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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS DA BANCA CESPE, CEBRASPE - MÓDULO 2

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
QUESTÕES COMENTADAS 
CESPE/CEBRASPE 
 
CONCURSANDO PD 
2023 
2 
MÓDULO 
 
 
1. (2021 CESPE / CEBRASPE SEED-PRO) inciso XXII do artigo 7.º da 
Constituição Federal de 1988 estabelece que é direito dos trabalhadores a 
redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene 
e segurança. Quanto a esse tema, assinale a opção correta. 
a) Os riscos são intrínsecos aos processos produtivos, portanto é dever dos 
empregadores, e direito dos trabalhadores, reduzi-los por intermédio de uma 
normatização sanitária que contemple higiene e segurança. 
b) Os riscos ocupacionais decorrentes dos processos produtivos devem ser 
suportados por todos da sociedade, cabendo ao empregador cumprir as normas 
regulamentadoras e pagar os adicionais de insalubridade e periculosidade. 
c) Os riscos são extrínsecos aos processos produtivos, então cabe aos 
trabalhadores reduzi-los por intermédio de condutas que contemplem aspectos 
sanitários, de higiene e de segurança. 
d) Os riscos são vinculados aos processos produtivos, motivo pelo qual 
empregadores e trabalhadores devem reduzi-los por intermédio de uma 
normatização trabalhista que contemple aspectos sanitários, de higiene e de 
segurança. 
e) Os riscos são adstritos aos processos produtivos, tendo os empregadores a 
obrigação de eliminá-los por intermédio de uma normatização tripartite, via 
norma regulamentadora que contemple aspectos sanitários. 
COMENTÁRIO: 
O inciso XXII do artigo 7.º da Constituição Federal de 1988 estabelece que 
é direito dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança. Esse dispositivo 
constitucional é uma garantia fundamental que tem como objetivo proteger 
a saúde e a integridade física dos trabalhadores. 
É importante destacar que os riscos no ambiente de trabalho são 
intrínsecos aos processos produtivos, ou seja, fazem parte da atividade 
desenvolvida pela empresa. Por isso, é dever dos empregadores adotar 
medidas preventivas para reduzir esses riscos, garantindo um ambiente de 
trabalho seguro e saudável para seus empregados. 
Essas medidas preventivas devem ser pautadas em normas de saúde, 
higiene e segurança do trabalho, que são estabelecidas pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego e pela Secretaria de Inspeção do Trabalho. Essas 
normas são criadas para proteger os trabalhadores de riscos à sua saúde 
e segurança, como por exemplo, riscos químicos, físicos, biológicos, 
ergonômicos e de acidentes. 
Além disso, é direito dos trabalhadores ter acesso a informações claras e 
objetivas sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho e as medidas 
adotadas pela empresa para reduzi-los. É também direito dos 
 
 
trabalhadores receber treinamento e capacitação para lidar com esses 
riscos, de forma a evitar acidentes e doenças ocupacionais. 
Por fim, é importante lembrar que a redução dos riscos no ambiente de 
trabalho é uma responsabilidade compartilhada entre empregadores e 
trabalhadores. Os empregadores devem adotar medidas preventivas para 
reduzir os riscos, enquanto os trabalhadores devem cumprir as normas de 
saúde, higiene e segurança do trabalho e utilizar os equipamentos de 
proteção individual (EPIs) fornecidos pela empresa. Somente dessa forma 
é possível garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos. 
RESPOSTA: a. 
 
2. (2020 CESPE / CEBRASPE MPE-CE) Conforme a jurisprudência do STF, 
a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei, afaste sua incidência, no todo ou 
em parte, viola, especificamente, 
a) a cláusula de reserva de plenário. 
b) a presunção de constitucionalidade da lei. 
c) a sistemática do controle difuso de constitucionalidade. 
d) o princípio da motivação adequada das decisões judiciais. 
e) o princípio da segurança jurídica. 
COMENTÁRIO: 
Conforme a jurisprudência do STF, a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade 
de lei, afaste sua incidência, no todo ou em parte, viola a cláusula de 
reserva de plenário, que é a exigência de que a declaração de 
inconstitucionalidade ou a afirmação da inaplicabilidade de uma lei, por 
órgão do Poder Judiciário, seja realizada pelo respectivo Tribunal em sua 
composição plenária ou, onde houver, pela observância do quórum 
qualificado previsto em lei. 
A cláusula de reserva de plenário está prevista no artigo 97 da Constituição 
Federal e tem como finalidade assegurar a segurança jurídica e a harmonia 
do sistema constitucional, evitando que decisões individuais de juízes ou 
órgãos fracionários de tribunais possam ter o condão de afetar toda a 
ordem jurídica e social. 
RESPOSTA: a. 
 
 
 
 
 
3. (2020 CESPE / CEBRASPE TJ-PA) A autonomia do Estado para gerir 
negócios próprios, pela ação administrativa do governador, denomina-se 
a) autogestão. 
b) autolegislação. 
c) autoadministração. 
d) autogoverno. 
e) soberania. 
COMENTÁRIO: 
A) Autogestão: refere-se à capacidade de uma organização, empresa ou 
grupo se autogerir, sem a interferência externa, e geralmente está 
relacionada ao setor privado. 
B) Autolegislação: o termo autolegislação não é utilizado no contexto do 
direito público, e sim no âmbito do direito privado, em que as partes de um 
contrato têm a capacidade de estabelecer as próprias normas e condições 
contratuais. 
C) Autoadministração: como mencionado anteriormente no enunciado, a 
autoadministração é um dos princípios fundamentais do direito 
administrativo, que diz respeito à capacidade de a Administração Pública 
gerir seus próprios negócios, sem interferência de outro poder. 
D) Autogoverno: o termo autogoverno é mais utilizado para se referir à 
capacidade de governos locais, como estados e municípios, de se auto-
organizarem e administrarem seus próprios assuntos, sem interferência do 
governo federal. 
E) Soberania: a soberania refere-se à capacidade de um Estado de se 
autodeterminar e exercer o poder supremo sobre o seu território e 
população, sem interferência externa. A soberania não está diretamente 
relacionada à administração pública. 
RESPOSTA: c. 
 
4. (2020 CESPE / CEBRASPE TJ-PA) O STF é competente para julgar 
a) os governadores dos estados e do Distrito Federal em caso de crimes comuns. 
b) os desembargadores dos tribunais de justiça dos estados em caso de crimes 
de responsabilidade. 
c) os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias de um estado e 
autoridades administrativas de outro estado. 
d) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da 
União. 
 
 
e) lei local válida contestada em face de lei federal por meio de recurso 
extraordinário. 
COMENTÁRIO: 
O Supremo Tribunal Federal é competente para julgar recursos 
extraordinários que discutam a validade de leis e atos normativos 
estaduais e municipais em face da Constituição Federal. A competência do 
Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar recurso extraordinário que 
discuta a validade de lei ou ato normativo estadual ou municipal em face 
da Constituição Federal decorre do artigo 102, inciso III, alínea "a", da 
Constituição Federal. 
Essa competência inclui a hipótese de lei local válida contestada em face 
de lei federal, pois, em caso de conflito entre leis, a Constituição Federal é 
a norma hierarquicamente superior que deve ser observada. 
Assim, o STF é o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro, responsável 
por interpretar a Constituição Federal e julgar recursos extraordinários em 
matéria constitucional. Dessa forma, é competente para julgar questões 
relativas à aplicação da Constituição, incluindo a validade de leis e atos 
normativos estaduais e municipais em face da Constituição Federal. 
RESPOSTA: e. 
 
5. (2020 CESPE / CEBRASPE MPE-CE) Mudança noregime de imunidade 
parlamentar no plano federal 
a) é aplicável imediatamente aos deputados estaduais. 
b) será aplicável aos deputados estaduais depois de implementada a adaptação 
formal das constituições estaduais. 
c) não repercute nas imunidades de parlamentares estaduais, que são definidas 
nas constituições estaduais. 
d) repercute imediatamente nos deputados estaduais se for mais benéfica que o 
regime da respectiva constituição estadual. 
e) repercute nos deputados estaduais se for mais restritiva que o regime da 
respectiva constituição estadual, após adaptação formal desta. 
COMENTÁRIO: 
A mudança no regime de imunidade parlamentar no plano federal é 
aplicável imediatamente aos deputados estaduais. Isso se dá porque a 
Constituição Federal, em seu artigo 27, parágrafo 1º, estabelece que "será 
aplicável aos Deputados Estaduais, no que couber, o disposto nesta 
seção", referindo-se à seção que trata da imunidade parlamentar dos 
deputados federais e senadores. 
 
 
Assim, qualquer mudança na imunidade parlamentar dos deputados 
federais e senadores, seja por meio de emenda constitucional, lei ou 
decisão judicial, terá aplicação imediata aos deputados estaduais, sem 
necessidade de adaptação formal das constituições estaduais ou de 
qualquer outra medida. Isso ocorre porque a Constituição Federal prevê 
que as constituições estaduais devem respeitar os princípios e regras 
estabelecidos na Constituição Federal, e a aplicação imediata da mudança 
na imunidade parlamentar é uma decorrência desse princípio de hierarquia 
constitucional. 
RESPOSTA: a. 
 
6. (2020 CESPE / CEBRASPE TJ-PA) A possibilidade de exclusão de 
cometimento ilícito por parlamentares decorre do instituto denominado 
a) inviolabilidade. 
b) irrenunciabilidade. 
c) prerrogativa de foro. 
d) extinção de punibilidade. 
e) imunidade material. 
COMENTÁRIO: 
A imunidade material é uma prerrogativa assegurada aos parlamentares 
pelo artigo 53 da Constituição Federal de 1988, que estabelece que os 
deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer 
opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do mandato. Essa 
garantia tem como objetivo proteger a livre atuação dos parlamentares no 
exercício de suas funções, permitindo que possam se expressar livremente 
e votar de acordo com suas convicções sem receio de sofrerem 
represálias. 
No entanto, é importante destacar que a imunidade material não é absoluta. 
O texto constitucional estabelece algumas exceções, como no caso de 
crimes inafiançáveis cometidos em flagrante, em que os parlamentares 
podem ser presos em flagrante e ficam à disposição da Casa Legislativa 
respectiva para que esta delibere sobre a prisão. Além disso, a imunidade 
material não protege os parlamentares em caso de abuso de prerrogativas, 
como o uso indevido da tribuna para ofender ou caluniar alguém, por 
exemplo. Nesses casos, os parlamentares podem ser processados e 
responsabilizados pelos seus atos, mesmo que tenham sido praticados no 
exercício do mandato. 
Dessa forma, a imunidade material é uma prerrogativa importante para a 
garantia da independência e autonomia dos parlamentares no exercício de 
suas funções. No entanto, é preciso ter em mente que essa garantia não é 
 
 
absoluta e que os parlamentares não estão acima da lei, podendo ser 
responsabilizados por seus atos, inclusive aqueles praticados no exercício 
do mandato, desde que não se enquadrem nas exceções previstas pela 
Constituição. 
RESPOSTA: e. 
 
7. (2020 CESPE / CEBRASPE MPE-CE) Acerca da teoria do poder 
constituinte, julgue os seguintes itens. 
I Constituição superveniente torna inconstitucionais leis anteriores com ela 
conflitantes. 
II Uma vez aprovada proposta de emenda constitucional pelo Congresso 
Nacional em exercício do seu poder constituinte derivado reformador, não 
haverá sanção ou veto pelo presidente da República. 
III Norma anterior não será recepcionada se sua forma não for mais 
admitida pela Constituição superveniente, ainda que seu conteúdo seja 
compatível com esta. 
Assinale a opção correta. 
a) Apenas o item I está certo. 
b) Apenas o item II está certo. 
c) Apenas os itens I e III estão certos. 
d) Apenas os itens II e III estão certos. 
e) Todos os itens estão certos. 
COMENTÁRIO: 
O item I está incorreto, pois uma Constituição superveniente não torna 
automaticamente inconstitucionais leis anteriores que com ela conflitam. 
A inconstitucionalidade de leis anteriores é declarada pelo Poder 
Judiciário, que tem o papel de interpretar e aplicar a Constituição às 
situações concretas. 
O item II está correto ao afirmar que uma vez aprovada a proposta de 
emenda constitucional pelo Congresso Nacional em exercício do seu poder 
constituinte derivado reformador, não haverá sanção ou veto pelo 
Presidente da República. No entanto, é importante lembrar que, após a 
aprovação da PEC, a mesma deve ser promulgada pelo Presidente do 
Senado Federal e publicada no Diário Oficial da União, para que produza 
seus efeitos. 
O item III está incorreto ao afirmar que uma norma anterior não será 
recepcionada se sua forma não for mais admitida pela Constituição 
superveniente, ainda que seu conteúdo seja compatível com esta. Na 
 
 
verdade, a recepção das normas anteriores é um fenômeno que ocorre 
quando uma nova Constituição é promulgada, e consiste em verificar a 
compatibilidade entre as normas anteriores e a nova ordem constitucional. 
As normas anteriores que forem compatíveis com a nova Constituição são 
recepcionadas e continuam em vigor, enquanto as incompatíveis são 
revogadas. O que pode ocorrer é a revogação de uma norma anterior que 
seja incompatível com a nova forma de Estado ou de governo estabelecida 
na Constituição superveniente. 
RESPOSTA: b. 
 
8. (2020 CESPE / CEBRASPE TJ-PA) Assinale a opção que apresenta um 
princípio que rege as relações internacionais do Brasil. 
a) prevalência dos direitos humanos 
b) garantia do desenvolvimento nacional 
c) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
d) pluralismo político 
e) construção de sociedade livre, justa e solidária 
COMENTÁRIO: 
O princípio da prevalência dos direitos humanos é um dos fundamentos da 
ordem internacional que o Brasil busca promover e está previsto na 
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 4º, inciso II. Segundo esse 
princípio, os direitos humanos devem prevalecer sobre outras normas e 
interesses, tanto no âmbito interno quanto no plano internacional. 
Isso significa que, nas relações internacionais, o Brasil deve defender e 
promover os direitos humanos em todas as suas dimensões - civil, política, 
econômica, social e cultural -, garantindo o respeito à dignidade da pessoa 
humana em todos os países e em todas as circunstâncias. Além disso, o 
país deve atuar para a universalização dos direitos humanos, ou seja, para 
que todas as pessoas, em qualquer parte do mundo, tenham acesso a 
esses direitos. 
O princípio da prevalência dos direitos humanos tem implicações práticas 
em diversas áreas da cooperação internacional, como o comércio, o meio 
ambiente, a segurança internacional, entre outras. Em relação ao comércio, 
por exemplo, o Brasil busca promover acordos comerciais que respeitem 
os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, evitando a 
exploração de trabalhadores e a degradação do meio ambiente. No âmbito 
ambiental, o país busca cooperar com outros países para proteger a 
biodiversidade e combater as mudanças climáticas, levando em conta os 
direitos das comunidades tradicionais e dos povos indígenas. 
 
 
Além disso, o Brasil também participa de organizações internacionais que 
têm como objetivo promover os direitos humanos, como a ONU e a OEA. 
Nessas organizações, o país atua para garantir que os direitos humanos 
sejam considerados em todas as suas atividades e que as violaçõesdesses 
direitos sejam denunciadas e punidas. 
As outras opções apresentadas na questão não correspondem a princípios 
que regem diretamente as relações internacionais do Brasil, conforme 
estabelecido pela Constituição Federal e pelas políticas públicas do país. 
• Garantia do desenvolvimento nacional: embora o desenvolvimento 
nacional seja um objetivo importante para o Brasil, este não é um 
princípio que rege as relações internacionais do país. A busca pelo 
desenvolvimento deve ser conciliada com outros valores e 
interesses, como a promoção dos direitos humanos e a preservação 
do meio ambiente, e não pode ser vista como uma finalidade em si 
mesma. 
• Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: embora esses 
valores sejam importantes para a ordem econômica e social do país, 
eles não são princípios que regem diretamente as relações 
internacionais do Brasil. A livre iniciativa é um dos pilares do sistema 
econômico brasileiro, mas não deve ser vista como um valor 
absoluto, e sim em harmonia com outros princípios constitucionais, 
como a justiça social e a defesa do meio ambiente. 
• Pluralismo político: embora a democracia e a pluralidade política 
sejam valores importantes para a ordem interna do Brasil, eles não 
são princípios que regem diretamente as relações internacionais do 
país. A defesa da democracia pode ser um objetivo da política 
externa brasileira, mas não pode ser vista como um princípio 
absoluto, e sim em harmonia com outros princípios, como a defesa 
dos direitos humanos e a promoção da paz e da cooperação 
internacional. 
• Construção de sociedade livre, justa e solidária: embora este seja 
um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, 
conforme estabelecido pela Constituição Federal, ele não é um 
princípio que regula diretamente as relações internacionais do país. 
A construção de uma sociedade livre, justa e solidária deve ser vista 
como um objetivo a ser perseguido em todas as esferas da vida 
nacional, incluindo as relações internacionais, mas não pode ser 
vista como um princípio absoluto que orienta todas as ações do país 
no plano internacional. 
RESPOSTA: a. 
 
 
 
 
9. (2020 CESPE / CEBRASPE MPE-CE) Segundo a CF, o Conselho 
Nacional do Ministério Público (CNMP) 
a) conta obrigatoriamente com advogados públicos e juízes na sua composição. 
b) é competente para exercer o controle da atuação administrativa e financeira 
do Ministério Público. 
c) pode rever, desde que mediante provocação, processos disciplinares de 
membros do Ministério Público. 
d) escolherá, em votação secreta, um corregedor nacional, dentre todos os 
membros integrantes do CNMP. 
e) é presidido pelo corregedor nacional do Ministério Público. 
COMENTÁRIO: 
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é um órgão do 
Ministério Público da União (MPU), previsto no artigo 130-A da Constituição 
Federal de 1988. Suas atribuições estão previstas na Lei Complementar nº 
75/1993 e na Resolução nº 174/2017 do próprio CNMP. 
Dentre as atribuições do CNMP, destaca-se o controle da atuação 
administrativa e financeira do Ministério Público, conforme previsto no 
artigo 130-A, parágrafo 2º, inciso II, da Constituição Federal. Isso significa 
que o CNMP tem a competência de fiscalizar a gestão financeira e 
administrativa dos órgãos do Ministério Público brasileiro, a fim de garantir 
a eficiência, eficácia e transparência na aplicação dos recursos públicos. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
As demais alternativas apresentadas na questão são incorretas: 
• Alternativa A: o CNMP é composto por 14 membros, sendo 4 membros 
do Ministério Público da União, 3 membros do Ministério Público dos 
Estados, 2 juízes, 2 advogados e 3 cidadãos de notável saber jurídico 
e reputação ilibada. Portanto, a presença de advogados públicos e 
juízes não é obrigatória. 
• Alternativa C: o CNMP não pode rever processos disciplinares de 
membros do Ministério Público de ofício, mas somente mediante 
provocação. 
• Alternativa D: o corregedor nacional do Ministério Público é escolhido 
pelos membros do CNMP, mas não necessariamente em votação 
secreta. Além disso, o corregedor nacional não preside o CNMP. 
• Alternativa E: o CNMP é presidido por um membro do Ministério 
Público, escolhido pelos próprios membros do Conselho. O 
corregedor nacional do Ministério Público exerce funções de 
fiscalização e controle, mas não preside o CNMP. 
RESPOSTA: b. 
 
 
10. (2020 CESPE / CEBRASPE MPE-CE) 
Art. 5.º. (...) LVIII – o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 
Art. 18. (...) § 1.º Brasília é a Capital Federal. 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) 
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
Brasil. Constituição (1988). Constituição da República 
Federativa do Brasil. Brasília – DF: Senado Federal, 1988. 
Quanto ao grau de eficácia, as normas constitucionais precedentes classificam-
se, respectivamente, como de eficácia 
a) programática, plena e contida. 
b) limitada, plena e contida. 
c) contida, limitada e plena. 
d) plena, contida e limitada. 
e) contida, plena e limitada. 
COMENTÁRIO: 
Uma norma constitucional de eficácia plena é aquela que produz efeitos 
jurídicos imediatos, sem necessidade de regulamentação. O artigo 18, §1º 
da Constituição Federal é um exemplo disso, pois estabelece que Brasília 
é a Capital Federal, e essa disposição já é aplicável desde a promulgação 
da Constituição. 
Já uma norma de eficácia limitada é aquela que precisa de lei para produzir 
seus efeitos. O artigo 153, inciso VII da Constituição é um exemplo disso, 
pois estabelece que compete à União instituir impostos sobre grandes 
fortunas, mas a aplicação desse dispositivo depende da edição de uma lei 
complementar para regulamentar o imposto e definir as condições e 
limitações para sua cobrança. 
Por fim, a norma constitucional de eficácia contida é aquela que estabelece 
uma regra geral, mas admite exceções previstas em lei. O artigo 5º, inciso 
LVIII da Constituição é um exemplo disso, pois estabelece que o civilmente 
identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. Assim, embora essa norma assegure a proteção 
à intimidade e à vida privada, a lei pode prever situações em que a 
identificação criminal é necessária. 
RESPOSTA: e.

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