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anais-xv-chec-2016

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Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
LINHA DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO COMPARADA 
 
ORGANIZADORES 
Maria Juraci Maia Cavalcante (UFC) 
Francisca Geny Lustosa (UFC) 
Patrícia Helena de Carvalho Holanda (UFC) 
Gisafran Nazareno Mota Jucá (UFC) 
 
XVI CONGRESSO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CEARÁ 
Histórias de Corpo - Religião - Educação 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
2 
 
ANAIS DO XV CONGRESSO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CEARÁ 
 
Local: Universidade Federal do Ceará (UFC) 
Casa José de Alencar (UFC) 
Fortaleza-Ceará 
Período: de 24 a 27 de Setembro de 2016 
 
ANAIS DO XV CONGRESSO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO CEARÁ. 
MARIA JURACI MAIA CAVALCANTE; FRANCISCA GENY LUSTOSA; PATRÍCIA 
HELENA DE CARVALHO HOLANDA; GISAFRAN NAZARENO MOTA JUCÁ; SIMONE 
VIEIRA DE MESQUISTA; JARLES LOPES DE MEDEIROS; ANTONIEL DOS SANTOS 
GOMES FILHO; ALLANA DE FREITAS LACERDA; FRANCISCO ROBSON ALVES DE 
OLIVEIRA. (ORGANIZADORES). FORTALEZA-CE: UFC, 2016. ISSN: 2237-2229. 
 
Endereço da Faculdade de Educação/UFC: 
Rua Waldery Uchoa, nº 1, Campus Benfica–CEP: 60.020-110 
Telefones: (85) 3366 7663/ 3366 7667 – Fax: (85) 3366 7499 
Distribuição: LINHA DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO COMPARADA-UFC 
 
Formatação de Texto: 
Simone Vieira de Mesquita 
Jarles Lopes de Medeiros 
Antoniel dos Santos Gomes Filho 
Francisco Robson Alves de Oliveira 
 
Catalogação na Fonte 
Socorro Guimarães – Editora UFC 
 
XVI Congresso de História da Educação do Ceará 
Histórias das Ideias Pedagógicas e das Ciências: uma circulação de longa duração 
por continentes e oceanos 
(2016. Campus da UFC - Casa José de Alencar - FORTALEZA-CE). 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará 
ISSN: 2237-2229 
1. Tempo, Espaço, Interdisciplinaridade e Educação (História da Educação 
Comparada) I. Título 
CDD: XV Congresso de História da Educação do Ceará 
 
Presidente da República 
Dilma Rousseff 
 
Ministro da Educação 
Renato Janine Ribeiro 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
3 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
 
Reitor 
Prof. Henry de Holanda Campos 
 
Diretora da Faculdade de Educação 
Prof.ª Maria Isabel F. L. Ciasca 
 
Chefe do Departamento de Estudos Especializados 
Prof.ª Rosimeire Costa de Andrade Cruz 
 
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira 
Prof. Francisco Ari de Andrade 
 
Secretária do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira 
Geísa Chagas Leitão Sydrião 
 
COORDENAÇÃO DO EVENTO 
Maria Juraci Maia Cavalcante (UFC) 
Francisca Geny Lustosa (UFC) 
Patrícia Helena de Carvalho Holanda (UFC) 
Gisafran Nazareno Mota Jucá (UFC) 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA 
Almir Leal de Oliveira (UFC) 
António de Pádua Carvalho Lopes (UFPI) 
Carlos Ângelo de Sousa (UCB) 
Francisca Geny Lustosa (UFC) 
José Edvar Costa Araújo (UVA) 
Marcelo Kaczan Marques (UFC) 
Márcia Gardenia Lustosa Pires (IFCG) 
Maria Anita Vieira Lustosa Kaczan (UFC) 
Maria do Céu de Lima (UFC) 
Maria Juraci Maia Cavalcante (UFC) 
Marlúcia Menezes de Paiva (UFRN) 
Núbia Ferreira Almeida (URCA) 
Patrícia Helena Carvalho Holanda (UFC) 
Roberia Vieira Barreto Gomes (UFC) 
Tania Maria Batista de Lima (UFC) 
Tania Maria Rodrigues Lopes (UFC) 
Zilsa Maria Pinto Santiago (UFC) 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
4 
 
SECRETARIA GERAL 
Antoniel dos Santos Gomes Filho (UFC) 
Francisco Robson Alves de Oliveira (UFC) 
Jarles Lopes Medeiros (UFC) 
Roberto Barros Dias (UFC) 
 
COMISSÃO DE EXECUÇÃO 
Cícero Ednaldo dos Santos (UFC) 
Allana Lacerda Freitas (UFC) 
Evaldo Cavalcante Monteiro (UFC) 
Francilda Alcântara Mendes (UFC) 
Maíra Maia de Moura (UFC) 
Polliana de Luna Nunes Barreto (UFC) 
 
WEB DESIGNER - Site do Evento 
Odmir Fortes Menezes Caldas Filho 
 
SERVIDOR 
Laboratório Multimeios (FACED/UFC) 
 
REALIZAÇÃO 
Linha de Pesquisa em História e Educação Comparada – Programa de Pós-Graduação em Educação 
da Universidade Federal do Ceará. 
 
APOIO 
Editora da UFC, Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, SBHE, CNPQ, CAPES, FUNCAP, 
ANPED, Ministério da Educação da República do Brasil. 
 
 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
5 
 
APRESENTAÇÃO 
O XV Congresso de História da Educação do Ceará tem por objetivo principal 
apresentar a produção acadêmica de pesquisadores experientes e em formação, com diferentes 
recortes e perspectivas, que incidam sobre a temática geral proposta: História das Ideias 
Pedagógicas e das Ciências: uma circulação de longa duração por continentes e oceanos. 
O Projeto de História da Educação no Ceará foi concebido entre 1996 e 2001, no âmbito 
do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC, em função da falta de 
historiografia sobre a educação local. Tem contado com a participação e estreita colaboração de um 
amplo grupo de professores e alunos da UFC e colaboradores de várias outras IES. Abrigou a 
formação de mais de três dezenas de mestres e doutores que, por sua vez, constituíram nessa área 
outros grupos de pesquisa na UVA, URCA, UFPI, UECE e UFAL e UFV. Foi uma conjunção de 
interesses que tornou possível a edição de um Encontro anual de pesquisa, desde 2002, quando 
realizamos o I encontro Cearense de Historiadores da Educação, no Campus do Benfica/UFC, em 
Fortaleza, ao qual se seguiram vários outros, conforme registramos fartamente em nossas 
publicações junto à Editora da UFC. 
O evento que criamos em 2002 mudou de nome e foco de investigação, em 2011, para 
comemorar dez anos de percurso e demarcar uma nova fase, ampliar as suas pesquisas, aprofundar 
estudos e possibilidades metodológicas de investigação, assim como suscitar outras articulações 
institucionais, no âmbito da História da Educação Comparada. Foi realizado em 2011, no Memorial 
Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, em 2012, no Mosteiro dos Jesuítas, Baturité, Ceará; em 2013, 
no Colégio Agrícola de Lavras da Mangabeira, Ceará. 
Em 2013, discutimos com maior ênfase a difusão e circulação de ideias científico-
pedagógicas entre a cidade e o campo para entender a institucionalização da escola, bem como o 
sentido histórico de missões, expedições, instituições e intercâmbios na construção da educação, 
entendida como fenômeno mundial, nacional e local. 
No congresso de Viçosa, em 2014, demos continuidade à exploração deste foco de 
estudos, com ênfase na história dos Jesuítas na Serra da Ibiapaba; acrescido de outras aproximações 
com o campo da filosofia, psicologia, medicina, paleontologia, arqueologia, educação patrimonial e 
turismo cultural. 
É nosso intuito contribuir para aglutinar as iniciativas de pesquisa na área de História da 
Educação e Educação Comparada das diversas universidades públicas cearenses; vitalizar uma rede 
norte-nordeste de ação institucional; estabelecer parcerias internacionais e publicar os nossos 
resultados de pesquisa, que serão revertidos positivamente no processo de ensino, formação de 
pesquisadores e professores; bem como para o conhecimento do passado e da dimensão local, em 
conexão com a instância nacional e internacional, para um melhor entendimento dos desafios do 
presente e do futuro que são colocados para a área de educação. 
Em sua décima quarta edição, este evento foi realizado, em 2015, no Cariri cearense, 
desta feita, na cidade do Crato, tomando por temática uma problemática que marca e inquieta a 
região do Cariri, onde as mulheres têm sido alvo de violência, tanto no passado, quanto no presente. 
Entender o lugar social da mulher na sociedade e na educação abriu espaço para a discussão e 
estudo desta problemática, envolvendo investigadores de várias universidades nordestinas e 
brasileiras, bem como estabelecendo ponte com o movimento latino americano de mulheres. 
O caráter itinerante e cultural do nosso evento tem gerado os seguintesimpactos: 1) 
atraído interesse pela área de História educacional e Cultura popular, em função da qualidade da 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
6 
 
programação científica e cultural oferecida, extraída, respectivamente, de expressões das ciências da 
educação e das artes populares e eruditas existentes em diversas regiões e municipalidades do 
Ceará; 2) tem aproximado as suas atividades sociais e culturais das atividades acadêmicas da UFC e 
IES estaduais; 3) favorecido a divulgação de nossas pesquisas sobre a História educacional do 
Ceará em conexão internacional, por meio de apoio à edição do material das palestras e 
conferências apresentadas, a cada ano; e distribuição dos nossos livros na rede de editoras 
universitárias, como contribuição à formação docente e de professores das redes municipais, das 
diferentes localidades que sediam o nosso evento, a cada ano; 4) possibilitado aos organizadores do 
evento da UFC a oferta de vagas para participação efetiva de docentes, gestores e técnicos em 
educação, no nosso evento, através da inscrição e publicação de trabalhos científicos. Em resumo, 
trata-se de uma experiência fértil e muito positiva, que integra a recomendação da própria UFC de 
uma aproximação cada vez maior das nossas atividades e projetos junto a outros setores e ambientes 
científicos, educacionais e culturais da sociedade cearense. 
Em 2016, o XV CHEC será realizado na Casa José de Alencar – Alagadiço Novo, 
Campus da UFC, em Fortaleza, com o objetivo maior de contribuir para a discussão necessária 
sobre a relação entre Histórias das Ciências e Ideias Pedagógicas, com o fito de fazer uma 
aproximação maior, em tempos de interdisciplinaridade crescente, entre ciências humanas e 
ciências da natureza, sabendo que aumenta, dia a dia, a preocupação política e social no mundo 
contemporâneo com o meio ambiente, a ética na ciência e a justiça social. O evento recebe apoio 
para a sua realização, de várias outras instituições, como se segue: SBHE, CNPQ, CAPES, 
FUNCAP, UECE, FCPC-UFC e Edições UFC. 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
7 
 
PROGRAMAÇÃO 
 
DIA 24 DE SETEMBRO DE 2016 (SÁBADO) 
 
08h00 às 15h00: Credenciamento 
Local: Casa José de Alencar – Fortaleza-CE 
16h00: Mesa de Abertura oficial 
Diretor da Casa José de Alencar, Representante da Reitoria da UFC, Coordenação do XV CHEC, 
Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira/Laboratório Multimeios (FACED/UFC) 
16h30: Conferências de abertura: Histórias das Ciências e Ideias Pedagógicas 
Jorge Ramos do Ó (Instituto de Educação/Universidade de Lisboa – Portugal) e Carlota Boto (USP) 
18h00: Atividade Cultural da UFC – “Reisado Brincantes Cordão do Caroá” (UFC) 
Local: Auditório da Casa José de Alencar 
 
DIA 25 DE SETEMBRO DE 2016 (DOMINGO) 
 
08h00 às 09:00: Mini-Cursos 
Local: Salas de Aula da Casa José de Alencar- Fortaleza-Ceará 
09h30 às 11h30: Mesa I – Histórias das Ciências 
Palestrantes: Prof. Nelson Sanjad (Museu Paraense Emílio Goeldi e UFPA), Nivia Marques 
Monteiro (UFC), Clóvis Ramiro Jucá Neto (Arquitetura, UFC), Almir Leal Oliveira (UFC) 
Coordenação: Almir Leal 
Local: Auditório da Casa José de Alencar 
14h00 às 17h00: Comunicações Científicas 
Local:Salas de Aula – Casa José de Alencar 
17h00 às 18h00: Sessões de Pôsteres 
Local: Corredores da Casa José de Alencar 
18h30m : Mesa Especial: História, Arquitetura e Educação 
Conferencista: Frederico de Andrade Pontes (CJA-UFC), Fátima Leitão (UECE), Zilsa Santiago 
(D.A.U. -UFC) 
Coordenação: Núbia Ferreira (URCA) 
Local: Auditório da Casa José de Alencar 
20h10: Conferencista convidado: “Os Jesuítas e a divulgação científica nos séculos XVI e 
XVII” 
Conferencista: Dr. António Abreu Freire (Universidade de Aveiro – Portugal) 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
8 
 
Coordenador da Mesa: Josier Ferreira da Silva (URCA) 
Local: Auditório da Casa José de Alencar 
20h40: Documentário - A PEDRA E A PALAVRA 
 
DIA 26 DE SETEMBRO DE 2016 (SEGUNDA-FEIRA) 
 
08h00 às 09h00: Mini-Cursos 
Local: Salas de Aula – Casa José de Alencar 
09h30 às 12h00: Mesa II – Histórias de Instituições Educativas e Intelectuais da Educação 
Palestrantes: António de Pádua Lopes Carvalho (UFPI), Jaci Menezes (UNEB), Carlos Ângelo 
(UCB), Juraci Cavalcante (UFC) 
Coordenação: Juraci Cavalcante 
Local: Auditório da Casa José de Alencar 
14h00 às 17h00: Comunicações Científicas 
Local: Salas de Aula – Casa José de Alencar 
17h00 às 18h00: Sessões de Pôsteres 
Local: Corredores da Casa José de Alencar 
18h00 às 20h00: Mesa III – Histórias das Ideias Psicopedagógicas 
Palestrantes: Patrícia Holanda (UFC), Francisca Geny Lustosa (UFC), César Castro (UFMA) 
Coordenação: Patrícia Holanda 
Local: Auditório da Casa José de Alencar- Fortaleza- Ceará 
20h10: Lançamento do livro do evento e outros livros 
Livro do evento: “História das Ideias Pedagógicas e das Ciências: uma circulação de longa duração 
por continentes e oceanos”. (Organizadores: Maria Juraci Maia Cavalcante, Patrícia Helena 
Carvalho Holanda, Francisca Geny Lustosa). 
Apresentação do livro: Frederico de Andrade Pontes (CJA-UFC) 
Livro: “Pedagogia Terapêutica: diálogos e estudos Luso-Brasileiros sobre João dos Santos” 
(Organizadora: Patrícia Helena Carvalho Holanda e Pedro Parrot Morato). 
Apresentação: Luís Grijó dos Santos (Inglaterra) 
Local: Jardim da Casa José de Alencar 
20h30: Atividade Cultural - Orquestra Transversal (UECE) 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
9 
 
DIA 27 DE SETEMBRO DE 2016 (TERÇA-FEIRA) 
 
08h00 às 09h00: Mini-Cursos 
Local: Salas de Aula – Casa José de Alencar 
09h30 às 12h00: Mesa IV – Narrativas, Fontes e Escrita da História 
Palestrantes: Diana Vidal (USP), Frederico Andrade Pontes (Casa José de Alencar), Berenice Abreu 
(UECE), Gisafran Jucá (UFC) 
Coordenação: Gisafran Jucá 
Local: Auditório da Casa José de Alencar-Fortaleza-CE 
13h00 às 15h00: Comunicações Científicas 
Local: Salas de Aula 
15h00 às 15h30: Sessão Final/Encaminhamentos 
15h30: Conferência de Encerramento - Diana Vidal (USP) 
Local: Auditório da Casa José de Alencar – Fortaleza – Ceará 
16h30: Atividade Cultural - Apresentação do Grupo Musical "Xote das Meninas" 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
10 
 
LISTA DE TRABALHOS APROVADOS (POR EIXOS TEMÁTICOS) 
 
EIXOS TEMÁTICOS 
1) Arte, Pré-História, Paleontologia, Ecologia, Biologia 
2) Livros, Periódicos e Material escolar, Museologia 
3) Instituições Educativas, Currículo e Formação de Professores 
4) Biografia, Autobiografia, Ideias Pedagógicas e Intelectuais da Educação 
5) Missões, Expedições e Movimentos Sociais 
6) Política Educacional, Universidades, Organismos internacionais 
7) Família, Demografia, Gênero e Diversidade 
8) Arquitetura, Educação Patrimonial e Pesquisa histórica 
9) Educação Especial e Inclusiva, Práticas Pedagógicas e Formação de Professores 
 
1) ARTE, PRÉ-HISTÓRIA, PALEONTOLOGIA, ECOLOGIA, BIOLOGIA 
 
A LUA, A ARTISTA E O MUSEU: CAMINHOS PERCORRIDOS PARA FORMAÇÃO 
DOCENTE EM ARTE 
Sara Vasconcelos Cruz 
Gilberto Machado 
 
EXPLORANDO A PAISAGEM URBANA CONTEMPORÂNEA: INTERVENÇÕES 
ARTÍSTICAS COM LAMBE EM FORTALEZA – CE 
Rogeane de Oliveira Moreira 
Gilberto Andrade Machado 
 
O ARTISTA-PROFESSOR-PESQUISADOR NA OFICINA DE DESENHO ANIMADO: 
PROPOSIÇÕES PARA O ENSINO NÃO FORMAL 
Ricardo Vieira Rodrigues 
Gilberto Andrade Machado 
 
PATRIMÔNIO CULTURAL MEDIADO POR IMAGENS: POSSIBILIDADE DE 
FORMAÇÃO ESTÉTICA 
José Albio Moreira de Sales 
Maira Gutierres Gonçalves 
 
BRINCADEIRAS E FOLGUEDOS TRADICIONAIS E CONTEMPORÂNEOS, NUMA 
PERSPECTIVA ETNOGRÁFICA E COMPARADA 
Edite Colares Oliveira Marques 
 
RECONHECENDO CAMINHOS: MEMORIAL COMO PROCESSO INVESTIGATIVO 
NA FORMAÇÃO DOCENTE 
Amanda Oliveira dos Santos 
 
Anais doXV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
11 
 
2) LIVROS, PERIÓDICOS E MATERIAL ESCOLAR, MUSEOLOGIA 
 
O INTERCÂMBIO DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO ANARQUISTA ENTRE 
BRASIL E PORTUGAL: PRIMEIROS INDÍCIOS DE PESQUISA 
Francisco Robson Alves de Oliveira 
 
ENTRE O OFICIAL E O NOTICIOSO: EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO EM DEBATE NO 
CEARÁ DOS ANOS 1940 
Manuelle Araújo da Silva 
Mirelle Araújo da Silva 
 
3) INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS, CURRÍCULO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
 
INSTITUIÇÃO EDUCATIVA DE BOR: A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE INGRESSAS 
DO INTERNATO DE BOR (FRANTZ FANON) NO APARELHO DE ESTADO DA GUINÉ-
BISSAU 
Cristina MandauOcuni Cá 
 
DO BRASIL ÀS TERRAS DE ALÉM-MAR: O IMPACTO DA TRADIÇÃO COIMBRÃ NA 
FORMAÇÃO DOS BACHARÉIS EM DIREITO BRASILEIROS 
Francilda Alcantara Mendes 
 
MEDICINA, ASSISTÊNCIA E AÇÕES DO INSTITUTO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA 
À INFÂNCIA DO PARÁ (1912) 
Laura Maria Silva Araújo Alves 
 
INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À INFÂNCIA DESVALIDA NA 
BELLE EPOQUE PARAENSE 
Laura Maria Silva Araújo Alves 
 
MÉTODO LANCASTER, MÉTODO CASTILHO E MÉTODO HUDSON: MÉTODOS DE 
ENSINO E AS COMPANHIAS DE APRENDIZES MARINHEIROS DURANTE O 
SEGUNDO REINADO (1864-1876) 
Simone Vieira de Mesquita 
 
COLLEGIO DE EDUCANDOS ARTÍFICES: ENSINO PÚBLICO 
PROFISSIONALIZANTE PARA MENORES ÓRFÃOS E DESVALIDOS EM FORTALEZA 
(1856-1867) 
Simone Vieira de Mesquita. 
 
O CURSO DE TUTOR A DISTÂNCIA PARA O CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO DA REDE E-TEC BRASIL E A INTEGRAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS 
DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TDICs: O CASO DO IFCE 
Ana Cláudia Uchôa Araújo 
 
CRISTÃS OBEDIENTES E LETRADAS: A EDUCAÇÃO FEMININA ATRAVÉS DO 
COLÉGIO MADRE ANA COUTO EM CRATO-CE 
Antoniele Silvana de Melo Souza 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
12 
 
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NA EDUCAÇÃO 
Arlane Markely dos Santos Freire 
 
O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO COMO AÇÃO TRANSFORMADORA 
Arlane Markely dos Santos Freire 
 
A FORMAÇÃO DE “PROFESSORAS” NA ESCOLA NORMAL DE PORTO ALEGRE 
(1869-1889) 
Dilza Porto Gonçalves 
 
PRÁTICAS EDUCATIVAS E FORMAÇÃO CRÍTICA EM ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO 
SOCIAL: CONCEITOS, PROPOSTAS E APRENDIZADOS NA AMACAUASSU, EM 
EUSÉBIO (CE) 
Eliábia de Abreu Gomes Barbosa 
 
O CORPO EM PROCESSO DE ADOECIMENTO E SUAS (RE) SIGNIFICAÇÕES 
PSICOSSOCIAIS NO CURRÍCULO DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL 
DO CEARÁ 
Fabiane Elpídio de Sá 
 
ORFANATO JESUS MARIA JOSÉ: PRÁTICAS CARITATIVAS E EDUCAÇÃO 
FEMININA 
Ivaneide Severo Goiana 
 
AS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO DE ARTES VISUAIS NO 
ENSINO FUNDAMENTAL DE FORTALEZA: AS SUSPEITAS DE UMA PROFESSORA 
EM FORMAÇÃO 
Lara Reginaldo da Silva Araujo 
 
AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS DE LAURO DE OLIVEIRA LIMA À LUZ DA 
PRÁTICA DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR EM LIMOEIRO DO NORTE 
Maria Jose Camelo Maciel 
Neucivânia Moreira da Silva 
 
A HISTÓRIA NOS CADERNOS: OS CADERNOS DE ESTUDO DO PACTO PELO 
FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO E SUAS RELAÇÕES COM A DIDÁTICA DA 
HISTÓRIA 
Raul Carlos Campos 
 
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NOS CURSOS DE LICENCIATURA DA 
UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-
BRASILEIRA-UNILAB 
Regiane Rodrigues Araújo 
 
NATUREZA PRÁTICA PARA A PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE 
QUALIDADE PELA POLÍCIA MILITAR 
Pâmela Costa Landim Saboya 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
13 
 
O ENSINO A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA AOS 
POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO CEARÁ 
Pâmela Costa Landim Saboya 
 
O FENÔMENO DA EVASÃO ESCOLAR: UM ELO ENTRE A FAMÍLIA E A 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO 
Paulo Cesar Lopes Cunha 
 
PEDAGOGIA E HISTÓRIA: AS PERIODIZAÇÕES NAS DISCIPLINAS DE HISTÓRIA 
NO CURSO DE PEDAGOGIA 
Antonio Carlos Ferreira Bonfim 
 
O PAPEL DA ESCOLA E O CONCEITO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DE UM MUNICÍPIO 
CEARENSE 
Maria José Barbosa 
 
“É PRECISO EDUCAR AS MENINAS”: TRAJETÓRIAS EDUCACIONAIS, RELIGIOSAS 
E POLITICAS DAS IRMÃS FILHAS DO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA EM SÃO 
BERNARDO DAS RUSSAS-CE (1937-1972) 
Carlos Rochester Ferreira de Lima 
 
4) BIOGRAFIA, AUTOBIOGRAFIA, IDEIAS PEDAGÓGICAS E 
INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO 
 
AGOSTINHO DA SILVA: VIDA, OBRA E LEGADO PARA O BRASIL 
Francisca Dulcelina Feitosa Cavalcante 
 
SINDICALISMO DE RESISTÊNCIA, IMPRENSA E EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA NA 
TRAJETÓRIA DE PEDRO AUGUSTO MOTTA 
Francisco Victor Pereira Braga 
 
O PARADOXO DA TEORIA DA EVOLUÇÃO DE CHARLES DARWIN E SUA CAUSA 
SAGRADA NO MUNDO MODERNO 
Maíra Maia de Moura 
 
PENSANDO A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DE AMPLOS PROCESSOS HISTÓRICOS, 
DÚVIDASE DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS 
Maíra Maia de Moura 
 
EDUCAÇÃO E O CONCEITO DE INTELECTUAL: TRAJETÓRIA E ATUAÇÃO 
JORNALÍSTICA DE COELHO SAMPAIO SOBRE O EDUCAR NO CEARÁ DOS ANOS 
1940 
Manuelle Araújo da Silva 
 
INTELECTUAIS NEGRAS EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO CEARÁ: DO 
ENFRENTAMENTO AOS AFRONTAMENTOS RACIAIS 
Maria Simone Euclides 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
14 
 
A EDUCAÇÃO EM AGOSTINHO DA SILVA E A CONSTRUÇÃO DE UMA 
COMUNIDADE FRATERNA “POR VIR” 
Francisca Dulcelina Cavalcante 
 
MARX: CAPITALISMO, VIOLÊNCIA E ESCRAVIDÃO 
João Bosco Brito do nascimento 
 
5) MISSÕES, EXPEDIÇÕES E MOVIMENTOS SOCIAIS 
 
A PEDAGOGIA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA REPÚBLICA COMUNISTA CRISTÃ 
DOS GUARANIS, SEGUNDO CLOVIS LUGON 
Eduardo Girão Santiago 
 
CONDUÇÃO DO DESTINO DOS BENS DAS MISSÕES JESUÍTICAS PELACOROA 
PORTUGUESA: PERNAMBUCO PÓS-LEI DE 3 DE SETEMBRO DE 1759 
Roberto Barros Dias 
Welber Carlos Andrade 
 
6) POLÍTICA EDUCACIONAL, UNIVERSIDADES, ORGANISMOS INTERNACIONAIS 
 
A QUESTÃO DOS REFUGIADOS PALESTINOS E OS ORGANISMOS 
INTERNACIONAIS A BUSCA POR UMA EDUCAÇÃO UNIVERSAL 
Allana de Freitas Lacerda 
 
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A FORMAÇÃO DO HISTORIADOR: A INSERÇÃO 
DE CRÉDITOS DE EXTENSÃO EM CURSO DE GRADUAÇÃO 
Bruna Karina Ferreira de Lima Melo 
Jaqueline Dourado do Nascimento 
 
A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E O PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO 
DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR – IES NO BRASIL 
Daniela Tamara Fernández 
 
DIFERENTES CONCEPÇÕES SOBRE A GLOBALIZAÇÃO QUE SE REFLETEM NA 
PRÁTICA ESCOLAR 
Eva Maria Oliveira 
 
POLÍTICAS DE ATENDIMENTO À INFÂNCIA E À ADOLESCÊNCIA E O EDUCADOR 
SOCIAL DE RUA EM TERESINA 
Marilde Chaves dos Santos 
 
AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO GOVERNO DE FERNANDO HENRIQUE 
CARDOSO SOB OS AUSPÍCIOS DO NEOLIBERALISMO 
Kalina Gondim de Oliveira 
 
A SUBJETIVIDADE PRIVATIZADA E O DESENVOLVIMENTO DO ENSINO TÉCNICO: 
UM ELO A PARTIR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ATÉ A PÓSMODERNIDADE 
Roberto Leite Soares 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
15 
 
 
ENTRE OS ESCRITOS E O VIVIDO: PERCEPÇÃO DOS DISCENTES, DOCENTES E 
PROFESSORES DOS CURSOS DE MEDICINA SOBRE A FORMAÇÃO MÉDICA 
CONTEMPORÂNEA 
Walney Ramos de Sousa 
 
A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) E A APRENDIZAGEM 
Antônio de Pádua de Araújo Dias 
 
A POLÍTICA EDUCACIONAL: RELATOS DOS EX-ALUNOS E PROFESSORES DE 
INTERNATO DE BOR NA GUINÉ-BISSAU 
Cristina Mandau Ocuni Cá 
 
OS AGRÔNOMOS E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SABER CIENTÍFICO NO BRASIL 
PARA O CAMPO 
José Wagner de Almeida 
 
7) FAMÍLIA, DEMOGRAFIA, GÊNERO E DIVERSIDADE 
 
AS DIFERENTES PERSPECTIVAS ENTRE AS SOCIEDADES ISLÂMICAS E 
OCIDENTAIS E O PAPEL DA MÍDIA 
Allana de Freitas Lacerda 
 
VIOLÊNCIA, HOMOFOBIA E EDUCAÇÃO 
Antoniel dos Santos Gomes Filho 
 
FAMÍLIA E ESCOLA: (DES) ENLACES SÓCIO-HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO 
CATÓLICA 
Cicero Edinaldo dos Santos 
 
FAMÍLIA x ESCOLA: PARCEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DAS VIRTUDES 
INTELECTUAIS E MORAIS 
Eloana Gomes Silva 
 
A FISIOTERAPIA E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM NOVO OLHAR PARA O 
CORPO 
Fabiane Elpídio de Sá 
 
PROCESSO LEGISLATIVO E A NÃO LEGALIZAÇÃO DO ABORTO 
Fabiane Elpídio de Sá 
 
DEMOGRAFIA DA MORTALIDADE INFANTIL EM BELÉM DO PARÁ (1909-1911) 
Laura Maria Silva Araújo Alves 
 
SEXUALIDADE, GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS POLÍTICASPÚBLICAS 
EDUCACIONAIS 
Jarles Lopes de Medeiros 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
16 
 
O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO PORTUGUÊS NO BRASIL E SEUS REFLEXOS NA 
EDUCAÇÃO, CULTURA, FAMÍLIA E SEXUALIDADE 
Jarles Lopes de Medeiros 
 
HISTÓRIA E ANÁLISE DE DISCURSO NA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA 
Polliana de Luna Nunes Barreto 
 
PERCURSO TEÓRICO DE UM ESPAÇO INTERDISCIPLINAR: HISTÓRIA, 
EDUCAÇÃO E GÊNERO 
Polliana de Luna Nunes Barreto 
 
CORPOS (DES)OCUPADOS: REFLEXÕES SOBRE GÊNEROS E SEXUALIDADES NA 
PRAÇA DA GENTILÂNDIA (FORTALEZA-CEARÁ) 
Thalyson Santos Alves 
 
PROTAGONISMO FEMININO E FORMAÇÃO DE PROFESSORAS NO CARIRI 
CEARENSE 
Tania Maria Rodrigues Lopes 
Maria Juraci Cavalcante Maia 
 
8) ARQUITETURA, EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E PESQUISA HISTÓRICA 
 
LIÇÕES SOBRE O CAMPO DA HISTÓRIA: ALGUNS CUIDADOS METODOLÓGICOS 
EM DESTAQUE 
Orlando de Souza Lira Filho 
Maria Juraci Maia Cavalcante 
 
PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES ENTRE PEDAGOGIA JESUÍTICA E PERSPECTIVA 
COMPARADA: A RATIO STUDIORUM COMO FOCO E GUIA 
Orlando de Souza Lira Filho 
Maria Juraci Maia Cavalcante 
 
ARQUITETURA, PATRIMÔNIO E EDUCAÇÃO – A CONTRIBUIÇÃO DE JOSÉ 
MARIANNO FILHO NA II CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
Zilsa Maria Pinto Santiago 
 
APONTAMENTOS ACERCA DA METODOLOGIA DA HISTÓRIA COMPARADA 
Luciana de Moura Ferreira 
 
EDUCAÇÃO E CARIDADE NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE FORTALEZA – 
NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX 
Luciana de Moura Ferreira 
 
9) EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
 
NOVAS PERSPECTIVAS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Carmen Lúcia Tomas Bezerra 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
17 
 
ESTUDO HISTÓRICO-COMPARADO DOS PROCESSOS DE INCLUSÃO EM CURSO 
NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI 
Cícero Marcelo Bezerra dos Santos 
 
DEFICÊNCIA AUDITIVA: POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO NA REDE ESTADUAL DE 
ENSINO 
Eloana Gomes Silva 
 
OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO, NO 
CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR 
Eva Maria Oliveira 
 
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E A PRÁTICA DOCENTE 
Eva Maria Oliveira 
 
GRUPO DE IDOSOS: A ETNOGRAFIA DO CAMPO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL 
Evaldo Cavalcante Monteiro 
Patrícia Helena Carvalho Holanda 
 
OS GOVERNOS DE FHC E LULA: SIMILITUDES E OU CONTRATES ENTRE AS 
POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
Kalina Gondim de Oliveira 
 
PERCURSO FORMATIVO DO PROFESSOR DE ARTES VISUAIS: REFLEXÕES SOBRE 
ENSINO BÁSICO 
Katiane Nunes de Oliveira 
 
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
VIVENCIANDO A INTERDISCIPLINARIDADE 
Maria Dorotéa Costa de Oliveira 
 
CONTRIBUIÇÕES DA PEDAGOGIA TERAPÊUTICA OU PSICOPEDAGOGIA DE JOÃO 
DOS SANTOS PARA OS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NA INFÂNCIA 
Maíra Maia de Moura 
Patrícia Helena Carvalho Holanda 
 
COMUNICAÇÃO PÔSTER 
 
ECO MUSEU PACOTI 
Francisco Levi Jucá Sales 
 
A PROMOÇÃO DA ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E ADOLESCENTE PÚBLICO-
ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Luana Barreto de Araújo 
MINICURSOS 
 
BRINQUEDOS E FOLGUEDOS TRADICIONAIS E CONTEMPORÂNEOS 
Edite Colares Oliveira Marques 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
18 
 
 
COMISSÃO DAS BORBOLETAS, PATRIMÔNIO INTEGRAL E DIVULGAÇÃO 
CIENTÍFICA: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO “JOVEM EXPLORADOR E O 
ECOMUSEU” EM PACOTI – CE (2014-2016) 
Francisco Levi Jucá Sales 
 
MARX: CAPITALISMO, VIOLÊNCIA E ESCRAVIDÃO 
João Bosco Brito do Nascimento 
 
ESPAÇO E IMAGINÁRIO RELIGIOSO NA CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA DOS 
LUGARES NO CARIRI CEARENSE 
Josier Ferreira da Silva 
 
QUESTÕES DE GÊNERO: O DESPERTAR DO FEMININO 
Kalina Gondim de Oliveira 
 
PRÁTICAS PSICOMOTORAS NO UNIVERSO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
Maria Selta Pereira 
 
INTRODUÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 
COTIDIANAS 
Maria Selta Pereira 
 
PATRIMÔNIO CULTURAL E A ESCRITA DE SI COMO EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NA 
FORMAÇÃO DOCENTE 
Tânia Maria de Sousa França 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
19 
 
GRUPOS DE TRABALHOS – GT 
 
EIXO TEMÁTICO 01: Arte, Pré-História, Paleontologia, Ecologia, Biologia 
Data: 25 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 02 
Coordenadores: Carlos Rochester F. de Lima e Luana Barreto de Araújo 
 
EIXO TEMÁTICO 02: Livros, Periódicos e Material Escolar, Museologia 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 06 
Coordenadores: Carlos Rochester F. de Lima e Luana Barreto de Araújo 
 
EIXO TEMÁTICO 03: Instituições Educativas, Currículo e Formação de 
Professores 
Data: 25 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Miniauditório – Casa da Música 
Coordenadores:Roberto Barros Dias 
 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Miniauditório – Casa da Música 
Coordenadores: Roberto Barros Dias e Antônio Carlos F. Bonfim 
 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 05 
Coordenadores: Regiane Rodrigues de Araújo 
 
Data: 27 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Miniauditório – Casa da Música 
Coordenadores: Roberto Barros Dias e Carlos Rochester F. de Lima 
 
Data: 27 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 02 
Coordenadores: Antônio Carlos F. Bonfim 
 
EIXO TEMÁTICO 04: Biografia, Autobiografia, Ideias Pedagógicas e Intelectuais 
da Educação 
Data: 25 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 05 
 
Coordenadores:Cícero Edinaldo dos Santos e Antoniel dos Santos Gomes Filho 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 05 
Coordenadora: Regiane Rodrigues de Araújo 
 
EIXO TEMÁTICO 05: Missões, Expedições e Movimentos Sociais 
Data: 27 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Miniauditório – Casa da Música 
Coordenadores: Roberto Barros Dias e Carlos Rochester F. de Lima 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
20 
 
EIXO TEMÁTICO 06: Política Educacional, Universidades, Organismos Internacionais 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 01 
Coordenadores: Francilda Alcântara Mendes 
 
Data: 27 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 01 
Coordenadores: Francilda Alcântara Mendes e Polliana de Luna Nunes Barreto 
 
EIXO TEMÁTICO 07: Família, Demografia, Gênero e Diversidade 
Data: 25 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 03 
Coordenadores: Allana de Freitas Lacerda e Jarles Lopes de Medeiros 
 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 03 
Coordenadores:Polliana de Luna Nunes Barreto e Cícero Edinaldo dos Santos 
 
EIXO TEMÁTICO 08: Arquitetura, Educação Patrimonial e Pesquisa Histórica 
Data: 26 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 02 
Coordenadores: Carlos Rochester F. de Lima e Luana Barreto de Araújo 
 
EIXO TEMÁTICO 09: Educação Especial e Inclusiva, Práticas Pedagógicas e Formação de 
Professores 
Data: 25 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 04 
Coordenadores: Evaldo Cavalcante Monteiro e Maíra Maira de Moura 
 
Data: 27 de Setembro de 2016 
Local: Casa José de Alencar (UFC) – Sala 04 
Coordenadores: Evaldo Cavalcante Monteiro e Maíra Maira de Moura
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHOS COMPLETOS DO GT 1 
 
Arte, Pré-História, Paleontologia, Ecologia, Biologia 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
22 
 
A LUA, A ARTISTA E O MUSEU: CAMINHOS PERCORRIDOS PARA 
FORMAÇÃO DOCENTE EM ARTE 
Sara Vasconcelos Cruz – IFCE1 
Gilberto Machado – IFCE2 
RESUMO 
Pesquisa autobiográfica em formato de memorial acadêmico desenvolvido para a disciplina de 
Ensino das Artes Visuais no Brasil e tem por objetivo refletir sobre experiências pessoais, 
acadêmicas e profissionais, relacionando-as com o ensino das artes na cidadede Fortaleza, 
principalmente no período compreendido entre as décadas de 1980 e 2010. Pretendemos 
compreender como as experiências aqui narradas contribuíram para formação como professora de 
Arte, assim como refletem uma história coletiva, focada na cidade de Fortaleza, mas que também se 
relaciona com o restante do país. 
Palavras-Chaves: Memorial acadêmico; Ensino de Artes Visuais; Fortaleza. 
 
INTRODUÇÃO 
Refletir sobre a formação do professor de Arte é, certamente, refletir sobre experiências 
de vida e histórias individuais que, juntas, contam e constroem uma história coletiva. Quando 
optamos pelo caminho da Educação? Como optamos por ele? Se pensarmos sobre nossa trajetória 
até a sala de aula, veremos que são muitas as experiências pessoais que nos levam até lá. Desde os 
primeiros contatos com Arte até influências de pessoas que admiramos. 
O memorial tem se mostrado como excelente recurso para evidenciar essas experiências 
pessoais e a construção da história coletiva a partir dessas. Respeitando a subjetividade do sujeito 
que narra, o memorial tem sido usado em diversas pesquisas da área de Educação para esclarecer 
como tem se dado a formação do professor. 
As experiências aqui narradas foram escolhidas pelo seu potencial de esclarecer como 
se deu minha formação enquanto professora de Artes Visuais na cidade de Fortaleza. Quanto ao 
conceito de experiência, Bondía (2002) enfatiza a experiência como algo que nos toma, que nos 
acontece e que tem o corpo como território de passagem. 
 
1Graduada em Artes Plásticas (IFCE), especialista em Educação Inclusiva (UECE), mestranda em Artes 
Visuais(UFPB/UFPE) e graduanda da Licenciatura em Artes Visuais (IFCE). Artista e educadora. Membro do IRIS – 
Grupo de Estudos da Formação de Professores de Artes Visuais. E-mail: nina.vascc@gmail.com 
2Professor do Curso de Licenciatura em Artes Visuais do IFCE, doutor em Educação Brasileira pela Universidade 
Federal do Ceará (2008).Coordenador do IRIS – Grupo de Estudos da Formação de Professores de Artes Visuais 
IFCE/CNPq. E-mail: gilmach.ifce@gmail.com 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
23 
 
O memorial, a experiência e o professor 
O memorial é um texto pautado na própria vida de quem escreve de modo que, através 
do conhecimento da realidade dessa pessoa, é possível acessar a realidade de uma situação coletiva. 
Sobre a escrita do memorial, Sandra da Câmara e Maria da Conceição Passeggi (s/d.) afirmam que 
esse gênero textual deve valorizar a subjetividade como prática acadêmica, reconhecendo que o 
sujeito não é passivo diante do social, mas sim integrado a ele, é parte ativa, determinante. O 
memorial, segundo as autoras, é um saber organizado, que não tem a função de ilustrar uma época 
ou período, ainda que permita, por meio dele, que esses sejam reconhecidos. 
Quando usado no contexto da Educação, o memorial pode nos dar as bases para discutir 
a formação dos professores. O memorial acadêmico apresenta, portanto, os caminhos de formação e 
as experiências pessoais que se revelam cotidianamente na prática pedagógica de nossos 
educadores. E, no nosso caso, também dos artistas. As experiências escolhidas para essa reflexão 
pretendem, assim, rever os caminhos que trilhei na minha formação como professora de Artes 
Visuais, passando desde as experiências da infância até o momento atual, destacando as atividades 
de formação e inquietações no percurso. 
Mas, para essa reflexão, é preciso saber o que caracteriza uma experiência. Sobre ela, 
Bondía (2002), visitando os significados de “experiência” em diferentes línguas, exalta a 
experiência como algo que nos passa, que nos acontece ou, como francês, ce que nous arrive, que 
nos chega. A experiência é, portanto, algo que toca sensivelmente quem passa por ela, ou melhor, 
por quem ela passa. A experiência nos desequilibra e dá sentido ao que somos. 
Sobre o sujeito da experiência, segundo o autor, esse se mostra tanto como o espaço 
onde tem lugar os acontecimentos, quanto como um território sensível de passagem. Bondía define, 
então, o sujeito da experiência: “[...] um sujeito que perde seus poderes precisamente porque aquilo 
que faz experiência dele se apodera” (BONDÍA, 2001, p.25). O sujeito da experiência está entregue. 
Quando, em 2007, eu terminava o Ensino Médio no, até então, Centro Federal de 
Educação e Tecnologia do Ceará (CEFET-CE), minhas experiências com arte eram tão restritas que 
eu não me imaginava como artista. Minha avó foi meu primeiro contato com a arte, ainda que ela 
pintasse apenas por hobby. Eu nunca tive uma aula de Artes Visuais em toda a minha vivência 
escolar e, por isso, não poderia apontar um professor ou professora que me levou a seguir esse 
caminho. Talvez a minha avó entenda que é influência direta para mim, mas talvez não saiba que 
essa referência ultrapassa nossas vidas e implica em tantas outras. A história que nos é contada na 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
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escola é como um filme distante, do qual sempre parecemos espectadores, nunca agentes ativos, 
construtores de significados. 
Ainda em 2007, optei pela graduação em Tecnologia em Artes Plásticas no até então 
CEFET – posteriormente, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE. 
Talvez o que tenha me levado a essa escolha tenha sido somente o gosto pelo desenho. Eu tinha 
pouco ou nenhum conhecimento sobre o mercado de trabalho da área. 
Apesar de formada para ser artista, foi o papel desempenhado como educadora que 
guiou o restante da minha formação acadêmica. Por muito tempo, acreditei estar numa corda-bamba 
entre dois papéis. Todavia, em pesquisas recentes e refletindo sobre minhas experiências, me 
deparei com a possibilidade de uma prática pedagógica baseada em arte. Não era preciso escolher 
entre um papel ou outro, mas procurar uma forma de uni-los. 
Dias (2013) nos chama a atenção para esse papel híbrido do educador em arte. Mais do 
que isso, ele fala sobre um artista que pesquisa a educação por meio de sua prática. Na Pesquisa 
Educacional Baseada em Arte, o sentido é encontrado não em respostas finais, mas no caminho 
trilhado pelo artista educador. 
O diálogo com esses autores, os seus olhares sobre o memorial, a experiência e o 
professor de arte, melhoram o meu olhar sobre minhas próprias vivências e me ajudam a refletir e 
analisar como essas se relacionam com a história do ensino das artes na minha cidade e no país. 
De quantas histórias é formada a minha própria história? Quantos quadros da minha avó 
eu vi até começar a desenhar? Quantas conversas noite à dentro com meus irmãos eu precisei ter 
para me entender como artista? Quantas vezes precisei dizer a meus pais e aos outros que não, eu 
não faria vestibular de novo e que artista é sim profissão? Quantos recadinhos de “tia, eu te amo” eu 
precisei ganhar até que eu tivesse a certeza que ser professora era o caminho certo? E o que isso tem 
a ver com a história do Ensino da Arte no Brasil? Em que as minhas próprias experiências podem 
impactar? 
São tantos os questionamentos que podemos trazer à tona quando o assunto é o que nos 
trouxe até quem somos! Olhar para trás pode nos mostrar o que vem à frente. Mas, principalmente, 
nos mostra o que e quem está ao lado. 
Eu sou mulher, fortalezense, artista, ilustradora e professora de arte. Isso implica que, 
em algum momento das últimas duas décadas, procurei formações específicas para atuar onde atuo. 
Implica também que faço parte da “cena” dos artistas de uma cidade específica e de um país. 
Algumas pessoas viram exposições minhas e talvez eu tenha tocado as histórias delas. Eu faço parte 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
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também das histórias de vida dos meus alunos, assim como, certamente,eles me formaram a 
professora que sou hoje. É como pensar em uma teia, onde a minha história é apenas um fio, tocado 
por tantos outros. Mas o toque é uma via de mão-dupla. Quem toca é também tocado. 
Uma boa metáfora para essas trocas de experiências é a do calidoscópio, feita pelo 
professor Gilberto Machado, em sua tese de doutorado (2008). A figura do calidoscópio evoca os 
fragmentos, as diversas histórias, que compõem uma realidade, ou a percepção dessa. A história é 
vista como uma versão efêmera de determinados fenômenos em movimento, ou seja, várias 
experiências formariam a história do ensino das artes plásticas em Fortaleza. Todavia, como lembra 
o autor, citando Ribeiro (2004), toda explicação é provisória. Por isso o calidoscópio é a imagem 
dessa história: a cada vez que olhamos, os fragmentos nos mostram uma imagem diferente, formada 
pelos mesmos fragmentos da imagem anterior e da próxima. 
As experiências aqui narradas fazem parte do contexto de uma cidade, de algumas 
instituições e, portanto, de um espaço e um tempo mais amplo do que possamos imaginar. Elas 
ajudaram a me formar professora e, assim, causar pequenos abalos nas vidas dos meus alunos e 
outras pessoas que passaram por mim e que também ajudam a escrever a história do ensino da arte 
no país. 
 
A LUA 
“Mas a lua não é amarela!”, disse a professora enquanto, rapidamente, pegava a 
borracha para apagar meu desenho. “É amarela, eu vi!”, tentava, inutilmente, argumentar. “Não, é 
azul.” Não, eu nunca tinha visto a lua azul. Mas ali mesmo eu aprendi que, para além do que se vê, 
existe o que se sabe e o que se deve. Eu devia pintar a lua de azul ainda que não a visse assim só 
porque, se continuasse a pintar de amarelo, a professora não me deixaria terminar o meu desenho. 
Nessa época, início dos anos 1990, no que tange especificamente à educação m 
Fortaleza, foi nessa década que o Telensino3 começou a ser extinto no Ceará e, em 1995, a 
Secretaria de Educação e Cultura do Município de Fortaleza publicou a Proposta Curricular para as 
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, nas quais a Arte ainda não estava inclusa como disciplina4. 
 
3“Tratava-se de uma proposta para as séries terminais do, então, ensino de 1º grau, assentada em emissões de televisão, 
complementadas por materiais impressos e pela ação, em sala de aula, do orientador de aprendizagem (OA) polivalente, 
que deveria conduzir e dinamizar as aulas de todas as disciplinas” In: BODIÃO, Idevaldo da S., O telensino: que 
didática é essa? Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt_04_02.pdf. Último acesso em: 10 de 
maio de 2016. 
4Informações disponíveis nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental do Sistema Público Municipal de 
Ensino de Fortaleza, disponíveis em: http://www.sme.fortaleza.ce.gov.br /educacao/files/diretrizes_vol_1.pdf. Último 
acesso: 10 de maio de 2016. 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
26 
 
Aliás, é interessante notar que a Arte só veio a tornar-se disciplina obrigatória em 1996, 
com a LDB 9394/96. No art. 24, parágrafo IV, do capítulo II - Da Educação Básica, na Seção I, 
sobre as Disposições Gerais, aponta que o ensino da arte deve estar presente na Educação Básica, 
contudo, “poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis 
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros 4 
componentes curriculares” (BRASIL, 1996). O Art. 26, parágrafo II, destaca que “O ensino de Arte 
constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a 
promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (BRASIL, 1996). Por meio dessa lei, a disciplina 
de Arte deixou de ser uma atividade artística do currículo e passou a fazer parte deste como área de 
conhecimento. 
A partir daí, é possível perceber também o avanço no processo de formação de 
professores, os surgimentos das licenciaturas pouco menos de uma década depois. Por ser recente, o 
campo da Arte ainda está em processo de consolidação, situação que nos deixa ainda com poucos 
profissionais licenciados e muitos professores de outras áreas assumindo as aulas de Arte. Outro 
fator que contribui para essa situação, é que a criação de cursos de licenciatura na área de Artes, 
com exceção da Música, ser fato recente. 
O espectro “arte é fácil, qualquer um faz” ainda ronda a educação no Brasil. Não há um 
currículo comum e são poucas as escolas que oferecem a disciplina em todas as séries. Esse não é 
um dado baseado em pesquisas específicas, ainda que essas existam, mas é principalmente 
experenciado. Tanto a professora do jardim de infância que me disse qual a cor que eu deveria 
pintar a lua, como a colega de trabalho formada em Pedagogia e que entrega cópias de obras de arte 
para os alunos colorirem, nos revelam o grande desafio que temos para a Arte Educação no Brasil: é 
preciso que formemos nossos próprios professores e, para além disso, é preciso que eles saibam 
defender seu território. 
É importante destacar, todavia, que os primeiros cursos de Artes Visuais que surgiram 
em Fortaleza não tinham por finalidade formar professores de arte. Os cursos eram, na verdade, 
espaços de formação em arte, para quem tinha pretensões de ser artista. Foi assim que começaram o 
bacharelado em Artes Plásticas da então Faculdade Gama Filho (2000) e o Curso Superior de 
Tecnologia em Artes Plásticas do então Cefet-CE (2001). 
 
 
 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
27 
 
A ARTISTA 
Meus primeiros contatos com arte foram muito informais. Minha avó materna, 
Teresinha, deve ter sido meu primeiro exemplo de artista. Eu passava as manhãs na casa dela, onde 
tinham vários quadros expostos. Eu lembro que achava os quadros lindos e ficava tentando 
desenhar tão bem quanto. Eu cheguei a fazer alguns cursos pontuais de artes com o objetivo de me 
aperfeiçoar, onde aprendíamos desenho por cópias. 
Sobre esse tipo de curso livre é importante destacar que o ensino de Arte em Fortaleza, 
visando a formação do artista, ou seja, a produção de objetos e o estudo das técnicas, teve início 
nesses cursos. Como exalta Paula (2009, p.53), “não fugindo à regra geral do que acontecia em 
outras regiões brasileiras, [o ensino de arte] era praticado em ateliês dos artistas, de forma 
sistemática ou na informalidade”, antes mesmo da implementação da Arte como disciplina nas 
escolas. 
No meu primeiro dia de aula na faculdade, eu estava na aula de História da Arte I, com 
o professor Herbert Rolim, quando ele passou um texto e umas imagens da performance Pancake, 
de Márcia X5. Não consegui esconder o meu desgosto! Eu vinha de cursos voltados para técnica 
perfeita e impecável, não conseguia me convencer que estudaria aquele tipo de arte. Nas primeiras 
semanas de aula, assistimos ainda algumas defesas de Trabalho de Conclusão de Curso das turmas 
anteriores. Uma das alunas, pintava órgãos humanos em batas de hospital com o próprio sangue; 
outra, recolhia isopor na rua e colocava objetos afetivos em cima. Essas experiências acabaram por 
expandir meus horizontes e me mostrar que a Arte Contemporânea poderia ser um campo muito 
rico. Foi apenas na graduação que comecei a frequentar os centros culturais da cidade, 
principalmente sob indicação do professor Herbert. O que também contribuiu bastante para minha 
formação como artista. 
Eu pertencia à penúltima turma do curso, que viria a ser transformado, em 2008, na 
Licenciatura em Artes Visuais. Se a demanda de trabalho especificamente para Tecnologia em 
Artes Plásticas era escassa, o estado precisava com urgência de professores de arte capacitados para 
assumir a disciplina que, por lei (LDB 9394/96), deveria estar presente em todos os níveis da 
educação básica.5 A performance Pancake, de Márcia X, foi realizada na instalação “Orlândia, ocupação de uma casa em obras”, em 
maio de 2001. Em pé, a artista abre latas de leite condensado com uma marreta pequena e um ponteiro; em seguida, 
derrama o leite condensado sobre a cabeça e o corpo. Ao todo, são 10 latas do doce. Por fim, Márcia X, abre um pacote 
de confeitos coloridos e coloca o conteúdo em uma peneira, que agita acima da cabeça. Fonte: < 
http://marciax.art.br/mxObra.asp?sMenu=2&sObra=1 > Último acesso em 06 de agosto de 2016. 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
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Mas não foi na sala de aula do ensino formal que primeiro me deparei com o papel de 
educadora, mas sim no museu. Em 2009, comecei um estágio no Centro Dragão do Mar de Arte e 
Cultura (CDMAC)6 que viria a ser a primeira experiência como educadora e que me mostraria um 
espaço da Arte Educação em que seguiria como pesquisadora. 
 
O MUSEU 
Entre os anos de 2009 e 2011, estagiei no CDMAC, mais precisamente nos dois museus 
do centro, o Museu da Cultura Cearense (MCC) – na época, Memorial da Cultura Cearense – e o 
Museu de Arte Contemporânea (MAC). Fui contratada como educadora do projeto de 
acessibilidade do Dragão, pois precisavam de alguém que falasse Libras – Língua Brasileira de 
Sinais. Durante esse tempo, acompanhei e participei das ações do Projeto Acesso no Dragão, que 
buscava promover não só a acessibilidade física do CDMAC, como a inclusão de pessoas com 
deficiência nas mediações dos museus do Centro. Tanto a formação oferecida pelo Projeto, como o 
contato com pessoas com deficiência fez com que despertasse minha curiosidade para a mediação 
para esses grupos. 
Quando, em 2012, entrei no curso de Especialização em Educação Inclusiva na 
Universidade Estadual do Ceará (UECE), procurei pensar minha prática enquanto educadora de 
museus e discutir essas instituições como espaços da Educação Inclusiva. Para tanto, escolhi o 
Sobrado Dr. José Lourenço, outro centro cultural de Fortaleza, mantido pelo Governo do Estado do 
Ceará, no intuito de desenvolver um material multissensorial de apoio aos mediadores do espaço. 
Foi quando desenvolvi, junto aos educadores do Sobrado, a chamada “Mala dos Sentidos” (CRUZ, 
2013), que consistia num material lúdico cuja proposta era que a obra fosse explorada pelos demais 
sentidos além da visão e que a mala pudesse ser trabalhada com grupos formados tanto por pessoas 
com deficiência como sem deficiência. 
Na época, estava em cartaz a exposição Caminhos e Percursos (2012), que fazia uma 
retrospectiva da obra do artista cearense Hélio Rola. Para relacionarmos as obras de Hélio Rola com 
os objetos da Mala dos Sentidos, abordamos a sinestesia como elemento recorrente no trabalho do 
 
6 O CDMAC é um centro cultural de Fortaleza que abriga diversas atrações, como teatro, museus, galeria, cinemas e 
outros instrumentos de cultura. Inaugurado em abril de 1999, o CDMAC foi idealizado por Paulo Linhares, até então, 
secretário da Cultura do Ceará e atual presidente do Instituto Dragão do Mar, órgão que gere o CDMAC e outros 
espaços culturais a ele associados, como o Porto Iracema das Artes e o Centro Cultural Bom Jardim, ambos em 
Fortaleza. A arquitetura do espaço foi concebida pelos arquitetos Fausto Nilo e Delberg Ponce de Leon. O nome 
“Dragão do Mar” é uma homenagem a Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, jangadeiro que deflagrou a 
greve da categoria em prol da luta abolicionista, em 1881. Informações disponíveis em: < 
http://www.dragaodomar.org.br/espacos.php?pg=instituicao >. Último acesso em 10 de maio de 2016. 
 
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artista, pois esse é conhecido por questionar bastante a poluição sonora e visual na cidade de 
Fortaleza, colocando em suas pinturas e colagens elementos como aviões e carros. Nossa mala 
trazia brinquedos populares como miniaturas dos meios de transporte, barquinhos de papel, lupas, 
caixas de som com gravações de ruídos e uma reprodução em feltro da série Charada, além de 
outros materiais. 
Escolhemos os materiais para que pudéssemos trabalhar de diversos modos com eles, 
sem regras, ampliando as possibilidades de cada objeto como mediador da experiência estética de 
cada público. Visto que não era nossa intenção criar regras de uso, jogos, mas sim proposições 
educativas que pudessem acontecer de acordo com cada mediação, partindo da necessidade do 
grupo visitante. 
A mediação proposta com a Mala dos Sentidos permitiu que tanto eu como os 
educadores do Sobrado nos aproximássemos do público por meio de atividades lúdicas e criando 
diálogos com as obras expostas. As atividades foram propostas durante a mediação ou no seu início, 
o que nos mostrou ser bastante positivo, pois as crianças mostraram-se mais atentas no restante da 
visita, conforme observaram alguns educadores. 
Os educadores do Sobrado, na época, eram estagiários de nível médio, vindos de 
escolas profissionalizantes do estado, onde cursavam Turismo. Não tinham qualquer formação para 
desempenhar sua função além daquela que ofereci, voluntariamente, como parte da minha pesquisa. 
Foram selecionados pela Secretaria de Cultura do Ceará (Secult) e enviados para os museus regidos 
por essa, como o Sobrado e o Museu do Ceará. 
Todavia, essa ausência de formação específica para educadores de museus não é 
particularidade do Ceará. Quando, em 2010, entrei na Rede de Educadores de Museus do Ceará7, 
REM-CE, um dos pontos muito debatidos nas reuniões era a formação para os educadores. Ainda 
que não haja um curso comum, é preocupante que os educadores sejam colocados nesse papel sem 
que haja qualquer preparação. Além disso, os educadores, de nível médio ou superior, só são 
contratados em regime de estágio. A rotatividade, própria do estágio (que tem duração máxima de 
dois anos), junto à falta de formação específica, acaba por gerar descrédito quanto à função de 
educador, que não tem a oportunidade de ser efetivado ou valorizado em sua função. As formações 
 
7 A Rede de Educadores em Museus do Ceará REM-CE é uma rede, presencial e virtual, de trocas de experiências e de 
informações, objetivando o fomento da reflexão sobre educação em museus e outros espaços culturais e da formação e 
atuação política dos seus profissionais. Informações disponíveis em: http://rem-ce.blogspot.com.br/. Último acesso em: 
10 de maio de 2016. 
 
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em cursos livres por organizações como a REM, presente em diversos estados do Brasil, e outras 
oferecidas por museus e pesquisadores, tendem a amenizar um pouco essa situação. 
Em 2012, o Sobrado recebia alunos de Ensino Médio. Em 2013, passou a receber 
estagiários universitários, advindos principalmente dos cursos de História e Artes. Mas hoje, em 
2016, ele não tem sequer um educador em seu quadro de funcionários. Se é tão urgente formar 
nossos professores de arte, é também formar nossos educadores, pois só assim podemos reconhecer 
o museu enquanto espaço de ensino. 
 
SER PROFESSOR, SER ARTISTA EM FORTALEZA 
A formação do professor de Arte em Fortaleza, como visto anteriormente, tem uma 
história recente e muito marcada pelos cursos livres, destinados à formação do artista. Em sua 
pesquisa de doutorado, o professor Gilberto Machado (2008) trouxe à tona a formação de artistas na 
cidade desde a década de 1940, quando foi criada a Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), 
em 27 de agosto de 1944. A SCAP oferecia o Curso Livre de Desenho e Pintura para interessados 
nas artes plásticas, visando uma formação técnica na área. Em agosto de 1953, o curso livre deu 
lugar à Escola de Belas Artes da SCAP. De lá para cá, surgiram ainda vários cursos livresde 
desenho pela cidade. 
Outro destaque para o campo da Arte foi a inauguração de instituições culturais pela 
cidade que expunham a produção dos artistas locais e conseguiam, aos poucos, colocar Fortaleza no 
cenário nacional das artes. Destaco então a criação do Museu de Arte da Universidade Federal do 
Ceará (MAUC), em 1961; o CDMAC, em 1999; e o Sobrado Dr. José Lourenço, em 2006. As 
instituições culturais marcam não só a carreira dos artistas locais, como um novo momento no 
ensino da Arte em Fortaleza. Além da sala de aula, era preciso preparar os educadores dessas 
instituições, inseridas no campo da educação não formal. Foi nesse campo, como dito, que iniciei 
minha trajetória na Educação. 
Mas quem forma esses educadores e os professores? E quem forma o artista? Em 2001, 
o Curso Superior de Tecnologia em Artes Plásticas do CEFET-CE abria as portas para a formação 
de artistas (PAULA, 2009). Muito voltado para a técnica, o curso não oferecia disciplinas que 
visassem a formação do professor de Arte. Somente em 2008, com a primeira turma do Curso de 
Licenciatura em Artes Visuais (CLAV), o IFCE pôde oferecer uma formação adequada para 
professores de Arte. 
 
 
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A LICENCIATURA 
O ensino de artes no IFCE iniciou-se em 1985, quando esse ainda era Escola Técnica 
Federal do Ceará, através de um projeto de Arte-Educação idealizado pela Professora Lourdes 
Macena (MACHADO, 2008). O projeto contava com estudantes voluntários que davam oficinas de 
desenho e pintura para alunos do nível técnico. Consolidado em 1991, com o ingresso de 
professores especializados na área de Artes, o projeto tinha a preocupação de firmar a Educação 
Artística como melhoria da educação escolar oferecida na instituição. A disciplina Educação 
Artística era obrigatória para alunos do primeiro período da instituição. Atualmente, a disciplina é 
denominada Artes e faz parte do núcleo comum dos cursos técnicos integrados oferecidos pelo 
IFCE. 
O curso de Licenciatura em Artes Visuais foi criado em 2008, muito recentemente, para 
suprir a demanda urgente do estado do Ceará: a falta de professores com formação específica em 
Artes que pudessem lecionar a disciplina na Educação Básica. O CLAV veio 12 anos depois da 
LDB nº9394/96. Alguém deveria assumir a disciplina de Arte nas escolas, mas, na falta de 
professores especializados, as instituições recorriam aos profissionais que tinham afinidade com o 
assunto. Eu, quando assumi a sala de aula, no início do ano de 2012 era um desses profissionais 
com “afinidade”: tinha formação em Artes, mas não uma licenciatura; ou seja, legalmente, era 
artista, não professora. 
É claro que, na ausência de formação específica para a sala de aula, me deparei com 
inúmeras dificuldades no primeiro ano como professora! Eu já tinha a experiência como educadora 
de museus – estágio realizado no CDMAC no período de 2009 a 2011 –, mas as particularidades da 
escola eram completamente diferentes da realidade do museu. Foi uma série de dificuldades que me 
levaram a procurar uma formação específica para professora de Artes. Pedi o reingresso no CLAV 
como graduada em 2012 e onde continuo como aluna. 
Em 2015, ingressei para o Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais da 
Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco (PPGAV – 
UFPB/UFPE), onde continuo cursando o mestrado, na linha de pesquisa de Ensino das Artes 
Visuais. 
 
CONSIDERAÇÕES 
Refletir sobre minha formação acadêmica e profissional me levou a pensar em como 
minhas vivências pessoais fazem parte da história do ensino das Artes Visuais na cidade de 
 
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Fortaleza. Além disso, pude perceber também que eu mesma, produzindo esse trabalho e outras 
pesquisas, tenho contribuído, mesmo que minimamente, nas transformações que essa área vem 
sofrendo nos últimos anos. 
Em 2007, entrei no curso de Tecnologia em Artes Plásticas, tendo uma formação muito 
voltada para a técnica. O curso, como disse, não tinha um mercado específico e deixava no ar uma 
pergunta intrigante: como se forma um artista? Ou melhor, é possível formar um artista? Tanto a 
formação de artistas como o ensino da Arte nas escolas exigem um professor com formação na área, 
que entenda as particularidades dessa e possa conduzir um processo de formação de modo mais 
qualitativo. 
Se, durante o período escolar, não tive aulas de artes, hoje, quatro anos depois do meu 
primeiro dia como professora de arte, já tive a oportunidade de lecionar para mais de mil alunos, 
entre escolas das redes pública e privada, em todas as séries da educação básica. Esse trabalho 
contribuiu então para que eu pudesse tanto perceber, como expor a minha contribuição para a 
história do ensino da arte na cidade de Fortaleza. As minhas vivências pessoais relacionam-se com 
uma história coletiva, deixo, então, de me ver apenas como espectadora da história e passo a me 
perceber agente. 
A licenciatura abriu portas para outras perspectivas profissionais e me mostrou 
caminhos possíveis que unem o fazer artístico e a educação. No momento, tenho o desafio pessoal 
de pensar minha prática na educação por um viés artístico e minha criação artística com possíveis 
usos educativos. Tudo isso, sem dúvida, só vem enriquecendo minhas pesquisas e contribuindo para 
a área. Ser professora de Artes e ser artista (além de pesquisadora) é um desafio constante de fazer 
da sua vida a sua prática educativa e artística. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Senado Federal. Lei Federal nº9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília: 1996. 
BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira 
de Educação, 2002. 
CRUZ, Sara Vasconcelos. Mala dos Sentidos: mediação inclusiva no Sobrado Dr. José 
Lourenço.Monografia (Especialização em Educação Inclusiva) - Centro de Educação, Universidade 
Estadual do Ceará, Fortaleza, 2013. 
 
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33 
 
DIAS, Belidson. A/R/Tografia como metodologia e pedagogia em artes: uma introdução. In: DIAS, 
Belidson. e IRWIN, Rita. L. (orgs.), Pesquisa educacional baseada em arte: a/r/tografia.Santa 
Maria : Ed. da UFSM, 2013. 
MACHADO, Gilberto Andrade. Calidoscópio: experiências de artistas professores como eixo para 
uma história do ensino de artes plásticas em Fortaleza. Tese (Doutorado em Educação) – Programa 
de pós-graduação em Educação Brasileira, Faculdade de Educação da Universidade Federal do 
Ceará, Fortaleza, 2008. 
PASSEGGI, Maria da Conceição.; CÂMARA, Sandra Cristinne Xavier da. O Gênero memorial 
acadêmico no Brasil: concepções e mudanças de uma autobiografia intelectual. (s/d.) 
PASSEGGI, Maria da Conceição; SOUZA, Eliseu Clementino de; VICENTINI, Paulo Perin. Entre 
a vida e a formação: pesquisa (auto)biográfica, docência e profissionalização. Educação em 
Revista, Belo Horizonte, v. 27, n. 01, p. 369-386, abr., 2011. Disponível em: . Acesso em 14 Jun. 
2014. 
PAULA, Francisco Sebastião de. Concepções e práticas de História da Arte dos professores que 
atuam nas instituições de nível superior em Fortaleza. Dissertação (Mestrado em Educação) – 
Curso de Mestrado Acadêmico em Educação, Centro de Educação da Universidade Estadual do 
Ceará, Fortaleza, 2009. 
RIBEIRO, Maria Luiza S História das Políticas Educacionais. LOMBARDI, J. C.; NASCIMENTO, 
M. I. M. (orgs.). Fontes, história e historiografia da educação. Campinas : Autores Associados / 
HISTEDBR, 2004. 
 
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EXPLORANDO A PAISAGEM URBANA CONTEMPORÂNEA: INTERVENÇÕES 
ARTÍSTICAS COM LAMBE EM FORTALEZA – CE 
Rogeane de Oliveira Moreira8 
Gilberto Andrade Machado9INTRODUÇÃO 
O presente artigo foi desenvolvido durante a Disciplina de Estudos da Paisagem, do Curso 
de Licenciatura em Artes Visuais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará 
– IFCE, em 2015/II. Enfatiza a segunda fase da disciplina; uma experiência prática que se deu a 
partir da confecção e colagem de lambes, a elaboração de um vídeo documental dessas ações e a 
imersão teórica no tema paisagem urbana, com textos de Castilhos (2009), Bulhões (2009), Fialho 
(2006) e Peixoto (2006). Discute-se o conceito de paisagem, enquanto acúmulo de tempos, com 
bases geográficas e visuais. Definir paisagem como; uma porção visível do espaço não supre a 
totalidade de sua representação, que vai muito além do visível. Influi sobre a percepção da 
paisagem, os demais sentidos; olfato, audição, paladar e tato. A paisagem ultrapassa a descrição do 
panorama, que evidencia mais um modo de captar a imagem do espaço do que de representa-lo. 
Habituamo-nos a descrições de uma imagem única, ampla e que comportava às vezes uma cidade 
inteira, como as paisagens renascentistas (Bulhões, 2009). Mas, a paisagem também se encontra no 
micro, em detalhes; como o semáforo de uma grande avenida ou a estátua de uma praça histórica. 
Tanto as pinturas de paisagens como as fotografias dos cartões postais do século XIX, tão 
populares após a invenção do daguerreótipo10, são representações da paisagem, mas não a 
paisagem em si. Sobre o olhar e os demais sentidos que nos permitem identificar uma paisagem ou 
ainda nos conectarmos afetivamente com ela, reside a subjetividade. 
O lambe é basicamente um cartaz de papel colado com cola, geralmente em muros e postes. 
Desde o século XIX já era usado para a publicidade, divulgação e comunicação. É comum em 
Fortaleza os lambes para divulgação de atos políticos, festas, shows de forró, serviços dos mais 
diversos, inclusive consultas a videntes e cartomantes. Alguns artistas têm aproveitado dessa 
técnica, para intervir na cidade de forma artística. Para esta análise, nos debruçaremos sobre o 
 
8 Autora: Rogeane de Oliveira Moreira, Licenciando em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Ceará IFCE – Campus Fortaleza (3º semestre). E-mail: rogeaneoliveira@yahoo.com.br 
9 Coautor: Gilberto de Andrade Machado, Doutor em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (2008). 
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará IFCE, lecionando no curso de Licenciatura 
em Artes Visuais. Coordenador do IRIS – Grupo de Estudos da Formação de Professores de Artes Visuais. E-
mail:gilmach.ifce@gmail.com 
10 Segundo o dicionário, Daguerreótipo é uma das primeiras formas de reprodução fotográfica, criada por Louis J. M. 
Daguerre. Verbete encontrado no site http://www.dicio.com.br/daguerreotipo/ capturado em 27/07/16 às 14:35 horas. 
 
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conceito de ‘paisagem contemporânea’, nos colocando como agentes modificadores (ou 
acumuladores) da paisagem e ao mesmo tempo agentes passivos, receptores de um fluxo diário, 
criado por outros modificadores. 
 
NARRATIVAS COMPARTILHADAS 
Para Rey(2002) no que concerne a arte contemporânea, não existe um corpo teórico nem 
regras universais que possam definir uma conduta previamente estabelecida. O artista 
contemporâneo ao encarar o desafio de inventar uma obra, inventa seu próprio modo de fazê-la. 
Portanto, a pesquisa em artes visuais implica num trânsito ininterrupto entre prática e teoria. Os 
conceitos são extraídos dos procedimentos e devolvidos a novas ações que se alinham e se 
reorganizam ao mesmo tempo. 
O corpo teórico se constrói na interlocução com o ambiente, com outros artistas, com outras 
poéticas. Esse diálogo produz estratégias como a organização de diários de campo ou cadernos de 
artista, onde se conservam ideias, garatujas, esquemas gráficos, ensaios pictóricos etc. Algumas 
ferramentas teóricas como os conceitos da História da Arte, Filosofia, Sociologia vão sendo aos 
poucos iluminados pelas experiências estéticas do cotidiano e pelas tentativas de redigir pequenos 
textos sobre essas experiências. Buscou-se durante as fases que permearam as atividades da 
disciplina, uma reflexão sobre o fazer artístico, aliando poética e estética. 
Para o desenvolvimento de um livro ilustrado, entrevistei um colega de classe, colhendo 
informações sobre o seu percurso de casa até a faculdade. O registro oral transformou-se em 
registro escrito. A partir do registro escrito, busquei um distanciamento da descrição espacial em 
busca de uma narrativa poética. A partir da narração desenvolvi dez imagens, que funcionavam 
como registros imagéticos do texto. O enfoque que escolhi nessa fase do trabalho foi a incorporação 
de uma persona, uma personagem inventada e vivida por mim. Decidi então me colocar dentro do 
percurso dela, encontrar nele, pontos e imagens que vivessem dentro do meu referencial geográfico 
e emotivo. Confirmava a mim mesma como agente modificadora do espaço, e ao mesmo tempo 
modificada por ele. 
Percorrer o trajeto do outro é encontrar-se nele. Descrever o trajeto do outro até ele tornasse 
seu. E sendo seu, ele já não pertence ao outro, nem a você. O momento de entrevistar o colega e ser 
entrevistado por ele funcionou como gatilho precursor do trabalho, que disparou a criação de uma 
obra autônoma. A criação de uma personagem que vive as experiências e transita pelas rotas 
imaginárias de uma capital Solar, outrora chamada Fortaleza. Da criação de um ‘livro ilustrado’ a 
 
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produção dos lambes, elaborei imagens oníricas, fragmentadas e surreais que mapeiam a cidade, 
como um marco físico do trajeto do outro. 
Para responder a primeira questão levantada em sala, ainda no primeiro dia de aula - o que é 
paisagem?-, as respostas visuais foram múltiplas, e o primeiro portfólio agregou vários suportes 
para organiza-las, como um conjunto de intervenções em fotos capturadas da internet, 
procedimentos pictóricos, notas de aula, desenhos e algumas aquarelas (Vide fig.1). O portfólio se 
organizava como a documentação disponível de um processo em movimento. 
A instauração do conceito de paisagem se mantinha como um objeto em trânsito que às 
vezes podia ser representado, outras vezes extremamente sensorial e abstrato. Entretanto, era nesse 
vai e vem de subjetividades compartilhadas nos seminários, conduzidos pelos alunos e mediado 
pelo professor que o pensamento visual ganhava mais significado e autonomia. As leituras de 
Nelson Brissac Peixoto (2002) sobre paisagem urbana cumpriam sua função esclarecedora e 
também perturbadora. 
Fig. 1 – Cartografia do Percurso 
 
MOREIRA. R. O. Cartografia do percurso, 2016, arquivo pessoal. 
 
 
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AS PAISAGENS CONTEMPORÂNEAS 
Em geral, o verbete paisagem na maioria dos dicionários é descrito como; s.f. Extensão de 
território que se abrange num lance de vista; panorama, vista. Desenho, quadro que representa uma 
cena campestre.11 Esse conceito prepondera durante muito tempo em nós. Poucas vezes atribuímos 
a paisagem do presente como o resultado de transformações decorrentes do tempo sobre um espaço, 
não apenas nos aspectos físicos, mas atribuindo a ele novos significados. 
Na última década, Fortaleza tem sido palco de várias intervenções urbanas para melhorar a 
mobilidade e a circulação do trânsito, como viadutos, túneis, rotatórias, ciclo-faixas etc. Os bairros 
das periferias transformaram-se em corredores para acessar rodovias em direção as praias ou serras. 
Já não temos vazios territoriais, estamos conurbados. As imagens sobre esses territórios, ainda que 
elaboradas com tecnologias como os drones12,têm outras funções, digamos menos artísticas. Logo 
a atual representação artística da paisagem, não se limita apenas a quadros, vivemos o período pós-
fotográfico. 
A paisagem campestre está cada dia mais distante da cidade. Sobre os montes foram 
construídos prédios e os descampados onde descansavam os animais, hoje é a praça, onde 
descansam as pessoas. Para Maria Amélia Bulhões: 
Abordar a paisagem, hoje, impõe alguns desafios decorrentes de sua própria tradição 
enquanto categoria de arte oriunda do século XIX. Mesmo desenvolvendo-se a partir de 
observações diretas da natureza, ela sempre foi fruto da subjetividade e, como tal, requer 
um processamento que passa pelas experiências pessoais do artista: um processo que pode 
iniciar no pensamento (memória) ou na natureza (fotografia), mas cujo resultado é sempre 
uma reelaboração, que pressupõe uma apropriação e uma reconstrução. (Bulhões, 2009, 
p.13) 
A paisagem passa por modificações e o conceito aqui apresentado, de ‘paisagens 
contemporâneas’ faz referência não apenas ao espaço físico, mas também aos agentes 
modificadores do mesmo. Somos contemporâneos não apenas uns dos outros em determinada 
época, mas também da paisagem de uma época. Isso nos é ainda mais compreensível, quando em 
posse de fotografias antigas, percebemos as diferenças temporais entre uma paisagem e outra. Os 
moradores de um bairro que vivessem nele a 40 ou 60 anos, perceberiam ao passar dos anos as 
mudanças físicas vivenciadas pela paisagem. 
 
11 Verbete encontrado no site: http://www.dicionarioinformal.com.br/paisagem/ Capturado em 26 de Março de 2016. 
Verbete encontrado no site: http://www.dicio.com.br/paisagem/ capturado em 27 de Junho de 2016. Verbete encontrado 
no site: http://www.dicionarioweb.com.br/paisagem/ capturado em 27 de Junho de 2016. 
12 Drone é uma palavra inglesa, que na tradução literal para o português significa zangão, e que é usada para referir-se a 
aeronaves não tripuladas, normalmente comandadas por controle remoto. Maiores detalhes no site: 
http://www.significados.com.br/drone/ capturado em 27/07/2016 às 15:05 horas. 
 
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Quem modifica a paisagem? Agora nos debruçaremos sobre os modificadores do espaço, 
retornaremos a um termo usado anteriormente, classificando-os em agentes modificadores (ou 
acumuladores) e agentes passivos. Somos os principais modificadores do espaço; destruímos, 
construímos, restauramos. A paisagem modifica-se ordenada ou desordenadamente. 
A capital do nosso país, Brasília foi um grandioso projeto, idealizado durante o governo de 
Juscelino Kubitschek, no seu tão falado ‘plano de metas’. Foi totalmente planejada, para sitiar o 
Distrito Federal. Construiu-se uma cidade inteira, do zero, no interior do país. Neste período, 
pessoas de diversas regiões do país, sendo grandiosa parcela das regiões Norte e Nordeste, 
mudaram-se para Brasília. A nova cidade, um campo de oportunidades, diziam os jornais. Com o 
passar dos anos e a expansão geográfica da cidade, surgiu a região metropolitana, denominada; 
Região integrada de desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. E as cidades que compõem 
essa região, diferentemente de Brasília, não tiveram mapa inicial e projeto arquitetônico. 
Formaram-se desordenadamente para abrigar uma parcela da população que não tinha condições 
financeiras de viver na Capital. (QUEIROZ, 2006) 
A partir da compreensão dos agentes modificadores, é preciso explicar o uso do termo 
‘acumuladores’. Essa palavra dialoga diretamente com a ação dos lambes. É preciso ressaltar, que o 
termo aqui não é usado no sentido patológico (acumulação compulsiva), nos distanciemos da 
psicologia e entendamos a palavra acumulador para além do seu significado (aquele que acumula). 
Quando saímos pelas ruas de Fortaleza com lambes, cola e pinceis na mão, não tínhamos um trajeto 
pré-definido a seguir, nem mesmo havíamos selecionado os espaços onde colaríamos os lambes. 
A cartografia ficcional que criamos para nossas personagens, não precisaria 
necessariamente, referir-se há um espaço físico real. Os critérios de escolha para os locais 
selecionados foram os mais diversos, e cada dupla ou trio responsabilizou-se por selecionar o 
espaço que receberia o seu lambe, ainda que houvesse sugestões dos outros membros da equipe. 
Como critério de escolha para a colagem dos meus lambes, decidi que os espaços deveriam estar 
próximos a cruzamentos. Colei-os em postes de iluminação e caixas de energia. Em todos os 
espaços em que colei os lambes haviam outros pregados anteriormente, eram anúncios de 
cartomantes, e em alguns abaixo das divulgações, havia pichações. (Vide fig. 2) 
Os meus lambes foram novas parcelas de imagens, superpostas sobre parcelas anteriores, do 
acúmulo da paisagem urbana. Somos acumuladores e também agentes modificadores, pois o 
acúmulo é uma forma de agir sobre o espaço, e dialogar com ele. E ao mesmo tempo em que somos 
ativos nas modificações ocorridas no espaço, também somos passíveis as modificações de outros. 
 
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Há nas produções de arte urbana o termo ‘atropelamento’, quando alguém realiza uma produção 
sobre a de outro. Por exemplo, colar um lambe sobre uma pichação, ou grafitar por cima de outro 
grafite. A ação é condenada por muitos, e taxada como ‘falta de respeito ao trabalho do outro’. Mas 
se compreendermos a rua como um espaço coletivo, e a paisagem como acúmulo de tempos, 
entenderemos que ‘atropelar’ é uma característica própria do espaço urbano. Não cabendo aqui, 
juízos de valor, sobre o que é correto ou não. Apenas uma reflexão sobre, ao que as obras estão 
submetidas, quando tem os muros como expositor. 
Fig. 2- Registro da Ação 
 
PINHEIRO, C. A.,2016, Arquivo pessoal do autor. 
A paisagem que vivenciamos agora é única neste tempo. As paisagens contemporâneas são 
o reflexo do acúmulo de tempos. São também memória e nostalgia. Mantem-se num fluxo constante 
de modificações com épocas que coabitam no mesmo espaço. Os vitrais das igrejas góticas ainda 
evaporam enquanto mais um prédio é construído. A praça centenária é reformada enquanto ocorre a 
inauguração de uma loja de eletrodomésticos. O espaço é memória e fluxo. 
 
UM OLHAR CONTEMPORÂNEO 
Para Peixoto (2009) a velocidade da vida contemporânea, a aceleração dos deslocamentos, 
faz nosso olhar desfilar sobre as coisas de forma rápida, o olhar contemporâneo não tem mais 
tempo. Enquanto estudante de Artes Visuais e artista, as questões aportadas pelo autor, me fazem 
refletir sobre ‘a perda do olhar’. Diz-se ser essa ‘cegueira’ um fenômeno da contemporaneidade. 
 
Anais do XV Congresso de História da Educação do Ceará. 2016, ISSN 2237-2229 
 
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Perdemos muito da nossa capacidade contemplativa com o excesso de informações a qual somos 
expostos diariamente. Ter mais opções não nos faz ver melhor, ou ainda, será que temos opção? 
Quando vamos a um museu ou cinema, por exemplo, escolhemos as imagens que queremos ver, 
mas escolhemos dentro das opções selecionadas por outros. Vemos nos filmes a seleção de 
paisagens feitas pelo diretor, de close-ups a panorâmicas, ângulos diversos são jogados na tela. No 
museu vejo a seleção de imagens feitas pelo curador da exposição, dentro de um arsenal de artistas. 
Mas ainda assim, parte de mim a escolha de contemplar tais obras. Já as paisagens urbanas com 
suas intervenções e acúmulos, não são selecionáveis. Não escolhemos ver ou não. Ainda que 
possamos escolher por onde andar ou para o que olhar, não temos controle. Apenas participamos do 
fluxo social, irremediavelmente, também atuamos como agentes modificadores. 
Mas há nas paisagens um acúmulo de informações difusas, o que faz com que boa parte 
dessas informações, passem por nós, sem que as percebamos.

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