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MILENA CRISTINA SENDÃO 
 
 
 
 
 
EFEITO DO LICOPENO NA 
MUTAGENICIDADE INDUZIDA PELA 
CISPLATINA EM RATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARAQUARA 
2004 
 
 
 
MILENA CRISTINA SENDÃO 
 
 
 
 
 
EFEITO DO LICOPENO NA 
MUTAGENICIDADE INDUZIDA PELA 
CISPLATINA EM RATOS 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós 
Graduação em Alimentos e Nutrição da 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de 
Mesquita Filho” como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Mestre em Alimentos e 
Nutrição, área de concentração de Ciências 
Nutricionais. 
 
 
Orientadora: Profª Drª Maria de Lourdes Pires Bianchi 
Co-orientadora: Profª Drª Lusânia Maria Greggi Antunes 
 
ARARAQUARA 
2004 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Elaborada Pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas 
 
 
 Sendão, Milena Cristina 
S474e Efeito do licopeno na mutagenicidade induzida pela cisplatina em ratos. / 
Milena Cristina Sendão. – Araraquara, 2004 
 98 f. 
 
 Dissertação (Mestrado) – Un iversidade Estadual Paulista. 
“Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências Fa rmacêuticas. 
Programa de Pós Graduação em Alimentos e nutrição. 
 Orientadora: Maria de Lourdes Pires Bianchi 
 Co-orientadora: Lusânia Maria Greggi Antunes 
 
 1.Antioxidantes. 2.Licopeno - Antioxidantes. 3.Agentes 
antineoplásicos (Cisplatina) I.Bianchi, Maria de Lourdes , orient. II. 
Antunes, Lusânia Maria Greggi, co-orient. .III. Título. 
 
CAPES: 50700006 
 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Drª Maria de Lourdes Pires Bianchi 
 
 
 
 
 
 
Profª Drª Cecília Rodrigues Silva 
 
 
 
 
 
 
Profª Drª Jacqueline Pontes Monteiro 
 
 
 
 
 
 
Profª Drª Eliana Aparecida Varanda 
 
 
 
 
 
 
Profª Drª Cristina Márcia Wolf Evangelista 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araraquara, _______ de ___________________ de 2004. 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
“As pessoas que acreditam em nossa capacidade, fazem mais do que 
apenas incentivar. Elas criam para nós uma atmosfera que favorece 
nosso sucesso”. (John Spalding) 
 
 
 
Aos meus pais 
 Romão e Elza, meus maiores mestres, que souberam compreender 
e compartilhar todos os momentos que passei durante o mestrado. 
Sem o amor, apoio e incentivo de vocês, este trabalho jamais seria 
concluído. 
 
Às minhas irmãs e meus cunhados 
Selma e Paula, Jairo e Adriano 
Mesmo distantes, sempre me incentivaram e 
 dividem comigo mais esta alegria! 
 
Aos meus sobrinhos 
Júlia e Felipe 
Pelos momentos alegres que passamos juntos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao Marcílio, 
Por ser alguém muito especial em minha vida, por sua compreensão, 
carinho e amor dedicados a mim. 
A toda sua família, pelos momentos de descontração e alegria que 
passamos juntos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a Deus, pelo dom da vida, por me fortalecer na caminhada 
e não permitir que desanimasse frente às dificuldades.
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À minha orientadora Profª Drª Maria de Lourdes Pires Bianchi, pela 
dedicação, amizade e confiança depositada em minha desde o início 
do projeto. 
 
À minha co-orientadra Profª Drª Lusânia Maria Greggi Antunes, pela 
disposição, amizade e incentivo durante a realização desse trabalho. 
 
Aos membros da Banca Examinadora, pelas sugestões que me 
direcionaram para a conclusão da dissertação. 
 
À Profª Drª Catarina Satie Takahashi e Profª Drª Elza Tieme 
Sakamoto-Hojo, do Laboratório de Citogenética e Mutagênese da 
FMRP-USP, pela disposição por terem me recebido em seu laboratório 
para que eu aprendesse a análise das aberrações cromossômicas. 
 
À amiga Raquel, pela dedicação, paciência e disposição em me 
ensinar a análise das aberrações cromossômicas. 
 
Aos professores da Pós-graduação, pelos ensinamentos transmitidos, 
em especial ao Prof. Dr. João Bosco Faria, pela amizade e sugestões 
concedidas durante a elaboração inicial do projeto. 
 
 
 
À amiga Joana D’Arc, pelo apoio técnico durante a realização dos 
experimentos, e ao seu marido, Vitor pelo auxílio nos cálculos das 
doses e solubilidade da formulação estudada. 
 
Ao Prof. Dr. Alexandre Souto Martines, do Departamento de Física da 
FFCLRP-USP, pela ajuda na análise estatística. 
 
Às secretárias da Pós-graduação FCFAR-UNESP, Cláudia, Laura e 
Sônia; Luci e Lúcia, da FCFRP-USP, os meus sinceros agradecimentos 
pelo prestativo atendimento. 
 
Aos funcionários do Biotério, Aldo e Reinaldo, pelos serviços 
prestados com a manipulação dos animais. 
 
Às amigas que conviveram comigo durante esses anos, em especial: 
Angélica, Angelma, Camila (Batatais), Camila (Ribeirão Preto), Camila 
(Jaú), Daniela, Estela, Ivi, Patrícia e Renata. 
 
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-
CAPES, pelo suporte financeiro concedido durante a realização desse 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1 
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 5 
2.1 Carotenóides..................................................................................................... 7 
2.2 Licopeno ........................................................................................................... 8 
2.3 Licopeno e Câncer.......................................................................................... 12 
2.4 Quimioprevenção ........................................................................................... 14 
2.5 Cisplatina ....................................................................................................... 16 
3 OBJETIVOS .............................................................................................. 19 
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 21 
4.1 Material .......................................................................................................... 22 
4.1.1 Animais .................................................................................................. 22 
4.1.2 Cisplatina............................................................................................... 22 
4.1.3 Licopeno ................................................................................................ 22 
4.1.4 Reagentes Químicos........................................................................... 22 
4.2 Métodos .......................................................................................................... 23 
4.2.1 Ensaio Biológico................................................................................... 23 
4.2.2 Aberrações Cromossômicas .............................................................. 27 
4.2.3 Análise Estatística ............................................................................... 29 
5 RESULTADOS ......................................................................................... 30 
5.1 Ensaio Preliminar .......................................................................................... 31 
5.2 Tratamento Agudo .......................................................................................... 33 
5.3 Tratamento Subagudo .................................................................................... 42 
6 DISCUSSÃO ............................................................................................. 50 
7 CONCLUSÕES .........................................................................................59 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 61 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
AC ............................................................................ Aberrações cromossômicas 
ACFs ........................................................................ “Colonic aberrant crypt foci” 
C ........................................................................................... Quebra cromatídica 
cDDP .................................................................................................... Cisplatina 
DMBA ............................................................. 7,2-dimetilbenzeno- [a] antraceno 
DNA ............................................................................. Ácido desoxirribonucléico 
DP ................................................................................................. Desvio padrão 
E ........................................................................................................ “Exchange” 
IC .................................................................................................. Índice mitótico 
i.p. ................................................................................................. Intraperitoneal 
KCl ........................................................................................ Cloreto de potássio 
Lico ........................................................................................................ Licopeno 
M ................................................................................................................ Média 
MA .................................................. Metáfases com aberrações cromossômicas 
MNNG ........................................................... N-metil-N-nitro-N-nitrosoguanidina 
MnPCEs ............................................. Eritrócitos policromáticos micronucleados 
n ........................................................................................... Número da amostra 
p.c. ................................................................................................ Peso corpóreo 
Q ........................................................................................... Figura quadrirradial 
R .......................................................................................... Rearranjo complexo 
ROS ...................................................................... Espécies reativas de oxigênio 
SRATB ............................................ Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico 
T ................................................................................................... Figura trirradial 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Estrutura química - All-trans-β-caroteno ........................................... 8 
Figura 2 - Fórmula estrutural da cisplatina ...................................................... 16 
Figura 3 - Delineamento experimental do tratamento agudo .......................... 26 
Figura 4 - Delineamento experimental do tratamento subagudo .................... 26 
Figura 5 – Fotomicrografia de uma metáfase normal identificada em células de 
medula óssea de rato. (2n= 42) ....................................................................... 38 
Figura 6 – Fotomicrografia de uma aberração cromossômica do tipo figura 
trirradial identificada em células de medula óssea de rato. (2n= 42) 
.......................................................................................................................... 38 
Figura 7 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 
6 mg/Kg p.c.) e respectivos controles .............................................................. 39 
Figura 8 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por tratamento 
(n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda 
com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) e 
respectivos controles ....................................................................................... 39 
Figura 9 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 
6 mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos 
controles .......................................................................................................... 40 
Figura 10 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg 
p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos controles 
.......................................................................................................................... 40 
 
 
 
Figura 11 - Redução no total de metáfases com aberrações cromossômicas 
sobre o dano induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células 
da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com diferentes 
doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) ....................................... 41 
 
Figura 12 - Redução no total de aberrações cromossômicas sobre o dano 
induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células da medula 
óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com diferentes doses do 
carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) ...................................................... 41 
 
Figura 13 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno 
(0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) e respectivos controles ............................................. 47 
Figura 14 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 
mg/Kg p.c.) e respectivos controles ................................................................. 47 
Figura 15 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno 
(0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e 
respectivos controles ....................................................................................... 48 
Figura 16 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 
mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos controles 
.......................................................................................................................... 48 
 
Figura 17 - Redução no total de metáfases com aberrações cromossômicas 
sobre o dano induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células 
 
 
 
da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda com diferentes 
doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) ................................. 49 
 
Figura 18 - Redução no total de aberrações cromossômicas sobre o dano 
induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células da medula 
óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda com diferentes doses do 
carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) ................................................ 49 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Distribuição dos animais de acordo com o grupo de tratamento 
..........................................................................................................................24 
Tabela 2 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de 
aberrações cromossômicas e número de metáfases alteradas observados em 
células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com 
diferentes doses do carotenóide licopeno ....................................................... 32 
Tabela 3 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de 
aberrações cromossômicas e número de metáfases alteradas observados em 
células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com 
diferentes doses do carotenóide licopeno e respectivos controles .................. 36 
Tabela 4 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de 
aberrações cromossômicas e número de metáfases alteradas observados em 
células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com 
diferentes doses do carotenóide licopeno com cDDP e respectivos controles 
.......................................................................................................................... 37 
Tabela 5 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de 
aberrações cromossômicas e número de metáfases alteradas observados em 
células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda (72, 48, 
24 e 1h) com diferentes doses do carotenóide licopeno e respectivos controles 
.......................................................................................................................... 45 
Tabela 6 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de 
aberrações cromossômicas e número de metáfases alteradas observados em 
células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda (72, 48, 
24 e 1h) com diferentes doses do carotenóide licopeno com cDDP e 
respectivos controles ....................................................................................... 46 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Quantidade aproximada de licopeno nos alimentos ....................... 9 
Quadro 2 - Distribuição de carotenóides encontrados no tomate ..................... 9 
 
 
 
 
RESUMO 
O licopeno é um carotenóide natural, cuja função biológica está relacionada 
com sua capacidade de seqüestrar radicais livres e quelar a molécula de O2, 
tendo, portanto, alto potencial antioxidativo. A cisplatina (cDDP) é um dos 
principais agentes antineoplásicos usado para o tratamento de pacientes com 
cânceres, entretanto, está associada com vários efeitos colaterais, incluindo 
indução de aberrações cromossômicas. Os objetivos deste estudo foram 
investigar o efeito mutagênico de diferentes doses do carotenóide licopeno e o 
seu possível efeito protetor sobre as aberrações cromossômicas induzidas pela 
cisplatina (cDDP). Os animais foram divididos em 10 grupos: controle negativo, 
solvente, três doses de licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c. e 0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c., 
nos tratamentos agudo e subagudo, respectivamente), cDDP, solvente 
associado com cDDP e associações de licopeno e cDDP. O licopeno foi 
administrado 24h ou 72, 48, 24 e 1h por gavagem antes da injeção 
intraperitoneal de cDDP ou solução salina (0,9%), respectivamente. Os 
resultados mostraram que o licopeno em todas as doses testadas, não reduziu 
os valores do índice mitótico e não aumentou o total de aberrações 
cromossômicas, quando comparados com o controle negativo e solvente. O 
tratamento com a cDDP induziu um aumento significativo (p< 0,01) no total de 
aberrações cromossômicas e no número de metáfases com aberrações 
cromossômicas. Os animais tratados de forma aguda e subaguda com 
diferentes doses do licopeno e com o antitumoral cDDP, mostraram uma 
redução significativa (p< 0,01) no total de aberrações cromossômicas e no 
número de metáfases com aberrações cromossômicas, comparado com os 
animais tratados apenas com a cDDP. Esta proteção do licopeno sobre os 
 
 
 
danos cromossômicos induzidos pela cDDP pode ser atribuída à capacidade 
deste carotenóide de seqüestrar radicais livres. Estes dados promissores 
obtidos podem futuramente incluir este carotenóide nos estudos clínicos de 
quimioprevenção em seres humanos. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Lycopene is a natural carotenoid, whose biological role is related to capacity of 
free radicals scavengers and quench molecular oxygen, therefore, it has a high 
antioxidative potencial. Cisplatin is one of the mostly used antineoplasic agents 
in the treatment of patients wich cancer, but is associated with various side 
effects, including induce chromosomal aberrations. The aims of this study were 
to investigate the mutagenic effect of doses differents of lycopene carotenoid 
and possible protect effect on cisplatin-induced chromosomal aberrations. The 
animals were divided into ten groups: negative control, solvent, three doses of 
lycopene (2, 4 and 6 mg/Kg b.w. or 0,5; 1 and 1,5 mg/kg b.w., in the agude and 
subagude treatments, respectively), cDDP, solvent associated with cDDP and 
associations of lycopene and cDDP. The lycopene was administred 24h or 72, 
48, 24 and 1h by gavage before cisplatin injection or saline solution (0,9%), 
respectively. The results showed to lycopene all doses testing were not reduced 
mitotic index and not increased the total of chromosomal aberrations, when 
compared with negative control and solvent. The treatment with cDDP induced 
significant increased (p< 0,01) in the total aberrations and in the number of 
metaphases with chromosomal aberrations. The animals treated of agude and 
subagude forms with doses different of lycopene and with cDDP antitumoral, 
showed a significant reduce (p< 0,01) in the total of chromosomal aberrations 
and in the number of metaphases with chromosomal aberrations, compared 
with animals treated only with the cisplatin. This protection of the lycopene on 
cisplatin-induced chromosomal damage can be ascribed to the of this capacity 
in this carotenoid in free radicals scanvengers. This promising findings 
 
 
 
promising can in future including this carotenoid in the clinical studies of 
chemoprevention in humans. 
 
Introdução 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Introdução 
 
2 
 
Os carotenóides são uma classe de pigmentos lipofílicos amplamente 
distribuídos nas plantas e em bactérias fotossintéticas (ROMANCHICK et al., 
1997). A função biológica dos carotenóides, em especial do licopeno se deve à 
sua capacidade de seqüestrar radicais livres e de quelar fisicamente a 
molécula de oxigênio singlete, tendo, portanto, grande potencial antioxidante 
(DI MASCIO et al., 1989). A capacidade de quelar radicais livres de um 
carotenóide depende principalmente do número de suas duplas ligações, 
sendo pouco influenciado pelos grupos de carotenóides (cíclico ou acíclico) ou 
pela natureza de substitutos nos carotenóides, o que torna o licopeno um dos 
carotenóides naturais mais eficientes em quelar o oxigênio (YAMAGUCHI et al., 
1999). 
Embora sua estrutura seja similar ao β caroteno, o licopeno não tem 
nenhuma atividade de pró-vitamina A, por não apresentar a estrutura β ionona 
(ARAB e STECK, 2000). É capaz de fornecer diretamente um efeito protetor 
sem ter que ser transformado em retinol (REIFEN et al., 2001). Durante muitos 
anos foi utilizado como corante para alimentos, mas recentemente vários 
estudos têm indicado sua atividade antioxidante e o potencial na prevenção de 
doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e certos cânceres, como o 
de próstata (BRAMLEY, 2000). 
A cisplatina é um dos principais agentes citostáticos (ELSENDOORN et 
al., 2001) utilizado para o tratamento de pacientes com cânceres de testículo, 
ovário, bexiga, cabeça e pescoço e também para os linfomas malignos, 
apresentando alto índice de cura, em torno de 70% (GIACCONE, 2000). É 
freqüentemente administrada em combinação com outras drogas 
Introdução 
 
3 
quimioterápicas, como a doxorrubicina,etoposide ou bleomicina resultando na 
cura e melhora da sobrevida dos pacientes com câncer (ELSENDOORN et al., 
2001). A cisplatina exerce seu efeito antineoplásico por meio de uma reação 
intracelular, na qual as moléculas de cloro na posição cis são substituídas por 
água ou grupos hidroxil, transformando-a num composto altamente reativo, que 
pode alquilar as bases púricas e pirimídicas do DNA (HALABE et al., 1991). 
Entretanto, este fármaco tem seu uso limitado na prática clínica pelos seus 
efeitos colaterais como nefrotoxicidade, ototoxicidade, neurotoxicidade, 
supressão da medula óssea e mutagenicidade (WEIJL et al., 1997; GENTILE et 
al., 2001). 
A cisplatina é altamente mutagênica, causa troca de cromátides irmãs e 
aberrações cromossômicas em células de mamíferos em cultura, em células da 
medula óssea de ratos e em linfócitos sanguíneos periféricos de humanos 
(OSANTO et al., 1991; ANTUNES et al., 2000a). 
Vários compostos antioxidantes da dieta têm sido testados para 
minimizar os efeitos citotóxicos da cisplatina. O pré-tratamento com a 
curcumina ou a vitamina C reduziu a clastogenicidade em células da medula 
óssea de ratos Wistar, mas não apresentou efeito sinérgico quando estas 
foram administradas em associação (ANTUNES et al., 2000a). O selênio em 
conjunto com a vitamina C não reduziu as aberrações cromossômicas 
induzidas pela cisplatina em células da medula óssea de ratos Wistar 
(ANTUNES et al., 2000b). O carotenóide bixina foi testado nas doses 2,5 e 5 
mg/Kg p.c. sobre os danos cromossômicos induzidos pela cisplatina em células 
de medula óssea de ratos Wistar. A dose mais baixa de bixina provocou uma 
redução de 21% com relação às metáfases alteradas induzidas pela cisplatina, 
Introdução 
 
4 
enquanto que a dose mais alta de bixina foi mais eficiente, diminuindo a 
freqüência de aberrações cromossômicas e metáfases alteradas induzidas pela 
cisplatina em aproximadamente 33% (SILVA et al., 2001). Mora et al. (2002), 
mostraram que a administração de uma dose única do aminoácido glutamina 
(300 mg/Kg p.c.) em ratos, foi efetiva na redução da genotoxicidade causada 
pela ação da cisplatina. Tendo em vista as propriedades antioxidantes do 
licopeno, este trabalho visa verificar um possível efeito protetor do licopeno, o 
que poderá possibilitar seu uso no futuro, em associação com a cisplatina, 
reduzindo o efeito citotóxico deste agente antineoplásico. 
 
 
 
Revisão da Literatura 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
Revisão da Literatura 
 
 
6 
 
Nas últimas décadas, vários acontecimentos no mundo como a 
globalização e a industrialização, tiveram um grande impacto na alimentação e 
no estilo de vida das pessoas. O aumento do consumo de dieta rica em 
gorduras (principalmente gordura saturada), baixa em carboidratos complexos 
e pobre em micronutrientes, associado com o estilo de vida sedentário, está 
relacionado com várias doenças crônicas degenerativas como: obesidade, 
diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, osteoporose e câncer 
(LAJOLO, 2002). 
Por volta dos anos 80, crescia no Japão o interesse em alimentos que 
além de satisfazer os requerimentos nutricionais básicos, desempenhassem 
efeitos fisiológicos benéficos. Esta categoria de alimentos foi regulamentada 
em julho de 1991 no Japão e recebeu o nome de “Foods for Special Health 
Use” (FOSHU), dando origem aos alimentos funcionais (CANDIDO e CAMPOS, 
1995). Nos últimos anos, um grande número de alimentos industrializados com 
propriedades funcionais tem surgido em vários países. Os efeitos funcionais 
visam a redução de doenças crônicas, saúde e bem-estar do indivíduo. Dentre 
estes alimentos, o leite foi alvo de várias modificações, em virtude da grande 
expansão de sua industrialização ocorrida neste período. Este alimento teve 
adição de oligofrutose, ácidos graxos ômega 3 e 6, além de ser comercializado 
na forma fermentada com Lactobacillus. 
Outros exemplos de alimentos modificados são os biscoitos, com 
redução do índice glicêmico, bem como as margarinas e iogurtes com adição 
de fibras. 
Revisão da Literatura 
 
 
7 
Recentemente, tem sido realizado um grande número de estudos para 
verificar se a ingestão de alguns componentes dietéticos como flavonóides, 
carotenóides e glicosinolatos diminuem ou previnem o aparecimento de certas 
doenças crônicas, como cânceres e doenças cardiovasculares (LAJOLO, 
2002). Entretanto, os níveis satisfatórios de ingestão dos alimentos funcionais 
não estão elucidados em seres humanos. Pesquisas com animais têm 
fornecido alguma indicação de ingestão. Por exemplo, a recomendação de 
ingestão de 30 mg por dia ou 10 porções por semana de tomates ou seus 
produtos, tem sido relacionada com a redução do risco para o câncer de 
próstata. Mais estudos com componentes dietéticos são necessários, antes de 
especificar os níveis de ingestão em seres humanos (HASLER et al., 2004). 
 
2.1 Carotenóides 
Existem mais de 600 carotenóides encontrados na natureza, alguns 
como hidrocarbonetos puros (carotenos), enquanto outros contêm grupos 
funcionais oxigenados (xantofilas) (WILLIS e WIANS, 2003). Alguns são 
nutricionalmente ativos como precursores da vitamina A, mas somente 10% 
destes são identificados na natureza e possuem essa propriedade. Eles não 
são considerados micronutrientes essenciais, e não há uma cota dietética 
recomendada especificamente para cada carotenóide, embora estes sejam 
levados em consideração na quantificação de vitamina A nos alimentos (como 
equivalentes de retinol) (ROJAS-HIDALGO e OLMEDILLA, 1993). 
Os carotenóides exercem duas funções essenciais: como complemento 
de pigmentos na fotossíntese e na fotoproteção. Isso pode ser explicado devido 
a estrutura de polieno conjugada dos carotenóides, que permite que a molécula 
Revisão da Literatura 
 
 
8 
absorva luz para quelar ou inativar o oxigênio singlete e radicais livres (Figura 
1) (MAYNE, 1996). 
 
 
 
Figura 1 - Estrutura química - All-trans-β-caroteno 
 
2.2 Licopeno 
O licopeno é um carotenóide acíclico com 11 duplas ligações 
conjugadas e duas duplas ligações não conjugadas (DI MASCIO et al., 1989). 
Está presente em poucos alimentos, diferente da maioria dos carotenóides 
consumidos pelos seres humanos, que são encontrados em diversas frutas e 
vegetais (CLINTON, 1998). A maior fonte de licopeno são os tomates e seus 
produtos (Quadro 1), que apresentam tanto atividade in vitro, quanto in vivo. Os 
tomates também são fontes de outros carotenóides, como fitoeno, fitoflueno, δ 
caroteno, γ caroteno, β caroteno e neurospeno (Quadro 2). O licopeno presente 
nos tomates pode variar significativamente com o amadurecimento e em 
diferentes variedades do vegetal. Vários estudos têm relatado o efeito do 
tomate na prevenção do câncer de próstata (GIOVANNUCCI, 1999; KRISTAL e 
COHEN, 2000). 
 
 
 
 
 
Revisão da Literatura 
 
 
9 
Quadro 1 - Quantidade aproximada de licopeno nos alimentos 
Alimentos Quantidade (mg/100g) 
Tomate fresco 0,88-4,20 
Tomate cozido 3,70 
Molho de tomate 6,20 
Pasta de tomate 5,40-150,0 
Sopa de tomate 7,99 
Tomate em pó (liofilizado) 112,63-126,49 
Suco de tomate 5,00-11,60 
Tomate seco em óleo 46,50 
Ketchup9,90-13,44 
Damasco < 0,01 
Damasco em conserva 0,06 
Damasco seco 0,86 
Grapefruit 3,36 
Goiaba fresca 5,40 
Suco de goiaba 3,34 
Melancia 2,30-7,20 
Mamão papaia 2,00-5,30 
Adaptado de Clinton (1998) 
 
Quadro 2 - Distribuição de carotenóides encontrados no tomate 
Carotenóides Quantidade (%) 
Licopeno 60-64 
Neurosporeno 7-9 
Fitoeno 10-12 
Fitoflueno 4-5 
δ caroteno 1-2 
γ caroteno 10-11 
β caroteno 1-2 
Adaptado de Clinton (1998) 
Revisão da Literatura 
 
 
10 
Mais de 80% do consumo alimentar de licopeno dos americanos provém 
de fontes de tomates, incluindo ketchup, suco ou molho de tomate (CLINTON, 
1998). A ingestão diária de licopeno é usualmente avaliada com base no 
questionário de freqüência alimentar. Scott et al. (1996), avaliaram mulheres do 
Reino Unido quanto ao consumo diário de alimentos ricos em licopeno. O 
resultado obtido foi uma ingestão de aproximadamente 1,1 mg/dia. Em 
contraste, num estudo realizado por Rao et al. (1998) a média de ingestão 
diária de licopeno da população do Canadá foi estimada em 25 mg/dia em 
produtos processados de tomate. Apesar dos benefícios do licopeno na saúde 
humana e seu consumo estimado em diferentes estudos, ainda não existe uma 
recomendação diária. 
Após a absorção pelas células da mucosa intestinal, o licopeno é 
transportado no plasma pelas lipoproteínas (GESTER, 1997). Após o pré-
tratamento de ratos com uma dose única de licopeno sintético, este foi 
excretado por via urinária em pequenas quantidades (3,1-4,0%), sendo que a 
maioria da quantidade foi encontrada nas fezes (87,6-97,0%) (McCLAIN e 
BAUSCH, 2003). 
O licopeno é um carotenóide importante presente no plasma humano 
com níveis variando de 0,22 a 1,06 nmol/mL (MATOS et al., 2001), e é 
eliminado no plasma com uma meia vida de aproximadamente 2-3 dias 
(STAHL e SIES, 1996). No plasma humano, o licopeno é uma mistura 
isomérica contendo 50% do total como isômeros cis. O isômero geométrico 
predominante em fontes de plantas são todos trans (RAO e AGARWAL, 1999). 
A absorção máxima de licopeno em ratos, ocorreu entre 4 e 8 horas depois da 
administração de uma dose única por gavagem (MATHEWS-ROTH et al., 
Revisão da Literatura 
 
 
11 
1990). A absorção de licopeno parece ser mais eficiente em baixas dosagens. 
Este carotenóide quando ingerido com o β caroteno foi melhor absorvido que 
quando ingerido sozinho (JOHNSON et al., 1997). As perdas de licopeno 
durante a preparação alimentar como o cozimento são mínimas. De fato, a 
biodisponibilidade pode ser melhorada por meio de aquecimento e com adição 
de gorduras (STAHL e SIES, 1992). 
O licopeno por gavagem nas doses de 500, 1500 e 3000 mg/Kg p.c. não 
apresentou toxicidade quando foi administrado em ratos durante 13 semanas. 
Nesse estudo, foi avaliada a toxicidade por meio de parâmetros bioquímicos, 
clínicos e histológicos (MELLERT et al., 2002). 
Os níveis de licopeno no soro são afetados por fatores biológicos e estilo 
de vida. Em jejum, os níveis de licopeno no soro são maiores do que os níveis 
pós-prandiais, indicando que a dieta pode induzir o estresse metabólico (RAO e 
AGARWAL, 1998). Por outro lado, vários estudos indicam que as 
concentrações de licopeno no plasma caem rapidamente após a restrição de 
alimentos que os contêm (ROCK et al., 1992). 
Os níveis de licopeno no sangue não diferem significativamente entre 
homens e mulheres (BRADY et al., 1997; OLMEDILLA et al., 1994). Entretanto, 
com o envelhecimento, parece ocorrer uma significativa associação com a 
diminuição nas concentrações de licopeno no soro (GESTER, 1997). No estudo 
de Rao e Agarwal (1998) não foi encontrada diferença significativa nos níveis 
de licopeno no soro entre fumantes e não fumantes. Entretanto, após 
indivíduos fumantes consumirem três cigarros, os níveis séricos deste 
carotenóide podem abaixar em 40%, seguido de um aumento também em 40% 
da peroxidação lipídica. 
Revisão da Literatura 
 
 
12 
2.3 Licopeno e Câncer 
Os oncologistas tentam melhorar a taxa de sobrevida dos pacientes com 
câncer utilizando vários tipos de tratamento, incluindo a combinação 
quimioterápica com ou sem terapia de radiação. Por causa da constante 
sensação de tristeza, medo, raiva, como resultado do alto índice de 
mortalidade, os pacientes freqüentemente optam por terapias complementares 
e alternativas. Uma proposta de terapia complementar, recomendada para 
pacientes oncológicos durante o tratamento neoplásico citoredutor, é o uso de 
substâncias antioxidantes. É aceito que os antioxidantes podem ser úteis na 
redução dos efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia, por reduzir sua 
toxicidade. Contudo, há divergências quanto ao seu uso, pois acredita-se que 
os antioxidantes poderiam reduzir a eficiência dos tratamentos radio ou 
quimioterápico sobre as células cancerosas (WEIJL et al., 1997). Há evidências 
de que estas substâncias podem ser uma escolha para intervenção terapêutica 
junto com a quimioterapia, por demonstrar benefícios na redução do tamanho 
do tumor e na longevidade dos pacientes (DRISKO et al., 2003; WEIJL et al., 
2004). 
 Nos últimos anos, os carotenóides têm recebido muita atenção em 
pesquisas experimentais, como agentes quimiopreventivos. Destaca-se o 
licopeno e o β caroteno que têm sido relacionado por prevenir a iniciação e 
progressão de vários tumores. 
Narisawa et al. (1996) testaram várias dosagens de licopeno (6; 1,2; 
0,24; 0,12 e 0,06 mg/Kg p.c.) e verificaram que o mesmo tem efeito protetor 
contra a formação de lesões nas criptas colônicas (ACFs-“colonic aberrant 
crypt foci”), um biomarcador intermediário para câncer de cólon em ratos. Os 
Revisão da Literatura 
 
 
13 
autores concluiram também que as dosagens mais baixas têm maior efeito 
potencial para inibir a atividade da formação de ACFs. Em 1998, o mesmo 
grupo de pesquisadores observou que o suco de tomate protegeu contra a 
carcinogênese no cólon de ratos (NARISAWA et al., 1998). O estudo de 
Sharoni et al. (1997) mostrou que o desenvolvimento do tumor mamário 
diminuiu significativamente, bem como a área do mesmo foi menor, nas ratas 
que foram suplementadas com licopeno. Os animais receberam licopeno 
enriquecido com oleoresina de tomate durante duas semanas antes da indução 
do tumor mamário pelo carcinogênico DMBA (7, 12-dimetilbenzeno-[a] 
antraceno). No estudo de Bhuvaneswari et al. (2001) foi verificado que a 
administração de licopeno suprimiu significativamente a incidência de tumores 
bucais em hamsters, que também foram induzidos quimicamente pelo 
carcinógeno. O licopeno inibiu a susceptibilidade do tecido tumoral por meioda 
peroxidação lipídica, indicando os efeitos supressores na proliferação celular 
em um órgão alvo. O tratamento com licopeno também pode ser útil na 
quimioprevenção de tumor gástrico. A suplementação de ratos com este 
carotenóide reduziu os níveis de SRATB (substâncias reativas ao ácido 
tiobarbitúrico) no plasma, aumentou os níveis plasmáticos de glutationa e 
vitaminas A e E (VELMURUGAN et al., 2002). 
 Com base nestes resultados promissores obtidos in vivo, e como não há 
dados na literatura sobre o efeito do licopeno em células da medula óssea em 
ratos, as investigações sobre o potencial antioxidante e antimutagênico deste 
carotenóide em ratos submetidos ao tratamento com a cisplatina, foram então 
estudados. 
 
Revisão da Literatura 
 
 
14 
2.4 Quimioprevenção 
 A dieta desempenha um dos papéis mais importantes na etiologia e 
prevenção do câncer. Algumas estratégicas para a prevenção de doenças 
como o câncer estão sendo estudadas. A ingestão de fatores de proteção é 
uma delas, sendo esta área denominada de quimioprevenção (DE FLORA et 
al., 2001). A quimioprevenção investiga a capacidade de constituintes 
específicos dietéticos (vitaminas, minerais e fitoquímicos) ou componentes 
sintéticos (agentes farmacológicos) em paralisar ou suprimir a iniciação e 
progressão da carcinogênese. Os alimentos comumente consumidos pelos 
seres humanos, particularmente os vegetais e as frutas, são fontes de muitos 
micronutrientes. Vários desses, incluindo o β caroteno, as vitaminas E e C, o 
selênio e o folato têm sido extensivamente estudados em pesquisas 
experimentais e epidemiológicas, para determinar a influência sobre o risco de 
câncer (GREENWALD et al., 2001). 
 Estudos epidemiológicos mostram que 20 a 60% de todos os cânceres 
estão relacionados com a dieta (KANASMÜLLER et al., 2002), e que a ingestão 
de frutas, vegetais, ervas e outros constituintes fitoquímicos são recomendados 
como parte da prevenção dietética do câncer. É aceito que as propriedades 
antioxidantes dessas plantas protegem as células da formação dos radicais 
livres, que são responsáveis pelo dano do DNA e que podem causar mutações 
e subseqüentemente carcinogênese (LOPACZYNSKI e ZEISEL, 2001). 
 No estudo de Antunes e Takahashi (1998) foi demonstrado que as 
vitaminas C e E, dependendo da dose utilizada, exercem um efeito protetor 
sobre os danos cromossômicos induzidos pelo antitumoral doxorrubicina em 
células da medula óssea de ratos Wistar. Os antioxidantes podem agir como 
Revisão da Literatura 
 
 
15 
anticarcinogênicos, prevenindo o desenvolvimento de câncer secundário 
acompanhado de estresse oxidativo, relacionado à mutagênese induzida por 
fármacos antitumorais (ELSENDOORN et al., 2001). 
Radical livre é qualquer átomo ou molécula que contém um ou mais 
elétrons desempareados. Os radicais livres são produzidos em células pelo 
metabolismo normal e por fontes exógenas, como agentes carcinogênicos e 
radiações ionizantes. Dos radicais livres, o radical hidroxil (OH•) é o mais 
reativo e pode causar dano no DNA (DIZDAROGLU et al., 2002). Um dos 
lugares mais importantes que os radicais livres agem no processo de 
carcinogênese é o DNA. O dano do DNA pode ter várias formas, alcançando as 
bases oxidadas purinas e pirimidinas até lesões do DNA como quebras 
cromossômicas, troca de cromátides irmãs e formação de micronúcleos 
(LOPACZYNSKI e ZEISEL, 2001). 
Tradicionalmente, acredita-se em agentes exógenos quando a formação 
de quebras e outras lesões na fita de DNA são consideradas. Entretanto, está 
sendo estudado que muitas deficiências nutricionais podem aumentar a 
probabilidade dessas lesões no DNA. As vitaminas e os minerais são 
essenciais para a manutenção e a estabilidade do DNA, e estão envolvidos em 
muitos aspectos no metabolismo do mesmo, incluindo a síntese, o reparo e a 
apoptose (GENTILE et al., 2001). 
 
 
 
Revisão da Literatura 
 
 
16 
2.5 Cisplatina 
 A cisplatina [cis-diaminodicloroplatina II, cDDP] é um importante 
antineoplásico, cuja estrutura química é formada por um complexo de metal 
pesado, que contém um átomo central de platina, cercado por dois átomos de 
cloro e duas moléculas de amônia na posição cis (CALABRESI e CHABNER, 
1996) (Figura 2). 
 
 Cl NH3 
 
 Pt 
 Cl NH3 
Figura 2 - Fórmula estrutural da cisplatina 
 
 Sua atividade biológica foi descoberta casualmente por Rosenberg et al. 
(1965) estudando o efeito da corrente elétrica no crescimento da bactéria 
Escherichia coli, que eram cultivadas em um meio de cultura contendo cloreto 
de amônia. Verificaram que estas formavam longos filamentos, ou seja, que 
houve inibição da divisão celular. A cisplatina foi introduzida na clínica médica 
em 1971, e desde então vem sendo utilizada em vários tratamentos para 
câncer (SRIGANTH e PREMALATHA, 1999). 
Um dos efeitos colaterais do uso da cisplatina é a geração de radicais 
livres em células não tumorais (OSANTO et al., 1991). O DNA é o principal 
alvo. Ocorre lesão na molécula de forma que a célula torna-se inviável para a 
divisão, o que pode levar a morte celular com conseqüente regressão do tumor. 
Portanto, a cisplatina é um fármaco citotóxico que age de maneira não 
Revisão da Literatura 
 
 
17 
dependente do ciclo celular, afetando as células em qualquer fase do ciclo, 
sendo classificado como de fase não específica (SIMON, 1990). 
A utilização da quimioterapia com a cisplatina, leva à queda dos níveis 
de antioxidantes plasmáticos dos pacientes, sugerindo uma falha no 
mecanismo de defesa antioxidante contra o estresse oxidativo. Este resultado 
pode estar relacionado com o baixo consumo de antioxidantes entre os 
pacientes, resultando em desequilíbrio oxidativo (WEIJL et al., 1998; 2004). 
Os agentes citostáticos são conhecidos por exercer sua função 
antitumoral pela interação com estruturas celulares específicas. A classificação 
inclui agentes alquilantes (ciclofosfamida, ifosfamida e cisplatina), 
antimetabólicos (5- fluorouracil e metotrexato), bloqueadores da tubulina 
(vincristina e taxol) e antibióticos (doxorrubicina e bleomicina) (WEIJL et al., 
1997). 
As anormalidades cromossômicas induzidas por agentes citostáticos em 
linfócitos de sangue periférico de pacientes, podem potencialmente levar a um 
câncer secundário. Observou-se aumento da freqüência de mutação em 
linfócitos de pacientes com câncer testicular, mesmo depois de muitos anos da 
quimioterapia (OSANTO et al., 1991). Desde a descoberta da atividade 
antitumoral da cisplatina, é aceito que sua ação citotóxica é conseqüência da 
interação com o DNA celular (FICHTINGER-SCHEPMAN et al., 1996). Diante 
disso, a cisplatina induz aductos no DNA, gerando rearranjos complexos e 
aberrações cromossômicas observadas em cromossomos de células de 
mamíferos em cultura (KLIESCH e ADLER, 1987). 
Nos últimos anos, um grande número de estudos envolvendo 
antioxidantes dietéticos como antimutagênicos e anticarcinogênicos tem sido 
Revisão da Literatura 
 
 
18 
publicados (MURE e ROSSMAN, 2001). Os antioxidantes são capazes de 
proteger os tecidos normais do dano do DNA induzido por agentes citostáticos, 
agindo como antimutagênicos, sem comprometer os efeitos antitumorais das 
drogas citostáticas (ANDERSON et al., 1995; KATAOKA et al., 1996). Estudos 
in vitro e in vivo demonstraram que vários antioxidantes, incluindo as vitaminas 
C e E, são capazes de reduzir a mutagenicidade resultante do estresse 
oxidativo causado pela cisplatina, agindo portanto, como antimutagênicos 
(ANDERSON et al., 1995; KATAOKA et al., 1996; WEIJL et al., 1997). 
Objetivos 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 OBJETIVOSObjetivos 
 
 
20 
 
Objetivo Geral 
• Avaliar o efeito do carotenóide licopeno na mutagenicidade induzida pela 
cisplatina em ratos Wistar. 
 
Objetivos Específicos 
• Investigar o efeito do carotenóide licopeno, administrado em diferentes 
doses para permitir um estudo de dose-resposta, sobre a indução de 
aberrações cromossômicas em células da medula óssea de ratos Wistar. 
• Avaliar o possível efeito protetor dos tratamentos agudo e subagudo de 
diferentes doses do carotenóide licopeno, sobre as aberrações 
cromossômicas induzidas pelo antitumoral cisplatina em células da medula 
óssea de ratos Wistar. 
 
 
 
Material e Métodos 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
Material e Métodos 
 
 
22 
 
4.1 Material 
4.1.1 Animais 
Os animais utilizados foram ratos machos da espécie Rattus norvegicus 
da linhagem Wistar, provenientes do Biotério Central do Campus de Ribeirão 
Preto da Universidade de São Paulo, com peso de aproximadamente 100 ± 
10g (6 - 7 semanas de vida). Foram usados 6 animais por grupo de tratamento. 
 
4.1.2 Cisplatina 
A cisplatina foi obtida de uma preparação comercialmente disponível 
para administração intravenosa, Platinil (Quiral Química do Brasil). Foi 
administrada por injeção intraperitoneal na dose de 5 mg/Kg p.c., com base nos 
dados da literatura (ANTUNES et al., 2000 a; ANTUNES et al., 2000 b). 
 
4.1.3 Licopeno 
O licopeno foi gentilmente doado pela empresa Ayalla Marketing e 
Representações LTDA. Para a preparação da solução, esta substância que se 
apresentava na forma líquida de oleoresina de tomate, foi diluída em óleo de 
milho e administrada via oral por gavagem no volume máximo de 0,3 mL/100g. 
 
4.1.4 Reagentes Químicos 
Todos os outros reagentes utilizados durante a realização desta 
investigação foram de grau analítico. Todas as soluções foram utilizadas 
imediatamente após a preparação. 
Material e Métodos 
 
 
23 
4.2 Métodos 
4.2.1 Ensaio Biológico 
Os ratos utilizados no experimento foram alojados no Biotério da 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de 
São Paulo. Os animais (no máximo 4) foram mantidos em caixas de polietileno, 
em sala com temperatura e ciclo de luz controlados (24ºC; ciclo de claro/escuro 
de 12h), onde receberam ração comercial (Tabelas 21 a 23, apêndice) e água 
destilada ad libitum. 
Na primeira fase do trabalho foram avaliados os efeitos de várias doses 
de licopeno (2, 4, 6, 8, 10 e 12 mg/Kg p.c.) para permitir uma curva dose-
resposta na análise dos danos cromossômicos. 
O peso dos animais foi determinado para o cálculo das doses corretas 
que foram administradas. 
 O protocolo experimental executado no ensaio preliminar está ilustrado 
na tabela a seguir. Nesse experimento foram utilizados 2 animais por grupo de 
tratamento (Tabela 1). 
 
Material e Métodos 
 
 
24 
Tabela 1 - Distribuição dos animais de acordo com o grupo de tratamento 
GRUPOS TRATAMENTOS 
Controle negativo água (0,5 mL) administrada por gavagem 24h antes da 
administração do diluente (salina 0,9%) da cisplatina 
Lico 2 licopeno (2 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
Lico 4 licopeno (4 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
Lico 6 licopeno (6 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
Lico 8 licopeno (8 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
Lico 10 licopeno (10 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
Lico 12 licopeno (12 mg/Kg p.c.) administrado por gavagem 24h 
antes da administração do diluente (salina 0,9%) da 
cisplatina 
n= 2 animais por grupo 
 
Os animais foram submetidos à eutanásia por decapitação 24h após a 
injeção intraperitoneal de solução salina. 
 Após a realização e interpretação dos resultados do experimento 
preliminar, foi possível selecionar as doses mais adequadas a serem 
administradas aos animais. Foram selecionadas as doses de licopeno (2, 4 e 6 
mg/Kg p.c.) para o estudo agudo e para o estudo subagudo foram utilizadas 
Material e Métodos 
 
 
25 
doses menores (0,5, 1 e 1,5 mg/Kg p.c.). Os animais foram divididos em 
diferentes grupos de tratamento no estudo agudo: 
 
1- Controle negativo: água por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal 
de solução salina. 
2- Óleo de milho: óleo por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal de 
solução salina. 
3- Lico 2: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal de 
solução salina. 
4- Lico 4: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal de 
solução salina. 
5- Lico 6: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal de 
solução salina. 
6- cDDP (5 mg/Kg p.c.): água por gavagem 24h antes da injeção 
intraperitoneal de cisplatina. 
7- Óleo de milho + cDDP: óleo por gavagem 24h antes da injeção 
intraperitoneal de cisplatina. 
8- Lico 2 + cDDP: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal 
de cisplatina. 
9- Lico 4 + cDDP: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal 
de cisplatina. 
10- Lico 6 + cDDP: licopeno por gavagem 24h antes da injeção intraperitoneal 
de cisplatina. 
Material e Métodos 
 
 
26 
No tratamento subagudo foram realizadas 4 administrações de licopeno 
por gavagem (72, 48, 24 e 1h) antes da administração da cisplatina/solução 
salina. 
Dessa forma os protocolos experimentais dos tratamentos agudo (Figura 3) e 
subagudo (Figura 4) foram, respectivamente: 
 i.p. de salina (0,9%) ou 
 cDDP (5 mg/Kg p.c.) 
 
 
 
 24h antes da i.p. 24h depois da i.p. 
 
 
gavagem de óleo de eutanásia dos animais 
milho, licopeno ou água 
Figura 3 – Delineamento experimental do tratamento agudo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Delineamento experimental do tratamento subagudo 
 
24h depois da i.p. 72h 48h 24h 1h 
i.p. de salina (0,9%) ou 
cDDP (5 mg/kg) 
gavagem de óleo de 
milho, licopeno ou 
água eutanásia dos animais 
antes da i.p. 
Material e Métodos 
 
 
27 
4.2.2 Aberrações Cromossômicas 
Os fêmures dos animais foram retirados após a eutanásia, para 
obtenção das células das medulas ósseas em metáfase. Foi utilizada a técnica 
de Preston et al. (1987) adaptada para o laboratório de Bromatologia e Nutrição 
da FCFRP – USP. 
Injetou-se na região intraperitoneal do rato, 0,5 mL/100g de peso 
corpóreo de colchicina (0,16%) noventa minutos antes da eutanásia do animal, 
com o objetivo de bloquear as células em metáfase. Após esse tempo, os 
animais foram submetidos à eutanásia por decapitação. Em seguida, foi 
procedida a remoção das células da medula óssea, introduzindo-se no canal 
medular 5,0 mL de solução hipotônica de KCl 0,075M à 37oC, com o auxílio de 
uma seringa com agulha. Esse procedimento foi repetido duas vezes em cada 
fêmur do animal e o material obtido foi centrifugado por 5 minutos a 200g. O 
sobrenadante foi desprezado e adicionou-se 5,0 mL de fixador (metanol e ácido 
acético 3:1). O material foi ressuspendido e em seguida, o mesmo foi 
centrifugado por 5 minutos a 200g. Novamente, o sobrenadante foi desprezado 
e em seguida foi adicionado 3 mL de fixador. O material foi ressuspendido e 
centrifugado por 5 minutos a 200g. O sobrenadante foi desprezado e 
adicionou-se mais 2 mL do fixador no precipitado. O material foi vedado e 
conservado na geladeira por 24h. Depois desse período, foi ressuspendido e 
centrifugado por 5 minutos a 200g. O sobrenadante foi desprezadoe 
adicionou-se algumas gotas de fixador para ter quantidade suficiente para a 
confecção das lâminas. As lâminas foram previamente limpas com água 
destilada e sabão. Foram guardadas na geladeira, imersas em água destilada. 
 
Material e Métodos 
 
 
28 
Foram coradas com uma solução de Giemsa (1,0 mL de Giemsa para 30 mL 
de tampão Sorensen pH 6,8). 
 A análise das lâminas foi feita em microscópio de luz, com o objetivo de 
se detectar possíveis alterações cromossômicas nas células metafásicas dos 
animais. Para a avaliação da freqüência de aberrações cromossômicas (AC) 
foram analisadas 100 células metafásicas de cada animal com 42 ± 1 
cromossomos. O índice mitótico foi determinado pelo número de células em 
divisão em mil células contadas por animal, sendo o resultado expresso em 
porcentagem. Foi utilizado microscópio de luz, com a objetiva de imersão (100 
x), em teste cego, para se evitar tendenciosidade na interpretação dos 
resultados. As análises das aberrações cromossômicas foram realizadas 
conforme a classificação proposta por Savage (1976). De acordo com esta 
classificação, neste protocolo foram encontradas os seguintes tipos de 
aberrações cromossômicas: 
� quebras do tipo cromatídicas: ocorrem apenas em um determinado local de 
uma das cromátides do cromossomo; 
� quebras do tipo isocromatídicas: ocorrem em um determinado local de 
ambas as cromátides irmãs de um mesmo cromossomo; 
� trirradial: quando dois cromossomos com aberração tipo rearranjo 
complexo formam este tipo de figura geométrica, em decorrência de suas 
posições; 
� rearranjo complexo: quando ocorre troca das partes de cromossomos 
homólogos ou não, em virtude da ocorrência de quebras seguida de 
interação das partes lesionadas (Ex: anel , quadrirradial); 
Material e Métodos 
 
 
29 
� “gaps”: correspondem às lesões acromáticas, com pequenas mudanças 
estruturais, sendo estas lesões em geral, menores do que a largura da 
cromátide. 
 
4.2.3 Análise Estatística 
A assessoria estatística foi prestada pelo Prof. Dr. Alexandre Souto 
Martinez, do Departamento de Física e Matemática da Faculdade de Filosofia e 
Letras de Ribeirão Preto-USP. 
Os resultados foram submetidos ao teste da diferença entre duas 
proporções (teste de homogeneidade), com α = 0,01. Este teste foi aplicado com 
o objetivo de aceitar ou rejeitar a hipótese nula (Hο). Neste caso supõe-se que 
não há diferença estatística significativa entre os tratamentos. Caso contrário, 
considera-se H1. Os resultados foram expressos pela média dos índices 
mitóticos, pelo total de aberrações cromossômicas, pelo número de metáfases 
com aberrações cromossômicas ± DP (desvio padrão), de cada grupo analisado 
e a significância foi expressa pelo valor p. 
 
 
Resultados 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 RESULTADOS 
Resultados 
 
 
31 
 
5.1 Ensaio Preliminar 
Os resultados obtidos no ensaio preliminar com várias doses do 
carotenóide licopeno (2, 4, 6, 8, 10 e 12 mg/Kg p.c.) e respectivo controle 
negativo estão apresentados na Tabela 2. A tabela mostra os tipos e 
freqüências de aberrações cromossômicas, o total de aberrações 
cromossômicas, os valores dos índices mitóticos e o número de metáfases com 
aberrações cromossômicas para cada tratamento. 
Como pode ser observado, as menores doses de licopeno (2, 4 e 6 
mg/Kg p.c.) apresentaram índice mitótico semelhante ao grupo controle 
negativo. Ao contrário, nas doses de licopeno a partir de 8 mg/Kg p.c. foi 
observada uma diminuição considerável do índice mitótico, comparados com o 
grupo controle negativo. 
 Nos tratamentos utilizando diferentes doses do carotenóide licopeno, 
houve também um aumento no número de aberrações cromossômicas ou no 
número de metáfases com aberrações cromossômicas a partir da dose de 10 
mg/Kg p.c., quando comparado com o controle negativo. 
 As aberrações cromossômicas verificadas foram as quebras do tipo 
cromatídica e os “gaps”. 
 Após a realização do ensaio preliminar, pôde ser observado que as 
menores doses de licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) testadas, mostraram valores 
semelhantes ao controle negativo, indicando a ausência de efeito citotóxico, ou 
seja, não interferiu no índice mitótico das células. 
R
esultados 
 
32 
Tabela 2 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de aberrações cromossômicas e número de 
metáfases alteradas observados em células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com diferentes 
doses do carotenóide licopeno, sacrificados 24 horas após os tratamentos 
Grupos Número de AC 
 IM 
 (%) 
“Gaps” 
Quebras 
 
Outras 
 
 Total 
 MA 
 C IC 
Controle negativo 1,6 0 3 0 0 3 3 
Lico 2 1,7 0 2 0 0 2 2 
Lico 4 1,7 1 1 0 0 2 2 
Lico 6 1,8 0 3 0 0 2 3 
Lico 8 1,4 1 1 0 0 2 2 
Lico 10 1,3 2 3 0 0 5 5 
Lico 12 0,9 1 5 0 0 6 6 
Foram analisadas 200 células por tratamento (n=2) 
AC = aberrações cromossômicas; IM = índice mitótico; C = quebra cromatídica; IC = quebra isocromatídica e MA = 
número de metáfases com aberrações cromossômicas 
Resultados 
 
 
33 
5.2 Tratamento Agudo 
Os resultados obtidos no tratamento agudo com diferentes doses do 
carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) e/ou cisplatina associados ou não, 
assim como seus respectivos controles, estão apresentados nas Tabelas 3 e 4 
e nas Figuras 7 a 12. Estas tabelas também mostram os tipos e as freqüências 
de aberrações cromossômicas, o total de aberrações cromossômicas, os 
valores dos índices mitóticos, além da média das metáfases com aberrações 
cromossômicas e o desvio padrão. Os resultados individuais obtidos no 
tratamento agudo, nos tratamentos associados ou não do carotenóide licopeno 
com o antitumoral cisplatina estão apresentados no apêndice (Tabelas 1 a 10). 
Na Tabela 3 pode ser observado o resultado obtido dos animais tratados 
com o solvente óleo de milho, mostrando que o mesmo não apresentou 
diferença estatística no total de aberrações cromossômicas ou no número de 
metáfases com aberrações cromossômicas, quando comparado com o controle 
negativo (p> 0,01). A Tabela 3 apresenta ainda os resultados dos tratamentos 
com o licopeno, sobre a avaliação do potencial deste carotenóide na indução 
de aberrações cromossômicas, mostrando que nas doses utilizadas não houve 
aumento estatisticamente significativo no total de aberrações cromossômicas 
ou no número de metáfases com aberrações cromossômicas, isto em relação 
ao controle negativo (p> 0,01) (Figuras 7 e 8). Com relação a média dos 
índices mitóticos, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, 
mostrando a ausência de citotoxicidade do carotenóide nas diferentes doses 
utilizadas, quando comparados com os grupos controle negativo e solvente. 
Ao contrário disto, a Tabela 4 mostra um aumento significativo no total 
de aberrações cromossômicas no tratamento com o antitumoral cisplatina (p< 
Resultados 
 
 
34 
0,01), aumentando o número de metáfases com aberrações cromossômicas de 
20 no controle negativo para 137 aberrações no tratamento com a cisplatina. E 
ainda, induziu um percentual médio no número de metáfases com aberrações 
cromossômicas de 22,8%, comparado com o valor médio de 3,3% observado 
no tratamento controle negativo. As aberrações cromossômicas observadas 
com maior freqüência foram as quebras do tipo cromatídica, seguidas dos 
“gaps”, quebras do tipo isocromatídica, trirradiais (Figura 6) e “exchange” 
complexa, que podem ser comparadas com a metáfase normal mostrada na 
Figura 5. 
Os resultados obtidos nos tratamentos com diferentes doses do 
carotenóide licopeno em associação com o antitumoral cisplatina, estão 
apresentados na Tabela 4 e ilustrados nas Figuras 9 e 10. Houve redução 
estatisticamente significativa (p< 0,01) no total de aberrações cromossômicas e 
no número de metáfases com aberrações cromossômicas, comparado com o 
tratamentoutilizando a cisplatina. A menor dose de licopeno (2 mg/Kg p.c.) 
utilizada, forneceu uma redução no total de aberrações cromossômicas de 
42,1% e no número de metáfases com aberrações cromossômicas de 42,3%, 
em relação ao tratamento apenas com o antitumoral cisplatina. A dose 
intermediária de licopeno (4 mg/Kg p.c.) possibilitou uma redução no total de 
aberrações cromossômicas de 47,8% e de 39,4% no número de metáfases 
com aberrações cromossômicas, comparado com a cisplatina. E ainda, a maior 
dose de licopeno (6 mg/Kg p.c.) administrada possibilitou também uma redução 
no total de aberrações cromossômicas de 55,6% e de 46,7%, no número de 
metáfases com aberrações cromossômicas, comparado com a cisplatina 
(Figuras 11 e 12). 
Resultados 
 
 
35 
Pode ser observado também que o óleo de milho em associação com o 
antitumoral cisplatina, não apresentou diferença estatisticamente significativa 
no total de aberrações cromossômicas e no número de metáfases com 
aberrações cromossômicas, comparado ao grupo cisplatina (Tabela 4). 
Em nenhum dos tratamentos foi observado diferença estatisticamente 
significativa na média dos índices mitóticos, quando comparados com o 
controle negativo. 
Foi possível verificar que houve predominância de uma aberração por 
célula, mas mesmo assim, foram observadas células com mais de uma 
aberração quando os animais foram tratados com cisplatina e/ou associação 
com o licopeno (Tabelas 3 e 4). 
A eficiência das doses de licopeno estudadas na proteção contra as 
aberrações cromossômicas induzidas pela cisplatina foram doses dependentes 
no tratamento agudo, sendo assim classificada: Lico 6 > Lico 4 > Lico 2, com 
relação ao total de aberrações cromossômicas. 
 
 
R
esultados 
 
36 
Tabela 3 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de aberrações cromossômicas e número de 
metáfases alteradas observados em células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda (24h) com 
diferentes doses do carotenóide licopeno e respectivos controles. Os animais foram sacrificados 24 horas após o 
tratamento intraperitoneal com solução salina (0,9%) 
Grupos Número de AC 
 IM 
(%) 
“Gaps” 
Quebras 
 
Outras 
 
Total 
MA M ± DP 
 C IC 
Controle Negativo 2,0 4 14 2 0 20 20 3,3 ± 1,9 
Óleo 2,2 4 14 1 0 19 19 3,1 ± 1,9 
Lico 2 2,4 5 5 0 0 10 10 1,6 ± 1,2 
Lico 4 2,1 2 12 0 0 14 14 2,3 ± 0,5 
Lico 6 2,2 1 13 1 0 15 15 2,5 ± 1,5 
Foram analisadas 600 células por tratamento (n=6) 
AC = aberrações cromossômicas; IM = índice mitótico; C = quebra cromatídica; IC = quebra isocromatídica; MA = 
número de metáfases com aberrações cromossômicas; M = média do número de metáfases com aberrações 
cromossômicas e DP = desvio padrão 
R
esultados 
 
37 
Tabela 4 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de aberrações cromossômicas e número de 
metáfases alteradas observados em células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda (24h) com 
diferentes doses do carotenóide licopeno com cDDP e respectivos controles. Os animais foram sacrificados 24 horas 
após o tratamento intraperitoneal com solução salina (0,9%) e/ou cDDP (5 mg/kg p.c.) 
Grupos Número de AC 
 IM 
(%) 
“Gaps” 
Quebras 
 
Outras 
 
Total 
MA M ± DP 
 C IC 
Controle Negativo 2,0 4 14 2 0 20 20 3,3 ± 1,9 
cDDP 2,0 15 153 9 1E 178 137 a 22,8 ± 4,9 
Óleo + cDDP 1,8 7 151 1 0 159 138 a 23,0 ± 4,1 
Lico 2 + cDDP 1,5 6 85 7 2E, 3T 103 79 a, b 13,2 ± 3,7 
Lico 4 + cDDP 2,0 8 74 8 1E, 2T 93 83 a, b 13,8 ± 1,3 
Lico 6 + cDDP 2,2 11 66 2 0 79 73 a, b 12,2 ± 3,3 
Foram analisadas 600 células por tratamento (n=6) 
AC = aberrações cromossômicas; IM = índice mitótico; C = quebra cromatídica; IC = quebra isocromatídica; E = 
“exchange” complexa; T = figura trirradial; MA = número de metáfases com aberrações cromossômicas; M = média do 
número de metáfases com aberrações cromossômicas e DP = desvio padrão; a estatisticamente diferente do grupo 
controle negativo (p< 0,01); b estatisticamente diferente do tratamento com cDDP (p< 0,01) 
Resultados 
 
 
38 
 
Figura 5 – Fotomicrografia de uma metáfase normal identificada em células de 
medula óssea de rato. (2n= 42). Aumento de 1000 x (imersão). 
 
 
 
Figura 6 – Fotomicrografia de uma aberração cromossômica do tipo figura 
trirradial identificada em células de medula óssea de rato (2n= 42). Aumento de 
1000 x (imersão). 
Resultados 
 
 
39 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
T
ot
al
 d
e 
M
et
áf
as
es
 c
om
 
A
be
rr
aç
õe
s 
cr
om
os
sô
m
ic
as
Controle
Negativo
Óleo Lico 2 Lico 4 Lico 6
 
Figura 7 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 
6 mg/Kg p.c.) e respectivos controles. 
 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
T
ot
al
 d
e 
A
be
rr
aç
õe
s 
C
ro
m
os
sô
m
ic
as
Controle
Negativo
Óleo Lico 2 Lico 4 Lico 6
Figura 8 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por tratamento 
(n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda 
com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.) e 
respectivos controles. 
Resultados 
 
 
40 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
T
ot
al
 d
e 
M
et
áf
as
es
 c
om
 
A
be
rr
aç
õe
s 
C
ro
m
os
sô
m
ic
as
Controle
Negativo
cDDP Óleo +
cDDP
Lico 2 +
cDDP
Lico 4 +
cDDP
Lico 6 +
cDDP
Figura 9 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 
6 mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos 
controles. 
 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
T
ot
al
 d
e 
A
be
rr
aç
õe
s 
C
ro
m
os
sô
m
ic
as
Controle
Negativo
cDDP Óleo +
cDDP
Lico 2 +
cDDP
Lico 4 +
cDDP
Lico 6 +
cDDP
Figura 10 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma aguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg 
p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos controles. 
Resultados 
 
 
41 
0
10
20
30
40
50
60
%
 R
ed
uç
ão
 n
o 
T
ot
al
 d
e 
M
et
áf
as
es
 c
om
 A
be
rr
aç
õe
s 
C
ro
m
os
sô
m
ic
as
Lico 2 + cDDP Lico 4 + cDDP Lico 6 + cDDP
Figura 11 - Redução no total de metáfases com aberrações cromossômicas 
sobre o dano induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células 
da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com diferentes 
doses do carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Redução no total de aberrações cromossômicas sobre o dano 
induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células da medula 
óssea de ratos Wistar, tratados de forma aguda com diferentes doses do 
carotenóide licopeno (2, 4 e 6 mg/Kg p.c.). 
 
0
10
20
30
40
50
60
%
 R
ed
uç
ão
 n
o 
T
ot
al
 d
e 
A
be
rr
aç
õe
s 
C
ro
m
os
sô
m
ic
as
Lico 2 + cDDP Lico 4 + cDDP Lico 6 + cDDP
Resultados 
 
 
42 
5.3 Tratamento Subagudo 
Os resultados obtidos no tratamento subagudo com diferentes doses do 
carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) e/ou cisplatina associados ou 
não, assim como dos seus respectivos controles estão demonstrados nas 
Tabelas 5 e 6 e nas Figuras 13 a 16. Estas tabelas também mostram os tipos e 
freqüências de aberrações cromossômicas, o total de aberrações 
cromossômicas, os valores dos índices mitóticos, além da média das 
metáfases com aberrações cromossômicas e o desvio padrão. Os resultados 
individuais obtidos no tratamento subagudo, nos tratamentos associados ou 
não do carotenóide licopeno com o antitumoral cisplatina estão apresentados 
no apêndice(Tabelas 11 a 20). 
Na Tabela 5, pode ser observado o resultado obtido dos animais 
tratados com diferentes doses do carotenóide licopeno, controle negativo e do 
solvente óleo de milho. Estes resultados demonstram novamente que o veículo 
utilizado não apresentou diferença estatística no total de aberrações 
cromossômicas e no número de metáfases com aberrações cromossômicas, 
quando comparado com o controle negativo (p> 0,01). Esta tabela apresenta 
ainda os resultados dos tratamentos com diferentes doses do carotenóide 
licopeno, mostrando que o licopeno em todas as doses testadas não 
apresentou diferença estatisticamente significativa no total de aberrações 
cromossômicas ou no número de metáfases com aberrações cromossômicas, 
quando comparados com o controle negativo. Assim como não foi encontrada 
diferença estatisticamente significativa na média dos índices mitóticos, 
mostrando a ausência de citotoxicidade do licopeno analisado sobre as células 
Resultados 
 
 
43 
da medula óssea de ratos, quando comparados com os grupos controle 
negativo e solvente (Figuras 13 e 14). 
Assim como no experimento com o tratamento agudo, os animais que 
foram submetidos ao tratamento com o antitumoral cisplatina, apresentaram 
um aumento significativo no total de aberrações cromossômicas (p< 0,01), 
aumentando o número de metáfases com aberrações cromossômicas de 15 no 
controle negativo para 139 aberrações no tratamento com a cisplatina (Tabela 
6). O antitumoral induziu também um percentual médio no número de 
metáfases com aberrações cromossômicas de 23,2% comparado com o 
percentual médio de 2,5% observado no grupo controle negativo. As 
aberrações cromossômicas observadas com maior freqüência também foram 
as quebras do tipo cromatídica, seguidas dos “gaps”, quebras do tipo 
isocromatídica, trirradiais e “exchange” complexa. 
A Tabela 6 e as Figuras 15 e 16 apresentam os resultados obtidos nos 
tratamentos com diferentes doses do carotenóide licopeno em associação com 
o antitumoral cisplatina. Houve uma redução estatisticamente significativa (p< 
0,01) no total de aberrações cromossômicas e no número de metáfases 
alteradas em todas as doses utilizadas, quando comparadas com o tratamento 
utilizando apenas a cisplatina (Figuras 17 e 18). 
Pode ser observado também que o óleo de milho em associação com a 
cisplatina não apresentou diferença estatística (p> 0,01) tanto no total de 
aberrações cromossômicas como no número de metáfases com aberrações 
cromossômicas, comparado ao grupo cisplatina (Tabela 6). 
Resultados 
 
 
44 
No tratamento subagudo também não foi observado diferença 
estatisticamente significativa na média dos índices mitóticos em todos os 
grupos de tratamento, quando comparados com o controle negativo. 
Nas Tabelas 5 e 6 foi possível visualizar que houve predominância de 
uma aberração por célula, mas mesmo assim foram observadas células com 
mais de uma aberração quando os animais foram tratados com cisplatina e/ou 
associação com o licopeno. 
R
esultados 
 
45 
Tabela 5 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de aberrações cromossômicas e número de 
metáfases alteradas observados em células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda (72, 48, 24 e 
1h) com diferentes doses do carotenóide licopeno e respectivos controles. Os animais foram sacrificados 24 horas após 
o tratamento intraperitoneal com solução salina (0,9%) 
Grupos Número de AC 
 IM 
(%) 
“Gaps” 
Quebras 
 
Outras 
 
Total 
MA M ± DP 
 C IC 
Controle Negativo 2,8 3 12 0 0 15 15 2,5 ± 1,0 
Óleo 2,1 4 10 0 0 14 14 2,3 ± 2,2 
Lico 0,5 2,3 3 15 0 0 18 18 3,0 ± 2,4 
Lico 1 1,8 7 12 0 0 19 19 3,2 ± 1,8 
Lico 1,5 2,2 3 10 0 0 13 13 2,2 ± 1,5 
Foram analisadas 600 células por tratamento (n=6) 
AC = aberrações cromossômicas; IM = índice mitótico; C = quebra cromatídica; IC = quebra isocromatídica; E = 
“exchange” complexa; T = figura trirradial; MA = número de metáfases com aberrações cromossômicas; M = média do 
número de metáfases com aberrações cromossômicas e DP = desvio padrão 
R
esultados 
 
46 
Tabela 6 - Índice mitótico, tipos de aberrações cromossômicas, total de aberrações cromossômicas e número de 
metáfases alteradas observados em células da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda (72, 48, 24 e 
1h) com diferentes doses do carotenóide licopeno com cDDP e respectivos controles. Os animais foram sacrificados 24 
horas após o tratamento intraperitoneal com solução salina (0,9%) e/ou cDDP (5 mg/kg p.c.) 
Grupos Número de AC 
 IM 
(%) 
“Gaps” 
Quebras 
 
Outras 
 
Total 
MA M ± DP 
 C IC 
Controle Negativo 2,8 3 12 0 0 15 15 2,5 ± 1,0 
cDDP 2,1 15 145 12 3T 175 139 a 23,2 ± 3,0 
Óleo + cDDP 1,8 17 153 8 3T, 1E 182 145 a 24,2 ± 4,3 
Lico 0,5 + cDDP 1,7 5 53 0 1T 59 54 a, b 9,0 ± 3,1 
Lico 1 + cDDP 2,0 8 110 3 1T, 2E 124 92 a, b 15,3 ± 5,3 
Lico 1,5 + cDDP 2,3 16 101 0 0 117 89 a, b 14,8 ± 4,9 
Foram analisadas 600 células por tratamento (n=6) 
AC = aberrações cromossômicas; IM = índice mitótico; C = quebra cromatídica; IC = quebra isocromatídica; E = 
“exchange” complexa; T = figura trirradial; MA = número de metáfases com aberrações cromossômicas; M = média do 
número de metáfases com aberrações cromossômicas e DP = desvio padrão; a estatisticamente diferente do grupo 
controle negativo (p< 0,01); b estatisticamente diferente do tratamento com cDDP (p< 0,01) 
Resultados 
 
 
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Controle
Negativo
Óleo Lico 0,5 Lico 1,0 Lico 1,5
Figura 13 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno 
(0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) e respectivos controles. 
 
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Controle
Negativo
Óleo Lico 0,5 Lico 1,0 Lico 1,5
Figura 14 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 
mg/Kg p.c.) e respectivos controles. 
Resultados 
 
 
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Controle
Negativo
cDDP Óleo +
cDDP
Lico 0,5 +
cDDP
Lico 1,0 +
cDDP
Lico 1,5 +
cDDP
Figura 15 – Número de metáfases com aberrações cromossômicas em 600 
células por tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, 
tratados de forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno 
(0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e 
respectivos controles. 
 
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Controle
Negativo
cDDP Óleo +
cDDP
Lico 0,5 +
cDDP
Lico 1,0 +
cDDP
Lico 1,5 +
cDDP
Figura 16 – Total de aberrações cromossômicas em 600 células por 
tratamento (n= 6) observado em medula óssea de ratos Wistar, tratados de 
forma subaguda com diferentes doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 
mg/Kg p.c.) associado ao antitumoral cisplatina (cDDP) e respectivos 
controles.
Resultados 
 
 
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Lico 0,5 + cDDP Lico 1 + cDDP Lico 1,5 + cDDP
 
Figura 17 - Redução no total de metáfases com aberrações cromossômicas 
sobre o dano induzido pelo tratamento com o antitumoral cisplatina em células 
da medula óssea de ratos Wistar, tratados de forma subaguda com diferentes 
doses do carotenóide licopeno (0,5; 1 e 1,5 mg/Kg p.c.). 
 
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