluentes são transportados, difundidos, transformados 
e finalmente atingem o receptor, que podem ser pessoas, plantas, animais ou bens materiais que 
sofrem algum tipo de efeito.
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A geração de poluentes está intimamente ligada ao consumismo. Quanto mais se consome, mais 
poluentes são produzidos, causando um aumento da poluição. O nível de poluição vai depender dos 
meios utilizados e dos cuidados envolvidos na produção do bem ou serviço. Existem muitas maneiras 
de produzir que minimizam a formação de poluentes. Poderíamos eliminar a poluição totalmente 
substituindo combustíveis, matérias‑primas e reagentes e alterando equipamentos e processos. Podemos 
citar como exemplo a eliminação do poluente de compostos de chumbo dos automóveis: quando o 
chumbo tetraetila parou de ser usado como aditivo antideodante, além de não ser mais adicionado 
à gasolina, foi substituído por álcool etílico anidro. A substituição de combustíveis com enxofre por 
combustíveis sem esse elemento, como o gás natural, elimina a formação e emissão de compostos de 
enxofre na atmosfera.
Na prática, a diminuição da quantidade de poluentes gerados é mais fácil de ser alcançada do que 
sua eliminação. Podemos conseguir isso com a adoção de medidas como: operação de equipamentos 
dentro de sua capacidade nominal; operação e manutenção adequada de equipamentos produtivos, 
caldeiras, fornos, veículos; armazenamento adequado de materiais pulverulentos ou fragmentados, 
evitando a ação dos ventos; adequada limpeza do ambiente; utilização de processos, equipamentos, 
operações, matérias‑primas, reagentes e combustíveis de menor potencial poluidor.
As medidas citadas precisam de esclarecimento adequado dos responsáveis pelas fontes poluidoras e 
a participação da população é de extrema importância no processo. A educação ambiental da população 
e dos empresários tem um papel fundamental para que o controle funcione. De nada adiantam boas leis 
se a população não estiver engajada no processo e se os empresários não estiverem motivados para a 
realização dessa ação.
Quando todos os esforços não surtirem o efeito desejado em relação à diminuição da poluição, 
devemos utilizar os equipamentos para tratamento das emissões (equipamentos de controle de 
poluentes – filtros). Em conjunto com o equipamento de controle de poluição industrial, existe um 
sistema de exaustão (captores, dutos, ventilador e chaminé), cuja função é captar, concentrar e conduzir 
os poluentes para serem filtrados, com posterior lançamento residual no ar.
Segundo Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), os equipamentos de controle da poluição do ar podem 
ser divididos em função do tipo de poluente a ser considerado, isto é, equipamentos de controle de 
material particulado e equipamentos de controle de gases e vapores. Para veículos, podemos usar um 
dispositivo de tratamento de emissões muito conhecido, o combustor catalítico, que reduz a emissão de 
monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos (compostos orgânicos).
O material particulado pode ser removido do fluxo gasoso poluído por sistemas secos, coletores 
mecânicos inerciais e gravitacionais – coletores centrífugos, como ciclones, precipitadores eletrostáticos 
secos e filtros de tecido, como filtros de mangas – e sistemas úmidos, por exemplo, lavadores de vários 
tipos, como o lavador Venturi e precipitadores eletrostáticos úmidos. Os três tipos de equipamentos mais 
eficientes para o controle de material particulado são o filtro de manga, o precipitador eletrostático e 
o lavador Venturi, mas com eficiências de retenção de poluentes que podem variar de acordo com o 
projeto e com as condições de operação e manutenção.
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Os gases e vapores podem ser retirados do fluxo poluído por meio de absorvedores (lavadores 
de gases), de adsorvedores, como o carvão ativado, por incineração térmica ou catalítica (como os 
combustores catalíticos dos carros) e também por condensadores, biofiltros e processos especiais.
Para cada fonte de poluição deve ser estudada a melhor solução, tanto do ponto de vista ambiental 
como do ponto de vista do custo. A tecnologia de controle de poluição do ar disponível permite que a 
poluição seja reduzida em até 99%.
O planejamento urbano permite umamelhor distribuição espacial das fontes potencialmente 
poluidoras do ar, aumentando a distância entre fonte e receptor, diminuindo a concentração de atividades 
poluidoras próximas a núcleos residenciais, proibindo a implantação de fontes de alto potencial poluidor 
em regiões críticas, localizando as fontes a jusante dos ventos predominantes na região em relação aos 
bairros residenciais, controlando a circulação de veículos em áreas congestionadas, bem como atuando 
em melhorias do sistema viário. Assim, é necessário ter cuidado, pois a melhoria do sistema viário pode 
incentivar ainda mais o uso do transporte individual, não ocasionando a diminuição de poluição.
Quanto à diluição da poluição, devemos ressaltar que a utilização de chaminés altas tem como 
objetivo a redução da concentração do poluente no nível do solo, sem a redução da quantidade emitida. 
Trata‑se de uma medida cuja eficiência depende da distribuição espacial das fontes e das condições 
meteorológicas e topográficas da região. É uma técnica recomendável como medida adicional para a 
melhoria das condições de dispersão dos poluentes residuais na atmosfera, mas somente após a tomada 
de outras medidas para reduzir a geração de poluentes ou sua emissão.
4.2 Controle ambiental de resíduos
Acreditamos que o homem é o único agente gerador de resíduos, já que estes são produzidos pelos 
padrões de consumo da sociedade atual. Estamos analisando a questão de forma simplista, mas serve 
como ponto de partida. De acordo com Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), quando falamos de cadeia 
alimentar, acreditávamos que o ciclo era perfeitamente fechado, mas isso não é verdade, pois em 
algumas espécies mais simples ocorrem perdas e geração de resíduos e isso não seria contabilizado, 
mostrando que o sistema não é perfeito como imaginávamos. Contudo, verificamos que esses eventuais 
desequilíbrios são muito pequenos, pois as populações são pequenas, podendo ser considerados como 
fenômenos localizados e que não são suficientes para desfazer a harmonia local e causar alterações nos 
ciclos e nas cadeias alimentares. Contudo, em muitos casos, o sistema tem mecanismos para, a médio e 
longo prazo, estabilizar o desequilíbrio eventual local.
Sendo assim, o ser humano não é o único agente causador de desequilíbrio localizado. O homem tem 
uma capacidade que o torna único dentro desse contexto, já que é capaz de transformar em larga escala 
os materiais e tornar estáveis substâncias e produtos. Assim, o homem coloca no meio produtos em 
formas que o meio ambiente não reconhece e não tem capacidade de absorção, nem mesmo em longo 
prazo. Entretanto, ele não seria capaz de gerar uma instabilidade tão grande a ponto de comprometer 
sua existência, mas a sua capacidade de transformar recursos naturais por meios de processos em larga 
escala não deve ser desprezada.
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O agravamento fica claro apenas quando se une a essa capacidade o fenômeno do crescimento 
populacional observado nas últimas décadas. Houve uma explosão demográfica, o que levou a um 
aumento de demanda de suprimentos de matérias‑primas, alimentos e energia. Soma‑se a isso o fato 
de que o crescimento populacional ficou concentrado nos grandes centros urbanos.
O progresso da humanidade aumentou a qualidade e a duração da vida; por outro lado, utilizamos 
um padrão de consumo que demanda cada vez mais matérias‑primas, o que acaba comprometendo 
a qualidade de vida das gerações futuras. Esse compromisso com as gerações futuras é o princípio 
do desenvolvimento sustentável. Logo, esperamos que as gerações futuras usem a capacidade de 
transformação de materiais, mas de uma maneira sustentável, sem prejudicar o meio ambiente.
Os conceitos de lixo e resíduo são muito próximos e muitas vezes entendemos como sinônimos. 
Entretanto, do ponto de vista ambiental, existem três classificações diferentes de poluição: a poluição 
atmosférica, a contaminação das águas e os resíduos sólidos.
Resíduos sólidos podem ser definidos como:
Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades 
da comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e de varrição. Consideram‑se também resíduos 
sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles 
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem 
como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o 
seu USP e lançamento na rede pública de esgoto ou corpo d’água, ou 
exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face 
da melhor tecnologia disponível (NBR 10004/1987 apud PHILIPPI JR.; 
ROMERO; BRUNA, 2004, p. 158).
O conceito de resíduo tem sempre embutido o aspecto de serventia e de valor econômico para 
o seu possuidor. Assim, para uma determinada pessoa, a embalagem perde o seu valor a partir do 
momento que seu conteúdo foi totalmente consumido, passando a ser resíduo e um problema para o 
seu possuidor. Analisando a situação por outro ponto de vista, o resíduo pode ter valor para um terceiro, 
que vai tratar o material como matéria‑prima para uma outra aplicação.
Segundo Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), os resíduos podem ser classificados levando em 
consideração a sua origem em: resíduos industriais, urbanos, de serviços de saúde, de portos, de 
aeroportos, de terminais rodoviários e ferroviários, agrícolas, radioativos e entulho.
Resíduos industriais: são resíduos gerados em indústrias. Os resíduos industriais variam entre 65% 
a 75% do total de resíduos gerados em regiões mais industrializadas. A responsabilidade pelo manejo 
e destinação desse resíduo é sempre da fonte geradora. Dependendo da forma e destinação, a empresa 
prestadora de serviço pode ser corresponsável. Quando um resíduo industrial é destinado a um aterro 
sanitário, a responsabilidade passa a ser também da empresa que gerencia o aterro. Em função da 
periculosidade de alguns resíduos, eles são divididos em três classes:
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Resíduos perigosos (classe I) – podem apresentar risco à saúde pública 
e ao meio ambiente por causa de suas características de inflamabilidade, 
corrosividade, toxidade e patigenicidade;
Resíduos não inertes (classe II) – incluem‑se nesta classe os resíduos 
potencialmente biodegradáveis ou combustíveis;
Resíduos inertes (classe III) – perfazem esta classe os resíduos considerados 
inertes e não combustíveis (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004, p. 159).
A classificação dos resíduos industriais requer uma série de procedimentos e testes, que estão 
descritos nas seguintes normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):
• NBR 10004 – Resíduos sólidos – Classificação;
• NBR 10005 – Lixiviação de resíduos – Procedimento;
• NBR 10006 – Solubilização de resíduos – Procedimento;
• NBR 10007 – Amostragem de resíduos – Procedimento.
Resíduos urbanos: são produzidos em menor escala que os resíduos industriais. Estão 
incluídos nesta categoria os resíduos domiciliares, o resíduo comercial produzido em escritórios, 
lojas, hotéis, supermercados e restaurantes, os resíduos de serviços oriundos de limpeza pública 
urbana, como resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de galerias, terrenos, córregos, 
praias, feiras e de podas. Os resíduos urbanos são de responsabilidade das prefeituras. Contudo, 
no caso de estabelecimentos comerciais, a prefeitura é responsável pela coleta e disposição de 
pequenas quantidades, abaixo de 50 kg/dia; acima disso, a responsabilidade fica transferida para 
o estabelecimento.
Entulhos: podem ser considerados como resíduos urbanos, mas, em razão de suas características e 
volumes, geralmente são classificados separadamente. Constituem‑se de resíduos de construção civil, 
como demolições, restos de obras, solos de escavações e materiais afins. Como acontececom os resíduos 
urbanos, as prefeituras são corresponsáveis por pequenas quantidades.
Resíduos de serviços de saúde (RSS): são produzidos em hospitais, clínicas médicas e veterinárias, 
laboratórios de análises clínicas, farmácias, centros de saúde, consultórios odontológicos, entre outros. 
Esses resíduos são separados em resíduos comuns, como restos de alimentos, papeis e embalagens, e 
resíduos sépticos, constituídos de resto de material cirúrgico e de tratamento médico. Seu manejo exige 
atenção por causa do potencial de risco à saúde pública. O responsável pelo gerenciamento dos resíduos 
provenientes de serviços de saúde é o seu gerador.
Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: constituem‑se em resíduos 
sépticos que podem conter organismos patogênicos, como materiais de higiene e de asseio pessoal e 
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restos de alimentos. Possuem a capacidade de veicular doenças de outras cidades, estados e países. Cabe 
ao gerador a responsabilidade pelo seu gerenciamento.
Resíduos agrícolas: correspondem aos resíduos das atividades de agricultura e da pecuária. 
Embalagens de adubos, de defensivos agrícolas e de ração, restos de colheita e esterco animal ilustram 
esse tipo de resíduo. As embalagens de agroquímicos, pelo alto grau de toxicidade que apresentam, são 
alvo de legislação específica. Da mesma forma que os resíduos industriais, o gerador é responsável pelo 
gerenciamento e a empresa que faz o tratamento ou disposição final é corresponsável.
Resíduos radioativos: são provenientes dos combustíveis nucleares e de alguns equipamentos que 
usam elementos radioativos. A responsabilidade por essa categoria de resíduos é da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear (CNEM).
O Brasil é um país com muitas deficiências no saneamento básico e a questão dos resíduos sólidos 
é um reflexo desse quadro. Mesmo com a Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), que instituiu a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos (PNRS), esse quadro foi pouco alterado. Ainda existem lixões em todos os estados e 
60% dos municípios destinam seus resíduos sólidos para os lixões (ABRELPE, 2014).
De acordo com os estudos realizados em 404 municípios brasileiros (mais de 45% da população) 
pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) foram geradas 
mais de 76 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2013, o que representa um aumento 
de 4,1% em relação a 2012.
O ponto menos eficiente do sistema de gestão de resíduos sólidos brasileiro é a destinação final. 
Somente 58% do lixo urbano coletado têm destinação final adequada. Esse quadro não sofreu alterações 
significativas desde 2012. O restante dos resíduos sólidos, 28,8 milhões de toneladas, que corresponde 
a 41,7% do coletado, é destinado a lixões e aterros controlados, que possuem poucas diferenças em 
relação aos lixões, quando levamos em consideração o impacto ambiental.
No Brasil, 3.444 municípios ainda utilizam locais inadequados para a destinação final de seu lixo. 
Desse total, 1.569 cidades usam lixões, que do ponto de vista ambiental é a pior forma de destinação, 
descartando todo o tipo de material diretamente no solo, sem nenhum tipo de tratamento, nem cuidados 
especiais (ABRELPE, 2014).
Devemos salientar que, para que um sistema de gestão de resíduos funcione corretamente, não é 
suficiente que possua apenas um sistema de destinação final adequado, várias ações prévias devem ser 
implantadas. Podemos citar como exemplo a separação dos resíduos e a coleta seletiva, viabilizando seu 
encaminhamento para processos de reciclagem.
No quesito reciclagem, segundo a Abrelpe (2014), o Brasil também não registrou avanços, apesar de 
ser uma questão obrigatória na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em 2012, 60,2% dos municípios 
registraram iniciativas nesse setor e, em 2013, pouco mais de 62%. Estudos levantaram que, apesar da 
quantidade de cidades com iniciativa de coleta seletiva ser expressiva, essas atividades, na maioria das 
vezes, são limitadas a pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores.
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Segundo a Constituição Federal (BRASIL, 1988a), no artigo 30, cabe ao poder público local a 
competência pelos serviços de limpeza pública, incluindo a coleta e destinação final do lixo urbano. 
Assim, cabe ao município legislar, gerenciar e definir o sistema de saneamento básico local, bem 
como a instituição e arrecadação de tributos de sua competência. Segundo o art. 182 da Constituição 
(BRASIL, 1988a), o município deve estabelecer políticas de desenvolvimento urbano, ordenando o pleno 
desenvolvimento das funções sociais e garantindo o bem‑estar de seus cidadãos.
Durante décadas, o descarte de resíduos em aterros sanitários foi o único procedimento adotado, 
mesmo a incineração era vista apenas como um método de redução de volume dos resíduos e com 
única função de aumentar a capacidade dos aterros. O descarte indiscriminado de resíduos tóxicos por 
anos seguidos provocou acontecimentos lamentáveis do ponto de vista ambiental. Podemos citar como 
exemplo o caso do Love Canal, nos Estados Unidos, que foi um marco na contaminação ambiental por 
resíduos tóxicos. A região do Love Canal foi usada na década de 1940, pela Hooker Chemical Co., como 
local para descarte de resíduos industriais perigosos. A partir da década de 1960, o local começou a 
ser urbanizado, com a construção de casas. Na década de 1970, um odor forte foi sentido na região, 
que causava náuseas e ardência nos olhos dos moradores. Pesquisas mostraram que pelo menos uma 
centena de doenças atacavam os moradores daquela região, principalmente crianças e idosos. A dioxina 
foi identificada como principal contaminante. A United States Environmental Protection Agency 
(Usepa) condenou a região para fins habitacionais e, atualmente, ela passa por um processo longo de 
descontaminação. Esse episódio levou à revisão da política de descarte de resíduos em aterros, com um 
aumento rigoroso na classificação do tipo de resíduo que pode ser descartado diretamente.
A incineração também não é uma solução definitiva: os resíduos incinerados sofrem principalmente 
uma redução de volume da parte orgânica pela combustão e evaporação da água, havendo a formação 
de cinzas no processo, o que representa a parte inorgânica do resíduo, formada basicamente por metais. 
Os metais são oxidados pela combustão, formando resíduos que devem ser descartados com cuidado, 
pois durante o processo de incineração contaminantes foram concentrados.
4.2.1 Resíduos sólidos urbanos
O gerenciamento de resíduos sólidos é entendido como conjunto de ações normativas e operacionais, 
financeiras e de planejamento que uma administração municipal desenvolve, com base em critérios 
sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor o lixo de seu município. No quadro a 
seguir podemos observar os processos de transformação utilizados no tratamento do lixo domiciliar.
Quadro 1 – Técnicas de manejo de resíduos sólidos urbanos
Processos de transformação Métodos de transformação Principal conversão em produtos
Físicos
Separação de componentes Manual ou mecânica Componentes individuais encontrados em resíduos domiciliares
Redução de volume Métodos de compactação e embasamento Redução do volume do material original
Redução do tamanho Métodos de cominuição Redução de tamanho dos componentes originais
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Térmicos
Combustão Oxidação térmica COx, SOx, NOx, outros produtos de oxidação, cinzas e escórias
Esterilização Micro‑ondas Eliminação de micro‑organismos patogênicos
Pirólise Destilação destrutiva PHAs, óleos, alcatrão, gases combustíveis
Biológicos
Compostagem aeróbia Conversão biológica aeróbiaComposto humificado
Digestão aeróbia Conversão biológica aeróbia CH4, COx, húmus
Obs.: O termo cominuição é utilizado em mineração para identificar 
as etapas de diminuição de tamanho, usando moinhos e britadores.
Fonte: Philippi Jr.; Romero; Bruna (2004, p. 173).
 Saiba mais
Para melhor implantação e operação de um sistema de gestão de 
resíduos sólidos, leia:
ABRELPE. Resíduos sólidos: manual de boas práticas no planejamento. 
São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <www.abrelpe.org.br/manual_apresentacao.
cfm>. Acesso em: 8 out. 2015.
De acordo com Philippi Jr. (2005), a coleta dos resíduos deve ser feita com frequência adequada, 
levando em conta que o acúmulo excessivo de resíduos pode aumentar os riscos para o meio ambiente 
e para a saúde pública. Os veículos devem ser escolhidos de acordo com quantidade de resíduo, do tipo 
de resíduo transportado, das características topográficas e da malha viária da região a ser atendida.
O tratamento de resíduos sólidos procura modificar suas características como quantidade, 
toxicidade e patogenia, de forma a diminuir os impactos sobre o ambiente e a saúde pública. As 
alternativas tecnológicas são aplicadas de acordo com as características particulares da composição 
dos resíduos, do município ou região e dos recursos disponíveis. Nas regiões metropolitanas existe a 
tendência de se esgotarem, de forma cada vez mais rápida, os espaços para aterros sanitários. Como 
consequência, pode haver o aumento dos custos de disposição final, seja pelo aumento das distâncias 
para transporte, pelos custos de novas áreas ou pela necessidade de introdução de outros processos 
tecnológicos como a incineração.
Os resíduos sólidos domiciliares são compostos principalmente por matéria orgânica, papel, plástico, 
metais, vidros e outros materiais. Devido à presença de matéria orgânica, possuem grande capacidade 
de atrair vetores e sua decomposição provoca mau cheiro e um líquido escuro e altamente poluente 
conhecido como chorume. A composição varia conforme a época, a cultura, o poder aquisitivo da 
população, o tempo, os padrões de consumo da época e o município.
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A coleta é o componente do sistema de resíduos sólidos mais sensível aos olhos da população e, por 
isso, mais sujeito a críticas. Falhas no serviço de coleta levam ao acúmulo de resíduos, propiciando a 
proliferação de maus odores e de vetores, além de incômodos como a poluição visual. Portanto, a coleta 
deve ser feita de uma forma que facilite o comportamento da população e as operações posteriores de 
segregação, tratamento e disposição final.
O planejamento e a administração da coleta envolvem algumas características importantes que devem 
ser consideradas, entre elas a frequência, o ponto de coleta, o horário de coleta e a forma da coleta. A 
frequência da coleta deve ser definida em função do custo e do acúmulo de resíduos. Quanto maior a 
frequência, maior o custo, porém quanto menor a frequência, maior o acúmulo de resíduos nos domicílios. 
O lixo pode ser coletado na calçada, em frente ao imóvel, ou no interior da casa. Isso depende, entre outros 
fatores, da cultura do local e das condições de segurança. A coleta tem um complicador nas épocas de 
chuva, uma vez que as águas pluviais podem carregar os sacos de lixo e o material pode entupir as galerias.
A coleta pode ser feita de forma unificada ou com segregação de materiais. A coleta unificada 
tem a vantagem de ser mais barata e mais simples de gerenciar, por isso é a mais comum no Brasil. A 
coleta com segregação, ou coleta seletiva, facilita o reaproveitamento de materiais e os processos de 
tratamento que venham a ser aplicados.
A coleta de materiais recicláveis presentes nos resíduos existiu durante muito tempo de maneira 
informal no Brasil, executada pelos próprios garis da coleta ou catadores, que coletavam material 
reciclável de porta em porta ou nos lixões, neste último caso em condições subumanas. A coleta seletiva 
pode ser feita em sistema de entrega voluntária ou porta a porta. No primeiro caso, são colocados 
contêineres em pontos estratégicos ou estabelecem‑se instituições para receber os materiais que em 
ambos os casos são levados pela própria população. No segundo caso, os veículos coletores circulam 
recolhendo os resíduos de casa em casa, como na coleta regular. Nesse caso, a separação de materiais 
pode ser efetuada conforme diferentes critérios.
Além da coleta institucionalizada promovida pelos órgãos de limpeza pública, existe também 
a possibilidade da atividade informal de catadores e sucateiros que coletam resíduos seletivamente. 
Como os dados de geração de resíduos são levantados com base nessa coleta, a quantidade coletada 
informalmente não costuma fazer parte da estatística. Os resíduos coletados são transportados para 
unidades de tratamento ou para locais de disposição final.
O transporte constitui geralmente parte importante do custo do sistema de resíduos. No caso 
da coleta seletiva, os resíduos recicláveis apresentam uma densidade média cinco vezes inferior aos 
resíduos misturados. Alguns fatores contribuem para o alto custo, como a baixa adesão aos programas, 
que leva a uma baixa eficiência operacional, e a falta de vontade política das administrações em ampliar 
efetivamente a escala dos trabalhos e baixar os custos.
Como já estudamos, na maioria dos municípios brasileiros, os resíduos sólidos domiciliares destinam‑se 
a aterros adequados ou não, sem tratamento prévio. Existem diversas iniciativas de reciclagem de 
resíduos e de compostagem, que por enquanto representam uma quantidade pouco significativa de 
resíduos tratados na maioria dos casos.
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Alguns municípios possuem um processo de triagem, que tem o objetivo de separar os materiais 
que se deseja recuperar, aqueles prejudiciais à qualidade do processamento ou à durabilidade do 
equipamento. Pode ser executada manualmente em pátios, esteiras rolantes ou mesas ou de maneira 
automatizada, com equipamentos magnéticos ou peneiras. A operação de triagem pode ser realizada em 
usinas, aterros, lixões e em outros locais. Quando realizada nos sacos à espera da coleta pelos catadores 
de lixo, tem o inconveniente de causar sujidade no local.
Após a triagem, os materiais podem ser prensados a fim de baratear o transporte até os locais onde 
serão industrializados. A eficiência da mão de obra de triagem pode ser avaliada pela quantidade de 
resíduos triados por pessoa, por hora.
Os principais tipos de tratamento de resíduos sólidos domiciliares são (PHILIPPI JR.; ROMERO; 
BRUNA, 2004):
a) a reciclagem de resíduos constitui o reprocessamento de materiais, permitindo novamente a 
sua utilização. Assim, materiais descartados são reintroduzidos num ciclo produtivo por meio de sua 
transformação. A reciclagem possibilita que materiais considerados resíduos para o gerador passem a 
ser matérias‑primas secundárias para outro indivíduo.
A reciclagem difere da reutilização porque exige um maior grau de processamento, excedendo 
a simples triagem e limpeza do material. A reciclagem de alumínio economiza 95% da energia em 
relação à utilização do minério. O vidro também é fundido em novas peças, com economia de 50% no 
consumo de água em relação à fabricação a partir das matérias‑primas primárias. Plásticos são fundidos 
e transformados em grânulos, que são usados como matéria‑prima para fabricação de novos produtos 
com economia de 78,7% de energia elétrica. Na reciclagem do papel, o material é desagregado em água 
e as fibras podem passar ainda por um processo de refinamento antes da utilização. Há ainda soluções 
criativas, como fabricação de lixeiras a partir de pneus.
A reciclagem traz benefícios para o meio ambiente, mas deve‑se levar em consideração a análise 
do ciclo de vida do produto para existir uma visãoclara das vantagens e desvantagens ambientais 
envolvidas no processo de reciclagem.
A reciclagem de materiais pela indústria depende muito da viabilidade econômica. Sobre esse processo 
pesa também a dificuldade de desenvolvimento de mercado para os produtos reciclados, que muitas vezes 
são vistos como produtos de qualidade inferior. Diversos produtos já fabricados com material reciclado não 
se utilizam ainda do fato de conter material reciclado como vantagem competitiva no mercado, preferindo 
omitir essa informação. Existem ainda produtos artesanais feitos com material reciclado que alcançam 
alto valor de mercado pelo seu caráter artístico ou social, quando produzidos em instituições voltadas à 
reintegração de crianças, adolescentes e outras pessoas com necessidades especiais.
b) a compostagem é um processo biológico de decomposição controlada de matéria orgânica contida 
em restos de origem animal ou vegetal, que produz um composto útil para melhorar as propriedades físicas 
do solo, além de ter propriedades fertilizantes. O processo promove a inativação da maioria dos agentes 
patogênicos, normalmente presentes nos resíduos sólidos domésticos, porque numa das etapas eles ficam 
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expostos a temperaturas da ordem de 65 ºC a 70 oC. Não se aconselha o uso em culturas que são ingeridas 
cruas, por causa de existência de certas formas de ovos e cistos que resistem a essas temperaturas.
Existem várias alternativas de processos tecnológicos, desde os mais simples, como a compostagem 
em montes periodicamente revirados, até instalações de grande porte com tambores rotativos. A 
compostagem pode ser realizada por meio de processos aeróbicos, anaeróbios ou mistos, mas é um 
processo lento, que dependendo da tecnologia empregada pode levar de 45 a 180 dias. Em geral, exige 
áreas grandes de pátio para a etapa de cura.
c) a incineração constitui um processo de redução de peso e volume dos resíduos por intermédio de 
queima controlada. Os resíduos são reduzidos a cinzas, que representam de 5% a 15% do peso inicial. 
Os agentes patogênicos são destruídos, por isso ela é muito utilizada para tratamentos de resíduos de 
serviços de saúde, já que essa solução destrói também diversos compostos químicos tóxicos presentes. 
Alguns incineradores são projetados de modo a permitir o aproveitamento do calor gerado da queima 
para a produção de energia elétrica. Uma das desvantagens desse processo está no risco de produção 
e emissão de dioxinas e furanos, substâncias cancerígenas, que se emitidas com os gases da queima 
podem depositar‑se no solo, entrar na cadeia alimentar via vegetais e provocar danos ambientais graves.
Tecnicamente, existem formas de minimizar bastante essa possibilidade, como o resfriamento mais 
rápido dos gases e filtragem de materiais particulados. Contudo, a percepção dos riscos associados 
ao processo e à segurança da tecnologia varia de comunidade para comunidade, o que tem tornado 
politicamente difícil e desgastante as decisões sobre a instalação de novos incineradores e provocado a 
desativação de equipamentos antigos. As cinzas ainda devem ser aterradas, sendo necessário que haja 
um aterro para a sua disposição, mas a principal desvantagem está no custo elevado.
Um estudo sobre as alternativas para o município de São Paulo mostra que a incineração de alguns 
componentes dos resíduos sólidos domésticos pode ser economicamente mais interessante que a coleta 
seletiva e reciclagem, embora investimentos mais expressivos em educação ambiental possam inverter 
essa situação. Considerando o ponto de vista ambiental e tendo como parâmetro o efeito estufa e o 
aumento da temperatura da superfície da Terra devido a uma maior emissão de gases na atmosfera, a 
reciclagem torna‑se mais vantajosa.
Onde há escassez de áreas para aterro ou fontes de energia, a incineração de resíduos sólidos 
domésticos é muito utilizada. No Japão, 70% do lixo doméstico é incinerado. Na Alemanha, as exigências 
com a qualidade do ar têm inviabilizado novos investimentos em incineradores e, assim, vem aumentando 
a fração do lixo tratada por compostagem. Por outro lado, tem sido admitida a incineração de plásticos, 
pois o mercado de reciclagem não é suficiente para processar todo o material recolhido.
d) os aterros sanitários são obras de engenharia destinadas a acomodar os resíduos sobre o solo, 
minimizando os impactos ambientais e os riscos à saúde. Os resíduos não tratados e os rejeitos dos diversos 
processos de tratamento precisam ser finalmente dispostos no solo; a solução mais frequentemente 
indicada é o aterro sanitário. É importante ressaltar que nenhum sistema de resíduos sólidos dispensa o 
aterro sanitário. A existência de alguma forma de disposição final se faz sempre necessária para absorver 
os rejeitos gerados pelos processos de tratamento e reciclagem.
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Os aterros devem possuir drenos para os líquidos percolados que se formam na decomposição 
natural da matéria orgânica e impermeabilização adequada para evitar a contaminação de aquíferos. 
Também precisam dispor de drenos para o escoamento dos gases que se formam no processo de 
fermentação da matéria orgânica. A operação deve incluir compactação do lixo e cobertura diária dos 
resíduos com terra, que ajuda a evitar a emanação de maus odores e o crescimento de vetores. Além 
disso, precisam ser cercados para evitar a atividade de catadores.
Quando a capacidade do aterro se esgota, a área deve ser recuperada do ponto de vista paisagístico 
e de utilização pela sociedade, respeitando‑se as limitações técnicas inerentes às características dos 
terrenos aterrados com resíduos. Por fim, eles devem ter um sistema de drenagem de águas pluviais, 
tratamento adequado para o chorume e também sistema de monitoramento de lençol freático.
Entre as soluções sanitárias e ambientalmente adequadas, os aterros sanitários são considerados a 
forma mais barata, no curto prazo, para solucionar a questão do lixo doméstico em cidades médias e 
grandes. Com o passar do tempo, as áreas disponíveis tendem a se esgotar, provocando aumento de 
custo devido ao preço dos novos terrenos ou às maiores distâncias em relação aos centros geradores.
As formas de disposição, nas quais não há qualquer cuidado para redução do impacto ambiental, 
são normalmente chamadas de lixão. Os lixões são inadequados do ponto de vista sanitário porque 
propiciam a proliferação de vetores e o aparecimento de doenças. Podem provocar a poluição do solo, 
das águas e do ar e diversos problemas ambientais. Do ponto de vista social, acabam refletindo a miséria 
encontrada na região, porque são fonte de renda e alimento para catadores. Os lixões dão a forma mais 
numerosa de locais de destinação final no Brasil, sendo quase 50 mil ton./dia dispostas em locais com 
essa classificação.
4.2.2 Resíduos de serviços de saúde (RSS)
Até o final da década de 1980, os RSS eram denominados lixo hospitalar. Em 1987, a ABNT 
alterou a terminologia para resíduos de serviço de saúde, considerando que esse tipo de resíduo 
não é exclusivamente gerado em hospitais, mas também provenientes de ambulatórios, consultórios 
médicos e odontológicos, clínicas veterinárias, farmácias, laboratórios de análises clínicas e 
patológicas, bancos de sangue ou leite, além das estações rodoferroviárias, portos e aeroportos e 
locais de grande fluxo de pessoas.
A Resolução 283 (CONAMA, 2001) acrescentou algumas outras fontes geradoras desses resíduos, 
como centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, 
medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados, resíduos provenientes de necrotérios, 
funerárias e serviços de medicina legal e provenientes de barreiras sanitárias.
Atualmente, a Anvisa (2004), por meio da RDC33/03, acrescenta e especificanovos serviços àqueles 
já previstos nas legislações anteriores, passando a incluir: serviços de apoio à preservação da vida; 
indústrias; unidades de controle de zoonoses; serviços de tatuagem e acupuntura; serviços radiológicos, 
de radioterapia e medicina nuclear; serviços de tratamento quimioterápico e de hemoterapia; unidades 
de produção de hemoderivados e serviços de embalsamamento.
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No Brasil, os resíduos gerados nos serviços de saúde ficaram sem uma classificação legal específica 
até o início da década de 1990. Então, a ABNT passou a editar uma série de normas, como a NBR 12.808 
(1993), que classificava em três categorias os RSS, segundo a mesma direção do Centro de Vigilância 
Sanitária (CVS) em 1989: infectantes, especiais (incluindo os farmacêuticos, radioativos e químicos 
perigosos) e comuns. Nesse período, não havia um consenso sobre a classificação dos RSS no Brasil, até 
que fosse editada em 1993 a Resolução nº 5 (CONAMA, 1993), que representou a primeira norma legal 
de classificação dos RSS. Eles passaram a ser divididos em quatro grupos:
Grupo A – Infectantes: constituído pelos resíduos que apresentam risco em potencial à saúde 
pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Fazem parte desse grupo sangue e 
hemoderivados, animais usados em experimentação, excreções, secreções e fluidos orgânicos e animais, 
meios de cultura, tecidos e órgãos, fetos e peças anatômicas, filtros de gases aspirados em áreas 
contaminadas, resíduos em geral e restos alimentares de áreas de isolamento, resíduos de laboratórios 
de análises clínicas, resíduos de ambulatórios, de sanitários de unidades de internação e enfermarias e 
animais mortos a bordo de meios de transporte.
Grupo B – Químicos: materiais que apresentam risco em potencial à saúde pública e meio 
ambiente devido às suas características químicas. Incluem‑se drogas quimioterápicas e produtos por 
elas contaminados, resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados, ou 
não utilizados) e demais produtos perigosos, conforme a classificação nacional de resíduo sólido – NBR 
10004 da ABNT (tóxicos, inflamáveis, corrosivos e reativos).
Grupo C – Radioativos: constituídos por rejeitos radioativos, como material contaminado com 
radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e 
radioterapia, segundo a resolução 6.05 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN, 1985).
Grupo D – Comuns: constituído pelos demais tipos de resíduos que não se enquadram nos anteriores.
A Resolução 283 (CONAMA, 2001) partiu do princípio da necessidade de aprimoramento, atualização 
e complementação da resolução 05/93 do Conama. Em relação à classificação dos RSS, foram mantidas 
as quatro categorias, acrescentando‑se aos resíduos do grupo A: vacina vencida ou inutilizada, membrana 
filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, objetos perfurocortantes, provenientes de 
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, resíduos contaminados por excreções e líquidos 
orgânicos procedentes de pacientes, resíduos de sanitários de pacientes, materiais descartáveis que tenham 
entrado em contato com paciente, lodo de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de estabelecimento de 
saúde e resíduos provenientes de áreas endêmicas definidas pela autoridade de saúde competente.
A partir de março de 2003, por definição da RDC 33/03 da Anvisa, os RSS passaram a ser classificados 
em cinco grupos, separando‑se os resíduos perfurocortantes, antes incluídos no grupo de infectantes, 
em um novo grupo:
Grupo A – Potencialmente infectantes: resíduos com possibilidades de conter agentes biológicos 
que podem causar risco de infecção devido a características de maior virulência ou concentração. São 
subdivididos em sete categorias, denominadas de A1 a A7, de acordo com os diferentes tipos de resíduos.
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Grupo B – Químicos: apresentam, em sua composição, substâncias químicas, independentemente 
das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade. Subdividem‑se em oito 
categorias de B1 a B8.
Grupo C – Rejeitos radioativos: contaminados com radionuclídeos, devendo seguir determinações 
técnicas e legais da CNEN.
Grupo D – Resíduos comuns: qualquer resíduo não contaminado e que não possa provocar acidentes.
Grupo E – Perfurocortantes: esta categoria inclui objetos e instrumentos que possuem cantos e 
bordas, pontos de protuberâncias rígidas e agudas, cortantes ou perfurantes.
No final da década de 1960 já havia uma tímida preocupação quanto à importância e aos cuidados 
especiais a serem dispensados com os RSS, principalmente com o aumento do consumo de produtos 
descartáveis. Atualmente, procura‑se proporcionar uma solução segura e eficiente para esses resíduos que 
são um dos maiores problemas, pois não há fundamentação científica que assegure um melhor método de 
tratamento e destinação final para os RSS sem que causem danos à saúde humana e ao ambiente.
O sistema de tratamento de RSS é definido pela legislação como um conjunto de unidades, técnicas, 
processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico‑químicas, químicas e biológicas 
dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente 
(CONAMA, 1993).
De acordo com a Resolução nº 5 (CONAMA, 1993), os resíduos infectantes (grupo A) não podem ser 
dispostos no ambiente sem tratamento prévio, sendo também proibida sua reciclagem. Após tratamento, 
esse resíduo passa a ser considerado do tipo comum (grupo D) e deve seguir as recomendações dos 
órgãos ambientais.
Resíduos do grupo B (de origem química) devem ser submetidos a tratamento e destinação 
específicos, de acordo com os seus subgrupos, enquanto os radioativos (grupo C) devem seguir as 
exigências definidas pela CNEN. Já os do grupo D (do tipo comum) podem entrar no mesmo sistema 
dos resíduos domiciliares, desde que não sejam misturados aos demais tipos de resíduos, devendo ser 
coletados pelo órgão municipal.
Para a RDC 33/03 da Anvisa (2004), os resíduos do grupo A e B devem seguir diferentes tipos de 
tratamentos ou descontaminação na própria unidade geradora antes do seu encaminhamento para 
tratamento ou destino final, devendo envolver os fabricantes no processo; os do grupo E devem ter 
tratamento prévio ou ser encaminhados diretamente para aterro sanitário, e as recomendações para os 
resíduos dos grupos C e D assemelham‑se às contidas nas resoluções anteriormente vigentes.
Recomenda‑se que instalações de tratamento de resíduos obedeçam à legislação específica, 
sempre privilegiando opções consorciadas pela extensão dos benefícios à comunidade e ao ambiente. 
A responsabilidade pelo manuseio, tratamento e disposição final dos RSS é do estabelecimento gerador, 
com exceção dos resíduos comuns – grupo D.
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Alguns autores recomendam a reciclagem dos resíduos de saúde do tipo comum, como papel, 
papelão, latas de alumínio e vidros, desde que não tenham tido contato com áreas de atendimento de 
pacientes, com o objetivo de proteger o meio ambiente, conservar os recursos da natureza, diminuir o 
volume dos resíduos e aumentar a vida útil dos aterros sanitários.
Estudaremos de maneira resumida cada um dos tratamentos aplicados aos resíduos de serviços de 
saúde atualmente (PHILIPPI JR., 2005):
• Desinfecção química
É um processo em que os RSS são submetidos à ação de substâncias químicas para a destruição de 
agentes infecciosos. Os resíduos líquidos resultantes desse processo podem ser despejados em sistemas 
de esgoto e os resíduos sólidos secos dispostos em aterro sanitário. No entanto, as recomendaçõespara 
seu uso referem‑se mais à desinfecção de utensílios e superfícies do que de resíduos, sendo necessário um 
monitoramento de cada lote dos produtos utilizados para maior garantia. O maior inconveniente é que 
esse processo deixa resíduos tão ou mais perigosos para o meio ambiente do que antes do tratamento.
• Esterilização a vapor (em autoclave)
É um método de tratamento amplamente utilizado para descontaminação de resíduos microbiológicos 
e outros de laboratórios antes da disposição final. Como é um processo que deve permitir a penetração 
de vapor e condução de calor por toda a massa a ser esterilizada para ser eficiente, torna‑se impróprio 
para o tratamento de grandes volumes de resíduos pela espessura e estado físico do RSS.
O uso de autoclave exige desenvolvimento de uma tecnologia razoavelmente sofisticada, que precisa 
de treinamento para ser operada. Os resíduos devem ir para aterros sanitários e jamais reciclados, pois 
não há garantia de destruição dos organismos patogênicos.
• Esterilização por gases
Trata‑se de um processo que consiste na injeção de um agente químico, sob a forma de gás, numa 
câmara fechada. Comumente têm sido utilizados óxido de etileno e formaldeído. Admite‑se o uso de 
gases no tratamento de resíduos de serviços de saúde, porém lembrando os efeitos cancerígenos ligados 
ao óxido de etileno. Devido a esses riscos, é um método que requer uma estrutura especial do serviço 
para sua utilização e os serviços devem seguir as recomendações legais específicas.
• Inativação térmica
É um processo de aquecimento do resíduo em temperaturas que destroem grandes volumes de 
resíduos líquidos, que são colocados sobre uma chama, em temperaturas predeterminadas, por um 
período de tempo específico. É um método muito utilizado em indústrias, mas não muito difundido no 
Brasil, sendo semelhante ao sistema de esterilização por vapor.
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Unidade I
• Incineração
A incineração é o método mais utilizado nas últimas décadas, sendo preconizado até recentemente 
como o mais adequado para assegurar a eliminação de microrganismos patogênicos presentes na 
massa de resíduos infectantes do grupo A, desde que atendidas as necessidades de projeto e operação 
adequadas ao controle do processo.
Uma de suas vantagens é quanto à intensa redução do volume (cerca de 90%) e peso (15%), além 
da descaracterização do aspecto inicial dos resíduos. A instalação de um sistema de incineração requer 
um espaço físico bem reduzido em relação à sua capacidade de recepção e pode resultar em quatro 
produtos: gases, destacando‑se as dioxinas e furanos, energia, resíduos sólidos (cinzas e escórias) e 
efluentes líquidos, dependendo do tipo de incinerador.
Como desvantagens, a incineração não elimina totalmente os resíduos e pode emitir gases 
poluentes na atmosfera, como furanos e dioxinas, além de metais pesados, se os equipamentos forem 
inadequadamente projetados e/ou operados. Uma outra desvantagem é a carência de estudos de testes 
de eficiência periódicos para monitorar o sistema.
A possibilidade de emissão de gases nocivos à saúde humana e ambiental é uma das principais 
justificativas de alguns órgãos governamentais e pesquisadores para não optar ou não recomendar a 
incineração de resíduos.
No Brasil, a Portaria nº 53 (BRASIL, 1979b) do Ministério do Interior, que no item VI tornava obrigatória 
a incineração de resíduos de serviços de saúde, teve esse item revogado, por intermédio da Resolução 
nº 6 (CONAMA, 1991), com base nessa inconveniência de operação. Atualmente, a legislação específica 
para esse tema não determina o tipo de tratamento a ser eleito pelos geradores, mas exige que atenda 
às normas de controle da poluição do solo, das águas e do ar. O uso da incineração tem sido reduzido, 
dando espaço à utilização de novas tecnologias para tratamento dos RSS, como micro‑ondas e, mais 
recentemente, tocha de plasma.
• Radiações ionizantes
É uma tecnologia recente para o tratamento dos resíduos de serviços de saúde, que utiliza radiações 
gama a partir do cobalto (Co) 60 e ultravioleta para destruir os micro‑organismos infecciosos. A 
radiação ultravioleta tem sido empregada mais no tratamento de água residuária. É recomendado um 
monitoramento quinzenal com testes bacteriológicos e há no Brasil uma legislação específica.
• Uso de micro‑ondas
A utilização de micro‑ondas para destruir agentes infecciosos tem sido empregada com sucesso em 
alguns serviços de saúde da Europa e foi introduzido no Brasil mais recentemente. Consiste na trituração 
dos resíduos, que são umedecidos com água aquecida entre 90 °C e 150 oC, passando para outra câmara 
em que sofrerão a ação de micro‑ondas, com um tempo de permanência de quinze a trinta minutos.
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Esse processo reduz o volume dos resíduos entre 60% e 90%, deixando‑os descaracterizados. 
Pode oferecer risco ocupacional durante o manuseio dos resíduos, principalmente na etapa inicial de 
trituração, anterior à aplicação de micro‑ondas, embora haja uma expectativa de que se represente uma 
tecnologia que possibilitará a redução de custos e ajudará a controlar a poluição ambiental decorrente 
de outras práticas. É um processo pouco conhecido no Brasil.
• Uso de tocha de plasma
O sistema de plasma pirólise ou plasma térmico é a mais recente tecnologia introduzida para 
o tratamento dos RSS. O processo envolve a introdução de um gás ionizado – nitrogênio, argônio 
ou monóxido de carbono (CO) – que se transforma em tocha de plasma por meio da aplicação de 
energia elétrica, dentro de um forno revestido de sílica, alumina e magnesita para resistir às altíssimas 
temperaturas que são produzidas.
Uma tocha de plasma de 0,2 m de diâmetro por 0,8 m de comprimento, com 500 kW de potência, 
trata cerca de 800 kg de resíduo por hora. Esse sistema necessita ser ligado à corrente elétrica 30 
minutos antes do início do processo. É um método limpo gerador de um produto que, após gaseificado 
a temperaturas em torno de 1600 oC, funde‑se, tornando‑se vitrificado e de extrema dureza, podendo 
ser utilizado em construções ou outros fins. Outra vantagem é a elevada redução de seu volume e a 
não emissão de dioxina. No entanto, essa tecnologia exige alto investimento, sendo ainda necessários 
estudos mais ampliados.
De acordo com a Resolução 283 (CONAMA, 2001), o sistema de destinação final de RSS constitui‑se 
no conjunto das instalações, processos e procedimentos que objetivam a destinação ambientalmente 
adequada dos resíduos, em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes, 
procurando assegurar a proteção ao meio ambiente e à saúde pública.
A disposição final dos RSS deve ser precedida pelo tratamento prévio desses resíduos, dependendo do 
seu potencial de risco, e é de responsabilidade do gerador, embora, historicamente, tenha sido atribuição 
do poder público municipal.
A partir da coleta externa, que transporta os RSS do estabelecimento gerador ao local onde serão 
dispostos, os resíduos de serviços de saúde devem ter como destinação final um aterro sanitário, que 
se constitui em solução aceita por autoridades governamentais e científicas, desde que os resíduos dos 
tipos infecciosos e químicos (grupos A e B) tenham sido submetidos a tratamentos prévios específicos.
4.3 Importância da reciclagem para o meio ambiente
Atualmente, a sociedade encara a reciclagem como uma possibilidade de recuperar resíduos sólidos 
de forma lucrativa, reinserindo o material no circuito de consumo de mercadorias e com ganhos 
ambientais a partir dessa atitude. Infelizmente, numa sociedade capitalista, o principal objetivo é a 
obtenção de lucro. A preservação ambiental ainda está em segundo plano. Vivemos numa realidade 
contraditória: como preservar a natureza e ao mesmo tempo estimular o consumo?
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A separação do material reciclado no lixo é feita por catadores que trabalham em lixões ou nas ruas 
coletando resíduos. Isso mostra o alto grau de exclusão dessa parcela da população, que é obrigada 
a trabalhar em condições sub‑humanas para obtenção de seu sustento. O trabalho dos catadores de 
lixo faz parte de uma engrenagem ampla e complexa do sistema produtivo da reciclagem. O catador 
de material para reciclagem é extremamente importante para o processo, mas trabalha em condições 
precárias e seus ganhos não são suficientes para garantir a sua sobrevivência (LEAL et al., 2002).
A reciclagem é vista como uma ação benéfica ao meio ambiente, pois ajuda a diminuir os danos 
causados pelo homem ao ambiente, aproveita parte do resíduo sólido doméstico e, ainda, colabora com 
a solução de problemas urbanos como a destinação do lixo, não sobrecarregando os aterros sanitários. 
Contudo, ela é extremamente lucrativa para quem controla parte da reindustrialização de resíduos 
sólidos recicláveis, transformando‑os em matéria‑prima novamente.
A ideia da reciclagem deve beneficiar a preservação de alguns recursos naturais que seriam gastos 
na fabricação de produtos novos. Contudo, a reintrodução dos resíduos sólidos no sistema produtivo 
da economia, quando realizada em grande escala, traz benefícios à natureza, mas este não é o objetivo 
principal, mas sim a geração de lucro com a economia de matéria‑prima reciclada, muito mais barata 
que a matéria‑prima virgem. Não são todos os resíduos recicláveis que chamam a atenção das empresas 
recicladoras; elas só investem naqueles materiais que têm lucro garantido, usando os mesmos métodos 
que fundamentam e dirigem qualquer atividade industrial que faz parte do capitalismo. A indústria da 
reciclagem usa o pretexto da importância de proteger a natureza, valorizando os seus produtos pelo 
fato de serem reciclados ou que podem ser reciclados.
A reciclagem é vista de forma distorcida pela sociedade, pois o indivíduo pensa que ele pode ser 
beneficiado diretamente, participando do processo como agente ambiental, e esse tipo de atitude é 
reforçado pela mídia.
Somente os materiais que apresentam baixo custo, grande disponibilidade e um mercado consumidor 
garantido recebem investimento e atenção da indústria da reciclagem. A importância do beneficiamento 
ambiental é uma consequência e pode ser usada como marketing. Dessa forma, se o papel é reciclado, 
é um negócio garantido; se é um outro material que não dá lucro, o melhor é destiná‑lo ao aterro 
sanitário. É com esse pensamento que os resíduos sólidos recicláveis retornam ao processo produtivo, 
resgatando o valor daquilo que era considerado inútil.
O sistema da reciclagem é composto pelos catadores, pelos intermediários, que acumulam uma 
quantidade maior de material para revenda, e pelas indústrias de reciclagem. Esse sistema acontece nos 
grandes centros urbanos, principalmente em países com alto grau de pobreza e desemprego. Os centros 
urbanos são locais de alto consumo de produtos e geração de resíduos sólidos, que podem ser reciclados 
se descartados em grandes quantidades. Assim, indivíduos vivendo em condições de miséria, sem amparo, 
veem‑se obrigados a coletar o material reciclável do lixo e vendê‑lo como forma de sobrevivência.
Podemos perceber um incentivo em aumentar a produção e estimular o consumo, característica do 
sistema capitalista. Como resultado, observa‑se a geração de grande quantidade de lixo nos centros 
urbanos. Os catadores que trabalham nos lixões, ou perambulando pela cidade recolhendo material 
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reciclável, não recolhem lixo, mas sim uma mercadoria dentro de um determinado contexto social, que 
é vendida para o intermediário e, em seguida, vendida para a indústria.
A lata, o ferro, o papel e o alumínio são materiais potencialmente recicláveis. Mesmo após virarem 
lixo, ainda carregam a síntese do trabalho humano, organizado sob um sistema produtivo de mercadorias 
e composto por várias etapas e utilização de matérias‑primas e outras muitas ações socialmente 
necessárias para formar o produto final.
No Brasil, o processo de reciclagem explora, em grande parte, uma massa de trabalhadores 
miseráveis, que são obrigados, por questões sociais e econômicas, a tirarem o seu sustento do lixo. Um 
fato interessante é que nunca são apresentadas as porcentagens de aumento dos resíduos recicláveis 
anualmente. Sabemos que esse aumento não tem relação com o aumento da conscientização da 
população em relação à geração e destinação do lixo (LEAL et al., 2002).
Não é novidade que o lixo é um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Ele tem o seu 
lugar nos programas de educação nas escolas, mas o entendimento dessa questão tem que ser feito 
integrando questões econômicas, sociais, políticas e ambientais. Assim, formulou‑se a chamada política 
dos 3 Rs, que se baseia em técnicas e meios para enfrentarmos a questão do lixo.
A educação ambiental reducionista, tentando resolver o problema local do lixo, torna a reciclagem 
uma ação final, ao invés de considerar o tema como gerador de um questionamento de causas e 
consequências da problemática do lixo, levando a discussões alienadas apenas dos aspectos técnicos da 
reciclagem e fugindo da dimensão política (LAYRARGUES, 2002).
A discussão levantada pela educação ambiental não ajuda na formação da cidadania, pois não existe 
uma ação coletiva pública para implementação de alternativas para o tratamento dos resíduos sólidos 
urbanos. O lixo ainda não se tornou uma questão que mereça políticas públicas, assim como alguns 
movimentos sociais. Nem mesmo as cooperativas de catadores de lixo conseguiram transformar essa 
atividade em política pública. O volume de resíduos sólidos cresce a cada dia e os problemas gerados 
podem ser divididos em cinco categorias: saúde pública, custos de recolhimento e processamento, 
estética, ocupação de espaço em depósitos de lixo e esgotamento dos recursos naturais. A principal 
discussão do tema recai sobre a coleta seletiva do lixo como uma alternativa para o tratamento dos 
resíduos, baseando‑se na atual lotação dos depósitos de lixo e nas dificuldades encontradas pelas 
prefeituras na destinação final do lixo. Vários problemas políticos tornam a coleta tradicional cada vez 
mais cara, favorecendo o surgimento da coleta seletiva, que utiliza como incentivo evitar a possibilidade 
de esgotamento de recursos naturais não renováveis, principalmente os recursos minerais, que podem 
impactar na extinção de alguns materiais a curto prazo.
A sociedade atualmente encara a reciclagem da seguinte forma:
A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia do 
destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que podem ser 
reciclados. Com isso, dois objetivos importantes são alcançados. Por um lado, 
a vida útil dos aterros sanitários é prolongada e o meio ambiente é menos 
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contaminado. Por outro lado, o uso de matéria‑prima reciclável diminui a 
extração dos nossos tesouros naturais. Uma lata velha que se transforma 
em uma lata nova é muito melhor que uma lata a mais. E de lata em lata o 
planeta vai virando um lixão [...] (LAYRARGUES, 2002, p. 2).
Fazendo uma análise do discurso ambiental do governo brasileiro, existem duas vertentes sobre 
os problemas ambientais: a primeira é o discurso ecológico oficial, determinado pelo ambientalismo 
governamental, e tem a função de manter os valores culturais da sociedade; a segunda é o discurso 
ecológico alternativo, que é ecológico realmente e tem a função de promover os valores que nem 
sempre vão de acordo com os interesses sociais e econômicos instituídos. Os empresários brasileiros 
possuem a mesma postura do governo,pois divulgam a dominação ideológica, impedindo qualquer 
ação fora dos interesses empresariais e governamentais.
Devemos salientar que o ambientalismo alternativo é contrário ao oficial. Assim, cada ideologia 
possui uma determinada visão dos problemas relacionados ao lixo, uma determinada interpretação 
da política dos 3 Rs e, para a educação ambiental, cada ideologia crê num conjunto de proposições 
pedagógicas de acordo com seus interesses.
As mazelas do lixo são um problema cultural, consequência do consumismo selvagem, que é um dos 
alvos da crítica à sociedade atual para o ambientalismo alternativo. O consumismo tornou‑se um fator 
expressivo da crítica quando se fala de um ambiente sustentável. Nesse contexto, o sistema de produção 
e a economia visam aumentar o consumo. Essa sequência de acontecimentos passou a ser vista como 
sinônimo de qualidade de vida. Por outro lado, o consumismo também pode ser visto como causa de 
muitos problemas ambientais e, logo, não poderia mais ser interpretado como sinônimo de bem‑estar.
Os cidadãos são induzidos a consumir bens materiais sem necessidade, que se tornam obsoletos 
em poucos meses. Isso é ainda mais acentuado quando falamos dos eletrodomésticos. Por exemplo, os 
eletrodomésticos fabricados na década de 1950 eram muito mais resistentes e passíveis de manutenção 
do que os fabricados atualmente, pois tinham o objetivo de durar e não quebravam facilmente; se 
quebrassem, seu conserto tinha um custo viável, o que também não ocorre mais. Assim, é importante 
eliminarmos a obsolescência planejada para conseguirmos minimizar os resíduos. Fabricar um refrigerador 
planejando uma vida útil de doze anos ao invés de oito significa ter 1/3 de refrigeradores a menos sendo 
descartados no mesmo período de tempo.
O mercado capitalista cria demandas artificiais por meio de propaganda, estimulando os consumidores 
a comprarem produtos novos, mesmo quando os antigos ainda estão funcionando perfeitamente bem, 
induzindo a ilusão de que o produto ficou obsoleto. Notamos que a vida útil dos produtos está cada vez 
menor, pois ocorre uma união entre a obsolescência planejada e a criação de demandas artificiais no 
mercado capitalista. A moda e a propaganda nos levam a um desvio da função primária dos bens. Nos 
dias de hoje, a obsolescência planejada e a descartabilidade dos produtos são elementos essenciais para 
um estilo de produção que estimula o consumismo selvagem (LAYRARGUES, 2002).
Assim, dentro de uma sociedade consumista, a redução de gastos é a alternativa possível, permitindo 
mudar a devoção pelo consumo e buscando outros valores, por exemplo, a educação. Entretanto, 
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numa sociedade materialista e consumista ao extremo, a simplicidade é vista como privação, sacrifício, 
renúncia, já que a aquisição de bens materiais é tida como a felicidade conquistada com o consumo. 
A sociedade moderna está contaminada pelo consumismo e tudo nos faz acreditar que diminuir o 
consumo é doloroso, pois precisamos mudar os valores que já estão enraizados.
A Teoria dos 3 Rs, na filosofia ecológica alternativa, incentiva uma sequência lógica que deve ser 
seguida: a redução do consumo deve ser prioridade quando comparada à reutilização e reciclagem; 
em seguida, a reutilização deve ser prioridade em cima da reciclagem. Reutilizar deve ter relevância 
equivalente à redução do consumo. Já a filosofia ecológica oficial prega que o problema do lixo é uma 
questão de ordem técnica, e não cultural. Os ideais sobre o consumismo são publicados na Agenda 21, 
que determina que o consumo atualmente é insustentável.
Segundo Layrargues (2002), é importante entender as diferenças entre as duas filosofias: a alternativa 
é subversiva e radical, mas a oficial é conservadora e moderada na forma como classifica o consumo em 
insustentável, afirmando que possa existir uma maneira sustentável de consumir.
O consumo sustentável torna‑se uma alternativa viável quando associado à reciclagem com as 
tecnologias limpas e eficientes. Atualmente, podemos criticar a filosofia oficial, pois já existem sociedades 
que possuem um consumo sustentável. Entretanto, o consumismo ainda não pode ser criticado, pois a 
diminuição do consumo é perigosa para a economia.
Para a filosofia oficial, o maior problema é o consumo insustentável, e não o consumismo. Essa 
filosofia não aceita a redução do consumo. A reciclagem serve para transformar o consumo insustentável 
em sustentável.
Dessa forma, pode‑se interpretar a teoria dos 3 Rs de duas maneiras: a primeira leva em consideração 
a redução e reutilização e mostra‑se como um projeto político‑ideológico progressista; a segunda 
ressalta a reciclagem e mostra‑se como um projeto liberal. Se a Agenda 21 não considera o consumismo 
um problema, tampouco estimula a redução do consumo no seu texto. Sendo essa cultura o alvo da 
alteração de comportamento, enfatizada na filosofia ecológica alternativa, a reciclagem mostra‑se 
contraditória em relação à diminuição do consumo e à reutilização, mas essa ideia não traz ameaças 
para o sistema dominante uma vez que não questiona o consumismo.
O Clube de Roma (MEADOWS; MEADOWS; RANDERS, 1992) já admitia que o aumento da vida útil 
dos produtos, a redução da obsolescência planejada, o conserto dos produtos quebrados e a reutilização 
de produtos descartados são maneiras extremamente mais eficientes que a reciclagem, pois necessitam 
de menos energia para a transformação. Aumentar a vida útil de bens para o dobro significa reduzir o 
consumo de energia, o resíduo e a poluição gerada.
Assim, a filosofia ecológica oficial altera a ordem de prioridade da política dos 3 Rs: dando importância 
máxima à reciclagem e minimizando a redução do consumo. Contudo, para não criar uma lacuna, 
transforma a relevância da redução de consumo em desperdício e continua o discurso quando incorpora 
o interesse na reutilização, mas sem grande interesse (LAYRARGUES, 2002).
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A Política dos 3 Rs dá prioridade à filosofia ecológica oficial, transformando‑se numa prática de 
comportamento, e não de reflexão, pois diminui a política da reciclagem.
A reciclagem, além de permitir o aumento da vida útil dos produtos, ainda incentiva a proteção 
ambiental. Segundo Layrargues (2002), para que a reciclagem seja considerada uma solução viável 
e real das mazelas ambientais da indústria, ela precisa estar baseada na educação para gerar novos 
comportamentos mais adequados diante dos resíduos, incentivando uma disposição correta do lixo, 
facilitando sua triagem e, em seguida, a reciclagem.
A função dessas ideias para o ambientalismo alternativo é anestesiar a sociedade, pois a população 
enxerga com ingenuidade o papel da reciclagem, que é interpretada como uma conquista gradual, sem 
notar a inativação do poder crítico da ideologia contra‑hegemônica. Nesse contexto, podemos entender 
a importância da reciclagem nos programas de coleta seletiva de lixo como uma alternativa que é muito 
bem vista no modelo econômico atual. Da mesma forma, sua implantação não tem trazido soluções 
definitivas, pois poderia causar prejuízos aos representantes da ideologia hegemônica.
A reciclagem pode provocar um efeito ilusório e calmante na população, que começa a consumir 
mais, especialmente descartáveis, pois podem ser reciclados e, logo, são considerados ecológicos. As 
indústrias que usam símbolos indicando que o produto é reciclável induzem os consumidores à ideia de 
reciclabilidade infinita, além de criar a suposição de que a embalagem é fundamentalmente ecológica, 
quando, na verdade, o símbolo se transforma no promotor da descartabilidade, reforçando o ato de 
consumir (LAYRARGUES, 2002).
Esse processo é conhecido como compensação do risco e pode acontecer quando um risco passa a ser 
controlado e aceitamos um outrorisco. Se o consumismo leva a um impacto ambiental para os cidadãos 
devido à exploração predatória do meio ambiente e ao preenchimento dos depósitos de lixo, é possível 
encontrar mecanismos que dirigem esse risco, o que pode ser chamado de reciclabilidade. Ao invés de 
diminuirmos o consumo, aproveitamos a oportunidade de manter nosso padrão de vida, pois o risco 
foi controlado, e a reciclagem torna‑se uma função de compensação do consumo. Acreditamos numa 
falsa segurança: a reciclagem promove a sensação de estarmos adotando um comportamento correto 
ambientalmente, contribuindo com a solução do problema, mas, apenas, estimulam‑se as estratégias de 
distribuição desigual de renda (LAYRARGUES, 2002).
Em 1991, a Latasa iniciou o Programa Permanente para Reciclagem da Lata de Alumínio e os índices 
de reciclagem aumentaram: em 1991, 37% (4.500 toneladas) das latas de alumínio foram recicladas; 
em 1999, a porcentagem aumentou para 73%. A cada tonelada de alumínio reaproveitada, deixamos 
de consumir cinco toneladas de bauxita. Assim, a proporção de 1:5 torna‑se significativa. Mas o foco 
principal se refere ao esgotamento do minério bauxita e precisamos estudar a influência da reciclagem 
em suas reservas mundiais. As 86.409 toneladas de latas de alumínio brasileiras recicladas em 1999 
propiciaram a economia de 432.045 toneladas de bauxita, o que significa que 0,0179% das reservas 
no Brasil e 0,0138% das reservas mundiais foram economizadas. Na verdade, esses números são 
insignificantes, pois as latas de alumínio recicladas somam cerca de 327.4 mil toneladas. Dessa forma, 
aproximadamente 1.637 mil toneladas de bauxita não foram extraídas pelo Brasil, proporcionando uma 
economia de 0,052% das reservas mundiais (LAYRARGUES, 2002).
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O Brasil não deixou de explorar a bauxita, nem reduziu sua produção de alumínio, mesmo levando 
em consideração a reciclagem. O investimento na produção de alumínio depende da necessidade interna 
ou externa. A produção de alumínio e de aço depende da economia do país: à medida que ela cresce, a 
necessidade de alumínio aumenta, e o extrativismo de bauxita vai continuar suprindo a demanda.
Sabemos que o alumínio, juntamente com o ferro, é o metal mais abundante existente na Terra. Os 
dois metais são considerados praticamente ilimitados, estimando‑se cerca de 222 anos de exploração 
das reservas mundiais de bauxita. Contudo, nos últimos 50 anos, foram usados mais minerais do que em 
toda a história da humanidade e muitas minas poderão se esgotar nos próximos anos.
Pouco ouvimos falar da reciclagem de outros metais e suas jazidas podem durar bem menos. Se 
existisse uma preocupação genuína com o esgotamento dos recursos naturais não renováveis, seria mais 
sensato um esforço empresarial intensivo nessa direção.
Uma alternativa para criação de renda no país foi a coleta seletiva de lata de alumínio. A renda 
dos catadores de lixo em alguns casos é maior que o salário mínimo. Assim, aproximadamente 150 mil 
catadores de lixo vivem da venda das latas de alumínio para reciclagem e são responsáveis por 50% do 
suprimento de sucata de alumínio para a indústria de reciclagem (LAYRARGUES, 2002).
Os catadores e sucateiros são operários terceirizados da indústria de reciclagem, mas sem terem seus 
direitos trabalhistas pagos. A indústria coloca preços mínimos à sucata, visando apenas ao seu lucro. Isso 
acontece porque os catadores de lixo não têm escolha e vendem sua sucata apenas para uma empresa, a 
Latasa, que controla os preços da sucata e das latas recicladas. Desse modo, oficializa‑se a exploração do 
trabalho dos sucateiros pelo capital de forma selvagem, ressaltando um dos mecanismos responsáveis 
pela má distribuição de renda no país.
A partir do material reciclado, a produção de uma tonelada de alumínio pode economizar 
aproximadamente 95% de energia, com cerca de 17.600 kWh. Podemos fabricar somente uma lata de 
bebida com a utilização de alumínio extraído de uma determinada quantidade de bauxita, já com a 
mesma quantidade de alumínio reciclado, podemos fabricar 20 latas de bebidas.
Se considerarmos que 20 toneladas de lixo são produzidas pela exploração de recursos naturais e 
5 toneladas de lixo são geradas na fabricação do produto, acredita‑se que o metabolismo industrial 
americano é muito eficiente em produzir lixo, visto que 99,7% dos recursos naturais extraídos viram lixo 
sem qualquer possibilidade de reúso ou reciclagem.
O R da reciclagem foi valorizado pela filosofia ecológica oficial para torná‑lo um ato ecológico, retirando 
a função social, mas garantindo que as latas de alumínio retornem para a indústria. Assim, elimina‑se a 
etapa da coleta dos catadores fazendo um pacto com o consumidor e promovendo a sua adesão voluntária 
à coleta seletiva. Assumindo a reciclagem como uma ação ecológica, o consumidor, bem cheio de boas 
intenções, não tem conhecimento, mas agrava um problema social (LAYRARGUES, 2002).
Valorizando o papel da reciclagem com o aspecto ambiental, a sucata ganha um valor simbólico de 
proteção ambiental, mas ao mesmo tempo camufla o verdadeiro valor comercial do produto.
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Nem tudo o que pode sofrer reciclagem será necessariamente reciclado. O papel é o produto 
reciclável mais presente no lixo no Brasil e o segundo mais valioso economicamente. Cerca de 35% do 
papel produzido no país são reciclados, o que equivale a aproximadamente a metade da quantidade de 
alumínio reciclado registrado no país.
O papel representa 39% do volume de lixo produzido no Brasil. Esse volume é superior ao volume 
das latas de alumínio, mas não existe para o papel a mesma estrutura de reciclagem. Não existe a 
mesma consciência ecológica para evitar a derrubada de árvores do mesmo modo como existe para 
o esgotamento da bauxita. Os interesses econômicos da indústria de reciclagem são mascarados por 
justificativas ambientais ao promover a reciclagem de alumínio, associando essa ação à melhoria da 
qualidade ambiental. Com isso, há a ilusão de ser uma atividade ecológica, que fornecerá uma solução 
para um problema ambiental, mas na verdade o barateamento da matéria‑prima é o principal interesse.
Sem políticas públicas apropriadas, a reciclagem é apenas mais uma atividade econômica como 
qualquer outra. Entretanto, isso é omitido no discurso oficial, camuflando o interesse econômico com a 
questão ambiental, pois caso o meio ambiente fosse o motivo central para essa ação, talvez a reciclagem 
de latas alumínio não fosse a mesma.
Verificamos que não foi uma mineradora de bauxita que teve a iniciativa da reciclagem da lata de 
alumínio, mas a empresa que produz embalagens de alumínio. Entendemos que a mineradora não tem 
interesse na diminuição da exploração de alumínio, pois isso provocaria uma redução em seus lucros. 
Por outro lado, uma empresa que produz latas de alumínio tem enorme interesse em reduzir custos de 
produção e, se a conservação ambiental for compatível com essa ação, melhor.
Para a resolução dos problemas ambientais, a reciclagem tem pouco significado. Contudo, isso não 
quer dizer que essa ideia deva ser abandonada, mas mostra o desafio que temos pela frente. Podemos 
ressaltar que a destinação do lixo necessita de políticas públicas que são essenciais para otimizar o 
metabolismo industrial e não promover a exploração do trabalho pelo lucro.
 Resumo
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi estabelecida a partir 
da Lei nº 6.938 e foi um marco na evolução da gestão ambiental no Brasil. 
A PNMA foi escrita a partir de uma reflexão crítica sobre muitos pontos de 
vista e várias características importantes na evolução da gestão ambiental 
praticada no país por muitas décadas.
Equacionar os problemas ambientais tem sido a função mais imediata da 
gestão ambiental. No entanto, essa percepçãoestaria mais associada a uma 
atuação reativa e a uma ação mais pragmática. Isso não foi considerado 
um equacionamento satisfatório dos problemas ambientais. Tais problemas 
necessitam de uma atuação mais preventiva com ações direcionadas para 
os fatores determinantes causadores da problemática ambiental.
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Os impactos ambientais normalmente se manifestam ou são identificados 
dependendo das alterações no meio ambiente ou de situações indesejáveis da 
qualidade ou das condições ambientais. Dessa forma, o processo de geração dos 
impactos ambientais ocorre mediante as seguintes ações: as demandas sociais 
movidas pelas necessidades e as aspirações da sociedade, que levam à condução 
de determinadas intervenções que constituem o conjunto de atividades sociais 
e econômicas para a produção de bens e serviços.
A efetivação da gestão ambiental consiste na condução harmoniosa dos 
diversos processos de intervenções humanas, visando à sustentabilidade do 
desenvolvimento.
Os resíduos podem ser classificados levando em consideração a sua 
origem em resíduos industriais, urbanos, de serviços de saúde, de portos, 
de aeroportos, de terminais rodoviários e ferroviários, agrícolas, radioativos 
e entulho.
Devemos salientar que para que um sistema de gestão de resíduos 
funcione corretamente, não é suficiente que possua apenas um sistema 
de destinação final adequado; várias ações prévias devem ser implantadas 
para que a destinação do lixo seja considerada adequada. Podemos citar 
como exemplo a separação dos resíduos e a coleta seletiva, viabilizando seu 
encaminhamento para processos de reciclagem.
A reciclagem é vista como uma ação benéfica ao meio ambiente, pois 
ajuda a diminuir os danos causados pelo homem, aproveitando parte do 
resíduo sólido doméstico. Ainda, colabora com a solução de problemas 
urbanos como a destinação do lixo, não sobrecarregando os aterros 
sanitários. A reciclagem é extremamente lucrativa para quem controla 
parte dessa cadeia produtiva, pois a reindustrialização de resíduos sólidos 
recicláveis transforma‑os em matéria‑prima novamente.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2014) O nível de eutrofização de um corpo d’água está relacionado ao uso e à 
ocupação do solo na bacia hidrográfica. A contribuição da ação antrópica com o aporte de nitrogênio 
e fósforo aos mananciais tem trazido, como decorrência, elevação nas populações de algas e plantas. 
Conforme a capacidade de assimilação do corpo d’água, a população de algas pode atingir valores elevados, 
principalmente em períodos de insolação (energia luminosa para a fotossíntese). As superpopulações 
de algas formam uma camada superficial que impede a penetração da energia luminosa nas camadas 
inferiores do corpo d’água, o que traz uma série de problemas.
Fonte: VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. DESA‑UFMG, 1996 (adaptado).
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Unidade I
A partir do que foi apresentado nesse fragmento de texto, avalie as seguintes afirmativas:
I – Entre as estratégias para atenuar o processo de eutrofização, pode‑se citar: aeração dos corpos 
hídricos, sombreamento, remoção de macrófitas e algas.
II – A sedimentação da matéria orgânica e a reduzida penetração do oxigênio provocam predominância 
de condições aeróbicas no fundo do corpo d’água, devido à atividade fotossintética das algas.
III – Os esgotos domésticos contêm nitrogênio e fósforo, presentes nas fezes e urina, nos restos de 
alimentos, nos detergentes e em outros subprodutos das atividades humanas, o que torna a contribuição 
do nitrogênio e fósforo provenientes dos esgotos superior à originada da drenagem urbana.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o processo de eutrofização esgota o oxigênio dos corpos d’água, pois a superfície da 
água é coberta por algas e plantas impedindo a penetração da luz. A remoção de plantas e algas da 
superfície e aeração reconstituem a oxigenação da água.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a sedimentação de matéria orgânica e a reduzida penetração de oxigênio causam 
predominância de condições anaeróbicas.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: o nitrogênio e o fósforo encontrados nas fezes originam‑se da quebra das proteínas 
que consumimos. São os maiores nutrientes de algas e plantas aquáticas que acabam se proliferando 
desordenadamente pelo excesso de esgoto sem tratamento liberado nos corpos de água.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Questão 2. (Enade 2013) Em agosto de 2010, foi publicada a Lei nº 12.305, que institui a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre 
as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos.
Acerca desse assunto, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS):
A) Faculta a atribuição de responsabilidade técnica em suas etapas de elaboração, implementação, 
operacionalização, monitoramento e controle da disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos.
B) Permite o lançamento de resíduos sólidos in natura a céu aberto, desde que essa forma de 
disposição final seja prevista e descrita no plano original.
C) Requer a apresentação de documentação de passivos ambientais apenas quando houver o 
gerenciamento de resíduos.
D) Dispensa a apresentação de ações preventivas e corretivas relacionadas a acidentes de trabalho, 
pois esta é uma competência do setor de segurança do trabalho.
E) Deve contemplar diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, bem como volume 
e caracterização de resíduos.
Resolução desta questão na plataforma.
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Unidade II
5 COMPROMISSOS MUNDIAIS
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) – Rio‑92 
aconteceu no Rio de Janeiro, entre 3 e 14 de junho de 1992. Mais de 100 chefes de estado se reuniram 
para discutir um desenvolvimento econômico que não causasse danos ao meio ambiente.
A Rio‑92 discutiu o desenvolvimento sustentável de forma a aumentar a conscientização dos povos 
de que os países desenvolvidos são responsáveis pela maior parte da poluição mundial. Os países em 
desenvolvimento deveriam ter ajuda financeira para atingir o desenvolvimento sustentável.
A Rio‑92, também chamada de Cúpula da Terra, tinha o mesmo objetivo da Conferência de Estocolmo, 
realizada em 1972. Vinte anos depois, estratégias para reduzir a degradação ambiental e preservar o ambiente 
para as gerações futuras ainda estavam sendo discutidas. O objetivo central era promover o desenvolvimento 
sustentável, utilizando a educação ambiental como principal ferramenta para conscientizar a população de 
que era necessário modificar o estilo de vida, consumindo menos, desperdiçando menos recursos naturais e 
procurando manter o equilíbrio ecológico. Naquele momento, os representantes de governo concordaram 
com a importância da questão ambiental. As discussões resultaram nos seguintes documentos:
• Agenda 21;
• Convenção da Biodiversidade;
• Convenção das Mudanças Climáticas;
• Declaração de Princípios sobre Florestas;
• Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
• Carta da Terra.
A Carta da Terra trata dos princípios fundamentais para o desenvolvimento sustentável, visando a 
uma sociedade justa. Tem como objetivo estimular a responsabilidade individual e coletiva em relação 
às questões ambientais que estão intimamente ligadas ao bem‑estar e à qualidade de vida das gerações 
atuais efuturas. Reconhece que a questão ambiental não pode ser tratada isoladamente, mas precisa 
estar dentro do contexto social, econômico e político.
A Carta da Terra levou mais de dez anos para ser concluída. Ela foi elaborada num proceso participativo de 
iniciativa das Nações Unidas e teve a adesão de 4.500 organizações. A redação da Carta da Terra envolveu o 
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processo mais participativo associado à criação de uma declaração internacional. Esse processo é a fonte básica 
de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimidade do documento foi fortalecida pelo alto índice 
de adesão das organizações, que incluem vários organismos governamentais e organizações internacionais.
A Carta da Terra foi baseada em quatro princípios fundamentais que visam fomentar um modelo de 
desenvolvimento sustentável de forma ética:
• respeitar e cuidar da comunidade de vida;
• integridade ecológica;
• justiça social e econômica;
• democracia, não violência e paz.
A carta mostra valores globais e uma declaração que pode ser utilizada pelos povos de todas as 
religiões, culturas e raças. Além disso, promove valores que já foram publicados em outros documentos 
e que devem servir de guia para ações dos cidadãos para melhoria da qualidade de vida.
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Carta da Terra na íntegra:
A CARTA da Terra. 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso em: 8. out. 2014.
A Convenção da Biodiversidade garante que os recursos naturais sejam usados de forma racional, 
sem desperdícios. Esse documento deve ser aprovado pelo Congresso Nacional de cada país participante. 
No Brasil, ele entrou em vigor em 1993 visando à conservação do meio ambiente, ao uso sustentável de 
seus recursos e à divisão equilibrada de seus benefícios para a sociedade. Ao todo, 168 países assinaram 
o documento, comprometendo‑se em respeitar o acordo. Os Estados Unidos levaram mais de um ano 
para assinar o documento, alegando que traria prejuízos econômicos (MARTINS, 2012; BRASIL, 2000).
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Convenção sobre Diversidade Biológica 
na íntegra:
BRASIL. Convenção sobre diversidade biológica. Brasília, 2000. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/cdbport_ 
72.pdf>. Acesso em: 13 out. 2015.
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A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contém 27 princípios que reforçam a 
Declaração da Conferência de Estocolmo, em 1972. O documento promove o ativismo ambiental.
Cada país tem o direito de explorar os recursos naturais dentro do seu território com responsabilidade, 
estabelecendo políticas de conservação ambiental e sustentabilidade. O documento foi assinado em 12 
de agosto de 1992 (MARTINS, 2012; BRASIL, 1992b).
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento na íntegra:
BRASIL. Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento. 
Brasília, 1992b. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/
documentos/convs/decl_rio92.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
A Convenção do Clima foi um tratado internacional estabelecido durante a Rio‑92. Tinha como 
objetivo propor a redução da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera para evitar 
alterações no clima.
A convenção só começou a vigorar em 1994. Os países responsáveis pelas maiores emissões deveriam 
ter a maior redução. A partir dessa convenção, muitos documentos importantes foram elaborados, entre 
eles o protocolo de Quioto (MARTINS, 2012; BRASIL, [s.d.]a).
 Saiba mais
Para mais informações, leia o documento Convenção do Clima na 
íntegra acessando:
BRASIL. Protocolo de Quioto. Brasília, [s.d.]b. Disponível em: <http://
www.mct.gov.br/upd_blob/0012/12425.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
A Agenda 21 foi o documento mais importante gerado na Rio‑92. Nele, foi estabelecido um plano de 
ação mundial para o desenvolvimento sustentável, considerando a proteção ambiental e a justiça social e 
econômica. O documento foi dividido em 40 capítulos, que tratam dos seguintes temas (BRASIL, 1992a):
• Dimensões econômicas e sociais – promover o desenvolvimento sustentável nos países em 
desenvolvimento, focando em estratégias de diminuição da pobreza, da miséria e alterações 
nos padrões de consumo, além do controle do crescimento populacional. Em suma, promove o 
aumento da qualidade de vida dos países.
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• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – promove a conservação do ar, 
do solo, dos mares, da água doce, das matas, e da biodiversidade. Estabelece ações que promovam a 
melhoria dos níveis de educação da mulher, assim como a sua participação em todas as atividades 
que levem ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Foram ainda discutidas medidas de proteção 
da juventude e dos povos indígenas.
• Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas – leva em 
consideração mecanismos econômicos e jurídicos internacionais, assim como a produção e a 
oferta de tecnologias ecologicamente corretas para a promoção do desenvolvimento sustentável 
a partir da educação e da construção de uma consciência ambiental.
Foi aprovada por todos os países participantes da CNUMAD. Gerou a criação da Comissão 
de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas (Ecosoc). A CDS tem como objetivo acompanhar os países na elaboração e implementação 
das agendas nacionais. Somente a China elaborou sua agenda nacional e já deu início à sua 
implantação. A Agenda 21 é um poderoso instrumento para estabelecer um novo paradigma de 
desenvolvimento, levando em consideração o respeito à natureza, buscando um equilíbrio entre o 
desenvolvimento econômico e a preservação da natureza, e garantindo, assim, a qualidade de vida 
para os povos. A Agenda 21 teve grande importância política para o estabelecimento de um novo 
modelo de desenvolvimento.
 Saiba mais
Para mais informações sobre a Agenda 21, acesse:
BRASIL. Agenda 21 Global. Brasília, 1992a. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/responsabil idade‑socioambiental/agenda‑21/
agenda‑21‑global>. Acesso em: 9 out. 2015.
5.1 Protocolo de Quioto
A Conferência de Quioto foi realizada no Japão em 11 de dezembro de 1997. Nela, 38 países 
industrializados concordaram com a diminuição, até 2012, de suas emissões de gases causadores de 
efeito estufa a níveis abaixo dos detectados em 1990. Os Estados Unidos concordaram com 7% de 
redução, a União Europeia, com 8%, e o Japão, com 6%. A maioria dos países precisaria rever suas fontes 
energéticas e os países desenvolvidos teriam alto custo para se adaptar à nova realidade.
Os Estados Unidos decepcionaram ao não fornecerem números objetivos para reduzir a poluição 
em 1997. Bill Clinton, então presidente dos Estados Unidos, anunciou que o país pretendia estabilizar 
as emissões nos níveis de 1990 até o ano de 2012. No entanto, o mundo esperava reduções mais 
acentuadas, devido à condição crítica global causada pelo efeito estufa.
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Assim, os Estados Unidos não submeteram seu desenvolvimento econômico a esse acordo, 
não assinando o protocolo. O Brasil assinou o Protocolo de Quioto em 2002, mesmo sendo um dos 
documentos propostos mais polêmicos. Para cada país foi proposto um índice de redução, com base 
em seu histórico de poluição. Para os países em desenvolvimento, o índice era menor do que para 
os países desenvolvidos. Todos os anos ocorrem reuniões para discutir as regras e dificuldades para a 
implantação do protocolo. Várias cidadesjá sediaram esses encontros, como: Berlim (1995), Genebra 
(1996), Quioto (1997) – adotado o Protocolo de Quioto –, Buenos Aires (1998), Bonn (1999), Haia e 
Bonn (2000), Marrakech (2001), Nova Délhi (2002), Milão (2003), Buenos Aires (2004), Montreal (2005), 
Nairóbi (2006), Bali (2007), ´Poznan (2008), Copenhague (2009), Cancun (2010) e Durban (2011).
5.2 Rio+20
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como 
Rio+20, ocorreu no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho de 2012. Após 20 anos da Rio‑92, o encontro 
teve como objetivo renovar o compromisso político assumido para o desenvolvimento sustentável, 
analisar os progressos e os problemas enfrentados até aquele momento pelos países participantes na 
implementação dos acordos assinados e abordar novos desafios (ORLANDI, 2012).
O encontro gerou um documento de 53 páginas, que foi assinado por 188 países, estabelecendo 
um guia para o desenvolvimento sustentável. Governantes, empresários e membros da sociedade 
apresentaram várias ações para promover o desenvolvimento sustentável, englobando questões sobre 
energia alternativa e transporte. Seriam investidos 50 bilhões de dólares em energia sustentável para 
ajudar 1 bilhão de pessoas.
A população do planeta cresceu 26% entre 1992 e 2011, o que gerou um aumento do consumo. 
A demanda por alimentos aumentou 45% nos últimos 20 anos e a exploração de materiais de fontes 
naturais aumentou 41%. A produção de plástico dobrou e aumentou em 40% a emissão de gases 
poluentes. Se o consumo de recursos naturais continuar crescendo, vamos precisar de mais de três 
planetas em 2050 para atender às necessidades da população (ORLANDI, 2012).
Na conferência foram abordados dois temas: economia verde para o desenvolvimento sustentável e 
a extinção da pobreza; e a estrutura organizacional para o desenvolvimento sustentável.
Se investirmos 2% do PIB mundial em dez setores‑chaves, a economia se tornará mais sustentável. 
Contudo, existe o temor de que os países com menos recursos econômicos teriam que importar 
tecnologia e continuariam “dominados” pelos países ricos.
A sustentabilidade continua sendo um objetivo vital a longo prazo, mas é preciso tornar a economia 
mais verde para chegarmos lá. Talvez o mito mais difundido seja o de que há uma troca inevitável entre 
preservação ambiental e progresso econômico. Agora há evidência substancial de que o “esverdeamento” 
de economias não inibe a criação de riqueza ou oportunidades de emprego (ONU, 2012, p. 9‑10).
Sabemos que a sustentabilidade não está relacionada apenas com o meio ambiente, mas engloba 
também aspectos sociais e econômicos. Como todas as ações relacionadas ao meio ambiente exigem 
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investimentos a curto prazo, mas podem gerar lucro a médio e longo prazo, isso também ocorre com a 
economia verde. A economia verde não é um privilégio dos países desenvolvidos, ela já vem acontecendo 
em vários setores do mundo em desenvolvimento.
No documento final gerado na conferência, os países renovaram seu compromisso com o 
desenvolvimento sustentável e com a promessa de melhoria na qualidade de vida da população, levando 
em consideração os aspectos econômico, social e ambiental e preservando o planeta para as gerações 
atuais e futuras. Os países participantes também reafirmaram os princípios enunciados na Rio‑92 e em 
diversas conferências que aconteceram em seguida sobre desenvolvimento sustentável.
Foram estabelecidas políticas econômicas que serão utilizadas para o desenvolvimento da economia 
verde e, assim, atingir o desenvolvimento sustentável. Nota‑se que o mundo está aprendendo, com o 
compartilhamento de experiências, a viver de maneira mais sustentável.
Os países participantes promoveram um fórum político sobre desenvolvimento sustentável para 
discutir como integrar os aspectos social, econômico e ambiental no desenvolvimento sustentável. 
Concordaram, também, em ampliar o financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (Pnuma) e em financiar o desenvolvimento sustentável para atender aos compromissos 
acordados na Rio‑92. Um comitê formado por 30 especialistas com representação geográfica equitativa 
ficou responsável pela implantação deste projeto até 2014, mas ele ainda não saiu do papel.
Foram adotadas diretrizes para produção e consumo sustentáveis para a próxima década. Um grupo de 
estados foi nomeado para promover medidas necessárias para a implantação do desenvolvimento sustentável.
O documento final da Rio+20 propõe o intercâmbio de informações, o desenvolvimento de 
tecnologias ambientalmente saudáveis e o estabelecimento de mecanismos facilitados de transferência 
de tecnologia.
O Produto Interno Bruto (PIB) não reflete o desenvolvimento de um país nas dimensões social 
e ambiental do desenvolvimento sustentável, assim, serão necessários outros parâmetros para 
complementá‑lo.
Empresas de capital aberto e grandes organizações foram estimuladas a considerar fatores ambientais 
e divulgá‑los em seus relatórios anuais.
Os resultados alcançados na Rio+20 são importantes para ajudar a resolver problemas críticos, 
como o crescimento das emissões de poluentes, que continuam causando as mudanças climáticas e a 
devastação da biodiversidade. O mundo vem enfrentando vários desafios, como (ORLANDI, 2012):
• dois terços dos serviços que a natureza oferece para a humanidade estão em declínio, assim como 
a maioria dos hábitats, e o ritmo de espécies em extinção parece estar acelerando;
• as emissões globais anuais de dióxido de carbono de combustíveis cresceram 38% entre 1990 e 
2009, com aumento maior após o ano 2000;
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• 20% da população mundial ainda carece de acesso à eletricidade e 2,7 bilhões de pessoas ainda 
dependem de biomassa para cozinhar;
• 85% de todas as espécies de peixes estão sobre‑exploradas, esgotadas, em recuperação ou 
plenamente exploradas;
• globalmente, a pobreza ainda mantém 57 milhões de crianças fora da escola primária e cerca de 
16% dos adultos – 793 milhões, dos quais um terço é mulher – carecem de habilidades básicas de 
alfabetização;
• o mundo ainda está perdendo cobertura florestal em uma taxa alarmante, cerca de 5,2 milhões 
de hectares de perda líquida por ano, apesar de a taxa de desmatamento mostrar agora sinais de 
redução.
5.3 Panorama da degradação da terra no Brasil
A degradação ambiental acontece em todas as partes do mundo e tem acompanhado a evolução do 
Homem. Com o passar do tempo, a humanidade, em busca de melhores condições de vida, utilizando novas 
tecnologias e buscando desenvolvimento econômico, provocou a degradação que vemos atualmente. 
As principais causas são a intervenção humana, o crescimento populacional, práticas agropecuárias 
inadequadas e construções de aglomerados de indústrias. Podemos citar como principais responsáveis 
as práticas agropecuárias, que modificam o cenário do campo por meio de processos de modernização 
de plantio e colheita (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental pode ser interpretada como o desgaste provocado à natureza pelas ações 
humanas com função econômica e de aspectos populacionais e biológicos. Para o povo brasileiro, essa 
questão também é provocada pela agropecuária, atividade de grande importância econômica. Assim, 
como alternativa, surgem novas técnicas de agricultura praticadas de maneira sustentável, conhecidas 
como agroecologia. A agroecologia busca valorizar o saber produtivo do agricultor e a conservação do 
ambiente, propiciando um instrumento de combate à pobreza e à degradação.
Lemos (2001) desenvolveu estudos sobre a degradação ambiental e formulou um Índice de 
Degradação (ID) para avaliar a região Nordeste do Brasil. Outros estudos foram realizados a partir dele 
para observar a degradação ambiental em outras partes do país.Os impactos ambientais são causados pelo ser humano por meio de modificações na paisagem 
natural. Para entender a complexidade dos impactos gerados pela degradação ambiental são necessários 
estudos multidisciplinares sobre o manejo do solo ou de outros elementos naturais para podermos 
alcançar recuperação da área (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental pode ser causada pelo uso intensivo do solo, levando a matéria orgânica 
(nutrientes) à degradação e compactando o solo por meio de equipamentos agrícolas. Ainda podemos 
citar a utilização de agrotóxicos, que também causa impactos para a saúde humana, além de poluir o 
ambiente (SÁNCHEZ, 2008).
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O uso de fertilizantes é outro ponto importante, pois provoca impactos ao meio ambiente mesmo 
propiciando a fertilização das plantações; sua utilização em excesso e de forma inadequada causa o 
comprometimento da fertilização em longo prazo da mesma maneira que os agrotóxicos provocam 
prejuízos à saúde humana.
A irrigação também piora a degradação, pois pode agravar os danos à hidrografia, além de causar a 
lixiviação de fertilizantes, que são fortes poluidores de lagos e rios e podem provocar a erosão de solos.
Finalmente, devemos mencionar a manipulação de genomas das plantas, mais um fator causador de 
degradação ambiental. Essas alterações visam aumentar, geneticamente, a produtividade das plantas, 
mas ainda são dependentes do uso de agrotóxicos e fertilizantes, que necessitam ser utilizados com 
frequência e, como consequência, causam prejuízos ambientais (SÁNCHEZ, 2008).
A diferença entre a agroecologia e a agricultura para produção capitalista é que a primeira tem um 
enfoque de produção de longo prazo, enquanto a segunda tem um enfoque de produção de curto prazo. 
Assim, a agroecologia usa melhor a terra para que a produção diminua seus impactos no meio e venha 
a gerar mais lucro por um período maior de tempo.
Estudos realizados no Acre mostraram que o grau de degradação encontrado foi uma média de ID 
de 30,74%, valores muito abaixo dos encontrados no Nordeste. Foi observado que muitos municípios do 
estado do Acre apresentaram ID igual a zero, ou próximos disso. Contudo, algumas regiões do estado 
apresentam um ID maior que 60% de degradação ambiental, ficando evidente que o estado do Acre 
possui, em média, um bom estado de conservação ambiental (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental brasileira possui um impacto diferente, dependendo da região do país. Os 
aspectos climáticos do Nordeste devem ser levados em consideração na análise da degradação ambiental 
dessa região. Temos ainda que considerar a interferência da pobreza, pois ela também é responsável pela 
degradação do ambiente.
Foi observado que a degradação ambiental se comporta de forma heterogênea nas diversas regiões 
do país. Notamos que na região de Minas Gerais e no Centro‑Oeste do Brasil existe um agravamento da 
questão devido à agropecuária, forte atividade geradora de renda na região (SÁNCHEZ, 2008).
Os estudos do ID analisam a degradação ambiental durante um determinado período do tempo. 
Dessa forma, os resultados obtidos são restritos a um determinado espaço do tempo, não sendo possível 
analisar a evolução da degradação ao longo de um período. As questões socioeconômicas deveriam ser 
consideradas, mas, infelizmente, não foram em nenhum dos estudos. Assim, é necessário analisar outros 
indicadores, como os econômicos e políticos.
A degradação ambiental pode acontecer devido à má utilização dos recursos naturais ou dos resíduos 
gerados como resultado do consumo e do processo de produção. Assim, podemos considerar essa ação 
do homem como um aspecto social. Podemos ainda estudar a relação entre a degradação ambiental e 
os aspectos socioeconômicos para analisar como os aspectos podem causar algum tipo de impacto um 
no outro.
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5.3.1 A poluição, causas e consequências
5.3.1.1 Poluição da água
De acordo com Miller Jr. (2007), a poluição da água é qualquer tipo de alteração química, biológica ou 
física na qualidade da água que prejudique os organismos vivos ou torne a água inadequada para o consumo, 
como agentes infecciosos, substâncias químicas orgânicas e inorgânicas ou mesmo o excesso de calor.
Os principais agentes infecciosos que podem estar presentes na água são as bactérias, os vírus, 
os protozoários e os vermes parasitas. Muitas vezes, dejetos de animais e seres humanos presentes no 
esgoto são lançados em corpos de água sem o tratamento adequado, poluindo a água e podendo causar 
várias doenças à população.
Resíduos orgânicos, como esterco animal e resíduos de vegetais, podem ser decompostos por 
bactérias aeróbicas e são provenientes de esgoto, animais em confinamento, fábricas de papel e estações 
de processamento de alimentos. Provocam o crescimento de grandes populações de bactérias que 
decompõem esses resíduos e degradam a qualidade da água, pois esgotam o oxigênio nela dissolvido e 
acarretam a morte de peixes e outras formas de vida aquáticas que precisam de oxigênio.
Substâncias químicas inorgânicas solúveis em água (por exemplo, ácidos), compostos de metais 
tóxicos – arsênio (As), chumbo (Pb) e selênio (Se) – sais como cloreto de sódio (NaCl) da água do mar e 
outros fluoretos (F‑) encontrados em alguns solos, geralmente provenientes de escoamento superficial, 
efluentes industriais e produtos de limpeza doméstica, podem deixar a água inutilizável para consumo 
humano ou irrigação, provocar câncer de pele e danos ao pescoço e à coluna vertebral, como paralisia. 
Ainda, podem comprometer o sistema nervoso, o fígado e os rins (Pb e Se), prejudicar peixes e outras 
formas de vidas aquáticas, diminuindo a produção das plantações e acelerando a corrosão de metais 
expostos a essa água.
Substâncias químicas orgânicas, como petróleo, gasolina, plástico, pesticidas, solventes de limpeza 
e detergentes, provenientes de efluentes industriais, produtos de limpeza doméstica, escoamento 
superficial de fazendas e jardins, podem ameaçar a saúde da população causando danos ao sistema 
nervoso (alguns pesticidas), doenças no aparelho reprodutor (alguns solventes) e certos tipos de câncer 
(gasolina, petróleo e determinados solventes), além de prejudicar peixes e animais selvagens.
Os nutrientes vegetais, como compostos solúveis em água, contendo nitrato (NO3
‑), fosfato (PO4
3‑) e 
íons de amônio (NH4
+) provenientes de esgoto, esterco e escoamento de fertilizantes agrícolas e urbanos, 
podem causar o crescimento excessivo de algas e outras plantas aquáticas, que morrem, decompõem‑se, 
esgotam o oxigênio dissolvido da água e matam peixes. Água potável com níveis excessivos de nitrato 
reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio e pode matar fetos e bebês.
Os sedimentos, como solo e silte, provenientes da erosão do solo, podem obscurecer a água e 
reduzir a fotossíntese, prejudicando as cadeias alimentares aquáticas, transportar pesticidas, bactérias e 
outras substâncias nocivas, deslocar e destruir recifes de corais e os locais de alimentação e reprodução 
de peixes, assim como obstruir e assorear lagos, reservatórios artificiais, canais, rios e portos.
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Materiais radioativos, como isótopos radioativos de iodo, radônio, urânio, césio e tório, provenientes 
das usinas nucleares e de queima de carvão, mineração e processamento de urânio e outros minérios, 
produção de armas nucleares e fontes naturais causam mutações genéticas, abortos, defeitos de 
nascença e certos tipos de câncer.
Por fim, a poluição térmica é o calor excessivo proveniente do resfriamento por água de usinas 
elétricas e alguns tipos de fábricas. Nos Estados Unidos, cerca de metade da água retirada porano 
destina‑se ao resfriamento de usinas geradoras de energia elétrica. O calor reduz os níveis de oxigênio 
dissolvido na água e torna os organismos aquáticos mais vulneráveis a doenças, parasitas e substâncias 
químicas tóxicas. Quando uma usina de energia abre ou é fechada para consertos, os peixes e outros 
organismos adaptados a certa faixa de temperatura podem morrer com a mudança abrupta na 
temperatura da água, também conhecida como choque térmico.
As principais fontes de poluição da água são agricultura, indústrias e mineração. As atividades 
agrícolas são a principal causa de poluição da água. Os sedimentos vindos da erosão de terras agrícolas 
e de sobrepastejo são a maior fonte. Outros grandes poluidores são os pesticidas e fertilizantes, 
bactérias de animais e resíduos de processamento de alimentos, além do sal em excesso dos solos de 
plantações irrigadas.
As instalações industriais são outra grande fonte de poluição da água. A mineração superficial 
prejudica a superfície terrestre, criando uma grande fonte de sedimentos erodidos e o escoamento das 
substâncias químicas tóxicas.
 Observação
A Resolução nº 20 (CONAMA, 1986b) classifica os cursos de água de 
acordo com seus usos preponderantes. Para cada grupo são estabelecidos 
padrões de qualidade que contêm os limites máximos das características 
que a água pode apresentar.
5.3.1.2 Poluição do ar
Segundo Miller Jr. (2001), a poluição do ar é a presença de substâncias químicas na atmosfera 
em concentrações altas o suficiente para prejudicar organismos e materiais (como metais e pedras 
utilizadas em construções e estátuas) e para alterar ao clima. Os efeitos da poluição do ar podem causar 
de simples mal‑estar à morte.
A origem dos poluentes do ar pode ser natural ou humana. As de origem natural incluem o pó 
removido por ventos da superfície terrestre, incêndios florestais, erupções vulcânicas, substâncias 
químicas orgânicas voláteis liberadas por plantas, decomposição de vegetais e rajadas provenientes do 
mar. A maioria das fontes naturais de poluição do ar é espalhada, exceto pela erupção vulcânica e por 
alguns incêndios, e raramente atinge níveis nocivos.
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A poluição do ar por atividades humanas é proveniente da queima de combustíveis fósseis, veículos 
automotores, indústrias etc. Esses poluentes podem atingir níveis nocivos, sobretudo nas áreas urbanas, 
nas quais existe maior concentração de pessoas, carros e atividades industriais.
Os poluentes do ar podem ser classificados em duas categorias:
• poluentes primários – emitidos diretamente na atmosfera em uma forma nociva (fuligem, 
monóxido de carbono);
• poluentes secundários – aqueles produzidos através de reações químicas entre os poluentes 
primários presentes na atmosfera e os componentes básicos do ar, formando novos poluentes.
Devido às altas concentrações de carros e indústrias nos centros urbanos, as cidades costumam 
apresentar níveis de poluição do ar mais elevados do que as áreas rurais. Contudo, ventos predominantes 
podem levar poluentes primários e secundários de vida longa de áreas urbanas e industriais para o 
campo ou outras áreas urbanas.
Estudaremos agora os principais poluentes do ar, sua origem e os efeitos nocivos causados, de 
acordo com Miller Jr. (2001).
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro tóxico para animais que respiram o ar; 
forma‑se durante a combustão incompleta de compostos de carbono. O CO pode ser proveniente do 
cigarro, combustão incompleta de combustíveis fósseis e escapamentos de veículos motorizados. O 
monóxido de carbono reage com a hemoglobina nas hemácias e reduz a capacidade de levar oxigênio às 
células e tecidos do corpo. Isso debilita a percepção e o raciocínio, retarda reflexos, causa dor de cabeça, 
sonolência, tontura e náusea, pode provocar ataque cardíaco e angina, danifica o desenvolvimento do 
feto e de crianças pequenas e agrava a bronquite crônica, o enfisema e a anemia. Em altos níveis, pode 
causar desmaio, coma, danos cerebrais irreversíveis e a morte.
O dióxido de nitrogênio (NO2) é um gás vermelho amarronzado irritante que dá ao smog a cor 
marrom; na atmosfera pode ser convertido em ácido nítrico (HNO3), um importante componente 
da deposição ácida. Esse poluente é formado pelos combustíveis fósseis queimados em veículos 
motorizados e usinas elétricas e indústrias. Geralmente irrita e prejudica os pulmões, agrava a asma e a 
bronquite crônica e aumenta a suscetibilidade a infecções respiratórias, como gripe e resfriados comuns, 
principalmente em crianças e idosos. No ambiente, reduz a visibilidade. A chuva ácida com ácido nítrico 
pode danificar árvores, solo e vida aquática em lagos. O HNO3 pode corroer metais e destruir pedras em 
construções, estátuas e monumentos, e o NO2 pode danificar tecidos.
O dióxido de enxofre (SO2) é um gás incolor, irritante, que se forma principalmente da queima 
de combustíveis fósseis que contenham enxofre, como o carvão e o petróleo. Na atmosfera, pode ser 
convertido em ácido sulfúrico (H2SO4), outro componente da chuva ácida. Pode ser proveniente das 
seguintes atividades humanas: queima de carvão nas usinas termoelétricas e processos industriais. 
Causam problemas respiratórios em pessoas saudáveis e obstrução das vias respiratórias em pessoas que 
sofrem de asma. A exposição crônica pode causar uma condição permanente semelhante à bronquite. 
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Pelo menos 625 milhões de pessoas são expostas a níveis perigosos de dióxido de enxofre pela queima 
de combustíveis fósseis. Na atmosfera, reduz a visibilidade; a chuva ácida com H2SO4 pode danificar 
árvores, solo e vida aquática em lagos, corroer metais e destruir pedras em construções, estátuas e 
monumentos. O SO2 pode danificar tinta, papel e couro.
O material particulado suspenso (MPS) é composto por uma variedade de partículas e gotas 
(aerossóis) pequenas e leves o suficiente para permanecerem suspensas na atmosfera durante períodos 
curtos (partículas grandes) ou períodos longos (partículas pequenas). Ele gera fumaça, pó e neblina. 
Esse material é proveniente da queima do carvão em usinas elétricas e indústrias, queima de diesel e 
outros combustíveis em veículos, agricultura (lavra, queima de campos), estradas não pavimentadas 
e construções. O material particulado causa irritação no nariz e na garganta, danos aos pulmões, 
agrava a bronquite e a asma e diminui o tempo de vida. Partículas tóxicas como o chumbo, cádmio, 
PCBs (para‑clorobenzenos) e dioxinas podem causar mutações, problemas reprodutivos e câncer. No 
ambiente, o MPS reduz a visibilidade, contribui para chuva ácida de gotas de H2SO4 e pode danificar 
árvores, solo e a vida aquática nos lagos. Corrói metais, mancha e descolore construções, roupas, 
tecidos e tintas.
 Lembrete
Smog é uma mistura de fumaça (smoke) + neblina (fog), que deixou o 
ar de Londres insalubre. O termo é usado desde 1905.
O ozônio (O3) é um gás irritante altamente reativo e de odor desagradável, que se forma na troposfera 
como um importante componente do smog fotoquímico. O ozônio é proveniente da reação química 
com compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio para formar o smog fotoquímico. Pode causar 
problemas respiratórios, tosse, irritação nos olhos, no nariz e na garganta; agrava doenças crônicas, 
como asma, bronquite, enfisema e problemas cardíacos; reduz a resistência a resfriados e pneumonia e 
pode acelerar o envelhecimento dos tecidos do pulmão. No ambiente, o ozônio pode danificar plantas e 
árvores, e o smog pode reduzir a visibilidade. Danifica a borracha, tecidos e tintas.
O chumbo é um metal sólido e tóxico e seus componentes são emitidos na atmosfera como material 
particulado. Esse tipo de material pode ser gerado pelas tintas em casa antiga, caldeiras em refinarias 
de metal, fabricaçãode chumbo, baterias de armazenamento e gasolina chumbada, que vem sendo 
eliminada ao longo dos anos. Quando o chumbo se acumula no organismo humano, causa danos 
cerebrais no sistema nervoso, retardo mental, principalmente em crianças, problemas digestivos e outros 
problemas de saúde. Algumas substâncias químicas contendo chumbo podem causar câncer em cobaias. 
No ambiente, podem prejudicar animais selvagens.
5.3.1.3 Poluição do solo
O Decreto nº 28.687 (BAHIA, 1982), art. 72, estabelece que a poluição do solo e do subsolo engloba a 
deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou enterramento no solo ou no subsolo 
de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido ou gasoso.
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 Saiba mais
Para saber mais sobre como descartar resíduos perigosos, leia:
BAHIA. Resolução nº 13, de 29 de julho de 1987. Aprova modificação 
da Resolução nº 313, de 30.05.84 e seus anexos, que dispõe sobre o 
Controle de Resíduos Sólidos Perigosos no Estado da Bahia. Bahia, 1987. 
Disponível em: <http://www.semarh.ba.gov.br/legislacao/resolucao_cepram/
Resolucao_13_29_julho_1987.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014.
O solo é um recurso natural básico, constituindo‑se em componente fundamental dos ecossistemas 
e dos ciclos naturais, um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço 
para as atividades humanas e para os resíduos produzidos.
A degradação do solo pode ocorrer por meio da desertificação, uso de tecnologias inadequadas, falta 
de conservação e destruição da vegetação pelo desmatamento ou pelas queimadas.
A disposição sobre o solo de materiais orgânicos e/ou inorgânicos, bem como a passagem sobre esse 
solo de massa fluida que provoque alterações na sua constituição básica, modificando suas propriedades 
originais benéficas ao uso das espécies que dele dependem ou com ele tenham contato, inclusive 
influenciando a qualidade das águas sob esse solo, caracterizam a poluição do solo.
Principais poluentes do solo
Águas contaminadas: resíduos líquidos que atingem o solo e que são provenientes dos efluentes 
líquidos de processos industriais e, principalmente, dos esgotos sanitários que não são lançados nas 
redes públicas de esgotos. Eles podem chegar ao solo como parte de um procedimento técnico de 
tratamento de resíduos líquidos por aplicação ou como consequência de descuido e descaso.
Resíduos industriais: geralmente, sob a denominação de resíduos industriais se enquadram sólidos, 
lamas e materiais pastosos oriundos do processo industrial e que não guardam interesse imediato pelo 
gerador que deseja, de alguma forma, se desfazer deles. De forma geral, a legislação classifica os resíduos 
sólidos em classes:
• Resíduos Classe I ou perigosos: constituídos por aqueles que, isoladamente ou por mistura, 
em função de suas características de toxicidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
radioatividade e patogenicidade em geral, podem apresentar riscos à saúde pública (com aumento 
de mortalidade ou de morbidade) ou efeitos adversos ao meio ambiente, se manuseados ou 
dispostos sem os devidos cuidados;
• Resíduos Classe II ou não inertes: são aqueles que não se enquadram em nenhuma das classes 
anteriores;
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• Resíduos Classe III ou inertes: são aqueles que não se solubilizam ou que não têm nenhum 
de seus componentes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de 
água, quando submetidos a um teste padrão de solubilização (ABNT, 2000).
Cada uma dessas classes traz dificuldade diferenciada para que o empresário se livre do resíduo 
desde o transporte até o destino final.
Os métodos clássicos empregados vão desde a reciclagem no próprio processo em outra unidade da 
fábrica, passando pela venda ou doação, incineração e disposição em aterros. Cada um desses destinos 
guarda procedimentos bem definidos na legislação ambiental.
O lixo é uma grande preocupação para os ambientalistas modernos. No Brasil, são 240 mil toneladas 
de resíduos sólidos gerados por dia. Mais de 60% dos municípios descartam seu lixo a céu aberto, 
sem nenhum controle. Uma possível solução? Economizar, reaproveitar e reciclar. Alguns destinos são 
possíveis para o lixo: depósitos a céu aberto, aterros sanitários, usinas de compostagem, onde a parte 
orgânica é aproveitada como adubo, e usinas de reciclagem, onde metal, vidro, papel e plástico são 
transformados em matéria‑prima.
Lançado em qualquer lugar ou inadequadamente tratado e disposto, o lixo é uma fonte dificilmente 
igualável de proliferação de insetos e roedores, apresentando riscos para a saúde pública, principalmente 
pelo fato de que tem se tornado cada dia mais comum a presença de resíduos perigosos no lixo.
O termo resíduo perigoso caracteriza um resíduo sólido ou combinação de resíduos sólidos, que, 
devido à quantidade, concentração e características físicas, químicas ou infecciosas, pode:
• causar ou contribuir significativamente para o aumento da mortalidade ou para o aumento de 
doenças sérias irreversíveis ou reversíveis incapacitantes;
• significar um perigo presente ou potencial para a saúde humana ou meio ambiente quando 
tratado, armazenado, transportado, disposto ou usado de maneira imprópria.
Diferentes países adotam práticas distintas para a identificação de resíduos perigosos, dependendo 
do resíduo em si, do modo como é utilizado e de como foi e é disposto no ambiente. Geralmente, tais 
resíduos perigosos são apresentados na forma de listas de substâncias ou de processos de indústrias que 
os geram.
Alguns países dispõem de normas ou regulamentações que estabelecem as concentrações máximas 
admissíveis para resíduos específicos, cujos valores podem variar ao longo do tempo à medida que 
as formas de ocorrência de determinadas substâncias e seus efeitos nos seres humanos e no meio 
ambiente são avaliadas de modo mais abrangente e preciso.
Em vários estados, particularmente no estado de São Paulo, essa preocupação concretizou‑se por 
meio da atuação da Cetesb em Cubatão (desde 1983), na Região Metropolitana de São Paulo (desde 
1989) e em outras áreas industrializadas do estado.
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A quantidade de resíduos perigosos presentes no meio ambiente atualmente é bastante grande e 
cresce a uma taxa elevada, o que torna complexa a elaboração de qualquer classificação. Os problemas 
quanto à classificação e quanto ao estabelecimento de valores de concentrações admissíveis prejudicam 
o estabelecimento de mecanismos legais sobre o assunto.
O lixo domiciliar contém restos do que consumimos no cotidiano: papel, embalagens (plásticas, 
de vidro, de papelão, isopor etc.), tecido, madeira, latas, entulho e restos de comida. O lixo doméstico 
gerado em São Paulo está melhor disposto no ambiente (SÃO PAULO, 2010).
Os aterros de lixo doméstico classificados como adequados estão presentes em 30,6% dos 645 
municípios paulistas; em 1997, eram de 4,2%. Atualmente, apenas 10,9% do lixo doméstico são 
dispostos de maneira adequada.
A destinação final das quase 20 mil toneladas/dia de lixo produzidas no estado vêm melhorando desde 
quando se iniciou, em 1997, o programa de orientação e controle junto às administrações municipais. Em 2000, 
o número de aterros inadequados diminuiu 31,1%. Em 1999, os aterros ou “lixões” municipais representavam 
50,4%. Atualmente, 78% dos municípios do estado de São Paulo dispõem lixo de forma inadequada.
O inventário da Cetesb (SÃO PAULO, 2010), porém, apresenta uma estatística social preocupante: 
o aumento do número de catadores nos aterros. Foi registrada a presença de 3.238 catadores adultos 
e 448 crianças com 14 anos ou menos, cerca de mil pessoas a mais que o ano anterior, quando a 
Cetesb iniciou essetipo de pesquisa. Segundo o levantamento, os números foram obtidos por meio de 
contagens em campo e devem ser interpretados como indicativo de ordem de grandeza, em razão da 
falta de cadastros ou vínculos oficiais das pessoas com as instalações.
Cabe às prefeituras e administradores de aterro manter fiscalização intensiva para barrar a 
presença de catadores, pois, além de infecções e doenças provenientes do lixo, a circulação de tratores 
e caminhões nos aterros é grande e pode provocar acidentes graves com a circulação indevida dos 
catadores, principalmente crianças.
O lixo hospitalar de clínicas, laboratórios de pesquisa e companhias farmacêuticas apresentam 
comumente características patogênicas e infecciosas. Podemos citar alguns exemplos:
• resíduos cirúrgicos e patológicos;
• animais usados para experiências e cadáveres;
• embalagens e resíduos químicos e de drogas;
• bandagens, panos e tecidos empregados em práticas médicas;
• utensílios usados, como agulhas, seringas etc.; e
• equipamentos, alimentos e outros resíduos contaminados.
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Resíduos químicos e quimioterápicos, resíduos orgânicos (solventes) e resíduos radioativos não são, 
normalmente, considerados como resíduos biomédicos, embora possam ter sido gerados em atividades 
relacionadas. Isso decorre da especificidade desses resíduos com relação ao manuseio e de normas e 
legislação pertinentes.
Resíduos hospitalares devem ser esterilizados ou incinerados no próprio local onde são gerados. 
As cinzas resultantes desse processo são dispostas em aterro sanitário. Caso essa incineração não seja 
efetuada, a disposição dos resíduos é efetuada em aterros, sofrendo um processo de tratamento anterior 
à disposição final.
Deve‑se evitar a disposição desses resíduos de forma inadequada na rede pública de esgotos 
sanitários, não permitindo, assim, que possam atingir os corpos de água utilizados, de alguma maneira, 
pela população.
O lixo industrial pode apresentar papel, materiais sintéticos (plástico, isopor, borracha) e embalagens 
inflamáveis e/ou impregnadas de substâncias químicas tóxicas ou venenosas.
A presença de resíduos químicos no lixo, industrial ou doméstico, tornou‑se recentemente uma fonte 
de preocupação. Foram detectados muitos problemas causados pelo descarte inadequado de resíduos 
químicos tóxicos realizado no passado. Teme‑se, entretanto, que esses problemas representem apenas 
uma pequena parcela de todos os problemas gerados e cujos efeitos ainda estão por vir.
Do ponto de vista tecnológico, o tratamento necessário para diminuir o impacto dos resíduos varia 
de caso para caso, de acordo com sua natureza. Existe, aparentemente, uma tendência de se tentar 
amenizar o problema, mas os custos envolvidos nesses tratamentos podem ser excessivos para alguns 
agentes poluidores. Os resíduos químicos perigosos podem ser orgânicos ou inorgânicos. Os resíduos 
orgânicos persistentes (ou de lenta degradação) representam uma fonte de grande preocupação e têm 
sido objeto de estudos, principalmente aqueles que podem sofrer bioacumulação.
Muitos resíduos químicos inorgânicos, como alguns compostos de mercúrio, chumbo, cádmio e 
arsênio, são tóxicos, mesmo em baixas concentrações, e podem ser bioacumulados nas cadeias alimentares 
e atingir concentrações nocivas para os seres humanos e outros organismos. Esses metais tóxicos são 
lançados na atmosfera pela queima de determinadas substâncias. Também podem ser lançados no meio 
aquático, direta ou indiretamente, ou no solo. A existência de chuva ácida e o aumento da concentração 
de gás carbônico na atmosfera diminuem o pH do meio aquático. Assim, tais compostos tornam‑se mais 
solúveis e, portanto, são transportados mais facilmente no meio ambiente.
O lixo nuclear, desde o início da era atômica, e as centenas de experiências com material nuclear 
têm jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera. As correntes de ar, por sua vez, 
se encarregam de distribuir esse material para todas as regiões da Terra. Com o tempo, a suspensão 
é trazida para o solo e para os oceanos, onde será absorvida e incorporada pelos seres vivos. Além 
da liberação direta de material radioativo, existe o grave problema do lixo atômico produzido pelas 
usinas nucleares, que apresenta uma série de dificuldades de armazenamento dos materiais radiativos. O 
estrôncio‑90 radioativo liberado por vazamentos ou explosões nucleares pode causar sérios problemas 
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quando assimilado. Uma vez na corrente sanguínea, ele é confundido com o cálcio e absorvido pelo 
tecido ósseo, onde será fixado. Fazendo parte dos ossos, sua radiação provoca sérias mutações, câncer 
e queimaduras.
O lixo nuclear deve ser isolado em embalagens especiais, pois pode provocar contaminação 
radioativa. A maioria dos resíduos sólidos provenientes de aglomerados urbanos (lixo, esgoto) e de 
atividades industriais e agrícolas tem sido depositada no solo sem qualquer controle e tratamento. 
Eles contaminam facilmente solo e lençóis freáticos, além de produzirem gases tóxicos, que também 
provocam efeitos ambientais graves, como chuva ácida e efeito estufa. Por exemplo, o metano 
produzido pela decomposição anaeróbica de lixo e esgoto pode se acumular em bolsas no solo, 
causando risco de explosão.
Agrotóxicos e fertilizantes sintéticos
Para encontrar um novo equilíbrio ecológico e lutar contra os animais e plantas prejudiciais, o uso 
de produtos químicos teve início já há vários anos. O número desses produtos, bem como a eficácia, 
não parou de aumentar. A adição de fertilizantes ao solo visa aumentar a produtividade das lavouras, 
fornecendo nutrientes em quantidades que permitam atender a demanda das culturas.
Cerca de dezesseis elementos precisam ser assimilados pelo vegetal, principalmente a partir de suas 
formas minerais ou mineralizadas encontradas em solução nos solos. Os principais macronutrientes são: 
nitrogênio, fósforo e potássio. Em seguida, temos os macronutrientes secundários: cálcio, magnésio e 
enxofre. Por fim, os macronutrientes, como o ferro, manganês, cobre, zinco, boro, molibdênio e cloro.
Mesmo quando o fertilizante é aplicado com a melhor técnica e de modo que seja mais facilmente 
absorvido pelo vegetal, a assimilação nunca é total. Dessa forma, uma parcela é incorporada ao 
solo, fixando‑se à sua porção sólida ou dissolvendo‑se e movimentando‑se em conjunto com sua 
fração líquida.
 Observação
Eutrofização é o processo por meio do qual um corpo d’água desenvolve 
alta concentração de nutrientes, como nitrogênio e fósforo. Os nutrientes 
provocam o crescimento de plantas aquáticas, bem como a produção de 
fotossíntese de bactérias azuis‑esverdeadas e algas.
Os teores de matéria orgânica que naturalmente se apresentam nas águas poderão aumentar com 
a presença de fertilizantes, ocasionando diferentes formas de poluição. Uma delas é a contaminação, 
que ocorre quando esses teores atingem níveis tóxicos à flora, à fauna e ao homem em particular. A 
outra é a eutrofização, causada pelo teor excessivo de nutrientes das águas, que passam a produzir 
enormes quantidades de algas. As algas eliminam muitas espécies aquáticas e restringem severamente 
os benefícios que podem ser extraídos da água.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
A parcela que se fixou ao solo tende a acumular‑se em concentrações crescentes que poderão 
torná‑lo impróprio à agricultura. Mesmo se a parcela dissolvida for assimilada pelas plantas em 
quantidades crescentes, ela poderá alterar a composição do tecido celular.
Essas plantas, ao serem utilizadas como alimento pelo gado, incorporam‑se à cadeia alimentar, podendo 
contaminar o homem. As consequências desse processo só serão conhecidaspassadas algumas gerações.
Os defensivos agrícolas são outra classe de produtos que poluem o solo. Entre eles, destacam‑se os 
pesticidas (fungicidas e inseticidas), agrotóxicos e herbicidas. Contudo, o lançamento de quantidades 
maciças de pesticidas e herbicidas, além de matar os “indesejáveis”, destrói muitos seres vivos que 
interferem na construção do solo, impedindo a sua regeneração.
Os produtos tóxicos, acumulando‑se nos solos, podem permanecer ativos durante longos anos. 
As plantas cultivadas nos terrenos infectados podem absorver as substâncias tóxicas mesmo quando 
estas não foram utilizadas para o seu próprio tratamento. Assim se explica a existência de pesticidas 
nos nossos alimentos principais, como o leite e a carne, ocorrendo uma acumulação que pode se dar 
fundamentalmente no homem, que se encontra no fim das cadeias alimentares.
Os sistemas agrícolas intensivos com uso de grandes quantidades de pesticidas e adubos podem 
provocar a acidez dos solos e a mobilidade dos metais pesados e originar a salinização do solo e/
ou a toxidade das plantas com excesso de nutrientes. A pulverização, levada pelo vento, ajuda sua 
propagação, causando males inclusive nos próprios agricultores.
Os pesticidas mais conhecidos são os organoclorados. Pequenas quantidades dessas substâncias 
químicas se acumulam nos corpos dos animais e seguem adiante na cadeia alimentar. Seu uso é proibido 
em muitos países desenvolvidos, mas devido ao seu baixo custo, essas substâncias ainda estão sendo 
empregadas em alguns lugares, principalmente nas regiões mais pobres do mundo.
Cada vez mais os agricultores estão aumentando as doses de pesticidas devido à resistência que 
alguns insetos e pragas adquiriram.
Meios biológicos são capazes de controlar muitas pragas, substituindo o uso de pesticidas. A 
população das espécies nocivas é mantida em níveis aceitáveis pela introdução de um predador natural 
ou microrganismo que lhe cause doença.
O chamado manejo integrado de pragas, como é conhecido o método, visa controlar a população 
das pragas, sem que seja preciso eliminá‑las completamente. Nesse processo, deve‑se procurar a origem 
da maioria das pragas conhecidas.
A aplicação concomitante de diversos métodos é a forma encontrada para solucionar os problemas 
envolvidos na redução populacional das pragas: controle biológico, mudanças no padrão de plantio, 
plantas geneticamente modificadas para que se tornem mais resistentes e o uso cuidadoso e seletivo de 
agrotóxicos para manter o nível de produção agrícola e a saúde humana.
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6 INSTRUMENTOS DE GESTÃO E CONTROLE AMBIENTAL
6.1 ISO 14000
Nos últimos anos, a importância das auditorias ambientais como instrumento de gestão ambiental 
vem aumentando. Isso ocorreu quando os gestores ambientais perceberam que a disponibilidade de 
tecnologias e o monitoramento dos resultados não eram suficientes para alcançar bons resultados 
nessa área e o emprego das auditorias foi imprescindível. A competição internacional gerou exigências 
ambientais que se transformaram em barreiras não tarifárias, levando à elaboração e implementação 
das normas ISO 14001 e do correspondente sistema de auditoria e certificação ao redor do mundo, ISO 
19001. O processo acelerado de aquisições e fusões de empresas passou a exigir um levantamento de 
passivos ambientais eventuais que podem ser avaliados através de auditorias ambientais. A migração 
de indústrias internacionais para países em desenvolvimento obrigou as matrizes das empresas a 
estabelecerem processos sistemáticos de verificação dos cuidados com o meio ambiente em suas filiais, 
visando evitar problemas graves que possam ferir sua imagem.
De acordo com Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), o conceito de auditoria pode variar de acordo 
com o ramo do conhecimento e do contexto de trabalho. Não devemos confundir as auditorias com 
outros processos de avaliação, como as inspeções e fiscalizações realizadas pelos órgãos de planejamento 
numa das etapas iniciais do processo.
A auditoria é um instrumento de gestão que visa identificar se uma determinada organização 
cumpre certos requisitos estabelecidos. Podemos considerar a seguinte definição:
[...] um exame e/ou avaliação independente, relacionada a um determinado 
assunto, realizada por um especialista no objeto de exame, que faça uso de 
julgamento profissional e comunique o resultado aos interessados (clientes). 
Ela pode ser restrita aos resultados de um dado domínio ou mais ampla, 
abrangendo aspectos operacionais, de decisão e de controle (PHILIPPI Jr.; 
ROMERO; BRUNA, 2004, p. 809).
Segundo Valle (2012), a ISO 14000 possui normas que regulamentam sua própria utilização e 
que definem as qualificações daqueles que deverão auditar sua aplicação, incluindo os critérios de 
qualificação dos auditores. Propõe‑se a normalizar as referências ambientais de outras normas (Guia 
ISO 64 – Guia para Consideração de Questões Ambientais em Normas de Produtos). Poderá influenciar a 
decisão do consumidor final nos pontos de venda e nas gôndolas dos supermercados, com a utilização 
de símbolos de conformidade ambiental, estampados nos produtos ou em embalagens (Norma ISO 
14020 e seguintes – Rotulagem Ambiental).
Esse sistema de normalização possui o mérito de proteção das organizações responsáveis contra 
concorrentes predadores que, como não respeitam as leis nem o ambiente, não consideram esses custos 
em seus produtos e serviços, que acabam sendo pagos pela sociedade. A generalização dos princípios 
do desenvolvimento sustentável e dos cuidados com o meio ambiente entre todas essas empresas têm 
um efeito positivo, que pode ser traduzido na expressão “quando todos pagam, cada um paga menos”.
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Por outro lado, o sistema de normalização da série ISO 14000 também pode ter um efeito negativo 
se usado para mascarar interesses corporativos e mecanismo de proteção comercial. Essa ameaça pode 
ser iniciada nos setores produtivos obsoletos ou alguns países que procuram se proteger de novos 
fornecedores externos mais eficientes, que empregam tecnologias de menor impacto ambiental e 
utilizam matérias‑primas menos poluentes (VALLE, 2012).
Outro ponto importante dessa série de normas é a globalização de conceitos e procedimentos, sem 
perder de vista características e valores regionais.
As normas ambientais ultrapassam as fronteiras nacionais e colocam a gestão ambiental no mesmo 
plano já galgado pela gestão da qualidade, propiciando mais uma ferramenta que as empresas podem 
usar para obter êxito, principalmente entre as organizações que fazem exportação e disputam uma 
posição no mercado globalizado.
No mundo globalizado é necessário conciliar as características ambientais dos produtos e serviços 
com a conservação ambiental. Este é um requisito essencial para que as empresas sejam competitivas e 
mantenham as posições comerciais conquistadas. Por outro ponto de vista, as empresas que buscam na 
qualidade ambiental um fator de sucesso para se posicionar bem no mercado no qual atuam se baseiam 
nas normas da série ISO 14000 para se valorizar.
Para Valle (2012), uma das vantagens do sistema de normas da ISO 14000 é a uniformidade das rotinas e 
procedimentos necessários para uma organização certificar‑se ambientalmente, cumprindo um mesmo roteiro 
de exigências com validade internacional. A norma que orienta a certificação ambiental é a ISO 14001 (2004), 
denominada Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para Uso. Para que essa certificação seja 
reconhecida mundialmente é preciso que o procedimento de certificação seja realizado por um terceiro, ou seja, 
uma organização especializada e independente, reconhecida em um organismo autorizado de credenciamento.
A certificação ambiental internacional beneficia as empresas que sãoobrigadas a comprovar a 
adequação de seus produtos e processos aos novos paradigmas ambientais, cumprindo as exigências de 
cada país para onde exportam. A conformidade com uma norma reconhecida de maneira internacional, 
como a ISO 14001, minimiza o número de auditorias ambientais independentes exigidas por clientes, 
agências ambientais ou órgãos de certificação.
Para alcançar a certificação ambiental, uma empresa deve cumprir três exigências básicas expressas 
na norma ISO 14001, que é a certificadora da série de normas ISO 14000:
• possuir um Sistema de Gestão Ambiental implantado;
• cumprir a legislação ambiental no local de instalação, quando aplicável;
• ter compromisso com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental.
De acordo com Valle (2012), para obter a certificação ambiental pela norma ISO 14001, devem 
ser mostrados os compromissos e princípios gerenciais da empresa em sua política ambiental. Com a 
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implantação dessa política são definidos os objetivos, as metas da empresa e os procedimentos a serem 
seguidos por todos os colaboradores. Precisam ser criados procedimentos de controle da documentação 
e deve ser realizado o treinamento do pessoal. Numa fase seguinte, faz‑se um diagnóstico ou 
pré‑auditoria, que permite identificar os pontos vulneráveis existentes nos procedimentos ambientais 
da empresa, visando a sua correção. Empresas que já tinham a preocupação ambiental e já implantaram 
o sistema de gestão ambiental próprio têm maior facilidade em se adequar à ISO 14001, podendo 
alcançar a certificação num prazo menor.
O próximo passo do processo é a certificação efetiva, na qual a empresa deve contratar uma entidade 
credenciada para emitir o correspondente certificado de conformidade com a norma ISO 14001. Nessa 
fase, a empresa se submete a uma auditoria ambiental e deve comprovar sua conformidade com os 
padrões de qualidade exigidos pela legislação ambiental e pelos manuais de qualidade instituídos e 
usados pela própria empresa.
Como a norma requer uma concordância com os requisitos legais aplicáveis, este é um pré‑requisito 
essencial para certificar uma empresa. Essa certificação é restrita a um local físico definido. A certificação 
é válida para um estabelecimento instalado num determinado local e fica vinculada ao cumprimento de 
toda a legislação ambiental que seja aplicável.
Com o objetivo de minimizar os impactos causados por suas atividades sobre o meio ambiente, a 
empresa que busca a certificação pela ISO 14001 compromete‑se com a melhoria contínua de suas 
atividades. Para isso, deverá identificar e aplicar tecnologias adequadas para tratar ou dar o destino 
adequado a seus resíduos, além de prever que seus produtos ao final de seu ciclo de vida também se 
tornarão resíduos.
A adesão à ISO 14001 não tem pré‑requisito, assim como as normas da série ISO 9000. As séries de 
normas são independentes, embora a certificação do conjunto seja mais econômica.
Segundo Valle (2012), a ISO 14000 é um sistema estruturado de normas gerenciais que cobrem um 
leque de atividades e temas relacionados com a gestão ambiental. Entre esses temas, incluem‑se normas 
específicas sobre como avaliar e interpretar o ciclo de vida de um produto e sobre como devem ser 
estruturados os rótulos e as declarações ambientais que deem respaldo a suas qualidades.
A avaliação do ciclo de vida (ACV) de um produto leva em consideração todos os estágios de sua 
produção, utilização e descarte, identificando os impactos causados ao meio ambiente desde a extração 
de matérias‑primas, energia consumida na fabricação e na utilização, quando é o caso, até seu descarte 
final. A ACV é uma ferramenta importante para o marketing de bons produtos e de boas empresas. No 
entanto, se for usada com fins comerciais velados, pode constituir verdadeira barreira ambiental contra 
a utilização de matérias‑primas e produtos intermediários. Alguns setores industriais são muito afetados 
por pressões comerciais que podem estar baseadas em análises e interpretações tendenciosas do ciclo 
de vida de seus produtos por parte de importadores e compradores de outras regiões. Dessa forma, é 
importante possuir um banco de dados específico para as condições locais e regionais, que permita 
demonstrar as eventuais vantagens competitivas dos produtos e serviços do vendedor‑exportador.
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A rotulagem ambiental, também conhecida como selo verde, é outra ferramenta importante no 
processo de identificação de produtos que provocam menores impactos ambientais durante seus ciclos 
de vida. Esses selos são marcas usadas para orientar o consumidor final sobre a qualidade ambiental 
de um produto. A concessão do selo é feita por organismos de certificação independentes. A série de 
normas ISO 14000 inclui um conjunto de normas para tratar especificamente da rotulagem ambiental.
A ISO 14000 tem como objetivo central um sistema de gestão ambiental que auxilia a empresa a 
cumprir os compromissos assumidos em benefício do meio ambiente. Como os objetivos decorrentes, 
as normas criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de seus produtos e serviços, que 
possibilitam distinguir as empresas que atendem à legislação ambiental e cumprem os princípios do 
desenvolvimento sustentável.
Para Valle (2012), as normas não substituem a legislação ambiental vigente, na verdade, reforçam as 
leis aos exigirem seu cumprimento integral para que seja concedida a certificação da empresa. As normas 
também estabelecem padrões de desempenho, que devem ser estabelecidos pela própria empresa e 
devem estar em concordância com sua política ambiental.
O sistema de gestão ambiental estabelece diretrizes para auditorias ambientais, avaliação de 
desempenho ambiental da empresa, rotulagem ambiental e avaliação do ciclo de vida dos produtos, 
tornando possível a transparência da empresa com relação aos aspectos ambientais. As normas servem 
como modelo para implantação desses programas no campo de ação da empresa, permitindo harmonizar 
procedimentos e diretrizes aceitas internacionalmente com a experiência e tradição empresarial local.
A ISO 14000 está estruturada de maneira que possamos entender dois grupos básicos: um conjunto 
de normas direcionado à empresa e outro ao processo produtivo e produtos.
6.1.1 Normas sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA (ISO 14001, ISO 14004, ISO 
14005)
As primeiras normas tratam do Sistema de Gestão Ambiental. A ISO 14001 é uma especificação para o 
SGA e foi desenvolvida para utilização na certificação por terceiras partes, embora possa ser também usada 
internamente para fins de autodeclaração e como cláusula nos contratos da organização. A ISO 14004 destina‑se 
ao uso interno da empresa como suporte para gestão ambiental, e não visa à certificação (VALLE, 2012).
A certificação ambiental é baseada no cumprimento da ISO 14001, mesmo não havendo a exigência de 
que a empresa já possua o melhor desempenho ambiental possível, nem esteja usando as melhores tecnologias 
disponíveis. O conceito da melhoria contínua foi inserido nessa norma com o objetivo de estimular a melhoria 
do sistema de gestão ambiental depois de assegurar que ele tenha sido implantado plenamente.
Ainda que as normas não incluam exigências relacionadas com a segurança do trabalho e a saúde 
ocupacional de seus colaboradores, nada impede que esses tópicos sejam incorporados ao SGA, antecipando‑se 
à tendência de tratar saúde, segurança e meio ambiente de forma conjunta. A OHSAS 18001 pode ser adotada 
para habilitar a empresa à certificação dos três temas abordados. Nesse caso, ao invés de ter uma política 
ambiental, a empresa passa a possuir uma política de meio ambiente, saúde e segurança.
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6.1.2 Normas sobre as Auditorias Ambientais (ISO 14015, ISO 19011)
De acordo com Valle (2012), as auditorias ambientais desempenham papel bastante importante no 
sistema de normas ISO 14000, pois são elas que asseguram a base de credibilidade a todo processo de 
certificação ambiental, de acordo com a sua concepção. As auditorias visam às auditorias de terceiras 
partes, nas quais uma entidade externa e independente verifica, pela SGA, os compromissos estabelecidos 
internamente pela empresa e que devem estar escritos em sua política ambiental.
A credibilidade é assegurada pelo processo de certificação que inclui um organismo de acreditação 
reconhecido internacionalmente, o qual credencia o organismo de certificação credenciado (OCC), que 
por sua vez procede às auditorias nas instalações da organização que pleiteia a certificação ambiental.
Os procedimentos de auditoria para o sistema ISO 14000 (meio ambiente) e ISO 9000 (qualidade) 
são compatíveis e geraram a norma ISO 19011 – Diretrizes para Auditoria de Sistemas de Gestão da 
Qualidade e/ou Ambiental, que substituiu as normas específicas para auditoria ambiental ISO 14010, 
14011 e 14012 (VALLE, 2012).
A ISO 14015 auxilia a empresa a identificar e avaliar os aspectos ambientais e suas consequências 
nos processos de transferências de propriedades e na definição de responsabilidades e obrigações entre 
as partes envolvidas.
6.1.3 Norma sobre a Avaliação do Desempenho Ambiental (ISO 14031)
Segundo Valle (2012), a norma de Avaliação do Desempenho Ambiental propõe como fazer a medição, 
análise e determinação do desempenho ambiental de uma organização para permitir confrontar os dados 
com os critérios estabelecidos anteriormente em seu SGA. A norma não estabelece parâmetros a serem 
atendidos; esses parâmetros devem ser estabelecidos pela própria empresa, geralmente em função das 
suas necessidades, levando em consideração o desempenho ambiental da empresa de maneira que seu 
resultado seja mensurável no seu sistema de gestão ambiental.
Os indicadores de desempenho ambiental escolhidos pelas empresas devem ser específicos para 
determinada área e podem considerar números de incidentes ambientais relatados, quantidades de 
efluentes, emissões atmosféricas e de resíduos sólidos perigosos gerados por unidade de produto, peso 
de embalagem por unidade produzida, distância percorrida pelos veículos de distribuição, entre outros. 
Os critérios para escolha de um indicador de desempenho ambiental devem ser sua representatividade no 
conjunto das atividades da empresa, sua previsibilidade e seu custo em relação aos resultados desejados. 
Devem ser indicadores cientificamente válidos, relevantes e de fácil comprovação.
6.1.4 Norma sobre a Rotulagem Ambiental (ISO 14020 e seguintes)
De acordo com Valle (2012), a rotulagem ambiental é praticada por muitos países, podendo variar 
as formas de abordagem e seus objetivos. Para harmonizar esses programas nacionais, foram inseridas 
na série ISO 14000 normas de rotulagem ambiental, que possuem validade internacional e orientam 
empresas na expressão das características ambientais de seus produtos. Espera‑se que essas normas 
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tenham como consequência a melhoria de qualidade dos produtos, o aperfeiçoamento das reivindicações 
ambientais e a defesa dos produtores contra barreiras comerciais não tarifárias.
Essas normas não estabelecem rótulos, apenas orientam como devem ser enviadas as informações 
sobre o produto ou serviço, dando ênfase para as suas características ambientais e usando expressões 
corretas que possam ser comprovadas com informações relevantes e compreensíveis para o usuário. 
O consumidor do produto ou serviço deve ter acesso às informações relevantes e comprovadas das 
qualidades ambientais divulgadas nos produtos e serviços que compra. As qualidades ambientais do 
produto podem ser explicitadas mediante símbolos, declarações ou gráficos marcados sobre o produto 
ou sua embalagem. Essas características também podem constar na literatura do produto, boletins 
técnicos, anúncios, propagandas, entre outros.
Os chamados selos verdes, concedidos por terceiros credenciados, conferem ao produto rotulado uma 
chancela de excelência que o diferencia de seus concorrentes. Os rótulos de tipo I (ISO 14024) não devem 
ser confundidos com as autodeclarações ambientais ou rotulagem do tipo II (ISO 14021), pelas quais 
o produtor identifica seu produto como reciclado, reciclável ou biodegradável. As normas não aprovam 
expressões vagas como “ambientalmente seguro”, “amigo do ambiente”, “produto verde”, “não poluente”.
A ISO 14025 identifica produtos que recebem o rótulo de tipo III, no qual descrevem e identificam as 
informações de forma quantitativa, baseadas na avaliação de seus ciclos de vida.
6.1.5 Norma sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040 e seguintes)
O objetivo desse conjunto de normas é estabelecer relações entre as atividades produtivas e o 
meio ambiente, analisando o impacto causado pelos produtos, seus respectivos processos produtivos 
e serviços, desde a extração dos produtos naturais necessários a sua fabricação até a sua destinação 
final. Trata‑se de um enfoque sistemático, ao invés do enfoque tradicional dado pela indústria, que pode 
restringir a análise e descrição das qualidades dos produtos que a organização produz (VALLE, 2012).
A Avaliação do Ciclo de Vida precisa avaliar os impactos causados ao meio ambiente e, além disso, 
identificar as melhorias que devem ser introduzidas para reduzi‑los. Para isso, devemos levar em 
consideração (VALLE, 2012):
• o consumo de matéria‑prima, sua extração e produção;
• o processo de produção de insumos, materiais intermediários que serão usados na fabricação do 
produto;
• o processamento de todo material até a fabricação do produto final;
• o uso do produto durante toda sua vida útil;
• a reciclagem quando aplicada, o tratamento e a disposição final do material resultante do produto 
descartado, ao final da sua vida útil.
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Com a elaboração de um balanço energético e material, devemos estudar os fluxos de energia e 
emissões ambientais que ocorreram e os seus efeitos no ambiente, que dependem da quantidade e 
qualidade do material utilizado, de sua estabilidade e a formação de subprodutos até o descarte final 
do produto. Para ser completa, a ACV também deve comparar seu impacto ambiental com o de outros 
produtos, fabricados com materiais e processos alternativos, incluindo a destinação final dos resíduos e 
dos materiais recuperáveis ou recicláveis em cada alternativa considerada.
A aplicação dessa norma trouxe como benefício a minimização de geração de poluentes, melhoria 
no controle de riscos ambientais e o desenvolvimento de produtos menos tóxicos ao meio ambiente.
6.1.6 Norma sobre os Aspectos Ambientais nos Produtos (ISO Guia 64, ISO TR 14062)
Guia destinado àqueles que elaboram as normas técnicas para produtos, visando alertar para 
os aspectos relacionados ao meio ambiente que devem ser levados em consideração quando se 
especifica e projeta um produto, como economia de energia e matéria‑prima, cuidados relacionados 
ao transporte e distribuição, destinação das embalagens, alternativas para reúso, recuperação e 
reciclagem de materiais. Serve também para outros fatores, como facilidade de manutenção, reparo 
e desmontagem final do produto.
6.1.7 Outras normas da série
As normas da série ISO 14000 foram publicadas em 1993. Em seguida, notou‑se a necessidade de 
normalizar alguns aspectos ou atividades não incluídas no projeto original. Surge, assim, a norma ISO 
14063 – Comunicação Ambiental – Diretrizes e Exemplos, que orienta as empresas quanto à maneira de 
comunicar seu desempenho e seus aspectos ambientais (VALLE, 2012).
Devido à importância das mudançasclimáticas e com o objetivo de normalização das ações 
que buscam minimizar e controlar as emissões gasosas que contribuem para o efeito estufa, foram 
inseridas as normas ISO 14064, ISO 14065 e ISO 14066. Elas tratam dos critérios de medição, validação 
e verificação das emissões dos gases de efeito estufa (GEEs) e os organismos usados no reconhecimento 
e credenciamento dessas ações.
O sistema de normas ISO 14000 vem crescendo com o passar dos anos e tem incorporado novas 
normas e documentos técnicos relacionados com a gestão ambiental. Depois dos esforços já realizados 
aos gases de efeito estufa, muitos outros estão sendo estudados para laboração de novas normas.
7 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Existem alguns princípios que norteiam a aplicação da legislação ambiental. Podemos citar (VALLE, 2012):
• princípio da precaução: quando existe dúvida científica sobre os riscos provocados por uma 
atividade, empreendimento, processo ou produto, deve‑se tomar medidas para evitar a 
concretização de lesões ao meio ambiente ou à saúde da população;
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• princípio da prevenção: devemos dar prioridade para limitação máxima da nocividade de um 
resíduo, evitando sua formação ou minimizando sua quantidade, de maneira que não atinja um 
dano irreversível;
• princípio da informação: cada indivíduo deve ter acesso apropriado a informações relativas ao 
meio ambiente, até sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades;
• princípio do usuário‑pagador: os preços dos produtos e serviços devem internalizar os custos 
sociais do uso e esgotamento do recurso usado em sua produção.
O licenciamento da atividade e das instalações é o ato que vai permitir que a organização opere em 
um determinado local. Esse é o principal vínculo formal que une a empresa às autoridades ambientais. 
A licença para implantar um novo empreendimento ou expandir um já existente deve ser solicitada pelo 
empreendedor ao órgão ambiental estadual.
Todos os empreendimentos industriais e minerais, sistemas de tratamento e disposição de resíduos, 
usinas de concreto e asfalto, atividades comerciais e de serviços que usam combustíveis sólidos ou 
líquidos, atividades que usam incinerador, entre outras que apresentem potencial de contaminação 
devem solicitar a licença de instalação.
Segundo Valle (2012), o processo de licenciamento é divido em três fases:
• Consulta Prévia, que deve ser formulada logo que se decide implantar um empreendimento e que 
resultará, se aceita, em uma Licença Prévia (LP), também conhecida como licença de localização;
• Licença de Instalação (LI), que deve ser requerida assim que estejam definidas as características do 
empreendimento e antes de se dar início às obras;
• Licença de Operação (LO) ou de Funcionamento (LF), que deve ser solicitada com as obras já prontas 
e em condições de demonstrar que as instalações em funcionamento cumprem as condições 
legais e preenchem os requisitos estabelecidos na LI concedida.
A consulta prévia visa obter do órgão ambiental uma primeira avaliação sobre a possibilidade de 
se implantar o empreendimento na região pretendida. Busca‑se esclarecer se haverá a necessidade de 
elaboração de um estudo de impacto ambiental para assegurar a aprovação do projeto. Para a concessão 
da licença de instalação, a empresa precisa obedecer a alguns pré‑requisitos como: legislação municipal 
quanto à ocupação do solo, ter aprovado um estudo de impacto ambiental, se exigido, e anunciar em 
jornal a solicitação da licença informando à sociedade sua intenção de instalar o empreendimento.
O pedido de licença de instalação deve ser acompanhado de um memorial de caracterização do 
empreendimento, que descreve o processo e os equipamentos que serão instalados, as atividades a 
serem desempenhadas, combustíveis que serão utilizados e efluentes que serão gerados. Nos casos em 
que haja a formação de resíduos que possam apresentar riscos ao meio ambiente, será exigido um plano 
de disposição desses resíduos. O memorial de caracterização do empreendimento é um documento de 
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referência muito importante para esclarecimento de dúvidas e negociação de modificações do projeto 
com o órgão ambiental, antes que a licença de instalação seja concedida.
A licença de operação é concedida depois que a instalação esteja pronta e em condições de operar, 
quando serão verificadas suas conformidades com os planos e informações submetidos na solicitação 
da licença de instalação. A concessão pode ser feita em caráter precário, por um prazo determinado, 
para permitir comprovar os parâmetros exigidos. Ao fim desse prazo, os parâmetros legais devem ser 
atendidos e será concedida a licença definitiva (VALLE, 2012).
O SGA da empresa exige que seja mantido atualizado o inventário de leis, normas, regulamentos e outros 
documentos legais que possam influenciar e afetar suas atividades e operações. A conformidade permanente 
da organização com essa legislação é obrigatória e reforça a imagem da empresa ambientalmente correta, 
possibilitando programar‑se para o cumprimento de exigências futuras (VALLE, 2012).
As principais resoluções do Conama referentes ao licenciamento ambiental estão dispostas na tabela 
a seguir.
Tabela 4 – Resoluções do Conama referentes ao licenciamento ambiental
Resolução nº Assunto
6, de 16/09/1987 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos no setor elétrico.
9, de 06/12/1990 Dispõe sobre procedimentos para o licenciamento de atividades de pesquisa mineral, lavra o beneficiamento de minérios.
10, de 06/12/1990 Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades de exploração de bens minerais de uso na construção civil.
13, de 06/12/1990 Obrigatoriedade de licenciamento de qualquer atividade que possa afetar a biota, caso se situe em um raio de 10 km de uma unidade de conservação.
23, de 07/12/1994 Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades de exploração, perfuração e produção de petróleo e gás natural.
264, de 20/03/2000 Dispõe sobre o licenciamento para o coprocessamento de resíduos em fornos rotativos de clinquer para fabricação de cimento.
273, de 29/11/2000
Torna obrigatório o licenciamento ambiental de postos revendedores, postos 
de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e postos flutuantes de 
derivados de petróleo e outros combustíveis.
279, de 27/01/2001
Estabelece procedimento simplificado para o licenciamento de empreendimento 
de geração e transmissão de energia elétrica com pequeno potencial de impacto 
ambiental.
284, de 30/08/2001 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigação e os classifica em três categorias.
286, de 30/08/2001
Obriga a realização de estudos epidemiológicos para o licenciamento de 
empreendimentos cujas atividades potencializem fatores de risco para ocorrência 
de malária em regiões endêmicas.
289, de 25/10/2001 Estabelece diretrizes para o licenciamento ambiental de projetos de assentamento de reforma agrária.
334, de 03/04/2003 Estabelece procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.
335, de 03/04/2003 Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.
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344, de 25/03/2004 Estabelece diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para avaliação do material dragado.
349, de 16/08/2004
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de empreendimentos ferroviários de 
pequeno potencial de impacto ambiental e a regularização de empreendimentos 
em operação.
350, de 06/07/2004 Dispõe sobre o licenciamento ambiental específico das atividades de aquisição de dados sísmicos marítimos e em zonas de transição.
Fonte: Sánchez (2008, p. 87).
A fiscalização ambientalé uma ação que ocorre paralelamente ao licenciamento. Tem como 
objetivo controlar e vigiar visando impedir atividades consideradas negativas ao meio ambiente, ou 
mesmo aquelas realizadas em inconformidades com a autorização. O empreendedor pode ser punido 
mediante aplicações de sansões administrativas, além de ser responsabilizado por ações que promovam 
a recuperação ou a correção de possíveis danos ambientais, conforme a legislação vigente (IAP, 2015).
A Lei Federal nº 9.605 – Lei de Crimes Ambientais (BRASIL, 1998) trata da aplicação de penalidades 
disciplinares e compensatórias ao não cumprimento de ações necessárias para a preservação ou 
recuperação da degradação ambiental. Essa lei faz parte da Política Nacional do Meio Ambiente e sua 
aplicação determinou como as autoridades devem se comportar quanto à aplicação e instauração de 
processos administrativos.
O Decreto nº 6.514/08 substituiu o Decreto nº 3.179/99, regulamentando o artigo 70 e o capítulo VI da 
Lei nº 9.605 (BRASIL, 1998). A alteração mostra as infrações administrativas ambientais, atribuindo valores 
de multas a serem impostas para as infrações perante o que estabelece a legislação ambiental vigente.
O fiscal, ao lavrar um ato de infração ambiental, está exercendo um ato administrativo, baseado no 
artigo 70 da Lei de Crimes Ambientais, bem como o valor da pena a ser aplicada, prevista no artigo 75 
da mesma lei, dependendo do tipo de infração ao seu regulamento.
O Decreto nº 6.514 (BRASIL, 2008) fundamenta os enquadramentos para as infrações ambientais no âmbito 
administrativo; tem o seu correspondente tipificado como crime na Lei nº 9.605 (BRASIL, 1998). Foi estabelecido 
no decreto que a infração às normas ambientais será punida com as sanções previstas no artigo 30:
[...] advertência, multa simples, multa diária, apreensão de animais, produtos 
e subprodutos da biodiversidade, incluindo fauna e flora, instrumentos, 
apetrechos, equipamentos ou veículos utilizados na infração, destruição 
ou inutilização do produto, suspensão de venda e fabricação do produto; 
embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas, demolição de obra, 
suspensão parcial ou total das atividades; restritiva de direitos (BRASIL, 2008).
São encaminhados ao Ministério Público todos os processos administrativos referentes à infração 
ambiental e podem ou não gerar uma ação civil pública contra o infrator. Após o vencimento dos prazos 
estabelecidos para apresentação da defesa ou o cumprimento das obrigações legais e a verificação das 
informações necessárias, o responsável pela autuação deve encaminhar o processo para a Diretoria de 
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Controle de Recursos Ambientais (Diram), no qual o documento de infração deve conter anotações e 
trâmites subsequentes e análise jurídica (IAP, 2015).
As infrações ambientais podem ser tratadas em dois níveis de hierarquia: administrativo e judicial 
(IAP, 2015):
• nível administrativo: quando a infração tramita apenas na esfera de decisão do órgão ambiental, 
ou seja, o encerramento do processo culmina com o pagamento da multa e a recuperação do 
dano competente, segundo o que preconiza a legislação vigente;
• nível judicial: que é indicado a partir do desencadeamento das medidas administrativas e 
encaminhamento da cópia do processo administrativo que foi formalizado pelo órgão ambiental 
ao Ministério Público da comarca local (Promotoria do Meio Ambiente) onde ocorreu a infração.
No quadro a seguir, podemos observar a legislação pertinente quanto à fiscalização ambiental:
Quadro 2 – Legislação pertinente relativa à fiscalização ambiental
Legislação Assunto
Lei nº 9.605/98 Lei de crimes ambientais
Decreto nº 3.179/99 Revogado pelo Decreto nº 6.514/08
Decreto nº 6.514/08 Regulamenta a Lei nº 9.605/98
Decreto nº 6.686/08 Altera dispositivos do Decreto nº 6.514/08
Fonte: IAP (2015).
EIA e Rima
Impacto ambiental é definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas 
do meio ambiente, causadas por material ou energia resultante de atividades humanas que possam 
afetar de forma direta ou indireta a segurança, bem‑estar, saúde, biota, condições estéticas e sanitárias 
e qualidade dos recursos ambientais e as atividades socioeconômicas (VALLE, 2012).
Em 1930, nos Estados Unidos, iniciaram‑se estudos sobre os impactos ambientais para avaliação da 
influência que alguns grandes empreendimentos exerciam sobre as populações afetadas. Nos anos 1970, 
esses estudos foram designados como Estudos de Impacto Ambiental, ou EIA, e passaram a ser exigidos, 
pelos países industrializados, como um estágio necessário na aprovação de projetos que pudessem 
afetar o meio ambiente.
EIA é um documento técnico contendo informações relativas ao processo e descrevendo 
características das instalações que não devem ser divulgadas. Foi necessário criar um documento mais 
conciso, escrito em linguagem simples, permitindo a qualquer pessoa entender sobre a conveniência de 
um empreendimento. Esse documento, ilustrado e escrito em linguagem jornalística, é o Relatório de 
Impacto sobre o Meio Ambiente ou Relatório de Impacto Ambiental (Rima).
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Assim, o EIA e o Rima são peças importantes nos processos de aprovação e licenciamento de novos 
empreendimentos e de ampliação de empreendimentos já existentes.
Embora exista uma listagem básica de empreendimentos que precisam da elaboração do EIA‑Rima, é 
conveniente consultar o órgão ambiental licenciador sobre suas necessidades no ato de apresentação do 
pedido de licença. Em certos casos, um relatório ambiental preliminar pode ser suficiente, dispensando o 
empreendedor de um estudo mais demorado e mais caro.
Para elaboração de EIA‑Rima deverá ser contratado um grupo multidisciplinar de especialistas 
habilitados e independentes para analisar os impactos causados pelo empreendimento sob os vários 
aspectos que possam afetar o meio ambiente. Esse estudo deve ser feito de forma conjunta entre 
os técnicos sob a coordenação de um profissional capacitado, evitando a fragmentação. Durante a 
elaboração do estudo é importante manter contato com o órgão que irá julgá‑lo, evitando que o 
trabalho seja questionado quando já estiver na sua forma final e acabado (VALLE, 2012).
Um EIA bem feito precisa incluir alternativas e propor melhorias para minimizar eventuais prejuízos 
que possam ser causados ao ambiente. É conveniente elaborar o EIA em paralelo com o projeto básico 
do empreendimento para que soluções e alternativas possam ser incorporadas a ele.
O EIA deve incluir: diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, análise dos 
impactos ambientais do projeto, adversos e benefícios, imediatos e de longo prazo, diretos e 
indiretos, temporários e permanentes, definição de medidas corretivas para impactos adversos e 
potencialização de impactos benéficos, programa para acompanhamento e monitoramento dos 
impactos identificados (VALLE, 2012).
Ainda de acordo com Valle (2012), no caso de projetos polêmicos que causem impactos e envolvam 
manipulação de produtos perigosos ou que gerem resíduos de alto risco, o órgão ambiental pode 
transferir a responsabilidade de aprovação para o respectivo conselho estadual de meio ambiente. Em 
casos especiais, o conselho pode consultar as comunidades afetadas por meio de audiência pública, 
ocasião em que um EIA bem fundamentado e um Rima bem apresentado poderão ser de grande 
importância para a aprovação do empreendimento proposto.
8 AUDITORIA AMBIENTAL
Nos últimos anos, as auditorias ambientais passaram a ter um papel importante como instrumento de 
gestão ambiental. Foi observado que a disponibilidade de tecnologias e o monitoramento dos resultados 
não eram suficientes para alcançar resultados na área. A partir daí, as auditorias passaram a ser mais 
usadas. A concorrênciainternacional exige maior qualidade dos produtos e adequação às exigências 
ambientais, levando à implantação das normas ISO 14001 e ISO 19000. O processo de aquisições e fusões 
necessitava de verificações rigorosas para avaliação de passivos que serão levados em consideração nos 
negócios (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004).
A auditoria é um instrumento de gestão que tem o objetivo de identificar se uma certa empresa 
cumpre certos requisitos estabelecidos. Podemos citar como uma definição:
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[...] um exame e/ou avaliação independente, relacionada a um determinado 
assunto, realizada por um especialista no objeto do exame, que faça uso de 
julgamento profissional e comunique o resultado aos interessados (clientes). 
Ela pode ser restrita aos resultados de um dado domínio ou mais ampla, 
abrangendo aspectos operacionais, de decisão e de controle (PHILIPPI JR.; 
ROMERO; BRUNA, 2004, p. 808).
Veja as características mais importantes dos processos de auditoria (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• devem ser feitos por profissionais que têm conhecimento do assunto a ser auditado;
• devem ser realizados por pessoas que não estão envolvidas na atividade auditada;
• podem ter escopo variado, precisando da definição de sua abrangência;
• devem participar três pessoas com objetivos bem definidos:
— o cliente, que é o maior interessado nos resultados da auditoria e que pagou por ela;
— o auditado, que é o responsável pelas atividades que serão verificadas;
— o auditor, que é o profissional que conduz a auditoria.
Um bom programa de auditoria deve ter as seguintes características (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• objetivos bem definidos;
• limites de escopo definidos;
• abrangência que priorize unidades mais importantes, sem desprezar as demais;
• abordagem compatível com os objetivos;
• treinamento, experiência e habilidade dos profissionais que conduzem a auditoria;
• suporte gerencial e organização eficazes.
Podemos ressaltar algumas diferenças entre as auditorias e outras formas de avaliação (PHILIPPI JR.; 
ROMERO; BRUNA, 2004):
• as auditorias são programadas. Assim, os auditados são avisados com antecedência do objetivo e 
escopo, com data e horário dos trabalhos estabelecidos previamente. Esse procedimento é muito 
diferente das inspeções realizadas pelos órgãos fiscalizadores, que normalmente são realizadas 
sem aviso prévio e podem ser restritas a uma verificação pontual ou mais abrangente;
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• as auditorias são processos cujo resultado mais importante é a afirmação a respeito do cumprimento 
ou não de padrões especificados. O auditor não tem o papel de identificar as causas do problema, 
nem apontar soluções, o que deve ser feito pelo auditado. Essas atitudes diferenciam as auditorias 
de certos processos de diagnóstico realizados pelos técnicos nos processos de planejamento. Nesse 
caso, os profissionais é que avaliam, detectam os problemas e sugerem soluções;
• as auditorias ambientais são procedimentos que têm o seu objetivo ligado às questões do meio 
ambiente. Existem várias definições na literatura, mas podemos observar que nas definições 
dos órgãos do governo, a legislação está em destaque. Já no setor privado, o destaque é da 
comunicação dos resultados aos clientes.
Na tentativa de uniformizar conceitos, podemos dizer que:
[...] auditoria ambiental é um processo sistemático e formal de verificação, 
por uma parte auditora, se a conduta ambiental e/ou o desempenho 
ambiental de uma entidade auditada atendem a um conjunto de critérios 
especificados (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004, p. 811).
Dependendo da natureza da parte auditora, podemos classificar as auditorias ambientais de acordo 
com os seus objetivos.
Classificação de acordo com a parte auditora
Segundo Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), as auditorias podem ser de primeira, de segunda ou 
de terceira parte. Esses conceitos foram adaptados das auditorias do sistema da qualidade, que são 
baseadas na função e no interesse da parte auditora e nos impactos ambientais, reais ou potenciais, das 
atividades da empresa auditada.
Auditoria de primeira parte é aquela efetuada por uma equipe formada por membros da própria 
empresa auditada. Para manter a independência dos auditores, áreas ou departamentos da empresa são 
auditados por funcionários de outras áreas. O cliente da auditoria é a alta administração da empresa.
Auditoria de segunda parte é efetuada por uma equipe formada por membros de uma parte 
interessada na gestão ambiental da empresa auditada e que tenha poder legal ou de negociação para 
exigir a auditoria. Isso acontece quando um cliente audita um fornecedor, quando as auditorias são 
conduzidas por possíveis compradores em processos de aquisição ou fusão de empresas ou ainda podem 
ser realizadas por membros da comunidade afetada por impactos ambientais gerados pela empresa.
Auditoria de terceira parte é aquela realizada por uma instituição isenta, que não está diretamente 
interessada nos impactos ambientais das atividades da empresa auditada. É o caso das auditorias dos 
sistemas de gestão ambiental ISO 14001.
O conceito de auditoria de segunda parte sugerido apresenta um conceito mais amplo no caso da 
gestão ambiental do que a definida para auditorias dos sistemas da qualidade.
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Classificação de acordo com os critérios da auditoria
As auditorias podem ser classificadas de acordo com o tipo de critério usado como padrão de 
comparação (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004):
• auditoria de conformidade legal ambiental: os critérios da auditoria são os requisitos da legislação 
vigente;
• auditoria de desempenho ambiental: são verificados indicadores de desempenho, a serem 
comparados com padrões, geralmente setoriais, ou com metas definidas. Inclui‑se nessa 
classificação a auditoria de passivo ambiental, que representa de alguma forma um mau 
desempenho;
• auditoria de sistemas de gestão ambiental: avalia o cumprimento das normas, critérios e 
procedimentos de gestão ambiental estabelecidos pela empresa auditada. As auditorias de 
sistemas podem ser de adequação, para verificar se o sistema montado atende, ao menos 
no projeto, ao que é exigido pela norma; de conformidade, para verificar se o sistema 
montado está sendo usado; e de eficácia, se os objetivos e metas propostos pelo sistema 
vêm sendo atingidos.
Classificação de acordo com os objetivos da auditoria ambiental
Os objetivos da auditoria também podem ser classificados de maneira útil (PHILIPPI JR.; ROMERO; 
BRUNA, 2004):
• auditoria ambiental de certificação: tem por objetivo produzir uma declaração ou certificado 
atestando que os critérios de auditoria são cumpridos pela organização auditada. As auditorias 
são previstas no sistema de certificação ISO 14001, cuja credibilidade está baseada num sistema 
internacional de credenciamento de empresas certificadoras e de auditores;
• auditoria ambiental de acompanhamento: tem por objetivo verificar se as condições de certificação 
continuam sendo cumpridas;
• auditoria ambiental de verificação de correções ou de follow‑up: tem por fim verificar as não 
conformidades de auditorias anteriores resolvidas;
• auditoria ambiental de responsabilidade: seu objetivo é avaliar possíveis riscos e custos associados 
a passivos ambientais. É utilizada em avaliações de fusões, aquisições e refinanciamento de 
empresas, além da desativação de atividades industriais;
• auditoria ambiental de sítio: destinada a avaliar o grau de contaminação de áreas específicas;
• auditoria compulsória: visa cumprir exigência legal referente à realização de auditoria ambiental.
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8.1 Auditores e seus papéis
Segundo Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), a equipe de auditores deve ser formada por profissionais 
qualificados e, em algumas situações, profissionais em treinamento. Falamos em equipe auditora, pois é 
recomendado, na maioria dos casos, pelo menos dois auditores para conduzir uma auditoria.
Os auditores podem ser internos, externos ou corporativos, dependendo do tipo de auditoria. Os 
internos são colaboradores da própria unidade auditada, os corporativos são colaboradores da mesma 
empresa, mas de outra unidade, geralmente matriz. Os auditores externos são de outras empresas, como 
clientes, comunidade, órgãos governamentais e organismos certificadores.
A equipe é formada por um auditor‑líder e por quantos auditores forem necessários, podendo 
incluir especialistas técnicos e observadores. O auditor‑líder é o chefe da equipe e tem a 
responsabilidade de garantir a condução eficiente e os resultados da auditoria como um todo. 
Ele deve ter a capacidade de gerenciamento, liderança e características pessoais que permitam 
intermediação e negociação de conflitos.
A qualificação dos auditores ambientais não segue padrões rigorosos quanto à formação técnica.
O auditor deve sempre manter‑se centrado na sua tarefa de verificar fatos e compará‑los aos critérios 
de auditoria. Ele não pode sugerir ou impor soluções específicas para os problemas, nem exigir posturas 
que reflitam exclusivamente sua experiência pessoal.
Quando a consultoria é contratada para orientar a adequação de sistemas de gestão à norma ISO 
14001, é comum que seja feita uma avaliação preliminar, às vezes com procedimentos de auditoria. Em 
seguida, os mesmos profissionais que fizeram a avaliação atuam como consultores. Consultores não 
devem fazer auditorias posteriores, uma vez que a independência fica prejudicada.
8.2 Aplicações e limitações das auditorias ambientais
As auditorias ambientais resultam sempre na obtenção e na comunicação de informações, de acordo 
com os critérios, objetivos e escopo da auditoria. Tais informações mostram a situação ambiental da 
empresa auditada, devendo ser interpretadas no contexto da coleta de dados, escopo e objetivos da 
auditoria. O resultado da auditoria deve ser avaliado compreendendo algumas de suas limitações.
Para Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), auditorias são processos de amostragem: as informações 
são coletadas ao acaso e podem não representar o todo. Por isso, o plano de auditoria deve ser montado 
de maneira que minimize a chance de o processo chegar a uma conclusão inadequada por falta de 
informações. A possibilidade de mau uso e a falta de controle de divulgação dos resultados de auditorias 
estão entre os maiores problemas encontrados.
O resultado de cada auditoria deve ser entendido dentro de suas limitações. Para que os resultados 
sejam confiáveis, deve ser coletado um número suficiente de evidências. A equipe auditora deve 
explicitá‑las caso exista um desconforto em função de uma possível impossibilidade de obtenção da 
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amostragem necessária. As auditorias são processos de coleta de informações que isoladamente não 
resolvem os problemas físicos de desempenho ambiental, mas a racionalização dessas informações 
permite que decisões sejam tomadas para solucionar os problemas encontrados nas auditorias.
8.3 Auditorias ambientais como ferramentas de gestão
No mundo globalizado, as auditorias ambientais têm sido aplicadas como fonte de informações 
para avaliação de passivos ambientais em processos de fusões e aquisição de empresas. A auditoria 
orienta a eventual avaliação dos custos de reparação dos danos, que podem estar associados à empresa. 
Com o aumento dos valores das multas aplicadas pelos órgãos ambientais e dos valores de indenização 
de processos de recuperação de danos, também aumentam o interesse pelos seguros. As seguradoras 
podem usar a auditoria ambiental para definição de valores de prêmios a serem pagos, ou mesmo 
descontos em casos de boas práticas de gestão ambiental (PHILIPPI JR.; ROMERO; BRUNA, 2004).
Por meio das auditorias ambientais podemos perceber os riscos envolvidos na atividade de uma 
empresa ou empreendimento. Quando o SGA ISO 14001 foi concebido, uma das maiores preocupações 
era que a necessidade de certificação se tornasse uma barreira alfandegária. Isso se confirmou nos 
mercados de papel e celulose e mineração.
Como exigência para fornecedores, as auditorias ambientais podem contribuir de muitas formas. 
Por exemplo, as peças para as montadoras de automóveis já são produzidas pelos fornecedores com a 
sua logomarca. Logo, o porte das empresas fornecedoras tende a aumentar, ao passo que seu número 
diminui. Caso ocorressem problemas ambientais, como a disposição inadequada de peças ou materiais 
fora de especificação, o primeiro prejuízo de imagem será da montadora, devido a sua logomarca na 
peça. Se realmente houvesse uma redução do número de fornecedores, as consequências de uma 
interrupção de produção por problemas ambientais, como uma interdição pelo órgão ambiental, seriam 
muito maiores. Por isso, aumenta‑se o número de empresas que são consideradas necessárias para a 
execução de auditorias ambientais em seus fornecedores.
Auditorias ambientais são importantes como fontes de informação gerencial. Por meio de uma 
análise crítica dos resultados de auditoria, a direção da empresa pode determinar ações corretivas e 
preventivas, além de eventuais investimentos em suas atividades e produtos.
As auditorias nasceram da necessidade das multinacionais obterem informações sobre as práticas 
ambientais em suas filiais. É comum aplicarem essas auditorias nas unidades do país de origem e nas 
filiais, com o objetivo de manter a uniformidade da conduta e minimizar o risco de problemas ambientais 
graves que poderiam abalar a imagem da empresa.
As melhorias resultantes das auditorias devem funcionar como um ciclo do ponto de vista operacional. 
Quando uma não conformidade for detectada, o auditado deverá identificar suas causas. Uma falha 
comum, decorrente das resistências naturais às mudanças, é não avaliar com profundidade o problema, 
permanecendo uma análise superficial. Assim, é recomendado o uso de ferramentas disciplinadas para 
encontrar as causas dos problemas, como o método de espinha de peixe, a técnica dos cinco porquês, 
a árvore de causas, entre outras.
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Não conformidade Definição de ações corretivas
Implantações de 
ações corretivasAuditoria
Identificação da(s) 
causa(s)
Figura 1 – Ciclo de melhorias de ação corretivas de auditoria
As normas de gestão ambiental, como a série ISO 14001, permitem sistemas de certificação por 
terceira parte. Após a auditoria, organismos credenciados podem emitir uma declaração garantindo que 
determinada empresa tem um sistema de gestão ambiental que obedece à norma de referência.
O maior benefício após a certificação é a melhoria da imagem da empresa no mercado. No território 
brasileiro, isso não tem muita valia; a Petrobrás, por exemplo, possui várias certificações de ISO 14001 e 
mesmo assim foi responsável por vários acidentes.
Algumas empresas podem utilizar a sua certificação como propaganda enganosa, distorcendo o seu 
significado. A ISO 14001 atesta que existe um sistema de gestão ambiental funcionando dentro dos 
padrões exigidos, mas não garante que a empresa tenha um desempenho ambiental excelente, e sim 
um compromisso com a melhoria contínua. A certificação não garante que a empresa esteja cumprindo 
a legislação, mas que há um compromisso de cumpri‑la e que existe uma preocupação para a correção 
dos erros verificados. Sendo assim, não faz sentido a empresa afirmar que não é poluidora, ou mesmo 
que a certificação garante que ela trabalhena conservação e preservação das espécies em extinção.
A certificação por terceira parte elimina a necessidade de auditorias de segunda parte, como nos 
casos de exigências ambientais de clientes para seus fornecedores, de seguradoras para seus clientes e 
no controle da matriz em relação a suas filiais.
8.4 Análise de risco e medidas emergenciais
Perguntas do tipo “o que aconteceria se...?” são, muitas vezes, feitas ao se analisar a viabilidade 
ambiental de um projeto. Os resultados do mau funcionamento do empreendimento podem ser 
mais significativos que os impactos decorrentes de seu funcionamento normal. Essas situações são 
conhecidas como risco ambiental e podem ser muito graves, como explosões em uma indústria química, 
vazamento de petróleo em um oleoduto ou a ruptura de uma barragem. O risco ligado aos acidentes é 
uma preocupação que deve ser considerada na análise de impactos ambientais (SÁNCHEZ, 2008).
Existem dois tipos de riscos: os crônicos e os agudos. Assim, existem duas famílias de análise de risco: uma 
voltada para análise de situações agudas, como acidentes industriais ampliados, e outra voltada para situações 
crônicas, como a exposição de uma população a agentes físicos (como ruídos) ou químicos (substâncias 
presentes na água ou no ar). Podemos dividir a análise de risco em três classes (SÁNCHEZ, 2008):
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• análise de segurança – avaliação de risco probabilística e quantitativa;
• avaliação de risco à saúde;
• avaliação de risco ecológico.
Embora o conceito de risco seja o mesmo, as características de cada situação são tão diferentes que 
levaram ao desenvolvimento de diferentes ferramentas. Existem muitas classificações possíveis para os riscos 
ambientais e seu reconhecimento necessita de uma definição prévia de qual tipo pretendemos analisar.
Entre os riscos ditos naturais, existem os seguintes tipos: os riscos de origem atmosférica, oriundos dos 
processos e fenômenos meteorológicos; os riscos climatológicos, que têm lugar na atmosfera, incluindo os 
de temporalidade curta, como tornados, trombas d’água, granizo, raios, entre outros; os riscos associados 
aos processos e fenômenos hidrológicos, como inundações; os riscos geológicos, que podem ser subdivididos 
entre aqueles que possuem origem exógena, como escorregamentos, subsidências e processos erosivos e 
de assoreamento; os riscos biológicos, relativos à atuação de agentes vivos, como organismos patogênicos; 
e riscos siderais, que têm origem fora do planeta, como queda de meteoritos (SÁNCHEZ, 2008).
A caracterização de situação de risco natural deve levar em conta a ação do homem como agente 
deflagrador ou acelerador de processos naturais. As inundações, por exemplo, são fenômenos naturais 
na maior parte do planeta, mas sua intensidade pode ser aumentada devido às ações antrópicas, como 
desmatamento e impermeabilização do solo.
Os riscos tecnológicos são aqueles cuja origem está diretamente ligada à ação humana. Podemos 
incluir os riscos de acidentes tecnológicos, como explosões e vazamentos, além do risco à saúde 
humana e aos ecossistemas, causados por diferentes tipos de ações antrópicas, como uso e liberação 
de produtos químicos tóxicos, de radiações ionizantes e de organismos transgênicos. As atividades de 
risco são chamadas de perigosas, pois são capazes de causar dano ambiental, como muitas atividades 
industriais, o transporte e armazenamento de produtos químicos, o lançamento de poluentes ou a 
manipulação genética (SÁNCHEZ, 2008).
O reconhecimento de uma situação de risco depende de muitos fatores, entre eles, podemos incluir 
algum tipo de risco. No terreno tecnológico é mais fácil reconhecer um risco agudo que crônico. Isso 
acontece porque, numa situação aguda, é mais fácil se estabelecer uma relação entre a causa e o efeito, 
o que não ocorre nas situações crônicas, quando o efeito se manifesta a longo prazo (SÁNCHEZ, 2008).
Em um estudo de análise de risco, além de identificar os perigos e estimar os riscos, devemos 
propor medidas de gerenciamento. Essas medidas podem ser preventivas, com o objetivo de reduzir as 
probabilidades de ocorrências e, assim, reduzir os riscos e ações de emergência, isto é, medidas a serem 
tomadas no caso de acidentes.
De acordo com Sánchez (2008), o estudo de risco pode ser integrado ao estudo de impacto 
ambiental ou ser realizado como avaliações avulsas do EIA. São exigidos estudos de análise de 
risco para o licenciamento de indústrias com atividades potencialmente perigosas, no caso de 
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dutos de transporte de petróleo e seus derivados, gases e outros compostos químicos, além de 
plataformas de petróleo ou de gás. Os critérios de classificação das instalações perigosas e a 
exigência de estudos sobre o risco são baseados no perigo que possam oferecer à comunidade e ao 
meio ambiente em torno. Essa característica depende dos tipos de substâncias manipuladas, das 
quantidades envolvidas e da vulnerabilidade do local.
Os estudos de análise de risco possuem um conteúdo específico e devem descrever as instalações 
analisadas, identificar os perigos, quantificar riscos e propor medidas de gestão para reduzi‑los, assim 
como um plano de ação para situações de emergência.
Os tópicos principais para o estudo de análise de risco são (SÁNCHEZ, 2008):
• caracterização do empreendimento e da região: apresenta‑se uma descrição das instalações 
e atividades, assim como algumas características importantes do local, por exemplo, clima, 
condições meteorológicas, uso do solo ao redor do empreendimento e presença de concentrações 
urbanas, com o objetivo de proteger recursos hídricos e fragmentos florestais;
• identificação de perigos e consolidação de cenários de acidentes: por meio de procedimentos 
específicos, busca‑se identificar possíveis sequências de eventos que podem resultar em 
acidentes, como liberação de substâncias ou outro fato com efeito negativo. Dependendo 
da gravidade dos danos causados, preparam‑se cenários, com situações reais de acidentes. 
Existem muitas técnicas para a identificação de perigos, entre elas a análise preliminar de 
perigo (APP), a análise de perigos e operabilidade (Hazop) e a análise de modos de falhas e 
efeitos (AMFE);
• estimativa dos efeitos físicos e análise de vulnerabilidade: é uma previsão de consequências 
ambientais, no caso dos cenários considerados anteriormente se concretizarem. Muitos modelos 
matemáticos são usados para simulação dos efeitos de acidentes, como a propagação de nuvens 
de gás, a explosão de gás inflamável, entre outras;
• estimativa da frequência: quantificação da frequência de ocorrência dos cenários acidentais 
identificados durante o estudo, baseados em opiniões de especialistas ou dados históricos;
• estimativa de avaliação de riscos: consiste na probabilidade de risco ao qual as pessoas que 
trabalham na área estão expostas;
• gerenciamento de riscos: consiste na formulação de medidas para prevenção de acidentes, 
reduzindo os seus efeitos e incluindo um plano de gerenciamento de risco, com medidas a serem 
tomadas em caso de acidentes, também conhecidas como plano de atendimento a emergências. O 
plano de gerenciamento deve descrever todos os procedimentos propostos e recursos necessários, 
concentrando‑se nos aspectos críticos identificados e dando prioridades aos cenários de acidentes 
com efeitos mais graves.
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Unidade II
 Resumo
A Rio‑92 discutiu o desenvolvimento sustentável de forma a aumentar a 
conscientização dos povos de que os países desenvolvidos são responsáveis 
pela maior parte da poluição mundial. Os países em desenvolvimento 
deveriam ter ajuda financeira para atingir o desenvolvimento sustentável.
A Agenda 21 foi o documento maisimportante gerado na Rio‑92. Nele, foi 
estabelecido um plano de ação mundial para o desenvolvimento sustentável, 
considerando a proteção ambiental e a justiça social e econômica.
A Conferência de Quioto foi realizada no Japão em 11 de dezembro de 
1997, quando 38 países industrializados concordaram com a diminuição, 
até 2012, de suas emissões de gases causadores de efeito estufa a níveis 
abaixo dos detectados em 1990.
Após 20 anos da Rio‑92, ocorreu a Rio+20. O encontro teve como 
objetivo renovar o compromisso político assumido para o desenvolvimento 
sustentável e analisar os progressos e os problemas enfrentados até aquele 
momento pelos países participantes para implementar os acordos assinados 
e abordar novos desafios.
A degradação ambiental pode ser entendida como a destruição, a 
deterioração ou o desgaste gerado à natureza a partir de atividades humanas 
com objetivos econômicos e de aspectos populacionais e biológicos. No 
Brasil, essa questão também é causada pela exploração da agropecuária, 
atividade que possui forte importância econômica.
A diferença entre a agroecologia e a agricultura para produção 
capitalista é que a primeira tem um enfoque de produção de longo prazo, 
enquanto a segunda tem um enfoque de produção de curto prazo.
A importância das auditorias ambientais vem aumentando, nos 
últimos anos, como instrumento de gestão ambiental. Isso ocorreu 
quando os gestores ambientais perceberam que a disponibilidade de 
tecnologias e o monitoramento dos resultados não eram suficientes 
para alcançar bons resultados nessa área e o emprego das auditorias foi 
imprescindível. A competição internacional gerou exigências ambientais 
que se transformaram em barreiras não tarifárias, levando à elaboração 
e implementação das normas ISO 14001 e do correspondente sistema de 
auditoria e certificação ao redor do mundo ISO 19001.
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Para se obter a certificação ambiental pela norma ISO 14001, devem 
ser mostrados os compromissos e princípios gerenciais da empresa em 
sua política ambiental. Com a implantação dessa política são definidos os 
objetivos, as metas da empresa e os procedimentos a serem seguidos por 
todos os colaboradores.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2014) A premissa fundamental do licenciamento ambiental consiste na exigência 
de avaliação de impacto ambiental para os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento, de 
forma a prevenir e/ou mitigar danos ambientais que venham a afetar tanto o equilíbrio ecológico quanto 
o socioeconômico, comprometendo a qualidade ambiental de uma determinada localidade, região ou pais.
Fonte: Disponível em: <http://www.mma.gov.br>. Acesso em: 23 de jul. 2014 (adaptado).
Sobre a avaliação de impactos ambientais, avalie as afirmativas a seguir:
I – O licenciamento de um empreendimento demanda a realização de Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA), em que devem ser identificados e analisados os impactos ambientais segundo as fases de 
implantação do empreendimento: fase de planejamento, fase de implantação e fase de operação.
II – Uma vez avaliados os impactos ambientais que o empreendimento poderá provocar, devem 
ser examinadas as medidas que possam mitigar, controlar e monitorar seus impactos negativos ou 
potencializar seus impactos positivos.
III – De acordo com a legislação vigente, é considerado impacto ambiental a alteração das propriedades 
físicas do meio ambiente causada pelo lançamento de subprodutos da atividade de um determinado 
empreendimento que, indiretamente, afete as condições estéticas do meio ambiente.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa E.
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Unidade II
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou 
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de 
impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA). 
II – Afirmativa correta.
Justificativa: estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos à localização, instalação, 
operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a análise 
de uma licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório 
ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada 
e análise preliminar de risco.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: a degradação da qualidade ambiental é resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem‑estar da população; b) criem condições 
adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições 
estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos.
Questão 2. (Enade 2014) A Análise de Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta que analisa os aspectos e 
impactos ambientas potenciais de um produto desde a extração de sua matéria‑prima até sua destinação 
final; vem sendo utilizada para comparar alternativas de tratamento de resíduos e efluentes, auxiliando 
em tomadas de decisão. As etapas da ACV determinadas pela ISO 14.040 são: definição do escopo e 
objetivo, análise de inventário de ciclo de vida, avaliação do impacto de ciclo de vida e interpretação.
A destinação é um dos temas abordados na Política Nacional de Resíduos Sólidos, que institui a 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, com a finalidade de minimizar o volume 
dos resíduos sólidos e rejeitos, além de reduzir seus impactos ao meio ambiente.
Para que a ACV, quando utilizada como ferramenta de gestão de resíduos sólidos, alcance resultados 
consistentes, são necessários os balanços de:
A) volume e energia. 
B) volume e massa.
C) volume e infraestrutura.
D) energia e massa.
E) infraestrutura e massa.
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. Barueri: Manole, 2004. p. 818.
REFERÊNCIAS
Textuais
A CARTA da Terra. 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/
carta_terra.pdf>. Acesso em: 8. out. 2014.
ABNT. NBR ISO 10006 (2000) Gestão da qualidade – Diretrizes para a qualidade no gerenciamento 
de Projetos. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://licenciadorambiental.com.br/wp‑content/
uploads/2015/01/NBR‑10.006‑Gest%C3%A3o‑da‑Qualidade‑diretrizes‑para‑a‑ 
qualidade‑no‑gerenciamento‑de‑projetos.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. NBR 12808 (1993) Resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro, 1993. Disponível em: <http://
wp.ufpel.edu.br/residuos/files/2014/04/NBR‑12808‑1993‑Res%C3%ADduos‑de‑servi%C3%A7os‑de‑s
a%C3%BAde.pdf>. Acesso em: 8 out. 2015.
ABRELPE. Lançado Panorama 2013. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/noticias_detalhe.
cfm?NoticiasID=2091>. Acesso em: 8 out. 2015.
___. Resíduos sólidos: manual de boas práticas no planejamento. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: 
<www.abrelpe.org.br/manual_apresentacao.cfm>. Acesso em: 8 out. 2015.
ACSELRAD, H. Desenvolvimentos sustentável: a luta por meio do conceito. Revista Proposta, nº 71, p. 
11‑16, 1997.
ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o 
Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Atualizada pela RDC 
nº 306, de 7/12/04. Brasília, 2004. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1
0d6dd00474597439fb6df3fbc4c6735/RDC+N%C2%BA+306,+DE+7+DE+DEZEMBRO+DE+2004.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 8 out. 2015.
BAHIA. Resolução nº 13, de 29 de julho de 1987. Aprova modificação da Resolução nº 313, de 30.05.84 
e seus anexos, que dispõe sobre o Controle de Resíduos Sólidos Perigosos no Estado da Bahia. Bahia, 
1987. Disponível em: <http://www.semarh.ba.gov.br/legislacao/resolucao_cepram/Resolucao_13_29_
julho_1987.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014.
___. Decreto nº 28.687/82, de 11 de fevereiro de 1982. Aprova o regulamento da Lei nº 3.858, de 3 de 
novembro de 1980. Bahia, 1982.
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BRASIL. Agenda 21 Global. Brasília, 1992a. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
responsabilidade‑socioambiental/agenda‑21/agenda‑21‑global>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. Antecedentes. Brasília, [s.d.]a. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/deds/htms/
antecedentes.htm>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988a. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Convenção sobre diversidade biológica. Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/cdbport_72.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento. Brasília, 1992b. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/documentos/convs/decl_rio92.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Rio de Janeiro, 1934. Disponível em: <http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/decret/1930‑1939/decreto‑23793‑23‑janeiro‑1934‑498279‑norma‑pe.html>. 
Acesso em: 15 out. 2015.
___. Decreto‑lei nº 1.035, de 10 de janeiro de 1939. Cria o Parque Nacional do Iguassú e dá 
outras providências. Rio de Janeiro, 1939. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/
declei/1930‑1939/decreto‑lei‑1035‑10‑janeiro‑1939‑372797‑publicacaooriginal‑1‑pe.html>. Acesso 
em: 15 out. 2015.
___. Decreto nº 99.193, de 27 de março de 1990. Dispõe sobre as atividades 
relacionadas ao zoneamento ecológico‑econômico, e dá outras providências. 
Brasília, 1990a. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1990/
decreto‑99193‑27‑marco‑1990‑331040‑publicacaooriginal‑1‑pe.html>. Acesso em 15 out. 2015.
___. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, 
e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações 
Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras 
providências. Brasília, 1990b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/
d99274.htm>. Acesso em: 24 fev. 2015.
___. Decreto nº 99.540, de 21 de setembro de 1990. Dispõe sobre a Comissão Coordenadora do 
Zoneamento Ecológico‑Econômico do Território Nacional e o Grupo de Trabalho Permanente para 
a Execução do Zoneamento Ecológico‑Econômico, institui o Grupo de Trabalho Permanente para a 
Execução do Zoneamento Ecológico‑Econômico, denominado de Consórcio ZEE‑Brasil, e dá outras 
providências. Brasília, 1990c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dnn/2001/
Dnn9465.htm>. Acesso em: 15 out. 2015.
___. Decreto de 28 de dezembro de 2001. Dispõe sobre a Comissão Coordenadora do Zoneamento 
Ecológico‑Econômico do Território Nacional e o Grupo de Trabalho Permanente para a Execução do 
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Zoneamento Ecológico‑Econômico, institui o Grupo de Trabalho Permanente para a Execução do 
Zoneamento Ecológico‑Econômico, denominado de Consórcio ZEE‑Brasil, e dá outras providências. 
Brasília, 2001a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dnn/2001/Dnn9465.htm>. 
Acesso em: 6 out. 2015.
___. Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas 
ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, 
e dá outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007‑2010/2008/decreto/D6514.htm>. Acesso em: 5 out. 2015.
___. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. Dispõe sobre as terras devolutas do Império. Rio de 
Janeiro, 1850. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0601‑1850.htm>. Acesso 
em: 13 out. 2015.
___. Lei nº 6.453, de 17 de outubro de 1977. Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares 
e a responsabilidade criminal por atos relacionados com atividades nucleares e dá outras providências. 
Brasília, 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6453.htm>. Acesso em: 6 
out. 2015.
___. Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá 
outras Providências. Brasília, 1979a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6766.
htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980. Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento 
industrial nas áreas críticas de poluição, e dá outras providências. Brasília, 1980. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6803.htm>. Acesso em: 24 fev. 2015.
___. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus 
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, 1981. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938compilada.htm>. Acesso em: 5 out. 2015.
___. Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá 
outras providências. Brasília, 1988b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7661.
htm>. Acesso em: 5 out. 2015.
___. Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente e dá outras 
providências. Brasília, 1989a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7797.htm>. 
Acesso em: 5 out. 2015.
___. Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989. Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, 
cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras 
providências. Brasília, 1989b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7735.htm>. 
Acesso em: 5 out. 2015.
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___. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política agrícola. Brasília, 1991. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8171.htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, 1998. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em: 5 out. 2015.
___. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política 
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 1999. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, 
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, 2001b. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Lei nº 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações 
existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.650.htm>. Acesso em: 6 out. 2015.
___. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2007‑2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 8 out.2015.
___. Portaria Minter nº 53 de 01 de março de 1979. Brasília, 1979b. Disponível em: <http://www.ima.
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BUSTAMANTE, M. I.; TORRES, S. Elementos para uma política ambiental eficaz. Revista de La Cepal, nº 
41, p. 109‑122, 1990.
CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: 
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CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1968.
CNEN. Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas. Resolução CNEN – 19. Brasília, 
1985. Disponível em: <www.unesp.br/pgr/pdf/cnen605.pdf>. Acesso em: 8 out. 2015.
CONAMA. Resolução Conama nº 18, de 6 de maio de 1986. Diário oficial da República Federativa do 
Brasil. Brasília, 1986a.
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___. Resolução Conama nº 20, de 18 de junho de 1986. Brasília, 1986b. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/res/res86/res2086.html>. Acesso em: 9 out. 2015.
___. Resolução Conama nº 3, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, 
previstos no PRONAR. Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/
CONAMA_RES_CONS_1990_003.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.
___. Resolução Conama nº 6, de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a incineração de resíduos 
sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. Brasília, 1991. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=120>. Acesso em: 8 out. 2015.
___. Resolução Conama nº 5, de 5 de agosto de 1993. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos 
sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários – Data da legislação: 
05/08/1993. Alterada pela Resolução nº 358, de 2005. Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=130>. Acesso em: 8 out. 2015.
___. Resolução nº 283, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos 
resíduos dos serviços de saúde. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
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out. 2015.
VALLE, C. E. Qualidade Ambiental, ISO 14000. 12. ed. São Paulo: Editora Senac, 2012.
Exercícios
Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONALDE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2014: Engenharia 
Ambiental. Questão 19. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2014/11_engenharia_ambiental.pdf>. Acesso em: 16 de out. 2015.
Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2013: Tecnologia em Gestão 
Ambiental. Questão 16. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2014/18_engenharia_florestal.pdf>. Acesso em: 16 de out.2015.
Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2014: Engenharia 
Ambiental. Questão 24. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2014/11_engenharia_ambiental.pdf>. Acesso em: 16 de out.2015.
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2014: Engenharia 
Ambiental. Questão 25. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/
provas/2014/11_engenharia_ambiental.pdf>. Acesso em: 16 de out. 2015.
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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