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CARL ROGERS-TRABALHO ESCRITO-1

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MARAJÓ-BREVES FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS
DISCENTES:
JHENIFFER VEIGA NASCIMENTO
KAREN ARIANA FERREIRA DOS PRAZERES
RAILANE DE SA BARBOSA
YARA DA GAMA MACHADO
 CARL ROGERS: Vida e Obra 
Trabalho referente ao curso (Ciências Naturais-Licenciatura da UFPA – Universidade Federal do Pará para a disciplina: Psicologia da Educação
Prof.
Maria Neide Carneiro Ramos
BREVES
2022
Vida e Obra
Carl Rogers foi um psicólogo americano que deu origem a Terapia Centrada na Pessoa. Ele nasceu em 8 de janeiro de 1902, na cidade de Oak Park em Illinois e faleceu em 4 de fevereiro de 1987. Carl Rogers foi um dos mais eminentes psicólogos americanos de sua geração, tinha uma concepção pouco comum da natureza humana, a partir da qual elaborou uma psicoterapia original, que lhe proporcionou uma visão muito própria da educação. Uma contradição marca sua carreira: suas qualidades pessoais e sua competência em matéria de psicologia são amplamente reconhecidas e é citado por numerosos estudos como um dos psicólogos americanos dos mais influentes. Entretanto, seu procedimento terapêutico provocou muitas controvérsias. Seu método correspondia à ideia que ele tinha da natureza humana, considerando que cada pessoa possui a capacidade de se auto atualizar, que lhe permitiria resolver seus problemas. O terapeuta, segundo ele, mais do que agir como um especialista que compreende o problema e decide sobre a maneira de resolvê-lo, deve liberar o potencial que o paciente possui para resolver, por si mesmo, seus problemas. Rogers prefere utilizar a palavra “cliente”, em vez de paciente, pois ele acreditava que o termo paciente implicava que o indivíduo estava doente e procurava a cura de um terapeuta. Usando o termo cliente, Rogers enfatizou a importância do indivíduo em procurar ajuda, controlando seu destino, e superando as suas dificuldades, ou seja, o terapeuta apenas facilita o processo, em seu ideal de ensino o papel do professor se assemelha ao do terapeuta e o do aluno ao do cliente. Sendo assim, o papel do professor é facilitar o aprendizado, que o aluno conduz a seu modo.
Na Terapia Centrada na Pessoa (TCP), é colocado que toda pessoa possui uma tendência natural a atualização, sendo promovida de acordo com as suas relações. Trata-se do conceito de tendência atualizante segundo o qual "todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver as suas potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer sua conservação e seu enriquecimento." (ROGERS, 1977, p. 159). O caminho que leva a este desenvolvimento é indicado pela experiência organísmica deste indivíduo, pelas reações de um todo organizado que, segundo Rogers, são dignas de confiança. Essas reações, por sua vez, são inerentes a cada momento, de forma que ocorrem no fluxo do tempo e não, de forma estagnada. É como se o objetivo da tendência atualizante fosse a contínua superação dos estados atuais dos indivíduos em direção à atualização de suas potencialidades. A partir do entendimento do conceito de tendência atualizante, pode-se partir para a explicação da concepção de self desenvolvida por Rogers. Partiremos de sua teoria da personalidade, para falar como a noção de eu se forja no desenvolvimento infantil. Nos primeiros anos de vida, a realidade para os indivíduos se resume à sua experiência que é acompanhada por um processo avaliativo do mundo nos seguintes critérios: o que se percebe sensorialmente como algo agradável é atribuído um valor positivo e o que não é percebido como agradável, o contrário. Rogers chamou esse processo de "avaliação organísmica", quando o indivíduo guia a sua ação a partir de como experiência (vive, experimenta) o mundo no aqui e agora. Por ocasião da interação entre o indivíduo e o contexto em que vive, uma parcela desta experiência se desdobra em "experiência de si", fazendo com que este, então, crie uma "noção de eu", a partir da qual, também irá guiar suas ações. Mais uma vez, é importante ressaltar que esta experiência de si não quer dizer a experiência de algo essencial existente dentro do indivíduo. Todas as noções que este adquire fazem parte do seu mundo fenomenológico, de forma que "não se trata tanto do ‘eu', tal como existe em realidade, mas do ‘eu' tal como é percebido pelo indivíduo" (ROGERS, 1977, p. 43). Assim, o self rogeriano pode ser encarado como uma condição consciente e reflexiva de si, que possui e fornece significados com os quais a pessoa identifica-se e a partir dos quais percebe a realidade. Observa-se também que o conceito de self faz parte de uma estrutura mais abrangente representada pelo organismo.
 Talvez se compreenda melhor o pensamento de Rogers se levar em conta que ele nasceu em uma família do Meio Oeste americano, onde os valores rurais eram sobremaneira prezados. Alguns desses valores, que apontam a iniciativa como vetor da autonomia, fizeram nascer em Rogers a convicção de que o indivíduo agirá sempre para o seu próprio bem se ele não for obrigado a se conformar a alguma aprendizagem determinada pela sociedade. A experiência adquirida por Rogers no meio rural o convencera sobre o vigor e sobre o caráter inelutável do crescimento, ou da germinação, dos elementos naturais. No plano intelectual, sua formação foi dominada pelo empirismo de John Dewey e pelos princípios teológicos do liberalismo protestante defendidos, especialmente, por Paul Tillich que enfatizava a dimensão interior da experiência religiosa. Seu interesse pela natureza e pelo fenômeno do crescimento, jamais desmentido ao longo de sua existência, levou-o a realizar estudos de agronomia na Universidade de Wisconsin, onde permaneceu por vários anos antes de descobrir sua vocação religiosa. Em 1924, ingressa no seminário de teologia da “Union” (Union Theological Seminary), onde, após dois anos de estudos, percebe que lhe seria impossível atuar em um domínio no qual lhe seria exigida adesão a uma doutrina religiosa específica. Foi, então, que ele se agregou ao centro de formação pedagógica da Universidade de Colúmbia, onde foi fortemente influenciado pelos ensinamentos de William H. Kilpatrick nas áreas da educação e da filosofia da educação e onde descobriu as teses de John Dewey, que fazem da experiência a base da aprendizagem. Rogers torna-se especialista em psicologia clínica e, notadamente, em terapia infantil, profissão que exerceu durante doze anos na Rochester Child Guidance Clinic. Após ter praticado, num primeiro momento, métodos tradicionais, começou, já no final de sua permanência em Rochester, a recolocar em questão as práticas autoritárias que vigoravam em matéria de diagnóstico e de tratamento, adquirindo, pouco a pouco, a convicção de que seus clientes sabiam melhor do que ele o que era importante e que se poderia recorrer para definir sua evolução pós-terapêutica. Em 1940, Rogers trocou Rochester pela Universidade do Estado de Ohio. Toma consciência, então, que havia elaborado uma nova concepção da psicoterapia, que é apresentada no Counselling and Psychotherapy (1942). Desde sua instalação na universidade, ele atribuiu um espaço mais importante à experiência na sua prática de ensinar, solicitando aos estudantes que determinassem a orientação e o conteúdo dos cursos. Tornou-se membro da Universidade de Chicago em 1945 e, cada vez mais consciente da originalidade de sua concepção da terapia, publicou, em 1951, uma obra intitulada Client-Centered Therapy. No capítulo consagrado ao “ensino centrado no estudante”, estabeleceu um paralelo entre a evolução de sua concepção de ensino e suas ideias relativas à psicoterapia. Esta evolução o havia conduzido fortemente, a partir de uma posição de “nãodiretividade”, a privilegiar as atitudes em relação às técnicas. O primeiro princípio que ele enuncia neste capítulo é o seguinte: “Não podemos inculcar diretamente em outrem um saber ou uma conduta; o que podemos é facilitar sua aprendizagem”. Segundo ele, o papel do mestre deve ser o de criar uma atmosfera favorávelao processo de ensino, o de tornar os objetivos tão explícitos quanto possível e o de ser sempre um recurso para os alunos. Carl Rogers pensador humanista que introduziu na história da educação, a aprendizagem centrada na pessoa, sendo claramente citada por ele em duas obras fundamentais “Liberdade para aprender” (1973, 2ª Edição) e “Liberdade de aprender na nossa década” (1983, 1ª Edição), no intuito de mudar a concepção básica da educação, nas quais desenvolve as ideias sobre as formas mais adequadas para facilitar o processo de aprendizagem. 
 Carl Rogers expôs, em 1957, o essencial de suas ideias em matéria de psicoterapia em um artigo intitulado The Necessary and Sufficient Conditions of Therapeutic Personality Change e estendeu, em seguida, suas ideias para a educação. Entre as seis condições enunciadas, três são essenciais, chamadas de Tríade Rogeriana.
Tríade Rogeriana
Entre elas a primeira estipula que “[…] o terapeuta deve vivenciar bem sua relação com o paciente e nela estar perfeitamente integrado”. A noção de ‘congruência’ do terapeuta, isto é, o fato de ele ser verdadeiramente ele mesmo, o que denomina também sinceridade ou autenticidade do terapeuta, remete à consciência que ele pode ter do modo como vivencia a relação com o paciente, ou cliente, e de sua atitude em relação ao mesmo. Esta condição supõe que ele esteja disposto a discutir sobre sua experiência de vida se ela for um obstáculo para a realização das duas outras condições essenciais. 
A segunda condição é que “o terapeuta demonstre respeito incondicional em relação ao cliente”. Rogers torna claro que: “à medida que o terapeuta aceita com confiança e compreensão todas as facetas da experiência de seu cliente como elementos integrantes de sua personalidade, ele experimentará, a seu respeito, um sentimento de respeito incondicional”.
 A última das condições essenciais é que o “terapeuta deve demonstrar compreensão empática no tocante ao sistema interno de referências de seu cliente, isto é, uma compreensão em relação à pessoa e não em relação ao assunto, e esforçar-se por lhe comunicar este sentimento”. Conforme acentua Rogers: “Sentir o universo particular do cliente como se fosse o seu próprio universo sem, porém, jamais esquecer a restrição implicada no ´como se´, e isto é a empatia, e ela parece indispensável à terapia”. Convém sublinhar que, para Rogers, estas condições são ao mesmo tempo necessárias e suficientes, e aquilo que não é necessário deveria ser anotado.
 Além das condições citadas acima, nada mais importa verdadeiramente aos seus olhos. O terapeuta não tem que compreender a personalidade nem os problemas de seu cliente além daquilo que deve guiá-lo na busca da solução dos seus problemas. Basta que ele seja sincero e aceite o cliente sem reservas, demonstrando compreensão e sensibilidade em relação a ele. No artigo Significant Learning in Therapy and in Education (Aprendizagem Significativa na Terapia e na Educação) de 1959, Rogers apontou um conjunto de condições aplicáveis à educação, análogas às que havia enunciado para a psicoterapia, que apresentou da seguinte forma: não pode ocorrer verdadeira aprendizagem a não ser à medida que o aluno trabalhe sobre problemas que são reais para ele; tal aprendizagem não pode ser facilitada se quem ensina não for autêntico e sincero. Por fim, ele diz: O professor que for capaz de acolher e de aceitar os alunos com calor, de testemunhar-lhes uma estima sem reserva, e de partilhar com compreensão e sinceridade os sentimentos de temor, de expectativa e de desânimo que eles experimentam quando de seu primeiro contato com os novos materiais, este professor contribuirá amplamente para criar as condições de uma aprendizagem autêntica e verdadeira. Depois de 12 anos na Universidade de Chicago, Rogers retornou à Universidade de Wisconsin, que ele havia deixado em 1963, despedindo-se definitivamente do ensino superior. Trabalhou em seguida, até a sua morte, em 1987, em institutos privados: primeiro no Western Sciences Behavioral Institute e, depois, no Center for the Studies of the Person. Foi no decorrer deste período que Carl Rogers introduziu na história da educação, a aprendizagem centrada na pessoa, sendo claramente citada por ele em duas obras fundamentais “Liberdade para aprender” (1973, 2ª Edição) e “Liberdade de aprender na nossa década” (1983, 1ª Edição), no intuito de mudar a concepção básica da educação, nas quais desenvolve as ideias sobre as formas mais adequadas para facilitar o processo de aprendizagem. 
Aprendizagem Significativa
Para Carl Rogers a aprendizagem significante é aquela que é governada por uma série de princípios de aprendizagem, não por uma teoria, pois segundo ele as teorias parecem tratar os seres humanos de maneira mais fria e mais distante, considerando as pessoas como seres finalizados, como seres que podem ser explicados, quando na realidade não é bem assim, porque as pessoas estão em constante mudanças. Dessa forma, Carl Rogers vê a facilitação da aprendizagem como objetivo maior da Educação, ao invés de apresentar uma Teoria de Aprendizagem Rogers propõe uma série de princípios de aprendizagem extrapolados de princípios da terapia centrada no cliente.
Segundo Carl Rogers, todos os seres humanos têm uma potencialidade natural para aprender e que a aprendizagem é significante quando representa um significado para o aluno, quando é uma aprendizagem penetrante que não vai se limitar apenas a simples unificação de coisas e aumento de conhecimentos. Para ele a ação de aprender é peculiar a cada indivíduo e que a aprendizagem significante ocorre quando a matéria de ensino é percebida pelo aluno como relevante para seus próprios objetivos e essa aprendizagem é apreendida e assimilada melhor quando a insatisfação do eu é reduzida ao mínimo. A maior parte da aprendizagem significante é adquirida através de atos e é facilitada quando o aluno participa responsavelmente do processo de aprendizagem.
O docente ele vai disponibilizar os recursos necessários para o desenvolvimento do conhecimento do aluno e o aluno terá autonomia de explorar detalhadamente e livremente o conteúdo. Rogers fala que a independência, a autoconfiança e a criatividade são facilitadas quando a autocrítica e autoavaliação são básicas e a avaliação feita por outros é de importância secundária. Assim, de acordo com o modelo proposto por Rogers, é importante que o professor tente encontrar o fio condutor que orienta o aluno, ou seja, ir ao encontro do que o aluno tenta compreender e, dessa maneira, reformule conhecimentos e o método de os ensinar. O objetivo principal deste modelo é o de que o aluno possa abandonar a passividade e que tenha um papel ativo, de intervenção no seu próprio processo de aprendizagem, o que significa que a aprendizagem deixa de estar centrada no professor, para passar a estar centrada no aluno e as atitudes que caracterizam o facilitador da aprendizagem são autenticidade, a aceitação, a confiança e compreensão empática. 
Para Carl Rogers a aprendizagem ela é contínua e inovadora. Sendo assim, o professor deve se opor ao conservadorismo e abrir-se para o mundo e suas tecnologias, como forma de auxiliar nesse processo de ensino e aprendizagem. Assim, o objetivo do sistema educacional desde os primeiros anos até a pós-graduação deve ser a facilitação na mudança e aprendizagem devido à dinamicidade social na produção de conhecimento. Dessa forma, quando a aprendizagem ela é significativa o aluno ele consegue colocar em prática os conhecimentos e também pode abordar o mesmo tema em situações diferentes, de uma forma reflexiva, com a finalidade de desconstruir os padrões tradicionais de educação que ainda estão enraizados e presentes dentro da sala de aula. Devido à evolução constante do contexto no qual vivemos, nós somos, ele escreveu:
 "[…] confrontados, no domínio da educação, com uma situação totalmente inédita na qual, se queremos sobreviver, o objetivo da educação deve ser o de facilitar o progresso e aprendizagem. Apenas poderá ser considerado educadoquem aprendeu a evoluir e a adaptar-se, quem tomou consciência de que nenhum saber é definitivamente adquirido e que somente o processo de formação permanente pode servir de fundamento para o sentimento de segurança. A capacidade de evolução, que passa pela prioridade concedida ao processo em relação ao saber estático, é o único objetivo razoável que se possa indicar para a educação no mundo moderno" (p. 104).
Aprendizagem significativa, segundo as teorias de Carl Rogers, é aquela que vai provocar uma transformação no comportamento do indivíduo, seja nas ações, no comportamento, na orientação nas ações de escolhas e principalmente na personalidade, é uma aprendizagem penetrante que não vai se limitar apenas a um aumento de conhecimentos, mas vai além disso. A aprendizagem que envolve a auto-iniciativa por parte do aluno e a pessoa na sua totalidade, ou seja, dimensões afetiva e intelectual, torna-se mais duradoura e sólida.
Então, Carl Rogers ele teve essa visão ampla sobre o papel do professor como facilitador que vai conduzir a aprendizagem, propondo aspectos como a empatia, autenticidade, congruência e aceitação como fatores fundamentais para conseguir gerir a realidade que existe dentro da sala de aula e essa aprendizagem vai ocorrer a partir das situações problemas as quais os alunos estão sendo atravessados, dessa forma, poderão se motivar a superá-la e o professor vai ter papel importante neste processo, pois ele vai demonstrar apoio e confiança, podendo motivar esses indivíduos a superar seus obstáculos. Sendo assim, possibilitando a mudança no seu comportamento tanto na aceitação quanto de responsabilidade. Assim sendo, o modelo proposto por Rogers, os princípios e as atitudes que foram explicados, permitem não só o desenvolvimento intelectual do aluno, como também o seu crescimento enquanto pessoa total, promovendo a aprendizagem significativa e a interiorização do processo de aprender.
Abordagem centrada na pessoa à educação
[...] a pedagogia rogeriana reside no fato de considerar que os alunos aprendem melhor, são mais assíduos, interessados, motivados e participativos, são mais criativos e capazes de resolver problemas, se os professores lhe proporcionarem um clima humano, quer sob o ponto de vista relacional, quer afetivo, e um ambiente de confiança, facilitador da aprendizagem.
De acordo com Carl Rogers, todos os princípios da terapia centrada na pessoa são válidos para a educação, ou seja, a educação deve despertar as forças positivas e crescimento que existem em todo ser humano para tal é fundamental considerar a qualidade da relação professor aluno. Todos os seres humanos na visão de Rogers têm uma tendência natural para o crescimento em direções saudáveis, ele considera que é papel do terapeuta, assim como do professor oferecer as melhores condições possíveis para que as pessoas busquem sua própria realização, nesse processo três elementos são essenciais. A chamada tríade rogeriana base tanto da terapia quanto da educação centradas na pessoa.
Aceitação positiva incondicional aceitar as pessoas como elas são, empatia que a capacidade de conseguir colocar-se no lugar do outro e a congruência quer dizer ser autêntico não fingir e nem levar as pessoas a fingir.
A empatia que é a capacidade de se colocar no lugar do outro permite ao professor compreender o mundo interno do estudante, seus sentimentos, desejos e aflições; também permite que o professor comunique ao estudante que ele é compreendido.
Aceitação positiva incondicional é a capacidade de aceitar um estudante com todas as suas características, inclusive, aquelas que precisam ser trabalhadas, aceitar o aluno sem reservas, sem preconceitos de qualquer espécie entendendo o ser humano como alguém que está sempre em processo nunca acabado, essa deve ser a postura do professor.
Congruência é aceitar e compreender a si mesmo, ou seja, ser o que é, não fingir e não levar o outro a fingir e isso não significa que se deve agir como bem entende de forma grosseira e egoísta pois isso seria a falta de empatia.
Aprendizagem centrada no aluno
“O aluno deve ser ativo, não passivo. Ela ou ele tem que aprender a interpretar, a negociar significados; tem que aprender a ser crítica (o) e aceitar a crítica. 
Receber acriticamente a narrativa do “bom professor” não leva a uma aprendizagem significativa crítica, a uma aprendizagem relevante, de longa duração; não leva ao aprender a aprender”. (ROGERS, 1969 apud MOREIRA, 
2010. p. 4). 
Para Carl Roger, no acompanhamento centrado no aluno, quando o aluno se torna o centro do processo ele também se torna mais ativo, ele passa a ser sujeito, ele mesmo tem que trabalhar no seu processo de aprendizagem pois existe conteúdo e conhecimento, conteúdo é o que o professor repassa ao aluno na sala de aula, mas isso não é o suficiente para que o aluno obtenha conhecimento, o conhecimento é a transformação desse conteúdo em algo com significado que ele saiba o que fazer com esse conteúdo. Dessa forma, ele também se torna construtor da sua aprendizagem. Nesse processo o aluno se torna o cultivador do conhecimento tendo o professor como mediador facilitador do acesso à informação. Portanto se define esse processo de ensino em um meio para aprender a interpretar, ser crítico e receber crítica agindo de forma ativa.
“Se os professores aceitam os alunos como eles são, permitem que expressem seus sentimentos e atitudes sem condenação ou julgamentos, planejam atividades de aprendizagem com eles e não para eles, criam uma atmosfera de sala de aula relativamente livre de tensões e pressões emocionais, as consequências que se seguem são diferentes daquelas observadas em situações onde essas condições não existem. As consequências, de acordo com as evidências atuais, parecem ser na direção de objetivos democráticos.” (ROGERS, apud GOBBI et al., 1998: 27).
O papel do professor também muda, o professor se torna o facilitador/mediador. Para Carl Rogers o docente apenas disponibilizará os recursos necessários para o desenvolvimento do conhecimento do aluno no sentido literal de facilitar o acesso ao material e o aluno ganhará autonomia para administrar livremente o conteúdo. 
O facilitador da aprendizagem deverá ser um apoio para o educando na busca de novos conhecimentos, esses saberes serão alcançados pela autoiniciativa do aluno, que buscará conhecimento conforme seu interesse, de forma a preencher seus anseios e necessidades de forma significativa. Neste caminhar, junto com o aluno, o professor se descobrirá como facilitador. Seu relacionamento honesto, franco e autêntico com os discentes proporcionará um ambiente, na sala de aula, com liberdade que promoverá atitudes de cooperação e levantamento de hipóteses para a solução de diversos problemas reais dos alunos. É de extrema importância que o facilitador desafie o educando a explorar o que ainda não conhece. Este ato não deve ser confundido com o de motivá-lo, pois na óptica rogeriana, o desenvolvimento global das potencialidades pessoais acontece naturalmente pela evolução humana, sendo assim os alunos já estão abertos a novos conhecimentos por, por isso o facilitador deve despertar a curiosidade natural do aluno, levando-o a buscar novas oportunidades para ampliação de sua capacidade intelectual. Da mesma forma, promoverá um clima facilitador de relações entre os alunos, onde permeie a espontaneidade na sala de aula. Para este fim, os alunos não serão reprimidos por seus erros. Este atendimento educacional permite maior aproximação, comunicação e integração entre os alunos e professor/aluno, cativando-os a ponto de que proporcione um clima favorável à participação e cooperação livre de todos. 
Além disso, para Rogers, ensinar é importante, mas mais importante ainda é criar as condições para favorecer a aprendizagem. Um professor na perspectiva rogeriana deve criar o ambiente que seja convidativo a aprendizagem ao invés de se preocupar apenas em ministrar conteúdo.
Objetivos na abordagem centrada no aluno
Alcançar o engajamento dos alunos é necessário, eo professor consegue o engajamento dos alunos propondo a eles atividades que sejam interessantes, atividades que sejam reflexivas, inquisidoras e desafiadoras e para isso é preciso envolver o estudante propondo desafios nas atividades, permitir que esses alunos tomem decisões ao desenvolver essas tarefas que o professor planeja, é preciso permitir que eles explorem coisas novas, é preciso ver o erro como parte da aprendizagem na aprendizagem, não tratando o erro como algo a ser punido e sim algo a ser analisado.
Ao final desse processo se espera que seja possível produzir um aprendizagem mais profunda e essa aprendizagem mais profunda passa por construir conhecimentos, desenvolver competências, não só as competências técnicas como os competências sócios emocionais e então o docente prepara o aluno para que ele consiga se sair bem na vida acadêmica, na vida profissional e na vida pessoal.
Crítica ao Sistema Educacional
Em relação a crítica ao sistema educacional, na visão de Carl Rogers, ao pensar no processo de aprendizagem é necessário ver o indivíduo como um todo. É necessário que sejam levados em conta outros fatores além dos racionais. Uma avaliação em uma prova ou teste pouco avaliam a capacidade emocional do aluno, pois muitas vezes o motivo de um aluno ir mal em avaliação, pode ser que ele esteja com problemas emocionais. As escolas atualmente valorizam primordialmente a educação racional e pouco consideram fatores emocionais. E esse modelo permanece o mesmo há muito tempo, onde os professores assumem mais o papel de detentores do conhecimento, do que de facilitadores do aprendizado. E pra Rogers isso é algo negativo, já que vivemos em um mundo repleto de mudanças no qual o lado emocional é muito afetado, esse sistema não é o mais eficiente. Pois em um mundo tão dinâmico as habilidades de socialização, de inteligência emocional e resolução de problemas são muito importantes. Mas essas habilidades são pouco exploradas em sala de aula. São poucos os professores que mostram exemplos práticos e tentam aproximar os conteúdos a realidade do aluno. E se os alunos não entendem por que estão estudando determinada coisa, ele não se interessa, e não possui curiosidade para ir a fundo naquele assunto e acaba deixando de passar pelo processo de aprendizagem significativa. Para Rogers ensinar é importante, mas, mais importante é criar condições para favorecer a aprendizagem. O professor na perspectiva Rogeriana deve criar um ambiente que seja convidativo à aprendizagem, ao invés de se preocupar apenas em ministrar conteúdos.
Em uma conversa em 1984 Rogers diz que os professores deveriam ter essa abordagem desde o 1° grau, onde os estudantes tivessem as responsabilidades de escolher o que quisessem fazer e aceitassem as consequências disso, entre limites seguros, onde a maior responsabilidade dos professores seria prover um monte de recursos, livros, material de desenho, recursos de pessoas também, etc. Se isso fosse seguindo por todos os graus, os professores teriam alunos responsáveis que estariam estimulados a aprender, pessoas que tomariam passos perigosos e interessantes que são muito importantes para eles, e os levariam a novos caminhos na aprendizagem. Ele diz que é difícil para um professor entrar na sala de aula tentando revolucionar a situação toda. Ele relata que conheceu pessoas que perderam seus empregos por isso. Mas o principal seria, a criação do clima psicológico, então facilitando o processo que se seguirá. Uma coisa que dá suporte à característica revolucionária dessa abordagem é quando um professor em um colégio cria o tipo de sala de aula com uma abordagem diferenciada ele acaba se tornando uma ameaça aos professores irracionais desta escola e eles podem infernizar a vida desse professor, porque os estudantes vão para a próxima aula e dizem: “Por que esta aula não pode ser como a outra que tivemos de matemática? A outra foi excitante e muito alegre, nós podíamos falar, nós podíamos pensar”. Então o professor percebe que está sendo comparado desfavoravelmente com o professor que usa o Ensino Centrado na Pessoa e isso ás vezes afeta o professor da escola. “Eu lembro de um professor que um ano foi o melhor professor da escola e no ano seguinte foi afastado dela, pelo fato de que era uma ameaça”.
Educação Democrática
Na Educação Democrática Rogers fala que a educação deve ser responsabilidade do próprio estudante, por isso ela deve ser centrada nele, deve procurar liberar a sua capacidade de gerir a própria aprendizagem de fazer escolhas. Para Carl Rogers “De todas as instituições da nossa cultura, educação é provavelmente a mais autoritária e presumivelmente estamos criando cidadãos para viver na democracia. É um absurdo porque eles não têm chance de funcionar democraticamente em uma escola tradicional, não fazem escolhas, não tomam decisões, não agem com responsabilidades, eles têm que fazer o que é mandado e não o que eles estão mais interessados. Este é um ambiente muito rígido, autoritário e herético e ainda é o que o governo e líderes de nossa atualidade estão aplicando, mas é como eu digo, acho que isso volta à fundamental falta de crença no modo de vida democrático”. A escola na visão de Rogers, deve dar assistência para que os alunos se tornem pessoas independentes, responsáveis, autodeterminadas, que tenham discernimento e que saibam buscar o próprio crescimento.
REFERÊNCIAS:
https://iptc.net.br/carl-rogers/
https://www.vittude.com/blog/abordagem-de-carl-rogers-conheca-a-terapia-centrada-na-pessoa/amp/
https://revistas.cesmac.edu.br/index.php/psicologia/article/view/770
https://youtu.be/KiO-WhwVws0
MOREIRA, M. A. Abandono da narrativa, ensino centrado no aluno e aprender a
aprender criticamente. Porto Alegre: Instituto de Física, UFRGS, 2010. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/~moreira/Abandonoport.pdf> Acesso em: 01 mai. 2018.
GOBBI, S. L.; MISSEL, S. T. (Org.). Abordagem centrada na pessoa: vocabulário e noções
básicas. Editora Universitária UNISUL, 1998.
http://www.dominiopublico.gov.br/

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