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APOSTILA - CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS

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Autora: Profa. Daniela da Cunha Souza Patto 
Colaboradores: Prof. Ricardo Calasans 
 Profa. Claudia Ferreira dos Santos Ruiz Figueiredo
Controle Ambiental e 
Recursos Naturais
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Professora conteudista: Daniela da Cunha Souza Patto
Mestre e doutora em Química pelo Instituto de Química da Unicamp. Possui graduação em Engenharia Química 
pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL – USP). Também concluiu pós‑doutorado na área de Controle de Qualidade 
de Produtos Farmacêuticos e Cosméticos pela Universidade de São Paulo (USP).
Atuou como química de pesquisa na indústria farmoquímica no desenvolvimento de produtos farmacêuticos e 
cosméticos, atuando também como auditora interna do sistema de gestão da qualidade (ISO 9001, ISO 14000 e Oshas 
18000). Atualmente, é professora titular da Universidade Paulista – UNIP, ministra aulas nos cursos de Farmácia, 
Engenharia Civil e Elétrica. A partir de 2014, assumiu a coordenação auxiliar do curso de Gestão Ambiental.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P294c Patto, Daniela da Cunha Souza.
Controle ambiental e recursos naturais. / Daniela da Cunha 
Souza Patto. – São Paulo: Universidade Paulista ‑ UNIP, 2016. 
132 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑013/16, ISSN 1517‑9230.
1. Controle ambiental. 2. Recursos naturais. 3. Segurança
 do trabalho. I. Patto, Daniela da Cunha Souza. II. Título.
CDU 504.06
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Lucas Ricardi
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Sumário
Controle Ambiental e Recursos Naturais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS ..........................................................................9
1.1 Histórico e eventos .............................................................................................................................. 20
1.2 Marcos significativos da legislação ambiental ......................................................................... 25
2 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................................... 31
3 TÉCNICAS DE GESTÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 39
4 CONTROLE DE POLUIÇÃO ............................................................................................................................. 42
4.1 Controle de poluição da água ......................................................................................................... 42
4.1.1 Controle de poluição do ar ................................................................................................................. 48
4.2 Controle ambiental de resíduos ..................................................................................................... 57
4.2.1 Resíduos sólidos urbanos .................................................................................................................... 61
4.2.2 Resíduos de serviços de saúde (RSS) .............................................................................................. 66
4.3 Importância da reciclagem para o meio ambiente ................................................................ 71
Unidade II
5 COMPROMISSOS MUNDIAIS ...................................................................................................................... 82
5.1 Protocolo de Quioto ............................................................................................................................ 85
5.2 Rio+20 ...................................................................................................................................................... 86
5.3 Panorama da degradação da terra no Brasil ............................................................................. 88
5.3.1 A poluição, causas e consequências ............................................................................................... 90
6 INSTRUMENTOS DE GESTÃO E CONTROLE AMBIENTAL .................................................................100
6.1 ISO 14000 ..............................................................................................................................................100
6.1.1 Normas sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA (ISO 14001, ISO 14004, 
ISO 14005) ..........................................................................................................................................................103
6.1.2 Normas sobre as Auditorias Ambientais (ISO 14015, ISO 19011)......................................104
6.1.3 Norma sobre a Avaliação do Desempenho Ambiental (ISO 14031) .................................104
6.1.4 Norma sobre a Rotulagem Ambiental (ISO 14020 e seguintes) ........................................104
6.1.5 Norma sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040 e seguintes) ...............................105
6.1.6 Norma sobre os Aspectos Ambientais nos Produtos (ISO Guia 64, ISO TR 14062) .............106
6.1.7 Outras normas da série.......................................................................................................................106
7 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................................................106
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8 AUDITORIA AMBIENTAL ..............................................................................................................................111
8.1 Auditores e seus papéis....................................................................................................................115
8.2 Aplicações e limitações das auditorias ambientais ..............................................................115
8.3 Auditorias ambientais como ferramentas de gestão ...........................................................116
8.4 Análise de risco e medidas emergenciais .................................................................................117
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APRESENTAÇÃO
A disciplina Controle Ambiental e Recursos Naturais propõe o estudo das relações da sociedade 
com o meio ambiente, a utilizaçãoracional dos recursos naturais, o crescimento populacional e 
suas consequências sobre o meio ambiente e a saúde do Homem. Temos como objetivo desenvolver 
procedimentos técnicos e administrativos voltados para elevar a qualidade de vida da população, 
aumentando a compreensão da relação do ser humano com o meio ambiente.
Este livro‑texto abordará a evolução histórica das questões ambientais, compromissos mundiais, 
apresentando as conferências mais importantes, entre elas a Rio‑92, na qual foram escritos documentos 
como a Carta da Terra e a Agenda 21. Vamos estudar ainda a polêmica Conferência de Quioto, marcos 
significativos da legislação ambiental e conceitos e técnicas de gestão. Estudaremos a poluição, suas 
causas e consequências e medidas para seu controle, como a importância da reciclagem. Por fim, veremos 
os instrumentos de gestão ambiental, como ISO 14000 e auditoria ambiental, fiscalização ambiental, EIA 
e Rima e análise de riscos e medidas emergenciais.
Com este material, esperamos despertar em você, aluno do curso de Segurança do Trabalho, a 
consciência ambiental e a necessidade de gestão dos fatores ambientais inseridos no ambiente de 
trabalho como ferramenta para melhoria da qualidade de vida.
INTRODUÇÃO
A questão ambiental vem ganhando importância nas últimas décadas. O homem, inicialmente, 
mantinha uma relação de equilíbrio com a natureza. Para a sua sobrevivência, ele plantava e caçava 
apenas o necessário para o seu consumo.
As atividades humanas começaram a gerar impactos ao meio ambiente quando a humanidade se 
tornou sedentária e passou a viver em vilas, aldeias e cidades.
A natureza passou a ser um objeto de manipulação para satisfazer aos desejos do ser humano após 
a Revolução Industrial, na segunda metade do século XVII. A partir disso, a comercialização de produtos 
em grandes quantidades foi incentivada, aumentando o consumo excessivo de recursos naturais e, 
simultaneamente, gerando resíduos nos processos de produção industrial, que causaram a poluição 
do solo, da água e do ar. O respeito que o homem tinha pela natureza foi substituído pela exploração 
predatória, levando à crise ambiental.
A população rural começou a migrar para as cidades devido ao desenvolvimento industrial, 
buscando trabalho e melhoria da sua condição econômica, o que gerou uma concentração humana 
das áreas urbanas. A exploração de recursos naturais utilizados como matéria‑prima foi necessária para 
suprir à demanda de produtos para o consumo, além do consumo de energia não renovável, causando 
grandes impactos ambientais, como a geração de resíduos e poluição. Essa mudança de estilo de vida da 
humanidade, com o consumo irresponsável, gerou a crise ecológica.
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Atualmente, estamos tentando remediar essa situação e utilizamos várias ferramentas de gestão 
ambiental para desempenharmos uma tarefa tão complexa. Os fatos mais importantes e as ferramentas 
de gestão ambiental serão apresentados ao longo deste livro‑texto.
Boa leitura!
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Unidade I
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS
Começaremos nosso estudo descrevendo uma sequência de eventos que promoveram os moldes da 
sociedade em que vivemos hoje e os danos causados ao meio ambiente. A História revela momentos da 
capacidade humana de ações brilhantes e outras desastrosas.
10000 a.C.: a humanidade começou a plantar e cultivar alimentos no “crescente fértil”, ao leste do 
Mediterrâneo (norte da Turquia, sul do Egito).
6000 a.C.: na Mesopotâmia, a irrigação apareceu como nova forma de cultivar alimentos.
4000 a.C.: o desenvolvimento das aldeias na Mesopotâmia ocorreu com a construção de muralhas, 
distinguindo‑as do resto.
2000 a.C.: os impactos gerados por suas atividades humanas não provocavam prejuízos na natureza. 
Eram 27 milhões de pessoas vivendo no planeta.
Ano zero: aproximadamente 100 milhões de pessoas viviam na Terra.
1500 d.C.: os portugueses chegaram ao Brasil, invadiram uma praia e, poucos dias depois, para 
realizar uma missa, iniciaram o desmatamento, abrindo uma clareira na mata e derrubando árvores 
para construir uma cruz gigantesca. Gaspar Lemos, ao voltar para Portugal, levou a carta de Pero Vaz 
de Caminha falando sobre a exuberância da “nova” terra. Dessa forma, começou o contrabando dos 
recursos naturais, a princípio pau‑brasil e espécies de papagaios.
1503: deu‑se início ao comércio do pau‑brasil: 200 mil km de Mata Atlântica original foram extraídos, 
sobrando apenas 7%, que continuam ameaçados.
1542: a Carta Régia do Brasil estabeleceu regras para o corte de madeira.
1543: Copérnico provou matematicamente que a Terra gira em torno do Sol, publicando a teoria 
heliocêntrica.
1667: Newton publicou as leis básicas da mecânica, óptica e gravitação universal. Era o início 
da descoberta de que existem leis que regem o universo. Na Inglaterra, morreu quase um terço da 
população infectada por peste bubônica.
1825: um bilhão de pessoas habitavam o planeta Terra.
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Unidade I
1827: por meio da Carta de Outubro, o império português delegou poderes aos juízes das províncias 
para fiscalização das florestas.
1840: com o aparecimento da primeira praga agrícola, aproximadamente 1 milhão de pessoas 
morreram de fome na Irlanda; a plantação de batata foi contaminada por um fungo.
1850: a exploração florestal das terras brasileiras foi proibida pela Lei nº 601 (BRASIL, 1850), editada 
por D. Pedro II. A lei ainda forneceu poderes às províncias para a sua execução. Ela foi ignorada e houve 
grande devastação de florestas, principalmente para o cultivo de café para exportações. Foi utilizada 
uma das piores técnicas de plantio do ponto de vista do impacto ambiental: as queimadas. Na Europa, 
Estados Unidos, Inglaterra e Japão, a maior parte da população se concentrava nas cidades.
1859: em A Origem das Espécies, Darwin afirmou que todas as vidas são produtos do ambiente e 
publicou sua teoria da seleção natural.
1864: Marsh documentou como os recursos do planeta estão sendo devastados e prevê que essa 
exploração vai exaurir os recursos naturais do planeta em seu livro O Homem e a Natureza: a Geografia 
Física Modificada pela Ação do Homem. Foi o primeiro exame detalhado da agressão humana à natureza.
1872: a inauguração da primeira empresa especializada no corte de madeira foi autorizada pela 
princesa Isabel.
1875: foi encerrado o ciclo do pau‑brasil. Como resultado, notou‑se o abandono e a devastação 
das matas.
1889: a educação ambiental teve como princípio colocar os indivíduos em contato com a realidade de 
seu ambiente, focando prioritariamente nas crianças e estimulando o desenvolvimento da criatividade 
para solucionar problemas.
1891: até essa data não existia nenhuma lei na Constituição Brasileira, revisada no mesmo ano, 
que promovesse a preservação das florestas e da fauna. Nesse período, os recursos naturais brasileiros 
estavam sob forte pressão do extrativismo europeu.
1905: a ciência sofreu uma revolução com a Teoria da Relatividade, de Einstein.
1908: a política americana iniciou a discussão de temas de conservação ambiental. O presidente 
Roosevelt promoveu uma conferência dos governadores para discutir o tema.
1920: o pau‑brasil foi extinto. Mesmo com tantas floretas, o Brasil não possuía um código florestal.
1923: a produção dos automóveis de Henry Ford aumentou muito devido à nova maneira de 
produção em linha de montagem, chegando a 12 milhões de unidades em 1925.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
1934: o ensino e pesquisa de ecologia foi implantado por Rawitscher nas escolas brasileiras; inicia‑se 
o movimento ecológico no Brasil. O Decreto nº 23.793 (BRASIL,1934) foi o anteprojeto do Código 
Florestal; foi criada a primeira unidade de conservação, o Parque Nacional de Itatiaia.
1939: o Parque Nacional Iguaçu foi criado por meio do Decreto‑lei nº 1.035 (BRASIL, 1939).
1945: os Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, as bombas atômicas. Na 
Grã‑Bretanha, surgiu o termo “environmental studies” (estudos ambientais).
1947: foi fundada, na Suíça, a União Internacional de Conservação da Natureza (IUNC), que tinha 
como objetivo a conservação ambiental. Foi considerada referência até 1972, quando o Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) foi criado.
1952: a morte de 1.600 pessoas em Londres foi provocada pelo smog, ar extremamente poluído. Em 
1956, foi aprovada a Lei do Ar Puro pelo parlamento inglês, devido à conscientização sobre a melhoria 
da qualidade do ar.
 Observação
Smog é um termo geral usado, desde 1905, para uma mistura de 
fumaça (smoke) e neblina (fog) que produz um ar urbano insalubre. Nessas 
condições, são liberadas na atmosfera partículas de NOx e hidrocarbonetos.
1962: foi publicado o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, que se tornou um clássico do 
movimento ambientalista.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os danos causados pelo ser humano ao meio 
ambiente, leia:
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Melhoramentos, 1968.
1965: o Prêmio Nobel da Paz foi para Schweitzer, por tornar popular a ética ambiental. A educação 
ambiental começou a fazer parte da educação nas escolas da Grã‑Bretanha.
1966: o Pacto Internacional sobre Direitos Humanos pela Assembleia Geral da ONU foi estabelecido 
neste ano.
1968: foi fundado o Clube de Roma, liderado por Aurelio Peccei e mais trinta especialistas de 
várias áreas. Os integrantes passaram a se reunir para discutir a crise e o futuro da humanidade. Na 
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Unidade I
ONU, a delegação da Suécia chamou atenção da comunidade internacional para a crise ambiental, 
sendo considerada a primeira observação oficial e incentivando a busca de soluções contra a piora dos 
problemas ambientais.
1970: as primeiras leis sobre educação ambiental foram promulgadas nos Estados Unidos. Os ideais 
sobre meio ambiente foram disseminados pela revista Ecologist. Os projetos que provocaram grandes 
impactos ambientais, com os quais convivemos até hoje, foram iniciados neste ano: o projeto Grande 
Carajás (sudeste do Pará, norte de Tocantins e sudoeste do Maranhão), construção de 900 km de ferrovia 
(Pará e Maranhão) e a usina hidrelétrica de Tucuruí.
1971: na assembleia das Nações Unidas, os países desenvolvidos propuseram que as reservas 
ambientais fossem controladas pelo fundo mundial. O primeiro exemplar do Bulletin of Environmental 
Education foi publicado na Grã‑Bretanha. Seus artigos divulgavam estudos ambientais que promoviam 
o entendimento das relações da sociedade no contexto urbano.
1972: o relatório publicado pelo Clube de Roma, Limites do Crescimento, estabeleceu modelos 
do planeta baseados nas técnicas de análise de sistemas, prevendo como seria o futuro se não 
houvesse alterações nos modelos de desenvolvimento econômico. O relatório indica que o consumo 
excessivo e o descarte de produtos e embalagens, o crescimento da sociedade a qualquer custo e 
o objetivo de se tornar cada vez maior, mais rica e poderosa, não considerando o custo final desse 
crescimento, podiam levar a humanidade a um possível colapso. Certamente, a classe política 
negou essas observações.
Foi realizada em Estocolmo uma conferência da ONU sobre o meio ambiente, que reuniu chefes de 
estado de 113 países. A conferência gerou um documento, a Declaração sobre o Ambiente Humano, que 
estabeleceu um plano de ação mundial para melhoria da qualidade de vida dos povos e a preservação 
ambiental. A base dessas ações é a educação ambiental, que sempre foi e continua sendo considerada 
uma etapa crítica no combate à crise ambiental.
Houve muitas controvérsias durante essa conferência, pois os representantes dos países menos 
desenvolvidos culpavam os representantes dos países desenvolvidos de limitar seu desenvolvimento 
industrial alegando como desculpa a poluição. Os representantes do Brasil afirmavam ser favoráveis à 
poluição, não dando importância para a degradação ambiental gerada, desde que aumentasse o Produto 
Nacional Bruto (PNB). Um cartaz dizia que a poluição era bem‑vinda e que o País receberia com prazer 
as empresas que trouxessem dólares e que gerassem empregos e desenvolvimento. O Brasil estava na 
contramão da História: enquanto o mundo se preocupava com a redução da poluição, o País abria‑se 
para as empresas interessadas na exploração predatória da natureza e ao modelo de desenvolvimento 
insustentável (DIAS, 2004).
1974: primeiro alerta sobre a diminuição da camada de ozônio devido ao uso do gás CFC em sistemas 
de refrigeração.
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
 Observação
Os gases clorofluorcarbonos (CFCs) são utilizados como propelentes dos 
aerossóis em latas de sprays e como gases de refrigeração. O gás reage com 
o ozônio, ajudando na destruição da camada de ozônio.
1975: a Conferência de Belgrado foi um encontro promovido pela Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para formular um programa internacional de educação 
ambiental a ser implantado no mundo todo. O estudo deve ser feito de maneira contextualizada, 
levando em conta os problemas regionais, com o objetivo de resolver problemas de interesse nacional. 
Essa conferência publicou a Carta de Belgrado, que trata do desenvolvimento do ambientalismo.
1976: a reunião sub‑regional de educação ambiental para o ensino secundário ocorreu no Peru; foi 
ressaltada a questão do meio ambiente na América Latina ligada às condições básicas de sobrevivência. 
O Ministério de Educação e Cultura (MEC) assinou o protocolo de intenções, que visava implantar no 
currículo escolar temas ecológicos, mas o estudo foi restrito à ecologia descritiva sem contextualização.
A I Conferência Intergovernamental sobre a Educação Ambiental, promovida pelo Pnuma e pela 
Unesco, ocorreu em Tbilisi, na Georgia. Esse encontro foi uma extensão da Conferência de Belgrado 
e representou o ponto inicial do programa de educação ambiental; foram definidos os objetivos mais 
importantes e traçados planos de implantação nacionais e internacionais.
1979: no Brasil, uma proposta de ensino de Ecologia para 1º e 2º graus, cuja ementa era reducionista, 
foi implantada, mas não levava em conta problemas sociais, econômicos, políticos e culturais, como 
recomendado em Tbilisi.
1980: após o Seminário Regional Europeu para Educação Ambiental para Europa e América do 
Norte, organizado pela Unesco, chegou‑se à conclusão de que era necessário maior intercâmbio de 
informações e experiências entre os países. Infelizmente, apenas 20 países compareceram à reunião. A 
Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) calcula que 70 mil produtos químicos eram fabricados 
nos Estados Unidos e cerca de 1.000 produtos novos eram produzidos por ano.
1981: 2 milhões de hectares de florestas, no período de dois anos, foram desmatados para o 
crescimento de Rondônia e Roraima; esse empreendimento foi custeado pelo Banco Mundial. Nem 
o governo brasileiro nem a Constituição de 1891 faziam referência ao meio ambiente; os projetos 
ambientais nunca saíam do papel, eram demagógicos e estavam sempre na contramão dos planos do 
governo brasileiro (DIAS, 2004).
1984: o governo mostrou a sua indiferença em relação às resoluções da conferência de Tbilisi quando 
retirou da pauta de votação a proposta do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabeleceu 
diretrizes para a educação ambiental. Esse projeto não voltou mais para votação em plenário. No mesmo 
ano, em Bhopal, na Índia, o metilisocianato, um gás venenoso, vazoude uma fábrica, matou mais de 2 mil 
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Unidade I
pessoas e feriu outras duzentas. Esse acidente industrial foi o mais grave do mundo até então e mostrou 
as sérias consequências quando uma população não tem informação ambiental.
1986: a resolução 001/86 do Conama foi aprovada, o que promoveu as bases e as diretrizes gerais 
para implementar a avaliação de impacto ambiental.
No mesmo ano, ocorreu o acidente em Chernobyl, na Ucrânia, uma explosão de um dos reatores 
da usina nuclear, deixando escapar de 60% a 90% do combustível atômico; aproximadamente 10 
mil pessoas morreram. O acidente afetou cerca de 4 milhões de pessoas, pois a nuvem radioativa se 
espalhou pelas Repúblicas Soviéticas e por cinco países da Europa. Acredita‑se que cerca de 20 mil 
pessoas morrerão de câncer nos próximos cinquenta anos devido à radiação absorvida (DIAS, 2004).
Foi realizado o primeiro curso de especialização em educação ambiental, em Brasília, organizado pela 
Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Fundação Universidade de Brasília (FUB), Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (Capes) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com o objetivo de formar 
pessoas para a implantação dos programas ambientais no Brasil e fomentar uma consciência crítica para o 
desenvolvimento do projeto. Infelizmente, o governo rapidamente boicotou e encerrou a iniciativa.
1987: foi divulgado o relatório da Comissão Mundial, “Nosso Futuro Comum”, que ressaltava o 
desenvolvimento sustável, a função da economia internacional, a elaboração de propostas reais para 
resolver os problemas ambientais, sem comprometer os recursos naturais para as gerações futuras.
No mesmo ano, em Goiânia, ocorre mais um acidente ambiental: uma cápsula de césio‑137 foi 
retirada de um equipamento de radioterapia em um ferro‑velho sem os cuidados necessários, levando 
quatro pessoas a óbito, contaminadas pela radiação. Mais um acidente que mostra como a sociedade 
está despreparada para resolver e conviver com problemas desse tipo.
No Congresso Internacional de Moscou, organizado pela Unesco – Pnuma, sobre educação e formação 
ambientais, foram apresentadas as dificuldades e conquistas relacionadas ao tema desde a conferência 
de Tbilisi e determinadas novas estratégias de ação para os próximos anos. Os países apresentaram um 
relatório de evolução de acordo com o que foi estabelecido em Tbilisi. Os representantes do Brasil não 
levaram nada para apresentar.
O Protocolo de Montreal tinha como objetivo diminuir a emissão de poluição, evitando o aumento 
do “buraco” da camada de ozônio. Essa proposta foi baseada no encerramento da fabricação e uso dos 
gases CFCs até o ano 2000.
1988: em São Paulo, os 4,5 milhões de automóveis que circulavam pela cidade causavam 90% da 
poluição do ar. Nessa época, a Cetesb e a Secretaria do Meio Ambiente promoveram um alerta sobre 
a qualidade do ar e elaboraram uma campanha de coletivização com a participação da população. 
Duzentos mil veículos pararam de circular pelo centro expandido da cidade em resposta à alta degradação 
do meio ambiente. Na Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, existem capítulos que destacam 
preocupações com o meio ambiente.
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1989: a Lei nº 7.735 (BRASIL, 1989a) criou o Ibama, que tem como objetivo estabelecer, coordenar e 
executar a política de conservação e preservação dos recursos naturais em todo o país. Essa criação foi 
vista como mais um incentivo à educação ambiental.
O petroleiro Exxon Valdex, americano, colidiu com rochas e derramou quarenta e duas mil toneladas 
de óleo cru no mar do Alasca, mais um acidente ambiental de grande porte, produzindo uma mancha de 
250 km2 e gerando prejuízos ambientais a 1.700 km de costa. O acidente matou 34 mil aves, 980 lontras 
e milhares de peixes e outros animais marinhos.
A lista de animais em extinção, em território brasileiro, chegou a 25 espécies, segundo a sociedade 
Brasileira de Zoologia, contra 60 espécies em 1973 (DIAS, 2004).
O Fundo Nacional de Meio Ambiente foi criado por meio da Lei nº 7.797 (BRASIL, 1989b). Ele é a 
principal fonte de verba de projetos relacionado para o meio ambiente.
1991: todos os sistemas de ensino deveriam implantar em seus currículos temas relacionados com a 
educação ambiental, segundo a portaria do MEC.
O Projeto de Informações sobre Educação Ambiental do Ibama – MEC foi publicado como um encarte, 
com orientações básicas sobre Educação Ambiental, possuindo objetivos, recomendações e limitações 
em relação às necessidades nacionais (DIAS, 2004). Esse encarte foi o primeiro documento divulgado 
formalmente pelo governo brasileiro baseado nas recomendações de Tbilisi.
Durante a Guerra do Golfo, sete milhões de barris de petróleo foram jogados no oceano, o que gerou 
prejuízos incalculáveis ao meio ambiente marinho. Após a guerra, 590 poços de petróleo do Kuwait 
foram incendiados, acarretando aparecimento de nuvens de fumaça negra espalhadas por toda a região. 
Mais uma ação irresponsável do homem em relação à natureza.
1992: a conferência da ONU sobre meio ambiente foi sediada no Rio de Janeiro e 170 países 
participaram. Nesse encontro, também conhecido como Rio‑92, foram discutidos: a situação ambiental 
do mundo e as mudanças, os progressos realizados desde a Conferência de Estocolmo, a determinação 
de estratégias globais e ações para solucionar as questões ambientais mais impactadas, estabelecendo 
diretrizes para medidas de proteção e preservação ambiental através do desenvolvimento sustentável, 
otimizando a legislação ambiental internacional e promovendo estratégias de desenvolvimento 
ambiental. Foi também estabelecida a necessidade de alteração do modelo de desenvolvimento atual 
para o desenvolvimento sustentável. O encontro gerou vários documentos que foram publicados, entre 
eles a Agenda 21, na qual foram estabelecidos planos de ação para o desenvolvimento sustentável. 
Dessa forma, a educação ambiental foi considerada como ponto estratégico para uma mudança de 
comportamento para um novo estilo de vida.
Em Toronto (Canadá), ocorreu o Congresso Mundial de Educação e Comunicação sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, no qual foram determinadas e promovidas ações mais realistas para 
melhorar a educação ambiental.
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1993: o MEC implantou centros de excelência em meio ambiente, nacionais e estaduais, seguindo 
as diretrizes da Agenda 21. Os centros tinham como função principal a formação ambiental de recursos 
humanos numa determinada região por meio de ações capacitando e informando os cidadãos na 
questão ambiental. Foi inaugurado pela Universidade do Rio Grande (RS), um Centro de Educação 
e Formação Ambiental Marinha. Podemos ainda citar outros centros que funcionam em Porto 
Seguro (BA), Manaus (AM), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE). A falta de continuidade 
administrativa do governo provocou prejuízos ao desenvolvimento dos programas ambientais no 
Brasil. Como exemplo, temos o Ibama que, em menos de três anos, teve oito presidentes. O governo 
mostrou uma falta de vontade em considerar a questão ambiental como uma prioridade, destinando 
apenas 0,03% do seu orçamento para este fim.
1995: ocorreu em Berlim a Primeira Conferência das Partes para a Convenção sobre Mudanças 
Climáticas. A conferência foi um fracasso total, pois visava alcançar adesões voluntárias a um programa 
de reduções das emissões nos países industrializados. Como resultado ficou estabelecido o Mandato de 
Berlim, que tinha como objetivo específico a redução das emissões.
1997: visando estabelecer um acordo, os líderes dos oito países mais ricos, que são responsáveispor 
metade das emissões de gases de efeito estufa, se encontraram em Denver, no Colorado. Os Estados 
Unidos não mostraram comprometimento com a causa, não estabelecendo metas significativas para 
reduzir a poluição.
O Presidente dos Estados Unidos na época, Bill Clinton, anunciou a sua posição para a Conferência 
de Quioto. Os Estados Unidos tinham o objetivo de estabilizar as emissões nos níveis de 1990 até o 
ano 2012. Entretanto, todos esperavam reduções mais significativas, devido à crise global causada pelo 
efeito estufa.
Questões ambientais são incorporadas aos currículos escolares de forma transversal e os conteúdos 
reducionistas são retirados dos currículos. O MEC divulga os novos parâmetros curriculares nacionais – PCN.
Foi realizada no Japão, em 11 de dezembro, a Conferência de Quioto, com a participação de 38 países 
industrializados, que concordaram com a redução, até 2012, de suas emissões de gases causadores de 
efeito estufa a níveis abaixo dos detectados em 1990. Os Estados Unidos concordaram com 7% de 
redução, a União Europeia, com 8%, e o Japão, com 6%. Muitas questões ficaram sem resolução. Os 
maiores poluidores do planeta não queriam abrir mão de seu desenvolvimento predatório. Ainda existia 
uma negociação para “cotas de emissões”: os países que não batessem a sua cota de emissões ficariam 
com créditos, que podiam ser vendidos para países que ultrapassassem suas metas de poluição. Pode‑se 
dizer que os resultados dessa conferência foram decepcionantes.
Na Alemanha, foi promulgada uma lei que responsabilizava os fabricantes de produtos por todo o 
material de embalagem que geravam, o que levou ao aumento da reciclagem de materiais.
1998: a Lei dos Crimes Ambientais (BRASIL, 1998) sofreu todos os tipos de boicotes na Câmara 
e no Senado, tanto pelo governo quanto por aqueles que utilizavam os recursos naturais de forma 
predatória, mas representou uma vitória quando foi publicada no diário oficial.
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Em Buenos Aires, Argentina, ocorreu a IV Conferência das Partes para a Convenção das Mudanças 
Climáticas. O encontro visava acompanhar os resultados obtidos desde a Rio‑92. Os representantes 
dos países participantes determinaram um plano de ação, estipulando prazos sobre a implantação de 
medidas sobre o comércio de emissões e mecanismos de produção limpa. Dessa vez, os Estados Unidos 
assinaram o protocolo.
 Observação
Os Estados Unidos, governados pelo presidente Bill Clinton, se negaram 
a assinar o Protocolo de Quioto em 1997.
O fenômeno El Niño provocou sérias alterações climáticas, causando as maiores inundações da 
história da humanidade.
1999: segundo a Organização Mundial de Saúde, o estresse é a doença que mais mata pessoas no 
mundo, tornando‑se uma epidemia global.
O Seminário Internacional de Biodiversidade e Transgênicos foi realizado em Brasília e teve como 
objetivo chamar a atenção não somente para o problema do uso dessa nova tecnologia, mas também 
para o seu controle. Ainda não existia uma avaliação das consequências causadas pela sua utilização, 
nem para os seres vivos nem para os ecossistemas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial queriam promover a redução da distância 
entre as classes sociais, na Conferência das Nações Unidas para o Comércio. Essa ação foi justificada 
pelos resultados apresentados pelo relatório do Banco Mundial, “Informe do Desenvolvimento Mundial 
1999/2000”. O relatório apontou que existiam 1,5 bilhões de pessoas, cerca de 23,5% da população 
mundial, vivendo com menos de um dólar por dia, sendo esta uma condição considerada de miséria. 
Aproximadamente quarenta milhões de pessoas morrem de fome por ano no mundo (DIAS, 2004).
A Lei dos Crimes Ambientais (BRASIL, 1998), regulamentada pela Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro 
de 1998, e pelo Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, revogado pelo Decreto nº 6.514, de 22 
de julho de 2008 (BRASIL, 2008), estabeleceram multas por crimes e infrações ambientais no valor de 
R$ 50 a R$ 50 milhões, de acordo com o impacto negativo causado ao meio ambiente.
Nessa época, existiam 43 milhões de indigentes (indivíduo que ganha menos que R$73 por mês), 
representando 28% da população no Brasil, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas 
(Ipea). Um estudo da OMS mostrou que 50,2% da população brasileira possuía renda menor que 
R$ 149 por mês e era considerada pobre. Bahia e Maranhão são considerados os estados mais pobres. 
A distribuição da renda brasileira é extremamente desigual: 20% da população arrecadam 63% da 
renda nacional, enquanto 50% da população arrecadam apenas 11% da renda.
A Empresa de Proteção Ambiental do Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, foi premiada pelo 
então presidente Fernando Henrique Cardoso com o Prêmio Nacional de Qualidade, pois apresentou uma 
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iniciativa notável e padrões elevados de ecoeficiência, possuindo um programa de educação ambiental 
reconhecido.
Um furacão destruiu a Índia e matou quase dez mil pessoas na região de Bengala. Devido às altas 
concentrações de fosfato e amônia presentes na água, provenientes das indústrias da região, os corpos 
retirados da água estavam mumificados.
A energia eólica (proveniente do vento) é uma realidade e é considerada a forma de energia mais 
limpa do mundo. Países como Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Índia e Espanha já estavam 
utilizando esse tipo de energia para fins comerciais e industriais. No estado do Ceará, aproximadamente 
160 mil pessoas também estavam utilizando a energia eólica (DIAS, 2004).
O Brasil é o recordista da América Latina em malária, a terceira doença infecciosa que mais mata no 
mundo, com 40% dos 1,2 milhões de infectados. A maior parte dos infectados estão na África (80%). 
Em 1999, ainda foram registrados mais de 200 mil casos de dengue e quase 5 mil de cólera, doenças 
infecciosas promovidas pela falta de saneamento e condições básicas de higiene. Entretanto, o Brasil 
ainda estava entre os dez países mais ricos do mundo.
2000: mais acidentes ambientais aconteceram, como o vazamento de petróleo da Refinaria Duque 
de Caxias, jogando 1,3 milhões de litros de óleo na baía da Guanabara e atingindo uma área de 50 
km2. Logo em seguida, em outro vazamento no duto da Refinaria Getúlio Vargas, 4 milhões de litros de 
óleo cru vazaram nos rios Barigui e Iguaçu, causando prejuízos à captação de água para os municípios 
vizinhos e muitos impactos ao meio ambiente. O aumento da população do Rio de Janeiro e a chegada 
dos turistas superlotou a cidade. Assim, 216 milhões de litros de esgoto diários foram jogados nas lagoas 
de Camorim, Tijuca, Jacarepaguá, Lagoinha e Marapendi, sem nenhum tratamento. No carnaval, como 
consequência de tanta poluição e descaso, foram retirados da Lagoa Rodrigo de Freitas 130 toneladas 
de peixes mortos. Isso mostrou a incapacidade e a falta de vontade dos governantes com relação à 
organização da sociedade, principalmente em relação ao saneamento básico.
No município de Palmas, no Paraná, foi inaugurada uma usina eólico‑elétrica que produzia 6,5 
milhões de kW/h, o suficiente para abastecer cerca de 4 mil residências.
Devido à falta de chuvas, a cidade de São Paulo viveu a maior seca do século e os reservatórios 
atingiram quantidades críticas de água. Essa situação foi gerada graças ao desperdício e à ocupação 
desordenada do solo, provocando o racionamento de água. Mais de cinco milhões de pessoas mantêm 
residência em condições irregulares, dos quais quase três milhões não têm saneamento e infraestrutura 
adequados. As áreas verdes estão sumindo e a cidade está cheia de pragas, como baratas, ratos e 
formigas. A seca atingiu o estado do Paraná e as cidades de Recife e Belém, que também sofreram com 
o racionamento de água.
Produzimos 240 mil toneladas de lixo por dia,75% dos quais não têm a destinação final adequada: 
são despejados em lixões. Somente 15% do plástico é reciclado, enquanto a reciclagem de alumínio 
ultrapassa os números de reciclagem da Alemanha, Inglaterra e Japão graças à ação de catadores de lixo, 
evidenciando a miséria e a falta de empregos.
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A comissão mista do congresso nacional, em 10 de maio, aprovou mais uma vergonha nacional: 
a alteração do Código Florestal, aumentando de 20% para 80% a área que pode ser explorada na 
Amazônia. Assim, a vegetação em cima dos morros e nascentes e margens de rios ficavam desprotegidas 
por lei. Após comoção e revolta internacional e muita discussão, a proposta foi abandonada. No mesmo 
ano, propôs‑se transformar os manguezais brasileiros em áreas de criação de camarões para comércio. 
Felizmente, esse projeto também foi rejeitado.
A frota de automóveis do mundo só cresce e consumimos cerca de 67 milhões de barris de petróleo 
por dia. O carro é o símbolo do prestígio e do status da sociedade moderna e, ao mesmo tempo, também 
é o grande vilão poluidor das grandes cidades.
As ONGs internacionais passaram a comprar áreas para a preservação depois que a política ambiental 
internacional perdeu a credibilidade devido à falta de ética dos legisladores. Assim, por exemplo, a The 
Nature Conservancy comprou o Atol Palmyra, no Havaí. A Conservation International comprou uma 
fazenda no Rio Negro, no Pantanal. Existiam, em 2000, 420 propriedades particulares destinadas à 
preservação ambiental no Brasil (DIAS, 2004).
Orientadas por organizações não governamentais, comunidades nos Estados Unidos e Europa 
alcançaram a redução de 42% na produção de resíduos, economia de 16% de água e 15% de redução 
no consumo de combustível. As ONGs reuniram os cidadãos comuns para discutir e determinar maneiras 
de reduzir a produção de resíduos, reduzir o consumo de água e energia e consumir produtos verdes.
A violência é gerada por um sistema insustentável e equivocado de desenvolvimento econômico, 
que produz riquezas que não são distribuídas de forma homogênea, causando a exclusão social. No 
Brasil, em 2000, 74 mil pessoas foram mortas, número superior aos 57 mil soldados mortos na Guerra 
do Vietnã, por exemplo (DIAS, 2004).
Os estados do Pará e Mato Grosso são os campeões em devastação ambiental no País. As questões ambientais 
foram muito agravadas nos últimos 20 anos no Pantanal. Houve a introdução de pastagens artificiais na 
criação de gado, exploração predatória das florestas, inauguração de polos turísticos sem infraestrutura básica, 
contaminação dos rios com esgoto e lixo, pesca predatória, mineração ilegal e a navegação irresponsável. 
Esses fatos mostram o quadro de insustentabilidade vivida e o descaso das autoridades locais.
A miséria contempla 1/4 da população do mundo, 1/3 dos adultos são analfabetos, 1/3 não possui 
acesso à água potável, 1/3 das crianças estão abaixo do peso normal e o desemprego aumenta, sem 
mencionarmos o número de brasileiros que trabalham informalmente e não têm nenhuma proteção 
social e trabalhista. Mais dados mostram que a insustentabilidade do sistema e a saúde da população 
estão intimamente ligados a esses fatores.
Ao mesmo tempo, na Áustria, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, Suíça, Suécia e Luxemburgo, a 
porcentagem de lixo orgânico reciclado cresce para 85%. A Alemanha declarou que vai desativar as 
nove usinas nucleares em funcionamento até 2021, de forma progressiva, adotando novas formas 
de energia limpa. Mesmo com essas medidas, o país ainda terá que resolver o problema gerado pelo 
armazenamento de resíduo das usinas nucleares.
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Quais fatores a OMS levou em consideração para classificar o Brasil como 12º colocado entre 191 
países em relação ao atendimento à saúde? Afinal, nós, brasileiros, sabemos que o sistema de saúde é 
precário e ineficiente.
Especialistas brasileiros de várias áreas se reuniram para discutir temas como: diminuição da 
desigualdade social, gerenciamento dos recursos naturais, ciência e tecnologia para o desenvolvimento 
sustentável, infraestrutura, agricultura sustentável e cidades sustentáveis e elaboraram um documento 
que foi nomeado Base para a Discussão da Agenda 21 Brasileira. A mídia não deu importância ao fato.
A Embrapa desenvolveu uma nova tecnologia que revolucionou o plantio de soja na Dakota 
do Norte, nos Estados Unidos, aumentando a produção e proteção do ambiente. O novo método 
proposto emprega bactérias para fixar o nitrogênio nas raízes das plantas, não sendo necessário o uso 
de fertilizantes (DIAS, 2004).
Os países mais ricos (20%) consomem quase 2/3 da energia mundial, enquanto os mais pobres 
utilizam apenas 4%. Nos 40 países mais pobres do mundo, ainda se utiliza madeira como combustível. 
Os Estados Unidos consomem aproximadamente 25% dos recursos energéticos do mundo com apenas 
5% da população do planeta (DIAS, 2004).
A devastação da floresta amazônica não para e, dos 600 km2 desmatados para produção de produtos 
agrícolas, no chamado “arco do desflorestamento”, 165 km2 apresentaram baixa produtividade e foram 
abandonados. Segundo Dias (2004), utiliza‑se a ética de todos contra todos: devastamos a floresta, 
exaurimos o solo e, por fim, abandonamos a área para erosão.
Atualmente, a ordem é economizar água diante das perspectivas da falta de água potável no planeta 
em breve. Em 2000, cada mil litros de água tratada na Alemanha custam 2,36 dólares; na França, 1,35; 
na Inglaterra, 1,28; e no Brasil, 0,77. Esse fato explica por que os brasileiros desperdiçam tanto: a água 
custa pouco.
O consumo de papel só cresce no mundo. Ainda que haja aumento de sua reciclagem para 36% 
do total da oferta de fibras, os benefícios gerados pelo processo são anulados, lembrando que o papel 
apenas pode ser reciclado seis vezes, pois suas fibras se tornam muito frágeis (DIAS, 2004).
1.1 Histórico e eventos
Durante a década de 1970, os brasileiros viviam uma ditadura militar, cujos governantes não 
mostravam muito interesse em questões que pudessem limitar seu crescimento econômico. Na mesma 
época, apresentavam à mídia o Projeto Carajás e a usina hidrelétrica de Tucuruí, dois empreendimentos 
com alto impacto ambiental. Apesar do cenário nacional desfavorável, foi criada a Associação Gaúcha 
de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), pioneira dos movimentos ambientalistas no Brasil.
O relatório Os Limites do Crescimento, do Clube de Roma, denunciava: o crescimento a qualquer 
custo e o consumismo selvagem levariam a humanidade a um colapso.
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Na Conferência de Estocolmo estabeleceram‑se princípios globais que inspiraram e orientaram a 
humanidade na preservação e melhoria do meio em que vivemos. Reunindo 113 países na Suécia, a 
conferência publicou o documento Declaração do Ambiente Humano (ONU, 1972), que estabeleceu um 
plano de ação mundial e recomendou a criação do Programa Internacional de Educação Ambiental. A 
educação ambiental foi considerada como um elemento crítico para o combate da crise ambiental, de 
acordo com a resolução no 96 da Conferência de Estocolmo.
Quando foram propostos índices de diminuição para poluição atmosférica, os países em 
desenvolvimento não aceitaram as propostas apresentadas na conferência, acusando os países 
desenvolvidos de limitar o seu desenvolvimento industrial. Os representantes do Brasil, que só estavam 
interessados no desenvolvimento econômico e não tinham o menor interesse na questão ambiental, não 
se importavam em pagar o preço da poluição e da devastação ambiental, desde que houvesse a entrada 
de dólares no País (DIAS, 2004).
Neste momento, foi criada a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Devido à dedicaçãode seus 
funcionários, em pouco tempo tornou‑se conhecida. O legado deixado pela Sema foi utilizado como 
base para a legislação ambiental, estabelecendo um programa das estações ecológicas e conquistas na 
área das normatizações. Sua atuação na área da educação ambiental foi muito limitada devido à falta 
de interesses políticos da época.
Na conferência de Belgrado, em 1975, foram estabelecidos os princípios e orientações para um 
programa de educação ambiental (EA) global. Determinou‑se que essa ação deveria ser contínua, 
multidisciplinar, integrada aos problemas regionais e direcionada para os problemas nacionais. Foi 
estabelecido um prazo de dois anos para que esses mesmos países se reunissem outra vez para o 
acompanhamento dos avanços e dificuldades encontrados e para discutir novos conceitos e métodos 
para o desenvolvimento da educação ambiental.
A humanidade teria que utilizar os recursos naturais para o seu benefício, visando melhorar a 
qualidade de vida. Diante da realidade mundial, a Carta de Belgrado estabeleceu a necessidade de 
eliminação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da exploração humana.
 Lembrete
Em 1975, o Brasil era governado pelo presidente Geisel. O País se 
encontrava sob regime militar e aquilo que não estava de acordo com os 
ideais governistas era considerado subversivo.
A classe política boicotava qualquer assunto que não fosse do seu interesse, principalmente programas 
de educação ambiental. Não havia uma política educacional definida, muito menos uma política de 
educação ambiental. O ecologismo foi implantado e crescia, mas havia conceitos deturpados. Mesmo 
estando relacionados à educação ambiental e à natureza, os conceitos não eram contextualizados levando 
em consideração os aspectos sociais, políticos e econômicos, apenas pregavam o “verde pelo verde”.
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A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi (1977), foi 
considerada a mais importante para o desenvolvimento da educação ambiental no mundo. Pregavam‑se 
visões deturpadas da educação ambiental. Os países ricos não concordavam com os discursos que 
comprovassem que as diferenças socioeconômicas, políticas, ecológicas, culturais e éticas eram resultado 
do modelo de desenvolvimento adotado nos últimos anos. A conferência de Tbilisi marcou o início 
do programa internacional de educação ambiental. Também alertou a comunidade internacional, que 
deveria incluir políticas de educação ambiental em seus currículos escolares, e chamou as autoridades 
de educação à reflexão, pesquisa e inovação na área ambiental. Propôs também um intercâmbio de 
informações e experiências, serviços de formação de recursos humanos, principalmente professores, 
entre os países (DIAS, 2004).
Levar em consideração aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais 
e éticos era a recomendação principal para o desenvolvimento da educação ambiental. Para que os 
indivíduos pudessem entender a complexidade do mundo natural, o ensino, nas escolas e universidades, 
deveria informar e orientar as várias disciplinas para integração da visão ambiental, mostrando ainda as 
interdependências políticas, econômicas e ecológicas do mundo moderno (DIAS, 2004).
As questões ambientais não devem ser analisadas de forma isolada, devendo considerar os aspectos 
sociais, políticos e econômicos. A educação ambiental pode ser aplicada para trazer informação e 
conhecimento para a população, visando instruir sobre as atitudes necessárias para melhorar, proteger, 
conservar a qualidade do meio ambiente e promover uma mudança de comportamento, deixando a 
sociedade capaz de solucionar os problemas ambientais, como melhoria da qualidade de vida.
No Brasil, foram elaboradas e divulgadas propostas para ensino de 1º e 2º graus com abordagem 
reducionista, nas quais a educação ambiental ficaria limitada às ciências biológicas, como propuseram 
os países ricos, não levando em consideração os principais aspectos que envolviam a questão ambiental 
e não permitindo a formação de uma consciência crítica. Esse fato proporcionou revolta entre os 
ambientalistas e educadores envolvidos nos assuntos ambientais (DIAS, 2004).
A Política Nacional do Meio Ambiente foi promulgada com a Lei nº 6.938 (BRASIL, 1981), pelo 
presidente João Figueiredo. Era o começo do desenvolvimento da educação ambiental e, infelizmente, 
os boicotes tornaram‑se mais evidentes.
Passados oito anos após a Conferência de Tbilisi, o Brasil nada tinha feito em relação às diretrizes 
para educação ambiental devido à falta de conceituação e política. O MEC e a Sema, com os boicotes 
políticos, não conseguiam promover discussões e aprofundamentos sobre o tema.
O Conama apresentou diretrizes para a educação ambiental, definindo‑a como:
[...] o processo de formação e informação social, orientado para o 
desenvolvimento da consciência crítica sobre a problemática ambiental; 
de habilidades necessárias à solução de problemas ambientais, de atitudes 
que levem à participação das comunidades de preservação do equilíbrio 
ambiental (CONAMA, 2012, p. 8‑9)
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CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Para evitar a formação de consciência crítica dos indivíduos, essa resolução foi boicotada e retirada 
da pauta, pois não era de interesse dos governantes.
Sempre houve iniciativa para a criação de cursos voltados para a educação ambiental e meio 
ambiente, por exemplo, o oferecido pela Universidade de Brasília (1º Curso de Especialização em 
Educação Ambiental), para formar profissionais para implantação de programas ambientais. O curso 
foi oferecido durante dois anos, mas devido aos fortes boicotes de setores extrativista, industrial e 
político, foi fechado. No entanto, o fechamento foi justificado com dificuldades financeiras. Mesmo 
assim, alguns profissionais foram formados; eles desenvolviam papéis importantes em seus estados e os 
objetivos do curso foram atingidos, formando a “nata da educação ambiental”.
Devido a tantos boicotes, quase dez anos após Tbilisi, o Brasil ainda não havia feito nada, pois os 
professores não tinham recebido nenhuma instrução sobre a educação ambiental. Um assunto tão 
importante como esse foi confundido com ecologia e ensinado nas escolas de forma banal (DIAS, 2004).
Às vésperas da Conferência de Moscou, na qual havia o acompanhamento dos resultados da 
educação ambiental, é que o Conselho Federal de Educação, finalmente, aprovaria o Parecer 226/87, 
que determinava a inserção da educação ambiental entre os conteúdos estudados nas escolas. Esse foi 
o primeiro documento oficial do MEC baseado na recomendação de Tbilisi. Em outras palavras, o Brasil 
levou dez anos para conseguir iniciar o estudo sobre o tema. Contudo, não tínhamos resultados para 
discutir na Conferência de Moscou, que ocorreu em 1987 (DIAS, 2004).
Grandes catástrofes mundiais viraram manchete nos jornais, como os acidentes em Chernobyl e 
Bophal, atos terroristas e revoluções, a diminuição da camada de ozônio, efeito estufa, as alterações 
climáticas, o desmatamento acelerado, as safras agrícolas frustradas, as queimadas (consequência do 
calor excessivo), a desertificação, o crescimento populacional desordenado, a erosão de áreas desmatadas, 
a diminuição da população de peixes, a poluição do solo, das águas e do ar, as pragas e doenças tropicais, 
a Aids, o aumento do número de espécies ameaçadas de extinção e da pobreza, da miséria e da fome 
no mundo.
As previsões de especialistas estavam virando realidade. Muitas empresas procuravam novos acordos 
para firmar regimes internacionais, como o Protocolo de Montreal, que visava à proteção da camada 
de ozônio, dando continuidade à Convenção de Viena (1985), que teria aperfeiçoamento na Emenda de 
Londres (1990). Graças às pesquisas realizadas para obtenção do conhecimentocientífico aplicado às 
questões ambientais, a comunidade científica, juntamente com os produtores de CFC, determinou quais 
eram os principais problemas e estabeleceram políticas de diminuição de emissão de poluentes adotadas 
para minimizar o problema (DIAS, 2004).
Em 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal. No Capítulo IV, artigo 223, ficou declarado 
que o governo tem o papel de promover a educação ambiental dentro e fora das escolas, estimulando a 
conscientização pública e promovendo a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988a).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), criado em 
1989, visava formular, coordenar e executar a política nacional do meio ambiente. O instituto tem 
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a função de incentivar a preservação, o fomento e o controle dos recursos naturais renováveis no 
Brasil. O Ibama nasceu da junção de quatro órgãos que se relacionavam com as questões ambientais: 
Sema, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), Superintendência de Pesca (Sudepe) e 
Superintendência da Borracha (Sudhevea). Entre eles, apenas o Sema tinha recursos humanos com 
capacitação na temática ambiental. O instituto tornou‑se uma divisão sem autonomia, engessada em 
sua burocracia, não promovendo nenhuma ação na temática ambiental, muito menos na educação 
ambiental (DIAS, 2004).
O Curso de Especialização Ambiental da Universidade de Brasília fomentou a formação da consciência 
crítica como um exercício multidisciplinar de análise de temas ambientais, com o objetivo de aumentar 
a qualidade de vida e a conservação ambiental. O curso foi banido da Universidade de Brasília e recebido 
na Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá, onde foi oferecido por mais quatro vezes até ser 
fechado pelos mesmos interesses políticos e econômicos já apresentados.
Muitos documentos foram gerados, muitas propostas e tratados não passaram de festividades e 
nada em relação à educação ambiental havia sido colocado em prática, mesmo após quatorze anos da 
conferência de Tbilisi. Nessa época, alguns funcionários do Ibama e do MEC redigiram uma proposta 
de divulgação/informação das diretrizes básicas da educação ambiental, direcionada aos professores de 
Ensino Fundamental, com um encarte distribuído à revista Nova Escola. Junto ao encarte, os professores 
recebiam um questionário com postagem paga para a resposta. O documento foi publicado por ordem 
do presidente Fernando Collor de Melo e foram distribuídos 140 mil encartes em todo o País, chamados 
de Projeto de Informações sobre a Educação Ambiental. De todos os professores que receberam o 
encarte, 85% responderam afirmando que aquele era o primeiro material que recebiam sobre educação 
ambiental, isto é, existia uma ignorância absoluta sobre o tema.
O MEC criou um grupo de trabalho para a educação ambiental e, a partir daí, várias iniciativas foram 
implantadas, principalmente depois da Rio‑92, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento 
e Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, que reuniu 170 países.
A Rio‑92 reforçou as propostas de Tbilisi e Moscou sobre a questão da educação ambiental, visando 
concentrar esforços na eliminação da ignorância ambiental e na formação de pessoal.
Com o objetivo de colocar em prática as recomendações aprovadas na Rio‑92, o MEC reuniu de forma 
permanente um grupo de trabalho para se dedicar à implantação da educação ambiental nos sistemas de 
Ensino Fundamental, Médio e Superior. Esse grupo organizou encontros em todas as regiões do País com 
as Secretarias de Educação para formular, em conjunto, programas de educação ambiental que foram 
impactados pela falta de informação sobre o assunto por parte dos participantes. Esse grupo realizou, em 
apenas dois anos, o que o governo brasileiro não teve interesse em fazer desde 1977 (DIAS, 2004).
Nos anos seguintes, as atividades do grupo foram reduzidas, principalmente devido a boicotes 
financeiros. Sabemos, por exemplo, que a verba destinada à educação ambiental é de apenas 0,03%, 
mesmo os governantes afirmando que o tema é uma prioridade e um sistema importante de gestão 
ambiental. Podemos observar que existem poucos profissionais que atuam na área e uma carência na 
capacitação de novos profissionais.
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A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, foi resultado 
do Programa Nacional de Educação Ambiental, redigido pelo Ministério da Educação e do Desporto 
(MEC), o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos da Amazônia Legal (MMA), o Ministério da 
Ciência e Tecnologia (MCT) e o Ministério da Cultura (MinC).
A educação ambiental tem o objetivo de preparar a sociedade para um novo paradigma do 
desenvolvimento sustentável, utilizando como estratégia princípios de responsabilidade individual de 
atuação para solucionar os desafios ambientais, que englobam a recuperação da natureza e valores 
éticos de sobrevivência.
O desenvolvimento sustentável deixa de ser considerado uma utopia e passa a ser crucial para a 
sobrevivência da raça humana. A educação ambiental é a sua principal ferramenta; por meio dela, a 
população será instruída a buscar novas alternativas de vida sustentável. A seguir, veja o discurso de 
Mikhail Gorbachev no Encontro Rio +5, realizado em 1997 (apud DIAS, 2004, p. 97):
[...] o maior desafio tanto da nossa época como do próximo século é 
salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios 
fundamentos da civilização moderna, o relacionamento do ser humano com 
a natureza.
A Comissão Interministerial afirmou que a educação ambiental incorporava aspectos políticos, 
culturais, socioeconômicos e históricos, que não deviam ser analisados isoladamente, levando em 
consideração a realidade de cada região ou país. A educação ambiental deve fomentar o entendimento 
do meio ambiente e suas interações com os diversos elementos da sociedade, utilizando os recursos de 
forma sustentável. Assim, a educação ambiental é um processo de aprendizagem contínua, baseado no 
respeito entre todas as formas de vida.
1.2 Marcos significativos da legislação ambiental
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) foi estabelecida a partir da Lei nº 6.938 (BRASIL, 
1981) e foi um marco na evolução da gestão ambiental no Brasil. A PNMA foi escrita a partir de uma 
reflexão crítica sobre muitos pontos de vistas e várias características importantes na evolução da gestão 
ambiental praticada no País por muitas décadas (CALIJURI; CUNHA, 2013).
A lei expressa claramente o reconhecimento da relação do desenvolvimento social e econômico 
com a questão ambiental como sendo um dos objetivos da Política Ambiental. Estabelece em seu 
artigo 2º:
[...] A Política Nacional do meio ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana 
[...] (BRASIL, 1981).
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Para o comprimento da PNMA, a lei determina também os seguintes princípios norteadores:
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando 
o meio ambiente como um patrimônio a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI – incentivos ao estudo e a pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e para a proteçãode recursos ambientais;
VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII – recuperação de áreas degradadas [...];
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá‑la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente (BRASIL, 1981).
Podemos notar que a perspectiva do desenvolvimento sustentável já se manifesta nos propósitos 
dessa lei, no artigo 4º: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I ‑ à compatibilização do 
desenvolvimento econômico‑social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio 
ecológico [...]” (BRASIL, 1981).
Para a implementação da PNMA foi criado o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), com 
o objetivo de promover uma abordagem integrada no tratamento da questão ambiental nas diversas 
instâncias governamentais. Assim, a estrutura organizacional foi constituída da seguinte forma:
I – órgão superior. Conselho do governo: com a função de assessorar o 
Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes 
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;
II – órgão consultivo e deliberativo. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de 
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os 
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas 
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e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida;
III – órgão central. O Ministério de Meio Ambiente, com a finalidade de 
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política 
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV – órgão executor. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como 
órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas pelo meio 
ambiente;
V – órgão setoriais. Os integrantes da Administração Federal direta e indireta, 
bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, cujas atividades 
estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas que 
disciplinam o uso de recursos ambientais;
VI – órgãos seccionais. Os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas projetos e pelo controle e fiscalização de atividades 
capazes de provocar a degradação ambiental;
VII – órgãos locais. Os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições 
(BRASIL, 1981).
A estrutura foi reproduzida nas esferas estaduais e municipais, com os ajustes necessários às 
operações exigidas nesses níveis governamentais e as relativas competências institucionais. Temos que 
destacar a competência dos conselhos estaduais como instância decisória do licenciamento ambiental 
e a maior participação de membros da sociedade civil na sua composição.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) é o órgão colegiado instituído com o propósito de 
articular os diversos setores e instâncias governamentais, bem como os agentes sociais e empresariais, 
na formulação de diretrizes de política ambiental.
O Conama constitui uma importante instância de interação entre representantes da União, dos 
estados e municípios, da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil. Assim, torna‑se um 
mecanismo de participação social e uma alternativa de cooperação propícia para a resolução dos 
conflitos ambientais. A relevância do perfil da composição do Conama está associada às funções e 
competências institucionais que esse conselho representa. O Conama é presidido pelo órgão central 
(Ministério do Meio Ambiente). Suas competências mais relevantes são:
I – Estabelecer normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva 
ou potencialmente poluidoras [...];
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III – Decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, 
mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas 
pelo Ibama [...];
V – Determinar, mediante representação do Ibama, a perda ou restrição 
de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral 
ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
VI – Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle 
da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante 
audiência dos ministérios competentes;
VII – Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos 
recursos ambientais, principalmente os hídricos [...] (BRASIL, 1990b).
Devemos esclarecer que as deliberações do Conama devem ser consideradas diretrizes e normas 
gerais da política nacional. Contudo, os estados e os municípios, na esfera de suas competências e nas 
áreas de sua jurisdição, podem elaborar normas supletivas e complementares e padrões relacionados 
com o meio ambiente, desde que sejam observados os que forem estabelecidos pelo Conama. Para a 
implementação dos princípios e objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, foram estabelecidos 
instrumentos de atuação e condução da gestão ambiental:
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II – o zoneamento ambiental;
III – a avaliação de impactos ambientais;
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras;
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder 
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, 
de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII – cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental;
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IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não comprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiente;
X – A instituição do Relatório de Qualidade de Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis – Ibama;
XI – A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando‑se o Poder Público a produzi‑las, quando inexistentes;
XII – O cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/
ou utilizadoras dos recursos ambientais;
XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros (BRASIL,1990b).
Podemos observar que os instrumentos estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente se 
caracterizam pelas várias maneiras de sua aplicação:
• instrumentos que incidem diretamente nas atividades e agentes potencialmente impactantes, 
como licenciamento ambiental, padrões de efluentes e emissão e avaliação de impactos ambientais;
• instrumentos que subsidiam a aplicação e o acompanhamento dos demais como relatório de 
qualidade, penalidades, entre outros.
Dessa forma, podemos afirmar que os instrumentos estabelecidos na política abrangem o perfil 
básico de maneiras de aplicação, havendo ainda outros mecanismos subsidiários de acompanhamento 
do desempenho e de resultados de sua aplicação (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Os instrumentos estabelecidos na nova abordagem de gestão ambiental adotada pela Política Nacional de 
Meio Ambiente rompem com a visão tradicionalde órgão ambiental fiscalizador e incorporam a perspectiva 
do planejamento de ações de gestão ambiental. Como exemplo, podemos citar a inclusão do zoneamento 
ambiental e da avaliação de impactos ambientais. O mesmo poderia ser válido para os padrões ambientais. 
Além de cumprirem as funções de fiscalização, esses instrumentos incluem também uma perspectiva de 
planejamento e exercem um papel de relevância ao integrarem os programas de médio e longo prazo e 
determinando a classificação de rios. Devemos salientar que, à medida que a efetividade de cada instrumento 
precisa do suporte dos demais, é impossível eleger algum como determinante. Assim, a efetividade da gestão 
ambiental é determinada pela capacidade de integração da aplicação desses instrumentos previstos na 
Política Nacional entre si e com outros disponíveis nas políticas setoriais, como na política de gestão de águas. 
Portanto, a gestão ambiental precisa de uma atuação integrada das várias políticas públicas, que se tornam 
corresponsáveis da efetivação dos objetivos da política ambiental. Devemos ressaltar que a aplicação desses 
instrumentos deve considerar mecanismos de participação pública. Assim, os procedimentos de aplicação 
desses instrumentos são estabelecidos pelos conselhos de meio ambiente nas suas diferentes esferas de 
atuação, o que torna possível uma participação sistemática da sociedade civil.
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Os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente foram estabelecidos com a promulgação da 
Constituição Federal de 1988, que incorpora e amplia vários princípios e objetivos fundamentais dessa 
política e explica alguns dos seus instrumentos no texto constitucional. Podemos destacar alguns dos 
principais elementos de consolidação da PNMA:
a) A consideração do ambiente como bem de uso do povo e de que, como 
tal, a sua apropriação deve se subordinar ao interesse público, exigindo 
responsabilidade e ação determinante de planejamento do poder público.
b) A participação pública nas instâncias decisórias, a partir da determinação 
da responsabilidade coletiva na sua gestão.
c) A perspectiva da sustentabilidade quando está prevista a preservação 
para as presentes e futuras gerações.
d) A explicação das responsabilidades do poder público, envolvendo o poder 
executivo, judiciário e legislativo.
e) A exigência da avaliação de impactos ambientais como instrumento 
preventivo fundamental para a gestão ambiental.
f) A exigência de recuperação de áreas degradadas pelas atividades de 
mineração.
g) A ampliação e o fortalecimento da ação de fiscalização na atividades 
lesivas ao meio ambiente (CALIJURI; CUNHA, 2013, p. 711).
As principais leis ambientas são do tipo ordinárias, como a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – LPNMA, a Lei nº 9.605, de 12 de agosto de 1998, e 
a Lei de Crimes Ambientais. Essas leis infraconstitucionais são regulamentadas por decretos, como o 
Decreto nº 99.274 (BRASIL, 1990b), que dispõe sobre a LPNMA, e o Decreto nº 3.179, que regulamenta 
a LCA. Devemos citar também o Decreto nº 99.733, que dispõe sobre a inclusão, no orçamento, de 
projetos federais, de recursos destinados a prevenir ou corrigir os prejuízos de natureza ambiental e 
social decorrentes da execução desses projetos e obras.
Entre as leis ambientais brasileiras de peso, sem desconsiderar a contribuição de todas as outras, 
como a Lei sobre Responsabilidade Civil e Criminal por Danos Nucleares (BRASIL, 1977) e a Lei sobre 
Parcelamento Urbano (BRASIL, 1979a), é importante citar a Lei nº 6.803 (BRASIL, 1980), que dispõe 
sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e estabelece 
outras providências. Temos que mencionar a Lei nº 7.661 (BRASIL, 1988b), que institui o Plano Nacional 
de Gerenciamento, prevendo o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira, regulamentada pelo 
Decreto nº 9.193, de 27 de março de 1990, que dispõe sobre a atividade relacionada ao zoneamento 
ecológico‑econômico, e Decreto nº 99.540 (BRASIL, 1990c), que institui a Comissão Coordenadora do 
Zoneamento Ecológico‑econômico do Território Nacional, que foi revogado pelo Decreto de 28 de 
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dezembro de 2001 (BRASIL, 2001a); a Lei nº 8.171 (BRASIL, 1991), que dispõe sobre a política agrícola, 
determinando a realização de zoneamento agroecológicos; a Lei nº 10.257 (BRASIL, 2001b), que institui 
o Estatuto da Cidade; a Lei nº 10.650 (BRASIL, 2003), a Lei de Acesso à Informação Ambiental.
Algumas vezes, os municípios ignoram o macrozoneamento, os gerenciamentos transmunicipais 
e as diretrizes gerais estabelecidas por outros entes federativos na realização de suas funções, como 
os estados ignoram as particularidades dos municípios. As duas situações trazem conflitos entre as 
autoridades, provocando falhas no sistema de gerenciamento ambiental local e regional, o que repercute 
no fracasso das políticas nacionais.
Por esse motivo, é importante a extração, no Princípio de Desenvolvimento Sustentável, da orientação 
de se optar pela abordagem integrada. A edição de normas que coadunam a gestão ambiental local 
com a regional e a nacional é uma importante medida a esse respeito. Um exemplo é a Lei do Estatuto 
das Cidades, Lei nº 10.257 (BRASIL, 2001b), que estabelece diretrizes gerais da política urbana e outras 
providências. Essa lei reforça o papel dos municípios na avaliação dos fatores ambientais da cidade, a 
partir das exigências de realização de Estudos de Impacto de Vizinhança, integrando‑se à organização da 
cidade como um todo que seja parte em planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território 
e de desenvolvimento econômico e social, bem como no planejamento das regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões.
2 CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL
O campo da gestão ambiental é muito extenso. Essa extensão se explica porque o tema meio 
ambiente precisa ser entendido em sua complexidade como um conjunto de fatores que constituem o 
todo. O que acontece, na realidade, é que a extensão dos problemas costuma não ser conhecida como 
decorrência das diversas facetas que compõem as questões ambientais como se fossem compartimentos 
independentes, cuja importância e emergência dependem do problema a ser resolvido.
A condução de uma gestão é formada por um conjunto de ações e medidas articuladas e regidas 
por um determinado objetivo e orientação. A gestão torna‑se indispensável em qualquer atividade e 
processo que envolva e precise de um equacionamento entre fatores favoráveis e desfavoráveis. A gestão 
empresarial busca um retorno satisfatório do investimento, o lucro, com medidas que potencializem 
os fatores favoráveis e minimizem os fatores desfavoráveis – os custos. Assim, a gestão sempre está 
vinculada à busca de equacionar, de maneira favorável, os assuntos conflitantes. A gestão ambiental é 
regida por uma lógica analítica (CALIJURI; CUNHA, 2013).
Equacionar os problemas é uma função imediata da gestão ambiental. Para solucionar problemas 
ambientais, precisamos de ações preventivas, direcionando esforços para fatores que realmente causam 
prejuízos ao meio ambiente.
A humanidade explora o ambiente gerando alterações nas condições, na disponibilidade e na 
qualidade do meio apenas para satisfazer suas necessidades básicas. A compreensão da problemática 
ambiental passa pela identificação das motivações e ações motrizes geradoras dessas modificações 
ambientais. Assim, é indispensável o entendimento do processo de geração dos impactos ambientais 
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ocasionados pela sociedade na busca da satisfação de suas necessidades e de suas aspirações sociais 
(CALIJURI; CUNHA, 2013).
As necessidades sociais

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