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J .. INTENSIVÃO 2013 - MEDICINA PREVENTIVA PARTE 1 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA/ DECLARAÇÃO DE ÓBITO ................................... 3 PARTE li ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS/ TESTES DIAGNÓSTICOS .................................... 11 PARTE Ili VIGILÂNCIA DA SAÚDE/ PROCESSO EPIDÊMICO/ SAÚDE DO TRABALHADOR. 17 PARTE IV ' ' SISTEMA UNICO DE SAUDE ...................................................................................... 23 EDITOR CASSIO ENGEL COEDIÇÃO E ORGANIZAÇÃO MÁRCIO ROCHA ROGÉRIO PAIVA ANTONIO PAULO MARCELLO NtCOLICH KAREN PANISSET FLÁVIA NARDES - , , COAUTORIA E SUPERVISAO DE CONTEUDO DIDATICO MÁRCIO ROCHA MARCELLO N ICOLICH • TRATA A PRESENTE COLEÇÃO DE OBRA DERIVADA COLETIVA DE COLABO- - , ARTE FINAL/ PRO DUÇAO GRAFICA: CAUZZI - , -RAÇAO. E PROIBIDA A REPRODUÇAO TOTAL OU PARCIAL, POR QUALQUER ' ,,, , MEIO OU PROCESSO, INCLUSIVE QUANTO AS CARACTERISTICAS GRAFICAS E / OU EDITORIAIS. A VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS CONSTITUI CRIME (CÓDIGO PENAL ART. 1 84 E §§, E LEI 6.895/ 80} , SU.JEITANDO-SE À BUSCA E APREENSÃO E INDENIZAÇÕES NA FORMA LEGAL (LEI 9.61 0 / 98). - I IMPRESSAO: ZIT GRAFICA E EDITORA COPYRIGHT © 2013 BY MEDERI EDITORA DE ES P EC IALI DADES MÉDICAS LTDA. PARTE 1 -, - , MEDIDAS DE SAUDE COLETIVA / DECLARAÇAD DE DBITD "O mundo vem enfrentando um envelhecimento progressivo de sua população. Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e as estimativas indicam que serão 1 bilhão em 2025. O Brasil, a exemplo de outros países, enfrenta o mesmo fenômeno. A população brasileira envelhece rapidamente. Projeções indicam que em 2025 o Brasil terá cerca de 34 milhões de pessoas acima de 60 anos, 1 Oo/o da população, sendo o país com a sexta maior população de idosos em todo o mundo. A esperança de vida ao nascer do brasileiro atingiu 73,4 anos em 201 O. Trata-se de um ganho de três anos em relação a 2000. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que elaborou a Tábua de Vida, o país foi beneficiado pelo declínio da mortalidade infantil. No Brasil, entre 2000 e 201 O, essa taxa caiu de 24, 7 para 16 por mil nascidos vivos. De acordo com o instituto, houve relativa melhora no acesso da população aos serviços de saúde, além de campanhas de vacinação, aumento de pré-natais, alta na escolaridade e no saneamento e a mudança dos indivíduos em relação a enfermidades. Os números apresentados tornam-se ainda mais expressivos quando tomamos consciência da relação diretamente proporcional que a doença de Alzheimer mantém com o aumento da idade. 4 Esses dados são úteis para demonstrar a importância da doença de Alzheimer no nosso meio, alertando os planejadores de saúde. Para os epidemiologistas esta situação espelha um verdadeiro desafio: há uma erdadeira epidemia de demência emergindo; a carga que os serviços de saúde pública suportam atualmente já é grande; 70 a 80o/o dos pacientes demenciados vivem em seus omicílios; e a doença de Alzheimer, causa mais comum de demência, é uma doença incurável, de causa desconhecida, cuja prevalência e incidência aumentam dramaticamente com a idade. No Brasil não há dados objetivos com respeito à doença de Alzheimer, porém é possível, com base em alguns índices, estimarmos a sua frequência em nosso meio: a taxa estimada de incidência para a doença e Alzheimer aos 60 anos é de cerca de 1 Oo/o. taxa dobra a cada 5 anos e ao redor dos 85 anos é nove vezes maior que aos 69 anos de idade. As taxas de prevalência apresentam aumento geométrico a partir dos 60 anos de idade, ultrapassando de 50o/o aos 95 anos. Utilizando esses dados de outros países, com base nas estatísticas populacionais brasileiras o último censo (IBGE- 201 O), estima-se a prevalência da doença de Alzheimer em nosso meio em 1 milhão e 200 mil de pacientes, com a incidência de 100 mil novos casos por ano." Fonte: www.alzheimermed.com.br M EDGRUPO - R ES IOtN CIA M ÉDICA 20 1 3 1 - Julgue os itens e assinale o incorreto. a) prevalência de uma determinada doença é a expressão do número de casos novos e antigos da mesma. b) a incidência depende do número de casos novos de uma doença. c) a prevalência de uma doença varia propor- cionalmente com o produto da incidência pela duração da doença. d) a não instituição de tratamento em doen- ças curáveis pode provocar aumento da pre- valência. e) a melhoria das possibilidades diagnósticas está relacionada à diminuição da prevalência. 2 - Uma determinada doença possui inci- dência de 1 O casos novos por 10.000 habi- tantes e prevalência de 6 casos por 1.000 habitantes. Qual é a duração desta doença em anos? a) 24 anos. b) 12 anos. c) 1 O anos. d) 6 anos. e) 3 anos. PARA LER EM CASA! Considerando as principais medidas de morbidade utilizadas em Epidemiologia, assinale a alternativa INCORRETA: a) a incidência somente considera os casos novos identificados numa população e em determinado período. b) a densidade incidência é uma maneira mais intensa de avaliar o risco, pois tam- bém leva em consideração o tempo que as pessoas ficaram expostas. c) os coeficientes de prevalência são valio- sos para o planejamento do setor saúde em função dos números existentes na comuni- dade. d) para a identificação dos fatores de risco de doenças, as medidas de incidência são mais utilizadas. -INTENSIVAO PREVENTIVA 5 e) a prevalência lápsica ou pontual é medida em um ponto definido do tempo, seja dia, A semana, mes, ano. Comentário Vamos às alternativas: Letra A: correta, pois a incidência só leva em consideração os casos novos. Letra B: correta, pois densidade incidência é uma outra maneira de utilizarmos o conceito de incidência. Aqui o denominador não são as pessoas em risco por um período especí- fico de tempo, e sim as pessoas-tempo em risco para o evento. É utilizada quando pre- cisamos medir o número de casos novos numa população que varia no tempo, por exemplo, a incidência de infecções hospita- lares em que o denominador varia de acordo com as novas internações, altas e óbitos. Vamos entender com o exemplo: O estudo ao longo de quatro anos foi rea- lizado com o objetivo de verificar se as pessoas iriam desenvolver leucemia após exposição ao benzeno. Veja a figura: Pomutnec:eu 2 anos no estudo • dosenvotvou e doença, Pormanecau 1 ano no estudo e nlo desenvolveu a doença Permaneceu 3 anos no estudo e desenvolveu • doença Perma:.oeceu 1 ano no estudo e nlo desenvolveu a doença t--+-+--t--t Penn;inoeeu 4 a:no5 no estudo • nllo d"envolveu a doença Cada período entre duas linhas verticais corresponde a um ano. Cada linha horizontal representa um indivíduo. As setas indicam que o paciente adquiriu a doença, enquanto os traços horizontais indi- cam que o paciente não adquiriu a doença. Qual foi a densidade incidência desse estudo? Densidade incidência é igual ao nº de casos novos dividido pela soma dos períodos de tempo em que cada indivíduo permaneceu no estudo. O número de casos novos é fácil de encon- trar. Quantos desenvolveram a doença? Dois M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 indivíduos. Mas como calcular a soma de tempo em que cada indivíduo permaneceu no estudo? Fácil! Paciente 1 = 2 anos; pa- ciente 2 = 1 ano; paciente 3 = 3 anos; pa- ciente 4 = 1 ano; paciente 5 = 4 anos. Ago- ra é só somar: 2+ 1 + 3 + 1 + 4 = 11 pessoas ano. Então temos: densidade incidência = 2 / 11 = 2 eventos para 11 pessoas ano. Letra e~ correta, pois medem todos os ca- sos existentes de um agravo. Letra D: correta, pois avaliam somente os casos novos. Letra E: incorreta, pois prevalência lápsica ou por período mede a prevalência em um intervalo de tempo longo. Não concentra a informação em um único ponto. E lembrar que a prevalência lápsica ao medir a pre- valência em um período, leva em conside- ração todos os casos, incluindo os óbitos, as curas e a emigração (fatores que são retirados da prevalênciainstantânea ou pontual, que é aquela que mede a preva- lência em um ponto definido do tempo, dia, semana, ano). Resposta letra E. OBJETIVOS - Entender as diferenças entre Coeficiente e Índice. - Diferenciar: Prevalência x Incidência. - Conhecer os fatores que alteram a Preva- lência. - Definir o melhor parâmetro para avaliar do- ença aguda e doença crônica. - Diferenciar: Incidência Acumulada x Densi- dade de Incidência. 3 - O coeficiente geral de mortalidade - CGM - é um indicador muito empregado em avaliações de saúde coletiva por sua simplicidade de cálculo e resultados sim- ples que refletem a experiência da popula- -INTENS IVAO PREVENTI VA 6 ção em termos de mortalidade. Sobre o CGM, pode-se dizer que: a) o numerador pode estar superestimado em localidades com maiores facilidades médico- -hospitalares, que recebem doentes de outras áreas, se os óbitos forem tabulados segundo o local de ocorrência. b) no denominador, o principal fator de erro reside no fato de que o número de pessoas, na população que apresenta a doença, é su- bestimado, pois faltam doentes que nele de- veriam estar incluídos. c) permite comparações populacionais fide- dignas entre vários países, independente da composição da população por idade, sexo e outros parâmetros. d) representa uma média para toda a popula- ção e, por isto, é suficiente para informar sobre a situação dos diversos segmentos que a -compoem. e) para ser calculado depende somente de dados fornecidos pelo S 1 M. " ... A pesquisa enfoca as mudanças nas es- truturas da mortalidade e de saúde durante a década de 90 no Brasil, grandes regiões e unidades da federação, segundo grupos etá- rios específicos, constitufdos pelas crianças, adultos-jovens e idosos. No que diz respeito aos grupos infantis, enfatiza-se, inicialmente, a sua contribui- ção relativa nos ganhos da esperança de vida ao nascer, comparativamente às de- mais faixas etárias, no período de 1940 a 2000. O quadro delineado ao longo do estudo aponta os progressos obtidos na redução da mortalidade infantil no País, particularmente a partir de meados da dé- cada de 70, decorrentes de intervenções governamentais no âmbito das políticas públicas. É dada ênfase ao período 1990/ 2000 em razão dos compromissos assumi- dos pelo Brasil durante a Cúpula Mundial pela Infância, que previa decréscimos da M EDGRUPO - R ES IO t N C IA M É DICA 20 1 3 mortalidade infantil , em cerca de um terço, até o final daquela década. Em relação aos jovens-adultos, observou- -se que uma proporção importante deste segmento populacional , do sexo masculino, morre por causas externas/violentas, par- ticularmente aqueles que compõem a faixa etária entre 15 e 39 anos de idade. Essas mortes precoces ampliam o número de anos de vida perdidos, com repercussões na redução da esperança de vida ao nascer masculina. Tal fenômeno é mais frequente nas regiões Sudeste e Nordeste e, entre as unidades da federação analisadas, no Dis- trito Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. Finalmente, na análise realizada em relação aos idosos, chamou-se a atenção sobre a importância, tanto absoluta quanto relativa, que este grupo vem adquirindo dentro da nova estrutura demográfica brasileira. Além disso, a sua esperança de vida também vem aumentando. São destacadas as cau- sas circulatórias como as principais res- ponsáveis pela morte na faixa etária idosa. Destacou-se, ainda, a necessidade de políticas públicas de qualidade, nas áre- as de saúde e outras do contexto social , como elementos fundamentais para tornar mais saudável essa sobrevida que vem sendo obtida." Fonte: OPAS - Organização Pan-America- na de Saúde. PARA LER EM CASA! Observe os dados abaixo: Indicadores de mortalidade dos Municípios A e B durante o ano de 2000. Coeficiente de mortalidade geral Município A - 8,56/1000 Município B - 6 ,56/1000 -INTEN S IVAO P R E V E N T I V A Coeficiente de mortalidade geral padro- nizado por idade (método direto) Município A - 5,45/1000 Município B - 7,113/1000 Razão de mortalidade padronizada (SMR) do Município Bem relação ao Município A - 1,57 Assinalando estes dados é correto afirmar: a) a mortalidade no município B é menor do que a do município A e isto indica que o município B apresenta melhores condições de saúde do que o município A. b) a mortalidade padronizada por idade no município B é maior do que no município A e isto indica o município A possui uma po- pulação mais jovem. c) a mortalidade padronizada por idade no município B é maior do que no município A isto indica o município B possui melhores condições de saúde do que o município A. d) o município B apresentaria 57º/o mais óbitos do que seria esperado se a força da mortalidade neste município fosse a mesma do que o município A. e) o município A apresenta 570 óbitos a menos do que o município B. Comentário: Letra A: se a população A apresentar maior número de idosos, tem uma probabilidade maior de ocorrer óbitos do que a população B com proporção menor de idosos. Com isso, o coeficiente de mortalidade geral será maior na população A do que na B. E desta manei- ra poderíamos afirmar que a população A tem um sistema de saúde ou social pior do que a B? Claro que não, pelo contrário, pois são os idosos de uma população quem deve morrer. Portanto, alternativa incorreta; 1 Letra B: primeiramente, o que é mortalida- de padronizada? Serve para realizar a com- paração entre coeficientes gerais, neutraliza a influência devida à composição etária, se esse for o fator de perturbação, por exem- plo. Os coeficientes observados em todas as populações para serem comparados, são aplicados a uma mesma população padrão. 7 M EDGRUPO - R ES IOtN CIA M ÉDICA 20 1 3 Agora sim posso comparar os coeficientes gerais. Ainda não entendi???? Veja o exem- plo abaixo: Os coeficientes, por faixa etária, realmen- te observados em todas as diferentes populações a serem comparados são apli- cados a uma mesma população padrão de composição etária convencionada. A par- tir daí é calculado o número total de óbitos que ocorrem nessa população padrão. Finalmente, é calculado o coeficiente pa- dronizado, dividindo-se o número total de óbitos esperados naquela região pela po- pulação padrão. Veja o exemplo abaixo: Vamos pegar a população mundial como população padrão. No ano de 2000 a popu- lação mundial era de 3.045.370.000. Na África, o coeficiente de mortalidade geral em 2000 foi de 16,5 por 1.000 habitantes, já na Europa de 11 , 1 por 1.000 habitantes. Com esses dados, você pergunta: então são próximos? Claro que não podemos afirmar isso, pois na Europa tem que morrer mais indivíduos, pois tem a população mais velha, e não é isso que está ocorrendo. Então para podermos comparar vamos colocar os dois padronizados: Europa= 23.945.1213 (óbitos na Europa em 2000) / 3.045.370.000 (população mundial) = 7,9 por 1.000 habitantes. África = 59.946.337 (óbitos na África em 2000) / 3.045.370.000 (população mundial) = 19, 7 por 1.000 habitantes. Essa é a verdadeira realidade, pois ambos foram expostos a uma população padrão. Como estamos reparando, apesar de ser uma população mais velha, morre muito menos indivíduos. Portanto, tem um siste- ma de saúde muito melhor. Voltando à alternativa: não necessariamente, pois pode indicar que a população A tem um sistema de saúde/social melhor do que B. Alternativa incorreta. Letra C: incorreta, pois pode indicar uma população mais velha. Letra D: correta, pois a razão de mortalidade padronizada foi de 1,57, ou seja, 57o/o a mais. -INTENSIVAO PREVENTIVA Letra E: incorreta, pois o que ocorre é que o município A possui 57o/o a menos de óbi- to se tivesse a mesma força de mortalidade do município B. Resposta letra D. OBS: Na verdade o exemplo colocado na questão foi o coeficiente padronizado le- vando em consideração todas as idades, e já mostramos o exemplo já chegando nos "final mentes", mas parafins de compara- ção deve se seguir da seguinte maneira: em primeiro lugar se seleciona a população padrão. Como população padrão pode-se utilizar a soma das populações estudadas, somente uma delas ou uma terceira outra população. Em seguida, as taxas de mor- talidade específicas por idade das popula- ções estudadas são aplicadas nos grupos etários respectivos da população padrão, ou seja, multiplica-se cada taxa específica pelo número de pessoas no grupo etário da população padrão. Calcula-se assim, o número de óbitos esperados em cada gru- po etário. A soma desses óbitos represen- ta o número total de óbitos esperados nas populações estudadas se elas tivessem a distribuição etária padrão. Esta soma cons- titui o numerador do coeficiente padroni- zado. Este numerador dividido pelo total da população padrão (geralmente multipli- cado por 1.000) nos dá o coeficiente de mortalidade padronizado por idade. 8 4 - Sobre a tendência de queda da mortali- dade infantil no país nos últimos vinte anos, podemos afirmar: a) Quando há redução da mortalidade infantil , a mortalidade pós-neonatal tende a cair mais rapidamente que a mortalidade neonatal. b) De todas as causas de morte, a diarreia foi a única que não apresentou declínio. e) O declínio foi observado em todas as regi- ões, exceto na Região Norte, onde as condi- ções predisponentes permanecem imutáveis. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 d) As maiores causas de mortalidade infantil são, por ordem decrescente, a diarreia, as infecções respiratórias e as malformações. e) Apesar da redução observada, houve uma diminuição das campanhas de vacinação, incentivo ao aleitamento e melhorias no sa- neamento básico. 5 - O coeficiente de mortalidade infantil (CMI) é expresso pela razão entre o nú- mero de óbitos de menores de um ano e o número de nascidos vivos no mesmo período. Sobre esse indicador, é INCOR- RETO afirmar que: a) Expressa o risco de uma criança morrer no seu primeiro ano de vida. b) O CMI neonatal compõe a maior parte do CM 1 em regiões subdesenvolvidas. c) O CMI neonatal tem diminuído, mas ainda está elevado. d) O CM 1 pós-neonatal tem também como denominador o número de nascidos vivos no mesmo período e local. e) O CMI neonatal não inclui os natimortos. SAÚDE DA MULHER Vigilância da Mortalidade Materna De acordo com os padrões propostos pela Organização Mundial da Saúde, a Morte Ma- terna abrange todas as mulheres que morrem em decorrência de complicações decorrentes diretamente da gravidez (eclâmpsia- hemor- ragia gestacional - complicações de aborto - infecção puerperal - entre outras), de com- plicações de alguma doença preexistente (cardiopatias- diabetes- hipertensão arterial crônica - entre outras) ou de alguma doença que se instala durante a gestação ou puerpé- rio e é agravada pelos efeitos fisiológicos da gravidez (broncopneumonias - pielonefrites - entre outras). A morte de mulheres por complicações na gestação, aborto, parto e puerpério, é evitável -INTENS IVAO PREVENTI VA e passível de prevenção em 90o/o das vezes, através de medidas eficientes de assistência à saúde, desde o planejamento familiar até os cuidados pós-parto, passando por todo o processo gestacional. Portanto, é considerada uma das mais graves violações dos direitos humanos dessas mulheres. Várias políticas públicas de saúde têm sido propostas para a redução da morte materna no Brasil e no mundo. Em 1987, a Conferência Internacional sobre Maternidade Segura rea- lizada em Nairobi, no Quênia, iniciou uma discussão de proporções internacionais sobre a problemática da morte materna. Em 1990, a UNICEF retomou essa discussão, durante a Conferência da Infância. Nesse momento, o Brasil foi signatário, junto com países de todo o mundo, da Declaração e Plano de Ação para a Redução em 50°/o de suas taxas de mortalidade materna. Em 1994, na Conferên- cia Internacional sobre população e Desen- volvimento, ocorrida no Cairo e em 1995, na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, em Beijing, China, novamente essa meta foi en- fatizada [UNICEF/ OMS /FNUAP, 1997]. Na avaliação da magnitude do problema utiliza-se um indicador denominado Razão de Morte Materna (RMM), sendo considerado um dos mais importantes indicadores das condições de vida de uma população e da qualidade de assistência que lhe é prestada. A OMS considera aceitável uma RMM de até 20/100000 nascidos vivos (NV). O Canadá, os Estados Unidos, a Austrália e os países nórdicos têm RMM abaixo de 20/100000 NV, enquanto a América Latina tem uma RMM estimada de até 190/100000 NV. Na região central da África esses valores ultrapassam 1000/100000 NV. No Brasil, a RMM Oficial é de 68/100000 NV, apresentando diferenças importantes entre as várias regiões. Porém, a RMM Real do nosso país é desconhecida. O Brasil não possui um sistema nacional de investigação de casos de morte materna, lançando mão da aplicação 9 M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 de um fator de correção sobre as mortes ma- ternas declaradas para se obter um valor aproximado da situação real. Em trabalho abrangendo 15 municípios da Região Norte, realizado em 2000, a ProF. D,.a. Ana Cristina Tanaka conclui que regiões menos desenvol- vidas apresentam maiores RMM, confirman- do que este é, de fato, um indicador da desi- gualdade social do país como também da iniquidade da assistência recebida pelas mulheres. O Comitê de Mortalidade Materna do Municí- pio de São Paulo vem pesquisando a situação da cidade há mais de 1 O anos, constatando que são as mulheres pobres, moradoras da periferia, com baixa escolaridade e com aces- so restrito a serviços de saúde de qualidade as mais vulneráveis. O Brasil só poderá reduzir em 75°/o a mortali- dade materna até 2015, como prevê a Orga- nização das Nações Unidas (ONU) nos Obje- tivos do Milênio, caso enfrente o problema em todas as suas dimensões, inclusive as relacio- nadas ao direito sexual e reprodutivo. Houve avanços significativos no país desde a criação, em 2004, do Pacto pela Redução da Morta- lidade Materna e Neonatal, que envolve go- vernos e sociedade civil. Entre esses avanços a ONU citou a criação de mecanismos para prevenção, como os Comitês de Mortes Ma- ternas, as políticas de humanização do parto e a obtenção de dados mais precisos sobre as causas dos óbitos maternos. Em 2006, com o lançamento do Pacto pela Saúde, a melhoria da saúde materna e are- dução da mortalidade infantil foram reafirma- das como ações prioritárias no Pacto pela Vida, implicando a obrigatoriedade da inclu- são dessas ações nos Planos Estaduais e Municipais de Saúde, por meio da formaliza- ção do compromisso dos gestores com o al- cance de metas pactuadas de modo tripartite nos Termos de Compromisso de Gestão as- sinados por estados e municípios. De 1990 a 201 O, o indicador de mortalidade INTENS IVÁD PREVENTI VA 1 o materna no país passou de 141 para 68 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Também durante o período, houve redução em todas as causas diretas de mortalidade materna: hipertensão arterial (66, 1 º/o), he- morragia (69,2°/o ), infecções pós-parto (60,3°/o), aborto (81,9o/o), e doenças do aparelho circulatório complicadas pela gra- videz, pelo parto ou pelo pós-parto (42,?o/o). Desde 2008, o governo realiza uma espécie de gerenciamento das investigações de mor- tes de mulheres em idade fértil (entre 1 O e 49 anos). Os casos são analisados por equipes de vigilância dos estados e municípios, e as informações são repassadas ao ministério. O objetivo é avaliar as causas e as circuns- tâncias da morte e verificar se os casos foram provocados por complicações gestacionais. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Fundo de População das Nações Unidas e o Banco Mundial da Organização das Na- ções Unidas, aponta uma queda de 51 º/o no número de mortes maternas no Brasilentre 1990 e 2010. Fontes: http://www.prefeitura.sp.gov. br; http://www.redesaude.org.br; http://www. agenciabrasil. gov. br 6 - A mortalidade materna está relacionada à inadequação dos serviços de saúde para gestantes, à falta de planejamento familiar e à pobreza a que estão submetidos impor- tantes contingentes de mulheres. Em rela- ção à situação no Brasil, considera-se que: a) os óbitos maternos devem ser notificados e registrados através de via específica no Sl- NAN. b) a variável sobre óbito materno não faz par- te da declaração de óbito, dificultando o regis- tro dessa causa. c) a morte materna pode ser evitada em cerca de 90°/o dos casos, devendo ser registrada na M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 declaração de óbitos de mulheres em idade fértil. d) o coeficiente relaciona o número de óbitos à gestação e ao parto com a população esti- mada de mulheres com idade entre 15 e 49 anos. e) para reduzir essas mortes, é estipulado que um pré-natal adequado deve ter o mínimo de seis consultas, sendo, preferencialmente, três no primeiro trimestre, duas no segundo trimes- tre e uma no terceiro trimestre da gestação. OBJETIVOS - Diferenciar o Coeficiente de Mortalidade: Ge- ral x Específica. - Sempre identificar a população exposta. - Saber se o Coeficiente de Mortalidade Geral -serve para comparaçao. - Conhecer o Coeficiente de Mortalidade Geral Padronizada. - Saber os tipos de Mortalidade Específica: Idade/ Causa. - Conhecer o Coeficiente de Mortalidade Ma- terna: fórmula, fatores relacionados e contex- to atual. - Conhecer o Coeficiente de Mortalidade In- fantil: fórmula, fatores relacionados e con- texto atual. - Variantes da Mortalidade Infantil: fórmulas, fatores relacionados em cada variante e con- texto atual. No Brasil , a leishmaniose visceral é uma doença endêmica, no entanto têm sido registrados surtos frequentes. Inicialmen- te, sua ocorrência estava limitada a áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, mas, hoje, encontra-se em franca expansão para grandes centros. A LV está distribuída em 21 unidades da federação, atingindo as cinco regiões brasileiras. Nos últimos dez anos, a média anual de casos de LV foi de 3.379 casos e a incidência de 1,9 casos por 100.000 habitantes. -INTE NS IVAO PREV ENTI VA 11 O Programa de Vigilância e Controle da LV, no Brasil, tem como principal objetivo a re- dução do número de casos e de óbitos por meio do diagnóstico e tratamento precoces. No entanto, a letalidade aumentou de 3,4°/o, em 1994, para 5,5°/o, em 2008, o que repre- sentou um incremento de 61 ,8o/o. A letalidade média nos últimos 4 anos foi 6,3°/o (Gráfico). 9 • 8 / 7 ~ ~ ~ CI) 't> 6 - ~ m . 'D 5 :;::;ti I ·--!'li • - --Q> 3 ...J 2 1 o 1994 1~$ 1996 1007 1ooe 199'9 2000 2001 2002 2003 2004 Ano Figura 1. Letalidade da leishmaniose visceral no Brasil, 1994 a 2004. A doença é mais frequente em menores de 1 O anos (58°/o) e o sexo masculino é pro- porcionalmente o mais afetado (61 o/o). A razão da maior suscetibilidade em crianças é explicada pelo estado de relativa imaturida- de imunológica celular, agravado pela des- nutrição, tão comum nas áreas endêmicas, além de uma maior exposição ao vetor no peridomicílio. Por outro lado, o envolvimen- to do adufto tem repercussão significativa na epidemiologia da LV, pelas formas frustradas ( oligossintomáticas) ou assintomáticas, além das formas com expressão clínica. No Brasil , em função da sua ampla distri- buição geográfica, a LV apresenta aspec- tos geográficos, climáticos e sociais dife- renciados, envolvendo as regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul. Na década de 90, aproximadamente 90°/o dos casos notificados de LV ocorreram na região Nordeste. Na medida em que a doença ex- pandiu para as outras regiões, essa situação vem se modificando e, recentemente, a região Nordeste representa 48o/o dos casos do país. Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE - Guia da Vigilância Epidemiológica - 7ª edição - Bra- sília - DF 201 O. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 - Em uma determinada localidade, em um determinado ano, foram observados 120 óbitos por AIDS e 120 óbitos por meningite em um total de 5000 óbitos. Assim, é COR- RETO afirmar que: a) a AIDS e a meningite apresentam a mesma letalidade. b) as taxas de mortalidade são iguais para as duas doenças. c) a incidência de AIDS é seguramente maior do que a da meningite. d) a prevalência das duas doenças é igual. e) a taxa de incidência das duas doenças é igual. 8 - Para uma doença grave, que apresenta curta duração e letalidade alta: a) o coeficiente de mortalidade tende a ser mui- to mais alto do que o coeficiente de incidência. b) o coeficiente de incidência será muito mais elevado do que as taxas de mortalidade. c) os coeficientes de incidência e de mortalida- de tendem a ser semelhantes. d) o coeficiente de incidência não guarda relação com o coeficiente de mortalidade. e) a prevalência tenderá a ser maior do que o coeficiente de incidência. OBJETIVOS - Conhecer a fórmula da Letalidade. - Entender a função da Letalidade. - Saber quanto a Letalidade pode variar. - Lembrar que as doenças não possuem leta- lidade fixa. "Em todas as regiões brasileiras observa-se significativo deslocamento da mortalidade proporcional para faixas etárias maiores, como resultado da redução da mortalidade infantil e do aumento da expectativa de vida. Essa transição está mais adiantada na Região Sul, e incipiente na Região Norte, seguida da Região Nordeste." -INTE NS IVAO PREV ENTI VA 12 • As bases de dados nacionais sobre mortalidade apresentam cobertura insatisfatória em muitas áreas do país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. •A subenumeração de óbitos pode estar desigualmente distribuída entre as diver- sas faixas etárias, resultando distorções na proporcionalidade dos óbitos informa- dos. Nas faixas etárias extremas (crianças e idosos), a subenumeração é geralmen- te mais elevada. • O aumento percentual de óbitos em uma ou mais faixas etárias pode dever- se, apenas, à redução da frequência em outras faixas. Fonte: www.ripsa.org.br / Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). 9 - Sobre as curvas de mortalidade propor- cional, assinale a alternativa correta: a) As curvas do tipo 1, em forma de N, são tí- picas de regiões desenvolvidas, com maior frequência de agravos fatais relacionados a faixa estaria pediátrica. b)As curvas do tipo li, em forma de L, refletem nível de saúde baixo, com a maior frequência de óbitos ocorrendo nos idosos. c) As curvas do tipo IV, em forma de J, carac- terizam regiões subdesenvolvidas, em que os óbitos ocorrem fundamentalmente nas faixas etárias produtivas. d)As curvas do tipo Ili, em forma de U, indicam o melhor nível de saúde, com baixa proporção de óbitos nos grupos infantil, pré-escolar e • Jovem. e) As curvas do tipo IV, em forma de J, indi- cam o melhor nível de saúde, com predomí- nio quase absoluto de óbitos de pessoas idosas. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 10-0 quadro atual da mortalidade no Brasil, na faixa etária de 1 aos 4 anos de idade, de- monstra que as causas externas ocupam o: a) 1° lugar. d) 4° lugar. b) 2° lugar. e) 5° lugar. c) 3° lugar. 11 - A principal causa de mortalidade de mulheres, de todas as idades, no Brasil, é: a) câncer de mama. b) câncer do colo de útero. c) doença cerebrovascular. d) câncer de pulmão. e) acidentes de transporte PARA LER EM CASA! Sobre a mortalidade por causas externas no Brasil, marque a alternativa incorreta: a) Entre 1990 e 2004, a taxa de mortalidade por causas externas aumentou em todas as regiões, exceto na Região Sudeste. b) A taxa de mortalidade por causas externas evidência uma acentuada e generalizada sobremortalidade masculina. c) Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, os homicídios ocupam o primeiro lugar nas regiões Norte,Nordeste e Sudes- te; no Sul predominam os acidentes de transporte e na Região Centro-Oeste, o número de homicídios e de acidentes de transporte são equivalentes. d) As mortes devido a causas externas são mais frequentes na população na faixa etá- ria de 20 a 29 anos. e) Levando em consideração toda popula- ção brasileira, as mortes por causas exter- nas constituem hoje a segunda principal causa de morte. Comentário Questão sem problemas e conceituai, a única alternativa incorreta é a letra E, pois as causas externas constituem hoje, a INT ENSIVÁD PREVENTI VA 13 TERCEIRA principal causa de óbito. A principal causa de óbito são as doenças do aparelho circulatório e em segundo lugar as neoplasias. j2 - No Brasil, a principal causa de interna- ção entre indivíduos do sexo masculino é de natureza: a) circulatória b) respiratória c) infecciosa d) genitourinária e) neurológica. ~ 3 - Considere as assertivas abaixo sobre saúde maternoinfantil no Brasil: 1 - Diarreia é a principal causa da mortalidade infantil. 11 - As mortes no período neonatal (do nasci- mento até 27 dias de vida completos) supe- ram as do período pós-neonatal (entre 28 e 364 dias de vida completos). Ili -A mortalidade materna por causas diretas é menor do que a determinada por causas indiretas. Quais são CORRETAS? a) apenas 1. b) apenas li. c) apenas Ili. d) apenas li e Ili. e) 1, li e Ili. ~ 4 - O processo de transição vivenciado pela população brasileira, de jovem para estacionária, deve-se: a) ao aumento da fecundidade e da mortalidade. b) a queda da natalidade e ao aumento da mortalidade. c) a queda da fecundidade e da mortalidade. d) a queda da fecundidade e ao aumento da natalidade. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 e) ao aumento da natalidade e a queda de mortalidade. :15 - Sobre a transição epidemiológica que o Brasil vem sofrendo nas últimas décadas, marque a alternativa correta: a) Está ocorrendo o recrudescimento de do- enças infecto parasitárias, como malária, có- lera e dengue. b) Os óbitos por causas externas vêm dimi- nuindo na última década. c) Graças a campanhas do Governo, as do- enças não transmissíveis vêm em declínio. d) Está ocorrendo o aumento das doenças transmissíveis. e) Temos o aumento importante das doenças crônico degenerativas. :16 - Dentre os grandes grupos de causas de mortalidade, o que responde pelo maior número de anos potenciais de vida perdi- dos é o seguinte: a) neoplasias. b) doenças infecciosas e parasitárias. c) causas externas. d) doenças cardiovasculares. e) doenças crônicas não infecciosas. OBJETIVOS - Conceituar os Índices de Mortalidades (Mortalidade Proporcional): Causas / Idade. - Relembrar os Índices de Mortalidade por Idade: Infantil I Swaroop-Uemura - Índice de mortalidade Infantil no Brasil: em que época os menores de 1 ano morrem mais? - O ISU como indicador socioeconômico - Como está o ISU no Brasil? - Curva de Nelson-Moraes - reconhecer os quatro tipos e a fórmula. - Curva de Nelson-Moraes - em qual curva o Brasil se encontra? INTENS IVÁD PREVENTI VA 14 - Índice de Mortalidade por Causa: conhecer as causas de morte em cada faixa etária no Brasil. - Saber os principais dados do Brasil: demográficos I morbidade I mortalidade. PRECISÃO NAS DECLARAÇÕES DA CAUSA BÁSICA Ainda que a partir de 1948 fosse definida qual a causa a ser utilizada para as tabulações de mortalidade e qual a maneira de registrá-la no atestado, vários estudos têm demonstra- do que as estatísticas de mortalidade por causa não são ainda inteiramente corretas. Está muito claro que o erro na declaração da causa básica é devido, principalmente, a não ter havido, em muitos locais, suficientes pro- gramas de esclarecimento, junto aos médicos, sobre o preenchimento correto do atestado de óbito. O mesmo pode ser dito quanto ao en- sino deste assunto nas escolas médicas. Não é raro, também, ocorrerem erros na de- claração das causas de morte quando uma causa materna atua como causa básica de uma morte perinatal e o médico não informa essa causa, mas tão somente a complicação. Como exemplo, suponha-se um caso de desprendimento prematuro de placenta com intensa hemorragia e choque da mãe, sendo que a criança nasceu com anoxia intensa, vindo a falecer uma hora depois. Nesse caso, em último lugar no atestado de óbito da crian- ça, deve-se informar o desprendimento pre- maturo de placenta e, na linha de cima, a anoxia. É muito frequente os médicos infor- marem apenas a anoxia, deixando de regis- trar, no devido lugar, a causa básica. Milanesi e Laurenti estudaram uma amostra de óbitos do Distrito de São Paulo. Entre outros aspectos analisaram qual a propor- ção daqueles considerados corretos, sendo que correto foi definido como o atestado que mencionasse a causa básica, mesmo tendo sido escrita fora do lugar apropriado, inclu- M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 sive na Parte 2. A causa básica era conhe- cida através de informações adicionais, tais como entrevistas aos médicos que cuidavam do falecido, consulta ao prontuário dos hos- pitais, laudos de autópsias e outros. Os autores verificaram que apenas 67,6o/o dos atestados foram preenchidos corretamente, sendo que grande parte dos considerados incorretos deveu-se ao fato de que os mé- dicos não souberam preenchê-los. Algumas investigações realizadas no Brasil, sobre aspectos da mortalidade em adultos, em crianças, bem como estudo de causas múltiplas de morte, proporcionaram uma avaliação da qualidade das informações referentes à causa básica registrada pelos médicos, nos atestados de óbito. Assim, nas declarações de óbito de adultos no período 1962/64, em São Paulo, como causa básica, a tuberculose (todas as formas) deveria ser declarada 16°/o a mais; o câncer no esôfago, 42°/o; o câncer no estômago, 1°/o; a doença aterosclerótica do coração, Bo/o. Por outro lado, algumas causas foram de- claradas como básicas maior número de vezes que deveriam ser; pois o estudo mos- trou que, na realidade, mesmo existindo, no caso daquelas mortes, elas não tinham sido, a rigor, a sua causa básica. É o caso muito frequente das Pneumonias que deveriam ter sido declaradas 36°/o a menos. A existência desses erros, entre nós, justifi- ca plenamente os esforços no sentido de educar ou treinar os alunos de medicina, bem como os médicos, sobre a maneira correta de preencher os atestados de óbito e esclarecer o que essas informações repre- sentam para a saúde pública. Fonte: http://gamba.epm.br/publatestadol precisao.htm 17 - Um óbito ocorreu em uma pequena cidade no interior da Floresta Amazônica. Nesta cidade, só há um médico, e ele se INTENS IVÁD PREVENTI VA 15 encontrava distante da cidade no momen- to do óbito. A família pretende sepultar o paciente o mais rápido possível, e não quer esperar o médico voltar. Como orientar a família neste caso? a) temos, obrigatoriamente, que esperar o retorno do médico para preencher a declara- ção de óbito. b) nesse caso a lei permite o sepultamento sem declaração de óbito. c) o Juiz da cidade, como maior autoridade local, pode emitir a declaração de óbito, desde que verifique a morte. d) a declaração do óbito pode ser feita em Cartório, por duas pessoas que tenham veri- ficado a morte. e) a autoridade religiosa pode emitir a de- claração de óbito, desde que verifique a morte. 18 - Em relação à declaração de óbito julgue os itens e assinale o incorreto. a) na declaração de óbito, o campo diagnós- tico confirmado por refere-se à causa básica do óbito que deve ser registrada em último lugar no que se trata a causa do óbito. b) tradicionalmente as estatísticas de morta- lidade são produzidas atribuindo-se à morte uma só causa. Esta, chamada causa básica, é definida como a doença que iniciou a su- cessão de eventos que levaram à morte. Daí a importância do preenchimento correto da declaração de óbito. c) no exemplo: paciente queapresentou per- furação intestinal após acidente com arma de fogo e faleceu em consequência de peritonite, a causa básica do óbito é a peritonite e, por- tanto, será declarada em último lugar no item causa do óbito do atestado de óbito. d) não é o documento definitivo da morte, que permite o sepultamento do falecido em cemi- térios oficiais. e) em caso de morte natural, a cremação de cadáver só poderá ser realizada se a declara- ção de óbito for assinada por dois médicos. M EOGRU P O - R ESID Ê NCIA M ÉDICA 20 1 3 -INTENSIVAO PREVENTIVA 16 19 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação clínica: Diabético é internado mi CAUSAS OA MORTE ANOTE SOMEHTE U\I OIA.CH0111CO POA UHHA lempo º '110.lmDOO PARTE I nnnoWdodn CIO ~···""°"· por fratura transtrocan- Ooonça ou osUldo môfbtcto QUO c::ousou dirotamonio ~ 31 1 1 1 """'º teriana após queda em CAUSAS AHTECEOENTES Oe'1do oo como coosoQ':Mlno..a da ; úlados m6rbk:loJ. so exbl.1cm, qu.o orcdu,~m a b 1 1 casa. Submetido a ci- ~ CM::inlll t lll'Of1bOOJa, mo~tMtt om tflimo llgilractA-.s~ Oc'Yldo ou corr.o eio.tsoqOOl'lCltl do : rurgia corretiva imedia- cl ls:ovido o-.i ÇOmO ÇOO$eq{Wnc;la d o ; 1 1 1 tamente. Evoluiu com d 1 1 1 TEP e i n s ufi ciência respiratória que culmi- fc:mpo 8PfOJÓn'.a-do onlro o Dôo da CI> PARTE li 1 doonço o a mor.o 1 nou em parada cardior- Otilr.l.S Coodiçõol ~~tiva~ QUO c;on:tibufiHn 1 1 l»!'D n ma.1 .. o qJe n.'IO et\Crnm.m. P016m1 n:. respiratória após 5 dias -- 1 1 da cirurgia. Quem deve preencher a declaração de óbito da situação acima? ,_ __________ __. 20 - Preencha a declaração de óbito da seguinte situação clínica: Criança de 11 anos, mi CAUSAS OA MORTE .AAtOlf IOU(MTI. U\I Ol4CN0111COl'OA tJN'wA Totnp<> OPtOK.lflôdO PARTE I tntt•olnrdodD Cl!l • I doitrte:ll • tt morit 1 desnutrida, otite Ooo~ OU Cll\000 mOll>t<IO QUO ClllUIOU dWWMnonkt ;a 1 1 com -·· CAUSAS ANTECEDENTES Oo\1d.o ou'°'"° comoq:Jtno..- do média aguda desen- Etll'dol ~os. so oxll\-.fom, quo otodutirJm o b 1 1 couu oelm.1 raolsttMO.. rn~""° om Utlmo volve meningoencefa- tJo..'' a ctn.rin b;;ik., Oot'tdO ou W"'O c.omoq\.IO.neill do ~ e 1 1 1 1 lite 1 O dias após o iní- bOVidõ O'J '°"'° êõft$4'QGtíídi ª• : cio do quadro. Iniciada d 1 1 1 anti bioticoterapia em- Yempo aproicfmado pírica venosa, porém 3 Ot\L!O O tnldo 08 CIO PARTE li 1 docnç.;, O 3 rnor!O 1 dias , quadro Outras; cOtdçõos ~n1"ieatrlas q_ue eotr'.rlbalr.1m 1 1 apos, o p:lf3 3 mot1Jt, a Q"'.Jió n.10 ef"ll~at:\'1. porém, 1"' cad~ia acim.1. evoluiu com choque 1 ,- séptico e óbito. Quem deve preencher a declaração de óbito da situação acima? OBJETIVOS - Diferenciar: Declaração x Certidão de Óbito. - Saber o fluxo da declaração. - Quem faz o preenchimento: mortes naturais em estabelecimentos de saúde; mortes naturais fora dos estabelecimentos de saúde (com/sem assistência médica, localidades com/sem médicos); mortes acidentais e/ou violentas. - Preencher corretamente as Causas da Morte: Parte 1 x Parte li e a ordem a ser preenchida. - Relembrar a Legislação: Sepultamento x Cremação. PARTE 11 , , ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS I TESTES DIAGNDSTICOS "Estudos epidemiológicos se limitam à ob- servação de uma determinada população, não envolvendo nenhuma intervenção nos indivíduos estudados. Podem ser utilizados para avaliar a mortalidade de determinada doença ou relações entre estilo de vida e o risco de contraí-la, por exemplo. Este é o tipo de estudo que costuma aparecer nas man- chetes de jornais, indicando que comer a comida X ou beber a bebida Y diminui (ou aumenta) o risco de contrair determinada doença. Nesses estudos, os cientistas regis- tram uma série de dados sobre a saúde e os hábitos de um número de indivíduos e bus- cam associações entre esses dados. A sua grande limitação é que, através deles, é geralmente possível chegar apenas a corre- lações, mas não a relações de causa e efei- to. Um estudo desse tipo pode mostrar, por exemplo, que pessoas que tomam um copo de uísque por dia têm menor risco de desen- volver determinada doença, mas não podem provar que o copo de uísque é a causa des- se menor risco. Algum outro fator associado à ingestão do uísque poderia ser a verdadei- ra causa (por exemplo, talvez as pessoas que tomam uísque diariamente tenham uma situação financeira que lhes permita o aces- so a um sistema de saúde mais moderno). Vários estudos epidemiológicos indicando a mesma correlação constituem um forte indí- cio de que uma relação causal provavelmen- te existe, mas essa relação só será provada quando o mecanismo através do qual ela atua for identificado e comprovado. Testes clínicos são os mais confiáveis na avaliação de um medicamento ou terapia. Neste tipo de estudo, os médicos têm o maior controle possível sobre as variáveis que po- dem afetar os resultados, permitindo estudar com maior precisão cada fator envolvido. Em um estudo clínico típico, dois grupos de pacientes são utilizados: um grupo recebe o medicamento a ser avaliado (a interven- ção que diferencia este tipo de estudo de um estudo epidemiológico), enquanto um segundo grupo (chamado de grupo de con- trole) normalmente recebe um pia cebo ou algum outro medicamento já testado ante- riormente. Atualmente a administração de um placebo ao grupo de controle só é con- siderada justificada na ausência de algum tratamento comprovado. Os resultados dos dois grupos são então comparados, deter- minando se o medicamento em teste real- mente apresenta um efeito significativo. Testes clínicos normalmente são realiza- dos em uma progressão, cada vez com um número maior de pacientes. A FDA (Food and Drug Administration ), por exemplo, usa um sistema de três fases: a fase 1 utiliza de 20 a 100 pacientes ao longo de alguns meses, visando principalmente garantir a segurança do medicamento; a fase 2 utili- za centenas de pacientes durante até dois anos, visando confirmar mais uma vez a segurança do medicamento, mas princi- palmente estudar sua eficácia; a fase 3 pode empregar até milhares de pacientes durante até quatro anos, visando determi- nar, além da eficácia e segurança do me- dicamento, sua dosagem adequada. Como em qualquer tipo de pesquisa cien- tífica, cuidados precisam ser tomados para garantir que a conclusão obtida seja real- mente bem fundamentada. Erros na me- todologia ou na execução de um estudo podem deixar margem para dúvidas que invalidariam suas conclusões. Fonte: www.projetoockham.org M EOGRUPO - R ESIDÊNC IA M ÉDICA 20 1 3 1 - Investigou-se a prevalência de HIV, HPV e sífilis em todas as mulheres de uma de- terminada penitenciária feminina no ano de 1997. Constatou-se uma correlação esta- tisticamente significativa entre os indica- dores socioeconômicos e a frequência destas doenças sexualmente transmissí- veis.Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo: a) coorte. b) caso-controle. c) transversal. d) estudo de intervenção. e) coorte histórico, pois pesquisou dados re- trospectivos de 1997. ~ -Assinale a alternativa CORRETA: a) os estudos de coorte são apropriados para doenças raras e de longo período entre expo- sição e doença. b) nos estudos de coorte, os grupos controles devem ser diferentes dos grupos expostos, com relação à maior parte das variáveis, para facilitar o contraste entre exposição e não exposição. c) os ensaios clínicos são estudos epidemio- lógicos onde o pesquisador tem pouco contro- le das variáveis a serem estudadas. d) os estudos transversais são apropriados para investigação da etiologia de doenças. e) o estudo caso-controle é retrospectivo, sen- do que os antecedentes de exposição são investigados entre os casos e não casos. 3 - Um pesquisador foi ao ambulatório de um hospital e identificou as pessoas obe- sas que eram acompanhadas lá entre 1996 e 1997. Selecionou ainda, pessoas da mes- ma idade, porém não obesas que acompa- nhavam o ambulatório de ortopedia daque- le hospital nesta época.A partir daí, asso- ciou-se esta situação com o risco das pessoas virem a desenvolver diabetes até 2006. Este tipo de estudo é denominado: -INT ENSIVAO PREVENT IVA 18 a) ecológico. d) experimental. b) caso-controle. e) coorte histórica. c) coorte. 4 - Nos estudos de acompanhamento lon- gitudinal, o significado da medida do Risco Relativo é: a) a diferença entre a frequência de ocorrência da doença entre os expostos e os não expos- tos ao fator de risco. b) a relação entre a letalidade e a incidência da doença entre os expostos ao fator de risco. c) a diferença entre a frequência da doença e a ocorrência do fator de risco. d) a relação da ocorrência do agravo entre os expostos e não expostos ao fator de risco. e) indica quantos casos do agravo em questão foram exclusivamente relacionados ao fator de risco estudado. 5 - Ao se instalar uma siderúrgica numa determinada região, decidiu-se acompa- nhar os moradores da região ao longo do tempo para verificar o surgimento de asma. Duas mil pessoas foram convidadas a par- ticipar do estudo, sendo metade exposta e metade não exposta à poluição. Ao longo de 1 O anos ocorreram 1 O casos novos de asma entre as mil pessoas expostas à po- luição e dois casos novos nas mil pessoas não expostas à poluição, no mesmo perío- do. Assinale a alternativa incorreta: a) trata-se de um estudo observacional, lon- gitudinal e prospectivo. b) o risco relativo informa quantas vezes o risco é maior no grupo exposto, quando comparado ao não exposto e, neste caso, foi igual a 5. c) o risco atribuível é de 8 casos de asma por mil habitantes e é obtido pela diferença de incidências entre dois grupos. d) trata-se de um estudo de caso-controle em que os casos foram os indivíduos submetidos à poluição e o grupo de controle foi constitu- ído pelos não expostos. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 e) a poluição mostrou-se um fator de risco para asma, apesar de não ter sido calculado o IC. 6 - Um estudo sobre o papel do tabagismo no aparecimento de câncer de bexiga en- controu valores de risco relativo e de risco atribuível populacional percentual respec- tivamente iguais a 4 e 85o/o. A partir destes dados, pode-se concluir que: a) fumantes têm um risco mais elevado de desenvolver a doença, que varia de um valor mínimo de 4 a um valor máximo de 85. b) não fumantes têm apenas 15°/o de risco de desenvolver a doença, a qual se apresenta 4 vezes mais letal naqueles que iniciaram o há- bito precocemente. c) não fumantes representam uma população 4 vezes maior que a de fumantes, com risco 85o/o menor de desenvolver a doença. d) Na população estudada, 85°/o dos fumantes e 4o/o dos não fumantes situam-se sob o risco de desenvolvimento da doença. e) fumantes têm um risco 4 vezes mais eleva- do de desenvolver a doença e a eliminação do tabagismo na população de estudo promo- veria redução de 85°/o dos casos. Uma pesquisa foi realizada na cidade do Rio de Janeiro (Mendonça e col. lnt J Can- cer, 1999; 83:596-600) para avaliar a asso- ciação entre câncer (Ca) de mama e expo- sição a pesticidas organoclorados (DDT). Foram estudadas 162 mulheres admitidas no Hospital do Instituto Nacional do Câncer (INCA) com diagnóstico confirmado de Ca de mama e 331 mulheres sem esta doença, selecionadas entre as visitantes. Nestas últimas, 265 apresentaram níveis séricos de DDT igual ou maior que 1,3 ng/ml, en- quanto entre as mulheres com Ca de mama este número foi de 133. Respeitando o de- senho da pesquisa e com base nos resul- tados apresentados, conclui-se que o: a) risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 1,09. -I NTENS IVAO PREV ENTI VA 19 b) risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 1,03. c) risco relativo de Ca de mama associado à exposição ao DDT é de 0,91. d) odds ratio de Ca de mama associado à ex- posição ao DDT é de 0,88. e) odds ratio de Ca de mama associado à ex- posição ao DDT é de 1, 14. 8 - Em um estudo de coorte sobre diabetes como fator de risco para doença renal crô- nica, o risco relativo foi de 3,0, e o resulta- do foi estatisticamente significativo ao ní- vel de p=0,04. Isso quer dizer que: a) 4o/o dos pacientes com doença renal crôni- ca tinham diabetes. b) 4°/o dos pacientes com diabetes desenvol- veram doença renal crônica. c) a história de diabetes era 4°/o mais frequen- te entre os pacientes com doença renal crôni- ca do que entre os que não desenvolveram essa doença. d) há uma possibilidade de 4°/o de que a as- sociação observada entre diabetes e doença renal crônica seja devida ao acaso. e) o desenvolvimento de doença renal crônica foi 4°/o maior entre os pacientes com diabetes do que entre os não diabéticos. PARA LER EM CASA! Ao estudar uma possível associação entre o uso intensivo de telefone celular e neo- plasia cerebral, os autores observaram um risco relativo de 3,9 e um intervalo de con- fiança de 0,95 a 128,9. Este fato permite concluir que: a) indivíduos que utilizam intensamente celu- lares têm um risco quase 4 vezes maior de desenvolver neoplasia cerebral. b) não há associação entre a exposição e o efeito, uma vez que o intervalo de confiança engloba o valor do risco relativo. c) a grande variação do intervalo de confiança M EOGRU P O - R ESID Ê NC IA M ÉDICA 20 1 3 indica que a pesquisa foi realizada com um pequeno tamanho amostral. d) há indícios de uma forte associação entre as variáveis, com um risco que pode ser qua- se 130 vezes mais elevado entre os usuários. e) existe uma associação entre o uso de ce- lular e desenvolvimento de neoplasia cere- bral, porém ela é estatisticamente pouco significante. Letra A: incorreta, pois isso não pode ser afirmado já que o estudo não teve significân- cia estatística; Letra B: incorreta, pois o correto seria: uma vez que o intervalo de confiança engloba o valor 1 e valores abaixo e acima dele. Claro que tem que englobar o RR; Letra e~ correta, quanto menos participantes, maior o intervalo de confiança e quanto maior o número de participantes, menor intervalo de confiança; Letra D: incorreta, pois não houve significân- cia estatística. O intervalo de confiança englo- bou o valor um e valores abaixo e acima dele; Letra E: incorreta, pois ela não tem significân- cia estatística. Resposta letra C. 9 - Vários estudos mostraram que pessoas magras têm mortalidade maior que pesso- as de peso médio. Um estudo, com achado semelhante, mostrou que as pessoas ma- gras fumavam mais do que as de peso médio. A variável fumo, neste caso, corres- ponde a um: a) viés de seleção. b) viés de confusão. c) erro aleatório. d) viés de aferição. e) alto risco relativo. 1 O - Um estudo buscando identificar fatores de risco para uma hipotética doença X en- controu os seguintes resultados: -INT ENSIVAO PREVENT IVA 20 Fator de risco A: OR de 1,8 e intervalo de confiança de 95o/o de 1,4 a 1,9; Fator de risco B: OR de 2,2 e intervalo de confiança de 95o/o de 1, 1 a 3, 7; Fator de risco C: OR de 3,3 e intervalo de confiança de 95o/o de 0,9 a 7 ,3. Considerando que as prevalências dos três fatores de risco estudados são semelhan- tes, é correto afirmar que: a) o fator C tem risco maior para causar a do- ença, embora a associação não tenha signifi- cância clínica. b) o fator A teve uma menor amostra popula- cional. c) o fator B apresenta um risco maior do que o fator A. d) não é possível comparar os três fatores porque suas prevalências são semelhantes. e) o OR não é uma medida de associação adequada para esse estudo. 11 - Um estudo avaliou o papel da hiperli- poproteinemia A como fator de risco para acidente vascular cerebral. A tabela abaixo mostra os resultados encontrados: Hmta:I •™ mntml studa. SW[Sl!i;S fAt aadl SIM~ Slarl!•m Od4s e... eov ... -_,!IM. Q >15 0.69 021 - 220 1 1 ,,...... ! !IM 29 121 1,07 0,2&-4 32 t - . 199$ 1911 1911 1,05 0.29 - 3.67 ~. IS99 !16 196 1,26 o,55-2,89 1-e- 3" 66:1 1,64 0.60 - 1.80 • e.!!>RN.iu!ô!!hort li!lHlilJ - 0.2 o.s 1 2 s - T«•U d St.tjêdS mio ~-' 413 - 0,80 0.31 - 2.07 N~1911 cai 49!11 1,50 0.82- 2,16 - Prioe. 2()01 46 15S2 1,38 O.Sl-3,7• llrrp..alll: 1!117 2.30 1,39- 3,81 Mp.200l 2315 1,08 0.76- 1,!15 Gao,.l!Xl6 ~ 57.!2 1,07 0,70- 1,E3 Otn.l!Xl6t 119 2281 1.1~ 0.67- 1.94 OIQ. l!Xl6 !!O 13!6 1.32 0.81 - 2.16 Ohto.l!Xltl 119 5749 1.01 0.69- 1,44 Oh<a.l!Xl6 ·~ <1825 1,26 0,79-2,Gl C-bined >16'5 35<$3 1,22 1,°'- 1·'3 • 1,21 l,0&-1 .. 1 • 02 0'5 1 2 5 M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 De acordo com o estudo, marque a alternativa CORRETA: a) Apesar da hiperlipoproteinemia A mostrar ser fator protetor, o estudo não teve significân- cia estatística. b) O estudo em questão trata-se de observa- cional, longitudinal, retrospectivo. c) O estudo pode concluir, com significância estatística, que hiperlipoproteinemia A é fator de risco para AVE. d) Todos os estudos selecionados apresenta- ram significância estatística. e) Os estudos de caso-controle combinados concluíram que hiperlipoproteinemia A foi fator de risco com significância estatística. OBJETIVOS - Entender a classificação dos Estudos. - Diferenciar Estudos Descritivos x Analíticos. - Conhecer os principais Estudos: Transversal (Ecológico / Inquérito) / Coorte (coorte histórica) / Caso-controle / Ensaio clínico / Metanálise. - Saber as vantagens e desvantagens de cada estudo. - Montar tabela dos Estudos. - Entender a Análise dos Estudos: Medidas de Frequência / Associação / Estatística. - Associar as principais Medidas de Associa- ção com seus estudos: RR, RAf, RAP / OR / RR, RRR, RAR, NNT. - Estatística: entender os Erros Sistemáticos e os Erros Aleatórios. - Dominar o Intervalo de Confiança. - Conhecer maneiras de evitar os erros: con- trolar, randomizar, mascarar ... . PARA LER EM CASA! Sobre as variáveis, marque a alternativa incorreta: a) A variável dependente constitui a variável efeito (consequência). -I NTENS IVAO PREV E N TI VA 21 o A variável inaependente const1tu1 a variável causal, ou seja, é aquela candidata a explicar a variável dependente. c) A variável qualitativa lida com diferenças "radicais" , por exemplo: sexo, profissão, bair- ro, cidade. d) A variável quantitativa contínua tem como exemplos: temperatura corporal, peso e altura. e) A variável quantitativa descontínua admite valores fracionários. Comentário Vamos recordar rapidamente: o que são as va- riáveis? São "coisas" que podem ser medidas. Por exemplo: gravidade de doença, peso do pa- ciente, sexo, número de cura, número de óbitos, comorbidades ... Apresenta os seguintes tipos: Variável independente + é o fator causal, ou seja, é aquela tenta explicar o desfecho; , . e o risco. Variável dependente+ é a variável efeito, ou seja, é a consequência ou o desfecho. Tenta ser explicada pela variável independente; é o agravo. Variável qualitativa ou categórica + é a que lida com as características das amostras, por exemplo: sexo, profissão, bairro, cidade ... Variável quantitativa ou numérica + são variáveis que se diferenciam apenas pelo grau, ou seja, podem ser medidas por valores numéricos, por exemplo: peso, altura, idade ... - Quantitativa contínua + é aquela que ad- mite valores fracionários entre os valores con- secutivos, por exemplo: temperatura corporal. - Quantitativa descontínua + é aquela que não admite valores fracjonários entre os valores consecutivos, por exemplo: número de batimentos cardíacos. Depois dessa rápida revisão, chegamos à con- clusão que a alternativa incorreta é a letra E, pois a variável descontínua não admite valores fracionários. Para fechar com chave de ouro: o que são variáveis ordinais e cardinais? As ordinais são variáveis que trabalham com ordem hierárquica. Por exemplo: esta- M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 diamento de neoplasias , grau de escolari- dade ... Já as cardinais são aquelas que não possuem ordem hierárquica. Por exemplo: tipo sanguí- neo, sexo, etnia ... Marque a alternativa incorreta: a) a randomização aloca os pacientes para os grupos de uma forma que possibilite a cada paciente uma probabilidade igual de ficar em um ou outro grupo. b) pareamento significa que, para cada pa- ciente em um grupo, seleciona um ou mais pacientes com características diferentes para um grupo de comparação. c) a estratificação compara taxas dentro de subgrupos com probabilidades de desfecho semelhante. d) as amostras de conveniência têm como maior virtude a obtenção de amostras de pa- cientes que estão fazendo parte de uma insti- tuição médica. e) a restrição amostral limita o espectro de características dos pacientes sob estudo. Comentário Vamos analisar as afirmativas: Letra A: correta. Serve para evitar o erro de seleção. Letra B: incorreta. Pareamento é uma manei- ra de formação de grupos semelhantes. Para cada indivíduo de um grupo, seleciona-se um ou mais indivíduos com as mesmas caracte- rísticas para o grupo comparação. Evita o viés de seleção. Letra e~ correta. Serve também para evitar o viés de seleção. Letra D: correta. Como o nome fala , forma- -se amostra com indivíduos que estão mais disponíveis. Indivíduos de instituições são ótimos para isso. Letra E: correta e autoexplicativa. Resposta letra B. INTE NS IVÁD PREV ENTI VA 22 "O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é a principal causa de morbidade na população brasileira. Apesar de predominar em faixas etárias elevadas, seu impacto so- cioeconômico é maior quando acomete pa- cientes jovens. Nessa população, a incidên- cia anual de eventos isquêmicos é estimada entre 6 e 26: 100.000. Em centros terciários, até 12°/o dos pacientes internados possuem menos de 45 anos. Nos jovens, apesar de extensa investigação, até 40o/o dos casos não têm sua etiologia definida, sendo denomina- dos criptogênicos. Nas duas últimas décadas tem-se atribuído à embolia paradoxal, da qual o forame oval patente (FOP) é o principal exemplo, participação significativa nesses casos. A associação estatística entre eventos cerebrovasculares isquêmicos e FOP já foi amplamente demonstrada. O presente estu- do tem por objetivo verificar se a associação FOP e AVCI apresenta uma relação de cau- salidade ou trata-se apenas de relação esta- tística, considerando os consagrados crité- rios de causalidade . • • • O presente estudo demonstrou, que pacien- tes jovens (com menos de 45 anos), com AVCI de causa indeterminada, podem ter sua etiologia relacionada à presença de um fora- me oval patente. Especificamente, constata- mos que essa associação foi mais importan- te naqueles casos em que o shunt foi mais intenso. Além de uma associação, esses resultados falam a favor de uma relação causal entre FOP e AVCI. Confirmada essa hipótese, as possibilidades etiológjcas para os casos de AVCI e ataque isquêmico tran- sitório devem ser ampliadas, incluindo a pa- tência do forame oval. Fonte: Arq. Bras. Cardiol. v.88 n.5: Forame oval patente e acidente vascular cerebral isquêmico em jovens: associação causal ou estatística? M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 2'" Sobre os critérios de Hill, marque a al- ternativa incorreta: a) a temporalidade é o critério mais importan- te, mas pode passar despercebido em um estudo transversal. b) o critério analogia é uma evidência fraca de causalidade. c) o critério consistência indica que quanto maior o RR maior a associação. d) o critério plausibilidade mostra que a asso- ciação faz sentido de acordo com os conheci- mentos fisiopatológicos. e) o critério especificidade diz que o fator de risco só causa uma doença. OBJETIVOS - Relembrar Associação Causal x Não Causal. - Saber quais são os Crité.rios de Causalidade. "A aplicabilidade do teste tuberculínico em crian- ças menores de 5 anos vacinadas com BCG é assunto controvertido. Visando contribuir para esclarecê-lo foi analisado o valor preditivo posi- tivo do teste tuberculínicopadronizado em po- pulação sob elevada cobertura vacinai e baixa prevalência de infecção tuberculosa. Na faixa etária mais sujeita ao risco de adoe- cimento primário, especialmente os menores de 2 anos, o valor preditivo positivo do teste tuberculínico para a infecção por BK é insignificante, mesmo com a elevação do ponto de corte, por exemplo, para 15 mm. Deve-se ressaltar que a elevação do ponto de corte, embora aumente a especificida- de do teste, acompanha-se de uma cor- respondente diminuição da sensibilidade, deixando de fora crianças que também se- riam passíveis de alguma atenção especial que pudesse diminuir-lhes o risco de adoe- cimento primário. INT ENS IVÁD PREVENTI VA 23 Fonte: Rev. Saúde Pub., 26(4): 264-8. Valor preditivo do teste tuberculínico padronizado em crianças vacinadas com BCG. 13 - Em uma população de 1000 trabalha- dores de uma pedreira, a técnica de refe- rência para diagnóstico de silicose revelou 100 portadores dessa patologia. Nessa mesma população, foi aplicado um novo tipo de exame, também para detectar sili- cose, que revelou 80 resultados positivos entre os portadores de silicose e 630 resul- tados negativos entre os trabalhadores sem silicose. Se você aplicar esse novo teste diagnóstico em uma população de 800 trabalhadores, porém de outra pedrei- ra, sendo 200 indivíduos sabidamente por- tadores de silicose, qual será a probabili- dade do resultado positivo estar correto? a) 0,20. d) O, 70. b) 0,30. e) 0,80. c) 0,47. <1 4- A sensibilidade e a especificidade de um teste são fundamentais para o clínico tomar decisões confirmando ou não um determinado diagnóstico e a alteração do ponto de corte altera a validade do teste. Pensando em diabetes, o que pode se es- perar, ao reduzir o ponto de corte? 15 - Um novo teste de diagnóstico criado para uma determinada doença X apresenta sensi- bilidade e especificidade de 90°/o para a popu- lação da cidade A. Se esse mesmo teste for aplicado em uma população cuja prevalência M EOGRUPO - R ESIDÊNC IA M ÉDICA 20 1 3 da doença X é bem maior do que na cidade A, o que acontecerá com o valor preditivo? a) não se altera. b) aumenta. c) diminui. d) faltam dados. e) pode aumentar ou diminuir. PARA LER EM CASA! Sobre a utilização de testes diagnósticos múltiplos, é correto afirmar que a aplicação de testes em: a) série é mais indicada no início da investi- gação diagnóstica e aumenta a capacidade de diagnosticar doentes anteriormente não detectados. b) série aumenta a sensibilidade e o valor preditivo positivo da estratégia diagnóstica, mas diminui a especificidade. c) paralelo aumenta a sensibilidade da estra- tégia diagnóstica e é indicada quando a do- ença é letal. d) paralelo aumenta a especificidade e o valor preditivo negativo, mas diminui a sensibilidade. Comentário Primeiramente, o que são os testes diagnósticos múltiplos? Os testes diagnósticos que utilizamos muitas vezes são imperfeitos, ou seja, com me- nos de 100°/o de especificidade e sensibilidade. Para minimizar esse problema realizamos múl- tiplos testes diferentes, que podem ser aplicados de duas formas básicas: em PARALELO (todos os testes realizados ao mesmo tempo), onde um resultado positivo de qualquer teste é con- siderado confirmatório da doença. É um método que aumenta a sensibilidade e diminui a espe- cificidade; e em SÉRIE (testes realizados de maneira consecutiva), onde todos os testes precisam ser positivos para confirmar o diag- nóstico. Um resultado negativo afasta a doença. É um método que aumenta a especificidade e diminui a sensibilidade. Agora, vamos às alternativas: INTENSIVÁD PREVENTIVA 24 Letra A: incorreta, pois é um método com baixa sensibilidade, para o inicio da investigação pre- cisamos de testes mais sensíveis (em paralelo). Letra B: incorreta, pois em série diminui a sen- sibilidade e aumenta a especificidade, embora realmente aumente o WP e diminui o VPN. Letra C: correta, pois doença grave devemos privilegiar os testes sensíveis. Letra D: incorreta, pois os testes em paralelo aumentam a sensibilidade e o VPN e diminuem a especificidade e o VPP. Resposta letra C. (.(;-O gráfico abaixo mostra curvas do tipo Receiver Operator Characteristic (ROC) sobre o desempenho de dois testes diagnósticos A e 8. Assinale a alternativa incorreta: 100 80 #. • 60 'U .. 'O -== ..a -.. e 40 ... VI 20 o , • I • .. , i , 20 r " ........ ., ... ...,. "'º 60 80 100 1 ~&pedfiddade % o Ex.,...A ··•·· EnlMB a) embora os testes possuam a mesma especificidade, o teste A é mais sensível. b) a taxa de falsos positivos aumenta com o aumento da sensibilidade para ambos os testes. c) O ponto de corte de escolha para estabelecer parâmetro de normalidade de um teste diagnóstico é o ponto que mais se aproxima do canto superior esquerdo do gráfico. d) A área abaixo das curvas simula a acurácia de um teste; neste caso, é maior para o exame A. e) o teste A possui maior taxa de falsos nega- tivos do que o teste B. M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 PARA LER EM CASA! Foi realizado um hipotético estudo sobre a capacidade dos clínicos de diagnosticar dengue em uma emergência em 200 pa- cientes que chegaram com cefaleia retro- -orbitária, febre alta e mialgia. As impres- sões clínicas dos médicos foram compa- radas com a sorologia para Dengue. Os resultados foram: dos 100 pacientes com sorologia positiva para dengue, 80 foram diagnosticados pelos médicos. Entre os 100 com sorologia negativa, os médicos diagnosticaram que 40 deles apresentavam a doença. A partir dos dados acima, marque a alter- nativa incorreta: a) a razão de verossimilhança positiva foi de 2. b) a razão de verossimilhança negativa foi de 0,33. c) as razoes de verossimilhança resumem o mesmo tipo de informação da sensibilidade e especificidade. d) as razoes de verossimilhança devem ser usa- das como chances e não como probabilidade. e) a razão de verossimilhança negativa do estudo indica que o mesmo é um péssimo método diagnóstico. Comentário Para ficar mais clara e mais fácil a questão devemos montar a tabela de validação dos testes de diagnósticos: Dengue Sem dengue Total Diao. Clínico + 80 40 120 Diaa. Clínico - 20 60 80 Total 100 100 200 Muito bem, voltando à questão. Ela quer saber sobre as razões de verossimilhança, que representam a probabilidade de um re- INTENS IVÁD PREVENTI VA 25 sultado do teste em pessoas com a doença, dividida pela probabilidade do resultado do teste em pessoas sem a doença. Expressam quantas vezes é mais provável (ou menos) se encontra um resultado de um teste em pessoas doentes comparadas com as não doentes. Resumem o mesmo tipo de informação da sensibilidade e da especificidade (letra C correta), e são chances, pois representam a razão de duas probabilidades. Lembrar que as probabilidades são a sensibilidade, a especificidade, o VPP, o VPN (letra D correta). Como calcular? Razão de verossimilhança positiva (RVP) = (sensibilidade) / (1 - especificidade) ou (a/a+c) / (b/b+d). Neste caso = (80/100) I (40/100) = 2 (letra A correta). Quanto mais longe de 1, melhor será o teste. Razão de verossimilhança negativa (RVN) = ( 1 - sensibilidade) / (especificidade) ou ( c/ a+c) / (d/b+d). Neste caso = (20/ 100) I (60/ 100) = 0,33 (letra B correta). Quanto mais perto de zero, melhor será o teste (le- tra E incorreta). Resposta letra E. OBJETIVOS: - Sensibilidade, Especificidade, Valor Preditivo Positivo e Negativo, Acurácia e Razões de Verossimilhança. - Conhecer as fórmulas. - Identificar na tabela. - Quando solicitamos/usamos um teste com alta sensibilidade? - Quando solicitamos/usamos um teste com alta especificidade? M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 -INTENS IVAO PREVENTI VA 26 - Conhecer a relação da sensibilidade/especificidade com os valores preditivos. - Conhecer as relações: Prevalência (probabilidade pré-teste)x Valores Preditivos (probabilidade pós-teste). - Curva ROC: identificar a sensibilidade, especificidade e acurácia. - Diferenciar: Teste em Série x Testes em Paralelo. PARTE Ili " , " , VIGILANCIA DA SAUDE I PROCESSO EPIDEMICO I SAUDE DO TRABALHADOR "Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), a vigilância epidemiológica é "o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou his- tória natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condi- cionantes, com o fim de recomendar oportu- namente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças". No âmbito do SNVE, a Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS define normas e procedimen- tos técnicos e diretrizes operacionais, além de promover a cooperação técnica e assessorar as Secretarias Estaduais e Municjpais de Saú- de. Também promove a cooperação técnica com organismos internacionais correlatos. A Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS trabalha para a promoção e disseminação do uso da metodologia epidemiológica em todos os níveis do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetiva o estabelecimento de sistemas de informação e análises que permitam o monito- ramento do quadro sanitário do país e subsi- diem a formulação, implementação e avaliação das ações de prevenção e controle de doenças e agravos, a definição de prioridades e a orga- nização dos serviços e ações de saúde. Em um grande número de doenças transmis- síveis para as quais se dispõe de instrumentos 26 eficazes de prevenção e controle, o Brasil tem colecionado êxitos importantes. Esse grupo de doenças encontra-se em franco declínio, com reduções drásticas de incidência. Duas delas já foram erradicadas ou estão em fase de erradicação (varíola e poliomielite), o sarampo encontra-se eliminado e a meta da erradicação será atingida ainda nesta década para a raiva humana transmitida por animais domésticos, para a rubéola congênita e para o tétano neonatal. Entre- tanto, algumas doenças transmissíveis apre- sentam quadro de persistência, ou de redução em período ainda recente, configurando uma agenda inconclusa nessa área. Para essas doenças é necessário o fortalecimento de novas estratégias, recente.mente adotadas, que propõem uma maior integração entre as áreas de prevenção e controle e a rede assis- tencial, já que um importante foco da ação nesse conjunto de doenças está voltado para o diagnóstico e tratamento das pessoas do- entes, visando à interrupção da cadeia de transmissão. Além da necessidade de promover ações de prevenção e controle de doenças transmissí- veis que mantêm importante magnitude em nosso País, é necessário ampliar a capacida- de de atuação para novas situações que se colocam sob a forma de surtos ou devido ao surgimento de doenças inusitadas, muitas vezes com gravidade elevada. Desde o início da década de 80, algumas doenças infec- M EOGRUPO - R ES ID Ê N C IA M ÉD IC A 20 1 3 ciosas passaram a ser registradas ou fo- ram reintroduzidas no Brasil, destacando- -se a aids (1980), a dengue (1982), a cólera (1991) e a hantavirose (1993) sendo que, dentre estas, somente a cólera apresentou redução significativa na última década." Para o desenvolvimento de ações de preven- ção e controle, face a esta complexa situação epidemiológica no País, têm sido fortalecidos programas específicos, como também desen- volvidas estratégias para detecção e resposta às emergências epidemiológicas. Fonte: www.saude.gov.brl svs 1 - Sobre os critérios de inclusão das doenças na lista de notificação nacional, assinale a afirmativa falsa: a) a magnitude avalia a gravidade, a relevância social e econômica da doença. b) a vulnerabilidade é definida como a possibili- dade de redução de um problema de saúde na população diante de uma intervenção conhecida. c) a transcendência corresponde ao dano causado pelo problema, vinculando-se aos conceitos de mortalidade (óbitos/população) e letalidade (óbitos/indivíduos acometidos). d) o potencial de disseminação se expressa pela transmissibilidade da doença, possibilida- de de sua disseminação através de vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou coletividades. e) o novo regulamento sanitário internacional coloca somente quatro doenças como de no- tificação compulsória obrigatória: varíola, po- liomielite por vírus selvagem, influenza huma- na causada por novo subtipo de vírus e SARS. 2 - São doenças de notificação compulsória no Brasil, EXCETO: a) Leishmaniose, Malária, Hanseníase, Febre Amarela. -INT ENSIVAO PREVENT IVA 27 b) Hantavirose, Febre do Nilo, Tuberculose, Varíola. c) Doença de Creutzfeldt-Jacob, Síndrome Aguda Respiratória Grave, Tularemia, Hepatite A. d) Poliomielite, Cólera, Peste, Meningite Virai. e) Malária, Tétano, Difteria, HIV. 3 - Das alternativas abaixo, marque a que se enquadra como situação de notificação compulsória no Brasil: a) orquite consequente ao vírus da caxumba. b) herpes genital durante a gestação. c) toxoplasmose nas mulheres em idade fértil. d) silicose. e) intussuscepção até 46 dias após vacinação contra o rotavírus. 4 - Das alternativas abaixo, marque a que se enquadra como situação de notificação compulsória imediata no Brasil: a) febre amarela, tétano acidental. b) raiva, dengue. c) cólera, tuberculose. d) botulismo, hanseníase virchowiana. e) rubéola, peste. OBJETIVOS - Entender a função da Vigilância Epidemiológica. - Conhecer as fontes de informação. - Saber a quem e quando notificar. - Identificar o que e como notificar. - Conhecer a lista de notificação nacional. - Saber as situações de notificação imediata. 5 - Entende-se por comportamento endêmico de uma doença quando: a) sua ocorrência está claramente em ex- cesso em relação ao normal esperado. b) sua ocorrência apresenta-se na comunida- de de forma regular. M EOGRU P O - R ESID Ê NC IA M ÉDICA 20 1 3 c) ocorre em grande número de países simul- taneamente. d) apresenta uma variação sazonal bem de- finida. e) apresenta uma variação cíclica. 6 - Epidemias diferem de endemias por: a) variações sazonais. b) ocorrência em surtos. c) incidência acima da esperada. d) envolver doenças transmissíveis. e) alta prevalência. 7 - Analise o diagrama de controle abaixo e assinale a alternativa correta. Diagrama de Controle de Hepatite A (por 100.000 habitantes) em um Município Z De 2001 até 2010 com Incidência de 2011 18 -.--~~~~~~~~~~~ 16 - 14 -+--~e-,.\ 12 t--;::A-,f-\-........ 10 +-"""",.--/--- , _ _..,_ s à--~(_ ... umite superror 6 -1-tG- -~;:::::!::~~'.::::::~~::...._- ...... lncidê-nci.a 2011 4 --umite Inferior 2 0 +-..---..--~..--~~---,.~---.----.--. a) houve epidemia de hepatite A em agosto e dezembro de 2011. b) não podemos caracterizar pelo gráfico acima a existência de epidemia em 2011. c) houve epidemia de hepatite A nesse mu- nicípio no primeiro trimestre de 2011. d) a menor prevalência de 2011 foi registrada no mês de julho. e) a vacinação justificou a queda da incidência em julho. 8 - Sobre as epidemias, marque a alterna- tiva incorreta: -INT ENSIVAO PREVENT IVA 28 a) a epidemia por fonte comum ocorre pela transmissão direta pessoa-pessoa. b) na epidemia por fonte pontual a exposição se dá em um curto intervalo de tempo. c) na epidemia por fonte persistente a exposi- ção se dá por um longo intervalo de tempo. d) na epidemia explosiva a incidência máxima ocorre em um curto intervalo de tempo. e) a epidemia progressiva ocorre através de transmissão hospedeiro-hospedeiro. 9 Desenhe nos gráficos abaixo, uma epi- demia explosiva e uma epidemia propagada: OBJETIVOS - Reconhecer as variações "fisiológicas" das doenças. - Conhecer e saber como montar um Diagrama de Controle/Curva Endêmica. - Diferenciar: Endemia x Epidemia. - Conceituar: surto, pandemia. -
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