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1 1 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SÃO JUDAS TADEU. COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO. CURSO DE PEDAGOGIA. CATIA MOREIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DA CONCEPÇÃO E APRENDIZAGEM DO ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA MODALIDADE DE EJA. FLORIANO – PI 2017. 2 2 CATIA MOREIRA GONÇALVES AVALIAÇÃO DA CONCEPÇÃO E APRENDIZAGEM DO ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA MODALIDADE DE EJA. TCC apresentado ao Instituto Superior de Educação São Judas Tadeu na Coordenação de Graduação apresentado como requisito avaliativo final para conclusão do Curso de Pedagogia. Orientadora: Prof. Maria de Fátima Martins de Oliveira. FLORIANO – PI 2017. 3 3 CATIA MOREIRA GONÇALVES CONCEPÇÕES E METODOLOGIAS DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA MODALIDADE DE EJA. TCC apresentado ao Instituto Superior de Educação São Judas Tadeu na Coordenação de Graduação apresentado como requisito avaliativo final para conclusão do Curso de Pedagogia. Orientadora: Prof. Maria de Fátima Martins de Oliveira Aprovado pela Banca Examinadora em _______/___________/2017. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ Orientador Nome do professor (a) examinador (a). ___________________________________________________________________ Nome do professor (a) examinador (a). FLORIANO – PI 2017 4 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho especialmente ao meu pai, Antônio Gonçalves, que mesmo com as delimitações de sua doença, mim deu o apoio necessário para que conseguisse concluir mais uma etapa de minha vida, e se fez presente até mesmo quando não mais habitava este plano, mim dando força e inspirando bons fluidos para jamais desistir, ao meu filho Antônio Neto por sempre ter mim recebido após um dia exaustivo com um sorriso contagiante, sendo meu forte nos momentos de muitas dificuldades e exaustão. 5 5 AGRADECIMENTOS A Deus pela minha vida, pela oportunidade de estar aqui servindo aos outros e convivendo com pessoas diferentes e especiais. Obrigado por mais essa vitória alcançada em minha vida Ao meu irmão Jesus Cristo, amigo de luz, que me ampara em momentos alegres e tristes, que está comigo seguindo muitas vezes por caminhos tortuosos, que me levanta e me da coragem de seguir em frente, me mostrando que tudo tem um sentido. Aos meus pais, pelo amor e carinho com o qual sempre me apoiaram, por ser meu porto seguro, pelos ensinamentos de humildade e amor ao próximo. Minha mãe pela paciência e ao meu pai pelos valores que jamais esquecerei, pois eles ensinaram-me a ser uma pessoa melhor. Aos meus irmãos, Rita, Kenis e Kelis pelos conselhos valiosos, por desejarem sempre o melhor para mim. Obrigado pela força e por acreditarem em mim. Ao meu esposo Ari Júnior e meu Filho Antônio Neto, pelo zelo e cuidado com o qual tiveram em mim ajudar neste momento de muita renúncia, estudo e dedicação. 6 6 EPÍGRAFE “Educação Ambiental é o processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com meio ambiente e com os problemas que lhe são associados, e que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos.” (Agenda 21) 7 7 AVALIAÇÃO DA CONCEPÇÃO E APRENDIZAGEM DO ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA MODALIDADE DE EJA. RESUMO O objetivo deste estudo foi o de avaliar a concepção no contexto Educação Ambiental, em turmas de Educação de Jovens e Adultos - EJA- Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Moreira Pinto, Município de Vieirópolis, no estado da Paraíba. Elaborado a partir da coleta de dados, realizado através de um questionário com 19 perguntas e 50 discentes, visando mapear seus conhecimentos relacionados ao meio ambiente na sua escola e no município que reside. A escola apresenta uma população estudantil de 417 alunos na rede estadual, estes educandos são de várias localidades, ou seja, espaço urbano ou zona rural. Na condução da aprendizagem o professor tem de ser um motivador, incentivador e acima de tudo um orientador, pois precisa garantir que seus alunos despertem o ato de aprender, e o meio ambiente é um assunto fácil de abordado, discutido , quando se utiliza recursos e procedimentos inovadores , dando liberdade aos alunos para formar suas próprias ideias e relaciona-las, não esquecendo que o objetivo da ação educativa é preparar os alunos para a vida plena e cidadã. Servir de orientação aos diretores das escolas, gestores que, façam valer o que orienta os PCNs, e dê condições práticas, como treinamento para a realização efetiva da multidisciplinaridade do tema educação ambiental, envolvendo um maior número de aluno, orientando a preservar o meio em que vivem, e assim tornarem –s e multiplicadores em suas casas, juntos aos familiares, vizinhos e outras pessoas mais próximas do seu convívio. Percebi que alguns alunos não obtinham conhecimento e adquiriram no decorrer do processo, adotando medidas preventivas e cuidando de fazer a sua parte na conservação do meio ambiente. Palavra – chave: Ensino. EJA. Meio Ambiente. Práticas Pedagógicas. 8 8 ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the conception in the context of Environmental Education, in Youth and Adult Education classes - EJA - Maria Moreira Pinto State School of Elementary and Middle School, Vieirópolis Municipality, state of Paraíba. Elaborated from the data collection, conducted through a questionnaire with 19 questions and 50 students, aiming to map their knowledge related to the environment in their school and the municipality that resides. The school has a student population of 417 students in the state network, these students are from various locations, that is, urban space or rural area. In the course of learning, the teacher has to be a motivator, an incentive and, above all, a mentor, since he / she needs to ensure that his / her students awaken the act of learning, and the environment is an easy subject to discuss, Innovative procedures, giving students the freedom to form their own ideas and relate them, not forgetting that the purpose of the educational action is to prepare students for full and citizen life. To serve as a guide for school principals, managers who assert what guides NCPs, and give practical conditions, such as training for the effective realization of the multidisciplinary nature of environmental education, involving a greater number of students, guiding to preserve the environment in Who live, and thus become multipliers in their homes, together with relatives, neighbors and other people closer to their conviviality. I realized that some students did not get knowledge and acquired in the course of the process, taking preventive measures and taking care to do their part in conserving the environment. Key - words: Teaching. EJA. Environment. Pedagogical practices. . 9 9 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 11 2- DESENVOLVIMENTO 13 2.1- A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEPÇÕES DENTRE UM PANORAMA MUNDIAL E NACIONAL. 13 2.1.1- EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O COMEÇO 13 2.1.2- EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 16 2.1.3- CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. 21 2.2 - ANÁLISE PEDAGÓGICA APLICADA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 23 2.2.1- ASPECTO PEDAGÓGICO DAEDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS DIAS ATUAIS. 23 2.2.2 CRISES E REFORMAS NA EDUCAÇÃO VERSUS MUDANÇAS 24 2.3- CENÁRIO E PERSPECTIVAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. 25 2.4- MÉTODOS UTILIZADOS NA PESQUISA 27 2.4.1- APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 27 2.4.2 ANÁLISES DOS DADOS 28 2.4.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 28 10 10 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 4- REFERÊNCIAS 49 5- APÊNDICE 52 11 11 1. INTRODUÇÃO A inadequação do processo de ensino-aprendizagem realizado nas escolas no tocante aos objetivos, conteúdos e métodos, tem provocado uma consolidação precária de conhecimentos geográficos. O diálogo com a realidade do “além muro da escola” não é suficientemente discutida e problematizada, pois, resiste ainda à idéia da disciplina de Geografia como simples memorização. Estas são algumas das lacunas que envolvem o ensino das ciências Geográficas nos dias que percorrem. As experiências vividas em sala de aula me induziram ao entendimento que o espaço escolar e os conteúdos trabalhados estão distante do mundo vivido pelos alunos, fechando-se as experiências vivenciadas nas cidades, que também são formativas. “A cidade é um mundo concreto e imediato, é a expressão de um modo de vida, formador de sentidos, de pertinência” CAVALCANTI (1997), “um lugar onde as pessoas se reúnem para conviver, para aprender, para participar da vida social e política”, GRANEL e VILA et. al (2003). A Escola, o espaço apropriado para a formação ou pelo menos, tem por desígnio a formação de cidadãos face aos métodos e o caráter investigativo, que ao analisar o espaço do aluno, contribui para o conhecimento empírico, teórico e crítico da realidade. Os conteúdos, os objetivos, o papel do professor e o método de ensino ajudaram a construir caminhos na busca de novas dimensões para o trabalho , pois, como se encontra hoje pode asseverar que o aluno é penalizado com o mundo teórico proporcionado, portanto, na tentativa de fazer o mundo teórico transcender os limites da abstração para se materializar no concreto da prática do cotidiano, buscando unir experiências/conhecimentos dos educando com os conteúdos estudados nas aulas. O eixo de análise permeia a cidade, escola, ensino de meio ambiente e cidadania. Nesse contexto, algumas características são visíveis para o estabelecimento dessa realidade: no âmbito educacional, o Brasil dispõe de um sistema ineficaz e conservador calcado na prática do livro didático; na ausência de recursos financeiros principalmente no tocante ao material didático e na qualificação adequada para os professores; ensino de disciplinas compartimentadas e sem 12 12 articulação com a educação formal que introduz conceitos de cidadania, ética e moral, direitos humanos, educação ambiental e outros. Nessa perspectiva, o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) cujo objetivo é auxiliar os professores de ensino médio e fundamental a trabalhar de forma integrada e interdisciplinar os conteúdos das disciplinas, com as realidades cotidianas do alunado. Haddad (1997) relata que há uma carência de espaço de reflexão sobre a EJA, tanto nos cursos de magistério, quanto nas faculdades de educação e na pós- graduação. Embora já exista movimento dentro de alguns programas, a maioria das faculdades de educação não percebe a EJA dentro do seu próprio currículo. Portanto, se faz engajar a Universidade à experiência como campo de investigação e fazê-la parceira indispensável na tarefa educacional e de pesquisa na formação de profissionais nesta área. A educação ambiental articulada com as práticas sociais, no contexto atual de degradação crescente dos ecossistemas envolve uma necessária produção de conhecimentos por parte dos educadores, envolvendo um conjunto crescente destes atores sociais, potencializando o engajamento e a aplicação da interdisciplinaridade. Visando interpretar as inter-relações do meio social e do meio natural, no intuito de buscar alternativas sustentáveis para o desenvolvimento socioambiental (JACOBI, 2003). De acordo com Leff (2001) não é possível resolver os problemas sociais e ambientais da humanidade ou mitigar os efeitos dessa degradação gerados pelo sistema de racionalidade vigente baseado no modelo econômico de desenvolvimento vigente. Tem-se intensificado nos últimos anos uma preocupação crescente da sociedade com os problemas ambientais.O presente trabalho caracteriza-se na avaliação do conhecimento dentro do contexto educação Ambiental entre alunos da modalidade Educação de Jovens e Adulto no Município de Vieirópolis no semi - árido Paraibano. 13 13 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 A EDUCAÇÃO AMBINTAL: CONCEPÇÕES DENTRE UM PANORAMA MUNDIAL E NACIONAL. 2..1.1 - Educação Ambiental: O começo As questões ambientais começaram surgir pelos idos da década de 60 e 70, com as manifestações contra a contaminação do ar em Londres e Nova York, com a intoxicação por mercúrio no episódio conhecido como o da Baía de Minamata no Japão em 1953, onde ocasionou a morte de pássaros e a redução de vida aquática por contaminação DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) e outros pesticidas, mais de 300 pessoas morreram devido à ingestão de peixe contaminado com mercúrio. Este episódio teve ampla divulgação, apontando para a irracionalidade do modelo capitalista, fazendo com que vários países desenvolvidos temessem a contaminação, visto que, poria em risco o futuro das sociedades mundial. Inicialmente é interessante discutirmos e fazermos uma analogia breve sobre a ocupação do homem no espaço geográfico, ou seja, a partir de sua evolução ele criou novas necessidades, utilizando-se cada vez mais de recursos disponíveis na natureza, transformando a paisagem e conseqüentemente determinando problemas ambientais que até a atualidade são agravantes. Por volta de 10.000 anos atrás, correspondendo a 90% do tempo de evolução da humanidade, entre os períodos Paleolíticos – da pedra lascada – e Neolíticos – da pedra polida, o homem era nômade, ou seja. As atividades econômicas surgiram, inicialmente, com a coleta de frutos, raízes, ramos, madeiras e outras. Também, há cerca de 700.000 anos atrás, o homem já usava o fogo, provocando queimadas e destruição da vegetação primitiva. Os agrupamentos humanos organizavam-se em cavernas e posteriormente, em cabanas de palha e madeira, cercadas por paliçadas. (KADE, 1975). Logo após, “o homem passa a ter uma vivência seminômade, praticando atividades de domesticação de animais de pastoreio, para obtenção de carne, leite, 14 14 peles e também para tração”. (KADE 1975). A forma de vida passa a ser sedentária, com a introdução da agricultura, em atividades de seleção de sementes de plantas nutritivas e toleráveis, a policultura de milho, mandioca, feijão e outros. Neste período seminômade os cultivos substituem as florestas e campos naturais, reduzindo a biodiversidade das espécies e já causando extensos processos erosivos, de poluição das águas por biocidas e fertilizantes, eliminação de espécies vegetais e animais nativos e proliferação de pragas devido à prática constante de monocultura. Já na alta Idade Média, desenvolvem-se vilas, cidades, em oposição ao feudo de base rural. O comércio de produtos primários e manufaturados básicos, como roupas e objetos de uso doméstico, desenvolvem-se com os burgueses, que prosperam. Os problemas sanitários urbanos são graves, pois os povoados apresentam alta densidade demográfica, com a característica de cidade fechada para defesa (formação de paliçadas, território): não apresentavam rede de água, apenas fontes nas praças; nem mesmo esgotos e os lixos eram deixados às portas das casas.“É um período que se caracteriza por grandes pestes, que dizimavam a população urbana, como o exemplo da peste bubônica transmitida por ratos, que devastou a Europa”. (FORRATINI, 1992.p.32). Daí, podemos definir que ao longo da formação das civilizações com a natureza, que no decorrer deste processo ocorreu interferência no ecossistema, e hoje tem proporcionado uma forte pressão exercida sobre os recursos naturais. Nos dias atuais é comum à contaminação dos cursos de água, a poluição atmosférica, a devastação das florestas, além de muitas outras formas de agressão ao meio ambiente. Nesse contexto a Educação Ambiental nasce do movimento ecológico, que surgiu tardiamente em todo o mundo a partir de 1962, após publicação do livro “Primavera Silenciosa”, da jornalista Rachel Carson. Nessa obra, a autora discute acerca de questões do meio ambiente no mundo, abordando problemas relacionados à qualidade de vida da população, prejudicada pela crescente perda de qualidade ambiental, fruto da exploração predatória dos recursos naturais, devido aos interesses do capital. Diante deste alerta vários movimentos ambientalistas surgem, com uma preocupação inicial de proteção dos recursos naturais, contra a exploração abusiva 15 15 e destruidora, nos aspectos éticos ou estéticos. O desenvolvimento do conhecimento científico apontava, no entanto, para a emergente globalização dos problemas ambientais. As mobilizações ambientais passam a dar enfoque a violação dos princípios ecológicos, que colocam em jogo a possibilidade de sobrevivência à longo prazo de toda a humanidade. Envolvidos por este cenário, os cientistas dos países desenvolvidos se reúnem em Roma (1968) tendo como pauta a discussão do consumo e as reservas de recursos naturais não-renováveis, e o crescimento populacional ate meados do século XXI, conhecido como “Clube de Roma”, conclui sobre a necessidade urgente de buscar meios para a conservação dos recursos naturais, controlar o crescimento da população, investir numa mudança radical na mentalidade consumo e procriação. Neste período pela primeira vez a problemática ambiental foi colocada a nível mundial. Como conseqüência desta reunião, a ONU (Organização das Nações Unidas) organiza em Estocolmo (1972), a primeira conferencia mundial do meio ambiente que ressalta a necessidade de envolver o cidadão na solução dos problemas ambientais e estabelece uma serie de princípios norteadores para um programa internacional. A educação ambiental passa a ser vista como elemento auxiliar no combate da crise ambiental. A UNESCO juntamente com a ONU ficou responsável pela divulgação e realização desta nova perspectiva educativa, com a missão de realizar vários seminários regionais em todos os continentes, procurando estabelecer os fundamentos filosóficos e pedagógicos da educação ambiental, tendo como principal objetivo a proteção do meio ambiente. Em 1975 realiza-se em Belgrado a primeira reunião de especialistas em educação e áreas afins (Encontro Internacional de Educação Ambiental), no intuito de definir os objetivos, conteúdo e métodos, e orientação para um programa internacional de educação ambiental. E formulada a carta de Belgrado que alerta sobre as conseqüências do crescimento tecnológico e econômico sem limites. A educação ambiental é citada como um dos meios de se combater com maior eficiência e velocidade a crise ambiental do mundo. O primeiro Congresso Internacional de Educação Ambiental ocorreu em 1977, em Tbilisi (Geórgia – antiga URSS), foram apresentados os primeiros trabalhos ainda proposto aos governantes definirem objetivos e estratégias a nível 16 16 mundial e foi acrescentado aos princípios básicos da carta de Belgrado que a educação ambiental deve ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais e desenvolver o censo critico e as habilidades necessárias para a resolução dos problemas, utilizar diferentes ambientes e métodos educativos para a aquisição de conhecimentos sem esquecer a necessidade de realização de atividades praticas e valorização das experiências pessoais. O segundo Congresso Internacional sobre a Educação e Formação Relativas ao Meio Ambiente ocorreu no ano de 1987, em Moscou, onde é colocada a necessidade de formação de recursos humanos nas áreas formais e não formais da educação ambiental na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino. Nos anos de 1984 e 1988 realizam-se o Primeiro Encontro Paulista de Educação Ambiental conhecido também como O Primeiro Encontro Nacional de Educação Ambiental, onde se reúne pela primeira vez àqueles que praticavam e pesquisavam sobre a educação ambiental. A primeira Conferencia realizada no Brasil foi em 1992 foi Estado do Rio de Janeiro, abordando a temática dos problemas ambientais global e o desenvolvimento sustentável, nesta conferência foi idealizada a Carta Brasileira de Educação Ambiental elaborada pela coordenação de educação ambiental do MEC, onde é avaliado o processo de educação ambiental no Brasil e se estabelecem as recomendações para capacitação de recursos humanos. É também neste momento aprovado o programa nacional de educação ambiental (PRONEA) que prevê a idealização de ações no âmbito da educação formal e não-formal e varias organizações estaduais de meio ambiente e ONG’s para implantar programas de educação ambiental onde cada município com suas respectivas secretarias de meio ambiente devem desenvolver atividade em prol da conservação ambiental. 2.1.2 Educação Ambiental no Brasil. No Brasil, a Educação Ambiental foi confundida muitas vezes como Ecologia e outras ciências, portanto iniciando de forma incorreta, produzia-se trabalhos, livros, 17 17 temas e conceitos a partir de uma visão unilateral ou da Ecologia, que definia a Educação Ambiental como sendo apenas a preservação da fauna e da flora, colocando o homem e a sua condição de vida distante desta problemática, eram escassos logo no início discussões (cursos, simpósio e treinamentos) sobre a Educação Ambiental. Somente na Constituição Brasileira de 1988 no Art. 225, “ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as, presentes e futuras gerações”. Surgem inovações que apesar de muitos esforços continua no papel, pois dizer que cabe ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e afirmar que a conscientização pública para a preservação do meio ambiente segunda a nossa constituição é fácil, o difícil é a vontade política ao longo dos anos, em fazer valer o que foi discutido por tantos políticos. Até o momento pouco se tem feito pela definição de uma política em prol da Educação Ambiental e o professor continua na escola muitas vezes sem qualquer orientação para trabalhar a referida temática. Podemos perceber que o processo de adoção, assimilação e conscientização ambiental é lento, mesmo reconhecendo os esforços das autoridades, e entendendo que eles devem se engajar ainda mais, como toda a sociedade mundial, para que a vontade política desperte em nossos representantes a necessidade de um plano ativo para propiciar condições e qualidade de vida no nosso planeta Terra. A Lei Federal nº 9.795 afirma que a presença do ensino formal da Educação Ambiental no Brasil, deveria abranger amplamente os currículos das instituições educacionais de ensino públicos e privados englobando: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação superior, educação especial, educação profissional e educação de jovens e adultos. Tudo isso com uma ressalva bastante importante que, não deverá ser implantada como disciplina nos currículos e sim, como temastransversais. O que costumamos perceber é que raramente os projetos de Educação Ambiental, estão inseridos no projeto educativo da escola, caracterizam-se por 18 18 serem projetos extracurriculares, nos quais a transversalidade nas disciplinas, quando acontece, é centralizada em um tema especifico com atuação exata, onde muitas vezes essas iniciativas tornam-se transitórios e esporádicos. O MEC- Ministério da Educação antes mesmo da lei PNEA, definiu meio ambiente como tema transversal nos PCN. Sabemos que nem o reconhecimento da necessidade nem o da obrigatoriedade da lei é suficiente para garantir na escola uma Educação Ambiental de qualidade. Na escola a prática da Educação Ambiental busca assegurar um ensino- aprendizagem que torna os estudantes aptos a compreenderem o conceito do meio ambiente e seus processos e a dinâmica articulada com um projeto educativo da escola. Atualmente a escola buscar formar cidadãos conforme a referencias dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) publicados pelo MEC e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação nacional. Buscam formar indivíduos que tenha uma visão critica da atual realidade e que compreendam e acima de tudo se preocupem com o destino coletivo e saibam se posicionar diante dos desafios do mundo. No Brasil a escola é o meio mais viável para contribuir com a formação do homem consciente, para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, como o ensino e aprendizagem de habilidades e procedimentos, comportamentos ambientalmente corretos, serão aprendidos na pratica do dia-dia na escola com gestos de solidariedade, plantar uma arvore, hábitos de higiene pessoal e dos diversos ambientes. Desenvolvendo uma atitude educativa voltada para a formação ambiental, a escola está capacitando o aluno para viver melhor no meio em que habita. Os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais, sugere que a Educação Ambiental deve expedir os educando a reflexão sobre os problemas que comprometem a vida, na sua comunidade, no seu país e a do planeta, essa cogitação deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa rever valores e mudar de comportamento concernente a sua realidade local e global. Mesmo diante de tais orientações, fundamentadas no catastrofismo, holismo ou arcaísmos, não tem causado resultados eficientes, em adjacência de educação e atitude. 19 19 Embora a Educação Ambiental seja proposta como um tema transversal, é bem comum percebermos no cotidiano escolar transvertida como unidade da disciplina de ciências/biologia, em virtude da sua ligação com ecologia, que propõe conhecimento cientifico, no entanto, não discute valore e seus impactos sobre modos e comportamentos, sendo assim uma abordagem forçada ou superficial, privilegiando eventos pontuais como comemoração do dia da árvore, semana do meio ambiente, ao invés de um trabalho planejado, de modo que o tema meio ambiente permeie todo o currículo escolar. Pádua (1988.p.41), comenta que “a história do Brasil, com seus grandes ciclos cana -de- açúcar, ouro diamante, café...”, oferece oportunidades incomensuráveis de explorar os aspectos éticos das relações entre natureza e sociedade, entretanto, está é uma abordagem quase sempre desconhecida, não só pelos professores de história, mas pelos profissionais da educação, incluindo coordenadores pedagógicos, autores de livros didáticos, dentre outros profissionais. Essa sugestão torna-se desafiadora à medida que se questiona a formação dos educadores, principalmente perpetro uma proeminência aos professores de educação de Jovens e Adultos, que muitas vezes não são capacitados para trabalhar nesta modalidade e muito menos está temática: “... ao se introduzir a educação ambiental no ensino formal passa pelos caminhos da transversalização de temas no ambiente escolar, tradicionalmente organizado pelo quadro disciplinar.” (OLIVA, 1987). As iniciativas sobre o que será aplicado e discutido estão sob o cargo das áreas e disciplinas e que a escola deve criar condições para que a comunidade se insira numa outra e mais elevada realidade, confrontando idéias e valores, ocasionando assim a autonomia do educando. Na formação e organização dos conhecimentos adquiridos, do inter-relacionamento entre práticas culturais e ambientais, produzindo narrativas biorregionais, que certamente tornar-se-ão instrumentos fundamentais no desenvolvimento de relações sócio-ambientais mais pacíficas. A relação entre educação, escola e meio ambiente tem repetido as relações historicamente manifestadas entre sociedade, ciência e o ambiente global, antigamente ciência era predominantemente fundamentado pela ética 20 20 antropocêntrica, utilizando e conceituando o ambiente unicamente como fonte de recurso natural, disponível para o homem. No Brasil, inúmeras vezes o professor procedia, de forma obrigatória, que os alunos decorassem os nomes dos rios afluentes da Amazonas, destacando os recursos naturais como minérios, madeira e demais produtos da região que seriam utilizados pelo homem, na outra face do mesmo racionalismo cartesiano, muitos professores de ciências naturais persistiam em agregar o conceito de natureza aos ecossistemas naturais intocados, atribuindo uma obliqüidade naturalista ao currículo escolar, isso impede a advertência e análise dos fatores de transformação ou de degradação gerados pelo avanço das civilizações. Nesse contexto podemos perceber que as visitas escolares são sempre direcionadas a ambientes como florestas, matas, enquanto os lugares que foram transformados, muito próximo da realidade do aluno são ignorados, por exemplo, o professor ao trabalhar geografia física, aborda o clima, relevo, vegetação e hidrografia como partes do mundo natural, chegando até identificar ecossistemas ou biomas, porém desvinculado da das relações sociais. Atrelada aos atuais episódios mundiais sobre ecologia, advindas a partir da década de 70, veio à reestruturação do conceito de ambiente, confirmando as relações recíprocas entre natureza e sociedade. Tais avanços têm gerado alterações e mudanças nos livros didáticos, de modo que, a palavra ecologia e meio ambiente começaram a surgir com mais freqüências nos livros textos, não obstante repetidamente adjuntos explicita ou implicitamente aos padrões culturais reforçando a ética antropocêntrica. A universidade tem sido o local, a instituição, o abrigo, o celeiro, onde o saber é semeado, plantado, cuidado e expandido. É por meio dela que o saber pode transcender as paredes invisíveis construídas para segurar o povo de sua alforria da alienação para a construção de seu saber, do saber fazer e do saber ser. Mas para tanto, é preciso haver uma articulação em torno das questões que envolvem a universidade e a sociedade na qual está inserida, sugerindo, que posições de neutralidade não a impeçam de cumprir a sua missão: a de construir e disseminar conhecimentos e de educar para a vida, unindo a sabedoria da reflexão e audácia da ação sobre a reflexão. (SILVIA ESTER ORRÚ 2002). 21 21 Contudo, sabemos que no Brasil as universidades estão cada vez mais se distanciando da sua real missão, de instruir e capacitar o professor, que passa a ser um indispensável articulador e mediador na construção do conhecimento. O Curso superior em ciências exatas, por exemplo, não prepara o professor para a tarefa de ensinar, planejar, organizar, avaliar e ministrar uma aula contextualizada, até mesmo os livros didáticos muitas não ajuda. Assim, a formação do professor é a condição essencial para inserir as questões práticas da educação ambiental no ensino formal. É necessario trabalhar com corpo docente com a organização de cursos interdisciplinar de educação ambiental. A formalização deve ser uma preocupaçãodos secretários de Educação e do meio Ambiente de cada município, com o aval da Secretária do Estado. Percebe-se, portanto que a educação ambiental no Brasil, desde o surgimento vêem sendo considerada como um tema transversal, trabalhado de maneiras variadas no entanto longe de atingir a sua principal função de contribuir para a formação de seres consciente, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio-ambiental, comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade local e global. Para isso é necessário mais que informações e conceitos, a universidades, a escola deve se engajar numa corrente que proponha trabalhar com o ensino e aprendizagem de habilidades e procedimentos na formação de valores. Esse é um grande desafio da educação ambiental no Brasil. 2.1.3 Conceitos e Princípios Básicos da Educação Ambiental. Uma das maiores dificuldades tem sido chegar a um consenso quanto ao conceito exato referente à educação ambiental. Na Conferência de Tbilisi, à definição proposta foi: a educação ambiental como “uma dimensão que deveria ser dada ao conteúdo e prática educacional, buscando a resolução dos problemas do meio ambiente, via enfoque interdisciplinares, e de uma ativa e responsável participação de cada individuo e da coletividade como um todo”. Abordam a educação ambiental como uma solução para as diversas preocupações referentes 22 22 aos danos ambientais existentes e visa contar com atitudes compartilhas entre todos os seres humanos. Segundo REIGOTA (1998) a educação ambiental, “deve ser entendida como educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania social, nacional e planetária, alto gestão e ética nas relações sociais e com a natureza.” Neste contexto, portanto, o autor afirma que a educação ambiental deve incentivar o individuo a participar ativamente das resoluções dos problemas existentes no meio ao qual está inserido. Diante de todas as reflexões sobre educação ambiental muitos professores ainda estão bitolados a educação ambiental como um conjunto de atividades relacionadas exclusivamente a ecologia, e não como “uma filosofia de condução da pratica da educação, que contribua para o alcance da cidadania plena”(RUTKOWSKI, 1985). Conforme KOFF (2010) “ensinar educação ambiental é principalmente ensinar o respeito à vida e ao que com ela está relacionado”. Estabelece a interdependência entre o ambiente natural e o sócio – cultural, levando em conta aspectos fundamentais para uma ação holística, ético, ecológico, político, econômico, estético, social, moral e tecnológico, não está restrita apenas a prática pedagógica voltada apenas à transmissão de conhecimentos sobre ecologia, mas trata de uma educação que visa não só a utilização racional dos recursos naturais, mas a participação dos indivíduos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental. Os princípios básicos declarados na Conferência de Tbilisi (UNESCO & UNEP, 1980) que norteiam a educação ambiental são vários e de grande importância para a proteção ambiental, o primeiro que iremos fazer referencia é o ambiente precisa ser conhecido como um todo desde os aspectos sociais, biológicos políticos, econômicos cientifico, onde o aluno deve conhecer o ambiente e atuar sobre ele . O segundo princípio afirma que a educação ambiental deve acontecer dentro e fora da escola e que o educando além de conhecer, necessita estender suas ações ao entorno em todos os níveis de ensino, de forma disciplinar abrangendo 23 23 todas as áreas de conhecimento, pessoas ou grupos sociais na prevenção e busca de soluções para os problemas ambientais que o globo terrestre apresenta. E por ultimo surge o terceiro que argumenta a necessidade de criar modelos de conhecimentos e responsabilidades ética nos indivíduos, grupo e socicomo um todo, em direção ao meio ambiente, pensa-se desse modo que a escola, no que diz respeito à questão ambiental, deva trilhar caminhos em que a criticidade seja o fio condutor para a ação educativa. Portanto, os/as educadores/as precisam fundamentar suas práticas e vivências no reconhecimento da realidade social, econômica, política e cultural de seus/as educando/a. Sabe-se que a questão ambiental requer mudanças de valores, atitudes e principalmente diálogo. Sem dúvida, tais elementos serão alcançados mediante princípios educativos que evidenciem inquietações, inovações e enfrentamento por parte de todos os atores sociais envolvidos no processo educativo. 2.2 - ANÁLISE PEDAGÓGICA APLICADA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2.2.1- Aspecto Pedagógico da Educação Ambiental nos dias atuais. O aspecto pedagógico nesta modalidade de EJA se apresenta como uma alternativa valiosa para resolver os problemas de educação, e proporcionar ao educando uma aprendizagem significativa, que permita que eles venham a melhor compreender o mundo, e para isso nada melhor do quem um sistema educativo orientado para ambientes educativos flexíveis e funcionais , onde os jovens e os adultos possam entrar em contato com conceitos e idéias relevantes para seu presente e seu futuro. “As instituições atuais estão impregnadas de concepções anacrônicas e fragmentadas tanto em relação ao mundo quanto em relação ao lugar do homem neste mundo.” (MUÑOZ,1995) . A educação deverá liberta-se da fragmentação imposta pelo paradigma positivista e sua racionalidade instrumental e econômica, bem como de seus estreitos pontos de vista, atualizar-se em relação ao conhecimento produzidos pelos mais importantes cientistas, artistas humanistas de 24 24 nossa época e unir forças com outras instituições sociais visando à construção de um mundo mais humano e sustentável. Os problemas da educação não são os mesmos para todas as pessoas, ou seja, não afetam da mesma forma os diferentes membros da sociedade e nem de todos que costumam reclamar. As forças sociais e econômicas influentes que opõem as mudanças na educação são muito poderosas e, o que é ainda mais grave está incorporado em nós mesmo, “desde o momento em que somos formados numa escola preparada para reproduzir e aceitar passivamente a ordem social estabelecida.” (FREIRE, 1970). 2.2.2 Crises e Reformas na Educação versus Mudanças. A maioria dos países de nosso continente tem iniciado processos de reforma, de maior ou menor extensão, em seus sistemas educacionais. Comenta-se com freqüência de crises no sistema educacional desde década de 70, no entanto, verifica-se um desajuste entre as expectativas sociais depositadas na educação e as respostas que elas têm sido dadas pelos distintos sistemas educacionais. A sociedade juntamente com seus responsáveis políticos, seus agentes educacionais e os próprios usuários do sistema educacional, não acredita que as reformas introduzidas ao longo da segunda metade do século XX, em função da crise estabelecida, tenham conseguido alcançar os objetivos desejados de melhoria qualitativa e quantitativa da educação. A situação atual é caracterizada como elemento de exclusão das camadas mais necessitadas da educação publica que exige a implantação de dimensões educativas novas, melhores e mais democráticas. E tem como um desafio disseminar um desenvolvimento sustentável, que deve ser construído, mas que é continuamente afetado por novas variáveis emergentes, constituindo um horizonte dificilmente atingível, ideologicamente complexo e de elucidação desafiadora. “O debate sobre a escola e sobre as modalidades de formação fora dela gera preocupações em relação a sua capacidade de incorporar a aceleração das transformações científico - tecnológicas e as exigências de um mercado internacional cada vez mais globalizado” (MEDINA 1994). 25 25 A vertiginosa rapidez das transformações sociais da época contemporânea,mudanças econômicas, tecnológicas, produtivas, situa-se num horizonte inevitável e, sem dúvida, necessitado de freqüentes adaptações e atualizações educacionais. Num mundo de transformações, com outras necessidades, a educação e a formação adquirem uma dimensão mais complexa do que aquela que tem tido tradicionalmente, transcendendo, inclusive o período vital a que ate agora circunscrevia, estendendo-se a setores aos quais não chegava anteriormente, convertendo-se, enfim, em educação permanente e continuada. Essas considerações são elementos necessários para estabelecer e entender a introdução da Educação Ambiental na educação, num contexto geral de transformações e de expectativas futuras. A incorporação da Educação ambiental na escola só será possível se o sistema for capaz de adaptarem-se as suas necessidades, e ela, por vez, conseguir obrigá-lo a uma profunda mudança que restabeleça os fins, os conteúdos e as metodologias de ensino. A educação Ambiental permitirá pelos seus pressupostos básicos, uma nova interação criadora que redefina o tipo de pessoas que queremos formar e os cenários futuros que desejamos construir para a humanidade, em função do desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental. Torna-se necessária a formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo estilo de desenvolvimento dominante, a partir da construção de um novo estilo harmônico entre a sociedade e a natureza e que ao mesmo tempo sejam capazes de superar a racionalidade meramente instrumental e economista, que deu origem as crises ambientais e sociais que hoje nos preocupam. 2.3 CENÁRIO E PERSPECTIVAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS É a partir de 2004 na afirmação de Paiva (2006) que o governo brasileiro investe no alargamento político de EJA, entendendo que um programa de alfabetização é muito limitado para garantir o direito constitucional. Complementa a 26 26 pesquisadora que: [...] a continuidade de estudos é meta inalienável da EJA, também se pôs, como desafio, a garantia do ensino médio por via da mesma modalidade. Nessa mesma direção Moura (2006) citando Ireland et al (2004) aponta para uma política pública para a EJA de forma humanizadora da educação, não se restringido a “tempos próprios” e faixas etárias, mas que se faz ao longo da vida, de acordo com a Declaração de Hamburgo de 1997. Essa ampliação conceitual implica reconhecer que esse é um campo complexo, que envolve diversas dimensões que não podem ser limitada apenas ao ensino, mas à educação. A EJA tem uma amplitude de sujeitos, pois envolvem aqueles que ficam a margem do sistema, com atributos sempre acentuados em conseqüência de fatores adicionais como raça/etnia, cor, gêneros entre outros. Negros, quilombolas, mulheres, indígenas, camponeses, ribeirinhos, pescadores, jovens, idosos, subempregados, desempregados, trabalhadores informais. É nesse cenário de lutas e embates pedagógicos que a Educação de Jovens e Adultos, aponta para outra institucionalidade. “A perspectiva de uma educação ao longo e ao longo da vida, que significa continuidade de estudos até o nível superior a um público portador de escolaridade interrompida, fator limitador de chances de melhor inserção na vida social e no mundo do trabalho|” (MACHADO, 2006). MOURA (2006), cabendo inicialmente à Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, ser o local privilegiado para o oferecimento da modalidade EJA integrada à educação profissional. Isso ocorre face algumas instituições da Rede em referência já terem experiências nesse âmbito com jovens e adultos, ampliando-se posteriormente também para os estados e municípios. . Para MACHADO (2006), a EJA ganha significação nesse contexto atual de mudanças paradigmáticas e de busca da universalização da educação básica. E de É crescente a necessidade de demanda social por políticas públicas, nessa modalidade de ensino e em outras áreas. As políticas públicas que almejamos devem resultar em um corpo teórico bem estabelecido. E que respeitem as dimensões sociais, econômicas, culturais, cognitivas e afetivas desse jovem e adulto, em situação de aprendizagem escolar. 27 27 ampliação de oportunidades de qualificação profissional e de perspectivas de continuidade de estudos em nível superior a um público portador de escolaridade interrompida, fator limitador das chances de melhor inserção social e no mundo do trabalho. 2.4 – MÉTODOS UTILIZADOS NA PESQUISA O presente estudo teve inicio com uma pesquisa bibliográfica que para completar os assuntos pertinentes às características e processos presentes na área relacionada com o estudo, foram elaborados com base nas informações organizadas para a distinção ambiental, completadas por informações históricas de diversos acontecimentos globais quanto aos danos ao meio ambiente, às informações sobre as características do meio físico e social foram selecionadas em seguida organizadas para compor o embasamento teórico. Inicialmente foram pesquisadas e coletadas referências de literatura sobre a ocupação no meio ambiente, degradação ambiental, leis ambientais e educação ambiental, que fundamentaram teoricamente a pesquisa. A escola apresenta uma população estudantil de 417 alunos na rede estadual, onde estes educando são de várias localidades, ou seja, tanto do meio urbano como rural. A proposta de intervenção ambiental foi pactuada com os alunos das turmas do ciclo II e Ciclo III, na modalidade de EJA da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Moreira Pinto, num total de 50 alunos sendo definido como universo de pesquisa os 100% do percentual dos educandos. Após terem sido definidas a base da amostragem desta pesquisa foi elaborada o questionário de entrevista, com variáveis estruturais e funcionais organizadas de modo ordenado, com perguntas fechadas, o que possibilitou, por meio do cruzamento de dados, a análise de diversos aspectos, da Educação Ambiental formal recebida pelos alunos. 2.4.1 - APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 28 28 O questionário (em apêndice) foi aplicado diretamente pelo pesquisador ao pesquisando, observando sempre que possível, a ausência de conhecimento e a fragilidade dos educando quanto à interpretação dos quesitos indagados no questionário. Todos os alunos que participaram foram de forma voluntária, saíram do ambiente de sala de aula e, em outra sala, elaboraram as respostas individualmente, foi permitida a eles, a oportunidade de perguntar sobre as questões que não lhe pareceram claras, havendo tempo suficiente para responder aos questionários. 2.4.2 - ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram organizados e sistematizados por meio de tabulação, sendo os resultados apresentados de forma sintetizada, por meio de figuras. Para a análise e interpretação das informações obtidos nas diversas questões, foi feito uma intercepção para se obter um diagnostico mais seguro. Antes de se realizar a pesquisa descritiva foi feita uma pesquisa sobre a política da Educação Ambiental nos níveis de ensino, enfatizando o seu desenvolvimento na escola inserida nesta pesquisa e a atual política educacional com relação ao meio ambiente. 2.5- RESULTADOS E DISCUSSÕES Através dos dados obtidos por meio de um questionário com perguntas combinando alternativas dicotômicas, com respostas múltiplas, alternativas hierarquizadas objetivando conhecer melhor a opinião dos alunos pesquisados sobre assuntos pertinentes ao meio ambiente, avaliando o processo de ensino e aprendizagem e os problemas ambientais presenciados pelos alunos. 29 29 Figura 1- Participantes com base no sexo. Como forma de avaliar o conhecimento cotidiano sobre a temática ambiental com 50 alunos, da EJA na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Moreira Pinto, demonstra na figura 1 que,os maiores frequentadores dessa modalidade de ensino é composto por pessoa do sexo feminino, evidenciando mais uma vez que as mulheres vem cada vez buscando o seu espaço, também na educação. Dados contrário foram encontrados com estudantes da Educação de Jovens e Adultos da Cidade de Cachoeira dos Índios – PB, onde 53% dos alunos são do sexo masculino que frequentam essa modalidade de ensino (BARROS & SILVA, 2009). Muitos relatos foram contados em uma roda de conversa realizada com os alunos, no intuito de conhecer um pouco da história de cada um indíviduo , a maioria detalhou o porque de não terem tido a oportunidade e/ou condições de concluirem os estudos, em especial as mulheres que em suma maioria casaram-se cedo e tiveram que abandonar a escola para cuidarem da casa e dos filhos, os homens argumentaram a necessidade de trabalhar e manter a família. Se cada período da vida é suscetível de se identificar com uma serie de papéis, atividades e relações não cabem dúvida de que a entrada no mundo do trabalho e a formação de uma unidade familiar própria são identificadas como papéis, atividades e relações da maior importância a partir do final da adolescência. A forma como esses dois fenômenos ocorrem e as expectativas sociais em torno Série1; Masculino; 21 Série1; Feminino; 29 N ú m er o s d e p ar ti ci p an te 30 30 deles são claramente dependentes em relação a fatores históricos, culturais e sociais. (PALACIOS,1995). Figura 2- Participantes por faixa etária. Na figura 2 , apresenta a faixa etária dos alunos entre 21 a 44 anos variou, predominando na faixa eatria de 39 a 44 anos, seguindo de 21 a 26 anos, e por fim de 33 a 38 anos, evidenciando uma mudança na consciência em busca do conhecimento independentemente da idade. Barros et. al (2009) constou-se em pesquisa que os educando apresentam uma média de idade de 21 anos e que 53,3% dos alunos são do sexo masculino. Enquanto que Freitas et al., (2009) verificaram em um estudo com a modalidade de jovens e adultos que a idade entre os alunos eram proporcional 50% para casa sexo. Segundo dados distribuídos pelo MEC no final do ano de 2012, a taxa de analfabetismo diminuiu de 16,0% (1994) para 13,3% (1999). Graças ao esforço realizado no ensino fundamental a taxa de analfabetismo diminuiu de 7,5% para 4,0% no grupo de 15 a 19 anos e de 8,0% para 5,9% no grupo de 20 a 24 anos, no mesmo período. Analisando a série histórica da taxa de analfabetismo, percebe-se que o Brasil não consegue reduzi-la no mesmo ritmo da década passada, já em Série1; 15 a 20 anos; 7 Série1; 21 a 26 anos; 11 Série1; 27 a 32 anos; 5 Série1; 33 a 38 anos; 10 Série1; 39 a 44 anos; 13 Série1; 45 a 50 anos; 4 N ú m er o d e p ar ti ci p an te s 31 31 1992 a 1999, a redução foi de 3,9 pontos percentuais, enquanto que no período de 2001 a 2008, o recuo foi de 2,5 pontos percentuais, de 12,3% para 9,8%. Os jovens e adultos não nos remete apenas uma questão de especificidade etária, mas primordialmente, a uma questão cultural. Visto que estes dados apresentados apenas vêem confirmar a real disparidade social quanto ao direito que foi negada a estas pessoas excluídas, decorrente de um conjunto de problemas de ordem sociais tais como: falta de moradia, alimentação, transporte, escola, emprego, saúde, dentre outros. Á medida que ocorre um desando no percentual educacional, surge a existência de políticas públicas e sociais na redução destes fatores que contribuem para a existência de analfabeto funcional. Com relação a origem dos alunos (figura 3) podemos observar que 54% vieram da Zona Rural e o restante 46% da Zona Urbana. Provavelmente este fato ainda é comum em cidade do interior que apresenta sua população bem maior na Zona Rural, visto que a fonte de renda da população é baseada predominantemente da agricultura. Figura 3 - Percentual de participantes da pesquisa da Zona Rural. A desigualdade entre os níveis de escolaridade dos indivíduos que vivem no campo e dos que vivem nas cidades está claramente demonstradas nas pesquisas populacionais e educacionais. Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006 mostram que 1.641.940 jovens do campo (26.16%), não concluíram o primeiro segmento do ensino fundamental e 3.878.757 (61,80%) não Série1; Zona Rural; 27; 54% Série1; Zona Urbana; 23; 46% Zona Rural Zona Urbana A 32 32 concluiram a segunda etapa do ensino fundamental. Enquanto que para os jovens das cidades, uma média de 18% e 30%, respectivamente, não concluiram os dois segmentos ensino fundamental. Essa realidade aponta para a necessidade de adoção de políticas públicas que revertam a situação da educação oferecida aos individuos em idade escolar, a fim de se impedir que esse quadro se perpetue , e que ao mesmo tempo, resgatem a divida histórica da sociedade brasileira para com os jovens e adultos que vivem no campo e não tiveram a oportunidade de frequentar a escola. È preciso , ainda, superar a dicotomia histórica entre a Educação Regular como predominante ao jovem do espaço urbarno e a Educação Popular (EJA- Educação de Jovens e Adultos dominante do público do meio rural, na figura 4 mostra que 54% são alunos da Zona Rural , assim como também estão cursando o ciclo II e apenas 46% da Zona Urbana frequentam o ciclo III. A maioria dos alunos da sede da cidade que cursavam a EJA, evadiram-se, não estão cursando mais nenhuma modalidade de ensino, já que neste período motivados pela necessidade vão para outras regiões vender crediário (aparelhos de suporte para eletrodosmésticos). Figura 4 - Percentual de participantes da pesquisa com base no nível escolar. Na figura 5, Inquiridos sobre as disciplinas que abordam temas relacionados ao meio ambiente, 70% responderam que estudam temas interligados a conservação do meio ambiente na disciplina de geografia, 8% em ciências e história e 6 % em matemática e português, percebemos portanto, , a distância que existe Série1; 6º e 7º ano; 23; 46% Série1; 8º e 9º ano; 27; 54% Ciclo III 46% Ciclo II 54% 33 33 quanto a uma prática pedagogica transversal, interdiciplinar e multidiciplinar, numa visão sitêmica e integrada, inserida nas diversas áreas do conhecimento e com adoção dos princípios da educação integral, pois é necessário o engajamento de todas as disciplinas neste processo de construção do pensamento ecologico , visto que, a lei citada anteriormente assegura no se artigo 4°, inciso III: “ o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter,multi e transdisciplinaridade.” Figura 5 – Disciplinas relacionadas com meio ambiente. Os professores convivem com uma situação muito delicada, ter que trabalhar com alunos jovens e adultos, com diferentes necessidades de aprendizagem e expectativas, bem como níveis socioculturais dos mais diversos e não excluir nenhum deles, tentando desenvolver um trabalho que atenda às suas particularidades, tendo que lidar com um conflito gerado pelo curriculo prescrito e pelo que é posto em prática em sala de aula A proposta curricular deve ultrapassar as relações do tempo e do espaço, possibiltando uma comunicação em rede , um diálogo que se abre na perspectiva de romper com fronteiras do conhecimento. Desafia as amarras acadêmicas e propõe uma nova abertura capaz de trazer uma dimensão mais ampla. Todo ato de liberdade implica num ato de invenção, de política e de arte, com incidência do conhecimento humano. (FREIRE, 1970). 6% 6% 70% 8% 8% 2% Disciplinas V al o re s em p er ce n tu ai s 34 34 Na pratica a Educação Ambiental só ocorre de forma coletiva, sendo preciso investir tempo, trocar experiênciase propor diálogos com todos da comunidade escolar para consolidá-la e gerar espaços educadores sustentáveis e ambientais. Figura 6 - Concepções dos alunos a cerca do conceito do meio ambiente Os alunos questionados sobre o conceito e a definição do meio ambiente (figura 6), evidencia que 26 compreendem o meio ambiente como um conjunto dos recursos naturais, 18 afirmaram que o meio ambiente é todos os lugares que os seres vivos habitam e apenas 6 alegaram que o meio ambiente corresponde ao meio físico, biológico, sócio – cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem. Podemos perceber a deficiência dos educados sobre a real definição do meio ambiente. Segundo a Lei Federal de nº 6.938/81, que dispõe sobre a política nacional do Meio Ambiente, apresenta no artigo 3º. Inciso I, a definição precisa do “meio ambiente, conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Não se trata de somente ensinar sobre a natureza, mas de educar “para” e “com a natureza”, para entender e agir corretamente ante os grandes problemas das Conjunto dos recursos naturais O lugar onde todos os seres vivos habitam Corresponde ao meio fisíco, biológico, sócio - cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotado pelo homem. 26 18 6 35 35 relações do homem com o ambiente; deve acontecer uma contenda sobre o papel do ser humano na biosfera para a compreensão das complexas relações entre a sociedade e a natureza e dos processos históricos que condicionam os modelos de desenvolvimento adotados pelos diferentes grupos sociais. Figura 7 – Percepção dos alunos sobre a função da Educação Ambiental Na figura 7, indagados a respeito da função da Educação Ambiental (E.A), 15 dos alunos acreditam que a missão da (E.A) é orientar sobre a conservação do meio ambiente, 25 alunos diz que a (E.A) deve ensinar a não jogar lixo no chão e adotar atitudes práticas de reciclagem, somente 10 referiram a (E.A) com a habilidade para a formação de cidadãos consciente, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio - ambiental, de modo, comprometido com a vida e o meio social, portanto, fica claro, a falta de informação acerca da incumbência da Educação Ambiental. A Educação Ambiental é um processo que afeta a totalidade da pessoa, na etapa da educação formal, e que deveria continuar na educação permanente. Possui uma forte inclinação para a formação de atitudes e competências, definidas desde o seminário de Belgrado, em 1975, como conhecimento, atitudes, aptidões, capacidade de avaliação e de ação critica no mundo. A Educação Ambiental deve ser trabalhada de forma prazerosa, ainda que difícil de ser desenvolvida, pois requerem atitudes concretas, como as mudanças de comportamento pessoal e comunitário, tendo em vista que para atingir o bem Orientar sobre a conservação ambiental Ensinar a não jogar lixo no chão e adotar atitudes práticas de reciclagem Capacitar para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a vida e o meio sócial 15 25 10 36 36 comum devem-se somar atitudes individuais. As dificuldades são grandes quando se quer verdadeiramente trabalhar a (E.A), mas precisam ser superadas, pois segundo Dias, 2003, “sabemos que a maioria dos nossos problemas ambientais tem raízes em fatores sócio - econômicos, políticos e culturais, e que não podem ser previstos ou resolvidos por meios puramente tecnológicos.” Daí a grande importância da inserção da Educação Ambiental nas escolas, a fim de conscientizar os educado e auxiliá-los a se tornarem cidadãos ecologicamente corretos. Figura 8- Compreensão dos alunos sobre os Impactos Ambientais Averiguados sobre o que eles compreendem a respeito de Impactos Ambientais (I.A.) (figura 8), os educandos mostraram pouco conhecimento, 28% retratou os (I.A.) como sendo tudo o que interfere no meio ambiente, 50% afirmou que os (I.A.) é a poluição dos rios, lagos e mares, enquanto apenas 18% descreveu que os Impactos Ambientais é qualquer mudança no meio ambiente, que seja desfavorável ao equilibrio ecológico resultantes da atividades relizadas pelo homem ao meio natural. Diante do exposto, é evidente a ncessidade da transformação social e politica e que essa, se converta em mudança, principalmente de pensamentos. E para esta transformação, a educação é o primeiro passo na busca de conciencia mais holística. A falta de educação, e em especial a ambiental, surge como um defeito grande entre aqueles que tem o papel de intervir nos ambientes naturais, em maior e menor intensidade. A insuficiência de conhecimento ou de interesse é evidente não só nos centros urbanos, mas também no meio rural, o desmatamento, as Tudo o que interfere no meio ambiente Poluição dos rios,lagos,mares. Qualquer mudança no meio ambiente, que seja desfavorável ao equilíbrio ecológico. 28 50 18 37 37 queimadas, o lixo doméstico e os dejetos de animais são jogados nos rios ou ficam ao ar livre, demonstram algumas atitudes errôneas que precisam ser repensadas. Para orientar as ações humanas no seu meio natural e social, a educação ambiental, é uma alternativa, pois, simboliza a busca de um novo pensamento na área rural e na cidade, na tentativa de fazer com que, os agentes envolvidos percebam a visão da totalidade e não no mero papel individual dentro de sua cadeia social. Todos fazem parte desse grande sistema e compete aos seus integrantes a busca por uma convivência mais equilibrada. Devassados sobre a importância da reciclagem, 6% dos alunos compreendem que reciclagem não contribui com a redução dos probelmas ambientais, 86% confirmam que tem importância sim, e nos proporciona um planeta saudavel e 8% diz que a acuidade da reciclagem é derramar mercúrio na água (figura 9). É muito real a importância da reciclagem nos dias atuais, e estes resultados confirmam que ainda existe pessoas leigas a respeito da importância da reciclagem. Figura 9 – Importância da reciclagem no contexto atual . Sobre o que significa os três Rs, na figura 10 demonstra que 50% dos discentes expressa que os três Rs é reduzir, reutilizar e reaproveitar, 20% exprime que constitui reduzir, revisar e reciclar e 30% conhece realmente a definição dos três Rs que é reduzir, reutilizar e reciclar. 6% 86% 8% V al o re s e m p er ce n tu ai s 38 38 Num espaço educador não bastará a simples colocação no pátio de lixeiras com as cores universais da reciclagem. Também não são suficientes as práticas pedagógicas relacionadas a pesquisas, que priveligiam mais os processos cognitivos, sem entrar no campo afetivo, que leva o comprometimento real das pessoas em direção à sensibilização, compreenção , responsabilidade e competências para exercer a sua cidadania. Figura 10 – A importância do método dos três Rs. Se os discentes compreender que um copo descartável vem de uma matéria – prima que precisou de milênios para se formar, e se consumiu energia para ser fábricado, bastando poucos tempos de usos para ser logo descartado, logo sendo transpotado (com custos pagos pela sociedade), e depejado num lugar, onde permancerá por milhares de anos, enquanto se decompõe, e que essa decomposição acarreta um grande prejuízo aos seres vivos, inclusive a nossa sáude, cria-se assim um comprometimento, que proporciona uma nova forma de agir. O mundo mudou e o lixo gerado por ele também. A sociedade atual assumiu características diferenciadas das sociedades antepassadas. A compreensão do espaço e do tempo e demais outros fenômenos promovidos pelo processo de globalização vêm provocando a expansão de um consumo desenfreado e, conseqüentemente, de uma produção cada vez maior e mais rápida e aquiloque é Série1; Reduzir, Reutilizar e Reaproveitar; ; 25; 50% Série1; Reduzir, Reutilizar e Reciclar; 15; 30% Série1; Reduzir, Revisar e Reciclar; 10; 20% Reduzir, Reutilizar e Reaproveitar; Reduzir, Reutilizar e Reciclar Reduzir, Revisar e Reciclar 39 39 adquirido logo são descartado, isso significa que o aglomerado de lixo está cada vez mais aumentando diante da sociedade moderna caracterizada como consumista. A população mundial cresceu. Hoje somos mais de seis bilhões de pessoas habitando a Terra. Tal fato tem relação direta com uma série de conseqüências e fatores, entre eles a quantidade de lixo gerada pela população mundial e a qualidade de vida dessa mesma população. A quantidade de lixo produzido atualmente por toda humanidade é de aproximadamente 3,5 milhões de toneladas ao ano (apenas de lixo domiciliar). No Brasil, a média total da produção de lixo é de 240 mil toneladas diárias. Acredita-se que cada brasileiro produza, em média, de 0,5 a 1 quilo de lixo por dia, variando tal número de acordo com o poder aquisitivo de uma dada localidade. (MUNIZ, 1999). Com o objetivo de analisar como está sendo trabalhado em sala de aula assuntos pertinentes a educação ambiente, perguntou-se aos educando (figura 11), sobre as causas da contaminação dos lenções freáticos, 44% dos alunos citaram ser a poluição do ar, 32% mencionaram a poluição sonora e 24% referiram como razão a poluição do solo. Conseqüentemente percebemos que os alunos também demonstram pouco conhecimento sobre as causas da contaminção do lenções freáticos. A geração descontrolada e a disposição inadequada de resíduos sólidos têm gerado sérios problemas de degradação do meio ambiente. Os prejuízos mais graves ocorrem em função da contaminação do solo e dos lençóis freáticos pelos líquidos percolados (chorume). Figura 11 –Índice de contaminação do lençol freático. Série1; Poluição no ar; 12; 24% Série1; Poluição Sonora; 16; 32% Série1; Poluição do solo; 22; 44% 40 40 A poluição dos lençóis freáticos é grave, aumenta dia-dia e começa a preocupar, pois a despoluição de um lençol freático leva mais de 300 anos. Além das atividades do homem, poluindo o meio ambiente, principalmente as terras e as águas, afetando as águas subterrâneas, com a presença de teores de elementos químicos, nocivos, oriundos de rochas armazenadas ou dos aqüíferos. O professor Aldo da Cunha Rebouças, do Centro de Pesquisas em Águas Subterrâneas, CEPAS, da USP, descobriu que e elevado flúor contido nas águas do Nordeste do Paraná e na região paulista de Águas da Prata, produz uma doença chamada fluorose, que provoca a destruição dos dentes em crianças e adultos, ao invés de protegê-los. Esse assunto deveria ser mais debatido, visto que a água para consumo é proveniente de águas subterrâneas, conhecida como o “olho d’ água”, nas proximidades da Serra das Araras, também conhecida como Serra Branca, não ocorre nenhuma campanha de conscientização e preservação para a manutenção desta fonte de primordial importância para todos os habitantes desta localidade. Abordados sobre a probabilidade de aumento da desertificação, na figura 12, 56% dos discentes afirmaram que ocorre em virtude do mau trato do solo e aumento do chorume em hospitais, e 22% tanto asseveraram que seria devido ao aumento populacional e mortalidade infantil, motivo este que não contribui, como também o mesmo percentual de alunos asseguraram que ocorre devido ao desmatamento e imprudência no trato do solo. Por conseguinte, entendemos que os alunos não estão sendo orientados sobre as causas e consequências da desertificação 22% 56% 22% V al o re s em p er ce n tu ai s 41 41 Figura 12 – Processo de desertificação A desertificação é um fenômeno em que um determinado solo é transformado em deserto, através da ação humana ou processo natural. No processo de desertificação a vegetação se reduz ou acaba totalmente, o solo perde suas propriedades, tornando-se infértil (perda da capacidade produtiva). Nas últimas décadas vem ocorrendo um significativo aumento do processo de desertificação no mundo. No Brasil, a desertificação vem aumentando, atingindo várias regiões. Nordeste (região do sertão), Pampas Gaúchos, Cerrado do Tocantins e o norte do Mato-Grosso e Minas Gerais estas são áreas do território brasileiro afetadas atualmente pela desertificação. A desertificação gera vários problemas e prejuízos para o ser humano. Com a formação de áreas áridas, a temperatura aumenta e o nível de umidade do ar diminui, dificultando a vida do ser humano nestas regiões. Com o solo infértil, o desenvolvimento da agricultura também é prejudicado, diminuindo a produção de alimentos e aumentando a fome e a pobreza. O meio ambiente também é prejudicado com este processo. A formação de desertos elimina a vida de milhares de espécies de animais e vegetais, pois modifica radicalmente o ecossistema da região afetada. E este problema não está muito distante, nas zonas rurais, da referida cidade devido às queimadas está ocorrendo um processo de erosão intenso, podendo futuramente torna-se desertos, devido ao mau uso do solo para o cultivo agrícola e a ausência de informação e conscientização dos agricultores. Averiguados a respeito de desenvolvimento sustentável, figura 13, observa-se que 28 dos alunos expõem o desenvolvimento sustentável como à capacidade de expandir-se no meio esquecendo o futuro, 10 deles demonstram como incapacidade de interagir com o meio e sustentar o futuro e 12 são conhecedores do que significa realmente o desenvolvimento sustentável, que é habilidade de interagir com o meio no presente contribuindo com o futuro. 42 42 Figura 13- Entendimento dos alunos sobre desenvolvimento sustentável Estamos frente a uma crise generalizada e global não somente econômica ecológica ou social, é uma crise do próprio sentindo da vida e de nossa sobrevivência como espécie, é um conflito na nossa forma de pensar e agirmos no mundo. Sobreviveremos a ela à medida que, possamos construir uma nova racionalidade ambiental que possibilite responder aos desafios presentes. Segundo Bezerra e Bursztyn (2000), em um trabalho preparatório para a Agenda 21 brasileira, o desenvolvimento sustentável é um processo de aprendizagem social de longo prazo, balizado por políticas publicas orientadas por um plano nacional de desenvolvimento inter-regionalizado e intra - regionalmente endógeno. As políticas de desenvolvimento são processos de políticas publicas de Estados nacionais. Os estilos de desenvolvimento estão sustentados por políticas de estado, que por sua vez, respaldam padrões de articulação muito determinados dos diversos segmentos sociais e econômicos com os recursos disponíveis na natureza. A preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades, nos dias atuais, está apreensão exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que designam identidades e valores comuns, ações solidárias, diante da reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre saberes, que acontece com maior facilidade no espaço educacional. Habilidade de interagir com o meio no presente contribuindo com o futuro; 1; 12 capacidade de expandir-se no meio esquecendo o futuro ; 1; 28 Incapacidade de interagir com o meio e sustentar o futuro; 1; 10 Habilidade de interagir com o meio no presente contribuindo com o futuro capacidade de expandir-se no meio esquecendo o futuro Incapacidade de interagir com o meio e sustentar o futuro 43 43 Figura 14– Ausência de projeto e atividades sobre educação ambiental na escola (A) e dadosreferêntes a campanha de sensibilização e exposição da temática educação ambiental envolvendo a comunidade (B). Ao ser investigado (figura 14 A) sobre a participação da escola em projetos e atividades ambientais, 43 dos alunos responderam que não havia projetos voltados para a Educação Ambiental e quando indagado sobre o desenvolvimento de campanhas de sensibilização (figura 14 B) envolvendo a comunidade sobre os diversos problemas ambientais, 40 alunos confirmaram a falta de campanha desda natureza. Vivemos em uma época que sabemos ser preciso mudar muita coisa na educação, a escola deve ser estimuladora da inteligência , o processo de investigação científica necessita ser ensinado nas salas de aula.Portanto, é neste espaço que os indivíduos precisam relacionar a educação com a vida, seu meio, sua comunidade , visto que muitas mudanças no campo econômico e ambiental precisam ser feitas. Segundo Mayer (1998), nos anos 50-60 o meio ambiente era utilizado com expediente pedagógico que possibilitava o envolvimento ativo dos alunos. Já nos anos 70, com o reconhecimento da importância da ecologia, a educação ambiental passou a ser ensinada junto com as outras ciências naturais. Mais tarde, no final dos anos 70, com o descobrimento dos riscos ambientais, com os desastres ecológicos, noções sobre a importância dos recursos naturais e os prejuízos causados pela poluição foram introduzidas nos livros didáticos. A Educação ambiental deve ser capaz de motivar propostas adequadas, baseadas em valores e condutas sociais ambientalmente favoráveis para um mundo Série1; Sim ; 10 Série1; Não; 40 (A ) (B) 44 44 em rápida evolução. E para que isso suceda com êxito, devemos ter em mente que os projetos educacionais podem mostrar uma nova saída, em busca de valores que melhor se adapte na luta pela sobrevivência da espécie humana e melhorem a gestão dos recursos naturais. Quando os alunos foram ponderados sobre exposições relacionadas com a temática ambiental ou se existe algum espaço dedicado a esta temática 12% disseram que havia e 88% expuseram que não (figura 15). Educação Ambiental compreende atividades educativas, que têm como objetivo proporcionar informações e formações sobre o meio ambiente. Figura 15 - Exposição referente a temática ambiental. Para Mayer (1998), a premissa desse primeiro processo educativo é que os problemas ambientais são causados por uma falta de “conhecimentos” e que a solução reside, portanto, na “informação”. Se conhecêssemos os problemas não nos comportaríamos de forma inadequada. A Educação Ambiental deve tomar o meio físico como recurso didático, como elemento para investigar, descobrir o mundo através da observação, tendo como finalidade ajudar os indivíduos a tomar consciência do entorno global e entender que todos os aspectos – sociais culturais e ambientais- estão interligados, e é na escola que temos oportunidade de capacitar os educando para serem agentes multiplicadores diante da problemática local-global, como participes dos processos de idealizações e tomadas de decisões na execução de projetos direcionados para a coletividade homem – natureza - sociedade. 12% 88% V al o re s e m p er ce n tu ai s 45 45 Com o intuito de identificar a compreensão dos alunos a cerca dos problemas ambientais locais (figura 16), foi perguntado aos educando se existem problemas ambientais, 70% dos discentes responderam que sim e 30% responderam que não. Perguntamos logo em seguida quais os principais problemas observados por eles no município de Vieirópolis – PB, 100% responderam que o principal problema que interfere na vida cotidiana das pessoas deste município é a presença dos lixões em terrenos baldio, citaram ainda outros problemas (tabela no apêndice), tais como poluição de rios, queimadas, desmatamentos, ausência de saneamento básico. Figura 16 – Demonstra problema Ambiental detectado no Municipio de Vieirópolis pelos participantes da pesquisa. Os problemas ambientais ganharam mais notoriedade e passaram a ser interpretados de forma global e não apenas isolados. Segundo Lewontin, (1983) os organismos e o meio ambiente não estão determinados em separados. O meio ambiente não é uma estrutura imposta sobre os seres viventes desde o exterior, mas é criação destes seres. O meio ambiente não é um processo autônomo, mas um reflexo da biologia da espécie. Assim como não existem organismos sem meio ambiente, não há meio ambiente sem organismos. Nestas formulações, o meio ambiente não é mais uma instância que estabelece as condições limite das soluções evolutivas possíveis para uma espécie, mas uma construção resultante de complexos processos evolutivos, como a 70% 30% V al o re s e m p er ce n tu ai s 46 46 necessidade de se compreender e reconhecer as inter-relações dinâmicas pelas quais se define, evolui e se transformam os sistemas ambientais; e distinguir o papel da educação neste procedimento de mudanças de hábitos e conscientização. Segundo Brunner (1990), “os seres humanos nascem predispostos a aprender...”. No que diz respeito ao ato educativo essa predisposição passa por um processo educacional que visa à formação de cidadãos conscientes do seu exercício pleno de cidadania, para garantir a sua integração e participação na construção de uma sociedade justa. Sobre a problemática local deve-se promover uma educação voltada para o conhecimento da base socioambiental, onde a escola precisa necessariamente passar por uma mudança de perspectiva, em que os conteúdos das disciplinas tradicionais deixem de serem encarados como o único fim da educação, eles deverão converter-se num meio para a construção da cidadania e de uma sociedade mais justa. Esses conteúdos tradicionais só farão sentido se estiverem integrados em um projeto educacional que almeje o estabelecimento de relações interpessoais, sociais e éticas, de respeito às outras pessoas, à diversidade cultural e étnica e ao ambiente natural e social, inserindo-se ao mesmo tempo num projeto a médio e longo prazo, de desenvolvimento sustentável, que vise à melhoria do ambiente natural e social. Ao questionarmos aos alunos se existe algum orgão no município que se preocupa e busca soluções para os problemas ambientais existente no município de Veirópolis, 82% expuseram que não e 18% disseram que sim (figura 17).Percebe- se com os resultados obtidos a ausência de métodos eficazes para a conservação ambiental e a falta de conscientização da comunidade, quanto à importância de fazerem parte desse processo, a falta de políticas públicas diligentes na fiscalização e proteção ambiental, inclusive para o apoio de organizações não governamentais (ONGs) que trabalham com as causas ambientais e acima de tudo a deficiência de práticas de educação continuada. 47 47 Figura 17 – Refere-se a existência de orgãos públicos preocupados em solucionar os problemas ambienteais no município. A constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, estabelece em seu artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 2004). Complementa ainda este documento como função do poder público: “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Para que possamos viver em um ambiente equilibrado devem-se acontecer políticas públicas comprometidas com a questão ambiental na sua dimensão social, política, econômica, cultural e ecológica. O sistema educacional deve acontecer como processo de sensibilização transformação, fortalecimento dos organismos de
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