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Projeto de Pesquisa prof Dorinaldo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
FRANCISCA SHEYLA BARBOSA DA SILVA FONSECA 
LYSLANE KARINE DOS SANTOS E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
A MULHER NEGRA E AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA 
SUA INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA - PIAUÍ 
2022 
 
FRANCISCA SHEYLA BARBOSA DA SILVA FONSECA 
LYSLANE KARINE DOS SANTOS E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A MULHER NEGRA E AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA 
SUA INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO 
 
Projeto de Pesquisa apresentado à 
disciplina de Métodos e Técnicas da 
Pesquisa em Psicologia, do Curso de 
Psicologia da UNINASSAU sob a 
orientação do prof. Ms. Dorinaldo de 
Freitas Cintra Junior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA - PIAUÍ 
2022 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 04 
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 07 
3. OBJETIVOS .................................................................................................. 08 
3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 08 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 08 
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 09 
5. METODO ....................................................................................................... 12 
6. CRONOGRAMA ........................................................................................... 13 
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 14 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
As mulheres brasileiras ainda padecem do sexismo na sociedade e, se essas forem negras 
ainda se deparam com os condicionantes do racismo e da classe social no mercado de trabalho, que 
as exclui desde o processo de recrutamento e seleção até a inclusão no emprego. Assim, as mulheres 
negras representam um dos grupos considerado minorias e que, em decorrência, é visto, no mercado 
de trabalho, com menor valor agregado. 
O conhecimento sobre as formas como as desigualdades de gênero se produzem e reproduzem 
é condição para que elas possam ser enfrentadas, por meio da articulação da ação dos movimentos 
feministas e de mulheres, do Estado brasileiro, de organismos internacionais, acadêmicos (as), e de 
diversos fatores sociais que, juntos (as), vêm construindo a igualdade enquanto uma realidade. O 
reconhecimento de que a vivência das desigualdades pelas mulheres é perpassada por uma série de 
outras formas de iniquidades deve ser o ponto de partida para esta construção em curso. E é pela 
combinação destas várias leituras que a publicação Dossiê mulheres negras: retrato das condições de 
vida das mulheres negras no Brasil vem contribuir para este processo. 
O sexismo e o racismo são ideologias geradoras de violência e estão presentes no cotidiano 
de todos (as) os (as) brasileiros (as): nas relações familiares, profissionais, acadêmicas e nas 
instituições, o que permite afirmar serem dimensões que estimulam a atual estrutura desigual, ora 
simbólica, ora explícita, mas não menos perversa, da sociedade brasileira. 
É com base nesta compreensão que o Estado brasileiro afirma seu compromisso com o 
enfrentamento integrado do racismo, sexismo e lesbofobia, por meio do Plano Nacional de Política 
para as Mulheres (2012-2015), cujos desafios traduzem-se em metas, objetivos e ações. E é também 
esta mesma compreensão que orientou a produção do Dossiê mulheres negras, uma parceria da 
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), do Ipea, e da 
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) 
com a ONU Mulheres, no âmbito do projeto Retrato das desigualdades de gênero e raça, cuja quarta 
edição foi publicada em 2011. 
Embora estejamos em pleno século XXI, ainda nos deparamos com cenas que nos remetem a 
uma época que muito envergonha o País. É o racismo, herança de uma sociedade escravagista, o qual 
perdurou por mais de 350 anos (SCHWARCZ, 2013). E dentro de um Estado Democrático de Direito, 
onde a dignidade humana é norteadora de todo o ordenamento constitucional (SILVA, 2013.), nos 
parece utópico alcançá-la. 
5 
 
Em relação as mulheres afrodescendentes, muito mais, pois elas são duplamente 
discriminadas dentro da Nação. Primeiro são discriminadas por serem mulheres, depois por 
pertencerem ao grupo étnico/racial que perfaz mais de 50% da população brasileira, que segundo 
dados do IBGE é a 2º maior população negra do mundo. E dentro deste universo gigantesco essa 
mulher não tem vez e nem tampouco voz. As conclusões analíticas apresentadas serão parciais, 
devido à extensão e complexidade do tema. 
 A abolição da escravatura em 1888, com base em Benedito (2008), representou apenas a 
igualdade jurídica, ou seja, a igualdade formal, em que os trabalhadores passaram a ser livres, porém, 
sem nenhuma política econômica e social que integrasse essa liberdade. A partir do século XIX se 
espalhou pelo mundo teorias racistas, como o “Racismo Científico” em que as populações negras 
eram discriminadas pelas características físicas e estéticas. 
Nesse cenário, foram surgindo em vários âmbitos, inclusive na economia, estereótipos 
negativos relacionados à população negra. Assim, fruto de um processo histórico, as mulheres negras 
são vítimas permanentes na sociedade de desigualdades socioeconômicas; a cor passou, no período 
pós-colonial, a marcar a diferença entre os sujeitos (BARROS, 2014). As que conseguem alcançar 
um nível mais alto, em meio a tantos desafios, no quadro de empregos, são barradas com o aumento 
das dificuldades relacionadas à grande concorrência. 
De acordo com Estudos e Pesquisas (2005) é explicita a discriminação da mulher, em relação 
ao homem, no mercado de trabalho. Esse preconceito aumenta ainda mais quando além do fator 
gênero envolve também origem, cor e etnia. É nítida a desvantagem da participação da mulher negra 
em comparação à mulher branca no mercado. Essa discriminação sofrida por essa mulher negra na 
atualidade − marcada por estereótipos e preconceitos − é fruto da sociedade escravista do Brasil. 
Diante da sociedade machista, racista e sexista a participação da mulher negra no mercado 
restringiu-se a subempregos, principalmente como empregada doméstica. Mesmo quando possuem 
um grau elevado de escolarização, geralmente, não lhe são confiados cargos de chefia, ou maiores 
possibilidades de ascensão social nas empresas. Neste sentido, quanto à desigualdade por gênero e 
raça, não há novidade sobre o fato de mulheres negras ganharem menos que os homens, contudo, 
isso reflete as condições em que as mesmas se encontram no mercado de trabalho brasileiro (PINTO, 
2006). 
Muitas mulheres negras é quem sustentam suas famílias e acabam buscando nos meios 
alternativos, como o empreendedorismo. Segundo Sousa (2013) a inserção das mulheres negras, 
como assalariadas no setor privado, é bem menor que as brancas, e a maior evidência encontra-se em 
serviços domésticos. 
6 
 
Pinto (2006) ressalta que as conquistas das mulheres atualmente em patamares nunca pensado 
antes pela sociedade, são grandes expressões das lutas diárias contra os machismos e estigmas, 
exigindo direitos a serem reconhecidos, direitos esses não só econômicos, mas também políticos, 
sociais e culturais. A luta das mulheres negras foi ainda mais intensa, pois leva em conta não só a 
igualdade de gênero, mas de raça em uma sociedade moldada por padrõesde beleza. 
Ainda existem muitas brasileiras que sofrem com as mais diversas formas de violência, 
discriminação e salários desiguais. A grande parte da população feminina ainda tem a cara da 
pobreza, da miséria e da falta de acesso. Isso reflete uma relação de poder desigual entre homens e 
mulheres na sociedade. Relação esta que deixa marcas duráveis, difíceis de combater por estarem 
arraigadas na sociedade (PINTO, 2006, p. 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. JUSTIFICATIVA 
 
 Atualmente as ações afirmativas e os movimentos sociais são formas possíveis para 
efetivação do processo que visa estabelecer igualdade de oportunidades para as mulheres negras no 
mercado de trabalho. Fica explícita a necessidade de superação da condição de desigualdade da 
mulher negra no mercado, fato que trará como consequências alterações positivas em todos os 
âmbitos da vida dessas mulheres e consequentemente na estrutura socioeconômica e cultural do país, 
que estará dando um passo significativo rumo a tão desejada efetivação da cidadania. Entende-se a 
Psicologia, enquanto ciência e profissão, como importante na luta antirracista, pois as consequências 
deletérias do racismo ameaçam a saúde mental e as subjetividades das mulheres e população negras. 
 Cabe sublinhar que o fim do escravismo não encerrou as relações de exploração, opressão e 
dominação presentes na vida da população negra e da sociedade como um todo. A divisão racial do 
trabalho é um entrave para a realização da emancipação política da população negra no sentido de 
acesso a bens, riqueza socialmente produzida e aos direitos de cidadania. Cabe aprofundar as 
determinações econômicas e sociais de como o racismo estrutural sedimenta a divisão racial do 
trabalho no Brasil, para compreender a sua forma de ser e se materializar no mercado de trabalho, e 
como na contemporaneidade estabelece o processo de diferenciação entre as (os) trabalhadoras (es) 
negras (os) e as (os) trabalhadoras (es) brancas (os). 
Essa observação é necessária para não minimizar ou deslocar o racismo para o campo 
individual. Por isso, é importante apreender as determinações da divisão racial do trabalho a partir de 
uma perspectiva estrutural e estruturante, que se apresenta como fenômeno imbricado na trama da 
formação social brasileira e de desenvolvimento capitalista. 
Este pequeno quadro introdutório já permite vislumbrar um cenário de amplas e persistentes 
desigualdades de gênero e raça, que se tornam ainda mais relevantes quando se realiza uma análise a 
partir do princípio da interseccionalidade. Este princípio “trata especificamente da forma pela qual o 
racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades 
básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras. Além disso, 
a interseccionalidade trata da forma como ações e políticas específicas geram opressões que fluem ao 
longo de tais eixos, constituindo aspectos dinâmicos ou ativos do desempoderamento” (Crenshaw, 
2002, p. 177). 
O propósito deste projeto é dar visibilidade a este conjunto múltiplo e simultâneo de 
discriminações e exclusões, que define tão fortemente a posição e as possibilidades de inserção social 
de grupos específicos, mas é tradicionalmente desconsiderado ou desqualificado a partir da difusão 
de ideias como as de que não há racismo no Brasil, que o problema é estritamente de classe ou, ainda, 
que as mulheres já conseguiram romper as barreiras existentes. Espera-se que, a partir dos dados e 
reflexões aqui apresentadas, seja possível contribuir com este debate, ofertando subsídios que possam 
ser aproveitados pelos movimentos sociais, pesquisadores e acadêmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
3. OBJETIVOS 
 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
 
 
Analisar e entender os desafios atuais enfrentados pela mulher negra, na busca pela sua 
inserção no mercado de trabalho. Como a falta de oportunidades no mercado de trabalho interfere na 
saúde mental e qualidade de vida desse grupo populacional. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 
A pesquisa foi elaborada através da pesquisa descritiva, a fim de descrever e analisar as atuais 
dificuldades enfrentadas pela mulher negra no mercado de trabalho. Foi realizado durante dois meses, 
a pesquisa bibliográfica, para assim descrevermos os pontos principais deste impasse, que reflete na 
vida e bem-estar deste grupo populacional. Na oportunidade foi utilizado a entrevista semi-
estruturada, com o objetivo um maior rapport com o indivíduo analisado, a qual não restringe a 
pesquisa apenas a uma resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
As mulheres negras enfrentam desafios históricos para se inserirem no mercado de trabalho. 
A escravidão deixou marcas duradouras nas condições de trabalho dessas pessoas, caracterizadas 
pela entrada e saída precoce do mercado de trabalho; alto desemprego; foco em pequenas tarefas; 
bloqueios e disputas por cargos com maiores salários e prestígio e, portanto, menores retornos e 
progresso educacional; ameaça constante de humilhação e despejo, causada por mudanças sociais e 
econômicas, mudanças no estilo de vida ou racismo aberto. 
Esses marcadores sociais são representados no 3° modulo do livro Políticas 
Públicas e Raça onde encontramos o perfil da mulher negra no mercado de trabalho: As 
mulheres que começam a se movimentar para ocupação de nível superior são 
predominantemente brancas, enquanto que há uma forte concentração de mulheres pretas e 
pardas no serviço doméstico. As mulheres provenientes das classes mais pobres 
(majoritariamente negra) se dirigem para a prestação de serviços e para empregos ligados à 
produção na indústria, enquanto que as mulheres de classe média se dirigem para o serviço 
de produção e de consumo coletivo (setor terciário) devido aos seus melhores níveis 
educacionais. (PPR, p.165-166 apud SANTOS et al. 2017 p. s/p) 
 No contexto da pandemia provocada pelo novo corona vírus, todos estes desafios tornaram-
se mais graves, adaptando-se a fundamentos mais difíceis. 
A escravização estabeleceu o lugar da mulher negra na hierarquia social do país. A 
transformação do sistema econômico pós-abolicionista que é dada a essas lideranças: por meio de 
um sistema discriminatório ou não especificado, os empregos na base do mercado de trabalho são 
reservados para mulheres negras. Ao mesmo tempo, fortaleceu-se o mito da democracia racial, 
encobrindo a opressão contra essas mulheres e os danos materiais e simbólicos por elas sofridos. Essa 
situação ainda é importante, de modo que, apesar do avanço das ideias e dos acontecimentos recentes, 
as pessoas brancas são vistas como superiores e as mulheres negras como diferentes e inferiores. 
De acordo com Santos (2017) quando falamos da participação da população negra no 
mercado de trabalho, podemos compreender o retrato das desigualdades raciais existentes na 
sociedade brasileira, representadas pela pirâmide social, onde a maioria dos negros encontra-se na 
base. E essa base é composta majoritariamente por mulheres negras. Podemos perceber um perfil 
para determinados cargos, mas por que essa segregação continua acontecendo? Para um melhor 
entendimento, precisamos lembrar que as mulheres negras no Brasil estiveram: 
Desde o pós-abolição, ocupadas predominantemente em atividades ligadas à esfera 
reprodutiva, como no trabalho doméstico, ou em ocupações informais. Embora tenha 
10 
 
existido entre os anos 1920 e 1940 um apelo do discurso dominante pela 5 “volta ao lar”, 
numa tentativa de “construção da domesticidade feminina como parte do processo de 
domesticação da classe trabalhadora”, esse retorno foi restrito a frações de grupos familiares 
que tiveram condições mínimasde subsistência para poder prescindir do trabalho assalariado 
da mulher. (ABRAMO 2010 apud VIEIRA, 2017 p. 3-4) 
 A exclusão social enfrentada pelos negros se deve a um processo histórico onde as 
oportunidades entre os indivíduos não são reconhecidas. No caso das mulheres negras, verificamos 
que as questões de gênero e raça são muito importantes na vida dessas mulheres, pois estão 
envolvidas em diversas situações de suas vidas, e dificultam o desenvolvimento desse número, 
aumentando a desigualdade por meio do machismo e racismo. É difícil uma mulher negra ocupar 
altos cargos, quantas mulheres negras são advogadas, médicas, engenheiras, dentistas, atrizes, 
modelos e quantas empregadas domésticas, faxineiras, cozinheiras e assim por diante, são negras, no 
mercado de trabalho em geral, há uma grande diferença nesses trabalhos, e essa diferença é nítida, 
principalmente se analisarmos cargos mais altos. 
Macedo (2016 p. 8) fala da necessidade de falar da dupla invisibilização sofrida pela mulher 
negra, por ser mulher e negra, carrega um histórico segregante, dessa forma não é possível 
universalizar demandas de mulheres, generalizando e desconsiderando as especificidades que cada 
marcador social trás, é preciso um olhar mais profundo e sensível sobre o tema, um olhar 
interseccional. Ser mulher e negra são vivências inseparáveis, por isso pautar apenas o debate de 
gênero não é abrangente, fazendo-se essencial os recortes de raça e gênero. 
As mulheres negras são alvo de duplo preconceito, perpetuado e reforçado pelo patriarcado, 
sexismo e racismo. Para continuar falando sobre o lugar da mulher negra no mercado de trabalho, é 
importante entender como a história constrói o trabalho da mulher negra na sociedade: a escravidão 
não é questionada porquê e mantida pela religião do conformismo difuso, como. Se o lugar do negro 
é inferior, o inferior é colocado e sustentado pela escravidão. O fim da escravidão não é o mesmo 
que a liberdade, como esse número permaneceu (e continua) em algumas partes da sociedade, a 
igualdade não foi alcançada, continuamos a excluir e reduzir aqueles que podem separar. Como 
escravas, trabalham desde a roça até a "Casa Grande" fazendo trabalhos domésticos e/ou utilizadas 
como instrumentos de prazer sexual." (ASSISE 2009 p. 5). As mulheres afro-brasileiras são 
consideradas marginalizadas ou ligadas sexualmente, em todo o mundo, como fortes, capazes de 
aguentar qualquer coisa, sexo e, enfim, quando falamos de mulheres negras no mercado de trabalho, 
as associamos com algum trabalho. Isso acontece devido à chegada das mulheres negras ao país como 
escravas, então sua imagem foi construída com base nisso, fazendo com que esta seja duplamente 
rejeitada. As mulheres negras são a parcela mais pobre da sociedade brasileira, vê-se que isso é 
11 
 
resultado de todo um processo histórico de exploração e opressão, por serem a parcela mais pobre da 
sociedade, se inserem no mercado de trabalho muito cedo, se submetendo muitas vezes a 
humilhações, baixos salários, informalidade, posições menos qualificadas, dentre outros. 
O preconceito na sociedade brasileira assume diversas formas, uma das mais evidentes é 
referente ao mercado de trabalho. O racismo dentro da esfera do trabalho é constatado por 
meio de estudos comparativos, desde o rendimento mensal até características como: tipos de 
trabalho; ter carteira assinada ou não; permanência no mercado de trabalho. (SOARES, 2000 
apud BOTHREL-ECEHEVERRIA, 2015 p. 75) 
Constata-se que existem certas características, que compõem determinados perfis, de quem 
pode e quem não pode ocupar determinados cargos, isso reduz a possibilidade de inclusão e a 
proporção de mulheres negras no mercado de trabalho, pois esses requisitos são discriminatórios, 
esse racismo silencioso é muito comum. Quando o perfil das trabalhadoras domésticas no Brasil é 
analisado em termos do processo histórico, apesar dos avanços, ainda mostra que os critérios de sexo 
e raça estão presentes na organização deste trabalho. Dados da ONU-Organização das Nações Unidas 
(2016 apud VIEIRA 2017 p. 07) revelaram que em 2014, 14% das mulheres trabalhadoras, mais de 
6 em cada 10 são mulheres negras (65%). Essa situação é alarmante em relação à gestão dos 
trabalhadores: 68% sem registro, principalmente trabalhadores com baixa escolaridade. A essa 
informalidade soma-se a falta de oportunidades de trabalho relacionadas a direitos, já que recebiam 
42% da renda média das trabalhadoras. Vale lembrar que pesquisas mostram que essas mulheres 
negras ganham menos que os homens. Um homem negro ganha 40% a mais que uma mulher negra. 
Se compararmos com uma mulher branca, a diferença aumenta: uma branca ganha 70% a mais que 
uma negra. 
A inserção da mulher negra no mercado de trabalho começou cedo, enquanto a mulher branca 
luta para conquistar uma vaga no mercado de trabalho, a mulher negra está sempre presente, 
resistindo a vários problemas. É importante entender as barreiras que as mulheres negras enfrentam 
para entrar no mercado de trabalho, a fim de superar essas desvantagens. É possível compreender 
alguns dos problemas que as mulheres enfrentam em relação ao mercado de trabalho, como a 
produção e produção da desigualdade social no Brasil. Essas desigualdades no mercado de trabalho 
se refletirão no meio termo, ou seja, levando em consideração a afirmação entre gênero e raça. Porque 
as mulheres negras fazem parte de um grupo historicamente frágil, cheio de conexões, demandas e 
necessidades, tanto de gênero quanto de raça. São necessárias melhorias no recrutamento, seleção e 
demissão, bem como tratamento injusto, para quebrar as barreiras da invisibilidade da mulher negra 
no mercado de trabalho, aumentando assim a qualidade de vida da mulher negra, e sua visão social. 
 
 
12 
 
 
5. METODOLOGIA 
 
Segundo Pádua (2000, p. 46), essa etapa do planejamento se atém “à indicação preliminar dos 
recursos que o pesquisador pretende utilizar para a coleta de dados, quais os procedimentos a serem 
adotados para a investigação científica; se possível, cabe definir aqui também o plano de análise dos 
dados”. 
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar e descrever as problemáticas 
encontradas pela mulher negra no mercado de trabalho. Foi tomado como base: artigos, livros e 
vídeos relacionados com a temática. Na oportunidade foi realizado uma pesquisa observacional semi-
estruturada, onde através da observação podemos analisar e investigar fatos e situações que por 
muitas vezes passam despercebidos pela sociedade. 
O processo de elaboração deste projeto seguiu as etapas propostas pela Revisão Integrativa 
da Literatura, quais sejam: identificação do tema; elaboração da pergunta norteadora; 
estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ busca na literatura; definição das 
características dos estudos; resultados; e apresentação da revisão integrativa. A referida revisão teve 
as seguintes questões norteadoras: como tem sido a participação da mulher negra no mercado de 
trabalho. 
Utilizou-se também a pesquisa descritiva, a fim de descrever uma realidade já existente, 
nestes casos, a ação intelectual se dá na utilização dos dados obtidos e não na obtenção deles, de 
modo que o pesquisador não interfere na realidade. 
Diante, do exposto é de suma preocupação, e torna-se inadmissível um País ter a maioria de 
sua população composta pela população negra e termos um mercado de trabalho ocupado em geral 
pela população branca, principalmente se forem analisados cargos de alta posição. 
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura (g), método de análise de pesquisas em que 
conclusões de estudos anteriores são sintetizadas, a fim de que se formulem inferências sobre um 
tópico específico, com a finalidade de contribuir para o conhecimento do tema investigado. Foi 
realizado durante dois meses, onde iniciou-se com a entrevista semi-estruturada,para conhecer e 
analisar o objeto de estudo, em seguida, a seleção do conteúdo, tais como: livros, artigos, vídeos etc. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
6. CRONOGRAMA 
 
 
 
Cronograma de Atividades 
Atividade 
Realizada 
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
Pesquisas nas bases 
de dados 
Sites, livros e 
artigos 
 
Leitura do 
livro em 
três 
semanas 
Leitura 
dos 
artigos 
Revisão 
da 
literatura 
Finalização e 
entrega do 
trabalho 
Pesquisa 
observacional 
Leitura sobre 
pesquisa 
observacional 
em sites, 
livros e 
artigos 
Organização 
para 
realização 
da pesquisa 
Pesquisa 
realizada 
em duas 
semanas 
Revisão 
dos 
resultados 
obtidos 
Finalização e 
entrega do 
trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011 
 
MARCONDES, M. M., PINHEIRO, L. S., QUEIROZ, C., SILVA, T. D., LIMA, M., CARVALHO, 
L. D., . . . QUERINO, A. C. (2013). Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das 
mulheres negras no Brasil. Brasília, DF: IPEA. 
 
DE ALENCAR, Y. M., IFADIREÓ, M. M., & BITU, V. d. (Maio de 2020). “Quando a cor da pela 
é empecilho para a gestão organizacional": Uma revisão de literatura sobre mulheres negras 
no mercado de trabalho. Brazilian Journal of Development, 29517-29532. 
 
PINTO, Giselle. Situação das mulheres negras no mercado de trabalho: uma análise dos 
indicadores sociais. Anais, p. 1-16, 2016. 
 
ABRAM, Laís. Desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro. Ciência e cultura, 
v. 58, n. 4, p. 40-41, 2006. 
 
SANTOS, Lays Gonçalves et al. As relações de trabalho no capitalismo contemporâneo: a inserção 
da mulher negra no mercado. Humanidades em Perspectivas, v. 7, n. 3, 2019. 
 
VIEIRA, Bianca. Mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro: um balanço das políticas 
públicas. Seminário Internacional Fazendo Gênero, p. 1-19, 2017. 
 
SOARES, Sergei Suarez Dillon. Perfil da discriminação no mercado de trabalho: homens negros, 
mulheres brancas e mulheres negras. 2000. 
 
BARBOSA, Marina Ortolani; FRANCISCO, Nicole Dinardi; FORMAGGIO, Filomena Maria. A 
inclusão da mulher negra no mercado de trabalho no Brasil. Bioenergia em Revista: Diálogos 
(ISSN: 2236-9171), v. 12, n. 1, p. 107-131, 2022. 
 
ALVES, Christiane Luci Bezerra et al. Padrão de inserção da mulher negra no mercado de trabalho 
nordestino: notas para o período 2005-2014. Redes. Revista do Desenvolvimento Regional, v. 25, 
n. 2, p. 2713-2736, 2020. 
 
ECHEVERRIA, Gabriela Bothrel et al. Preconceito e desigualdades sociais: A mulher negra no 
mercado de trabalho brasileiro. Caderno de Graduação-Ciências Humanas e Sociais-UNIT-
ALAGOAS, v. 2, n. 3, p. 71-82, 2015. 
 
FERREIRA, CLÁUDIA APARECIDA AVELAR; NUNES, S. C. Mulheres Negras no Mercado de 
Trabalho: Interseccionalidade entre Gênero, Raça e Classe Social. XLlll Encontro da ANPAD, 
2019. 
 
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APENDICES E ANEXOS

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