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Ebook_Gestão_Ambiental_5f18c3830f5a6

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Prévia do material em texto

GESTÃO AMBIENTAL
LETÍCIA OSÓRIO DA ROSA
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os 
direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É 
proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Rafael Giovanella
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Júlia Oliveira, Thais Munhoz
Revisora
Luana dos Reis
INTRODUÇÃO À GESTÃO AMBIENTAL 4
O QUE É MEIO AMBIENTE? 5
O QUE É GESTÃO AMBIENTAL? 6
HISTÓRICO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS 7
URBANIZAÇÃO 8
REVOLUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO 10
DÉCADA DE 1960 11
DÉCADA DE 1970 12
DÉCADA DE 1980 14
DÉCADA DE 1990 15
ANOS 2000 16
FASES DAS QUESTÕES AMBIENTAIS 19
SUSTENTABILIDADE 23
O QUE É SUSTENTABILIDADE? 24
AGENDA 21 29
LEGISLAÇÃO, INSTRUMENTOS E FISCALIZAÇÃO 
AMBIENTAL 35
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 36
INSTRUMENTOS AMBIENTAIS 39
MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL 49
EQUILÍBRIO AMBIENTAL X POLUIÇÃO AMBIENTAL 55
EQUILÍBRIO DOS ECOSSISTEMAS 56
POLUIÇÃO AMBIENTAL 58
RESÍDUOS SÓLIDOS, LÍQUIDOS E GASOSOS 72
CONCEITOS INICIAIS 74
RESÍDUOS SÓLIDOS 74
RESÍDUOS LÍQUIDOS 79
RESÍDUOS GASOSOS 83
PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 88
CICLO DO PDCA 89
PROGRAMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 90
QUALIDADE, SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE 95
3ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA II
APRESENTAÇÃO
 Olá, aluno!
 Apesar de nós, seres humanos, fazermos parte da natureza, muitas das atividades que realizamos provocam desequilíbrio am-
biental. Isso faz com que seja crescente e constante a preocupação com a preservação do meio ambiente. Nesse sentido, empresas e 
organizações vêm buscando alternativas ambientalmente responsáveis, apoiadas na gestão ambiental.
 Neste ebook, você estudará assuntos que darão base para que você seja protagonista, no seu local de trabalho, na área de Ges-
tão Ambiental, visando a sustentabilidade da organização. A seguir, será apresentada uma visão histórica dos problemas ambientais, 
introduzindo o assunto de Gestão Ambiental, após, será apresentado o tema de desenvolvimento sustentável e a Agenda 21. Na sequên-
cia, serão abordados os assuntos relativos à legislação ambiental, fiscalização ambiental e instrumentos ambientais. O ebook também 
abordará poluição ambiental, resíduos sólidos, líquidos e gasosos, bem como programas de gestão ambiental.
 O material aqui apresentado foi cuidadosamente elaborado, a fim de que você desenvolva competências e habilidades na área 
de Gestão Ambiental. Para que você atinja este objetivo é importante que você realize as atividades propostas ao final dos capítulos, 
pois elas auxiliarão na fixação e aplicação do que foi estudado.
 Ótimos estudos para vocês! 
4
INTRODUÇÃO À 
GESTÃO AMBIENTAL
Você sabe o que é e como surgiu a preocupação ambiental? Não!? Entenda 
um pouco mais neste capítulo! 
5GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Basta acompanhar os noticiários diários que fica 
evidente a crescente preocupação com as questões 
relativas ao meio ambiente e a sua preservação. 
Por que esta preocupação é crescente? Se você 
olhar para a história da humanidade verá que, 
algumas vezes, os seres humanos não agiram 
com responsabilidade para com o meio ambiente, 
enfrentando uma série de consequências 
negativas. O que fez com que uma série de ações 
em prol do meio ambiente fossem construídas, 
entre elas a gestão ambiental. Com isso, fica 
evidente que a gestão ambiental não é um conceito 
novo nem mesmo uma necessidade nova. Já se sabe 
que a degradação da natureza e a falta de gestão 
comprometem a sustentabilidade dos sistemas 
naturais, e trazem consequências que afetam a 
vida, sendo que estas consequências podem ser 
sentidas por todos diariamente.
Neste capítulo, você estudará a definição de 
meio ambiente, gestão ambiental, bem como 
quais são os principais fatos históricos que 
contribuíram para a crescente preocupação com 
as questões ambientais e a promoção de ações 
de controle das problemáticas ambientais. Para 
construção deste capítulo, foram utilizados como 
referência, principalmente, as obras de Curi 
(2012), Nascimento (2012), Basardo & Barbosa 
(2014), Caldas (2015), Dias (2017); além de outros 
trabalhos citados no decorrer do texto.
O QUE É MEIO AMBIENTE?
Você já parou para pensar nessa pergunta? Bom, antes 
de você dar início ao estudo de gestão ambiental é impor-
tante ter em mente a definição de meio ambiente. O conceito 
de meio ambiente pode variar dependendo da fonte ou autor 
consultado, porém, a essência é a mesma. Veja alguns exem-
plos:
“O meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, 
químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos di-
retos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os se-
res vivos e as atividades humanas” (Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente - CNUMAD, 1972).
 “Meio ambiente, conjunto de condições, leis, influ-
ências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Polí-
tica Nacional do Meio Ambiente, PNMA, Lei nº 6.938 de 1981).
"Meio ambiente, o conjunto de elementos - águas in-
teriores ou costeiras, superficiais ou subterrâneas, ar, solo, 
subsolo, flora e fauna - as comunidades humanas, o resulta-
do do relacionamento dos seres vivos entre si e com os ele-
mentos nos quais se desenvolvem e desempenham as suas 
atividades" (Lei do Estado do Rio Grande do Sul, nº 7.488, de 
1981).
“Meio ambiente: determinado espaço onde ocorre a in-
teração dos componentes bióticos (fauna e flora), abióticos 
(água, rocha e ar) e biótico-abiótico (solo). Em decorrência 
da ação humana, caracteriza-se também o componente cul-
tural” (NBR 10703 de 1989). 
“Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influên-
cia e interações de ordem física, química, biológica, social, 
cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas” (CONAMA nº 306 de 2002).
“Circunvizinhança em que uma organização opera, in-
cluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres 
humanos e suas inter-relações” (ISO 14.001).
A partir das definições de meio ambiente, observa-se 
que ele é a combinação de todos os fatores externos (vivos e 
não-vivos) ao indivíduo ou população.
6GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
O QUE É GESTÃO AMBIENTAL?
Segundo a Resolução CONAMA, Nº 306, de 5 de julho de 2002, gestão ambiental é: “con-
dução, direção e controle do uso dos recursos naturais, dos riscos ambientais e das emissões 
para o meio ambiente, por intermédio da implementação do sistema de gestão ambiental”.
Neste sentido, a gestão ambiental é a ciência que estuda e administra o exercício de ati-
vidades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, 
preservado um ambiente saudável a todas as gerações. Essa ciência baseia-se no uso de prá-
ticas que garantam a conservação e a preservação da biodiversidade, a reciclagem das maté-
rias-primas e a redução do impacto ambiental negativo das atividades humanas. Se você no-
tar, a gestão ambiental está estreitamente relacionada com a sustentabilidade, conceito que 
será estudado no próximo capítulo. 
Alguns conhecimentos associados à gestão ambiental são: técnicas para a recuperação 
de áreas degradadas; técnicas de reflorestamento; métodos para a utilização sustentável de 
recursos naturais; estudo de riscos e impactos ambientais; e reaproveitamento de resíduos.
GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES → A DIREÇÃO CERTA PARA O CRESCIMENTO
Nas organizações,prática da gestão ambiental reduz custos e pode estar relacionada 
com a conquista de certificados de excelência. Quando o planejamento ambiental é bem apli-
cado, permite uma drástica redução de custos diretos (desperdício de matérias-primas, água 
Para refletir...
Na figura ao lado, com relação as pessoas que estão correndo, o que é o meio ambiente?
7GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
e energia), de custos indiretos (sanções e indenizações judiciais relacionadas a danos ao meio 
ambiente ou à saúde de funcionários, e da comunidade) e, além disso, traz “valorização am-
biental” à empresa. Sendo assim, a gestão ambiental é o caminho certo para uma empresa que 
quer crescer e atingir a excelência ambiental.
HISTÓRICO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS
“O homem é o lobo do homem”, frase criada por Titus Maccius Plautus, na obra Asinaria 
e popularizada por Thomas Hobbes, no século XVII.
Será que esta afirmação é verdadeira? Ela está relacionada 
com gestão ambiental?
Nos últimos 200 anos, o desenvolvimento tecnológico foi imenso, sem haver outro pe-
ríodo histórico de tantas descobertas. Porém, durante muito tempo, os recursos naturais fo-
ram consumidos e explorados, sem que se pensasse na sua conservação. Ou seja, este proces-
so ocorreu mais rápido que a resiliência dos ecossistemas, gerando um colapso. Sendo assim, 
como na frase popularizada por Thomas Hobbes, o ser humano torna-se o lobo de si mesmo, 
uma vez que gerou os meios que podem levá-lo à extinção.
Esta crise ambiental fez com que fossem necessárias mudanças. A seguir, você verá a 
relação ambígua do “desenvolvimento” humano com questões ambientais, bem como quais 
as principais mudanças e fatos históricos que ocorreram.
PRÉ-HISTÓRIA
Homo sapiens L., 1758, é a espécie dos humanos, sendo esta euribionte, e dentre todas 
as espécies de animais, é a que apresenta maior capacidade de suportar grandes variações 
do ambiente natural. Ou seja, pode ser encontrada tanto no deserto, quanto em continentes 
gelados, também em floresta ou sob o oceano. Isto só foi possível pois o ser humano sempre 
criou, no seu entorno, um meio ambiente próprio, diferente do meio natural. Neste sentido, 
para sua sobrevivência, o ser humano, de uma maneira ou outra, sempre modificou o am-
biente natural.
8GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Na pré-história, para superar suas limitações, o ser humano passou a criar ferramen-
tas que multiplicavam suas capacidades limitadas. Ao mesmo tempo, compreendeu que a sua 
resistência ao meio ambiente hostil era facilmente superada com a formação de grupos, que, 
organizados em torno de um objetivo, multiplicavam suas capacidades individuais. Essa mul-
tiplicação da capacidade humana, de intervir no meio ambiente, não afetou de maneira sig-
nificativa a natureza durante este período, embora haja registros de caçadas com morte de 
centena de grandes animais na América do Norte. Outros animais também caçam em grupos, 
nesse período, mas somente os humanos concebem sua ação previamente no seu cérebro, na 
forma de planejamento, incorporando novas informações a cada ação, que resultarão em di-
ferentes soluções.
Com isso, surge o trabalho, que é essa atividade realizada pelos seres, que interfere na na-
tureza de modo a transformá-la para melhor satisfazer as suas necessidades. O trabalho huma-
no, em sua essência, tem como objetivo a manutenção da espécie humana no ambiente natural, 
melhorando as suas condições de existência, ou seja, a sua qualidade de vida. A capacidade de 
trabalho do homem é aumentada, a sua capacidade de intervir na natureza é ampliada e, con-
sequentemente, crescem os impactos no ambiente natural produzidos pelo homem. O homem 
passou a fazer o que todos os outros animais faziam, só que melhor. A capacidade de interven-
ção humana sobre o meio ambiente, ao longo dos anos, foi sendo multiplicada de uma forma 
jamais imaginada pelo próprio homem, superando todos os seus limites. Durante milhares de 
anos, a intervenção humana no ambiente natural foi de forma gradativa e cumulativa, mas apa-
rentemente, as modificações não foram significativas se comparadas aos dias atuais.
URBANIZAÇÃO
A agricultura e a criação do gado trazem uma nova relação do homem com a natureza. 
As atividades agropastoris exigem a criação de um meio ambiente artificial, possibilitando a 
abundância de comida, um grande incremento populacional e a diminuição dos espaços na-
turais. 
9GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
O ser humano começa a se concentrar em locais específicos, tais como aldeias, vilas e 
cidades, aumentando a ocupação dos espaços naturais, surgindo novas necessidades. Quanto 
maiores as aglomerações humanas, mais destrutivas eram do ponto de vista ambiental. Mui-
tas espécies desapareciam gradativamente, onde o homem construía em ritmo acelerado o 
seu próprio ambiente.
Você sabia? 
A civilização romana foi a que mais contribuiu para a diminuição da diversidade, na Antiguidade, 
principalmente de predadores naturais, que eram capturados para servir de atração em arenas, 
principalmente no Coliseu de Roma.
As concentrações urbanas propiciam condições para certos organismos se proliferarem 
como pragas, trazendo também doenças que, durante muitos séculos, viraram epidemias, 
provocando a mortandade de milhões de pessoas.
Sugestão de leitura
Para quem quiser saber mais sobre as civilizações do passado e do ambiente em que elas viviam, 
um livro sugerido é o “Colapso - Como as sociedades escolhem o fracasso ou sucesso”, de Jared 
Diamond.
10GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
REVOLUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO 
A capacidade produtiva humana é fortemente 
transformada no século XVIII, com a grande Revo-
lução Científico-Tecnológica, a segunda, denomi-
nada Revolução Industrial. Surgindo inicialmente 
na Inglaterra, ela se espalhou e dominou o cená-
rio mundial aumentando os impactos ambientais 
negativos e problemas ambientais, gerando um 
processo de degradação contínua do meio ambien-
te. Alguns dos problemas ambientais trazidos pela 
industrialização foram: alta concentração popula-
cional (urbanização acelerada); consumo excessivo 
de recursos naturais (alguns não renováveis); con-
taminação do ar, do solo, das águas; e desflores-
tamento. No entanto, durante muitos anos, estes 
impactos não foram considerados devido ao desen-
volvimento econômico e os benefícios proporcio-
nados pelo progresso.
As cidades eram acompanhadas pelo caos, 
pois não suportavam a migração maciça das pesso-
as do campo; faltando os serviços públicos básicos, 
tais como: abastecimento de água, esgotos sanitá-
rios, espaços abertos. No decorrer do tempo, alguns 
eventos demonstraram que a degradação ambiental 
já estava começando a causar problemas. Um des-
tes eventos foi o ocorrido na região de Londres, In-
glaterra, em dezembro de 1952. Nesta data ocorreu 
um nevoeiro, conhecido também como Big Smoke. 
Este foi um período de severa poluição atmosférica 
que encobriu a cidade de Londres, causando a mor-
te de milhares de pessoas por problemas respirató-
rios. Outro desastre ambiental que ocorreu na mes-
ma época (1956), foi a contaminação de mercúrio 
da baía de Minamata no Japão. Ele foi decorrente do 
lançamento de dejetos por uma companhia química, 
desde 1939, sendo registrados casos de disfunções 
neurológicas em pessoas e outros animais.
As ideias de Thomas Robert Malthus (1766-1834)
Thomas Malthus foi um economista inglês que publicou a obra “Ensaio sobre a população” (1798), que 
sistematizava um conjunto de preocupações que apontava para os problemas decorrentes do aumento populacional 
e para a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais, bem como os seus reflexos no crescimento econômico.
11GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
As cidades eram acompanhadas pelo caos, pois não suportavam a migração maciça das 
pessoas do campo; faltando os serviços públicos básicos, tais como: abastecimento de água, 
esgotos sanitários, espaços abertos. No decorrer do tempo, algunseventos demonstraram 
que a degradação ambiental já estava começando a causar problemas. Um destes eventos foi o 
ocorrido na região de Londres, Inglaterra, em dezembro de 1952. Nesta data ocorreu um nevo-
eiro, conhecido também como Big Smoke. Este foi um período de severa poluição atmosférica 
que encobriu a cidade de Londres, causando a morte de milhares de pessoas por problemas 
respiratórios. Outro desastre ambiental que ocorreu na mesma época (1956), foi a contami-
nação de mercúrio da baía de Minamata no Japão. Ele foi decorrente do lançamento de dejetos 
por uma companhia química, desde 1939, sendo registrados casos de disfunções neurológicas 
em pessoas e outros animais.
Os processos de industrialização aumentaram de forma 
espetacular, mas foram concebidos de forma irracional, 
tendo como resultado graves problemas ambientais.
Parques nacionais
Apesar das graves consequências da industrialização para o meio ambiente, antes 
da década de 1960 foi criado o 1º Parque Nacional, o Parque Nacional de Yellowstone 
nos Estados Unidos e um Patrimônio Mundial, para preservar a enorme quantidade 
de geysers e áreas termais, bem como a vida selvagem e beleza da área. No Brasil, 
a primeira unidade de conservação foi o Parque Nacional do Itatiaia, em 1937, nos 
Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Você sabia? 
Apesar da consciência ambiental ir 
ganhando forma na segunda metade do 
século XX, neste mesmo período, foram 
empregados mais recursos naturais na 
produção de bens que em toda a história 
anterior da humanidade. O esgotamento 
dos recursos naturais fica evidente 
nos dias de hoje. Veja a reportagem: 
“Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge 
esgotamento de recursos naturais mais 
cedo em toda a série histórica”. Disponível 
em: https://g1.globo.com/natureza/
noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-
2019-planeta-atinge-esgotamento-de-
recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-
a-serie-historica.ghtml
DÉCADA DE 1960
Na segunda metade do século XX, houve um agravamento dos problemas ambientais 
devido à intensificação do crescimento econômico mundial. Porém, na década de 1960, o ce-
nário de descaso com o meio ambiente começou a mudar, sendo que os problemas ambientais 
começaram a ganhar maior visibilidade. As ONGs começam a ocupar lugar de destaque, nesta 
mesma década, sendo criada em 1961, o World Wildlife Fund (WWF). 
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-historica.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-historica.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-historica.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-historica.ghtml
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-historica.ghtml
12GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
 Em 1962 foi publicado o livro Pri-
mavera Silenciosa (Silent Spring), de 
Rachel Louise Carson, com grande re-
percussão, chamando a atenção para as 
questões ambientais, como os efeitos do 
uso indiscriminado de agrotóxicos. No 
livro, ela expôs os perigos do inseticida 
DDT e defendeu o emprego de controle 
biológico, utilizando de fungos, bacté-
rias e insetos para combater os parasitas. 
A repercussão foi tanta que o Senado dos 
EUA foi levado a proibir quase totalmente 
a utilização do DDT nos Estados Unidos. 
Você quer saber mais sobre o livro Silent Spring, de Rachel Louise Carson?
Ouça o podcast “Primavera Silenciosa”, das “As4Estações”, elaborado pela professora Regina 
Horta Duarte da UFMG, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XxUZYa5kRtw&t=33s.
 Neste período, foi fundado o Clube Roma, um grupo que reunia cientistas, educadores, 
industriais e funcionários públicos de diferentes países, e debatia sobre economia, socieda-
de, política, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, promovendo novas iniciativas e 
planos de ação. No final da década, em 1969, ocorre a primeira manifestação, de maneira ins-
titucionalizada com a criação da lei da política nacional do meio ambiente (NEPA - National 
Environmental Policy Act) nos Estados Unidos da América (EUA).
DÉCADA DE 1970
A visão errônea de que os recursos naturais eram ilimitados e estavam à disposição do 
homem começou a ser questionada com maior intensidade e, nos anos de 1970, foi quando os 
processos de deterioração ambiental e a possibilidade de esgotamento de determinados re-
cursos naturais se tornaram mais evidentes. Esta década caracterizou-se por ser aquela em 
que aumentaram as atividades de regulamentação (criação de leis) e controle ambiental. 
Em 01 de janeiro de 1970, a NEPA entrou em vigor sistematizando a Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA). Nos anos seguintes, a AIA também foi adotada por outros países, como Ca-
nadá, Nova Zelândia, Austrália, Colômbia, França, Irlanda, Holanda e Alemanha. Nesta mes-
ma década, ocorre no Brasil as primeiras tentativas de aplicação de metodologias para AIA, 
decorrentes de exigências de órgãos financeiros internacionais para aprovação de emprés-
timos a grandes projetos governamentais, tais como a Rodovia Transamazônica (Fig. 1A) e a 
Usina Hidrelétrica de Itaipu (Fig. 1B).
https://www.youtube.com/watch?v=XxUZYa5kRtw&t=33s
13GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
A
B
Mapa da rodovia Transamazônica (BR 230), que foi inaugurada em 1972 e totaliza 
4 223 km; 
Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída entre 1975 e 1982.
Em 1971 foi lançado o Programa Homem e Biosfera (MaB – Man and the Biosphere), em 
Conferência patrocinada pela UNESCO e realizada em Paris. Como consequência da criação 
do MaB, a partir de 1976, foram criadas as Reservas da Biosfera protegendo áreas ao redor do 
mundo.
Você quer conhecer mais sobre as Reservas da Biosfera no Brasil?
Acesse: https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/instrumentos-de-gestao/reserva-da-
biosfera.html
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/natural-sciences/environment/biodiversity/biodiversity/
Em 1972, Estocolmo foi a sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano, realizada pela ONU, sendo um marco que mudou o patamar da preocupação com as 
questões ambientais nos países mais desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento. Como 
resultado, foram elaborados uma Declaração e um Plano de Ação para o Meio Ambiente Hu-
mano, bem como começaram a se estabelecer preocupações no âmbito ambiental nos Esta-
dos e junto a organizações financeiras, além disso, nos anos seguintes, proliferaram acordos 
e conferências ambientais. Em 1978, na Alemanha, surgiu o selo ecológico denominado Anjo 
Azul (Blauer Engel), destinado a rotular produtos considerados ambientalmente corretos.
14GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Gradativamente, os diversos modelos econômicos 
de desenvolvimento baseados no uso intensivo dos 
recursos naturais, considerados inesgotáveis e a crença 
no desenvolvimento linear e continuado foram sendo 
colocados em xeque, abrindo espaço à preocupação 
ambiental.
DÉCADA DE 1980
 Na década de 1980, ocorreram acidentes com grandes impactos sobre o meio ambiente. 
No Brasil, em Cubatão, considerada, nesta época, pela Organização das Nações Unidas (ONU) 
como a cidade mais poluída do mundo, ocorre um grande incêndio causado por vazamento 
de combustíveis de oleodutos, deixando dezenas de mortos e danos ambientais. A nível mun-
dial, ocorreu o desastre de Bhopal, na Índia, em 1984, com o vazamento de 40 toneladas de 
gases tóxicos de uma fábrica de pesticida que provocou milhares de mortes. Em 1986 ocorreu 
o acidente nuclear de Chernobyl (Fig. 2), hoje Ucrânia, lançando na atmosfera um volumede 
radiação cerca de 30 vezes maior que o da bomba atômica de Hiroshima, atingindo vários pa-
íses e causando uma imensa contaminação ambiental. Em 1989 ocorreu um outro acidente, 
no Alasca, sendo despejados 44 milhões de litros de petróleo pelo navio Exxon Valdez, que 
atingiram uma área de 260 km2, poluindo águas, ilhas, praias e matando animais. 
A B
Monumento referente ao 
acidente de Chernobyl na 
Ucrânia,
Sarcófago em torno da unidade 
do reator nuclear 4 da Usina 
Nuclear de Chernobyl.
Você quer saber mais sobre o acidente nuclear de Chernobyl?
Assista o documentário “Chernobyl: a história completa”, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=DiGqjYkRQ6o
Outra dica é a minissérie CHERNOBYL (2019) da HBO.
https://www.youtube.com/watch?v=DiGqjYkRQ6o
15GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Porém, nesta década também houve avanços nas questões ambientais. No ano de 1983, 
a Assembleia Geral da ONU criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvol-
vimento (CMMAD), presidida pela primeira-ministra da Noruega e presidente da ONU, Gro 
Harlem Brundtland, objetivando verificar as relações entre meio ambiente e o desenvolvi-
mento, bem como, apresentando propostas viáveis. Como fruto deste trabalho, nasce a obra 
“Nosso futuro em comum” (Our Common Future), de Gro Harlem Brundtland, em 1987, que 
pode ser considerada um dos mais importantes documentos sobre a questão ambiental e o 
desenvolvimento dos últimos anos. No final da década, em 1980, o fenômeno da globalização 
das preocupações ambientais foi firmado por vários países com o Protocolo de Montreal, cria-
do com objetivo de proteger a camada de ozônio e a Convenção da Basileia, que estabeleceu 
regras para o transporte transfronteiriço de resíduos. Na mesma década, a preocupação com 
as questões ambientais levou o governo brasileiro a instituir a Política Nacional do Meio Am-
biente (PNMA) e criar o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA pela Lei nº 6.938/81.
DÉCADA DE 1990
Na década de 1990, já havia uma consciência coletiva sobre a importância da preservação 
ambiental e dos perigos de um modelo de crescimento insustentável. O meio ambiente ocupa-
va um patamar privilegiado na agenda global, presente em inúmeros eventos internacionais. 
Como um evento importante da década, cita-se a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da Terra, Rio 92 ou 
Eco 92, que ocorreu 20 anos após a conferência de Estocolmo, na cidade do Rio de Janeiro, 
em 1992. Verificou-se que o meio ambiente e o desenvolvimento são duas faces da mesma 
moeda: o desenvolvimento sustentável, o qual “não se constitui num problema técnico, mas 
social e político”. Como resultado deste evento, foram elaborados importantes documentos, 
dentre eles:
• Carta da Terra;
• Agenda 21;
• Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB);
• Convenção sobre as Mudanças Climáticas;
• Declaração de Princípios sobre Florestas; e
• Declaração do Rio de Janeiro sobre meio ambiente e desenvolvimento.
Até o ano de 1993, estavam em vigor numerosos acordos multilaterais sobre meio am-
biente, aos quais se acrescentam as notificações do Acordo sobre Obstáculos Técnicos ao Co-
mércio, estabelecido na Rodada de Tóquio, colocando regras para a proteção ambiental e da 
saúde e segurança humanas em diversas áreas de interesse ecológico. Na mesma década, em 
1997, no Japão, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi anunciado 
o Protocolo de Kyoto, que estipulava metas para redução de emissões de gases do efeito es-
tufa. Ainda na década de 1990, entraram em vigor as normas BS 7750 e a série ISO 14000, que 
motivaram empresas a investirem em melhorias ambientais.
16GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
ANOS 2000 
O início do século XXI é marcado também por acidentes 
ambientais. 
No Brasil, em 2004, ocorreu uma explosão no cargueiro chileno Vicuña, no Porto de 
Paranaguá (PR), deixando mortos, além de atingir centenas de outros animais, devido ao va-
zamento de um milhão de litros de metanol e cinco milhões de litros de óleo combustível. Em 
2008 ocorreu um vazamento do pesticida Endosulfan, no rio Piratininga, em Resende (RJ), que 
matou milhares de peixes e outros animais e interrompeu o fornecimento de água em várias 
cidades na área. Em 2015 ocorreu o acidente ambiental de Mariana (MG), com o rompimento 
de uma barragem de rejeitos da operação da mineradora Samarco, lançando lama tóxica no 
ambiente, atingindo 35 cidades, matando 19 pessoas e 11 toneladas de peixes, destruindo 1,5 
mil hectares de vegetação. Não bastando, em 2019, ocorreu o rompimento de outra barragem, 
a de Brumadinho (MG), controlada pela Vale S.A que liberou cerca de 12 milhões de metros 
cúbicos de rejeitos, deixando mais de 200 mortos.
17GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Em 2010, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, da empresa British Petro-
leum, no Golfo do México, matou 11 trabalhadores e rompeu um poço petrolífero que provocou 
o pior desastre ecológico da história dos Estados Unidos. No mesmo ano, ocorreu o rompi-
mento da barragem de rejeito de uma mina de alumínio na Hungria, despejando 1,1 milhões de 
metros cúbicos de lama tóxica vermelha, inundando vilarejos, poluindo a terra, rios e lagos, 
além de atingir milhares de pessoas. No ano seguinte, ocorreu o maior desastre nuclear deste 
século, depois que um tsunami atingiu a unidade nuclear de Fukushima, no Japão, resultando 
em mais de 100 mil pessoas evacuadas, 600 mortes e, além disso, a exposição à radiação que 
deverá afetar, em longo prazo, os seres vivos da região.
Estes desastres ambientais, devido ao não cumprimento 
da legislação ambiental, trazem imensos prejuízos, 
além da má reputação alcançada, que demandará alto 
investimento para ser recuperada, sem garantia nenhuma 
de ser restabelecida.
18GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
No entanto, a partir dos 2000 foram realizados mais movimentos para chamar a aten-
ção das consequências negativas das atividades do ser humano sobre o meio ambiente. Em 
2001 foi assinado o tratado internacional da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgâ-
nicos Persistentes, na Suécia. Em 2002 foi realizada a Rio+10 em Johanesburgo, na África do 
Sul, com discussões que englobaram, além da preservação do meio ambiente, também as-
pectos sociais. A partir da Conferência, foi produzida a Declaração de Johannesburgo sobre o 
Desenvolvimento Sustentável. Em 2003 foi lançado o denominado “Princípios do Equador”, 
por meio do qual as instituições financeiras adotaram requisitos para a concessão de finan-
ciamentos a grandes empreendimentos, levando em conta os seus impactos ambientais cau-
sados por eles. Em 2009 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças 
Climáticas, também conhecida como Conferência de Copenhague, na Dinamarca, para discu-
tir como reagir frente às mudanças climáticas. Em 2012 ocorreu, no Rio de Janeiro, a Rio+20 
que é o nome da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, com o 
objetivo de renovar e reafirmar a participação dos líderes dos países com relação ao desenvol-
vimento sustentável no planeta Terra. Em 2015, durante a COP-21, foi elaborado o Acordo de 
Paris, um tratado que rege medidas de redução de emissão de dióxido de carbono a partir de 
2020. Muitas das medidas que visam a manutenção do meio ambiente atingem os processos 
produtivos das empresas, os seus produtos e a vida das pessoas, e as consequências destes 
avanços são sentidos ano após ano.
19GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
FASES DAS QUESTÕES AMBIENTAIS
Em decorrência de catástrofes ambientais e índices alarmantes de poluição, foi se for-
mando um movimento em prol da utilização racional dos recursos naturais. No Quadro 1, es-
tão apresentados os estágios da proteção ambiental relacionados com as décadas.
Estágios da proteção ambiental (baseado em Amorim).
ÉPOCA CARACTERÍSTICAS ESTÁGIO ATITUDES
Antes da década 
de 1970
Preocupaçãocom as forças da 
natureza e desejo de segurança 
relacionado ao medo e ao respeito. 
Gerou a cooperação mútua e a 
organização social.
1º - Reconhecimento
- Saneamento básico. 
-Pouco conhecimento relativo a impactos 
ambientais e resíduos perigosos.
- Existência limitada de requisitos e padrões 
ambientais.
 Anos 70
Crescimento autoconfiante – ocorre a 
adaptação do meio às necessidades do 
homem. Alguns fenômenos podem ser 
previstos e até compreendidos.
2º - Controle 
(Remediação)
- Controle da Poluição industrial (água, ar, 
ruído).
- Gestão reativa.
- Filosofia de controle pontual.
Anos 80
Agressão e conquista – 
desenvolvimento, urbanização, 
industrialização, e mineração 
intensiva (extrativismo), progresso 
a qualquer custo. Desenvolvimento 
de tecnologias para a conquista de 
espaços.
3º Planejamento 
(Prevenção)
- Estudos de Impactos Ambientais - 
Gerenciamento de resíduos sólidos. 
- Controle da poluição do Solo. 
- Minimização de resíduos
Anos 90 até a 
atualidade
Responsabilidade social, ética 
ambiental e consciência coletiva – 
ajustamento
do homem e suas necessidades às 
características do meio.
4º Sistema 
de conceitos 
(sustentabilidade)
-Atuação responsável. 
- Gerenciamento Integrado (meio ambiente + 
segurança + saúde).
- Auditoria ambiental .
- Avaliação do ciclo de vida do produto.
- Sistema de gerenciamento ambiental.
20GESTÃO AMBIENTAL
SÍNTESE SUMÁRIO
Neste capítulo, foi apresentada a definição de meio ambiente, gestão ambiental e um histórico da preocupação mundial com as questões 
ambientais. Você evidenciou, ao longo da história, que grandes acidentes ambientais e a contaminação resultante deles acabaram chamando a 
atenção para a gravidade do problema. A partir deste momento, a população foi construindo a conscientização ambiental que ainda continua em 
processo contínuo de construção. Hoje, a problemática ambiental faz parte da pauta obrigatória da maior parte dos encontros mundiais e torna-
-se uma preocupação crescente também da maioria das empresas.
É muito importante você ter em mente que faz parte do meio ambiente e que não há planeta 
“B”!!!
21GESTÃO AMBIENTAL
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Analise a figura:
Quais são os componentes bióticos e abióticos presentes nessa 
figura? Estas componentes estão presentes no conceito de meio am-
biente? Justifique a sua resposta.
2. Com base no histórico das questões ambientais que você viu no 
Capítulo 1, responda: você acredita que as empresas envolvidas 
nos desastres ambientais que ocorreram ao longo das décadas 
realizaram corretamente a gestão ambiental? Justifique citando 
um caso que você estudou neste capítulo.
3. Uma linha do tempo consiste em um desenho com uma barra lon-
ga, com a legenda de datas junto da barra e os eventos junto dos 
pontos onde eles aconteceram. Neste capítulo, você estudou vá-
rios eventos que ocorreram relacionados às questões ambientais. 
Organize estes eventos em uma linha do tempo, colocando de um 
lado os eventos de prejuízo ambiental e, do outro, os principais 
eventos em prol do meio ambiente.
4. O histórico das questões ambientais passou por algumas fases. 
Que fases foram essas e quais as suas características? Identifique, 
na linha do tempo que você elaborou, estas fases.
5. Utilize os termos abaixo e relacione com o evento ambiental.
22GESTÃO AMBIENTAL
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
6. Pré-história Década de 1960. Década de 1970. Década de 1980. Década de 1990. Anos 2000. 
a. ______________ Realização, pela ONU, da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. 
b. ______________ Publicação do livro de Rachel Carson – Primavera Silenciosa.
c. ______________ Publicação do “Nosso Futuro Comum”, de Gro Harlem Brundtland.
d. ______________ O homem aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas capacidades limitadas.
e. ______________Realização da Conferência de Copenhague.
f. ______________ São elaborados alguns documentos como a Carta da Terra e a Agenda 21.
23
SUSTENTABILIDADE 
A empresa em que você trabalha é sustentável? Mas, o que é “ser 
sustentável”? Entenda neste capítulo!
24GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Você já se perguntou se a sua 
casa é sustentável? E a empresa 
onde você trabalha? O que é ser sus-
tentável? O que é ser uma empresa 
sustentável? O termo “sustentabi-
lidade” é utilizado, usualmente, na 
atualidade, mas você deve enten-
der o real significado deste termo, 
que cada vez mais está presente no 
dia a dia, para utilizá-lo da forma 
adequada. Neste capítulo, os as-
suntos tratados serão: desenvol-
vimento sustentável e Agenda 21, 
que estão estreitamente relacio-
nados. 
 Para elaboração do texto a 
seguir, foram utilizadas as obras de 
Sachs (2000); Kurtz (2010); Mou-
ra (2011); Oliveira (2012); Ruppen-
thal (2014); Dias (2017); Mendoça 
& Dias (2019), entre outras obras 
citadas no decorrer do texto.
O QUE É SUSTENTABILIDADE?
A grande demanda por recursos naturais compromete a quali-
dade de vida das atuais e das futuras gerações, isto fez com a socie-
dade atual buscasse medidas que harmonizem o desenvolvimento à 
indispensável proteção ambiental, assim foi sendo projetada a sus-
tentabilidade. O conceito de sustentabilidade surgiu na ecologia e co-
meçou a ser delineado com o intuito de discutir as atividades huma-
nas em relação ao meio ambiente, no entanto, ele vai além da base 
ambiental. Ecologia é definida como o ramo da ciência que estuda as 
relações entre os seres vivos e seus respectivos ambientes. Ao passo 
que sustentabilidade é o ato de manter uma condição de um processo 
ou de um sistema pelo tempo necessário à sua função, sem prejudicar 
as gerações futuras nem afetar negativamente outras ações.
25GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
A palavra sustentabilidade tem origem no latim “sustentare” com significado sustentar, 
suportar, conservar em bom estado, manter, resistir. Apesar da palavra sustentar já aparecer 
em dicionários, foi na década de 1980 que os termos: sustentável e desenvolvimento susten-
tável foram amplamente divulgados. Em 1980, o documento “Estratégia Mundial para a Con-
servação da Natureza”, elaborado em conjunto pela União Internacional para a Conservação 
da Natureza (IUCN), pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA) e pelo 
WWF, definiu sustentabilidade como “uma característica de um processo ou estado que pode 
manter-se indefinidamente”. Em 1987, o termo desenvolvimento sustentável foi apresenta-
do no livro intitulado “Our Common Future”, traduzido como “Nosso futuro em comum”, de 
Gro Harlem Brundtland. No livro, ela descreve: “Desenvolvimento sustentável significa su-
prir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as 
próprias necessidades”. 
Cinco anos depois, em 1992, foi realizada a Rio-92, neste evento, o termo sustentabili-
dade adquiriu caráter mais oficial e foi criada a Agenda-21, a qual será detalhada na sequência. 
Em 1994, Elkington realizou um estudo apresentando que o termo sustentabilidade surgiu a 
partir da interação de três pilares: o econômico, o ambiental e o social, como pode ser verifi-
cado na Figura 3. Estas três dimensões foram apresentadas na Conferência seguinte, sediada 
em Johannesburgo, em 2002.
Tripé da sustentabilidade (modificado de Oliveira, et al. 
2012).
26GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Segundo o proposto, o desenvolvimento sustentável apresenta as dimensões econômi-
ca, a social e a ambiental que devem coexistir e interagir entre si de forma harmoniosa e ho-
lística, ou seja, em equilíbrio dinâmico e permanente.
O pilar social refere-se ao tratamento do capital humano de uma empresa ou socieda-
de. Em termos sociais, deve-se ter a garantia de infraestrutura básica de educação, energia, 
saúde, além da diminuição das desigualdades sociais e a garantia de melhorias na qualidade 
de vida. Em uma empresa, deve-se proporcionar melhorescondições de trabalho aos empre-
gados e integrar as atividades socioculturais próximas.
O pilar econômico trata-se do crescimento economicamente viável. O papel na socieda-
de deve ser cumprido levando em consideração o aspecto da rentabilidade dando retorno ao 
investimento realizado pelo capital privado.
27GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
O pilar ambiental (ecológico) refere-se ao capital natural e dos recursos genéticos. Em 
termos ambientais, deve-se proteger os recursos naturais e genéticos, promovendo a dimi-
nuição da utilização desses recursos e da poluição. Em uma empresa, deve-se desenvolver a 
ecoeficência dos seus processos produtivos, adotar a produção mais limpa, promover uma 
cultura ambiental organizacional, adotar uma postura de responsabilidade ambiental, e par-
ticipar de atividades ambientais.
Sendo assim, busca-se a possibilidade de que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível 
satisfatório de desenvolvimento social e econômico, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos 
recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.
Veja o documentário “The Story of Stuff” (A história das coisas) e entenda 
um pouco mais sobre sustentabilidade. Para assistir, acesse: https://www.
youtube.com/watch?v=xaglF9jhZLs
Como você viu, o conceito do tripé da sustentabilidade 
pode ser aplicado de maneira macro, para um país, mas 
também de maneira micro, para uma residência, empresa 
ou escola.
O que uma indústria ou empresa precisa para ser sustentável?
No meio empresarial, o conceito de desenvolvimento sustentável tem se pautado nas 
formas de gestão e práticas mais eficientes, identificadas com ecoeficientes e a produção mais 
limpa, ou seja, para processos e produtos, do que em torno de uma perspectiva de um desen-
volvimento econômico mais sustentável. É um grande avanço; mas ainda falta muito para que 
as empresas se tornem agentes de um desenvolvimento sustentável, socialmente justo, eco-
nomicamente viável e ambientalmente correto.
28GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Conheça melhor o conceito de produção mais limpa!
Leia os artigos: 
“Produção Mais Limpa: conceitos e definições metodológicas”, disponível em: https://www.aedb.
br/seget/arquivos/artigos09/306_306_PMaisL_Conceitos_e_Definicoes_Metodologicas.pdf 
“Princípios e ferramentas da produção mais limpa: um estudo exploratório em empresas 
brasileiras”, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v22n2/0104-530X-gp-22-2-326.pdf
Em 1998, no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) define e publica a De-
claração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável (CNI,2002), que pode 
ser observada:
1. Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a socie-
dade, os parlamentares, o governo e organizações não governamentais no sentido de 
desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais.
2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais.
3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de de-
senvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia.
4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento am-
biental, saúde e segurança do trabalho nas empresas.
5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais nas 
empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas 
ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações apropriadas para 
proteger o meio ambiente.
6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos traba-
lhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando que eles te-
nham o conhecimento e o treinamento necessários com relação às questões ambientais.
7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de re-
duzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade.
8. Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a socie-
dade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contí-
nua dos processos de comunicação.
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/306_306_PMaisL_Conceitos_e_Definicoes_Metodologicas.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/306_306_PMaisL_Conceitos_e_Definicoes_Metodologicas.pdf
http://www.scielo.br/pdf/gp/v22n2/0104-530X-gp-22-2-326.pd
29GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
9. Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com 
relação aos assuntos ambientais.
10. Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não produ-
zam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade.
11. Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua imple-
mentação”.
AGENDA 21
A Agenda 21 ou Plano 21 foi criada e aprovada na CNUMAD ou Rio-92, com o intuito de 
garantir o desenvolvimento sustentável do planeta no século XXI, sendo um dos principais 
resultados obtidos da Conferência. Esse documento, acordado e assinado por governos e ins-
tituições da sociedade civil de 179 países, estabeleceu a importância de cada país com o com-
promisso de refletir, global e localmente, sobre a forma em que todos os setores da sociedade 
poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Sendo assim, 
a Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de 
sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, consolidando métodos de proteção 
ambiental, justiça social e eficiência econômica. Esse plano de ação é composto por 40 capí-
tulos organizados e quatro seções, sendo:
I. Dimensões sociais e econômicas – abordam os problemas ambientais sobre o ponto de 
vista social, relacionados ao modelo de produção e consumo, apontando formas para o 
combate à pobreza, proteção e promoção das condições da saúde humana, entre outros.
II. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento – enfoca na conservação dos 
recursos naturais e genéticos, prevenindo a poluição ambiental e assegurando sua pre-
servação para as gerações futuras.
III. Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais – ressalta o papel dos governos 
locais, universidades, institutos de pesquisa, jovens, mulheres, indígenas, ONGs, sindi-
catos, agricultores, entre outros, para a promoção do desenvolvimento sustentável.
30GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
IV. Meios de implementação – indicam os recursos materiais, humanos e mecanismos de 
financiamento necessários, com ênfase à cooperação entre nações, instituições e dife-
rentes segmentos sociais.
Você quer consultar a Agenda 21 global na íntegra?
Então acesse: https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-
global.html
A proposta da Agenda 21 parte do ponto que, quanto maior a participação popular no 
desenvolvimento da agenda, melhor será a sua aceitação. Entre os capítulos da Agenda 21, 
destaca-se o capítulo 28 “Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21”, estabe-
lecendo a necessidade de serem criadas agendas específicas para cada país, para cada esfera 
do governo e para regiões específicas. Vale destacar que não há formato para a construção de 
agendas ou necessidade de vinculação e/ou subordinação entre as agendas.
Tendo como base a Agenda 21 Global, foi criada Agenda 21 Brasileira. A definição da 
Agenda 21 adotada pelo governo brasileiro é: “um plano de ações e um instrumento político 
de construção da cidadania ativa para o desenvolvimento sustentável, desenvolvido em pro-
cesso participativo e democrático.” No período de 1996 a 2002, ocorreu a 1ª fase da Agenda 21 
Brasileira, a fase de construção. Coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento 
Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS), a agenda foi construída a partir das diretrizes 
da Agenda 21 global, com envolvimento de cercade 40 mil pessoas de todo o Brasil, ou seja, 
com vasta consulta à população brasileira. Em 2003, iniciou a 2ª fase, a fase de implementa-
ção. Esta fase tem como desafios principais implementar a Agenda 21 Brasileira; orientar para 
a elaboração e implementação das Agendas 21 locais e implementar a formação continuada 
em Agenda 21. A Agenda 21 nacional reúne as propostas de ações prioritárias em 21 objetivos, 
agrupados em cinco blocos, conforme apresentado a seguir.
I. A economia da poupança na sociedade do conhecimento
1. Produção e consumo sustentáveis 
contra a cultura de desperdício.
2. Ecoeficiência e responsabilidade 
social das empresas.
3. Retomada do planejamento es-
tratégico, infraestrutura e inte-
gração regional.
4. Energia renovável e biomassa.
5. Informação e conhecimento para 
o desenvolvimento sustentável.
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global.html
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global.html
31GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
II. Inclusão social para uma sociedade solidária
6. Educação permanente para o trabalho e a vida.
7. Promover a saúde e evitar a doença, democratizando o Sistema Único de Saúde.
8. Inclusão social e distribuição de renda.
9. Universalizar o saneamento ambiental protegendo o ambiente e a saúde.
III. Estratégia para a sustentabilidade urbana e rural
10. Gestão do espaço urbano e a autoridade metropolitana.
11. Desenvolvimento sustentável do Brasil rural.
12. Promoção da agricultura sustentável.
13. Promover a Agenda 21 Local e o desenvolvimento integrado e sustentável.
14. Implantar o transporte de massa e a mobilidade sustentável.
IV. Recursos naturais estratégicos: água, biodiversidade e floresta.
15. Preservar a quantidade e melhorar a qualidade da água nas bacias hidrográficas.
16. Política florestal, controle do desmatamento e corredores de biodiversidade.
V. Governança e ética para a promoção da sustentabilidade.
17. Descentralização e o pacto federativo: parcerias, consórcios e o poder local.
18. Modernização do estado: gestão ambiental e instrumentos econômicos.
19. Relações internacionais e governança global para o desenvolvimento sustentável.
20. Cultura cívica e novas identidades na sociedade de comunicação.
21. Pedagogia da sustentabilidade: ética e solidariedade.
Para conhecer mais sobre a Agenda 21 Brasileira, acesse: https://www.
mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-
brasileira.html
32GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Você sabia que é possível construir uma Agenda 21, local, na sua comunidade!?
Sim!!! Esta é uma das propostas da Agenda 21! A Agenda 21 local é o processo de plane-
jamento participativo de um determinado território que envolve a implantação, nele, de um 
fórum composto por governo e sociedade civil da Agenda 21. Este fórum é responsável pela 
construção de um plano local de desenvolvimento sustentável, definindo os meios de imple-
mentação e as responsabilidades, realizando o acompanhamento e revisão dos projetos, bem 
como das ações. Os princípios da Agenda 21 local são:
• participação e cidadania;
• respeito às comunidades e diferenças culturais;
• integração;
• melhoria do padrão de vida das comunidades;
• diminuição das desigualdades sociais; e
• mudanças de mentalidade.
Quais os passos para criar uma Agenda 21 local?
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) propôs os passos para a criação da Agenda local.
1º Passo: mobilizar para sensibilizar governo e sociedade;
2º Passo: criar o Fórum da Agenda 21 Local;
3º Passo: elaborar o diagnóstico participativo;
4º Passo: elaborar plano local de desenvolvimento sustentável;
5º. Passo: implementar o plano local de desenvolvimento sustentável;
6º Passo: monitorar e avaliar o plano local de desenvolvimento sustentável.
Para verificar detalhadamente como criar esta Agenda 21, acesse o site do MMA: https://www.
mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-local/item/724.html
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-local/item/724.html
https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-local/item/724.html
33GESTÃO AMBIENTAL
SÍNTESE SUMÁRIO
Este segundo capítulo trouxe os conceitos de sustentabilidade e a Agenda 21, que estão completamente relacionados. Não esqueça que a sus-
tentabilidade é o ato de manter uma condição de um processo ou de um sistema pelo tempo necessário à sua função, sem prejudicar as gerações 
futuras nem afetar negativamente outras ações. O desenvolvimento sustentável está baseado em três pilares, devendo ser: socialmente justo, eco-
nomicamente viável e ambientalmente correto. Além disso, a Agenda 21 é um importante instrumento de planejamento para a construção de so-
ciedades sustentáveis, que pode ser construída tanto a nível global, quanto a nível local, sendo fundamental a participação ativa da comunidade!
34GESTÃO AMBIENTAL
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Você abrirá uma empresa, como você já teve aulas sobre sustentabilidade e viu que este é um passo fundamental, você quer que a sua empresa 
seja sustentável! Sendo assim, como você fará para que a sua empresa seja baseada na sustentabilidade?
2. The Story of Stuff” (A história das coisas) é um documentário de 2007 que ainda continua muito atual! Se você ainda não assistiu este exce-
lente documentário, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=xaglF9jhZLs. Após assistir, liste três ações insustentáveis e três ações para a 
sustentabilidade apresentadas no vídeo.
3. Complete corretamente a frase: “Em 1994, Elkington realizou um estudo apresentando que o termo sustentabilidade surge a partir da intera-
ção de três pilares: o___________________, ___________________ e o ___________________.
4. Faça o detalhamento de cada um dos pilares, da sustentabilidade, apresentados na questão anterior.
5. A produção mais limpa está relacionada com a sustentabilidade. Faça uma pesquisa sobre o conceito de produção mais limpa.
6. Você sabe o que é Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e quais os seus objetivos? Faça uma pesquisa no site da ONU (https://na-
coesunidas.org/pos2015/agenda2030/) para responder estas questões.
7. Este é um desafio! A construção de Agendas 21 locais é uma das propostas globais. Sendo assim, escolha um local da comunidade em que você 
faça parte (pode ser no trabalho, escola dos filhos, igreja, entre outros), consulte o site do MMA (https://www.mma.gov.br/responsabilida-
de-socioambiental/agenda-21/agenda-21-local/item/724.html) e veja a possibilidade da criação de uma Agenda 21 na sua comunidade. Você 
pode ser o protagonista da sustentabilidade!
35
LEGISLAÇÃO, 
INSTRUMENTOS 
E FISCALIZAÇÃO 
AMBIENTAL 
Quais as leis ambientais que existem no Brasil? O que é um EIA/RIMA? Você 
não sabe? Calma, neste capítulo tudo será esclarecido! 
36GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
A grande demanda pela utilização de recursos 
naturais e genéticos compromete a qualidade de vida 
das atuais e futuras gerações, isto levou a sociedade 
atual a buscar medidas que harmonizem o desen-
volvimento econômico com a proteção ambiental. 
Uma das formas estabelecidas para isso foi por meio 
da legislação ambiental, dos instrumentos previstos 
na legislação e pela fiscalização ambiental.
Quais são as leis ambientais que existem no 
Brasil? O que é licenciamento ambiental e quais ativi-
dades e empreendimentos que necessitam de licen-
ciamento? Além disso, o que é fiscalização ambien-
tal? Veja as respostas destas e de outras perguntas 
que ajudarão na melhor compreensão deste capítulo.
Para formulação do texto que será apresenta-
do, foram consultados os trabalhos de: MMA(2002); 
FEPAM (___); Tribunal de Contas da União (2007); 
MMA (2008); MMA(2009); INEA (2011); Corrêa et 
al (2011); Curi (2012); Sánchez (2013); Fiorillo et al, 
(2015); Donaire & Oliveira (2018), além das legisla-
ções e autores citados ao longo do texto.
LEGISLAÇÃO AMBIENTALNO BRASIL
No Brasil, a preocupação com as ques-
tões ambientais levou o governo brasileiro a 
estabelecer um conjunto vasto de medidas le-
gais. Atualmente, existem dezenas de regu-
lamentações, entre leis, decretos, resoluções, 
normas e portarias que compõem a legislação 
ambiental brasileira. A legislação ambiental 
brasileira abrange flora, fauna, recursos hí-
dricos, resíduos sólidos, educação ambiental, 
unidades de conservação, crimes e infrações 
administrativas ambientais, patrimônio ge-
nético, conhecimento tradicional associado, 
organismos geneticamente modificados, qua-
lidade do ar, ruídos, bem como povos e comu-
nidades tradicionais, entre outros. No Qua-
dro, serão apresentados alguns dos principais 
marcos na legislação ambiental brasileira.
Principais marcos na 
legislação ambiental 
brasileira
BASE LEGAL DATA
Decreto nº 5.197 Janeiro de 1967.
Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras 
providências.
Lei nº 6.938 Agosto de 1981
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação 
e aplicação, e dá outras providências.
Resolução CONAMA no 
001
Janeiro de 1986
Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais 
para Avaliação de Impacto Ambiental.
Constituição da República 
Federativa do Brasil
Outubro de 1988
Artigo no 23
Artigo no 225 - Do Meio Ambiente
Lei nº 9.433 Janeiro de 1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, 
cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos.
Resolução CONAMA n° 
237
Dezembro de 1997
Regulamenta os aspectos de licenciamento 
ambiental estabelecidos na Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Lei nº 9.605 Fevereiro de 1998
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, e dá outras providências
Lei nº 9.795 Abril de 1999
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a 
Política Nacional de Educação Ambiental e dá 
outras providências.
Resolução CONAMA nº 
357
Março de 2005
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e 
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, 
bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Lei nº 11.445 Janeiro de 2007
Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento 
básico.
Lei nº 12.305 Agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Lei nº 12.651 Maio de 2012 Institui o Novo Código Florestal.
Lei nº 13.123 Maio de 2015.
Dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, 
sobre a proteção e o acesso ao conhecimento 
tradicional associado e sobre a repartição de 
benefícios para conservação e uso sustentável da 
biodiversidade
Fonte: (baseado em Fiorillo et al, 2015).
37GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Um dos pontos importantes dentro da composição da legislação ambiental brasileira foi 
a criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), sancionada pela Lei nº 6.938, em 31 
de agosto de 1981, sendo um marco legal para todas as políticas públicas de meio ambiente a 
serem desenvolvidas pelos entes federativos. A PNMA contempla fundamentos para a prote-
ção ambiental, os quais são regulamentados por meio de decretos, resoluções dos conselhos 
nacional, estaduais e municipais, normas e portarias. A PNMA tem por objetivo: “... a preser-
vação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no 
País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana, etc.”. 
Outo marco importante em prol do meio ambiente ocorreu em 1988, com a aprovação da 
Constituição da República Federativa do Brasil. No artigo no 23, a Constituição Federal esta-
beleceu que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios proteger o meio ambiente e combater a poluição em quaisquer de suas formas. Já o Artigo 
no 225 da Constituição é totalmente dedicado ao meio ambiente, considerando que ele é um 
direito de todos, impondo ao poder público o dever de defendê-lo.
Outra lei importante no campo ambiental é a Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que 
institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, tendo como objetivos assegurar à atual e às 
futuras gerações, a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados; 
a utilização racional e integrada dos recursos hídricos; a prevenção e a defesa contra eventos 
hidrológicos críticos; bem como, incentivar e promover a captação, a preservação e o apro-
veitamento de águas pluviais. Dentro do campo dos recursos hídricos existem outras regu-
lamentações como: a Resolução CONAMA nº 357/2005 que dispõe sobre a classificação dos 
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as 
condições e padrões de lançamento de efluentes; e a Lei nº 11.445/ 2007 que estabelece as di-
retrizes nacionais para o saneamento básico.
Em 1998 entrou em vigor a Lei nº 9.605, que reforçou a Política Nacional do Meio Am-
biente, uma vez que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas 
e atividades lesivas ao meio ambiente. A partir deste momento, os danos causados ao meio 
ambiente, causados por pessoas físicas ou jurídicas, passaram a ser qualificados como crimes 
ambientais, este foi mais um marco importante dentro da legislação ambiental no Brasil. 
38GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política 
Nacional de Educação Ambiental. A educação ambiental, muitas vezes, pode e é adotada dentro de 
empresas, com um grande papel social e comunitário em prol do meio ambiente, tendo em vista 
a sustentabilidade.
A Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
também merece destaque. Esta Lei deixa claro que estão sujeitas a ela também as pessoas jurídi-
cas, responsáveis direta ou indiretamente pela geração de resíduos sólidos.
Outra legislação importante é a Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que estabeleceu nor-
mas gerais sobre a proteção da vegetação nativa, Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas 
de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da 
origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, tendo como ob-
jetivo o desenvolvimento sustentável. Ela é chamada de novo código florestal brasileiro, já que al-
tera outras leis anteriormente existentes; cabe destacar que o primeiro código florestal brasileiro 
foi estabelecido em 23 de janeiro de 1934, pelo Decreto Nº 23.793. A implementação do novo có-
digo florestal brasileiro fez com que fossem adotadas novas políticas públicas que, muitas vezes, 
influenciam as atividades relacionadas com as questões ambientais dentro de muitas empresas. 
A Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, é outra Lei importante de destacar, pois estão sujeitas 
a ela, as pessoas jurídicas que realizam acesso a patrimônio genético ou conhecimento tradicio-
nal associado, bem como exploram economicamente produto acabado ou material reprodutivo 
oriundo dos mesmos. 
O acesso ao patrimônio genético brasileiro ainda gera muitos debates... 
Em 2013 foi produzido o documentário: “O veneno da jararaca: acesso ao patrimônio genético 
brasileiro” sobre esta temática. Está curioso para assistir? Acesse: https://www.youtube.com/
watch?v=q7b8X-s9RhU
https://www.youtube.com/watch?v=q7b8X-s9RhU
https://www.youtube.com/watch?v=q7b8X-s9RhU
39GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
São muitos os documentos que compõem a legislação ambiental brasileira, aqui foram 
destacados alguns dos principais, no campo do meio ambiente, a nível federal. Outras medi-
das legais, você pode conferir na obra: “ Legislação Ambiental Básica”, do Ministério do Meio 
Ambiente (MMA), disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/secex_conjur/_ar-
quivos/108_12082008084425.pdf, e no Anexo VII da “Cartilha de LicenciamentoAmbien-
tal”, do Tribunal de Contas da União, disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/
sqa_pnla/_arquivos/cartilha.de.licenciamento.ambiental.segunda.edicao.pdf. É importante 
ressaltar que, dependendo da atividade e da localização de um empreendimento ou empresa, 
diferentes regulamentações ambientais devem ser seguidas, devendo também ser verificadas 
as legislações nas esferas estadual e municipal.
Qual legislação deve ser seguida? Vale a mais restritiva?
Muitas vezes, podem surgir dúvidas sobre qual legislação seguir. Para ajudar a entender, será 
apresentada uma resenha “Vale o mais restritivo?”, disponível em https://www.oeco.org.br/
colunas/paulo-bessa/16878-oeco-13503/ e um artigo: “Competência legislativa ambiental e 
aplicação da norma mais restritiva como forma de resolução de conflitos: uma análise crítica”, 
disponível em: http://sindag.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Clique-aqui-para-acessar-o-
Texto.pdf.
INSTRUMENTOS AMBIENTAIS
Muitos são os instrumentos previstos em lei, em prol do meio ambiente. Além dis-
so, algumas vezes, para verificar a viabilidade ambiental de empreendimentos, estabelecer 
o compromisso de empreendedores e a otimizar efeitos benéficos decorrentes de projetos, 
é necessária a elaboração de diversos documentos técnicos, definidos pelo órgão ambiental 
competente, com a participação do empreendedor. A seguir, serão destacados alguns desses 
instrumentos e documentos, tais como o licenciamento ambiental e a avaliação de impacto 
ambiental.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL?
O licenciamento ambiental é uma exigência legal e uma ferramenta do poder público 
para o controle ambiental, sendo definido como um instrumento da Política Nacional de Meio 
Ambiente (PNMA). Em 1990, o Decreto federal no 99.274 regulamentou a Lei nº 6.938/81 da 
PNMA, estabelecendo as condições para o licenciamento e introduzindo o conceito da tripla 
licença: a Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO). Porém, 
o conceito de licenciamento ambiental foi estabelecido em 1997, quando entrou em vigor a 
Resolução CONAMA n° 237, sendo uma importante resolução no processo de licenciamento. 
O licenciamento ambiental foi estabelecido com a finalidade de promover o controle prévio 
à construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades uti-
https://www.oeco.org.br/colunas/paulo-bessa/16878-oeco-13503/
https://www.oeco.org.br/colunas/paulo-bessa/16878-oeco-13503/
http://sindag.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Clique-aqui-para-acessar-o-Texto.pdf
http://sindag.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Clique-aqui-para-acessar-o-Texto.pdf
40GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
lizadoras de recursos ambientais, poluidoras e capazes de causar degradação ambiental. A 
determinação do licenciamento ambiental, atribuída ao Poder Público, visa estabelecer me-
canismos de controle ambiental nas intervenções setoriais que possam vir a comprometer a 
qualidade ambiental, assegurando o direito da sociedade ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, essencial à saudável qualidade de vida. Ou seja, o licenciamento ambiental tem 
um caráter preventivo, visando evitar a ocorrência de danos ambientais e promovendo a qua-
lidade de vida.
QUE ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS ESTÃO SUJEITOS 
AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL?
Imagine que você é o gestor de um frigorífico que construirá uma 
unidade em seu município. Você conhece a área onde ele será instalado, 
porém, fica com dúvidas sobre alguns procedimentos e documentos, 
entre eles, a licença ambiental. Será necessário, neste caso, licença 
ambiental? Onde você poderá ver isso?
Há uma série de atividades ou empreendimentos que estão sujeitos ao licenciamento 
ambiental, como matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem 
animal. No caso do exemplo citado, a resposta é sim, para frigoríficos é necessário licencia-
mento ambiental.
Dentre as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, estão: a 
extração e tratamento de minerais, a indústria de produtos minerais não metálicos, a indús-
tria metalúrgica, a indústria mecânica, a indústria de material de transporte, a indústria de 
madeira, a indústria de papel e celulose, a indústria de borracha, a indústria de couros e peles, 
a indústria química, a indústria de produtos de matéria plástica, a indústria têxtil, de vestuá-
rio, calçados e artefatos de tecidos, a indústria de produtos alimentares e bebidas, a indústria 
de fumo, as obras civis, os serviços de utilidade, transporte, terminais e depósitos, turismo, 
atividades agropecuárias, entre outros.
Você poderá verificar quais são as atividades e empreendimentos sujeitos 
ao licenciamento ambiental, consultando o ANEXO 1 da Resolução 
CONAMA 237/97 (disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/
res/res97/res23797.html). 
 É importante destacar que outros tipos de empreendimentos e 
atividades, não citadas na lei, podem necessitar de licenciamento 
ambiental.
Você poderá verificar quais são as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, consultando o ANEXO 1 da Resolução CONAMA 237/97 (disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html). 
	É importante destacar que outros tipos de empreendimentos e atividades, não citadas na lei, podem necessitar de licenciamento ambiental.
Você poderá verificar quais são as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, consultando o ANEXO 1 da Resolução CONAMA 237/97 (disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html). 
	É importante destacar que outros tipos de empreendimentos e atividades, não citadas na lei, podem necessitar de licenciamento ambiental.
41GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
QUE ÓRGÃO TEM A COMPETÊNCIA PARA LICENCIAR? 
Segundo a Constituição Federal, é competência comum da União, dos estados, do Dis-
trito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente, combater a poluição em quaisquer 
de suas formas e preservar as florestas, a fauna e a flora. De acordo com a Resolução CONAMA 
n° 237/1997, as competências para licenciar são atribuídas às diferentes entidades federativas 
em razão da localização do empreendimento e abrangência dos seus impactos. A competência 
legal para licenciar pode ser:
• do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): 
que licencia atividades e empreendimentos localizados ou desenvolvidos: em dois ou 
mais Estados, no Brasil em conjunto um país limítrofe, no mar territorial, na plata-
forma continental, na zona econômica exclusiva, em terras indígenas, em unidades de 
conservação do domínio da União, em atividades que utilizem energia nuclear, em bases 
ou empreendimentos militares, além disso, se os impactos ambientais diretos das ativi-
dades ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; 
• dos órgãos de meio ambiente dos estados e do Distrito Federal (Oemas): que licencia 
atividades e empreendimentos localizados ou desenvolvidos em mais de um Município, 
em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal, nas florestas 
e demais formas de vegetação natural de preservação permanente, além disso, as ati-
vidades cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou 
mais Municípios;
• dos órgãos municipais de meio ambiente (Ommas): que Licencia empreendimentos e 
atividades de impacto ambiental local e os que lhe forem delegadas pelo Estado por ins-
trumento legal ou convênio.
Cabe ressaltar que os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único ní-
vel de competência.
Você lembra do frigorífico? Agora você já sabe que ele necessita de 
licenciamento. Além disso, você sabe que ele será instalado em um 
município, mas seus impactos abrangem dois municípios. Porém, você 
ainda continua com uma dúvida. Para qual esfera deve ser solicitado o 
licenciamento?
Nesse caso, como osimpactos ambientais diretos do frigorífico ultrapassem os limites 
territoriais de um ou mais Municípios, a licença deve ser solicitada para um órgão de meio 
ambiente estadual.
42GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Por onde começa o 
licenciamento: 
TERMO DE REFERÊNCIA.
 Após identificação do órgão ambiental com-
petente para licenciar um empreendimento ou ati-
vidade, é importante verificar o Termo de Referência 
(TR) para a licença ambiental desejada. O TR é um 
instrumento orientador que tem por objetivo esta-
belecer as diretrizes, conteúdo mínimo e abrangên-
cia do estudo ambiental exigido para o licenciamen-
to. Este termo é emitido pelo órgão licenciador do 
empreendimento, podendo ser pelo IBAMA, estado 
ou município. Na Figura 4, pode ser verificado um 
TR para licença ambiental de operação de renovação 
emitido pelo município de Farroupilha-RS.
Termo de referência para licença ambiental de 
operação de renovação emitido pelo município de 
Farroupilha-RS (Fonte: http://farroupilha.rs.gov.
br/wp-content/uploads/2017/12/termo_referen-
cia_lo_renovacao.pdf).
http://farroupilha.rs.gov.br/wp-content/uploads/2017/12/termo_referencia_lo_renovacao.pdf
http://farroupilha.rs.gov.br/wp-content/uploads/2017/12/termo_referencia_lo_renovacao.pdf
http://farroupilha.rs.gov.br/wp-content/uploads/2017/12/termo_referencia_lo_renovacao.pdf
43GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
LICENÇAS AMBIENTAIS 
É obrigação do empreendedor buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão compe-
tente, desde as etapas iniciais do planejamento do empreendimento, na instalação até a sua 
efetiva operação, sendo que à etapa do processo de licenciamento existe um tipo de licença. 
Dentre as principais modalidades de licenças ambientais expedidas pelos órgãos licenciado-
res, estão: 
• a Licença Prévia (LP): que deve ser solicitada na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade, sendo que a mesma aprova a viabilidade ambiental do 
empreendimento, estabelecendo condições tais que o empreendedor possa prosseguir 
com a elaboração do projeto, porém, não autorizando o início das obras, dependendo, 
nesta fase, necessária a aprovação de Estudo Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Re-
latório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA), para a concessão desta licença;
• a Licença de Instalação (LI): autoriza o início da obra, do empreendimento, sendo con-
cedida após a análise e aprovação do projeto executivo e das condicionantes da LP; e
• a Licença de Operação (LO): tem por finalidade autorizar a operação da atividade ou em-
preendimento, aprovando a sua forma proposta de convívio com o meio ambiente; para 
a concessão desta licença são verificados o cumprimento das condicionantes estabele-
cidas nas licenças anteriores (LP e LI) e são estabelecidas medidas de controle ambien-
tal e condicionantes para a continuidade da operação.
Na Figura 5, será apresentado um fluxograma das etapas do licenciamento ambiental 
de um empreendimento que necessita LP, LI e LO, destacando quando ocorre a concessão de 
cada uma das licenças ambientais. Na Figura 6, será apresentado um esquema das licenças 
ambientais ilustrando o que cada uma delas autoriza. Cada licença possui um prazo de va-
lidade, os quais podem ser verificados no Quadro 3, que apresentará, resumidamente, uma 
comparação entre os tipos de licença.
Figura 5 - Fluxograma do processo de licenciamento ambiental para atividades que ne-
cessitam de apresentação de Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Ope-
ração (LO) (modificado de: IBAMA, PETROBRAS, 2001 apud Kapusta & Rodriguez, 2009).
Figura 6 - Esquema das licenças ambientais: licença prévia, licença de instalação e li-
cença de operação
 (Fonte: http://www.fepam.rs.gov.br/licenciamento/documentos/Guia_Basico_Lic.pdf).
44GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
Licença Prévia
LP
Licença de 
Instalação
LI
Licença de 
Operação
LO
O que autoriza?
O início do 
planejamento.
O início das obras de 
construção.
O funcionamento 
e operação do 
empreendimento ou 
atividade.
Qual o prazo de 
validade?
Não superior a 5 anos. Não superior a 6 anos. De 4 a 10 anos
É importante salientar que o licenciamento é um compromisso, assumido pelo empre-
endedor (de atuar conforme o projeto aprovado), junto ao órgão ambiental (que monitorará 
as questões ambientais e as condicionantes determinadas ao empreendimento). Sempre que 
existirem situações em que o projeto inicial do empreendimento necessita ser alterado, estas 
modificações deverão ser levadas novamente ao crivo do órgão ambiental
ATENÇÃO! Há casos de empresas que já estão operando e não tem LP ou LI. Vale lem-
brar que, nesses casos, o empreendedor incorre em crime ambiental, conforme previsto pela 
Lei 9.605/98. Nestas situações, deve-se, primeiramente, procurar o órgão licenciador para 
verificar como deve ser feito o processo de regularização. Dependendo das circunstâncias, 
poderá ser requerida a LO de regularização, e definido um prazo de adequação para a implan-
tação do sistema de controle ambiental. Para permitir a regularização de empreendimentos, 
será estabelecido o instrumento denominado Termo de Compromisso. As licenças ambientais 
poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características 
e fase do empreendimento ou atividade. Isto pode ser evidenciado, por exemplo, na Figura 7, 
que apresentará os passos para obtenção de licença ambiental no Estado do Rio de Janeiro.
Figura 7 - Passos para a obtenção de licença ambiental. 1 = SLAP (Sistema de Licencia-
mento de Atividades Poluidoras)
Fonte: (adaptado de Firjan, 2004).
QUE PROFISSIONAL REALIZA ESTUDOS PARA O 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL?
Para realizar os estudos necessários ao processo de licenciamento ambiental, serão ne-
cessários profissionais legalmente habilitados, os quais serão responsáveis pelas informações 
apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. Estes profissionais 
podem ser egressos de diversas áreas de formação, tais como: Biologia, Engenharia Ambien-
tal, Agronomia, Geologia, Meio ambiente, entre outras, sendo que, muitas vezes, esses es-
tudos demandam uma equipe multidisciplinar. Na maioria das vezes, é exigida a Assinatu-
45GESTÃO AMBIENTAL
 SUMÁRIO
ra de Responsabilidade Técnica, chamada ART (criada pela Lei Federal 6.496/77), portanto, 
os profissionais devem estar legalmente habilitados e credenciados junto a seus respectivos 
Conselhos Regionais de Classe Profissional (exemplo CREA, o CRQ, o CRBio, entre outros). 
ATENÇÃO! O ato de licenciar efetivamente não é nenhum profissional que faz, mas 
sim o próprio órgão público, como visto anteriormente. No processo de licenciamento, aos 
profissionais cabe: propor e realizar projetos, elaborar levantamentos ambientais e formular 
relatórios. Após, o estudo é entregue ao órgão ambiental competente que, a partir dele, licen-
cia (ou não) o empreendimento ou atividade em questão.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL
Os impactos ambientais são expostos nos meios de comunicação devido aos seus efei-
tos negativos ao meio ambiente. Porém, os impactos ambientais podem ser tanto positivos 
ou benéficos (como o incremento de emprego e renda em uma região), quanto negativos ou 
adversos (como a perda de hábitats, pela instalação de um parque eólico). Sánches (2013) 
define impacto ambiental como a alteração da qualidade ambiental que resulta da modifica-
ção de processos naturais ou sociais, provocada por ação humana. A Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA) pode ser definida como uma série de procedimentos legais, institucionais e 
técnico-científicos, para caracterizar e identificar estes impactos potenciais da instalação de 
um empreendimento, prevenindo a magnitude e descrevendo a importância desses impactos 
(BITAR & ORTEGA, 1998).
EIA E RIMA
A implantação de qualquer atividade ou obra efetiva ou potencialmente causadora de 
impacto ambiental significativo deve ser submetida a uma análise

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