Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Camila Mayumi Nakata-Osaki Universidade Federal do ABC camila.nakata@ufabc.edu.br Verificação da influência dos parques verdes no conforto térmico urbano em Santo André - SP Larissa Barbosa de Oliveira Universidade Federal do ABC barbosa.oliveira@aluno.ufabc.edu.br Caio Roberto de Souza Universidade Federal do ABC caio.souza@aluno.ufabc.edu.br 973 9o CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEJAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2021 DIGITAL) Pequenas cidades, grandes desafios, múltiplas oportunidades 07, 08 e 09 de abril de 2021 VERIFICAÇÃO DA INFLUÊNCIA DOS PARQUES VERDES NO CONFORTO TÉRMICO URBANO EM SANTO ANDRÉ - SP C. M. Nakata-Osaki, L. B. Oliveira, C. R. Souza RESUMO O rápido crescimento populacional no mundo e a aceleração da urbanização levaram a perda de qualidade ambiental, como a rápida destruição da camada vegetal e a formação de ilhas de calor, causando impactos no conforto térmico urbano. Este artigo tem por objetivo verificar a influência dos parques verdes no conforto térmico urbano em Santo André – SP utilizando análise espacial estatística. A metodologia contou com medições de temperatura do ar e umidade relativa em treze pontos no interior e arredores de um parque verde no município de Santo André, além do cálculo do Índice de Temperatura Efetiva. Os dados levantados foram analisados em plataforma SIG. Os resultados obtidos demonstraram a importância da presença de grandes áreas verdes em áreas urbanas com efeitos positivos para o conforto térmico. Além disso, a investigação contribui com informações sobre a relação entre a distância de área verde e a melhoria nas condições de conforto térmico. 1 INTRODUÇÃO A melhoria do bem-estar da população pode ser proporcionado a partir do conforto térmico pela presença de vegetação. Isso é um importante argumento para tomadas de decisão no que tange o planejamento urbano e as políticas públicas, visando a preservação das áreas verdes existentes no contexto urbano e fomento a criação de mais áreas verdes. Essas áreas verdes fazem parte dos espaços livres urbanos, cumprindo funções de relevância ecológica, estética e social. Parte da fauna da cidade, como as aves, por exemplo, dependem da arborização para abrigo e alimentação, e são um dos grandes responsáveis pelo controle de pragas. Além da função social e a democratização dos espaços públicos destinados ao lazer e recreação, são provedores de estética e harmonização dos diferentes estilos arquitetônicos existentes nas cidades. Suas árvores e composições vegetais promovem o vínculo da população com a natureza e existem também outras características das áreas verdes, como a promoção de sombreamento pelas copas de árvores densas e o favorecimento da ventilação natural, que contribuem para o conforto térmico da população. Nestes exemplos citados, pode-se entender que a função e uso dos espaços livres nas áreas urbanas está intimamente associada aos elementos que a compõem. Em relação ao conforto térmico, os espaços livres que possuem arborização em sua composição apresentam funcionalidades diretas importantes. As árvores atuam contribuindo para uma ambiência urbana agradável, proporcionando condição de sombra, frescor e ornamento. Um benefício que pode ser proporcionado de forma indireta pela presença da arborização seria uma redução no consumo de energia elétrica nas estações quentes, resultante da menor necessidade do uso de climatização artificial em determinados ambientes. O presente trabalho é um estudo de caso da influência dos Parques Verdes sobre o conforto térmico de suas imediações. Intenciona-se verificar a partir de medições de dados climáticos e cálculo do índice Temperatura Efetiva as condições de conforto térmico que as áreas verdes proporcionam ao seu entorno. As áreas escolhidas situam-se na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), uma região de alta industrialização, urbanização e densidade demográfica. O objetivo geral deste trabalho é avaliar a influência das áreas verdes no conforto térmico dentro de áreas urbanas. O objetivo específico é quantificar a influência de áreas verdes no conforto térmico através da medição da temperatura do ar e da umidade relativa em pontos com diferentes localizações e distâncias em relação às áreas verdes. Dessa forma, foram realizadas medições de temperatura e umidade relativa do ar nas áreas de estudo. As amostragens foram selecionadas partindo-se do interior das áreas verdes para seu exterior, em área densamente urbanizada e homogênea. Os dados obtidos foram utilizados para mensurar a influência das áreas verdes no conforto térmico. Em suma, a hipótese do presente estudo é que exista uma relação crescente de conforto térmico relacionado a proximidade e presença da vegetação das áreas verdes. 2 ÁREAS VERDES E O CONFORTO TÉRMICO A composição dos cenários urbanos é a de um meio alterado e em perpétua modificação, seja pelo aumento da atividade urbana, a intensificação do uso de veículos automotores, adensamento das edificações, a dominância das superfícies impermeabilizadas, redução das áreas verdes e alteração das existentes (MASCARÓ e MASCARÓ, 2009). Em função disto, as áreas verdes urbanas desempenham importantes funções em diferentes âmbitos, sendo estas de cunho: ecológico, proporcionando aumento do conforto térmico, controle da poluição do ar e acústica, interceptação das águas das chuvas, e abrigo à fauna; de cunho estético e paisagístico com a valorização visual e ornamental do ambiente e diversificação da paisagem construída; bem como de lazer para recreação da população por ela beneficiada (BARGOS e MATIAS, 2011). A forma de análise da influência da vegetação para o conforto térmico se dá a partir de métodos conhecidos como índices de conforto térmico. Esses utilizam dados de variáveis meteorológicas para obter a definição dos níveis de estresse térmico. Deste modo os parâmetros mais utilizados são Temperatura do Ar, Umidade Relativa do Ar, Temperatura do Bulbo Seco, Temperatura do Bulbo Úmido e Velocidade do Ar. Ono e Kawamura (1991) desenvolveram o conceito de temperatura efetiva com base na sensibilidade individual, temperatura do ar e efeito combinado à umidade relativa, não levando em consideração os efeitos do vento (Equação1, adaptada por Coêlho et al., 2010): Te = T – 0,4 [(1 – UR/100)*(T – 10)] (1) Onde: Te: temperatura efetiva em ºC; T: temperatura média do ar em ºC; UR: umidade relativa do ar em %. A Tabela 1 apresenta uma classificação da Temperatura Efetiva sobre as sensações térmicas, o estado em relação ao conforto e as respostas físicas do corpo a diferentes valores de temperatura efetiva. Tabela 1 - Classificação do Índice de Conforto Térmico, segundo Garcia (1995) apud Gomes e Amorim (2003) Classificação da Temperatura Efetiva Temperatura Efetiva Sensação Térmica Conforto Resposta Física 40°C Muito Quente Muito Incômodo Problema de Regulação 35°C Quente Aumento da tensão por transpiração e aumento do fluxo sanguíneo 30°C Temperado Regulação normal por transpiração e troca vascular 25°C Neutro Cômodo Regulação Vascular 20°C Ligeiramente Fresco Ligeiramente Cômodo Aumento as perdas por calor seco 15°C Frio Incômodo Vasocontrição nas mãos e nos pés 10°C Muito Frio Estremecimento Fonte: Garcia (1995) apud Gomes e Amorim (2003). A função dos remanescentes de vegetação no clima é fundamental para o conforto térmico e qualidade de vida no contexto urbano, a vegetação contribui para regulação de variáveis como temperatura do ar e umidade, e estas variáveis ambientais têm grande importância para a determinação das diferentes faixas de conforto térmico (SOUZA e NERY, 2013). De um modo geral, a infraestrutura verde fornece serviços ecossistêmicosrelacionados à saúde e ao clima em ambientes urbanos. A ausência dessa contribui para o aumento da temperatura do ar com o aquecimento das superfícies (pisos, fachadas e coberturas) atingidas pela insolação, assim como a redução de superfícies evaporativas que realizam trocas térmicas úmidas (SHINZATO e DUARTE, 2018). Ademais, cabe salientar, que há uma tendência dentro da produção acadêmica, e esta diz respeito ao uso dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) com fins a analisar dados que influem no conforto térmico. Os SIGs são ferramentas computacionais que auxiliam no processamento, modelagem e análise de dados descritos e referenciados à sua localização espacial. Um artigo relevante para o desenvolvimento dessa pesquisa foi escrito por Marcelo Rodrigues de Ávila e Andréia Medinilha Pancher, publicado em 2015 pela Revista Brasileira de Cartografia. Este estudo teve como objetivo mapear e analisar as áreas verdes na cidade de Americana – SP, fornecendo subsídios para a mensuração da qualidade ambiental urbana. O mapeamento das áreas verdes foi realizado através do mosaico de fotografias de aéreas de 2008, utilizando-se o SIG/ArcGIS 9.3 para georreferenciamento, tratamento e análise, para posterior integração de dados censitários do IBGE. (ÁVILA e PANCHER, 2015) Outra publicação relevante foi escrita por Luiz Eduardo Vieira de Arruda e Paulo Roberto de Souza Silveira sobre o Índice de área verde e de cobertura vegetal no perímetro urbano central do município de Mossoró-RN, com o objetivo de estudar a qualidade ambiental e de vida dos habitantes da região. Foram utilizadas técnicas de geoprocessamento e análise espacial com base em informações geográficas (SIG), a partir de dados cadastrais obtidos através de imagens gratuitas de satélites e processadas por softwares gratuitos obtidos junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (ARRUDA et al., 2013). 3 MATERIAIS E MÉTODOS Como procedimentos metodológicos foram realizadas medições de temperatura e umidade relativa do ar nas áreas de estudo. As amostragens foram realizadas partindo-se do interior das áreas verdes para seu exterior em uma área densamente urbanizada e homogênea, sendo que suas localizações foram espacializadas em um SIG. Os dados obtidos foram utilizados para mensurar a influência das áreas verdes no conforto térmico, utilizando-se a Equação 1 (temperatura efetiva). 3.1 Área de estudo A área de estudo localiza-se dentro da Região Metropolitana de São Paulo, mais especificamente dentro do município de Santo André. Santo André compõe a Região do ABC, conjuntamente com os municípios de São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. O município conta com uma população de aproximadamente 715 mil habitantes, distribuídos em uma área de 175 quilômetros quadrados (IBGE, 2010). Santo André possui um clima subtropical úmido mesotérmico, e de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger é do tipo Cfb (Clima temperado, com verão ameno), apresenta temperatura média anual em torno dos 19 graus Celsius. O município está sujeito a fatores fisiográficos e atmosféricos da Serra do Mar e o Planalto Atlântico, que influem na temperatura, precipitação e umidade relativa. A proximidade com a Serra do Mar e a sua topografia proporcionam índices pluviométricos entre 3000 e 4000 milímetros anualmente (SANTO ANDRÉ, 2016). Para escolha da área de estudo foi utilizado como critério uma área que se apresentasse próxima à alguma área verde e que tivesse uma vizinhança de característica homogênea no tocante às construções civis. Tal critério tem como propósito atenuar a influência das diferentes geometrias e formatações das construções sobre a temperatura e umidade do ar para favorecer a investigação da influência da vegetação sobre esses parâmetros. Dessa forma, a área de estudo selecionada localiza-se nas imediações do Parque Pignatari. O Parque Pignatari possui extensa vegetação em área urbana, composta predominantemente por casas térreas, além de ruas e avenidas que possuem pavimentação https://dialnet.unirioja.es/servlet/autor?codigo=5065211 https://dialnet.unirioja.es/servlet/autor?codigo=5065212 https://dialnet.unirioja.es/servlet/autor?codigo=5065212 com revestimento asfáltico, apresentando comércio local de baixa movimentação. Utilizando o Sistema de Informações Georreferenciadas QGis, têm-se que em termos de dimensão o Parque Pignatari conta com um perímetro aproximado de 835 metros e uma área total de 37.120 metros quadrados. Os pontos amostrais selecionados na área de estudo localizam-se em parte no interior do parque e, em parte, nas imediações. Esses pontos foram plotados no mapa para facilitar a visualização dos dados e a análise da relação entre a temperatura do ar e a área verde (Figura 1). Em cada local de interesse, foram escolhidos pontos de coleta de dados identificados com a utilização da Aplicação para dispositivos móveis “Bússola” desenvolvido pela Apple (nativo para sistemas IOS) e “GPS Câmera 55. Foto Geo” desenvolvido pela Kalimex- Consulting, que fornece a posição geográfica de cada ponto, de modo conjunto às fotografias. Fig. 1 Mapa com pontos de medição – Parque Pignatari Neste estudo foi considerada a metodologia utilizada por Shashua-Bar e Hoffman (2000), na qual são tomados pontos com características distintas, sendo um grupo de pontos com abundante vegetação e outro grupo com pontos com características urbanas sem vegetação, para análise do efeito moderador na temperatura. Para cada dia de medição foram escolhidos três horários de medição, 9 horas, 12 horas e 15 horas, sendo que para cada horário estabelecido foram feitas coletas em um intervalo de 15 minutos de duração do primeiro ao último ponto, permitindo um total de 13 coletas. As medições foram realizadas na estação de verão, no dia 14 de março de 2020. 3.2 Equipamentos Foi utilizado para a realização das medições de temperatura e umidade relativa do ar um Termo-Higrômetro Digital Instrutemp ITHT 2210. Equipamento de alta precisão para a medição da temperatura ambiente e umidade relativa que apresenta baixo consumo de energia, operação estável, retenção de dados e memória máxima e mínima. O equipamento possui resolução de 0.01ºC e 0.02ºF (neste estudo utilizou-se apenas medições de temperatura em ºC) e 0.03% para medições de umidade relativa. A faixa de medição de temperatura se situa entre -40°C e 70°C ou -40°F e 158°F, e valores de 0% a 100% para taxa de umidade relativa. O mesmo possui tempo de resposta, segundo o fabricante, de cerca de 4 segundos necessários para medição de umidade relativa e cerca de 5 a 30 segundos para medição de temperatura. Considerando também a margem de erro de ±1ºC e ±0.9ºF para medições de temperatura, e ± 4.5% para umidade relativa. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Esta seção está organizada na apresentação das localizações (distâncias em metros) dos pontos de amostragem, dos dados levantados de temperatura do ar e de umidade relativa, e dos dados obtidos de temperatura efetiva. Para o conjunto de análises, foi realizada a medição da distância do ponto inicial de amostragem em relação aos demais pontos. Essas medidas foram realizadas com uso do software de Geoprocessamento QGis, o qual permitiu a conexão entre os pontos através de linhas e a mensuração de distâncias através destas (Figura 2). Os dados de temperatura do ar levantados, nos três horários de análise, estão apresentados no gráfico da Figuras 3 e Tabela 2 contendo os valores correspondentes. Foi observado que os maiores valores de temperatura foram obtidos no turno das 12 horas, apresentando uma elevação da temperatura de 29,32ºC para 35,18ºC do ponto mais interno ao parque até o ponto mais distante, correspondendo a um aumento de 5,86ºC. No horário das 9h esseaumento correspondeu a 6,25ºC. E no horário das 15h esse aumento foi de 3,8ºC. Isso demonstra que, para os três horários, a relação da proximidade com a área verde com a temperatura do ar é negativa. Fig. 2 Cálculo de Distâncias entre os pontos no Parque Pignatari Fig. 3 Gráfico de medições de temperatura do ar - dia 14/03/20 Tabela 2 - Temperatura do Ar no Parque Pignatari dia 14/03/20. Ponto Referência Elevação (m) Horário T (°C) Horário T (°C) Horário T (°C) 1 23°37'48"S 46°31'50"W 760 9:00 23,07 12:00 29,32 15:00 28,62 2 23°37'45"S 46°31'50"W 770 9:01 23,25 12:01 28,85 15:01 28,66 3 23°37'44"S 46°31'51"W 770 9:02 23,30 12:02 28,70 15:03 29,00 4 23°37'42"S 46°31'53"W 770 9:04 23,25 12:04 29,12 15:04 29,45 5 23°37'41"S 46°31'54"W 760 9:05 23,37 12:05 29,28 15:05 29,43 6 23°37'39"S 46°31'55"W 760 9:06 25,32 12:06 31,16 15:06 30,19 7 23°37'38"S 46°31'56"W 760 9:07 27,16 12:07 32,54 15:07 30,30 8 23°37'37"S 46°31'58"W 750 9:09 28,31 12:09 33,45 15:08 30,41 9 23°37'35"S 46°31'60"W 760 9:10 28,40 12:10 33,18 15:10 30,26 10 23°37'34"S 46°32'2"W 760 9:11 28,27 12:11 34,80 15:11 31,00 11 23°37'32"S 46°32'4"W 760 9:13 28,81 12:13 35,21 15:13 30,16 12 23°37'29"S 46°32'6"W 760 9:14 29,37 12:14 36,00 15:14 30,85 13 23°37'29"S 46°32'9"W 760 9:16 29,32 12:16 35,18 15:15 32,42 Quanto à umidade relativa, conforme pode ser observado no gráfico da Figura 4 e na Tabela 3, ela é significativamente mais elevada no interior do parque do que no seu entorno. Às 9 horas a diferença no valor de umidade relativa do ar entre o ponto localizado mais internamente ao parque e o mais distante foi de 18,22%, às 12h a diferença foi de 12,15% e às 15h a diferença foi de 10,80%. Isso demonstra que, para os três horários, a relação da proximidade com a área verde com a umidade relativa do ar é positiva. Fig. 4 Gráfico de medições de umidade relativa do ar - dia 14/03/20 Tabela 3 - Umidade Relativa do Ar no Parque Pignatari 14/03/20. Ponto Referência Elevação (m) Horário U.R. (%) Horário U.R. (%) Horário U.R. (%) 1 23°37'48"S 46°31'50"W 760 9:00 75,04 12:00 54,34 15:00 64,74 2 23°37'45"S 46°31'50"W 770 9:01 75,08 12:01 53,48 15:01 65,04 3 23°37'44"S 46°31'51"W 770 9:02 74,52 12:02 53,59 15:03 65,19 4 23°37'42"S 46°31'53"W 770 9:04 74,34 12:04 52,56 15:04 63,71 5 23°37'41"S 46°31'54"W 760 9:05 74,32 12:05 51,36 15:05 63,25 6 23°37'39"S 46°31'55"W 760 9:06 68,52 12:06 47,92 15:06 60,96 7 23°37'38"S 46°31'56"W 760 9:07 63,40 12:07 44,22 15:07 60,11 8 23°37'37"S 46°31'58"W 750 9:09 60,14 12:09 42,55 15:08 59,53 9 23°37'35"S 46°31'60"W 760 9:10 58,99 12:10 42,59 15:10 60,53 10 23°37'34"S 46°32'2"W 760 9:11 57,50 12:11 38,99 15:11 57,94 11 23°37'32"S 46°32'4"W 760 9:13 56,14 12:13 38,65 15:13 56,61 12 23°37'29"S 46°32'6"W 760 9:14 56,04 12:14 37,38 15:14 57,60 13 23°37'29"S 46°32'9"W 760 9:16 56,82 12:16 42,19 15:15 53,94 Os resultados obtidos pelo cálculo de Temperatura Efetiva (Te) são apresentados pela Tabela 4 e gráficos das Figuras 5, 6 e 7, os quais representam os valores de Te para as 9h, 12h e 15h, respectivamente. Tabela 4 - Valores de Temperatura Efetiva obtidos para 9h, 12h e 15h Ponto Distância (m) Te (°C) 9h Te (°C) 12h Te (°C) 15h 1 0 21,77 25,79 25,99 2 92,76 21,93 25,34 26,05 3 127,49 21,94 25,23 26,35 4 207,43 21,89 25,49 26,63 5 249,3 22,00 25,53 26,57 6 328,62 23,39 26,75 27,04 7 367,11 24,65 27,51 27,06 8 420,59 25,39 28,06 27,11 9 505,96 25,38 27,86 27,06 10 570,17 25,16 28,75 27,47 11 662,59 25,51 29,02 26,66 12 764,28 25,96 29,49 27,31 13 826,4 25,98 29,36 28,29 Fig. 5 Gráfico de distribuição da Temperatura Efetiva – 9h do dia 14/03/20 Às 9h os valores de Te variam de 21,77ºC a 25,98ºC, estando em sua maior parte na classificação de sensação térmica (Tabela 1) de “ligeiramente fresco” para “neutro” e na classificação de conforto de “ligeiramente cômodo” para cômodo. Em relação à resposta física, há um aumento das perdas por calor seco e regulação vascular. Fig. 6 Gráfico de distribuição da Temperatura Efetiva – 12h do dia 14/03/20 Às 12h os valores de Te variam de 25,79ºC para 29,36ºC, correspondendo à sensação térmica de “neutro” à “temperado”, de conforto de “cômodo” tendendo ao incômodo, e de resposta física de “regulação vascular” para “regulação normal por transpiração e troca vascular”. Fig. 7 Gráfico de distribuição da Temperatura Efetiva – 15h do dia 14/03/20 Às 15h é notado uma tendência com menor elevação do ponto 1 em relação ao ponto 13, mas com valores em sua maioria mais altos que nos outros horários analisados, partindo de Te de 25,99ºC (ponto 1) para 28,29ºC (ponto 13). Dessa forma, a classificação de sensação térmica, conforto e resposta física é a mesma analisada para os valores obtidos às 12h. Com os resultados obtidos, pode-se notar que os valores de Te obtidos nos pontos localizados internamente ao parque proporcionam sensação, em relação ao conforto, de ligeiramente cômodo (sensação de ligeiramente fresco) para às 9h e de neutralidade para às 12h e 15h. Os pontos localizados fora da área verde proporcionaram sensação de conforto mais próximo de neutralidade às 9h, mas com tendência a um ligeiro desconforto por calor às 12h e 15h, podendo causar resposta física de transpiração. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo permitiu, a partir de uma abordagem simples, verificar a influência nas condições de conforto térmico proporcionado pela presença de parques verdes em área densamente urbanizada. Pôde ser constatado que, principalmente para os horários da tarde, a presença de área verde melhora as condições de conforto térmico na estação de verão e que a medida que a distância aumenta em relação à área verde, a possibilidade de haver maior desconforto térmico por calor aumenta. O resultado da pesquisa demonstra a importância da presença de grandes áreas verdes em áreas urbanas com efeitos positivos para o conforto térmico. 6 REFERÊNCIAS Arruda, L. E. V., Silveira, P. R. S., Vale, H. S. M., Silva, P. C. M. (2013) Índice de área verde e de cobertura vegetal no perímetro urbano central do município de Mossoró-RN, Revista Verde. Mossoró – RN. v. 8, n. 2, p.13 – 17 abr – jun. Ávila, M. R. e Pancher, A. M. (2015) Estudo das áreas verdes urbanas como indicador de qualidade ambiental no município de Americana – SP, Revista Brasileira de Cartografia, v. 67, n. 3, 2 jul. Bargos, D. C. e Matias, L. F. (2011) Áreas Verdes Urbanas: Um Estudo de Revisão e Proposta Conceitual, Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v.6, n.3, p.172-188. Coêlho, S. M., Gonçalves, T. F., Latorre, O. M. (2010) Statistical Analysis Aiming at Predicting Respiratory Tract Disease Hospital Admissions from Environmental Variables in the City of São Paulo, Journal of Environmental and Public Health. García, F. F. (1995) Manual de climatologia aplicada: clima, medio ambiente y planificación, Madrid: Editorial síntesis S. A. Gomes, M. A. S. e Amorim, M. C. C. T. (2003) Arborização e conforto térmico no espaço urbano: estudo de caso nas praças públicas de Presidente Prudente (SP). Caminhos de Geografia, v. 4, n. 10. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (2011) Censo demográfico – 2010, Rio de Janeiro. Mascaró, L. e Mascaró, J. J. (2009) Ambiência urbana, 3 ed. Masquatro Editora, Porto Alegre. Ono, H-S. P. e Kawamura, T. (1991) Sensible climates in monsoon Asia, International Journal of Biometeorology, 35(1):39–47. SANTO ANDRÉ. (2016) Anuário de Santo André – Ano Base 2015, Santo André. Shashua-Bar, L. e Hoffman, M. E. (2000) Vegetation as a Climatic Componentin the Design of a Urban Street: An Empirical Model for Predicting the Cooling Effect of Urban Green Areas with Trees, Energy and Buildings, v. 31, p. 221-235. Shinzato, P. e Duarte, D. H. S. (2018) Impacto da vegetação nos microclimas urbanos e no conforto térmico em espaços abertos em função das interações solo-vegetação-atmosfera. Ambiente construído, Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 197-215. Souza, D. M. e Nery, J. T. (2013) O Conforto térmico na perspectiva da Climatologia Geográfica. Geografia (Londrina), v. 21, n. 2, p. 65-83.
Compartilhar