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1 PROJETO TECENDO REDES: EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO CEARÁ Katiane Farias Teixeira1 Adelle Azevedo Ferreira2 RESUMO A educação ambiental é uma ferramenta básica da gestão ambiental e deve propor estratégias pedagógicas de resgate dos elos afetivos da comunidade com seu espaço de vida, no intuito de criar uma cultura enraizada em valores éticos capazes de mediar às relações entre a sociedade e a natureza, através de uma educação transformadora. Como uma estratégia pedagógica para o desenvolvimento transversal da educação ambiental tem-se o surgimento da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA) comprometida com uma nova forma de organização na escola, contribuindo para um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável na escola – e no seu entorno – obtendo, assim, uma melhor qualidade de vida. Sabendo que a qualidade de vida não se restringe apenas ao espaço físico da moradia, mas também envolve os valores sociais, econômicos e ambientais das comunidades circunvizinhas e que estas, na maioria das vezes, estão ligadas por um mesmo recurso hídrico (bacia hidrográfica), sendo importante atentar para ações humanas causadoras de impactos ao longo desse mesmo recurso. Baseado nesse pressuposto, o projeto Tecendo Redes surgiu com o objetivo de formar e/ou fortalecer as COM-VIDAs e construir a Agenda 21 dentro da escolas. Como resultado, foi possível perceber mudanças nas formas de interpretar e cuidar do ambiente escolar e do seu entorno. Foi possível ainda, propiciar aos jovens um olhar para a comunidade deles e sensibilizá-los para a questão ambiental, estimulando a “pensar global e agir local”. PALAVRAS-CHAVE: COM-VIDAS. Tecendo redes. Educação ambiental. 1 INTRODUÇÃO A idéia do projeto Tecendo Redes surgiu, em meados de 2006, para atender as expectativas do Coletivo Jovem do Ceará, na organização, construção e formação do pensamento socioambiental da juventude do Estado. A proposta lançada pelo Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Ceará3 (CJ Ceará) e da Juventude Alternativa Terrazul era levar para as escolas 1 Estudante do Curso de Graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará – Integrante da Juventude Alternativa terrazul, do Coletivo Jovem de Meio Ambiente e da Rede de Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA) - tiannefarias@yahoo.com.br 2 Graduada em Tecnologia em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Integrante da Juventude Alternativa Terrazul, do Coletivo Jovem de Meio Ambiente e da Rede de Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA)- adelle.azevedo@gmail.com 3 Os Coletivos Jovens são grupos informais que reúnem jovens representantes ou não de organizações e movimentos de juventude que têm como objetivo envolver-se com a questão ambiental e desenvolver atividades relacionadas à melhoria do Meio Ambiente e da Qualidade de vida. 2 públicas de ensino fundamental uma Educação Ambiental crítica e transformadora através da formação das COM-VIDAS (Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida). Em 2008, o CJ Ceará, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), através do Programa de Gerenciamento de Resíduos (PROGERE), lançou o projeto Tecendo Redes em 20 escolas do estado, sendo dezesseis em Fortaleza (Colégio da Polícia Militar, Creusa do Carmo Rocha, Faustino de Albuquerque, Professor Martinz de Aguiar, Gustavo Barroso, José Waldemar Alcântara e Silva, Júlia Giffoni, Mário Hugo Cidrack do Vale, Patronato Sagrada Família, José Bezerra de Menezes, Dolores Alcântara, Nilson Holanda, Dom José Tupinambá da Frota, Maria Liduína Correia Leite, Dr. José Bonifácio de Sousa, Escola Joaquim Alves) e quatro em Guaramiranga (Zélia de Matos Brito, Professor Júlio Holanda, Rodrigo de Argolo Caracas e Escola Linha da Serra). O objetivo do Projeto Tecendo Redes foi mobilizar e sensibilizar as comunidades escolares e seu entorno para as questões que envolvessem os temas socioambientais e para a compreensão dos valores da Agenda 21, através da formação e fortalecimento das Com-Vidas; construindo, assim, um ambiente comunitário favorável às iniciativas que valorizassem o protagonismo juvenil e o processo de democracia participativa. Além disso, o projeto visava o fortalecimento e a criação de Coletivo Jovem no estado e o estimulo da participação dos jovens dessas escolas no processo da Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Para tanto, utilizou-se a Educação Ambiental (EA), como forma de sensibilizar e esclarecer alunos da Educação Básica sobre as questões que perpassam a relação do homem com meio ambiente nos aspectos relacionados a economia, sociedade, cultura, natureza e política, buscando transmitir uma reflexão do contexto socioambiental a qual estavam inseridos. A EA é uma ferramenta básica da gestão ambiental4 e como tal deve propor estratégias pedagógicas de resgate dos elos afetivos da comunidade com seu espaço de vida, no intuito de criar uma cultura enraizada em valores éticos capazes de mediar e transformar as relações entre a sociedade e a natureza. Nesta perspectiva o projeto Tecendo Redes, através da formação das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDAS), utilizou a EA para formar e fortalecer grupos e 4 A Gestão Ambiental é um processo de mediação de interesses e conflitos entre atores sociais que agem sobre os meios físico natural e constituído. Este processo define e redefine, continuamente, o modo como os diferentes atores sociais, através de suas práticas, alteram a qualidade do meio ambiente e, também, como se distribuem na sociedade os custos e os benefícios decorrentes da ação desses agentes. (PRONEA-Programa Nacional de Educação Ambiental, MMA e MEC. Brazília, 3 ed., 2005). 3 conselhos de discussão ambiental dentro de escolas públicas municipais e estaduais no Estado do Ceará. A COM-VIDA, que é formada por alunos do ensino fundamental, professores, gestores, funcionários e comunidade do entorno das escolas, representa uma das ações estruturantes do Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas5 – MEC, tendo como objetivo criar espaços estruturantes na escola para um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável, promovendo o intercâmbio entre a escola e a comunidade, com foco nas questões socioambientais locais (MEC, 2007). Para a realização do projeto, foram escolhidas vinte escolas de modo que houvesse alguma interligação entre elas. Em Fortaleza, as escolas que foram atendidas pelo projeto estão situadas nas proximidades de canais, rios e açudes da sub-bacia C3 da bacia hidrográfica6 do rio Maranguapinho; enquanto que as escolas de Guaramiranga encontram-se dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) do Maciço de Baturité. Essas localidades sofrem com as pressões do crescimento, da falta de planejamento e da especulação urbana. As COM-VIDAs surgiram a partir de uma reinvidicação dos jovens delegados e delegadas participantes da 1ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, realizada em Brasília, no ano de 2003. Os jovens pediram a criação de conselhos jovens e Agendas 217 nas escolas de todo o país, estes conselhos funcionariam como espaços de discussão e participação ativa em defesa do meio ambiente. Nesse processo, procurou-se abordar uma educação ambiental para a sustentabilidade, que interfira nas políticas públicas dos municípios do Ceará, criando laços de participação para a construção de uma Agenda 21 Local realmente participativa e integradora. No processo de criação das COM-VIDAs, realizou-se reuniões, oficinas, questionários e aulas de campo nas vinte escolas contempladas pelo projeto. Além disso, foram realizadas 5 Sistema contínuo de implementação de políticas de educação ambiental nas escolas coordenado pelo Ministério da Educação. 6 Bacia Hidrográfica é uma área geográfica natural, delimitada pelos pontos mais altos do relevo (espigões, divisores de água), dentro da qual a água provenientedas chuvas é drenada superficialmente por um curso d´água principal até sua saída da bacia, no local mais baixo do relevo, que corresponde à foz desse curso d´água. (SOUZA, Enio Rezende. Manejo Integrado de bacias hidrográficas. EMATER-MG, Belo Horizonte, 2002). 7A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente por organizações do sistema das Nações Unidas, por governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Contendo 40 capítulos, a Agenda 21 Global foi construída de forma consensuada, com a contribuição de governos e instituições da sociedade civil de 179 países, em um processo que durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, em 1992. Tal evento também ficou conhecido por Rio-92. Disponível em: <http://www.mma.gov.br>. Acesso em: 9 de jan. 2007. 4 oficinas de educomunicação como rádio, vídeo, fanzine e jornal mural, com o objetivo de divulgar a COM-VIDA na escola. A equipe do projeto foi formada por estudantes, funcionários e professores de várias áreas do conhecimento (Geografia, Biologia, Química, Economia Doméstica, Gestão Ambiental e estudantes secundaristas). Tal fato conferiu ao projeto um caráter interdisciplinar que leva para escola pública conhecimentos e experiências diversas ao lançar olhares múltiplos, críticos e, ao mesmo tempo, integrados sobre o meio ambiente. Esse artigo é resultado das experiências vivenciadas durante a fase de execução do Tecendo Redes e tem como objetivo apresentar as atividades e os resultados do aludido projeto. 2 REVISÃO DE LITERATURA Para se discutir Educação Ambiental e poder contribuir efetivamente na preservação e conservação do Meio Ambiente, faz-se necessário entender como gradativamente esse termo foi adquirindo novas definições e como hoje é entendido. Embora as discussões relativas a essa temática durante o séc. XX tivessem um cunho naturalista observa-se que, nas últimas décadas, o conceito de meio ambiente envolveu também as atividades humanas. Mendonça (1993) afirmou que de fato, a noção de meio ambiente não recobre somente a natureza, ainda menos a fauna e a flora somente. Este termo designa as relações de interdependência que existem entre o homem, as sociedades e os componentes físicos, químicos, bióticos do meio e integra também seus aspectos econômicos, sociais e culturais (MENDONÇA,1993, p.125). A abordagem ambiental pode ser concebida em duas concepções, de acordo com Mendonça (1993). Na primeira, meio ambiente é usado como sinônimo de natureza. Na segunda, observa-se um rompimento com a característica descritivo-analítica do ambiente natural, passando a abordar a temática na perspectiva da interação sociedade-natureza. A primeira concepção prevaleceu sob um pensamento naturalista associado ao tecnicismo, que teve sua maior expressão na teoria cartesiana. Conforme Leite (1998), os conteúdos de ciências das séries iniciais do ensino fundamental são apresentados por vezes de forma descontínua, o que pode conduzir a um ensino fragmentado. A Educação Ambiental tem um papel fundamental nessa realidade, pois, a partir da 5 sua utilização, por meio de metodologias interativas, os alunos podem perceber a empregabilidade dos conhecimentos transmitidos em sala de aula em suas vidas. Isso se deve ao fato de que a EA tem como características a transversalidade e a interdisciplinaridade. Gaudino (2005, p.121) afirma que a interdisciplinaridade é vista como um meio para extinguir a especialização disciplinar, surgida com o início da racionalidade moderna, e reorganizadora do conhecimento, compreendendo os problemas da sociedade. Para Castro (1999, p.134), “[...] a educação enquanto prática social constitui-se mediação fundamental para a vida no planeta”. Tal assertiva remete ao fato de que, pela via educativa, pode-se contribuir para a integração entre o conhecimento científico e o saber popular, visando minimizar a exclusão social e a degradação sócio-ambiental. Segundo Minc (1993) apud Padua e Tabanez (1998), a educação ambiental abre horizontes da consciência ecológica, que consiste antes de tudo em uma mudança de comportamento, de atitude social. Neste contexto, a Educação Ambiental (EA) revela-se como uma necessidade premente, não apenas por possibilitar a garantia da existência humana, mas também para construir uma sociedade harmônica com o meio que nos sustenta (SANTOS, 2008). Para Santos (2008), apesar de iniciativas bem sucedidas em vários locais do país, não se implantou efetivamente, até o momento, uma política eficiente de Educação Ambiental. Assim, percebemos que escola se constitui como um espaço para a sensibilização ambiental da comunidade escolar e que a COM-VIDA pode ser vista como uma forma de controle social. Quando a educação ambiental utiliza ferramentas pedagógicas que despertam interesses nos jovens, como o fanzine e o rádio, a probabilidade de adesão às ações implementadas é maior. Esse é o pensamento que tem norteado as atividades da nossa equipe até o momento. A Educomunicação que consiste no campo de reflexão/ação que une as áreas de Educação e Comunicação foi priorizada na construção do referido projeto, bem como em sua execução. Tal escolha se deveu, essencialmente, por conta da presença cada vez maior dos meios de comunicação social de massa. Compreender tal inserção em nossas casas e também nas conversas dos jovens foi possível compreender que a formação das pessoas não é mais uma tarefa exclusiva da família e da escola, tampouco de pais e professores, como ficou evidenciado no Manual de Educomunicação produzido durante a II Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que ocorreu em 2006 (MMA; MEC, 2006). 6 O Projeto, como o próprio nome diz, procura construir redes de debate e ações específicas entre diversos grupos escolares, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos. Sabendo que a qualidade de vida não se restringe apenas ao espaço físico da moradia, mas também envolve os valores sociais, econômicos e ambientais das comunidades circunvizinhas; e que estas, na maioria das vezes, estão ligadas por um mesmo recurso hídrico (bacia hidrográfica), sendo importante atentar para ações humanas causadoras de impactos ao longo dessa unidade geográfica. 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo se deu através das seguintes etapas: levantamento bibliográfico, leitura da bibliografia selecionada, avaliação, observação e monitoramento do projeto nas referidas escolas de Fortaleza e Guaramiranga. Para a execução do projeto, foi utilizada uma metodologia inspirada nos ensinamentos do educador Paulo Freire, seguindo os princípios da educação popular, que é libertadora e transformadora, enxergando a educação como um processo de construção de saberes e, ao mesmo tempo, reconhecendo a ação como parte de um processo educacional que visa contribuir para a transformação da realidade. O Projeto considera a criação de espaços de aprendizagem para estimular a reflexão profunda sobre a realidade que se pretende modificar, trazendo para os mesmos a troca contínua de experiências vivenciadas pelos integrantes dos grupos e a busca de soluções compartilhadas para problemas identificados nesses percursos. Nesse sentido, seguem as etapas do projeto Tecendo Redes desenvolvidas durante o período de execução: 3.1 Criação e/ou fortalecimento das COM-VIDAS Para dar início à criação e o fortalecimento de novas COM-VIDAS, o CJ Ceará utilizou uma metodologia para estimular a formação de grupos dentro da escola. Depois, foi explicado o papel das Comissões dentro da escola, sua importância, como se dava o processo de formação das mesmas e quais ações essas COM-VIDAS desenvolviam. 7 3.2 Aula de Interpretação Socioambiental Nessa aula, os alunos das escolas puderam conhecer um poucomelhor do contexto socioambiental que cada escola estava inserida. Em Fortaleza, os alunos percorreram parte da Bacia Hidrográfica do Rio Maranguapinho, conhecendo e aprendendo um pouco sobre o rio e como as escolas daquela região eram afetadas. Em Guaramiranga, os alunos fizeram uma trilha pela serra e puderam observar um pouco dos problemas socioambientais enfrentados na região. 3.3 Fortalecimento e Introdução a Agenda 21 Aqui se buscou reforçar a importância da formação das COM-VIDAS nas escolas e construír um pré-plano de ação. Após esse momento, a temática da Agenda 21 foi introduzida para os alunos, através de vídeos, dinâmicas e discussões em grupos. O passo a passo para a construção de uma Agenda 21 foi apresentado para que as escolas pudessem começar a formar a sua agenda. 3.4 Diagnóstico e Agenda 21 Para iniciar a formação da Agenda 21 escolar, o projeto Tecendo Redes resolve fazer um diagnóstico da situação das escolas com os alunos, professores e membros da comunidade. Com os temas: infra-estrutura, relação da gestão escolar com os alunos, relação escola e comunidade e relação escola e meio ambiente, foi feito uma discussão daquilo que realmente existia na escola e daquilo o que deixava a desejar. Após a realização do diagnóstico, teve-se início a construção da Agenda 21 escolar. Usando a metodologia da Oficina de Futuro (Árvores dos Sonhos e Pedra no Caminho) foi elaborado um plano de ação para cada escola com prazos e responsáveis definidos. 3.5 Oficinas de Educomunicação As oficinas de educomunicação tinham o objetivo de incentivar os participantes a utilizar as ferramentas educomunicativas para a divulgação da COM-VIDA na escola. Foram realizadas oficinas de rádio, fanzine, vídeo e jornal mural tendo como resultado a produção de spots, 8 fanzines, um jornal mural e a produção e edição de um vídeo sobre as COM-VIDAS. Antes das oficinas, foi feito uma oficina de leitura crítica da mídia, mostrando os meios de comunicação existente e ressaltando a importância dos meios dos mesmos no dia a dia. Vale ressaltar, que foram divididas as vinte escolas em quatro grupos e que, após cada atividade executada, foram elaborados relatórios. Foi observado que a metodologia de trabalho não é estanque, isto é, ela é construída na medida que se entra em contato com os alunos, sendo possível desse modo, verificar a real situação da escola, bem como o andamento e a repercussão das oficinas do Tecendo Redes nas escolas. Dessa forma, ao final de cada etapa, foram realizadas as alterações e adequações necessárias, com vistas a alcançar os melhores resultados e, principalmente, a consolidação real da COM-VIDA em cada escola. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi possível perceber que o objetivo principal, que é justamente despertar o interesse e discutir a temática sócioambiental dentro da escola, foi alcançado, posto que as COM- VIDAs foram criadas e fortalecidas. Apesar de alguns grupos apresentarem um ritmo diferenciado de construção de ações, todos buscaram estabelecer-se e legitimar-se dentro da escola. As dificuldades encontradas foram: · O difícil contato com coordenadores e professores que estão acompanhando as COM- VIDAs; · O engajamento dos alunos, professores e coordenadores no processo de execução do projeto; O esperado pelo projeto é que as COM-VIDAS continuem a existir mesmo após o término do projeto e que estas se fortaleçam cada vez mais e transformem de maneira direta e positiva o cotidiano escolar. Ao todo, foram realizadas 35 oficinas, foram capacitadas mais de 250 pessoas (entre alunos, professores e comunidade), vinte escolas foram beneficiadas em dois municípios (Guaramiranga e Fortaleza) e foram produzidos seis produtos educomunicativos. 9 5 CONCLUSÃO As COM-VIDAs formadas por intermédio do Tecendo Redes representam grupos importantes dentro do cotidiano escolar, visto que estas comissões têm um papel fundamental de transformar com atitudes simples o ambiente local. O CJ Ceará acredita que a política das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na escola é um instrumento imprescindível para a ampliação da educação ambiental, principalmente por abranger um segmento que necessita de constantes formações. Com a realização do projeto foi possível perceber mudanças nas formas de interpretar e cuidar do ambiente escolar e do seu entorno. Grandes talentos e pequenos líderes foram revelados, trazendo orgulho e satisfação aos membros do Coletivo Jovem na construção do protagonismo juvenil, mostrando que o objetivo de despertar outros jovens para o debate ambiental foi alcançado. Propiciar os jovens olhar para a comunidade deles, foi uma forma encontrada pelo CJ de sensibilizá-los para a questão ambiental, estimulando a “pensar global, agir local”. REFERÊNCIAS CASTRO, Elsa M. N. V. de. Diálogo com a vida: uma educação consciente. In: MELLO FILHO, Luis E. de. Meio ambiente e Educação. Rio de Janeiro: Gryphius, 1999. p. 133-137. GAUDINO, Edgar G. Interdisciplinaridade e educação ambiental: explorando novos territórios epistêmicos. Educação Ambiental: pesquisas e tendências. Michèle Sato e Isabel Carvalho (org) - 1° ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. LEITE, Raquel C.M. Avaliação de Currículo de Ciências de 1ª a 4ª Série do Ensino Fundamental em Escolas Públicas: o caso da 9ª região em Fortaleza. Fortaleza, 1998. 145f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Ceará. MENDONÇA, Francisco. Geografia e Meio Ambiente. São Paulo: Contexto, 1993. MEC. Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola – COM-VIDA. Série Documentos Técnicos,nº 10. Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, Brasília, 2007. 10 MEC; SEED. PROINFO: Programa Nacional De Informática Na Educação. Diretrizes. 1997. MINC, C. In: PADUA, S.M e TABANEZ, M.F. Participação Comunitária: elemento chave na proteção de unidades de conservação. Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. Fabio Casino, Pedro Jacobi e José Flávio de Oliveira (org). 1° ed. São Paulo: SMA/CEAM, 1998. MMA; MEC. MANUAL DE EDUCOMUNICAÇÃO: Apoio às atividades da II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Luziânia/GO, 23 a 28 de abril de 2006. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Agenda 21. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992. Disponível em: <http://www.mma.gov.br >. Acesso em: 20 mar. 2008. SANTOS, M. E. do. Educação Ambiental Na Escola Pública: O Trabalho De Docentes Do Ensino Médio Em Maracanaú-Ce. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio-Ambiente (PRODEMA). Fortaleza, 2008.
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