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Autora: Profa. Débora Popov
Colaboradoras: Profa. Renata Guzzo Souza Belinelo
 Profa. Raquel Machado Cavalca Coutinho
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Métodos de 
Reprocessamento de 
Produtos para Saúde
Professora conteudista: Débora Popov
É doutora em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), título obtido em 
2016, e mestre em Enfermagem na Saúde do Adulto pela mesma instituição, em 2008. Possui especialização em Centro 
Cirúrgico, Centro de Material e Esterilização e Recuperação Pós-Anestésica, concluída em 1997, pela Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp), e graduação em Enfermagem, finalizada em 1994, pela Escola Paulista de Medicina.
Sua carreira profissional começou como enfermeira em unidades de centro cirúrgico, centro de material e 
recuperação pós-anestésica em grandes hospitais particulares da cidade de São Paulo, onde trabalhou de 1997 a 
2008. Iniciou a carreira docente em 2003, na Universidade de Santo Amaro (Unisa), onde atualmente exerce o cargo 
de coordenadora do curso de Enfermagem e é responsável técnica do setor de Esterilização da clínica de Odontologia. 
Atua como docente na Universidade Paulista (UNIP) desde agosto de 2014, em disciplinas como Saúde do Adulto, 
Biossegurança e Controle de Infecção Hospitalar e em cursos de pós-graduação na área de Centro Cirúrgico, Centro de 
Material e Esterilização em universidades privadas da cidade de São Paulo. 
Sua linha de pesquisa é saúde do adulto, recuperação pós-anestésica e período de recuperação. Também 
acompanha diversos trabalhos de conclusão de curso de graduação e pós-graduação em enfermagem perioperatória.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P829m Popov, Débora.
Métodos de Reprocessamento de Produtos para Saúde. / Débora 
Popov. São Paulo: Editora Sol, 2020.
124 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Métodos de reprocessamento. 2. Artigos hospitalares. 
3. Esterilização. I. Título.
CDU 614.48
U504.16 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Fabrícia Carpinelli
Sumário
Métodos de Reprocessamento de Produtos para Saúde
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 HISTÓRIA DO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO .................................................................. 11
1.1 O Centro de Material e Esterilização no Brasil e no mundo ............................................... 11
1.2 Principais legislações no CME ......................................................................................................... 14
1.2.1 RDC 50 e RDC 307 .................................................................................................................................. 14
1.2.2 RDC 15 ........................................................................................................................................................ 15
2 PRINCIPAIS CONCEITOS EM CME ............................................................................................................. 16
2.1 Produtos para saúde ........................................................................................................................... 17
2.2 Dinâmica e fluxo no CME ................................................................................................................. 17
2.3 Planta física e estrutura do CME .................................................................................................. 18
2.3.1 Pisos.............................................................................................................................................................. 19
2.3.2 Paredes ........................................................................................................................................................ 19
2.3.3 Teto/forros ................................................................................................................................................. 20
2.3.4 Janelas ......................................................................................................................................................... 20
2.3.5 Ventilação/exaustão/ar-condicionado ........................................................................................... 20
2.3.6 Iluminação ................................................................................................................................................. 20
2.3.7 Sistemas de água e energia ................................................................................................................ 21
2.4 Equipamentos e máquinas do CME .............................................................................................. 21
2.4.1 Termodesinfetadoras ............................................................................................................................. 22
2.4.2 Lavadoras ultrassônicas ........................................................................................................................ 22
2.4.3 Lavadoras de descarga .......................................................................................................................... 22
2.4.4 Lavadoras de endoscópios ................................................................................................................... 23
2.4.5 Secadora ..................................................................................................................................................... 23
2.4.6 Pistolas de ar comprimido .................................................................................................................. 24
2.4.7 Seladoras .................................................................................................................................................... 24
2.4.8 Equipamentos para esterilização...................................................................................................... 25
2.4.9 Incubadoras para testes biológicos ................................................................................................. 26
3 USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO CME .................................................... 27
3.1 Luvas ......................................................................................................................................................... 28
3.2 Protetores faciais .................................................................................................................................. 28
3.3 Máscaras.................................................................................................................................................. 29
3.4 Aventais .................................................................................................................................................... 31
3.5 Protetores auriculares......................................................................................................................... 32
3.6 Protetores para os membros inferiores e pés: calçados ....................................................... 32
3.7 Equipamentos de segurança coletivos ....................................................................................... 34
4 RECURSOS HUMANOS NO CME ................................................................................................................ 35
Unidade II
5 LIMPEZA .............................................................................................................................................................. 46
5.1 Conceitos de microbiologia .............................................................................................................. 46
5.1.1 Biofilme ....................................................................................................................................................... 46
5.1.2 Endotoxinas ............................................................................................................................................... 47
5.1.3 Estrutura celular bacteriana ............................................................................................................... 48
5.1.4 Príons ........................................................................................................................................................... 49
5.1.5 Carga microbiana: bioburden ............................................................................................................ 50
5.1.6 Resistência dos microrganismos ....................................................................................................... 51
5.1.7 Morte microbiana ................................................................................................................................... 51
5.2 Tipos de limpeza ................................................................................................................................... 52
5.2.1 Limpeza manual ...................................................................................................................................... 52
5.2.2 Limpeza automatizada ......................................................................................................................... 55
5.2.3 Qualidade da água ................................................................................................................................. 55
5.2.4 Detergentes ............................................................................................................................................... 59
5.3 Secagem ................................................................................................................................................... 62
5.4 Controle microbiológico .................................................................................................................... 63
5.4.1 Controle químico .................................................................................................................................... 64
6 EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO ...................................................................................................... 65
6.1 Tecido de algodão ................................................................................................................................ 67
6.2 Papel grau cirúrgico ............................................................................................................................ 69
6.3 Papel crepado ......................................................................................................................................... 72
6.4 SMS – Tecido não tecido ................................................................................................................... 72
6.5 Tyvek®......................................................................................................................................................... 73
6.6 Containers rígidos ............................................................................................................................... 74
7 DESINFECÇÃO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE .................................................................................... 75
7.1 Desinfecção automatizada ............................................................................................................... 78
7.2 Desinfecção química ........................................................................................................................... 80
7.2.1 Aldeídos ...................................................................................................................................................... 81
7.2.2 Ácido peracético ...................................................................................................................................... 83
7.2.3 Peróxido de hidrogênio ........................................................................................................................ 83
7.2.4 Água eletrolizada ................................................................................................................................... 83
7.2.5 Soluções cloradas ................................................................................................................................... 83
7.2.6 Álcool .......................................................................................................................................................... 84
7.2.7 Quaternário de amônia ........................................................................................................................ 84
7.2.8 Fenóis ........................................................................................................................................................... 85
7.3 Desinfecção de endoscópios ............................................................................................................ 85
8 ESTERILIZAÇÃO ................................................................................................................................................. 86
8.1 Vapor saturado sob pressão ............................................................................................................. 86
8.2 Calor seco ................................................................................................................................................ 92
8.3 Radiação ionizante .............................................................................................................................. 92
8.4 Métodos de esterilização a baixa temperatura ........................................................................ 93
8.4.1 Óxido de etileno ...................................................................................................................................... 93
8.4.2 Plasma de peróxido de hidrogênio .................................................................................................. 95
8.4.3 Vapor a baixa temperatura de formaldeído ................................................................................. 97
8.5 Métodos químicos de esterilização ............................................................................................... 98
8.6 Controle dos processos de esterilização ..................................................................................... 98
8.6.1 Controles e segurança na desinfecção...........................................................................................98
8.6.2 Controles e segurança na esterilização ......................................................................................... 99
8.7 Armazenamento e distribuição dos produtos para a saúde .............................................105
9
APRESENTAÇÃO
A disciplina tem o objetivo de definir o Centro de Material e Esterilização (CME) e todos os processos 
que acontecem nesse setor, desde o recebimento do artigo na área considerada contaminada até sua 
limpeza, secagem, embalagem, esterilização/desinfecção, armazenamento e distribuição. Todas as 
etapas serão definidas, e a compreensão dos processos estabelecida, para que você compreenda o papel 
da enfermagem no processo e os recursos físicos, humanos e materiais necessários à prática segura no 
CME, possibilitando que os processos possam ser reproduzidos em práticas posteriores.
Inicialmente, apresentaremos a história do CME, seu surgimento, intimamente ligado aos avanços cirúrgicos 
do século XX, e também o desenvolvimento de conceitos e definições importantes, como a classificação dos 
artigos. Ainda determinaremos o fluxo do material até sua distribuição segura e o uso no paciente.
Na sequência, definiremos e compreenderemos o papel fundamental da enfermagem no CME, suas 
qualificações e objetivos, assim como a valorização do profissional de enfermagem no CME.
Abordaremos os principais aspectos da Biossegurança nesse processo, o uso dos equipamentos de 
proteção individual, os riscos ao trabalhador do CME e seus aspectos de segurança dentro do projeto 
estrutural do CME. 
Também trataremos das principais legislações que regem as boas práticas no processamento de 
artigos e o impacto da legislação nos CMEs atuais.
Por fim, conheceremos as principais atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem no CME e 
o papel do enfermeiro, do técnico e do auxiliar de enfermagem.
Desejo que tenha uma boa leitura!
INTRODUÇÃO
O CME é uma unidade de grande importância nos estabelecimentos de assistência à saúde. Configura 
um setor de grande avanço do ponto de vista tecnológico e tem tido, desde seu surgimento no início 
do século XX, avanços significativos tecnológicos, aspectos físicos e estruturais, e avanços também nos 
recursos humanos.
Para a enfermagem, o CME é um local onde a assistência indireta ao paciente tem seu ponto mais 
alto, e a segurança e a qualidade dos processos devem ser atingidas de maneira a garantir o uso do 
material usado na assistência à saúde dentro de padrões de qualidade e segurança.
A compreensão das exigências relacionadas à legislação, seu impacto na assistência segura, a 
ênfase na prática da enfermagem específica de CME e os aspectos de segurança do processo serão 
continuamente abordados, e espero que ao final do conteúdo você possa compreender a importância 
do processamento do material no CME e a participação do enfermeiro no processo de artigos.
Bons estudos e boa leitura!
11
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Unidade I
1 HISTÓRIA DO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
1.1 O Centro de Material e Esterilização no Brasil e no mundo
A história do Centro de Material e Esterilização (CME) tem início com a evolução das técnicas 
cirúrgicas, tendo seu marco na década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial. Antes disso, os materiais 
usados nos procedimentos cirúrgicos se pareciam muito com ferramentas usadas em marcenarias. 
 Saiba mais
Para conhecer mais materiais cirúrgicos, suas conformações e 
diversidade, consulte o seguinte material: 
SYNTHES. Instruções de uso. [s.d.]. Disponível em: <http://www.synthes.
com/sites/intl/BR/portuguese/Documents/10229340247.pdf>. Acesso em: 
19 dez. 2016.
Para o enfermeiro, é essencial conhecer e reconhecer os instrumentais 
cirúrgicos, pois o centro cirúrgico e as cirurgias são grandes consumidores de 
produtos estéreis; portanto, quanto maior o conhecimento do profissional 
nesse aspecto, melhor para a gestão do instrumental cirúrgico.
A preocupação com a limpeza e a esterilização de materiais surge com a descoberta de microrganismos 
patogênicos capazes de causarem doenças no homem, o que trouxe a necessidade de procedimentos 
específicos e preventivos de infecções. 
Destacamos Joseph Lister, em meados do século XIX, que realizou tratamento de fios de sutura e 
compressas usados em pacientes, com solução de fenol, diminuindo a mortalidade pós-cirúrgica, fato 
que impulsionou a evolução das técnicas de esterilização de materiais médico-hospitalares (AGUIAR; 
SOARES; DA SILVA, 2011).
Outro destaque pode ser dado a Louis Pasteur, que em 1860 cria o forno de Pasteur, após provar 
que na presença de calor um ser microscópico perdia a capacidade de fermentação. Dessa maneira, seus 
estudos sobre microrganismos se tornaram referência na área de esterilização.
12
Unidade I
Figura 1 - Louis Pasteur (1822-1895)
A primeira autoclave foi criada, em 1880, por Charles Chamberlain, ao observar a ausência de 
microrganismos em alimentos que passavam por processo de cozimento em panela de pressão. Dessa 
forma, foi inventada a primeira autoclave de esterilização por vapor de água saturada.
O CME surge da necessidade de um local onde fossem processados os materiais utilizados em cirurgia, 
a partir da concepção e dos princípios de assepsia e controle de infecção. Dessa maneira surgem o CME 
e a enfermagem em CME.
 Lembrete
O Centro de Material e Esterilização (CME) é um setor específico e muito 
importante para a estrutura hospitalar. Sua importância se dá também no 
controle de infecção hospitalar no serviço de saúde, uma vez que o uso 
de materiais estéreis e devidamente processados garante segurança ao 
paciente e diminui riscos relacionados a contrair infecções de sítio cirúrgico, 
muitas delas difíceis de tratar.
Conforme afirma Possari (2010), houve a necessidade de contar com uma pessoa que se 
responsabilizasse pelas atividades de limpeza, conservação, acondicionamento, esterilização, guarda e 
controle de instrumentais cirúrgicos utilizados em procedimentos, e também de um local para que esses 
processos pudessem ser efetivados.
Outro acontecimento que impulsionou o desenvolvimento do CME foi o aumento do número de 
instrumentais cirúrgicos que foram sendo criados por cirurgiões, permitindo também acesso adequado 
da área a ser operada, e refinamento de manobras cirúrgicas, o que elevou consideravelmente o número 
de instrumentais e sua complexidade. 
13
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Figura 2
Os primeiros CME eram ligados ao Centro Cirúrgico (CC) e tinham estrutura simples se compararmos 
aos CME atuais. A tecnologia era praticamente inexistente, e a gestão do CME se fazia sem um processo 
de sistematização e monitoramento gerencial.
A princípio, o CME era descentralizado, ou seja, o material era processado em diversas unidades 
do hospital, não sendo exclusivo do CME o processo de limpeza, desinfecção e esterilização. Outra 
característica dos primeiros CMEs era o compartilhamento de recursos humanos e estruturais com o CC, 
prática que persistiu até meados da década de 1970 e início da de 1980.
Outra mudança significativa para a configuração dos CMEs diz respeito à complexidade crescente 
de materiais e seus diversos componentes. O avanço dessa tecnologia impulsionou a criação e o 
desenvolvimento de tecnologias compatíveis no CME.
Com o crescimento da demanda de materiais cirúrgicos, sentiu-se a necessidade de centralizar as 
atividades de limpeza, acondicionamento e esterilização em um único local, de forma a racionalizar 
o trabalho e otimizar o uso de equipamentos, pois quando dispersos pela instituição, dificultavam 
sua manutenção e padronização de procedimentos. Assim surge o CME com as características que 
conhecemos hoje em dia, ou seja, o CME centralizado.
Inicialmente a enfermagem que atuava no CC também era responsável pelo CME, porém hoje vemos uma 
evolução, sendo o CME uma unidade independente do CC, incluindo o que se refere ao seu recurso humano. 
Possari (2010) afirma queno Brasil, os primeiros CMEs começam a surgir em 1950, porém ainda com 
características de descentralização das atividades, e o processamento de gazes, aventais e compressas 
era realizado nas unidades de internação.
Na década de 1970, alguns hospitais de grande porte em capitais e centros universitários iniciam a 
implantação de setores destinados a atividades de processamento dos materiais, sendo caracterizados 
como unidades autônomas e independentes do CC, conforme Possari (2010).
14
Unidade I
O autor afirma ainda que na década de 1990 encontrávamos unidades de CME ligadas às unidades 
de CC, incluindo em relação aos recursos humanos. A percepção de que o processo de trabalho no 
CME é específico e totalmente diferenciado do processo de trabalho do CC impulsionou a separação 
do CME do CC, gerando assim plantas físicas específicas e recursos humanos especializados no 
processamento de materiais, aperfeiçoando a racionalidade, melhorando os processos e aumentando 
a segurança do paciente e equipe do CME. 
1.2 Principais legislações no CME
O CME tem como fundamentação teórica e conceitual o Ministério da Saúde (MS), que 
apresenta o CME como “O conjunto de elementos destinados a recepção, expurgo, preparo, 
guarda e distribuição dos artigos para as unidades dos estabelecimentos assistenciais de saúde” 
(BRASIL, 2002).
A legislação em CME tem evoluído e trazido novos conceitos e propostas a essa unidade tão 
específica e com tantas particularidades. Portanto, para o enfermeiro é essencial o conhecimento das 
suas principais recomendações, assim como as leis que regem o processamento de materiais de uso 
odonto-médico-hospitalares.
A Portaria nº 400, de 6 de dezembro de 1977 (BRASIL, 1977), estabelecia área mínima do CME de 40 m2 
para um hospital geral de até 50 leitos e de 66 m2 para um hospital com até 150 leitos. A Portaria 
também dizia que 18% dessa área seria destinada a recepção e expurgo, 43% destinada ao preparo 
de materiais, 24% para esterilização e 15% para área de guarda e distribuição de material esterilizado 
(GRAZIANO; SILVA; PSALTIKIDIS, 2011).
Após quase duas décadas, em 1994, o MS, por meio da Portaria nº 1.884, de 11 de novembro de 1994 
(BRASIL, 1994), estabeleceu novos parâmetros para a aprovação de projetos físicos de estabelecimentos 
de saúde, revogando a Portaria 400. Em 21 de fevereiro de 2002, essa portaria foi revogada pela RDC 50 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo que posteriormente a RDC 50 foi revogada 
pela RDC 307, de 14 de novembro de 2002.
A seguir, discutiremos um pouco a RDC 50 e a RDC 307.
1.2.1 RDC 50 e RDC 307
Muito conhecida no meio hospitalar, a RDC 50, conforme Graziano, Silva e Psaltikidis (2011), dispõe 
sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos 
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
Constam da RDC 50 as seguintes recomendações para as áreas que compõem o CME, conforme 
Possari (2010):
•	 Recepção, desinfecção, lavagem e separação de artigos: 0,8 m2 por leito com área mínima 
de 8 m2.
15
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
•	 Recepção de roupa limpa: 40 m2.
•	 Preparo de artigos e roupas: 0,25 m2 por leito, com no mínimo 12 m2.
•	 Esterilização física: depende dos equipamentos utilizados, e uma distância mínima de 20 cm 
entre as autoclaves deve ser respeitada.
•	 Esterilização química: 4 m2.
•	 Armazenagem e distribuição de artigos esterilizados: 0,2 m2 por leito, com mínimo de 10 m2.
•	 Armazenagem e distribuição de artigos descartáveis: devem ser equivalentes a 25% da área 
de estocagem do artigo esterilizado.
A RDC 50 e a RDC 307 foram então revogadas pela RDC 15, de 2012, a qual discutiremos e 
conheceremos a seguir.
 Saiba mais
Consulte a RDC 50 para conhecer seus elementos e principais legislações, 
em especial aquelas que tratam do CME e suas particularidades. Acesse: 
ANVISA. RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002. Brasília, 2002. Disponível 
em: <http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf>.
Acesso em: 20 nov. 2016.
1.2.2 RDC 15
A RDC 15, de 15 de março de 2012, regulamenta os requisitos para as boas práticas para o 
processamento de produtos para a saúde, definindo o CME como “Unidade funcional destinada 
ao processamento de produtos para a saúde dos serviços de saúde” (ANVISA, 2012).
Algumas recomendações estão apresentadas a seguir, para que você possa comparar com as 
anteriormente apresentadas na RDC 50: 
•	 Área de inspeção, preparo e acondicionamento: 20 m2, com bancadas de dimensões 
mínimas de 1,2 m x 1 m por profissional em atividade, com distância mínima entre as 
bancadas ou entre bancada e paredes/divisórias.
•	 Área de esterilização: deve ser planejada de acordo com o número de equipamentos 
acrescida de 2,5 m2 para circulação, além de 0,5 m entre os equipamentos de esterilização.
16
Unidade I
•	 Sala de desinfecção química, quando aplicável: sala exclusiva para essa atividade, 
com área mínima de 4,0 m2, com bancada e cuba de lavagem de no mínimo 0,8 x 0,6 x 0,5 
de profundidade.
•	 Área de monitoramento de processo de esterilização: área mínima de 2 m2, com 
incubadoras e registros de testes e monitoramentos.
•	 Armazenamento e distribuição: prateleiras com distância mínima de 20 a 25 cm do chão, 
45 cm do teto e 5 cm das paredes laterais.
Um aspecto importante da RDC 15 foi a classificação do CME em CME classe I e classe II. Temos os 
seguintes conceitos de cada um desses tipos de CME:
•	 O CME classe I é aquele que “realiza o processamento de produtos para a saúde não críticos, 
semicríticos e críticos de conformidade não complexa passíveis de reprocessamento”.
•	 O CME classe II é aquele que “realiza o processamento de produtos para a saúde não críticos, 
semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa passíveis de processamento” 
(ANVISA, 2012). 
Reconhecer essa classificação é de extrema importância para a continuidade do nosso aprendizado 
em CME, tendo em vista que alguns conceitos acabaram sendo revistos ou incluídos na RDC 15 para 
suprir a necessidade de consultórios, ambulatórios e estabelecimentos não hospitalares – por exemplo, 
odontológicos – que não eram contemplados na RDC 50.
 Saiba mais
Acesse a RDC 15, de 2012, para reconhecer seus aspectos específicos 
para a enfermagem em CME, e saiba que essa lei foi um passo enorme na 
consolidação da enfermagem no CME no nosso país:
ANVISA. RDC 15, de 15 de março de 2012. Brasília, 2012. 
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/
rdc0015_15_03_2012.html>. Acesso em: 23 nov. 2016.
O CME classe II também deve contar com áreas de apoio, como vestiário com sanitários para os 
funcionários, depósito de material de limpeza, copa de funcionários, sala administrativa e sala de 
descanso dos funcionários em plantões noturnos.
2 PRINCIPAIS CONCEITOS EM CME
Os conceitos que veremos a seguir darão subsídios para a compreensão dos processos desenvolvidos 
no CME, uma vez que são essenciais para o processamento de artigos e seu correto destino dentro do CME.
17
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
2.1 Produtos para saúde
Spaulding, na década de 1960, propôs a classificação de materiais (produtos para saúde) de uso 
hospitalar e de uso na assistência à saúde em três categorias, tendo por base o risco potencial de 
infecções que envolvem o uso desses materiais:
•	 Críticos: o risco de transmissão de infecção envolvido é alto, caso estejam contaminados 
com qualquer microrganismo. É aquele produto que penetra em tecidos estéreis ou sistema 
vascular e precisa estar esterilizado, uma vez que qualquer contaminação poderá resultar em 
transmissão de doenças.
•	 Semicríticos: entram em contato com mucosa íntegra ou pele não intacta. O risco de 
transmissão de infecção envolvido é intermediário, pois as membranas apresentam certa 
resistência a infecções causadas por esporos bacterianos. Esses produtos devem receber no 
mínimo a desinfecção de alto nível.•	 Não críticos: entram em contato com a pele intacta ou não entram em contato direto 
com o paciente. O risco de transmissão de infecções é baixo, porque a pele age como uma 
barreira efetiva a muitos microrganismos. Devem receber desinfecção de nível baixo, e 
em caso de ausência de matéria orgânica, a limpeza seria suficiente (GRAZIANO; SILVA; 
PSALTIKIDIS, 2011).
Até a RDC 15 de 2012, os produtos para saúde eram chamados de artigos, por isso você ainda pode 
encontrar essa terminologia em algumas referências anteriores a 2012. Neste material, adotaremos 
“produtos para a saúde” como terminologia mais atualizada e adequada, segundo a legislação vigente 
(ANVISA, 2012).
2.2 Dinâmica e fluxo no CME
Conhecemos o fluxo no CME como fluxo unidirecional, ou seja, um fluxo único e contínuo em que 
o cruzamento de materiais seria impossibilitado, ou seja, materiais limpos não se cruzam com materiais 
contaminados (SOBECC, 2013).
Os produtos vêm de unidades consumidoras: unidades de internação, CC, laboratório, Unidade de 
Terapia Intensiva, entre outros.
Alguns exemplos de produtos consumidos são: roupas, como aventais e campos cirúrgicos, 
instrumentais cirúrgicos, extensões de borracha, materiais inalatórios, equipamentos de ventilação 
mecânica etc. 
Os materiais contaminados de diversas maneiras – por exemplo, uma caixa de instrumental 
cirúrgico – são encaminhados ao CME, onde são submetidos a processo de recepção, limpeza, preparo e 
acondicionamento, esterilização, armazenamento e distribuição. 
18
Unidade I
expurgo área limpa área estéril
Figura 3 - Fluxo unidirecional e contínuo no CME. A possibilidade de o material contaminado 
cruzar com o material limpo diminui, estabelecendo um processo seguro
As três áreas destacadas na figura anterior devem ser separadas entre si por barreiras físicas, ou 
seja, paredes ou estruturas físicas que garantam que cada uma dessas áreas esteja isolada das demais, 
impossibilitando fluxo de materiais e pessoas.
O conceito de barreira técnica se faz importante, pois o fluxo unidirecional com três áreas distintas 
pode ser encontrado em CME classe II. O CME classe I pode ter entre si separações com barreiras técnicas 
que são conceituadas como “o conjunto de medidas comportamentais dos profissionais de saúde 
visando à prevenção de contaminação cruzada entre o ambiente sujo e o ambiente limpo, na ausência 
de barreiras físicas” (ANVISA, 2012).
Todo estabelecimento de assistência à saúde (EAS) que tiver um CC, centro obstétrico e/ou 
ambulatorial, hemodinâmica, emergência de alta complexidade e urgência deve ter um setor de CME. 
Se houver materiais de conformação complexa, deverá existir um CME classe II. O CME pode se localizar 
dentro ou fora da EAS, desde que não haja prejuízo à integridade do material ou qualquer risco de 
contaminação ou perda da validade do processo realizado (SOBECC, 2013).
O CME também deve ter normas, rotinas e procedimentos operacionais padronizados (POPs), 
validados e atualizados com frequência, garantindo a qualidade e segurança do processo.
2.3 Planta física e estrutura do CME 
Como já vimos anteriormente, o CME deve ser um local autônomo e independente do CC, sendo que 
o ideal é que o CME esteja próximo de unidades fornecedoras (exemplo – almoxarifado e rouparia) e 
permita comunicação e transporte fácil para os centros consumidores (exemplos: CC, centro obstétrico, 
unidades de tratamento e internação, entre outros).
Recomenda-se também que o CME esteja afastado de áreas de grande circulação de pessoas, 
evitando que elas entrem em contato com materiais contaminados ou estéreis (POSSARI, 2010).
A seguir, detalharemos os elementos que compõem a planta física e estrutura do CME, com suas 
particularidades e recomendações.
O tamanho do CME deve estar de acordo com a demanda diária de produtos a serem processados, 
número e especificidade de leitos no hospital, existência de CC, número de salas de operações e 
19
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
média diária de cirurgias, além das especialidades a serem atendidas, uso de materiais de único, 
arsenal cirúrgico e forma de armazenagem e distribuição dos produtos esterilizados às unidades 
consumidoras (SOBECC, 2013).
A seguir, detalharemos os componentes da construção do CME e suas principais características.
2.3.1 Pisos
Devem ser de cor clara, ser resistentes ao calor, umidade e soluções corrosivas, ser não porosos, 
não sonoros e absorventes da luz, oferecer boa condutibilidade elétrica, ser duráveis, ser laváveis e ser 
de fácil limpeza. A preferência deve ser por pisos de vinil, que são menos duros e de fácil conservação 
(POSSARI, 2010). Podemos ver esse tipo de material na figura a seguir.
Os pisos podem ser específicos para áreas diferentes dentro do CME, como em áreas úmidas ou 
molhadas, e também ter pisos antiderrapantes, sem porosidades e que suportem produtos químicos 
de limpeza. Além dessa recomendação, o transporte de materiais feitos em carros pode prejudicar e 
danificar o piso, portanto os rodízios dos carros devem ser apropriados aos transportes realizados e ao 
peso deles, evitando danos e possibilidades de quedas por parte de trabalhadores (SOBECC, 2013). 
Figura 4 - Exemplo de piso vinílico para áreas em hospitais ou CME
2.3.2 Paredes
As paredes devem ser lisas e planas, sem saliências ou reentrâncias, com cantos abaulados e 
arredondados. O revestimento deve ser de material lavável, impermeável, sem porosidade, resistente a 
abrasão, durável e de cor suave, diminuindo a reverberação da luz (POSSARI, 2010). 
Dessa forma pode ser propiciada maior facilidade do manutenção e durabilidade. 
20
Unidade I
2.3.3 Teto/forros
O uso de forros acústicos tem impacto na redução de ruídos no CME. Os forros podem ser removíveis 
ou não, e muitas vezes sustentam instalações e equipamentos. O material deve permitir a limpeza, e nas 
áreas onde há presença de vapor, deve-se optar por um material impermeável. Dessa forma, espera-se 
que haja manutenção e durabilidade do material usado no CME.
2.3.4 Janelas
De acordo com Possari (2010), as janelas podem ser usadas no CME, desde que lacradas, permitindo 
entrada de luz natural e iluminação em áreas que necessitam de melhor visualização. Outro detalhe 
também diz respeito ao estresse do trabalhador e à possibilidade de visão do meio externo, o que pode 
ser um fator de diminuição de estresse e humanização. 
Para que as janelas possam ser mantidas fechadas e lacradas, é necessário sistema de ar condicionado 
e climatização, pois o CME tem exposição a diferentes temperaturas, o que interfere no conforto térmico 
do profissional que atua nesse setor (SOBECC, 2013). 
2.3.5 Ventilação/exaustão/ar-condicionado
No CME existem diversos equipamentos, como as autoclaves, que podem elevar a temperatura nesse 
setor, configurando uma queixa frequente dos trabalhadores. 
O sistema de ar condicionado, além de ter o objetivo da climatização adequada, também está 
diretamente ligado à retirada de aerossóis em suspensão, como no expurgo, e à manutenção da 
temperatura adequada na área de armazenamento e distribuição, contribuindo para conservar o produto 
em condições adequadas de armazenamento até o seu uso. 
Recomenda-se o uso de exaustão na área de recepção e limpeza dos produtos, com uso de pressão 
negativa, evitando que o ar contaminado saia dessa região. Já na área de armazenamento e distribuição 
de materiais, recomenda-se uso de pressão positiva, evitando que ao abrir a porta o ar que está no lado 
externo entre na região considerada mais limpa.
Para garantir esse sistema, há a necessidade de um piso acima do CME com o controle e maquinário 
do ar condicionado do CME. 
Outro aspecto é o controle da temperatura, que também se faz essencial. Manter a temperatura 
entre 20 e 24 ºC com vazão mínima de ar total de 18 m3/hora/m2 é recomendação da Associação de 
Enfermeiros de CC, CME e sala de recuperação anestésica (SOBECC, 2013).
2.3.6 Iluminação
Conforme falado anteriormente, ailuminação natural pode ser utilizada no CME, mantendo janelas 
lacradas; porém, devido à especificidade das atividades desenvolvidas no CME, é necessário que seja 
mantida iluminação artificial. 
21
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
No CME deve haver boa iluminação geral, além de pontos específicos em bancadas de trabalho e 
estações, locais que exigem maior acurácia visual. A iluminação pode ser feita também com lâmpadas 
fluorescentes repelentes a insetos (POSSARI, 2010; SOBECC, 2013). 
Um exemplo é a iluminação acrescida de lente de aumento em uma bancada de trabalho do CME, na 
área de preparo e inspeção da integridade e limpeza do instrumental. A iluminação adequada auxiliará 
na segurança e adequação do material para o processo de esterilização.
2.3.7 Sistemas de água e energia
O consumo de água e luz no CME é muito grande; portanto, a escolha de equipamentos e 
o desenho de suas instalações é muito importante, para que o sistema de economia possa ser 
eficiente. Ainda sob o aspecto da sustentabilidade, o hospital deve ter um olhar voltado para o 
consumo de água e energia elétrica, garantindo sustentabilidade nos processos realizados no CME 
(SOBECC, 2013).
2.4 Equipamentos e máquinas do CME
O CME tem passado por diversas transformações nos últimos anos. A tecnologia encontrou no CME 
um campo vasto de possibilidade e investimentos. 
Você já deve ter percebido que o CME é um local que teve uma evolução muito grande do ponto 
de vista estrutural. Neste tópico, discutiremos os diversos equipamentos e maquinários que podem ser 
utilizados em CME e vêm sendo incorporados ao CME como parte da estrutura que garante a qualidade 
do processo de limpeza, desinfecção, esterilização etc.
Os equipamentos devem ser qualificados quanto à sua instalação, operação e desempenho 
periodicamente. Também devem ser calibrados anualmente os instrumentos e leitoras de testes de 
monitoramento de esterilização e selagem térmica. 
A manutenção dos equipamentos deve ser periódica e acompanhada pelo enfermeiro do CME 
e profissionais da engenharia clínica. Em caso de qualquer suspeita de falhas nos processos, mau 
funcionamento, mudanças de local de funcionamento, reparos e requalificação do processo, deve ser 
acompanhado e novamente monitorado o funcionamento do equipamento. 
Destacamos a participação do profissional engenheiro nesse processo, validando quanto a questões 
técnicas todo o processo, em especial as manutenções preventivas e as validações anuais, preconizadas 
para os equipamentos médico-hospitalares. 
Ao adquirir o equipamento e seus insumos, deve-se compreender o que será necessário para o 
funcionamento adequado do equipamento, além de monitorar a qualidade da água, detergentes e 
saneantes (SOBECC, 2013).
22
Unidade I
2.4.1 Termodesinfetadoras
São máquinas que removem a sujidade pela ação de força de spray e de jatos de água aplicados por 
meio de bicos ou braços rotativos associados ao detergente. São programadas para sucessivas etapas, 
como a pré-lavagem, ciclos de lavagem, enxague, desinfecção térmica e secagem (GRAZIANO; SILVA; 
PSALTIKIDIS, 2011). Existem vários modelos de lavadoras desinfetadoras no mercado.
A NBR ISO 15883-1 especifica os requisitos gerais de desempenho para lavadoras desinfetadoras 
e seus acessórios, que são destinados ao uso para limpeza e desinfecção de dispositivos médicos 
reutilizáveis e outros artigos utilizados no contexto da prática médica, odontológica, farmacêutica e 
veterinária. Especifica também os requisitos de desempenho para limpeza e desinfecção, bem como 
para os acessórios, os quais podem ser requeridos para atingir o desempenho necessário. Os métodos e a 
instrumentação exigidos para validação, controle de rotina e monitoração e revalidação, periodicamente 
e após consertos essenciais, também estão especificados. Os requisitos para lavadoras desinfetadoras 
destinadas ao processamento de cargas específicas estão descritos na NBR ISO 15883 (NBR, 2013).
2.4.2 Lavadoras ultrassônicas
As lavadoras ultrassônicas são lavadoras que agem por ondas sonoras impossíveis de serem ouvidas 
por humanos, que variam entre 20 e 120 kHz, as quais se propagam em meio líquido. A lavadora 
ultrassônica gera bolhas microscópicas que estouram quando entram em contato com a superfície dos 
materiais, gerando uma área de vácuo localizado, removendo a sujidade do material. Chamamos esse 
processo de cavitação. 
É recomendado que produtos de conformação complexa, ou seja, aqueles de difícil limpeza e com 
lúmens de difícil acesso, produtos com válvulas e espaços internos inacessíveis, sejam lavados nesse tipo 
de máquina após passarem por processo de limpeza manual, o qual discutiremos adiante neste material. 
Produtos com lúmens inferiores a 2,5 mm têm recomendação de utilização da lavadora ultrassônica, 
com uso de jatos pulsáteis (GRAZIANO; SILVA; PSALTIKIDIS, 2011).
A lavadora conta com uma cuba que deve ser preenchida com solução de detergentes até o nível 
indicado. Deve-se imergir completamente os materiais nesse líquido, abrir pinças e preencher os lúmens, 
garantindo que todos os espaços entrem em contato com o detergente. Ao terminar o ciclo, deve ser 
feito enxague abundante das peças (GRAZIANO; SILVA; PSALTIKIDIS, 2011).
2.4.3 Lavadoras de descarga
Também chamada de lavadora descontaminadora, realiza a limpeza de produtos como comadres, 
papagaios e vidros de aspiração, por meio de jatos de água com detergente, através da ação de braços 
rotativos e bico direcionados sob pressão. Tem como vantagem o fato de a equipe de saúde não entrar 
em contato com secreções biológicas do paciente, diminuindo o potencial de risco biológico da atividade 
(POSSARI, 2010).
23
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
2.4.4 Lavadoras de endoscópios
A limpeza de materiais endoscópicos é um desafio na CME, portanto, utilizar um equipamento 
específico para esse material pode ser uma solução viável para que o processo de limpeza seja eficaz, 
tendo em vista que a carga microbiana encontrada nesse tipo de produto é significativamente maior do 
que em instrumentais cirúrgicos, por exemplo.
Figura 5 - Lavadora de endoscópio. Específica para esse tipo de material, que configura um desafio à limpeza e ao processamento
2.4.5 Secadora
O processo de secagem de produtos para a saúde acontece em muitos estabelecimentos de maneira 
manual, ou seja, com uso de panos e compressas limpas e claras. A opção da secagem com uso de 
equipamento específico se dá em especial quando existem materiais de difícil conformação, ou seja, 
pequenos lúmens e reentrâncias, ou mesmo materiais inalatórios, como traqueias corrugadas.
Figura 6 - Traqueias corrugadas (materiais comuns em inaloterapias): 
parte de material de nebulização de oxigênio e circuitos de ventilação mecânica
24
Unidade I
Filtros High Efficiency Particulate Air (Hepa) podem ser adaptados à secadora para remoção de 
99,97% das partículas de 0,3 micra. A secadora possui fluxo contínuo de ar e distribuição uniforme 
de calor para que a secagem possa ser eficiente. A capacidade da secadora depende do seu tamanho, 
podendo ser para 61, 84 e 120 tubos. Os controles podem ser programados para o tipo de produto a ser 
submetido a secagem (POSSARI, 2010).
2.4.6 Pistolas de ar comprimido
Outro recurso utilizado na secagem de produtos para a saúde são as pistolas de ar comprimido. 
Lembramos da necessidade do profissional que atua no CME de utilizar os equipamentos de proteção 
individual (EPIs) em todos os momentos do processo.
2.4.7 Seladoras
Na área de preparo do material encontramos equipamentos como as seladoras de selagem térmica, 
que deve ser realizada após a escolha da embalagem adequada ao tipo de material, como veremos mais 
a frente. Dessa forma, ao fecharmos a embalagem, ela manterá o produto estéril até seu uso. A selagem 
deve estar livre de fissuras, rugas ou delaminações e ser feita de forma que permita a transferência sob 
técnica asséptica do pacote. 
A selagem deveobedecer à largura de 6 mm, podendo ser em “linha” simples, dupla ou tripla, e 
distante 3 cm da borda e do material (SOBECC, 2013).
Figura 7 - Exemplo de seladora para área hospitalar e estabelecimentos de assistência à saúde 
25
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
2.4.8 Equipamentos para esterilização
Após o processo de selagem, o produto para a saúde embalado deve passar pelo processo de 
esterilização. A escolha do equipamento para o processo de esterilização dependerá dos recursos 
disponíveis no estabelecimento, tipos de materiais a serem esterilizados – por exemplo, materiais 
termossensíveis (ou seja, aqueles que podem sofrer danos se expostos ao calor) –, tipo e quantidade de 
materiais e ciclos de esterilização necessárias, por exemplo, por dia em um CME.
A seguir mostraremos algumas figuras relativas a modelos de autoclaves, que são os equipamentos 
responsáveis pelo processo de esterilização, ou seja, é na autoclave que acontece a morte e destruição 
de todas as formas viáveis de vida bacteriana, conforme veremos adiante. As autoclaves podem 
funcionar com ciclos a vapor ou de baixa temperatura, como o vapor de baixa temperatura de 
formaldeído e o plasma de peróxido de hidrogênio. Todos esses métodos de esterilização serão 
oportunamente discutidos e explicados.
Figura 8 - Modelo de autoclave “de mesa”, encontrada em consultórios odontológicos, 
por exemplo, por serem menores e mais compactas, se adaptando a ambientes menores 
26
Unidade I
Figura 9 - Autoclave a vapor em um CME, com fechamento manual das portas e porta manual
Outro tipo de equipamento para esterilização de produtos para a saúde termossensíveis é a autoclave 
com esterilização de plasma de peróxido de hidrogênio. 
2.4.9 Incubadoras para testes biológicos
Por fim, encontramos equipamentos de monitoramento do processo de esterilização, denominados 
incubadoras de testes biológicos, como vemos na figura a seguir:
Figura 10 - Incubadora para testes indicadores de esterilização (testes biológicos). 
Esse tipo de teste monitora a eficácia do processo de esterilização, garantindo a qualidade e a segurança do processo 
27
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Ainda destacamos a RDC 15, que traz as seguintes recomendações quanto à manutenção e cuidados 
com os equipamentos no CME: 
Art. 40 Na manutenção dos equipamentos, as informações resultantes 
das intervenções técnicas realizadas devem ser arquivadas para cada 
equipamento, contendo, no mínimo:
I – Data da intervenção. 
II – Identificação do equipamento. 
III – Local da instalação. 
IV – Descrição do problema e nome do responsável pela identificação 
do problema. 
V – Descrição do serviço realizado, incluindo informações sobre as peças trocadas. 
VI – Resultados da avaliação dos parâmetros físicos realizados após a 
intervenção e complementados com indicadores químicos e biológicos, 
quando indicado. 
VII – Nome do profissional que acompanhou a intervenção e do técnico que 
executou o procedimento. 
Parágrafo único: O prazo de arquivamento para registro histórico dos 
equipamentos de saúde deve ser contado a partir da desativação ou 
transferência definitiva do equipamento do serviço de saúde (ANVISA, 2012). 
3 USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO CME
O CME é um local onde o profissional pode estar exposto a diversos riscos ao exercer a sua atividade 
laboral. Os riscos podem ser entendidos como tudo aquilo que pode colocar a saúde em situação de 
exposição e possíveis danos, sejam permanentes ou não.
É uma área onde encontramos riscos diversos ao trabalhador, sendo exigido, portanto, o uso de EPIs, 
desde a área de recepção do material até a área de distribuição do mesmo aos setores consumidores dos 
produtos processados nesse setor.
Entende-se EPI como “todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, 
destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador” (BRASIL, 1978). 
O uso de EPIs no CME está vinculado ao tipo de atividade desenvolvida em cada área onde se dá o 
processamento dos produtos para a saúde.
28
Unidade I
Na área de recepção e limpeza de materiais, temos um grande risco de contato com materiais 
contaminados, com alta carga microbiana, sendo, portanto, imprescindível a proteção do profissional 
com itens de segurança, conforme veremos a seguir.
3.1 Luvas 
As luvas indicadas para uso na área de limpeza de produtos devem ser de materiais chamados nitrila e 
butila, que são antiderrapantes. Elas devem ser usadas ao manipular produtos contaminados de diversas 
origens, seja do CC, das unidades de internação, das UTIs, dos prontos-socorros etc. Independentemente 
de conhecermos a fonte contaminadora do material, o uso de EPIs deve ser criterioso e sempre 
supervisionado, garantindo a segurança do profissional.
Figura 11 - Luvas nitrílicas de cano longo, usadas na limpeza de materiais
3.2 Protetores faciais
Protegem a face contra impactos (partículas quentes ou frias), produtos químicos (poeiras, líquidos 
e vapores) e riscos biológicos (aerossóis, gotículas e partículas diversas). Os protetores faciais oferecem 
proteção sem necessidade do uso de óculos. 
Amparam toda a face contra respingos de substâncias potencialmente corrosivas ou tóxicas 
e ácidos. Esses tipos de EPIs podem ser feitos de plásticos, acetatos e policarbonatos simples ou 
revestidos com metais para absorção de radiações infravermelhas, por exemplo (HIRATA; HIRATA; 
MANCINI FILHO, 2012). 
29
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
Figura 12 - Protetor facial e ocular. Protege contra 
respingos na região da boca e nariz e na região dos olhos
3.3 Máscaras
As máscaras são indicadas para serem usadas na área de limpeza do material, pois protegem 
o profissional da inalação de aerossóis e respingos na região da boca e nariz. Devem ser utilizadas 
cobrindo toda a região da boca e nariz e trocadas sempre que houver saturação de seu uso ou quando o 
profissional espirrar ou tossir. Deve ser descartável e retirada cuidadosamente para evitar o contato das 
mãos do profissional com a área de filtro. 
As máscaras cirúrgicas protegem o profissional de riscos biológicos, porém o ideal seria que o 
profissional na área de expurgo utilizasse a máscara com filtro para proteção do aparelho respiratório. Os 
filtros podem ser mecânicos, para proteção contra partículas suspensas no ar, e químicos, que protegem 
contra gases e vapores orgânicos e combinados, ou seja, químicos e físicos.
O uso de máscaras faciais com filtro de carvão ativado pode reduzir a inalação do vapor dos 
desinfetantes e esterilizantes nas áreas de desinfecção e esterilização no CME.
As máscaras podem ser substituídas por protetores faciais, no caso de ausência de vapores 
ou aerossóis.
A máscara cirúrgica pode ser utilizada na área de preparo do produto para esterilização, em especial 
para evitar respingos ou que o profissional converse durante o preparo do produto. 
De maneira geral, as máscaras devem proteger contra produtos químicos (desinfetantes, por 
exemplo), mas na área de limpeza pode ser utilizada a máscara facial cirúrgica. Porém, o ideal seria 
utilizar uma máscara com filtro, evitando que se inalem produtos químicos utilizados na limpeza, como 
vemos nas figuras a seguir.
30
Unidade I
Figura 13 - Máscara facial com filtração para aerossóis e partículas menores de 5 micras
Figura 14 - Máscara facial cirúrgica – evita que respingos possam contaminar o material 
no momento do preparo e protege o profissional de respingos no nariz e boca. Note que a 
 máscara cobre toda a região, sem expor o nariz e sua mucosa. Nessa imagem vemos 
também o uso de óculos de proteção
Figura 15 - Exemplo de protetor facial utilizado em CME nos Estabelecimentos de Assistência à Saúde
31
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
3.4 Aventais
Os aventais são usados na área de limpeza do material, para proteger o profissional dos riscos 
biológicos. O avental deve ser impermeável ecobrir todo o corpo do profissional, inclusive os 
membros superiores.
Figura 16 - Aventais impermeáveis para uso em áreas de limpeza de materiais. Ele 
cobre todo o corpo, em especial a parte anterior e os membros superiores
Para o profissional nas áreas de preparo do material, deve ser usado avental de tecido, limpo, ou 
roupa privativa, evitando o contato do material durante o processamento com a roupa do indivíduo.
Figura 17 - Exemplo de roupas privativas utilizadas no CME, área restrita à circulação de pessoas. 
Aventais de tecido, fechados, de manga longa e limpos, podem ser utilizados para a área de preparo no CME 
32
Unidade I
Na área de distribuição e armazenamento deve ser utilizada a roupa privativa, ou avental limpo 
de tecido, pois o contato do material limpo e estéril deve ser evitado com o corpo e roupa comum 
do profissional.
3.5 Protetores auriculares
Visam proteger os ouvidos contra níveis elevados de ruído, regidos pela norma NBR nº 10.152 
(ABNT, 1987), que estabelece o limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada 
de trabalho.
Os protetores podem ser do tipo concha, externos, ou de inserção e/ou descartáveis. Os padrões 
internacionais preconizam o limite de 85 decibéis por período de oito horas (HIRATA; HIRATA; MANCINI 
FILHO, 2012). 
No CME, por causa das máquinas e seus ruídos – por exemplo, as autoclaves –, recomenda-se a 
fiscalização por parte da segurança do trabalho, para controle de decibéis e saúde do trabalhador.
Figura 18 - O protetor auricular interno é um EPI necessário no CME devido 
aos ruídos gerados pelas máquinas – por exemplo, autoclaves ou lavadoras
3.6 Protetores para os membros inferiores e pés: calçados
Para o CME, assim como para as áreas hospitalares e de assistência à saúde, recomenda-se pela NR 
32 o uso de calçados fechados. 
33
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
 Saiba mais
Acesse a Norma Regulamentadora número 32, que trata das questões 
de segurança dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à 
saúde e também aborda o uso de EPIs e os descartes de resíduos, entre 
outros assuntos essenciais ao profissional na área da Enfermagem. Acesse 
o material disponibilizado pelo Conselho Regional de Enfermagem, que 
traz informações e ilustrações interessantes, para ampliar o conhecimento 
sobre o assunto.
COREN. NR 32: Norma Regulamentadora nº 32. [s.d.]. Disponível em: 
<http://inter.coren-sp.gov.br/sites/default/files/livreto_nr32_0.pdf>. 
Acesso em: 24 nov. 2016.
Para o CME, a recomendação é de calçados fechados, e na área de expurgo, pelo fato de ser uma área 
úmida, com possibilidade de quedas ou de se molhar os pés, recomendamos o uso de botas ou calçados 
impermeáveis. Uma possibilidade é o uso de botas como vemos na figura a seguir:
Figura 19 - Botas/calçados impermeáveis para uso na área de CME – expurgo 
Figura 20 - Sapatos fechados para área hospitalar, segundo a NR 32
34
Unidade I
 Observação
Acidentes de trabalho podem acontecer no CME, sendo que os mais 
frequentes, segundo um estudo (AQUINO et al., 2014) que investigou a 
ocorrência de acidentes de trabalho nesse setor, foram aqueles com materiais 
perfurocortantes (83,3% dos acidentes). Outro acidente com ocorrência 
significativa foram as queimaduras causadas por manipulação da autoclave. 
Ressaltamos a importância de investimentos no treinamento e de incentivo 
à prática do registro do acidente, pois ainda temos subnotificação dos 
acidentes de trabalho por medo e receio de punição entre outras medidas 
pouco efetivas na prevenção e proteção do trabalhador.
3.7 Equipamentos de segurança coletivos 
Consideramos equipamentos de segurança coletivos, como o próprio nome já diz, aqueles que podem ser 
utilizados coletivamente, como lava-olhos ou chuveiros de emergência. No CME, pode ser necessário o uso 
de lava-olhos devido à possibilidade de contato de produtos químicos na região dos olhos. Já o chuveiro pode 
ser usado coletivamente, ou então recomenda-se que haja chuveiros nos vestiários, para qualquer eventual 
necessidade dos profissionais que atuam nesse setor fechado (HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO, 2012). 
Figura 21 - Exemplo de chuveiro de emergência e lava-olhos para 
áreas onde pode haver exposições acidentais a produtos químicos 
Além do EPIs e EPCs recomendados no CME, devem estar ao alcance de todos as informações 
necessárias em caso de emergências, como incêndios, acidentes com materiais perfurocortantes etc. 
Todos esses procedimentos devem ser registrados e monitorados visando à segurança do profissional no 
ambiente de trabalho do CME.
35
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
4 RECURSOS HUMANOS NO CME
O trabalho no CME é realizado por uma equipe especializada e voltada às necessidades específicas 
do CME, porém nem sempre foi assim.
Os primeiros CMEs tinham profissionais que não eram preparados e treinados para o trabalho desse 
setor. Existiam muitos profissionais sem qualificação ou qualquer formação para executar o trabalho 
de processamento dos produtos. Essa situação persistiu até pouco tempo, pois ainda recentemente 
encontrávamos profissionais sem qualquer formação prestando serviço no CME.
Com a adesão de novas tecnologias, maquinários cada vez mais modernos e processos de limpeza 
complexos e específicos, surge a necessidade de profissionais especializados e direcionados ao trabalho 
desenvolvido nesse local, gerando então a especificidade do profissional e a consequente valorização de 
sua prática e formação.
O enfermeiro configura peça-chave nos CMEs no Brasil. Em alguns países, o profissional enfermeiro não 
exerce papel de liderança do CME, cabendo a outros profissionais de nível superior essa função, porém no Brasil 
em particular, com a RDC 15, temos a recomendação que segue: “O CME deve contar com um profissional 
de nível superior, para coordenar as atividades relacionadas ao processamento de produtos para a saúde, de 
acordo com as competências profissionais definidas em legislação específica” (ANVISA, 2012).
A RDC, conforme lemos, não fala claramente da presença do enfermeiro como profissional a liderar 
e coordenar o CME, porém no Brasil temos o trabalho de coordenação e supervisão do CME cabendo 
ao enfermeiro, já que sua formação e desenvolvimento de competências direcionam essa função a ele 
como profissional mais preparado e capacitado a coordenar o setor.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em sua Resolução nº 424/2012, normatiza as atribuições 
dos profissionais de enfermagem em CME e em empresas processadoras de produtos para a saúde, 
conforme lemos a seguir: 
Resolução Cofen nº 424/2012
Art. 1º Cabe aos Enfermeiros Coordenadores, Chefes ou responsáveis por CME, ou 
empresa processadora de produtos para a saúde:
• Planejar, coordenar, executar, supervisionar e avaliar todas as etapas relacionadas 
ao processamento de produtos para a saúde, recepção, limpeza, secagem, avaliação 
da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou esterilização, 
armazenamento e distribuição para as unidades consumidoras.
• Participar da elaboração de protocolo Padrão (POP) para as etapas do processamento 
de produtos para a saúde, com base em referencial científico atualizado e 
normatização pertinente. Os protocolos devem ser amplamente divulgados e estar 
disponíveis para consulta.
36
Unidade I
• Participar da elaboração de sistema de registro (manual ou informatizado) da 
execução, monitoramento e controle das etapas de limpeza e desinfecção ou 
esterilização, bem como da manutenção e monitoramento dos equipamentos em 
uso no CME.
• Propor e utilizar indicadores de controle de qualidade do processamento de produtos 
para a saúde, sob sua responsabilidade.
• Avaliar a qualidade dos produtos fornecidos por empresa processadora terceirizada, 
de acordo com critérios preestabelecidos.
• Acompanhar e documentar, sistematicamente, as visitas técnicas de qualificação da 
operação de desempenho de equipamentos do CME, ou daempresa processadora de 
produtos para a saúde.
• Definir critérios de utilização de materiais que não pertençam ao serviço de saúde, 
tais como prazo de entrada no CME, antes da utilização; necessidade, ou não de 
processamento, entre outros.
• Participar das ações de prevenção e controle de eventos adversos no serviço de 
saúde, incluindo o controle de infecção.
• Garantir a utilização de Equipamentos de proteção Individual (EPI), de acordo com o 
ambiente de trabalho do CME, ou da empresa processadora de produtos para saúde.
• Participar do dimensionamento e da definição da qualificação necessária aos 
profissionais para atuação no CME, ou na empresa processadora de produtos para 
a saúde.
• Promover capacitação, educação permanente e avaliação de desempenho dos 
profissionais que atuam no CME, ou na empresa processadora de produtos para a saúde.
• Orientar e supervisionar as unidades usuárias dos produtos para a saúde, quanto ao 
transporte e armazenamento dos mesmos.
• Elaborar termos de referência, ou emitir parecer técnico à aquisição de produtos 
para a saúde, equipamentos e insumos a serem utilizados no CME, ou na empresa 
processadora de produtos para a saúde.
• Atualizar-se continuamente, sobre as inovações tecnológicas relacionadas ao 
processamento de produtos para a saúde.
No artigo 2º encontramos as atividades previstas pelo Cofen para os profissionais 
técnicos e auxiliares de enfermagem:
37
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
• Os técnicos e auxiliares de Enfermagem que atuam no CME, ou em empresas 
processadoras de produtos para a saúde, realizam as atividades previstas nos POPs 
sob orientação e supervisão do Enfermeiro.
Finalmente no artigo 3º, o Cofen diz que: “Cabe aos Conselhos Regionais adotar as 
medidas necessárias ao cumprimento desta Resolução”.
Fonte: Cofen (2012).
A Sobecc (2013) também fala sobre as atribuições do enfermeiro no CME, contribuindo para o 
delineamento das atividades direcionadas a esse profissional, como as que encontramos a seguir:
•	 Propor indicadores de controle de qualidade do processamento dos produtos sob sua 
responsabilidade.
•	 Avaliar empresa terceirizada, segundo critérios estabelecidos pelo Comitê de Processamento 
de Produtos para a Saúde.
Ainda segundo a Sobecc (2013), o enfermeiro é o profissional que reúne as características necessárias 
e imprescindíveis para assumir a responsabilidade pelo CME, uma vez que exerce todas as atividades 
de enfermagem, incluindo chefia do serviço e da unidade de enfermagem e também a organização e 
a direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares do Estabelecimento de 
Assistência à Saúde (EAS), assim como o planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação 
dos serviços de assistência de enfermagem. O enfermeiro é o profissional que recebe em sua formação 
acadêmica conteúdos específicos sobre as boas práticas para o processamento de produtos para saúde. 
Para garantir a qualidade do processamento dos produtos para a saúde, o CME deve contar com a 
atuação dos profissionais exclusivos para essa unidade durante sua jornada de trabalho (SOBECC, 2013).
São exigidas competências do enfermeiro pertinentes à administração da unidade, ao desenvolvimento 
de atividades técnico-assistenciais e à gestão do capital humano, necessitando de um conjunto de 
saberes estruturados que possibilite o alcance das finalidades propostas para seu trabalho no CME.
O enfermeiro no CME tem diversos desafios, os quais estão relacionados com a complexidade e 
especificidade do CME, e também muito caracterizados pela “invisibilidade”, pois no CME, o cuidado 
é prestado de forma indireta ao paciente. Esse tipo de cuidado pode ser menos valorizado, apesar de 
sua importância e conhecimento envolvidos – o que por si só poderia ser gerador de reconhecimento 
considerável a esse profissional (GIL; CAMELO; LAUS, 2013). 
Outro aspecto importante do enfermeiro do CME diz respeito à sua formação, pois o enfermeiro 
passa pelo CME de forma muito abreviada na graduação, e ao se deparar com a possibilidade de assumir 
essa unidade como enfermeiro, podem aparecer diversas dúvidas e receios. Dessa forma, recomendamos 
que o profissional busque a realização de curso de capacitação constantemente e seja um enfermeiro 
especialista na área de CME.
38
Unidade I
As atividades realizadas com mais frequência no CME são, em ordem de frequência: supervisão 
das atividades realizadas nessa área, confirmação da programação de cirurgias para verificação da 
disponibilidade de produtos como caixas e roupas, atendimento às unidades consumidoras, coordenação 
do processo de trabalho da unidade, acompanhamento da equipe nas atividades, em especial em relação 
aos novos trabalhadores, supervisão do funcionamento de equipamentos, confirmação das cirurgias em 
relação ao uso de materiais consignados e checagem de documentação de controle de esterilização.
 Observação
Um estudo realizado em um CME realizado por Aquino et al. levantou 
que o perfil dos profissionais enfermeiros que trabalham nesse setor 
corresponde a enfermeiros do sexo feminino em sua maioria (93,5%), com 
idade entre 21 a 30 anos de idade, com tempo de formação na Enfermagem 
menor que 5 anos (35%) e mais de 15 anos atuando na Enfermagem 
(38%). Também levantou que os enfermeiros do CME estavam nesse setor 
há mais de 12 meses, sendo que somente 33,4% dos enfermeiros tinham 
especialização específica no setor de CME. Dessa forma, vemos que a 
formação do enfermeiro no CME ainda carece de atenção e cuidado, pois 
sua especificidade exige profissionais treinados e capacitados ao serviço, 
além de afinidade e dedicação ao trabalho. 
 Lembrete
A valorização do trabalho da enfermagem em CME tem passado 
por modificações. No século XX, o trabalho no CME era considerado de 
menor valor, devido as suas características de repetição e por ser visto 
como exclusivamente feminino, com conotações e referências ao trabalho 
doméstico (lavagem e secagem de produtos, por exemplo). Ao capacitarmos 
o profissional, este se torna capaz de desenvolver um trabalho crítico e 
reflexivo, trazendo e incorporando elementos de valorização ao seu 
trabalho e também satisfação e motivação ao trabalhador da enfermagem 
e do CME.
O enfermeiro do CME deve mostrar competências no que diz respeito à modernização do processo 
produtivo e, em especial na valorização dos recursos humanos e sua atualização através de educação 
continuada eficaz e comprometida com o desenvolvimento de todas as potencialidades dos profissionais 
de enfermagem diante das novas tecnologias implementadas.
Algumas referências costumam dividir as atribuições do enfermeiro em coordenação e assistência. 
Complementam as ações do enfermeiro no CME as seguintes atividades de coordenação: elaboração 
de escalas mensais, diárias e de férias dos funcionários; estabelecer sistemas de prevenção de riscos 
ocupacionais, elaboração de manuais de normas, rotinas e procedimentos; revisar anualmente esses 
39
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
manuais; estabelecer métodos de limpeza e frequência da limpeza nas áreas do CME; participar de 
reuniões em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para discussão de 
condutas e técnicas a serem desenvolvidas na área; desenvolver trabalhos científicos, colaborando com 
estudos e pesquisas na área da enfermagem (POSSARI, 2010).
Figura 22 - Os procedimentos de limpeza das áreas do CME devem ser monitorados e 
padronizados com a participação do enfermeiro do CME
Discutiremos a seguir as atribuições do técnico de enfermagem e do auxiliar de enfermagem. Os 
profissionais técnicos e auxiliares são de nível médio e fazem parte da equipe de enfermagem, sob 
supervisão do enfermeiro.
Abordaremos os dois profissionais em conjunto, tendo em vista a proximidade e as características 
do profissional.
O profissional precisa ter competências distintas para trabalhar no CME, pois a especificidadedesse setor determina o grau de interesse e satisfação do trabalhador. As competências esperadas para 
o técnico e auxiliar de enfermagem no CME são: competências técnicas; confiança e credibilidade; 
equilíbrio emocional; habilidade de trato com o público; capacidade de organização; reter as informações 
recebidas; facilidade para memorizar as especificações ou padronizações; resistência quanto ao contato 
com temperaturas que variam; atenção e organização; gostar do que faz; estar atento às normas e 
regras de assepsia (POSSARI, 2010). 
Apresentamos as atividades desses profissionais a seguir:
•	 Participar da passagem de plantão.
•	 Executar as etapas de processamento do produto para a saúde (desde o recebimento até a 
sua distribuição).
40
Unidade I
•	 Comunicar ao enfermeiro qualquer anormalidade com os artigos e equipamentos.
•	 Participar de reuniões do setor conforme programação.
•	 Auxiliar na elaboração de rotinas e novas técnicas.
•	 Auxiliar no acompanhamento de estágios.
•	 Participar do treinamento de novos funcionários.
•	 Participar de treinamento e desenvolvimento.
•	 Participar da implementação de novas técnicas.
•	 Realizar atividades de acordo com rotinas técnicas sob supervisão de um enfermeiro.
•	 Preparar produtos para a saúde de acordo com rotina específica.
•	 Identificar pacotes conforme padronizado.
Figura 23 - Uma das funções dos técnicos e auxiliares de enfermagem 
no CME é o preparo de embalagens para o processo de esterilização 
O auxiliar administrativo também faz parte do CME, sendo considerado o elo entre o ambiente 
externo e interno ao CME, sendo responsáveis por uma efetiva comunicação com os demais setores 
da instituição.
As atividades desenvolvidas por esses trabalhadores dependem de cada serviço e suas características, 
porém as atividades mais comuns são: efetuar pedidos de produtos de consumo, digitar comunicados, 
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MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
realizar escalas de serviço e escala de férias, digitar listagens de caixas de instrumentais e digitar lista 
de rotinas, normas e comunicados, entre outros. Ainda destacamos o atendimento telefônico como 
atividade possível de ser realizada por esse profissional.
De acordo com Possari (2010), CME é um local de constante inovação tecnológica. Dessa forma, 
o treinamento e desenvolvimento ao profissional nesse setor deve ser direcionado à realidade do 
profissional do CME, pois suas atividades diferem das demais unidades do estabelecimento.
Apesar das inovações tecnológicas, o profissional é de extrema importância no CME. Os equipamentos 
precisam de profissionais treinados para sua operação, manutenção e interpretação de resultados; 
portanto, o treinamento deve ser específico a esse profissional. 
O desenvolvimento vai além da eficiência no trabalho, mas envolve competências profissionais e 
pessoais que instrumentalizam o indivíduo a transformar sua realidade. O treinamento faz parte desse 
desenvolvimento das pessoas, portanto deve ser uma atividade organizada e programada para melhorar 
as habilidades e a qualidade do desempenho do profissional, aumentando sua confiabilidade e reduzindo 
erros e acidentes no desempenho de suas funções.
O treinamento no CME tem os seguintes objetivos: desenvolver espírito de equipe, elevar o padrão 
de qualidade, aumentar a produtividade, favorecer práticas ergonômicas, ampliar conhecimentos, 
possibilitar o desempenho de seu papel com segurança e satisfação, mudar atitudes, diminuir necessidade 
de supervisão, redução de custos, redução de desperdícios, trabalhar em sincronia com a instituição e 
seus objetivos e ainda detectar precocemente eventos adversos.
Quando o treinamento não é realizado, pode gerar problemas como: queda da qualidade das 
atividades realizadas, baixa autoestima, insatisfação profissional, alta rotatividade e consequente 
dificuldade na realização de treinamento e desenvolvimento, imagem negativa da instituição.
A seguir, apresentamos sugestões para o treinamento do CME, de acordo com Possari (2010):
•	 Conceitos básicos em CME.
•	 Limpeza manual e automatizada.
•	 Registros de enfermagem. 
•	 Legislação das atividades em CME.
•	 Diluição e controle de soluções germicidas.
•	 Uso de equipamentos de proteção individual e coletiva.
•	 Ações em situações de emergência.
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Unidade I
•	 Monitoramento da esterilização e limpeza.
•	 Limpeza do ambiente do CME.
•	 Processamento e reutilização de produtos.
•	 Cuidados especiais com produtos – órteses, próteses e produtos especiais.
•	 Custos envolvidos na produção de produtos para a saúde.
•	 Atendimento ao público.
•	 Trabalho em equipe.
•	 Organização e funcionamento do CME.
•	 Previsão e provisão de recursos necessários ao CME.
•	 Fundamentos da assistência de enfermagem no CME – cuidado indireto ao paciente.
•	 Medidas de prevenção e controle de infecção.
•	 Normas e rotinas específicas do CME.
•	 Sistema de controle de material permanente e de consumo.
•	 Segregação de resíduos sólidos.
•	 Rastreabilidade e recall.
•	 Produtividade e qualidade da unidade.
Conforme afirma Possari (2010), o treinamento e desenvolvimento devem acontecer de forma 
periódica e regularmente, sendo inclusive considerado como indicador de qualidade do serviço, 
ou seja, o tempo gasto em treinamento e desenvolvimento tem ligação direta com a qualidade 
do serviço e sua avaliação positiva. O processo de desenvolvimento não acaba; portanto, ter o 
enfermeiro envolvido no processo de treinamento e desenvolvimento é essencial ao seu sucesso na 
equipe de enfermagem.
43
MÉTODOS DE REPROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE
 Resumo
Nesta unidade, pudemos conhecer o conceito de Centro de Material 
e Esterilização (CME), o que é esse setor, sua estrutura física e recursos 
humanos presentes nele para que sejam desenvolvidas atividades próprias 
e muito particulares. 
Também tivemos contato com diversos equipamentos e materiais 
utilizados em CME, materiais que precisam ser validados e terem seu 
funcionamento monitorado pelo enfermeiro do CME, em parceria com a 
engenharia clínica e a manutenção especializada.
Por fim, conhecemos os riscos no CME, aos quais os profissionais de 
enfermagem podem estar sujeitos ao prestarem cuidados indiretos ao 
paciente no CME – entre eles, os riscos biológicos, físicos, químicos e 
ergonômicos – e os equipamentos de proteção individual recomendados 
para cada uma das atividades dos profissionais do CME. Ainda aprendemos 
sobre o papel de cada um dos membros de equipe de enfermagem do 
CME e a importância de valorizarmos o profissional que desenvolve 
suas atividades nesse setor para a qualidade e a satisfação dos clientes 
envolvidos na assistência.
 Exercícios
Questão 1. (SEPLAG, 2011) Nos termos da regulamentação normativa editada pela Anvisa, RDC 
nº 307/2002, quanto à internação de transplantados de medula óssea:
A) consente-se que as unidades de enfermagem e de apoio possam ser estabelecidas com um andar 
de diferença para o local da internação. 
B) exige-se uma subunidade exclusiva, com capacidade de, no mínimo, três quartos individuais. 
C) permite-se que a unidade de enfermagem atenda a outros pacientes, em quartos coletivos, junto 
com os transplantados. 
D) permite-se que os ambientes de apoio sejam compartilhados, mesmo que fora do andar da 
unidade de internação. 
E) permite-se a construção de quartos coletivos, com capacidade máxima de cinco pacientes.
Resposta correta: alternativa B. 
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Unidade I
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: é exigida uma subunidade exclusiva e um subposto de enfermagem.
B) Alternativa correta. 
Justificativa: para internação de transplantados de medula óssea é exigida uma subunidade exclusiva, 
com capacidade de no mínimo três quartos individuais com filtragem absoluta do ar interior no caso de 
transplantados alogênicos e um subposto de enfermagem. Vide Portaria MS/GAB nº 1.316, de 30/11/00, 
Regulamento técnico para transplante de

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