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Atividades do Programa Família do Leite

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA 
CURSO DE ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
JANDER FABRÍCIO MARTINS COSTA 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA FAMÍLIA DO LEITE DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2017 
 
 
JANDER FABRÍCIO MARTINS COSTA 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA FAMÍLIA DO LEITE DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso de Zootecnia do Departamento de 
Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, 
como requisito parcial para obtenção do Título 
de Bacharel em Zootecnia. 
 
Orientadora-Pedagógica: Prof. Dra. Elzânia 
Sales Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JANDER FABRÍCIO MARTINS COSTA 
 
 
 
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA FAMÍLIA DO LEITE DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Curso de Zootecnia do Departamento de 
Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, 
como requisito parcial para obtenção do Título 
de Bacharel em Zootecnia. 
 
Aprovada em: 27/11/2017. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
Prof. Dra. Elzânia Sales Pereira (Orientadora) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
Prof. Dra. Ana Cláudia Nascimento Campos (Conselheira) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
Dra. Marília Williani Filgueira Pereira (Pós-Doutora) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Primeiramente a Deus e aos meus pais Reinaldo e Neiva, que me apoiaram e me 
incentivaram a seguir meus sonhos sem nunca me deixar abater com as dificuldades impostas 
pela vida em nossa caminhada, além de me darem a melhor criação e educação que eu poderia 
ter. Tudo o que conquistei e sou até hoje, devo a eles. 
Aos meus irmãos Luciano, Laura, Iolanda, Joana, Caio e Taís, que eu sempre 
pude contar em todas as horas, me ajudando sempre que eu precisei e por toda a preocupação 
durante esse período de graduação. 
A minha madrasta, que não tem nada de “má”, Regina Lúcia por ter me acolhido 
tão bem em sua casa durante todo esse tempo e por todas as incontáveis vezes que se 
preocupou comigo, obrigado por existir em minha vida. 
Aos meus avós Marcos, Laura, Evaristo e Maria, e aos meus diversos tios, 
primos, que desde novo me influenciaram no meu gosto pelo meio rural. 
À Universidade Federal do Ceará – UFC, pois nela eu cresci e amadureci como 
pessoa e profissionalmente. 
Aos Mestres, que tive a honra de conhecer durante a graduação e por seus ótimos 
ensinamentos que, com certeza, levarei para toda a vida. 
Aos meus futuros colegas de profissão Ana Carolina (Carolzinha), Thiago 
Victor, Simone Mendes, Luanda Rêgo, Dhones Rodrigues, Caio Júlio, Jardeson 
Pinheiro, Bárbara Helena, Gadiel Siebra, Saulo Cardoso, Vinícius Sales, Rennan 
Rômulo, Walisson Silveira, Suyanne Araújo, José Wilker, Luis Henrique, Letícia 
Gamarano, Jéssica Souza, Diego Ferreira, Thiago Ramalho que tive a oportunidade de 
conhecer durante a jornada acadêmica e pudemos compartilhar grandes momentos juntos e, se 
Deus quiser, compartilharemos mais e mais experiências. 
Aos membros do laboratório de fisiologia animal, em especial ao Aderson Viana, 
Antônio Carlos, Mônica Ramirez, Kamila Sousa, Bruna Félix, Fábio Vasconcelos, Jorge 
Martins, Arabela Guedes, Mayra Vettorazzi, Fágner Patrocínio, Révila Bianca e 
Moêmia Portela que tive a honra de ter tido um contato mais próximo e, sem dúvida 
nenhuma, deixavam o trabalho no laboratório mais leve e divertido. 
Aos amigos Andreza Vasconcelos, Bruno Bizerra e Eduardo Pessoa, que 
sempre estiveram comigo desde os piores aos melhores momentos dessa caminhada, que 
sempre me apoiaram e colocavam meus pés no chão nos momentos necessários, não há 
 
 
palavras para descrever o quanto sou grato a vocês e deixo o mais sincero agradecimento a 
vocês. Fantastic4 não acabará tão cedo. 
A minha parceira desde o 2° semestre da graduação Andreza Vasconcelos, que 
me ajudou e esteve ao meu lado sempre, me ensinando muito a ouvir e respeitar as diferenças, 
obrigado pelo amor e carinho durante todo esse tempo. 
Ao GPEBOV, grupo que tive a honra de fazer parte e me trouxe grandes amigos 
como David Lucena (Secretário ‘hipócrita’), Alexandre Almeida (Presidente ‘hipócrita’), 
Patrícia Taynara e Joice Helene. Obrigado a todos. 
Ao professor Magno José Duarte Cândido, por todo o aprendizado durante a 
minha passagem pelo NEEF/DZ/CCA/UFC e pela orientação. 
Ao professor Pedro Henrique Watanabe, por todo o companheirismo e 
confiança durante minha passagem pelo PET/UFC, com certeza o senhor é um exemplo de 
pessoa e profissional que eu me espelho. 
Aos professores Elzânia Sales, Arlindo Moura, Andréa Pereira, Patrícia 
Pimentel, Magno Cândido, Pedro Watanabe que tive a oportunidade de ser orientado, 
saibam que todos os ensinamentos foram de suma importância para eu estar finalizando a 
minha graduação. Obrigado pelos conselhos, pela credibilidade e pela confiança. 
A todos os funcionários do Departamento de Zootecnia que fazem dele um lugar 
mais agradável de se conviver e pela atenção cedida aos alunos do curso. 
Aos professores Marcos Inácio Marcondes, Polyana Pizzi Rota e ao gerente do 
estábulo Bernardo Magalhães, por terem me aceito como orientado durante meu estágio 
supervisionado e por me proporcionar viagens e trabalhos de campo extraordinários que me 
fizeram vivenciar a real experiência de um profissional em sua área de atuação. 
À Universidade Federal de Viçosa - UFV, pela oportunidade de um estágio de 
ótima qualidade. 
À família do leite, que me deu a oportunidade de ter uma vivência prática de tudo 
que aprendi em sala de aula. 
Aos profissionais Victor Giffoni, Assis Rubens, Gabriel Bandeira, Kolowyskys 
Dantas, Raimundo Reis, Cléssio Moreira, Guilherme Gonçalves, Jurandy Júnior, Diego 
Bernardes, Júnior Carpelli, João Paulo, dentre os muitos outros que eu tive a oportunidade 
de conhecer durante este período de graduação e que sempre pude contar em todos os 
momentos com seus acompanhamentos, suporte e suas orientações. 
 
 
E as professoras participantes da banca examinadora Elzânia Sales Pereira e 
Ana Cláudia Nascimento Campos e a pós-doutoranda Marilia Williani Filgueira Pereira 
pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Objetivou-se descrever as atividades desenvolvidas durante a disciplina de estágio 
supervisionado obrigatório, realizadas no setor de bovinocultura leiteira, Unidade de Ensino, 
Pesquisa e Extensão em Gado de Leite da Universidade de Viçosa. O estágio foi realizado no 
período de agosto a outubro de 2017 na Universidade Federal de Viçosa, no município de 
Viçosa, situada no estado de Minas Gerais. O setor leiteiro compreende um rebanho efetivo 
de 114 animais, sendo 45 vacas em lactação das raças Holandesa e Girolando. A Unidade de 
Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite possui um programa denominado Família do 
Leite que é subdividido em fases que abordam todo o sistema produtivo da pecuária leiteira. 
O estágio realizado compreendeu a fase relacionada ao manejo sanitário de bovinos leiteiros. 
As atividades específicas na área de manejo sanitário foram vacinações, vermifugações, 
hidratação enteral, casqueamento, drenagem de abcessos e escore de locomoção. O estágio 
supervisionado proporcionou a oportunidade da utilização prática dos conhecimentos 
adquiridos na graduação, além de aprimorá-los e discuti-los com profissionais do campo, 
professores e alunos da área das Ciências Agrárias. 
 
Palavras-chave: Família do leite. Gado de leite. Sanidade animal. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The objective of this report was to describe the activities developed during the required 
supervised internship,carried out in the dairy cattle sector, Teaching, Research and Extension 
Unit in Milk Cattle of the University of Viçosa. The internship was carried out between 
August and October 2017 at the Federal University of Viçosa, in the municipality of Viçosa, 
located in the state of Minas Gerais. The dairy sector comprises an effective herd of 114 
animals, 45 lactating cows of the Dutch and Girolando breeds. The Unit for Teaching, 
Research and Extension in Milk Lives has a program called the Milk Family that is 
subdivided into phases that approach the entire dairy cattle production system. The stage 
reached included the phase related to sanitary management of dairy cattle. The specific 
activities in the area of sanitary management were vaccinations, worming, enteral hydration, 
hoof trimming, drainage of abscesses and locomotion score. The supervised internship 
provided the opportunity to use the knowledge acquired in the undergraduate course, as well 
as to improve them and discuss them with field professionals, teachers and students in the 
area of Agricultural Sciences. 
 
Keywords: Milk family. Dairy cattle. Animal health 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................12 
2. OBJETIVO...........................................................................................................................13 
3. DESCRIÇÃO GERAL DO LOCAL DE ESTÁGIO...........................................................14 
4. ATIVIDADES REALIZADAS NA 1ª FASE DA FAMÍLIA DO LEITE – SANIDADE ...14 
4.1. FASE DE CRIA .............................................................................................................................................................. 14 
4.1.1. Manejo com o neonato ................................................................................................................................................. 14 
4.1.2. Descorna ...................................................................................................................................................................... 15 
4.1.3. Manejo preventivo ....................................................................................................................................................... 15 
4.2. FASE DE RECRIA ......................................................................................................................................................... 15 
4.2.1. Manejo preventivo ....................................................................................................................................................... 16 
4.3. FASE DE VACAS .......................................................................................................................................................... 16 
4.3.1. Manejo preventivo ....................................................................................................................................................... 16 
5. ATIVIDADES REALIZADAS NA 2ª FASE DA FAMÍLIA DO LEITE – MANEJO SANITÁRIO ............................... 16 
5.1. Hidratação enteral ........................................................................................................................................................... 17 
5.1.1. Protocolo de hidratação ................................................................................................................................................ 17 
5.2. Tristeza parasitária bovina .............................................................................................................................................. 18 
5.3. Stefanofilariose (filariose) .............................................................................................................................................. 18 
5.4. Drenagem de abscessos ................................................................................................................................................... 19 
5.5. Limpeza de fístulas ......................................................................................................................................................... 20 
5.6. Bernes e miíases.............................................................................................................................................................. 20 
5.7. Tratamento de pneumonia ............................................................................................................................................... 20 
5.8. Laminite .......................................................................................................................................................................... 21 
5.9. Escore de locomoção ...................................................................................................................................................... 21 
5.10. Casqueamento ............................................................................................................................................................... 23 
5.11. Vacinação ..................................................................................................................................................................... 24 
5.12. Vermifugação................................................................................................................................................................ 24 
5.13. Controle dos carrapatos ................................................................................................................................................. 25 
5.14. Apresentação e discussão do relatório .......................................................................................................................... 25 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................26 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Segundo a Organização das Nações Unidas (2017), a pecuária leiteira brasileira 
tem grande participação no agronegócio, espera-se uma produção de leite equivalente a 34,5 
milhões de toneladas até o final do ano de 2017. De acordo com dados do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (2016), aproximadamente 218 milhões de cabeças de gado, são 
bovinos de corte e 68 milhões pertencem à pecuária leiteira. 
A contínua busca por melhores índices produtivos tem sido alvo da bovinocultura 
leiteira. Atualmente busca-se aumentar a produção de leite por metro quadrado de área 
produtiva, de modo que, o confinamento animal é uma ferramenta que torna possível 
melhorar a produtividade, porém desencadeia uma série de modificações genéticas, 
ambientais, nutricionais e de manejo. Consequentemente, o aparecimento de enfermidades se 
torna mais frequente nestes sistemas, pois a alta densidade de animais resulta em acúmulo de 
dejetos que favorecem tal acontecimento (EDDY e SCOTT, 1980; CHIQUETE et al., 1985; 
BERTERO, 1992; STURION e PARDO, 1995; PARDO et al., 2004). Então, a incidência de 
ectoendoparasitose, de doenças infecciosas e infectocontagiosas (mastite, pododermatites, 
doenças reprodutivas) contribuem para redução dos índices produtivos (NASCIMENTO E 
DIAS, 2008). 
Segundo Alvin (2002), o correto acompanhamento de um calendário sanitário 
proposto para determinada região ou propriedade específica, pode reduzir consideravelmente 
a incidência de enfermidades no rebanho e com isso garantir a produção leiteira dentro dos 
índices da raça. A grande quantidade de agentes etiológicos existentes torna difícil o controle 
sanitário da propriedade. Porém, o conhecimento prévio do estado sanitário do rebanho de 
umapropriedade facilita a tomada de decisão, a fim de evitar a reincidência de enfermidades, 
e consequentemente, a maximizar a produtividade leiteira (GUTIERREZ et al., 1999). 
Diante da atual situação da bovinocultura leiteira nacional, o Departamento de 
Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) criou o programa Família do Leite, que 
foi idealizado com o objetivo de treinar estudantes para que estes realizem assistência técnica 
aos produtores de leite da região. Este programa está dividido em quatro etapas, sendo as duas 
primeiras desenvolvidas na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite 
(UEPE-GL) da UFV e as outras duas etapas desenvolvidas em propriedades particulares 
beneficiadas pelo programa. 
13 
 
 
2. OBJETIVO 
 
Descrever as atividades desenvolvidas durante a disciplina de Estágio 
Supervisionado realizadas em Viçosa-MG, a fim de aprimorar os conhecimentos práticos e 
teóricos adquiridos durante a graduação referente a área de Bovinocultura de leite. 
Realizar atividades relacionadas à segunda fase do programa Família do leite, 
atuando, principalmente, no setor responsável pelo manejo sanitário da UEPE-GL pertencente 
à Universidade Federal de Viçosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. DESCRIÇÃO GERAL DO LOCAL DE ESTÁGIO 
 
A Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite da Universidade 
Federal de Viçosa (UEPE-GL) realiza a criação de bovinos leiteiros em sistema de 
confinamento. Possui atualmente um rebanho com 114 animais das raças Holandesa e 
Girolando, sendo 45 vacas em lactação. 
As instalações da unidade são do tipo free stall para bezerros, novilhas e vacas. 
Existem dois piquetes com capim Mombaça para a alimentação de novilhas em recria, dois 
galpões em sistema de compost barn para animais no período de lactação, escritório, sala de 
ordenha, três galpões de pesquisa, vestiários para funcionários e alunos, sala de aula, galpão 
de máquinas e implementos, cinco silos vertical para armazenamento de rações, farmácia e 
chorumeira para tratamento dos resíduos. No entorno do estábulo são plantados capim 
Mombaça, milho, sorgo, cana-de-açúcar, milheto, aveia, azevém e capim elefante para 
alimentação dos animais. 
 
4. ATIVIDADES REALIZADAS NA 1ª FASE DA FAMÍLIA DO LEITE – SANIDADE 
 
4.1. FASE DE CRIA 
 
4.1.1. Manejo com o neonato 
 
 Logo após a expulsão do bezerro, os restos placentários eram removidos das 
narinas e da boca do animal, e realizava a secagem do neonato para evitar problemas 
respiratórios, estimular a circulação sanguínea e evitar mortes por asfixia (LOPES e VIEIRA, 
1998). 
O colostro era fornecido ao bezerro nas seis primeiras horas de vida. A quantidade 
fornecida era 15% do seu peso corporal, avaliava-se a qualidade do colostro com o auxílio de 
um colostrômetro. Este equipamento é calibrado em intervalos de 5 mg/ml e classifica o 
colostro conforme a concentração de imunoglobulinas, de acordo com Pritchett et al. (1994), 
concentração de até 22 mg/ml o colostro é considerado pobre; concentração entre 22 a 50 
mg/ml, mediano; e concentração > 50 mg/ml, bom. Segundo Gonzales e Santos (2017), o 
colostro possui função somatogênica, nutricional e imunológica. A falha no fornecimento de 
colostro pode gerar uma taxa de morbidade de até 22% em bezerros (DCHA, 2013). 
Ao nascer, o bezerro apresenta uma abertura no umbigo que serve como porta de 
entrada para agentes infecciosos. Como alternativa para evitar a entrada de microrganismos, o 
corte do umbigo era realizado de 2 a 3 cm abaixo de sua inserção, com uma tesoura cega, pois 
15 
 
 
favorecia a maceração dos vasos umbilicais. A cura do umbigo era realizada utilizando uma 
solução de álcool iodado de 5 a 10%, na qual o umbigo era mergulhado por aproximadamente 
um minuto. Esse procedimento era realizado três vezes ao dia para auxiliar a cicatrização e 
evitar a entrada de microrganismos patogênicos que possam vir a causar enfermidade ou a 
morte do animal (ESCRIVÃO et al., 2005). Caso tetos extranumerários estivessem presentes, 
eles eram removidos para evitar futuros problemas no acoplamento do conjunto de teteiras e 
uma possível porta de entrada de microrganismos (MATOS et al., 1997). 
A escrituração zootécnica é imprescindível em qualquer sistema de produção de 
leite, pois esta é a base para o controle do rebanho e sua boa utilização e preenchimento 
garantem confiabilidade ao processo, além de auxiliar na tomada de decisão na propriedade 
(EMBRAPA GADO DE LEITE, 2011). Por isso, realizava-se o registro do animal no livro de 
nascimentos, contendo o número do bezerro, o peso, a altura, a data de nascimento, o grau de 
sangue, o nome do touro (pai), o número e o nome da vaca (mãe). 
 
4.1.2. Descorna 
 
De acordo com Neiva (2000), a prática da descorna diminui a possibilidade de 
acidentes de trabalho, bem como torna os animais mais dóceis. Por isso, realizava a descorna 
aos 35 dias de vida do bezerro com auxílio de descornador elétrico ou de ferro quente. 
Posteriormente ao manejo realizado, tratava o local com spray cicatrizante e repelente, e em 
caso de infecção, limpava a área utilizando algodão, anti-inflamatório e spray repelente. 
 
4.1.3. Manejo preventivo 
 
A fase de cria é um constante desafio enfrentado nos sistemas de produção 
leiteira. No Brasil doenças como diarreia, pneumonia e tristeza parasitária são as principais 
causas de mortalidade na etapa de criação de bezerros (COELHO, 2005). Desta forma, o 
bezerreiro era sempre limpo, seco, realizava rotação das casinhas tropicais uma vez por 
semana e cal virgem era despejado diariamente nos locais onde havia fezes. Este manejo tinha 
função de evitar ambiente contaminado e proliferação de agentes patogênicos. 
 
4.2. FASE DE RECRIA 
 
A fase de recria compreende o período do desmame até a primeira cobertura ou 
inseminação. A duração desse período está diretamente relacionada com o ganho de peso 
alcançado nessa fase. Embora a recria seja uma fase menos complexa que a da cria, os 
16 
 
 
cuidados devem ser os mesmos, pois estes animais irão repor as vacas de descarte (SILVA et 
al., 2008). 
 
4.2.1. Manejo preventivo 
 
Animais saudáveis tendem a ter uma vida produtiva mais prolongada e serem 
responsivos a regimes de criação mais exigentes. Por isso novilhas mantidas o mais saudáveis 
possível, possuem maior preparação para lidar com o novo ambiente e atingir níveis de 
produção próximos ao ótimo, quando introduzidas no grupo de produção (RADOSTITS et al., 
2001). 
As instalações passavam por um processo de raspagem de dejetos e lavagem do 
piso três vezes por semana. A limpeza das camas era realizada durante a segunda-feira, 
quarta-feira e sexta-feira com o auxílio de uma enxada para retirar deposições de dejetos, em 
seguida fazia uso de cal virgem sobre as camas, e os bebedouros lavados toda terça-feira, 
quinta-feira e sábados. 
 
4.3. FASE DE VACAS 
 
4.3.1. Manejo preventivo 
 
A limpeza das instalações das vacas mantidas no free stall era a mesma seguida 
para a fase de recria. Já no compost barn o manejo da cama era realizado duas vezes por dia, 
sendo feita a incorporação dos dejetos e aeração da cama era realizada com o processo de 
revolvimento. O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis 
adequados de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos 
microrganismos, que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de 
microrganismos patogênicos. Para que esse processo ocorra, a temperatura da cama deve 
variar de 54 a 65˚C a 30 cm da superfície da cama. 
 
5. ATIVIDADES REALIZADAS NA 2ª FASE DA FAMÍLIA DO LEITE – MANEJO 
SANITÁRIO 
 
Segundo a EMBRAPA (2006), o manejo sanitário consiste num conjunto de 
atividades regularmente planejadas e direcionadas para a prevenção e manutenção da saúde 
dos rebanhos, e para isto, as anotações rotineirasse tornam uma ferramenta importante para 
um manejo sanitário correto. Somente com os dados registrados é que se pode analisar, 
17 
 
 
priorizar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o 
manejo sanitário do rebanho. O conhecimento e a interpretação da situação produtiva, 
reprodutiva e sanitária do rebanho, auxiliam a definição de metas para curto, médio e longo 
prazos (EMBRAPA GADO DE LEITE, 2011). 
 
5.1. Hidratação enteral 
 
A formulação ideal para ruminantes adultos ainda permanece desconhecida, mas 
sabe-se que deve conter macro e micro minerais que facilitem a absorção ruminal de sódio e 
prover uma fonte energética adicional (CONSTABLE, 2003). 
Em casos de desidratação e diminuição do consumo alimentar, havia a 
necessidade de intervenção com solução oral de hidratação. Para bezerros, a solução de 
hidratação era fornecida na mamadeira ou em baldes contendo sal comum (40 g), bicarbonato 
de sódio (20 g), cloreto de potássio (10 g) e dextrose (75 g) diluídos em 10 litros de água com 
temperatura média de 39 °C. Enquanto que nas vacas a solução era preparada com sal comum 
(50 g), gluconato de cálcio (20 g), cloreto de potássio (10 g) e propionato de cálcio (10 g) 
diluídos em 10 litros de água com temperatura média de 39 °C e administrada via sonda 
orogástrica. 
Em casos de hipocalcemia, utilizava a solução de hidratação para vaca pós-parto, 
que continha sulfato de magnésio (220 g), fosfato de sódio (220 g), cloreto de potássio (110 g) 
e propionato de cálcio (500 g) diluídos em 20 litros de água com temperatura média de 39 °C. 
 
5.1.1. Protocolo de hidratação 
 
A passagem da sonda orogástrica é trabalhosa, podendo causar traumas à faringe e 
ao esôfago ou seguir para a via aérea, além disso o animal não pode ser deixado com a sonda 
necessitando passar a sonda várias vezes ao dia para que grandes volumes de fluidos possam 
ser administrados num dia, expondo-o várias vezes ao estresse da contenção. (RIBEIRO 
FILHO et al., 2004). Visto isso, a confecção de um protocolo para a UEPE-GL se fez 
necessário, a fim de evitar acidentes com a passagem da sonda. 
O protocolo de passagem da sonda orogástrica e hidratação o animal era contido e 
seguia as seguintes etapas: 
a) 1ª etapa: Segurava o abre-boca e a cabeça do animal; 
18 
 
 
b) 2ª etapa: Passava a sonda pelo orifício do abre-boca, até que esta passasse pelo toro 
lingual; 
c) 3ª etapa: Inseria a sonda pelo esófago do animal, e observava sinal de tosse, pois, 
geralmente, quando o animal tossia existia a probabilidade de a sonda ter seguido pela 
traqueia ao invés de seguir pelo esôfago; 
d) 4ª etapa: Quando havia resistência demasiada, o procedimento era encerrado retirando a 
sonda e reiniciando todo o procedimento; 
e) 5ª etapa: Após a introdução da sonda pelo esôfago, verificava-se, através do cheiro, se 
havia a presença de odor característico do rúmen e auscultava, com o auxílio de um 
estetoscópio sobre a fossa paralombar esquerda (vazio esquerdo), o barulho de bolhas se a 
sonda realmente estivesse no rúmen do animal; 
f) 6ª etapa: Após o sucesso nos passos anteriores, a solução de hidratação era administrada, 
via sonda, com o auxílio de um funil. 
 
5.2. Tristeza parasitária bovina 
 
A Tristeza Parasitária Bovina (TPB), é uma doença muito frequente no Brasil, 
causada principalmente por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia Bigemina, 
provocando a Babesiose, e pela rickettsia Anaplasma marginale, que provoca a Anaplasmose. 
São transmitidas, pelo carrapato Boophilus microplus, porém a anaplasmose pode ser 
transmitida também por insetos como moscas e mosquitos (FARIAS, 2001). 
A TPB era identificada pelos sintomas característicos como animal apático, com 
dificuldade ao levantar, anoréxico e, principalmente, com as mucosas ictéricas – amareladas. 
O tratamento de babesiose e anaplasmose eram realizados com dipropionato de imidocarb 
(Imizol, Izoot) na dose de 1 mL para cada 100 kg de peso corporal, via subcutânea; e 
oxitetraciclina na dose de 1 mL para cada 10 kg de peso corporal, via intramuscular, 
respectivamente. 
Ambos os medicamentos eram usados em casos não confirmados, e na ocorrência 
de desidratação, realizava-se a hidratação enteral uma ou duas vezes por dia até o animal se 
recuperar. 
 
5.3. Stefanofilariose (filariose) 
 
A estefanofilariose é uma doença de caráter mundial, provocada pela presença do 
nematódeo do gênero Stephanofilaria spp. responsável por causar ulcerações na pele de 
19 
 
 
bovinos. Os vetores normalmente citados são moscas, que transportam mecanicamente as 
formas larvares (microfilárias) de uma ferida para outra. As lesões podem ser encontradas 
principalmente na parte média ventral do abdômen, orelha, ao redor dos olhos, nas patas, e 
são frequentes na pele da mama (GAVA, 2006), principalmente nos quartos anteriores do 
úbere (MIYAKAWA, 2007). A doença é conhecida popularmente como úlcera da lactação. 
O tratamento era realizado através da limpeza diária da ulceração causada, 
visando à redução da lesão e cicatrização do tecido. Os produtos utilizados para a limpeza 
eram à base de água e água sanitária (Dakin) numa proporção de 3:1, respectivamente. 
Limpava a lesão com gaze embebida no Dakin, realizava a limpeza do local com algodão ou 
gaze e aplicava spray com ação repelente e cicatrizante. 
 
5.4. Drenagem de abscessos 
 
O abscesso é uma resposta inflamatória local, muitas vezes causada por 
contaminação do tecido subcutâneo durante aplicação de injetáveis (Ex.: vacinas e 
medicamentos). Esta lesão causa dor ao animal, além de atrapalhar esteticamente o rebanho 
em questão. 
Os abscessos eram monitorados constantemente e, quando apresentavam 
consistência flutuante, com presença de líquido, este era drenado. A drenagem seguia os 
seguindo os passos: 
- Abscessos íntegros: 
Realizava-se uma pequena punção com a lâmina de bisturi na região mais baixa 
da cápsula fibrosa, feito isso, pressionava o local para retirar o máximo da secreção ali 
presente, fazendo a lavagem do interior do abscesso, com Dakin, utilizando uma seringa. 
Após este procedimento, injetava iodo na diluição 7% na quantidade proporcional ao tamanho 
do abscesso e deixava agir para cauterizar a lesão, fazendo com que houvesse uma regressão 
da mesma. 
- Abscessos fistulados (rompidos): 
Abscessos fistulados já se encontravam com a barreira fibrosa rompida, tornando 
desnecessária a punção com lâmina de bisturi, sendo assim, realizava o mesmo procedimento 
citado acima. 
 
 
20 
 
 
5.5. Limpeza de fístulas 
 
As fístulas costumam formar feridas por causa do processo de cicatrização 
demorado ou pelo atrito da borracha com a lesão ocasionada pela cirurgia. Por isso, retirava 
sujidade proveniente de refluxo de material ruminal que ficava embaixo da borracha da 
fístula, lavava com bastante Dakin, secava com gaze ou algodão e, por fim, aplicava spray 
cicatrizante e repelente na lesão e ao redor de toda borracha. 
 
5.6. Bernes e miíases 
 
De acordo com Nascimento e Dias (2008), a dermatobiose ou mais comumente 
berne, é a denominação do estado larvar da Dermatobia hominis, que se instala no couro dos 
animais provocando irritação e desconforto, perfura o couro e permite a entrada de outros 
microrganismos produzindo uma miíase nodular. 
Ambas larvas devem ser retiradas do animal. Miíases eram retiradas com cautela 
com o auxílio de uma pinça anatômica de ponta romba. Já os bernes, eram retirados 
espremendo o local até a larva sair. 
A profilaxia contra a infestação de Dermatobia hominis consistia em diminuir o 
ambiente de reprodução de insetos hematófagos, através de limpeza rigorosa do estábulo, 
combate as moscas e mosquitos. 
 
5.7. Tratamento de pneumonia 
 
A pneumonia é uma doença desencadeada por inúmeros fatores como mudanças 
no ambiente, manejo, dieta onde há desequilíbrio do sistema imunológico, predispondo a 
entrada dosagentes infecciosos (RADOSTITS et al., 2002; GONÇALVES, 2009). A 
ocorrência desta doença é acentuada em épocas de seca e acomete animais de todas as faixas 
etárias. Nos bezerros a forma mais comum é a pneumonia enzoótica, isto se deve a uma série 
de fatores predisponentes dentre as variações de temperatura, baixa umidade relativa, falhas 
de manejo da cura do umbigo, outras enfermidades como as diarreias, debilitando o animal 
tornando-o mais susceptível. Outra categoria frequentemente acometida são os animais 
confinados. A transmissão ou contágio pode ocorrer via aérea ou ingestão de secreções orais e 
nasais de animais doentes. 
Os animais diagnosticados com pneumonia eram tratados com Cloridrato de 
Ceftiofur (CEF50, Bioxell) na dosagem 2.2 mg/kg de peso vivo do animal, via intramuscular, 
por, no mínimo, 3 dias podendo chegar a 5 dias. 
 
5.8. Laminite 
 
A laminite é uma afecção podal que é proveniente de diversos fatores, dentre eles 
o excesso de concentrado nas dietas e baixa quantidade e qualidade da fibra
incluindo também fatores genéticos
a claudicação mais intensa, sensibilidade ao se movimentar e à palpação do local, eritema 
(vermelhidão) sobre a coroa do casco, dentre outros sinais.
O tratamento era
dosagem de 10 mg/kg de peso vivo
ofertada ao animal. 
 
5.9. Escore de locomoção 
 
O índice de locomoção é uma técnica bastante útil para avaliar a condição dos 
animais, conforme ilustrado nas figuras a seguir. Baseia
caminhando, com atenção especial à postura das costas. É bastante eficaz par
precoce de problemas de casco. 
acordo com os seguintes passos:
 
a) Escore de locomoção 1:
o dorso nivelado. Dá passos firmes e longo
 
Figura 1. Escore de locomoção 1 
Fonte: FirstStep® 
 
b) Escore de locomoção 2:
quando caminha. Locomoção ligeiramente anormal
 
 
 
 
A laminite é uma afecção podal que é proveniente de diversos fatores, dentre eles 
nas dietas e baixa quantidade e qualidade da fibra, ambiente úmido, 
incluindo também fatores genéticos (MARTINS et al,. 2008). Os principais sinais clínicos são 
a claudicação mais intensa, sensibilidade ao se movimentar e à palpação do local, eritema 
melhidão) sobre a coroa do casco, dentre outros sinais. 
O tratamento era realizado com a aplicação de Fenilbutazona (Fenilvet) na 
de peso vivo, via endovenosa, e redução da quantidade de 
O índice de locomoção é uma técnica bastante útil para avaliar a condição dos 
animais, conforme ilustrado nas figuras a seguir. Baseia-se na observação das vacas em pé e 
caminhando, com atenção especial à postura das costas. É bastante eficaz par
precoce de problemas de casco. O escore de locomoção é contado de 1 a 5 e é realizado de 
acordo com os seguintes passos: 
Escore de locomoção 1: O animal fica em estação e se locomove normalmente com 
o dorso nivelado. Dá passos firmes e longos (Figura 1). 
 
Escore de locomoção 2: O animal fica em estação com o dorso plano, mas arqueia 
quando caminha. Locomoção ligeiramente anormal (Figura 2). 
21 
A laminite é uma afecção podal que é proveniente de diversos fatores, dentre eles 
, ambiente úmido, 
Os principais sinais clínicos são 
a claudicação mais intensa, sensibilidade ao se movimentar e à palpação do local, eritema 
com a aplicação de Fenilbutazona (Fenilvet) na 
e redução da quantidade de concentrado 
O índice de locomoção é uma técnica bastante útil para avaliar a condição dos 
se na observação das vacas em pé e 
caminhando, com atenção especial à postura das costas. É bastante eficaz para detecção 
O escore de locomoção é contado de 1 a 5 e é realizado de 
O animal fica em estação e se locomove normalmente com 
O animal fica em estação com o dorso plano, mas arqueia 
Figura 2. Escore de locomoção 2 
Fonte: FirstStep® 
 
c) Escore de locomoção 3:
dorso arqueado e passos curtos com um ou mais membros. Pode ser evidenciado 
afundamento da quarteia do membro oposto ao membro afetado
 
Figura 3. Escore de locomoção 3 
Fonte: FirstStep® 
 
d) Escore de locomoção 4:
dorso arqueado. Favorece o apoio em um ou mais membros, mas ainda consegue apoiar 
algum peso neles. O afundamento da quarteia é evidente no membro oposto ao membro 
afetado (Figura 4). 
 
Figura 4. Escore de locomoção 4 
Fonte: FirstStep® 
 
 
 
Escore de locomoção 3: O animal em estação ou caminhando permanece com o 
dorso arqueado e passos curtos com um ou mais membros. Pode ser evidenciado 
afundamento da quarteia do membro oposto ao membro afetado (Figura 3). 
 
Escore de locomoção 4: O animal em estação ou caminhando permanece com o 
dorso arqueado. Favorece o apoio em um ou mais membros, mas ainda consegue apoiar 
algum peso neles. O afundamento da quarteia é evidente no membro oposto ao membro 
 
22 
O animal em estação ou caminhando permanece com o 
dorso arqueado e passos curtos com um ou mais membros. Pode ser evidenciado um ligeiro 
O animal em estação ou caminhando permanece com o 
dorso arqueado. Favorece o apoio em um ou mais membros, mas ainda consegue apoiar 
algum peso neles. O afundamento da quarteia é evidente no membro oposto ao membro 
e) Escore de locomoção 5:
Reluta em se mexer, retirando quase que por completo a sustentação do peso do membro 
afetado (Figura 5). 
 
Figura 5. Escore de locomoção 5 
Fonte: FirstStep® 
 
Todo animal que apresentasse escore de
a fim de, investigar possíveis afecções podais presentes em algum dos membros
dos cascos. 
 
5.10. Casqueamento 
 
As pesquisas realizadas, com a avaliação podal, revelam que animais com 
afecções podais regulares têm 8 vezes mais chances de serem descartadas e 15 vezes mais 
chances de apresentarem atrasos na reprodução, em relação 
(ROBINSON, 2001). 
Quando o protocolo de secagem de vacas era finalizado,
casqueamento com o intuito de reestabelecer o aprumo dos cascos e a distribuição de pesos 
entre as unhas, garantindo melhor condição do casco para a vaca ao parto. Este
realizado a fim de prevenção o
nos animais. 
Aqueles animais que, durante avaliaçã
grau de claudicação de 3 ao 5
lesões no casco, fazia-se o curativo no local com unguento e terramicina em pó, envolv
toda região com ataduras, mas sem prender as duas unhas junta
 
 
 
 
Escore de locomoção 5: O animal apresenta um pronunciado arqueamento do dorso. 
Reluta em se mexer, retirando quase que por completo a sustentação do peso do membro 
 
presentasse escore de locomoção maior ou igual a 
investigar possíveis afecções podais presentes em algum dos membros
As pesquisas realizadas, com a avaliação podal, revelam que animais com 
afecções podais regulares têm 8 vezes mais chances de serem descartadas e 15 vezes mais 
chances de apresentarem atrasos na reprodução, em relação à média do rebanho 
uando o protocolo de secagem de vacas era finalizado,
casqueamento com o intuito de reestabelecer o aprumo dos cascos e a distribuição de pesos 
entre as unhas, garantindo melhor condição do casco para a vaca ao parto. Este
do a fim de prevenção ou até mesmo detecção mais prévia de possíveis
queles animais que, durante avaliação no escore de locomoção, apresentavam
grau de claudicação de 3 ao 5 realizava-se o casqueamento corretivo ou curativo
o curativo no local com unguento e terramicina em pó, envolv
mas sem prender as duas unhas juntas. 
 
23 
O animal apresenta um pronunciado arqueamento do dorso. 
Reluta em se mexer, retirando quase que por completo a sustentação do peso do membro 
 3 era casqueado, 
investigar possíveis afecções podais presentes em algum dos membros e correção 
As pesquisas realizadas, com a avaliação podal, revelam que animais com 
afecções podais regulares têm 8 vezes mais chances de serem descartadas e 15 vezes mais 
à média do rebanho 
uando o protocolo de secagem de vacas era finalizado, realizava-se o 
casqueamento com o intuito de reestabelecer o aprumo dos cascos e a distribuição de pesos 
entre as unhas, garantindo melhor condição do casco para a vaca ao parto. Este também era 
de possíveisafecções podais 
o no escore de locomoção, apresentavam 
se o casqueamento corretivo ou curativo. Havendo 
o curativo no local com unguento e terramicina em pó, envolvendo 
24 
 
 
5.11. Vacinação 
 
A vacinação visa o controle e até mesmo a erradicação de doenças, melhoria da 
saúde pública e aumento dos índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos (GASPAR et al., 
2015). 
As vacinas realizadas no estábulo eram: leptospirose, carbúnculo, 
ceratoconjuntivite, brucelose, raiva e aftosa. A via de aplicação para ambas é subcutânea. 
Realizava a antissepsia com álcool antes de aplicar algum medicamento injetável ou alguma 
vacinação. 
As vacinações eram realizadas de acordo com o calendário sanitário proposto no 
quadro 1. 
 
Quadro 1. Calendário sanitário seguido na UEPE-GL 
 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Vermifugação (Pasto) X X X 
Vermifugação (Recria) E E E E E E 
Vermifugação (Vacas) PP PP PP PP PP PP PP PP PP PP PP PP 
Brucelose X X X 
Febre aftosa X X 
Carbúnc./Clostr. X X X X X X X X X X X X 
Pour On/Banho X X X X 
B. Leptospirose X X X X 
Ceratoconjutivite X R X R 
Raiva X R 
Legenda: 
R – Reforço em primovacinados (30 dias); 
E – Realizar exame de OPG (Ovos por grama de fezes) e se necessário realizar a vermifugação; 
PP – Realizar a vermifugação em vacas pós-parto. 
Fonte: Dados fornecidos pela UEPE-GL 
 
5.12. Vermifugação 
 
A vermifugação dos animais da recria era feita com base no exame laboratorial de 
fezes Ovos Por Grama (OPG) por amostragem de 10% dos animais do lote. Este exame era 
realizado no laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias do Departamento de 
Veterinária. Animais que apresentassem resultado acima de 300 OPG’s, eram submetidos a 
vermifugação. 
25 
 
 
A vermifugação de animais adultos era realizada logo após a parição. O animal 
era pesado e vermifugado, regularmente havia mudança do princípio ativo do vermífugo para 
manter a carga parasitária reduzida no rebanho. 
 
5.13. Controle dos carrapatos 
 
O controle de carrapatos era controlado através de aplicações com pour on Top 
Line (Fipronil) para controle de ectoparasitas, em que a aplicação era realizada nos momentos 
de maior infestação. Antes da aplicação realizava a pesagem do animal e de acordo com o 
peso sabia a dosagem necessária da medicação, que era feita em copo dosador. 
A aplicação do pour on era feita no sentido caudo-cranial (contrário aos pelos) a 
fim de haver uma melhor penetração do produto na pele do animal e este procedimento era 
repetido por aproximadamente 4 a 5 aplicações, em intervalos de 28 dias para interromper o 
ciclo do carrapato. 
 
5.14. Apresentação e discussão do relatório 
 
A cada 30 dias corridos era solicitado a confecção de um relatório constando todas 
as atividades realizadas dentro do período supracitado. Neste relatório deveria estar contido 
todas as atividades cumpridas e a justificativa da ação; levantamento de medicamentos da 
farmácia; total gasto com medicamentos; e atividades planejadas para os próximos 30 dias. 
Este relatório era apresentado em reunião a todos os integrantes da UEPE-GL, 
com enfoque principal nos alunos da 1ª fase do programa, pois estes iriam suceder os 
membros da 2ª fase e assim tornaria mais fácil o desenvolvimento. Além de tornar todos 
cientes da atual situação do setor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estágio supervisionado proporcionou a oportunidade da utilização prática dos 
conhecimentos adquiridos na graduação, além de aprimorá-los e discuti-los com profissionais 
do campo, professores e alunos da área das agrárias. O estágio possibilitou a real vivência das 
novas tecnologias e técnicas que estão sendo empregadas na bovinocultura de leite, 
evidenciando as diferentes realidades e desafios enfrentados nos diferentes sítios produtores 
de leite. 
O programa Família do leite é de essencial existência, pois estimula seus 
integrantes a sempre reciclarem suas ideias e aplicá-las da melhor maneira no setor, tendo ali 
o apoio técnico e cientifico de profissionais altamente qualificados e dispostos a ajudar 
sempre que necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
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