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O PAPEL DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NA COVID-19

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2
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
SUPERIOR TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA
ABENIA DE SOUZA LIMA
O PAPEL DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NA COVID-19
CRUZ DAS ALMAS-BA
2022
ABENIA DE SOUZA LIMA
O PAPEL DO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NA COVID-19
Produção Textual Individual apresentado como requisito parcial para aprovação do semestre.
Orientador: Prof. Paola Bianca Barbosa Cavalin.
CRUZ DAS ALMAS-BA
2022
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	DESENVOLVIMENTO	5
2.1.	Ultrassonografia	5
2.2.	Radiografia de tórax	6
2.3.	Tomografia computadorizada	7
2.4.	Manifestações pulmonares	7
2.5.	Padrão em vidro fosco	8
2.6.	Consolidação	9
2.7.	Padrão reticular	9
2.8.	Pavimentação em mosaico	9
2.9.	Sinal do halo invertido	9
3.	CONCLUSÃO	17
4.	REFERÊNCIAS	18
 
INTRODUÇÃO
Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, um grupo de casos com pneumonia de causa desconhecida, conduzindo à descoberta de um novo tipo de coronavírus, chamado síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (SARS-CoV2), denominada de COVID-19 (MEIRELLES, 2020). A atual pandemia de SARS-CoV2, causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), é o principal desafio da saúde pública mundial em 2020, já que a transmissibilidade do vírus é alta e, rapidamente, alcançou a todos os continentes do planeta, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia em 11 de março de 2020. As manifestações da infecção por COVID19 apresentam algumas semelhanças com outras infecções respiratórias provocadas por patógenos da família coronavírus, como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) (COELHO et al., 2020). 
O surgimento desta nova pandemia levou a necessidade de se definir o papel dos exames de imagem no manejo de pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19. No contexto do diagnóstico inicial, deve-se considerar as limitações relatadas do teste laboratorial usado para confirmar a doença ao qual destaca-se o teste de reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR). Este teste tem uma sensibilidade diagnóstica moderada, contudo pode levar até 4 dias para se identificar um resultado (CASTILLO; BAZAES; HUETE, 2020). 
A este respeito a radiologia vem desempenhando um relevante papel nessa pandemia, uma vez que a tomografia computadorizada (TC) de tórax, juntamente com a radiografia de tórax e a ultrassonografia mostraram-se como ferramentas comprovadamente úteis para avaliar os efeitos da doença e confirmar diagnóstico (Yokoo Et.al., 2020).
 DESENVOLVIMENTO
Desde o começo da pandemia as principais sociedades radiológicas apresentaram certa resistência pela utilização de exames radiográficos como método de detecção da covid-19, porém segundo estudos realizados por (FANG et al., 2020) que analisou a sensibilidade da TC comparado com o método RT-PCR para a detecção de COVID-19, onde a TC de tórax apresentou sensibilidade maior do que a do RT-PCR (98% vs. 71% respectivamente), se tornando um método comprovado na triagem de COVID-19 em pacientes com características clínicas e epidemiológicas compatíveis com infecção por COVID-19, particularmente quando os resultados dos testes de RT-PCR são negativos. 
Porém o diagnóstico de COVID-19 depende da reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa em tempo real (RT RT-PCR), onde a OMS sugere a realização de exames de imagem torácica em pacientes sintomáticos quando o teste de RT-PCR não está disponível, resultados atrasados ou o teste apresentar-se negativo mesmo com alta suspeita clínica de COVID- 19 ou em pacientes suspeitos, confirmados ou não (MUÑOZJARILLO et al., 2020). Nesse contexto, a ultrassonografia tem sido um método de imagem alternativo, onde por meio de indicativos emergentes possuem a capacidade de detectar algumas lesões típicas de COVID-19 (FIALA, 2020).
Ultrassonografia 
A ultrassonografia pulmonar é uma importante ferramenta para o diagnóstico e acompanhamento de acometimentos pulmonares em neonatos, crianças e adultos, devido a segurança do método uma vez que esta técnica é livre de radiação ionizante, aliado a isso o exame de ultrassom possui baixo custo além de uma maior facilidade de transporte até o leito do paciente quando necessário (XING, et al., 2020; MUÑOZ-JARILLO et al., 2020). 
Conforme os autores supracitados o principal achado no ultrassom é a doença intersticial aguda que é capaz de produzir artefatos hiperecoicos verticais que se desviam das linhas pleurais (chamadas de linha B), que na sequência conforme a evolução da doença pode-se observar as linhas pleurais coalescendo até a consolidação (XING, et al., 2020; MUÑOZ-JARILLO et al., 2020). 
Em uma pesquisa realizada por Xing et al., 2020, foram utilizados um total de 20 pacientes com COVID-19, onde todos apresentaram achados de ultrassonografia pulmonar anormais. Um total de 36 exames de ultrassom foram categorizados em quatro grupos com base no intervalo de tempo entre o início dos sintomas e os exames de ultrassom (1ª a 4ª semana). Todos os exames mostraram achados ultrassonográficos pulmonares anormais, incluindo 100% (36) anormalidades da linha pleural, 100% (36) linhas B e 64% (23) consolidação. 
Matsuoka et al., 2020, avaliou 27 recém-nascidos (RNs) através de ultrassonografia, e os resultados variaram desde o padrão descrito como normal (presença de linhas A, poucas linhas B, linha pleural fina e linear, ausência de efusão pleural), assim como foi observada presença de linhas B coalescentes e face posterior do tórax, assintomáticos da parte respiratória. Dentre esses, dois RNs COVID-19 positivos, assintomáticos, apresentaram padrão ultrassonográfico pulmonar com múltiplas linhas B coalescentes, principalmente em faces pulmonares posteriores, espessamento pleural e áreas de condensação. Destacando-se ainda a presença de RN COVID-19 positivo, com área de condensação importante na face pulmonar posterior, assintomático.
A ultrassom apesar do seu uso ser predominantemente nos pulmões, a COVID-19 pode afetar também o sistema cardiovascular por meio de vários mecanismos, como a função miocárdica, além de efeitos secundários, como às interações coração-pulmão, podendo ser observado quando a PEEP (Pressão expiratória final positiva) alta afeta adversamente a pós-carga do ventrículo direito (WONG et al., 2020). 
Tal envolvimento cardíaco pode se manifestar tanto como uma cardiomiopatia dilatada ou uma redução nas funções sistólicas ventricular. Em pacientes com COVID19 foi notado um aumento no risco de tromboembolismo na forma de trombose venosa e embolia pulmonar, podendo levar à hipertensão pulmonar aguda, aumento do coração direito, bem como a presença de trombos no sistema venoso, átrio ou ventrículo direito (GUARRACINO et al., 2021).
Radiografia de tórax 
A radiografia de tórax é geralmente o primeiro teste de imagem em pacientes com suspeita ou confirmação COVID-19 pela sua utilidade, disponibilidade e baixo custo, embora seja menos sensível que a Tomografia Computadorizada (MARTÍNEZ CHAMORRO et al., 2021). A utilização de um equipamento portátil pode ser muito útil em pacientes acamados e em situações específicas, como hospitais de campanha, podendo ser empregado para monitoração da progressão da doença, avaliação de tubos traqueais e linhas de infusão medicamentosa e descarte de complicações como pneumotórax, pneumomediastino e enfisema subcutâneo (MEIRELES, 2020). 
Segundo Muñoz-Jarrillo et al., 2020, os achados radiográficos mais comumente encontrados em pacientes com COVID-19 são: consolidação, imagem em vidro fosco, de distribuição periférica e nas áreas inferiores, com envolvimento bilateral (50%), enquanto o derrame pleural é raro (3%); os achados radiográficos têm um pico de aparecimento 10 - 12 dias após o início dos sintomas.
Tomografia computadorizada
 A tomografia computadorizada (TC) de tórax é de grande valor no diagnóstico e prognóstico de pacientes com suspeita de pneumonia por COVID -19. Umas grandes variedades de achados na tomografia de tórax já foram descritos em pacientesacometidos por esta patologia (AGUARDERO et al., 2021). Os principais achados de exame na TC são opacidades em vidro fosco, pavimentação em mosaico, consolidações, opacidades reticulares, linhas subpleurais, sinal do halo invertido e espessamento pleural (32% dos pacientes). Outros achados são menos comuns, como alterações das vias aéreas, dilatações vasculares, nódulos pulmonares, linfonodomegalias (4-8% dos pacientes), derrame pleural (5-15%) e derrame pericárdico (5%), estes três últimos usualmente indicando pior prognóstico, seja por descompensação de doenças cardíacas preexistentes ou pelo desenvolvimento de insuficiência cardíaca aguda, arritmias ou lesão cardiovascular aguda em pacientes com COVID-19 (MEIRELLES, 2020).
Manifestações pulmonares 
Acredita-se que as alterações parenquimatosas provocadas pelo novo coronavírus estejam relacionadas à sua afinidade pela enzima conversora de angiotensina II, que é altamente expressa nos pulmões e no coração, permitindo que o vírus invada as células epiteliais alveolares, resultando em dano celular e resposta inflamatória local, culminando em sintomas respiratórios (FARIAS LPG et al., 2020). 
Segundo pesquisa realizada por (AGUADERO et al., 2021), que avaliaram 182 pacientes, dos quais 48 foram na fase inicial da doença, 80 na fase intermediária e 54 na fase avançada, os pesquisadores observaram que o padrão predominante para a COVID19 foram as opacidades em vidro fosco (84,1%), seguido por pavimentação em mosaico (54%) e bronquiectasia (52,2%). O sinal halo foi detectado com maior frequência na fase inicial do que nas fases intermediárias/ progressivas ou avançadas (25% vs. 18,8% vs.13% respectivamente). O padrão vidro fosco, padrão reticular, pavimentação em mosaico, linhas subpleural, espessamento pleural e fibrose foram encontrados de forma mais frequente nas fases intermediária/ progressiva e acima de tudo, na fase avançada. 
Mogami et al., 2020, em pesquisa que tinha por objetivo caracterizar achados clínicos e tomográficos de uma amostra final de 132 pacientes, onde 105 pacientes do grupo testaram positivo para COVID-19, dentre esses 93 (88,6%) apresentaram opacidades em vidro fosco, em 45 (42,9%) dos pacientes ocorreram consolidação e 44 (41,9%) foram observadas a pavimentação em mosaico. 
Bernheim et al., 2020, entrevistaram 121 pacientes, 27 pacientes foram excluídos porque a data do primeiro sintoma era desconhecida e o restante da amostra foi separada de acordo com o tempo de contaminação. Sendo assim identificou-se 36 pacientes na fase inicial (0-2 dias), 33 pacientes intermediária (3-5 dias) e 25 tardia (6- 12 dias). A frequência de opacidades em vidro fosco e consolidação foi menor no grupo inicial quando comparado com os grupos intermediários e avançado (33%). Identificou-se ainda que 20 dos 36 pacientes examinados na fase inicial não apresentavam opacidades nos pulmões, em comparação com 3 dos 33 pacientes examinados na fase intermediária e 1 dos 25 pacientes examinados na fase na fase avançada. Opacidades lineares, pavimentação em mosaico e um sinal do halo invertido estavam ausentes no grupo inicial, mas estavam presentes no grupo avançado (cinco de 25 pacientes [20%], cinco de 25 pacientes [20%], e um de 25 pacientes [4%], respectivamente).
Padrão em vidro fosco
Na TC o padrão em vidro fosco corresponde ao aumento da densidade do parênquima pulmonar em que permanecem visíveis os contornos dos vasos e brônquios no interior da área acometida por um processo patológico. Neste padrão de imagem há a relação do colapso ou preenchimento parcial de espaços aéreos, espessamento interticial, aumento do volume sanguíneo capilar, podendo haver associação desses mecanismos (SILVA et al., 2010).
Consolidação 
Na infecção pela COVID-19 quando avaliada em conjunto ao vidro fosco e/ou, as consolidações acompanham, comumente, as opacidades com atenuação em vidro fosco, apresentando padrão semelhante de distribuição. Essas consolidações se dão pela troca de ar presente no espaço alveolar por células, tecidos e até mesmo fluidos de caráter patológico, afetando vasos desta região e também as marges dos brônquios. Elas tendem a ocorrer tardiamente, sugerindo o processo de organização fisiopatológico da doença, sendo frequentes após o surgimento de regiões opacas reticulares e de outros padrões específicos. Podem ser encontradas em 31,8% a 41% dos casos, porém, esta incidência varia, principalmente às opacidades reticulares (FARIAS LPG et al., 2020).
Padrão reticular 
Geralmente está associado às doenças intersticiais, referindo- se ao espessamento dos septos interlobulares e intralobulares, manifestando-se como opacidades lineares na tomografia. Não constitui achado comum nas apresentações iniciais na infecção pela COVID-19, sendo observado em menos de 22% dos casos, geralmente mais tardios, com preferência pela periferia dos pulmões (FARIAS LPG et al., 2020).
Pavimentação em mosaico 
Refere-se à Superposição de opacidades em vidro fosco, linhas intralobulares e espessamento de septos interlobulares e infralobulares, onde sua interface encontra-se bem delimitada, podendo esse padrão ser encontrado em outras doenças pulmonares nas quais acometem os compartimentos intersticial e alveolar (SILVA et al., 2010). Sua identificação na tomografia é sugestiva de progressão da doença ou mesmo estágio de pico, observados em 53% dos casos, porém não são comuns nas fases de resolução (FARIAS LPG et al., 2020).
Sinal do halo invertido 
Representa uma opacidade central em vidro fosco cercado por uma consolidação em forma de crescente ou anel. Não está claro se representa uma melhoria na consolidação ou uma progressão do vidro fosco. Embora não seja um achado frequente, é considerado entre os achados típicos da COVID-19 podendo ser visto em fases mais tardias da doença, decorrente de uma pneumonia em organização ou infartos pulmonares associados (MEIRELLES, 2020).
Conforme solicitado, seguem abaixo as respostas dos seguintes questionamentos:
(a) Quais são os exames de imagem que podem ser utilizados para acompanhamento de pacientes diagnosticados com covid-19? Quando cada um desses exames é indicado? Descreva as diferenças entre as técnicas.
A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax não deve ser usada, isoladamente, para diagnóstico de COVID19, nem tampouco deve ser realizada para rastreamento da doença (1,2). Para se definir um diagnóstico de COVID19 é preciso estar pautado nas informações clínico-epidemiológicas + exames RT-PCR e/ou sorologia. O exame de TCAR pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, porém precisa ser cuidadosamente correlacionado com os dados clínicos e laboratoriais (3). Para os indivíduos assintomáticos não se deve orientar a realização de qualquer exame de imagem (1,2,3). Para os pacientes sintomáticos leves: • Com PCR/Anti-IgM negativo: não se recomenda qualquer exame de imagem (3,4). A TC de tórax pode ser realizada caso haja piora do quadro respiratório. • Com PCR/Anti-igM positivo: deve-se avaliar os fatores de risco para progressão da doença. Caso negativos, nenhum método de imagem deve ser indicado, a não ser que haja posterior piora do quadro respiratório. Para pacientes com fatores de risco para progressão da doença, a TC de tórax pode ser realizada. • Que não tenham acesso a testes laboratoriais, deve-se avaliar a probabilidade pré-teste para COVID-19, ela não deve ser usada, isoladamente, para diagnóstico de COVID19, nem tampouco deve ser realizada para rastreamento da doença (1,2). 
Para se definir um diagnóstico de COVID19 é preciso estar pautado nas informações clínico-epidemiológicas + exames RT-PCR e/ou sorologia. O exame de TCAR pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, porém precisa ser cuidadosamente correlacionado com os dados clínicos e laboratoriais (3). 
Os indivíduos assintomáticos não se deve orientar a realização de qualquer exame de imagem (1,2,3). 
Para os pacientes sintomáticos leves:
• Com PCR/Anti-IgM negativo: não se recomenda qualquer exame de imagem (3,4). A TC de tórax pode serrealizada caso haja piora do quadro respiratório. 
• Com PCR/Anti-igM positivo: deve-se avaliar os fatores de risco para progressão da doença. Caso negativos, nenhum método de imagem deve ser indicado, a não ser que haja posterior piora do quadro respiratório. Para pacientes com fatores de risco para progressão da doença, a TC de tórax pode ser realizada. 
• Que não tenham acesso a testes laboratoriais, deve-se avaliar a probabilidade pré-teste para COVID-19.
Se a probabilidade pré-teste para COVID-19 for baixa, nenhum método de imagem está indicado; se moderada ou alta, deve-se avaliar os fatores de risco para progressão da doença; caso negativos, nenhum método de imagem deve ser indicado, a não ser que haja posterior piora do quadro respiratório. Para pacientes com fatores de risco para progressão da doença, a TC de tórax pode ser realizada.
Para os pacientes sintomáticos moderados e graves os exames de imagem podem ser indicados. 
Quando indicada, o protocolo é uma TC de alta resolução (TCAR), preferencialmente com protocolo de baixa dose. O uso de meio de contraste endovenoso não está indicado, devendo ser reservado para situações específicas, após avaliação do médico radiologista (1,5,6,7). 
Com os dados disponíveis até o momento, os achados de exames sistemáticos de TC para pacientes com suspeita de infecção por Covid-19, ou nos casos confirmados, não parecem influenciar desfechos. E, até o momento, não há estudos que sustentem os achados tomográficos como preditores de evolução clínica (1,2).
Ambos, PCR e tomografia computadorizada, não têm valor preditivo negativo suficientemente elevado para retirar pacientes suspeitos de isolamento (1,3,7). 
Para maior clareza na transmissão dos resultados, sugere-se que os relatórios de exames de imagem em pacientes com suspeita de infecção pelo SARS-Cov-2, apresentem, na sua conclusão, uma das seguintes alternativas:
a. achados compatíveis com processo infeccioso de etiologia viral; 
b. achados indeterminados para processo infeccioso de etiologia viral; 
c. achados atípicos para processo infeccioso de etiologia viral; 
d. achados negativos para processo infeccioso de etiologia viral
 Nos pacientes já diagnosticados, a indicação dos exames de imagem no seguimento será determinada pelo quadro clínico, com as seguintes opções:
· Rx: pode ser indicado em pacientes acamados ou sem condições de realização da TC, principalmente quando houver piora clínica / suspeita de complicações.
· US: pode ser indicado em pacientes acamados ou sem condições de realização da TC, principalmente quando houver piora clínica / suspeita de complicações. 
· TC: pode ser realizada em pacientes com piora dos sintomas e/ou desenvolvimento de complicações.
 Por fim, lembramos que os achados tomográficos persistem por dias, até meses, após a melhora clínica, não devendo ser óbice a alta de pacientes clinicamente recuperados. Não há recomendação de exames de imagem seriados nem de realização de exames de imagem para definição de alta hospitalar ou controle em pacientes com boa evolução clínica. A TC do tórax pode ser realizada no controle evolutivo de pacientes que apresentarem deterioração do quadro clínico ou novos sintomas respiratórios após a resolução da doença.
 Reiteramos que esta é uma situação dinâmica e as recomendações podem mudar a qualquer momento.
 
(b) Homem, 44 anos, com quadro clínico sugestivo de covid-19 (febre, dor de garganta e tosse seca frequente). Esse paciente teve rt-pcr positiva para covid-19 no dia da realização da primeira tc (imagens à esquerda em cada quadro) e foi internado. Realizou-se uma tc de controle três dias depois (imagens à direita em cada quadro) devido à manutenção dos picos febris e da tosse seca. Quais alterações podem ser identificadas nas imagens?
Figura 01
Figura 1. Cortes axiais (em A a C) e reformatações coronais (em D) da TC de tórax de um homem de 44 anos com quadro clínico sugestivo de COVID-19 (febre, dor de garganta e tosse seca frequente), demonstrando o padrão mais frequentemente descrito: numerosas opacidades em vidro fosco, associadas a fino reticulado e espessamento de septos interlobulares (pavimentação em mosaico), multifocais bilaterais, envolvendo vários lobos pulmonares, com distribuição predominantemente periférica no parênquima, um pouco mais extensas nas regiões posteriores dos lobos inferiores. Esse paciente teve RT-PCR positiva para COVID-19 no dia da realização da primeira TC (imagens à esquerda em cada quadro) e foi internado. Realizou-se uma TC de controle três dias depois (imagens à direita em cada quadro) devido à manutenção dos picos febris e da tosse seca, que demonstrou aumento do número e da extensão das opacidades pulmonares.
(c) De acordo com guia do colégio brasileiro de radiologia e diagnóstico por imagem, achados radiográficos geralmente não aparecem na fase inicial da covid-19. Conforme a doença se desenvolve, é possível identificar alterações. Descreva as principais alterações que podem ser encontradas nos exames de imagem em pacientes acometidos pela covid-19.
Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, achados radiográficos são geralmente não aparecem na fase inicial da covid-19. Conforme a doença se desenvolve, é possível identificar alterações, como opacidade, lesões pulmonares e fibrose. Mas, por mais que já seja possível identificar alterações relacionadas à covid-19, isso ainda não foi quantificado. 
A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax não deve ser usada, isoladamente, para diagnóstico de COVID-19, nem tampouco deve ser realizada isoladamente para rastreamento da doença. 
Para se definir um diagnóstico de COVID-19 é preciso estar pautado nas informações clínico-epidemiológicas associado aos exames RT-PCR e/ou sorologia quando disponíveis e validados. O exame de TCAR pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, porém precisa ser cuidadosamente correlacionado com os dados clínicos e laboratoriais.
Os pacintes assintomáticos ou sintomáticos leves não se deve orientar a realização de qualquer exame de imagem.
Pacientes sintomáticos moderados que não tenham acesso a testes laboratoriais ou com PCR negativo, o papel da tomografia computadorizada ainda não está bem definido, porém poderá ser realizado conforme orientação clínica. Nos pacientes hospitalizados, sintomáticos, com quadro moderado ou grave, a tomografia computadorizada pode ser indicada, especialmente para avaliar suspeita de complicações como tromboembolia pulmonar, sobreposição de infecção bacteriana entre outros, além de auxiliar no descarte de outros diagnósticos diferenciais.
Quando indicada, o protocolo é uma tomografia de alta resolução (TCAR), preferencialmente com protocolo de baixa dose. O uso de meio de contraste endovenoso não está indicado, devendo ser reservado para situações específicas, após avaliação do médico radiologista.
Os achados de exames sistemáticos de TCAR para pacientes com suspeita de infecção por COVID-19 ou nos casos confirmados não influenciam desfechos. Até o momento, não há estudos que sustentem os achados tomográficos como preditores de evolução clínica.
A TCAR não deve ser usada como controle de tratamento, exceto em casos suspeitos de complicações, como mencionado acima. Ambos, PCR e tomografia computadorizada, não tem valor preditivo negativo suficientemente elevado para retirar pacientes suspeitos de isolamento. Sugere-se que os relatórios de exames de imagem, coloquem em sua conclusão se os achados são sugestivos de processo infeccioso ou não. Por fim, é recomendado que os relatórios de exames de imagem, em pacientes com suspeita de infecção pelo SARS-Cov-2, apresentem na sua conclusão uma das seguintes alternativas:
· Achados sugestivos de processo infeccioso de etiologia viral;
· Achados indeterminados para processo infeccioso de etiologia viral;
· Achados não habituais em processo infeccioso de etiologia viral.
(d) Como o profissional de radiologia deve proceder ao se deparar com anormalidadespulmonares identificadas em tomografias computadorizadas do abdômen durante a pandemia por sars-cov-2?
Os achados de lesões pulmonares na COVID-19 incluem opacidades em vidro fosco e consolidações periféricas, podendo ter aspecto nodular e predomínio basal. Derrames pleurais não são comumente vistos (1,2). Embora não sejam específicos, estes achados devem levar à suspeição de infecção por SARS-CoV-2 neste período de pandemia.
O radiologista sempre deve revisar as bases pulmonares ao analisar exames de tomografia computadorizada do abdômen. Se forem identificadas anormalidades pulmonares sugestivas de pneumonia, mesmo quando não há suspeita clínica da COVID-19, é responsabilidade do radiologista incluí-la no diagnóstico diferencial e comunicar sua suspeita ao médico assistente e, se necessário, consultar profissional especializado. O uso do termo “pneumonia viral” é recomendável nestes casos (3). Não recomendamos realização de um novo exame de tomografia computadorizada dedicada do tórax, a não ser quando este exame possa trazer impacto na conduta clínica ou se houver piora do quadro clínico; nestes casos, buscar realizar o exame com baixa dose de radiação.
Outros métodos de imagem não-torácicos (radiografias, tomografias, ressonâncias de pescoço, coluna e abdômen) podem demostrar alterações pulmonares, recomendando-se que se proceda de modo semelhante ao da TC de abdômen.
Um diagnóstico precoce é útil não apenas no atendimento ao paciente, mas também por permitir que os profissionais de saúde estejam preparados com equipamentos de proteção individual adequados.
CONCLUSÃO
A radiologia desempenha papel importante na pandemia do novo coronavírus, SARSCoV2, já que a tomografia computadorizada (TC) de tórax, juntamente com a radiografia de tórax e a ultrassonografia são ferramentas comprovadamente úteis para avaliar os efeitos da doença. Este trabalho visa demonstrar o quão se faz importante a utilização de exames radiológicos no auxílio do diagnóstico da COVID–19, bem como sua aplicação no desenvolvimento e tratamento da doença. 
A radiografia de tórax é geralmente o primeiro teste de imagem em pacientes com suspeita ou confirmação COVID-19 pela sua utilidade, disponibilidade e baixo custo, embora seja menos sensível que a TC, que por sua vez é de grande valor no diagnóstico e prognóstico de pacientes com suspeita de pneumonia por COVID-19. Já a ultrassonografia pulmonar é uma importante ferramenta para o diagnóstico e acompanhamento de acometimentos pulmonares, onde seu principal achado é a doença intersticial aguda. Sendo assim, os exames por imagem se tornaram uma importante ferramenta de auxílio nos casos de COVID-19, embora não sejam utilizados como diagnóstico devido seus achados serem semelhantes a outras infecções virais, a sua realização se fez de fundamental importância para a avaliação do acometimento das vias respiratórias, apontando assim a real situação do paciente.
Os exames por imagem se tornaram uma importante ferramenta de auxílio nos casos de COVID-19, embora não sejam utilizados como diagnóstico devido seus achados serem semelhantes a outras infecções virais, a sua realização se fez de fundamental importância para a avaliação do acometimento das vias respiratórias, apontando assim a real situação do paciente.
REFERÊNCIAS
A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES DE IMAGEM EM TEMPO DE PANDEMIA. Imex medical group. Disponível em: < https://www.imexmedicalgroup.com.br/blog/a-importancia-dos-exames-de-imagem-em-tempos-de-pandemia/ >. Acesso em: 15, agosto de 2022.
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Ministério da Saúde. Leitos de UTI da rede privada devem obedecer a fila única do SUS frente à pandemia, recomenda CNS. Brasília, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3eGHiL3 Acesso em: 11 ago. 2022
CURY, Roberto. O papel do diagnóstico. Sáude.abril, 2020. Disponível em: < https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/o-papel-do-diagnostico-por-imagem-no-combate-a-covid-19/ >. Acesso em: 14, agosto de 2022.
EXAMES DE IMAGEM TEM DESTAQUE NA COVID-19. Crd.med, 2021. Disponível em: < https://crd.med.br/saude/exames-de-imagem-tem-papel-de-destaque-na-covid-19/ >. Acesso em: 15, agosto de 2022.
FONTOURA, Hermes. O papel do diagnóstico por imagem na Covid-19. hrtgb.org. Disponível em: < https://www.hrtgb.org/noticias/893/o-papel-do-diagnostico-por-imagem-na-covid-19 >. Acesso em: 14, agosto de 2022.
GOUVEIA, Cristina Carvalho; CAMPOS, Luiz. Coronavirus Disease 2019: Clinical Review. Acta Med Port, v. 33, n. 7-8, jul.-ago. 2022 p. 505-511. Disponível em: https://doi.org/10.20344/amp.13957

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