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1 PENSÃO ALIMENTÍCIA: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA DO CONFLITO Iglesias Fernanda de Azevedo Rabelo1 Maria das Dores Saraiva de Loreto2 Gilberto Venâncio Luiz3 RESUMO O presente artigo tem por objetivo discutir a adequação da teoria do conflito para o estudo de problemas relativos ao pagamento de pensão alimentícia devida aos filhos menores, após a ruptura da sociedade conjugal. Para tanto, pesquisou-se acerca do casamento, da separação, do divórcio e da pensão alimentícia, bem como sobre uma conceituação, caracterização e aplicabilidade da teoria do conflito nestes casos. Discutem-se, também, as limitações da teoria para o estudo das relações travadas no casamento, na separação, no divórcio e no pagamento de pensão familiares. Entende-se, por fim, pela pertinência dessa abordagem teórica para o estudo dos conflitos familiares decorrentes do pagamento de pensão alimentícia para os filhos menores e pela viabilidade de pesquisas sob essa orientação teórica. PALAVRAS-CHAVE: Casamento. Pensão alimentícia. Teoria do conflito. 1 INTRODUÇÃO Segundo dados do IBGE, divulgados em 2006, o número de separações judiciais e divórcios aumentam gradativamente. De 1993 a 2003, o volume de separações subiu de 87.885 para 103.529 e o de divórcios de 94.896 para 138.676, ou seja, 17,8% e 44%, respectivamente. Um dado relevante é que, em sua grande maioria, a responsabilidade da guarda dos filhos menores era das mães, com 91,4%, tanto nas separações quanto nos divórcios; somente, em 3,5% das separações e 4,2% dos divórcios, ambos os pais eram responsáveis pela guarda de filhos menores. Na medida em que os filhos menores ficam sob a guarda da mãe, surge a obrigação do pai de contribuir para o sustento dos mesmos. Assim, na separação e/ou divórcio fica estipulado que o pai deverá pagar aos filhos menores uma determinada quantia a título de pensão alimentícia. Pesquisas apontam que a relação conflituosa entre o casal não cessa após o rompimento da sociedade conjugal, principalmente, em decorrência da obrigação de um dos cônjuges quanto ao 1 Graduada em Direito; Advogada; Mestra em Economia Doméstica; Universidade Federal de Viçosa; iglesiasadv@gmail.com. 2 Pós-doctor em Família e Meio Ambiente; Professora Associada do DED/UFV; mdora@ufv.br. 3 Graduado em Administração de Empresas, Mestre em Economia Doméstica e professor da Faculdade Viçosa-MG, gilbertovluiz@gmail.com. 2 pagamento da pensão alimentícia aos filhos, que ficam sob a guarda do outro genitor. Gianella (1998) apresenta um trabalho realizado ao longo de 15 anos, onde foram estudadas sessenta famílias divorciadas, que tinham filhos de dois a dezoito anos no momento da separação. Destaca-se que a resolução da crise do divórcio em relação aos filhos está estreitamente ligada à capacidade dos pais para conseguir acordos, estando esta capacidade relacionada com a abdicação dos alimentos, que constitui o aspecto mais delicado e conflituoso dos referidos acordos. Nessa linha, a pensão alimentícia também é apontada como uma fonte de conflitos na família, após a separação do casal. Tanto o alimentante quanto o genitor guardião não se sentem satisfeitos com o valor pago a título de pensão alimentícia. O devedor considera que está pagando muito, enquanto o outro considera que o valor pago não é suficiente. Dessa forma, pressupõe-se a adequação do uso da teoria do conflito para explicar as relações que desencadeiam a separação e, ou, o divórcio, bem como as relações firmadas entre o casal em decorrência da obrigação do pagamento de pensão alimentícia aos filhos menores pelo cônjuge desprovido da guarda direta dos mesmos. Para melhor compreensão do assunto, abordar-se-á brevemente a questão da separação e do divórcio, bem como, a pensão alimentícia. Em seguida, será apresentada a teoria do conflito, sua pertinência para explicar o conflito nas relações entre os cônjuges, que culmina na separação e, ou, divórcio, seguido de manutenção do mesmo com o vínculo do pagamento de pensão alimentícia aos filhos; bem como as limitações daquela teoria para compreensão desta questão. 1 REVISÃO DE LITERATURA É entendimento sedimentado que uma das formas clássicas para se constituir família é o casamento. Logicamente, não é, atualmente, a única forma de vida familiar. Inclusive, cabe relembrar que, como fato cultural, a família precedeu o casamento. No entanto, dentre os institutos do direito de família, o casamento é o primeiro na ordem cronológica, pela sua importância, abrangência e pelos seus efeitos. Existem várias definições para o casamento, que nem sempre se restringem a conceituá-lo, mas manifestam concepções originais ou tendências filosóficas. Segundo Pereira (2004:24) “O casamento é a união de duas pessoas de sexo diferente, realizando uma integração fisopsíquica permanente”. 3 Nos termos do art.1.565 do Código Civil de 2002, “pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família”. Assegura também, que o planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas. E, em seu art. 1566, o referido Código estipula os deveres dos cônjuges. Dentre eles, encontra-se o dever de sustento, guarda e educação dos filhos (BRASIL, 2005). Com o rompimento da sociedade conjugal, seja pela separação ou pelo divórcio, havendo filhos menores, o instituto da guarda será regulamentado, uma vez que os pais têm o direito de terem os filhos em sua companhia. O Código Civil de 2002 dispõe que, no caso de dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal pela separação judicial, por mútuo consentimento ou pelo divórcio direto consensual, observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos ou não havendo o acordo, o juiz decidirá a quem deve ser atribuída a referida guarda. O art. 1632 do Código Civil de 2002 assegura que “a separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos”. Dessa forma, permanece a obrigação alimentar daquele que não mais detém os filhos em sua companhia permanente, já que o divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos. Na medida em que ocorre a separação e, ou, divórcio, havendo filhos menores, em regra, é fixado em sentença o valor a ser pago a título de alimentos. O Código Civil de 2002 assegura em seu art. 1703 que “para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos”. A prestação alimentícia visa suprir as carências que impedem a geração de recursos próprios com fundamento num princípio de solidariedade familiar ou parental que deve dominar entre as pessoas. No tocante ao direito dos filhos de receber os alimentos, Cahali (1987:15) assegura que “a sua incapacidade ingênita de produzir meios necessários à sua manutenção faz com que se lhe reconheça, por um princípio natural jamais questionado, o superior direito de ser nutrido pelos responsáveis por sua geração”. Trata-se de um tema do direito de família que impõe maior atenção e eficiência do Estado, na medida em que se refere à própria subsistência do indivíduo. Esse instituto, no entanto, embora protegido por uma legislação bastante segura e amparadora do Direito, nem sempre alcança, na prática, seus objetivos de atender o necessitado (RIZZARDO, 2005). Tanto que, diante de tantos 4 problemas, o legislador previu a prisão para o genitor inadimplente, no art.5º, inc LXVII da CR/88: “Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário einescusável de obrigação alimentar e a do depositário infiel”. A realidade forense mostra a questão financeira é, em regra, usada como uma arma, principalmente pela parte que não aceita a separação. O conflito é constatado na grande quantidade de processos movidos pelos filhos representados pelos guardiões ou pelo alimentante para se discutir a questão da pensão alimentícia. Uma situação conflituosa surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas antagônicas. Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbam a ação ou a tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos. Trata-se de um fenômeno subjetivo, muitas vezes inconsciente ou de difícil percepção. As situações de conflito podem ser resultado da concorrência de respostas incompatíveis, ou seja, um choque de motivos, ou informações desencontradas. Sprey (1971) vê esta forma de conflito estrutural tão endêmica, uma vez que questões envolvendo autonomia individual e a competição entre privacidade e união não pode ser solucionada senão com o fim do relacionamento. Uma das implicações da “perspectiva estruturalista sobre conflito”4 é que, como o conflito é endêmico no grupo, a única alternativa é “administrá-lo”, de tal forma que ele não atinja níveis danosos ou reduza o grupo a indivíduos totalmente separados. White e Klein (2002) consideram que os fundamentos dos conflitos partem de alguns pressupostos, quais sejam: a) que os homens são motivados principalmente pelo interesse próprio, ou seja, os interesses próprios dos indivíduos são enraizados no desejo de sobrevivência e perseverança; b) que o conflito é endêmico nos grupos sociais, ou seja, as pessoas que se juntam para alcançar um objetivo de interesse comum (como ter filhos) e, ainda assim, têm conflitos por causa de desacordos em outras questões e das oposições estruturais entre autonomia e cooperação; c) que o conflito é inevitável entre os grupos sociais, onde a hipótese é de que tanto grupos quanto indivíduos têm que competir pelos recursos escassos e, realmente, a escassez de recursos é a condição necessária para o conflito; d) que o estado normal da sociedade é estar em conflito e não em harmonia, na medida em que a harmonia conquistada não é um estado natural. Farrington e Chertok (1993) acrescentam que a suposição fundamental é que o conflito é um elemento básico da vida social humana, uma vez que a razão básica para que o conflito aconteça é 4 Estruturalismo é uma compreensão da sociedade derivada da física, onde os conflitos surgem pelo desequilíbrio das relações de forças e de poder entre casais ou grupos (LÉVI-STRAUSS et al., 1967). 5 que os indivíduos sejam motivados para agir conforme os seus próprios interesses. Pessoas procuram necessidades, valores, metas e recursos que elas definem como importantes e desejáveis. Neste sentido, duas possibilidades podem conduzir a uma situação conflitante: indivíduos diferentes ou grupos podem querer coisas diferentes, como, por exemplo, crianças e pais podem discutir sobre o uso da televisão; além disso, diferentes indivíduos ou grupos podem desejar a mesma coisa, mas há uma provisão limitada do bem ou serviço. Neste contexto, o “poder” dentro de uma perspectiva de conflito familiar é uma grande fonte de conflitos, pois os diferentes membros familiares podem procurar seus interesses particulares e, a partir daí, exercerem uma estrutura de poder que obscurece ou minimiza a expressão do conflito. Outro ponto, destacado por Farrington e Chertok (1993), é a estratificação, definida como distribuição ou retenção dos recursos de um modo desigual, que organiza e justifica comportamentos, criando e perpetuando desigualdades estruturais e provendo estruturas de oportunidades diferenciadas entre os membros. Para um conflito, numa perspectiva estruturalista, os fundamentos não se resumem na escassez de recursos, mas em outras situações, como as relações de poder onde se manifestam os interesses particulares; a procura por autonomia individual; a competição entre privacidade e união, que representam oposições estruturais e, portanto, divergências de interesses; e a estratificação, que diz respeito à distribuição ou à retenção dos recursos de maneira desigual. A ausência de negociação e de diálogo (o que afasta a possibilidade de consenso) faz com que o casal não consiga administrar o conflito instaurado. As causas para que se perca o controle quanto à administração do conflito são as mais variadas possíveis. O comportamento humano é complexo e essa complexidade impede que se apure de onde partiu o fato definidor da ruptura. Se é que esse fato existe. Em regra, o ambiente que se impera após a dissolução das sociedades conjugais não é considerado o melhor para se estabelecer uma convivência normal. Rolf Madaleno (2000:45) ilustra esse ambiente após a ruptura do enlace matrimonial: “E, por seu turno, quando se vai ao encalço inverso, o da dissolução da parceria conjugal, porque paixões e projetos de outrora perderam o seu encanto e a sua primitiva motivação, cedendo espaço para a caça do suposto culpado pela separação, num frustrado cenário de ruptura”. Especialmente, no tocante à obrigação alimentar, o conflito apresenta-se tão incontrolável que houve a necessidade do legislador estabelecer a prisão do genitor inadimplente com a sua obrigação, conforme se extrai da lei 5.478 de 25 de julho de 1968. 6 Segundo White e Klein (2002), a insuficiência de recursos recurso pode conduzir para estado de conflito ao grau que as normas internas à família se tornam mais competitivas do que cooperativas. 2 METODOLOGIA Primeiramente, procurou-se examinar decisões judiciais que permitiram a visualização da realidade vivenciada no Judiciário; identificando, assim, o problema relativo ao não pagamento de pensões alimentícias fixadas em processos judiciais. Além disso, visando ter uma base de estudos que fundamentasse toda a argumentação necessária para verificar a viabilidade de utilização da teoria do conflito na explicação das relações que desencadeiam a separação e, ou, o divórcio e que levam à obrigação do pagamento de pensão alimentícia, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em obras sobre o direito de família, bem como obras sobre a teoria do conflito. Concomitantemente, realizou-se uma pesquisa legislativa para conhecimento das leis aplicáveis ao tema. Uma vez obtidas as informações necessárias e realizado o processo intelectivo de depuração, passou-se ao trabalho de demonstração da relevância do problema e a pertinência, ou não, da hipótese. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A utilização da teoria para o estudo das questões familiares ainda enfrenta problemas, na medida em que os teoristas não chegaram num consenso quanto à definição exata do conflito nas relações familiares, ou seja, se trata somente da questão referente à divisão de recursos ou envolve também outras questões. Além disso, outra limitação para essa abordagem relaciona-se à raridade de pesquisas brasileiras que utilizam a Teoria do Conflito. Uma teoria desenvolvida e aplicável à família norte americana pode não retratar a realidade brasileira. E, pela natureza das relações familiares e a intensidade dos sentimentos que envolvem estas mesmas relações no nosso país, a abordagem da teoria do conflito, por exemplo, apenas sob o aspecto dos recursos não explica os conflitos que aí se instauram. Dessa forma, considera-se que a abordagem do conflito como estrutural pode melhor adequar aos conflitos nas famílias brasileiras. 7 Com relação ao estado presente e futuro da teoria do conflito, Farrington e Chertok (1993) levantam a seguinte questão: a teoria do conflito teve um ponto alto, isto é, um apogeu? Segundo os referidos autores, a teoria do conflito só foi empregada por uma minoria pequena de teoristasfamiliares e investigadores. Teoristas contemporâneos não vêem a aproximação do conflito social como tendo muito impacto na família, além de não existir um unificador da teoria do conflito social coerente com a família. Ao invés, houve uma “armação” conceitual com bastantes adeptos (FARRINGTON E CHERTOK, 1993). Entretanto, na medida em que se constata que um pai ou uma mãe pode deixar de prover o sustento de um filho, ao qual está unido pelo laço natural, com o dever inato de cuidar e proteger, efetiva-se um dos pressupostos da teoria do conflito, em que os homens são motivados principalmente pelo interesse próprio. Noutro ponto, a situação que leva ao casamento e, posteriormente, à separação ou ao divórcio demonstra que o conflito é endêmico nos grupos sociais, logo, no contexto familiar. A díade que se instaura com a relação conjugal coloca dois interesses nem sempre convergentes numa situação que requer negociação constante. Mesmo quando se almeja um objetivo de interesse comum, como ter filhos, o conflito persiste em decorrência de desacordos em outras questões e das oposições estruturais entre autonomia e cooperação. Conforme relatado anteriormente, o conflito é inevitável entre os grupos sociais, tornando-se evidente na medida em que ocorre escassez de recursos, no contexto da ruptura da sociedade conjugal, onde geralmente se dá uma redução no nível sócio-econômico do casal. Efetivamente, a realidade mostra que o conflito é inevitável. Acrescenta-se a isso o fato de que a escassez de recursos vem associada a outras questões, especialmente de natureza sentimental, o que reforça a incapacidade do casal de se administrar o conflito. No núcleo do tratamento sobre conflitos Hobbes, Marx e Engels afirmaram que há uma hipótese básica sobre escassez de recursos como fator gerador de conflito. Mais tarde, as idéias de recurso e poder foram identificadas como os fundamentos dos conflitos (WHITE e KLEIN, 2002). Apesar de alguns estudiosos do conflito compreenderem a “escassez de recursos” como a chave para o entendimento do conflito, outros acreditam que o conflito possui também uma dimensão estrutural. Georg Simmel, apud White e Klein (2002), viu o conflito como sendo embutido na estrutura dos grupos, enquanto Sprey (1971) apresentou uma perspectiva mais concreta sobre a característica 8 estrutural do conflito, considerando-o como um confronto perpétuo entre a procura por autonomia e união, preferencialmente naqueles grupos pequenos e íntimos, como casamentos e famílias. Vale salientar que o convívio em sociedade se dá por um pacto de sobrevivência. A explosão da violência, que não existe sem conflito, vivenciada atualmente em nossa sociedade mostra que a harmonia é uma construção social. A incapacidade para negociar e obter um consenso afasta a possibilidade de convivência e instaura uma anomia social. Rompe-se, assim, o pacto de harmonia quando o homem passa a descumprir as normas que lhes são impostas, instaurando-se a barbárie, como nos primórdios. Logo, se confirma o pressuposto de que o estado natural da sociedade é estar em conflito e não em harmonia. Salienta-se que o conflito é uma construção social, assim como o casamento e o divórcio. O casamento é entendido como uma situação onde o casal consegue administrar os conflitos gerados pela convivência, ou seja, por meio da negociação chega-se a um consenso, que é a vida em comum, com objetivos definidos, dentre eles, em regra, ter filhos. Sobre a existência do conflito na vida familiar, White e Klein (2002) asseguram que na vida familiar existe a tensão de emoções contraditórias, porque está baseada em coalizões e toda coalizão envolve uma oposição. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar das limitações acima mencionadas, a teoria do conflito trabalha com grupos sociais, como a família, e como eles administram o conflito. Diante disto, pesquisar acerca do conflito decorrente do pagamento ou não pagamento de pensão alimentícia é importante na medida em que possibilitará uma intervenção planejada na família no sentido de auxiliar na solução do conflito e conduzi-la à harmonia. Afinal, a harmonia é uma construção e a família merece a proteção da sociedade e do Estado, como expresso na Carta das Nações Unidas, votada pela ONU em 10 de dezembro de 1948, que estabelece em seu art. XVI, ser a família o núcleo natural e fundamental da sociedade, com direito à proteção da sociedade e do Estado. Assim, legitima-se a atuação da Economia Doméstica, que tem como principal pilar de estruturação de suas pesquisas, o estudo dos problemas cotidianos das unidades familiares, no sentido de buscar medidas que auxiliem na administração dos conflitos familiares, visando à satisfação de suas necessidades e à solução de seus problemas. 9 REFERÊNCIAS BRASIL [Leis etc.] Código civil e legislação; código comercial; código de processo civil; Constituição Federal. São Paulo: Saraiva, 2005. 1461 p. CAHALI, Y. S. Divórcio e separação. 9. ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2005. 1392 p. FARRINGTON, K., & CHERTOK, E. Social conflict theories of the family. In P.G. Boss, W. J. 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