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E-book _ Fundamentos de Enfermagem

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Responsável Técnico: Maria Lígia Said Sena (CRB11/1098) 
Biblioteca CEUNI-FAMETRO
FAMETRO
Av. Djalma Batista, Nossa Sra. das Gracas. Manaus, AM
Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro
 C198f Campos, Soraia Santos Tatikawa. 
 Fundamentos de Enfermagem / Soraia Santos Tatikawa Campos. – Manaus: 
FAMETRO, 2021.
 149 p. 
 ISBN: 978-85-64293-14-4
 1. Saúde. 2. Enfermagem. 3. Moderna. 4. Humanização. I. CEUNI-
FAMETRO. II. Título.
 CDU.:616-083 
 
Todos os direitos reservados © FAMETRO
IME Instituto Metropolitano de Ensino Ltda
Wellington Lins de Albuquerque | Presidente - IME
Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque | Reitora
Cinara da Silva Cardoso | Vice-Reitora
Iyad Amado Hajoj | Diretor de EaD e Expansão
Leonardo Florêncio da Silva | Diretor Editorial e Gestor de EaD
Adilsimar Saraiva Maciel | Coordenação Pedagógica EaD
Luciana Braga | Projeto Gráfico e Direção de Arte
Amenayde Cristine Corrêa | Assistente Editorial
Ana Augusta de Oliveira Simas | Supervisora de Revisão e Revisora
Anne Caroline do Nascimento Ribeiro | Revisora
Karoline Alves Leite | Revisora
Liene Costa | Revisora
Imagens | depositphotos.com
"Nos termos da Lei n.º 9.610/98, o autor desta obra é titular de todo o complexo de 
direitos autorais sobre a presente criação. Assim, é vedada a cópia, reprodução, 
edição ou distribuição desta obra sem autorização expressa do Autor ou da Editora e, 
ainda é vedado utilizar, citar, publicar esta obra integral ou parcialmente sem deixar 
de indicar ou anunciar o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor sob pena 
da aplicação das medidas previstas nos Art. 101 a 110 da Lei n.º 9.610/98."
Pa
la
vr
a 
da
 R
ei
to
ra
“É a educação que 
faz o futuro 
parecer um lugar 
de esperança e 
transformação”.
“Sejam todos e todas bem-vindos ao EaD 
do Centro Universitário Fametro”
O Centro Universitário Fametro acredita que o 
papel de uma instituição de ensino é formar não apenas 
profissionais, mas também formar profissionais no 
Ensino Superior, com valores éticos, humanísticos e 
com respeito ao meio ambiente capazes de contribuir 
para o desenvolvimento da nossa Amazônia. 
A Fametro, portanto, tem premissas claras a 
cumprir como instituição de ensino de qualidade. 
Praticar o ensino, pesquisa e extensão é a sua principal 
bandeira. 
A Fametro, ao longo das últimas duas décadas, 
vem se consolidando como a melhor instituição de 
ensino do Norte, um espaço democrático e docentes 
com variadas visões de mundo. Somos uma instituição 
de ensino plural que avança a cada ano em busca 
sempre de desenvolver a economia da Amazônia. Nossa 
estrutura é moderna, estamos em diversos municípios 
levando uma educação inclusiva e de qualidade.
Conheça o Centro Universitário Fametro e viva a 
experiência em estudar numa instituição com o corpo 
docente com mestres e doutores e de qualidade de 
ensino comprovada pelo MEC. 
Maria do Carmo Seffair
Reitora
UNIDADE I
 
Contexto 
histórico e desenvolvimento 
das práticas de saúde
A contribuição dos países para as práticas 
de saúde na era pré-cristã
Desenvolvimento das práticas de saúde 
durante os períodos históricos
Enfermagem moderna
Organização da Enfermagem no Brasil
Primeiras escolas de 
Enfermagem no Brasil
Escola Anna Nery
Entidades de classe
Su
m
ár
io
13
14
17
20
23
26
27
29
UNIDADE II 
Bioética, humanização 
e relacionamento interpessoal 
em Enfermagem 
O exercício da Enfermagem
Implicações legais no exercício 
profissional
Bioética
 Relacionamento interpessoal
 Humanização na Enfermagem
UNIDADE III 
Biossegurança e segurança do paciente
Processo infeccioso
Conceito de infecção
 Modo de transmissão 
das infecções
Medidas profiláticas de infecção
Educação de acompanhantes e visitantes
Medidas coletivas de proteção 
e prevenção de infecção
Medidas individuais de proteção 
e prevenção de infecção
37
37
41
44
46
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62
63
64
65
Equipamentos de Proteção individual
Processamento de artigos 
e áreas em saúde 
Resíduos de serviços de saúde
Segurança do paciente
Plano de Segurança do Paciente-PSP
UNIDADE IV 
Sinais vitais 
e dados antropométricos
Temperatura corporal
Técnica de aferição de temperatura
Respiração
Avaliando a ventilação
Pulso
Pressão arterial
Avaliação da antropometria
Referências 
Caderno de Exercícios
65
72
75
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U
ni
da
de
 1
Videoaula 1
Videoaula 2
13
CONTEXTO 
HISTÓRICO E 
DESENVOLVIMENTO 
DAS PRÁTICAS DE 
SAÚDE
A história da Enfermagem tem 
como base a relação da Enferma-
gem com as estruturas política e 
social, em cada período do desen-
volvimento histórico das práticas 
de saúde, visando o entendimento 
de uma relação resultante da práti-
ca de saúde como atividade efetiva, 
criadora e racional inserida no con-
texto profissional que vivenciamos 
atualmente. O desenvolvimento das 
práticas de saúde está associado 
às estruturas sociais dos diferentes 
povos e nações em épocas dis-
tintas. Cada período teve uma for-
mação social e contribuição espe-
14
Anotações: cífica, trazendo consigo uma caracterização própria 
que engloba sua filosofia, sua política, economia, 
ideologia e leis (GEOVANINI, 2018).
A abordagem e o conhecimento do 
desenvolvimento dessas práticas de saúde, 
especificamente da Enfermagem, mostram que 
elas são tão antigas quanto à própria humanidade e 
foram desenvolvidas entre as primeiras civilizações 
do Oriente ao Ocidente, destacando-se também 
os países do continente europeu e culturas 
orientais, que vão desde a era pré-cristã até a 
modernização das práticas como ciência. Desta 
forma, é importante falarmos de tais práticas, pois, 
através de tudo o que foi vivenciado anteriormente, 
as práticas foram avançando e se tornando mais 
científicas com o passar dos séculos.
A CONTRIBUIÇÃO DOS PAÍSES 
PARA AS PRÁTICAS DE SAÚDE 
NA ERA PRÉ-CRISTÃ
Durante o período Pré-Cristão, as doenças 
eram consideradas castigo de Deus ou resultavam 
do poder de demônios, desta forma, os sacerdotes 
e feiticeiros realizavam as funções de médicos e 
enfermeiros, de modo que o tratamento consistia 
em afastar os maus espíritos por meio de sacrifícios 
e orações, além da utilização de massagens, 
banhos de água fria ou quente, purgantes e plantas 
medicinais (OGUISSO, 2014). Alguns países tiveram 
sua contribuição para o desenvolvimento dessas 
práticas:
EGITO: existem documentos que retratam 
que as receitas médicas deveriam ser tomadas 
15
Anotações:acompanhadas da recitação de fórmulas 
religiosas; praticava-se a interpretação de sonhos 
e o hipnotismo, além de se acreditar na influência 
de algumas pessoas sobre a saúde das outras, e de 
haver ambulatórios gratuitos.
ÍNDIA: os documentos do século VI, a.C. 
relatam que os hindus conheciam ligamentos, 
nervos, musculatura, vasos linfáticos, antídotos 
para alguns tipos de envenenamento e para 
o processo digestivo. Eles praticavam alguns 
procedimentos de suturas, amputações, 
trepanações e corrigiam fraturas, contribuindo 
para o desenvolvimento da Enfermagem e 
da medicina. Os hindus ficaram conhecidos 
pela construção de hospitais e a utilização de 
contadores de história e músicas para distrair os 
pacientes, além de serem os únicos citados na 
época que exigiam dos enfermeiros qualidades 
morais e conhecimentos específicos, porém 
existia um respeito excessivo pelo corpo e, desta 
forma, as práticas de saúde não se desenvolveram.
PALESTINA: Moisés prescreveu preceitos de 
higiene e exame do doente, diagnóstico, desin-
fecção, afastamento de objetos contaminados e 
leis sobre sepultamento de cadáveres, para que 
não contaminassem a terra.
ASSÍRIA E BABILÔNIA: entre o povo 
assírio e babilônico, existiam penalidades para 
médicos incompetentes como amputação das 
mãos e indenização. As práticas de saúde eram 
baseadas na magia, acreditava-se no poder de 7 
demônios que eram os causadores das doenças. 
Os sacerdotes utilizavam e vendiam talismãscom 
orações. Nos documentos, não há menção de 
hospitais nem de enfermeiros.
16
Anotações: CHINA: os doentes chineses eram tratados 
e cuidados por sacerdotes que se dividiam pelo 
grau de doenças que eles cuidavam, pois havia 
classificação das doenças: benignas, médias e 
graves. Os templos eram rodeados de plantas 
medicinais. Os chineses conheciam doenças como 
varíola e sífilis. Também realizavam procedimentos 
de correção de lábio leporino e tratamento de 
verminoses, anemias, sífilis e algumas doenças de 
pele, além da utilização de ópio. As práticas de saúde 
não evoluíram devido à proibição de dissecação de 
cadáveres, porém existem relatos da construção de 
hospitais de isolamento e casas de repouso.
JAPÃO: aprovaram e estimularam a eutanásia, 
a medicina era fetichista e a única terapêutica era o 
uso de águas termais.
GRÉCIA: as teorias se prendiam à mitologia. 
Apolo, o deus Sol, era o deus da saúde e da medicina. 
Eles tinham casas para tratamento de doentes, 
usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos. 
A medicina era exercida pelos sacerdotes 
médicos que faziam a interpretação de sonhos. O 
tratamento era à base de banhos, massagens, sol, 
ar puro, dieta e água pura. O nascimento e a morte 
eram considerados impuros, causando desprezo 
pela obstetrícia e abandono de doentes graves. 
Hipócrates é considerado o pai da medicina e, 
graças a ele, as práticas de saúde tornaram-se 
científicas. Ele fazia o diagnóstico, prognóstico e 
tratava as doenças, tais como tuberculose, malária, 
histeria, neuroses, luxações e fraturas.
ROMA: a medicina não tinha prestígio para o 
povo romano. Durante muito tempo foi exercida por 
escravos e estrangeiros. Seu povo foi guerreiro, e 
17
Anotações:o cuidado aos homens era oferecido pelo estado, 
a fim de torná-los bons guerreiros, vigorosos e 
audazes. Roma se distinguiu pelas limpezas das 
ruas, ventilação das casas, utilização de água pura, 
rede de esgoto e pelo enterro dos mortos fora da 
cidade.
DESENVOLVIMENTO 
DAS PRÁTICAS DE SAÚDE DURANTE 
OS PERÍODOS HISTÓRICOS
AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS: são 
as práticas de cuidado nos grupos nômades 
primitivos, tendo as concepções evolucionistas 
e teológicas. Eles buscavam constantemente 
alimentos e proteção contra as intempéries, 
porém, só conseguiram estabelece-se em áreas 
permanentes após aprenderem cultivar a terra. 
Após aprenderem isso, passaram a criar as tribos 
e formar residência fixa. Os homens realizavam as 
atividades patriarcais e as mulheres, a habilidade 
da prática do cuidar. Neste período, a agricultura 
passou a ser comercializada, iniciou a forma mais 
antiga de economia, juntamente com a organização 
social, iniciada pela contribuição individual para o 
progresso comum.
A estrutura familiar no grupo primitivo 
retrata a mulher como a precursora do cuidado 
e atendimento às necessidades da raça humana. 
Isto porque, a divisão social do trabalho, na 
estrutura familiar dos grupos primitivos, deu a ela 
a responsabilidade pelo cuidado com as crianças, 
velhos e doentes.  A proteção materna foi, sem 
dúvida, a primeira forma de manifestação do 
18
Anotações: homem ao seu semelhante, pois durante a era 
nômade, em que as crianças que atrapalhavam as 
andanças dos grupos eram sacrificadas, muitas 
foram salvas pelas suas mães, devido ao cuidado 
protetor e materno. Nesta época, as práticas de 
saúde consistiam em ações que garantiam apenas 
a manutenção de sua sobrevivência.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO-
SACERDOTAIS: nesta era, a religião é um fenômeno 
cívico e tem interferência na vida política do estado. 
Este, por sua vez, dá maior expressão aos deuses. 
Cada cidade possuía um deus protetor e cada 
atividade era regida por um ente mitológico. Apolo 
é venerado como aquele que espanta os males, 
Artemis é a protetora das mulheres e crianças, 
Hygiea é a deusa da saúde e Panácea, aquela que 
cura todos os males, Esculápio é o deus da arte da 
cura e da cirurgia. Esses deuses eram reverenciados 
nos templos. 
Desta forma, a prática de saúde se associa 
à prática religiosa, em uma luta de milagres e 
encantamentos contra demônios causadores de 
doenças do espírito e do corpo. Os sacerdotes 
exerciam o papel de curadores e mediadores entre o 
homem e os deuses, sendo que essas práticas eram 
exercidas nos templos. Os doentes eram colocados 
deitados sobre a pele de um animal previamente 
sacrificado, onde eram realizados ritual e cerimônia 
de indução ao sono, durante o qual a cura era 
realizada. Este período correspondeu à fase do 
empirismo.  Posteriormente, houve abertura de 
escolas específicas para o ensino da arte de curar 
no Sul da Itália e na Sicília, que se propagou pelos 
grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades 
da costa.
19
Anotações:AS PRÁTICAS DE SAÚDE NO ALVORECER DA 
CIÊNCIA: referem-se à evolução das práticas de 
saúde, ao surgimento da Filosofia e ao progresso 
da ciência, quando estas estão baseadas na 
relação de causa e efeito das doenças, baseando-
se na experiência, no conhecimento da natureza 
e no raciocínio lógico, porém, limitando-se quase 
que totalmente pela falta de conhecimento 
anatomofiosiológico.  Este período é considerado 
o período Hipocrático, pois ele propôs uma nova 
concepção de saúde, dissociando a arte de curar 
dos preceitos místicos e sacerdotais.  Em Roma, 
o cuidado com a saúde era considerado indigno, 
desta forma, quem se dedicava a esta prática eram 
os estrangeiros e escravos. A influência Romana, 
nesta época, deu-se devido aos cuidados com os 
preceitos de higiene e saneamento.
AS PRÁTICAS DE SAÚDE MONÁSTICO-
MEDIEVAIS: as  práticas de saúde inicialmente no 
período cristão, sofrem influências dos fatores 
socioeconômicos e políticos do medievo e da 
sociedade feudal. Houve um período de grandes 
progressos, mas também de retrocessos. As grandes 
epidemias de sífilis, lepra, flagelos que paralisaram 
a vida social e política, seguiam-se de alagações, 
terremotos que reforçaram as superstições e 
as crendices que voltaram a prosperar. Nesse 
período de fervor religioso, muitos leigos voltaram 
às práticas da caridade, dando assistência aos 
pobres e enfermos por decisão própria. Assim, 
as congregações e ordens religiosas passam a 
assumir a liderança na construção de hospitais e 
assistência à saúde.
20
Anotações: AS PRÁTICAS DE SAÚDE PÓS-MONÁSTICAS: 
evidenciam-se  as práticas de saúde, em especial 
a prática da Enfermagem durante o movimento 
renascentista e da reforma protestante, porém, a 
retomada da ciência, o progresso social e intelectual 
da renascença e a evolução das Universidades, 
não constituíram fator de crescimento para a 
Enfermagem. Os hospitais negligenciados passam 
a ser um insalubre depósito de doentes, onde 
homens, mulheres e crianças compartilhavam 
leitos coletivos.
Neste ambiente de extrema degradação e 
miséria humana, as pseudo-enfermeiras desenvol-
viam tarefas domésticas, recebendo um salário e 
alimentação precária por uma jornada de trabalho 
de 12 a 48 horas ininterruptas. Diante desta ex-
ploração deliberada, a Enfermagem é confundida 
com o serviço doméstico, além de haver a queda 
dos padrões morais que a sustentavam, tornan-
do-se indigna e sem atrativos para as mulheres 
de classe social mais elevada. Essa fase tempes-
tuosa significou uma grave crise para a classe e 
permaneceu por muitos anos. Somente no limiar 
da revolução capitalista, é que alguns movimentos 
reformadores, que partiram principalmente de ini-
ciativas religiosas e sociais, tentaram melhorar as 
condições do pessoal para o serviço dos hospitais.
ENFERMAGEM MODERNA
No início da modernização, as nações ociden-
tais se viram condicionadas por fatores que defla-
graram uma nova filosofia econômica e política. O 
avanço da medicina vem favorecer a reorganização 
21
hospitalar. Durante esse processo, no qual se teve 
o médico como o principal responsável por esta re-
organização, vamos encontrar as raízes dos pro-
cessos de disciplinarização e seus reflexos na En-
fermagem,ao ressurgir da fase sombria em que 
esteve submersa até, então. A evolução hospitalar 
não melhorou, diz-se que foi a época em que es-
tiveram sob piores condições, principalmente 
devido à predominância de doenças infecto-
contagiosas e a falta de pessoas preparadas 
para cuidar dos doentes. Isso porque os 
ricos, apesar de realizarem a manutenção 
dos hospitais, continuavam a ser atendi-
dos e tratados em suas casas. Já os po-
bres, além de não terem esta alternativa, 
tornavam-se objetos de instrução e ex-
periências que resultariam em maior 
c o n h e c i m e n -
to sobre as 
doenças em 
benefício da 
classe abas-
tada.
Neste período, 
Florence Nigthtingale 
(1820-1910) foi convida-
da pelo Ministro da Guer-
ra da Inglaterra para tra-
balhar junto aos soldados 
feridos em combate na Guerra 
da Criméia (1854-1856) que, devido à 
falta de cuidados, morriam em grande número nos 
hospitais militares. Nascida no dia 12 de maio de 1820, 
em Florença, na Itália, era filha de ingleses, possuía 
22
Anotações: inteligência incomum, tenacidade de propósitos, 
determinação e perseverança, o que lhe permitia 
dialogar com políticos e oficiais do exército, fazen-
do prevalecer suas ideias. Era poliglota e dominava 
o inglês, francês, alemão, italiano, além do grego e 
latim. No desejo de exercer a Enfermagem, ela pas-
sou o inverno em Roma, estudando com as irmãs 
Católicas. Em 1849, ela fez uma viagem ao Egito e de-
cidiu servir a Deus, trabalhando em Kaiserweswert 
na Alemanha, entre as diaconisas.
Aos poucos, ela se preparou para sua grande 
missão. Em 1854, a Inglaterra, Turquia e França 
declaram guerra à Rússia: Guerra da Criméia. Os 
soldados ingleses encontravam-se abandonados e 
a mortalidade nos hospitais era de 40%. Florence 
partiu para Scutari com 38 voluntárias entre 
religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. 
Essas mulheres precisavam ter padrões morais 
e intelectuais para exercerem a atividade, além 
de serem submetidas a exame criterioso. Elas 
deveriam ter abnegação absoluta, altruísmo, 
espírito de sacrifício, integridade, humildade e, 
acima de tudo, disciplina.
A Enfermagem carregava uma imagem 
negativa até então. Era necessário que se 
reconstruísse um novo perfil profissional, porém, 
deveria obedecer ao novo perfil social. Florence 
desenvolveu concepções teórico-filosóficas 
na Enfermagem, apoiadas em observações 
sistematizadas e registros estatísticos extraídos 
de suas experiências no cuidado aos doentes e 
destacava quatro conceitos fundamentais: ser 
humano, meio ambiente, saúde e Enfermagem. 
Após a Guerra da Criméia, Florence fundou a Escola 
23
Anotações:de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que 
passou a ser modelo para as demais escolas que 
foram fundadas posteriormente. A escola tinha 
uma disciplina rigorosa, bem como exigências de 
qualidades morais das candidatas.
ORGANIZAÇÃO DA 
ENFERMAGEM NO BRASIL
A Enfermagem foi organizada na Sociedade 
brasileira desde o período colonial até o final 
do século XIX. Desde então, com a chegada dos 
Portugueses foi realizada a abertura das Casas de 
Misericórdia, que tiveram origem em Portugal. A 
Primeira casa de Misericórdia foi Fundada na Vila 
de Santos em 1543, em seguida, no século XVI, 
surgiram as do Rio de Janeiro, Olinda, Vitória e 
Ilhéus. Mais tarde, em Porto Alegre e Curitiba, foi 
inaugurada com a presença de D. Pedro II e Dona 
Tereza Cristina. 
Padre José de Anchieta não se limitou apenas 
ao ensino da catequese e de ciências. Ele atendia às 
necessidades de saúde do povo e exercia atividades 
de médico e enfermeiro. Outra figura em destaque 
foi Frei Fabiano de Cristo que, durante 40 anos 
exerceu atividades de enfermeiro no Convento de 
Santo Antônio. Os escravos tiveram papel relevante. 
Eles auxiliavam os religiosos no cuidado com os 
doentes. Em 1738, foi fundada a primeira Casa dos 
Expostos na cidade do Rio de Janeiro, e apenas 
em 1822, houve relatos de que o Brasil tomou as 
primeiras medidas de proteção à maternidade, 
que se conhecem na legislação mundial, graças à 
atuação de José Bonifácio Andrada e Silva.
24
Ana Neri
Ana Neri nasceu no dia 13 de dezembro de 
1814, na cidade de Cachoeira, na Bahia. Casou-se 
com Isidoro Antônio Neri e, aos 30 anos, ficou viúva. 
Seus dois filhos foram convocados para a Guerra 
do Paraguai, um era médico e outro oficial do 
exército. Não resistindo à separação da família, 
Ana Neri escreve ao presidente, colocando-
se à disposição para servir a pátria. No dia 
15 de agosto, ela parte para os campos de 
batalha e começa a improvisar hospitais e 
não mede esforços para atender aos 
feridos. Após cinco anos, retorna ao 
Brasil, onde é acolhida com louvor, 
carinho, recebe uma coroa de 
flores e Victor Meireles pinta sua 
imagem, que é colocada no Edifício 
do Paço Municipal. O governo lhe 
concede uma pensão vitalícia, além 
de medalhas humanitárias. Faleceu 
no dia 20 de maio de 1880, na cidade 
do Rio de Janeiro e a primeira escola 
de Enfermagem fundada no Brasil 
recebeu seu nome.
Século XIX
Ao final do século XIX, o Brasil 
ainda era um imenso território, pou-
co povoado e com um processo de 
urbanização lento. As doenças in-
fectocontagiosas trazidas pelos 
escravos e europeus passam a se 
25
Anotações:propagar rápida e progressivamente. A questão 
saúde torna-se um problema econômico e social. 
Para deter este problema que ameaça a expansão 
comercial brasileira, o governo, sob pressão ex-
terna, cria os Serviços de Vigilância e Controle 
mais eficazes dos portos, inclusive estabelecendo 
quarentena. Em 1904, através da reforma Oswaldo 
Cruz, a diretoria Geral de saúde pública incorpo-
ra novos elementos à estrutura sanitária como o 
serviço de profilaxia da febre amarela, a inspeto-
ria de isolamento, desinfecção e o Instituto So-
roterápico Federal, que posteriormente se trans-
formou no Instituto Osvaldo Cruz. Mais tarde, com 
a reforma Carlos Chagas (1920), foi criado o De-
partamento Nacional de Saúde Pública, órgão que 
exerceu durante anos ação normativa e executiva 
das atividades de Saúde Pública no Brasil.
Cruz Vermelha Brasileira
Foi organizada e instalada no Brasil em meados 
de 1908, tendo como primeiro presidente Oswaldo 
Cruz. A cruz vermelha teve destaque atuando durante 
a I Guerra Mundial (1914 – 1918). Foram fundadas 
filiais nos estados. Depois atuou na epidemia da 
gripe espanhola (1918) e colaborou na organização 
de postos de socorro. Atuou também socorrendo 
vítimas de inundações e nas secas do Nordeste.
Saúde Pública
No desenvolvimento das Organizações 
sanitárias no Brasil, destacam-se dois médicos: 
Oswaldo Cruz, responsável pela criação da medicina 
26
Anotações: preventiva, e Carlos Chagas, que contribuiu com a 
Enfermagem em Saúde pública. Em 1920, foi criado 
o Departamento Nacional de Saúde Pública. No 
setor de profilaxia da tuberculose, deu-se início 
ao serviço de visitadores que, posteriormente, 
foi estendido aos serviços de doenças venéreas 
e outras doenças transmissíveis. Carlos Chagas, 
então diretor do departamento, iniciou um trabalho 
de educação sanitária nos setores de profilaxia 
de tuberculose e higiene infantil, que mais tarde 
foi estendido aos setores de higiene pré-natal e 
visitação aos portadores de doenças transmissíveis.
PRIMEIRAS ESCOLAS DE 
ENFERMAGEM NO BRASIL
Escola de Enfermagem “Alfredo Pinto”
Esta escola é a mais antiga do Brasil, data 
de 1890, foi reformada por Decreto de 23 de maio 
de 1939. O curso passou a três anos de duração 
e era dirigido por enfermeiras diplomadas. Foi 
reorganizado por Maria Pamphiro, uma das 
pioneiras da Escola Anna Nery.
Escola da Cruz Vermelha 
do Rio de Janeiro
Começou em 1916, com um curso de socor-
rista, para atender às necessidades prementes da 
1ª Guerra Mundial. Logo, foi evidenciada a necessi-
dade de um curso para formar profissionais (desen-
volvido somente após a fundação da Escola Anna 
Nery), e outro para voluntários. Os diplomas expe-
didos pela escola eram registrados inicialmente no 
27
Anotações:Ministérioda Guerra e considerados oficiais. Esta 
encerrou suas atividades.
ESCOLA ANNA NERY
A primeira diretora foi Miss Clara Louise 
Kienninger, senhora de grande capacidade e 
virtude, que soube ganhar o coração das primeiras 
alunas. Com habilidade fora do comum, adaptou-se 
aos costumes brasileiros. Os cursos tiveram início 
em 19 de fevereiro de 1923, com 14 alunas. Instalou-
se um pequeno internato próximo ao Hospital São 
Francisco de Assis, onde seriam feitos os primeiros 
estágios. Em 1923, durante um surto de varíola, 
enfermeiras e alunas dedicaram-se ao combate 
à doença. Enquanto nas epidemias anteriores 
o índice de mortalidade atingia 50%, desta vez 
baixou para 15%. A primeira turma de Enfermeiras 
diplomou-se em 19 de julho de 1925. Destacam-se 
desta turma as Enfermeiras Lais Netto dos Reys, 
Olga Salinas Lacôrte, Maria de Castro Pamphiro e 
Zulema Castro, que obtiveram bolsa de estudos 
nos Estados Unidos. A primeira diretora brasileira 
da Escola Anna Nery foi Raquel Haddock Lobo, 
nascida a 18 de junho de 1891. Foi a pioneira da 
Enfermagem moderna no Brasil. Esteve na Europa 
durante a Primeira Grande Guerra, incorporou-se à 
Cruz Vermelha Francesa, onde se preparou para os 
primeiros trabalhos. De volta ao Brasil, continuou 
a trabalhar como Enfermeira. Faleceu em 25 de 
setembro de 1933.
28
Anotações:
Escola de Enfermagem Carlos Chagas
Por meio do Decreto nº 10.925, de 7 de junho 
de 1933, e iniciativa de Dr. Ernani Agrícola, diretor 
da Saúde Pública de Minas Gerais, foi criado pelo 
Estado a Escola de Enfermagem “Carlos Chagas”, a 
primeira a funcionar fora da Capital da República. 
A organização e direção dessa Escola coube à Laís 
Netto dos Reys, sendo inaugurada em 19 de julho 
do mesmo ano. A Escola “Carlos Chagas”, além de 
pioneira entre as escolas estaduais, foi a primeira a 
diplomar religiosas no Brasil.
Escola de Enfermagem
 “Luisa de Marillac”
Fundada e dirigida por Irmã Matilde Nina, 
Filha de caridade, a Escola de Enfermagem Luisa 
de Marillac representou um avanço na Enfermagem 
nacional, pois abria largamente suas portas, não só 
para as jovens estudantes seculares, como também 
para as religiosas de todas as congregações. É a 
mais antiga escola de religiosas no Brasil e faz parte 
da União Social Camiliana, instituição de caráter 
confessional da Província Camiliana Brasileira.
Escola Paulista de Enfermagem
Fundada em 1939 pelas Franciscanas 
Missionárias de Maria, foi a pioneira da renovação 
da Enfermagem na Capital paulista, acolhendo 
também religiosas de outras congregações. Uma 
das importantes contribuições dessa escola foi o 
início dos cursos de Pós-Graduação em Enfermagem 
29
Anotações:Obstétrica. Esse curso que deu origem a tantos 
outros, é atualmente ministrado em várias escolas 
do país.
Escola de Enfermagem da USP
Fundada com a colaboração da Fundação de 
Serviços de Saúde Pública (FSESP) em 1944, faz 
parte da Universidade de São Paulo. Sua primeira 
diretora foi Edith Franckel, que também prestara 
serviços como superintendente do serviço 
de enfermeiras do departamento de saúde. A 
primeira turma diplomou-se em 1946. A Escola 
ministrou cursos de formação de professores e 
administração de Enfermagem com a duração 
de um ano. Acrescentou no seu currículo o Curso 
de Habilitação em Obstetrícia, e Enfermagem 
Médico-Cirúrgica.  Essas foram as primeiras 
Escolas de Enfermagem do Brasil e, por meio 
delas, a Enfermagem foi trabalhando e adaptando 
seu currículo para a formação de profissionais 
enfermeiros.
ENTIDADES DE CLASSE
Associação Brasileira de Enfermagem
A Associação Brasileira de Enfermagem 
(ABEN), sociedade civil, sem fins lucrativos, que 
congrega enfermeiros, técnicos, auxiliares de 
Enfermagem, estudantes de curso de graduação 
em Enfermagem e de educação profissional de 
nível técnico em Enfermagem, escolas, cursos 
ou faculdades de Enfermagem, Associação ou 
Sociedade de Especialistas que a ela se associam, 
30
Anotações: foi fundada em agosto de 1926, com a denominação 
de Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas 
Brasileiras. É uma associação de direito privado, 
caráter científico e assistencial, regida por estatuto 
e regimentos próprios. A associação passou um 
tempo inativa e foi reativada em 1944 com o nome de 
Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas, 
e foram criadas coordenadorias e seções estaduais. 
Ficou estabelecido que em qualquer estado em 
que houvesse 7 enfermeiras diplomadas, poderia 
ser formada uma seção. Em 1955, este número foi 
elevado para 10 enfermeiras. Em 1952, a Associação 
foi denominada de utilidade pública, em agosto de 
1954, sua denominação foi mudada para Associação 
Brasileira de Enfermagem-ABEN, sua sede está 
localizada em Brasília com seções nos estados.
Finalidades da ABEN
• Promover o desenvolvimento técnico, 
científico, social, político e cultural das 
categorias;
• Tem como eixo a consolidação e a defesa 
da educação em Enfermagem, da pesquisa 
científica, do trabalho da Enfermagem 
como prática social, essencial à 
assistência social e à saúde;
• Promover educação e cultura;
• Defender programas e políticas que visem 
a melhoria da vida da população e o acesso 
equânime e universal aos serviços de 
saúde.
31
Anotações:
Sistema COFEN e COREN
Através da Lei 5. 905, de 12 de julho de 1973 
foram criados o Conselho Federais de Enfermagem 
(COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem 
(COREN), constituindo em seu conjunto uma 
autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho e 
Previdência Social.
O Conselhos Federais e Regionais são órgãos 
disciplinadores do exercício profissional.
Competências do COFEN
• Normatizar e expedir instruções para 
uniformidade e o bom funcionamento dos 
Conselhos Regionais;
• Elaborar o código de deontologia e alterá-
lo sempre que necessário, ouvindo os 
Conselhos Regionais;
• Apreciar em grau de recursos as decisões 
dos COREN’s;
• Aprovar anualmente a proposta orça-
mentária dos Conselhos Regionais;
• Promover estudo e campanhas para o 
aperfeiçoamento profissional e as demais 
atribuições que lhes forem conferidos.
Competências do COREN
• Deliberar sobre as inscrições e seu 
cancelamento no Conselho;
• Fazer e executar as instruções do COFEN;
• Conhecer assuntos referentes à éti-
ca profissional e impor as penalidades 
cabíveis aos profissionais de Enfermagem;
32
Anotações: • Zelar pelo bom conceito da profissão e dos 
que a exercem;
• Propor ao COFEN medidas visando à 
melhoria do exercício da profissão;
• Apresentar prestação de contas;
• Eleger sua diretoria e seus delegas e 
as demais atribuições que lhes forem 
conferidas.
Art. 18. aos Infratores do Código de Deontolo-
gia de Enfermagem, poderão ser aplicadas as se-
guintes penalidades:
I. Advertência Verbal;
II. Multa;
III. Censura;
IV. Suspensão do Exercício Profissional; e 
V. Cassação do direito ao exercício 
profissional.
As penalidades referidas nos incisos I, II, III 
e IV são alçadas dos Conselhos Regionais e a V do 
Conselho Federal.
33
U
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de
 2
Videoaula 1
Videoaula 2
36
37
BIOÉTICA, 
HUMANIZAÇÃO 
E RELACIONAMENTO 
INTERPESSOAL EM 
ENFERMAGEM
O EXERCÍCIO DA 
ENFERMAGEM
A Lei 7.498 de 25 de junho de 
1986 dispõe sobre a regulamentação 
do exercício da Enfermagem. Em seu 
Art. 2 é disposto que a Enfermagem 
somente poderá ser exercida por 
pessoas legalmente habilitadas e 
inscritas no Conselho Regional de 
Enfermagem, com jurisdição na área 
onde ocorrerá o exercício. Além de 
ser exercida privativamente pelo 
enfermeiro, técnico de Enfermagem, 
auxiliar de Enfermagem e parteira.
38
Anotações: Conforme Legislação:
SÃO ENFERMEIROS: titular de diploma de 
Enfermeiro, conferido por instituição de ensino nos 
termos da Lei; titular de diploma ou certificado de 
Enfermeira Obstetra ou Obstetriz, ou equivalente, 
conferido por escolas estrangeiras, por meio de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil.
SÃO TÉCNICOS DE ENFERMAGEM: o titular de 
diploma ou certificado de técnico de Enfermagem, 
expedidode acordo com a legislação e registrado em 
órgão competente; o titular de diploma ou certificado 
legalmente conferido por escolas estrangeiras 
ou curso estrangeiro, registrado em virtude de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil.
SÃO AUXILIARES DE ENFERMAGEM: o 
titular de diploma ou certificado de auxiliar de 
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação 
e registrado em órgão competente.
SÃO PARTEIRAS: o titular de certificado 
previsto no art. 1º do Decreto da Lei 8.778 de 22 de 
janeiro de 1946; o titular de diploma ou certificado 
de parteiro, conferido por escolas estrangeiras 
segundo as leis do país, registrado em virtude de 
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil.
Conforme a Lei do Exercício profissional, em 
seu artigo 11, o enfermeiro exerce as atividades de 
Enfermagem, cabendo-lhe:
1. Privativamente: a) Direção do órgão de 
Enfermagem, integrante da estrutura 
básica de instituições de saúde, pública 
e privada, e chefia de serviços de 
Enfermagem e de unidade de Enfermagem; 
b) Organização e direção de serviços de 
Enfermagem e de suas atividades técnicas 
39
Anotações:e auxiliares em unidades prestadoras 
desses serviços; c) Planejamento, 
organização, coordenação, execução e 
avaliação dos serviços da assistência 
de Enfermagem; d), e), f), g) (VETADO); h) 
Consulta, auditoria e emissão de parecer 
sobre matérias de Enfermagem; i) 
Consulta de Enfermagem; j) Prescrição da 
Assistência de Enfermagem; l) Cuidados 
diretos aos pacientes graves com risco 
de vida; m) Cuidados de Enfermagem de 
maior complexidade técnica e que exijam 
conhecimento de bases científicas e de 
capacidade de tomar decisões imediatas.
2. Como Integrante da Equipe de Saúde: 
a) Participação no planejamento, execução 
e avaliação dos programas de saúde; 
b) Participação na elaboração, execução 
e avaliação dos planos assistenciais de 
saúde; c) Prescrição de medicamentos 
estabelecidos em programas de saúde 
pública e em rotina aprovada pela 
instituição de saúde; d) Participação 
em projeto de construção ou reforma 
de unidade de internação; e) Prevenção 
e controle sistemático do controle 
de infecção hospitalar e de doenças 
transmissíveis; f) Prevenção e controle 
sistemáticos de danos que possam ser 
causados à clientela durante a assistência 
de saúde; g) Assistência de Enfermagem 
a gestante, parturiente e puérpera; h) 
Acompanhamento da evolução e trabalho 
de parto; i) Execução do parto sem 
40
Anotações: distorcia; j) Educação visando à melhoria 
da saúde da população.
Ao técnico de Enfermagem cabe a execução 
de atividades de nível médio, envolvendo orientação 
e acompanhamento do trabalho de Enfermagem 
em grau auxiliar, e participação no planejamento 
da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe: 
a) participar da programação da assistência à 
saúde; b) executar as ações de assistência à 
Enfermagem, exceto as privativas do enfermeiro; c) 
Participar da orientação e supervisão do trabalho 
de Enfermagem em grau auxiliar; d) participar da 
equipe de Enfermagem.
Ao auxiliar de Enfermagem: conforme a 
Legislação, exerce atividades de nível médio, 
de natureza repetitiva, envolvendo atividades 
auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem 
como em nível de execução simples em processo de 
tratamento, cabendo-lhe: a) observar, reconhecer 
e descrever sinais e sintomas; b) executar ações de 
tratamento simples; c) prestar cuidados de higiene 
e conforto ao paciente; d) Participar da equipe de 
Enfermagem.
Todas as atividades do técnico e dos auxilia-
res de Enfermagem só poderão ser exercidas em 
instituições de saúde públicas e privadas e em pro-
gramas de saúde, sob orientação e supervisão do 
enfermeiro.
41
Anotações:IMPLICAÇÕES LEGAIS 
NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
No que tange ao exercício profissional, 
existem algumas infrações e penalidades que 
poderão ser sofridas e aplicadas conforme à 
Resolução do COFEN 564/2017.
As penalidades impostas conforme o Sistema 
COFEN/ COREN são:
I. ADVERTÊNCIA VERBAL: admoestação 
ao infrator de forma reservada que será 
registrada no prontuário do mesmo, com 
a presença de duas testemunhas;
II. MULTA: consiste na obrigatoriedade 
de pagamento de 1 a 10 vezes o valor da 
anuidade da categoria profissional, à qual 
pertence o infrator no vigor do ato;
III. CENSURA: repreensão que será divulgada 
nas publicações do sistema COFEN/
COREN e em jornais de grande circulação;
IV. SUSPENSÃO: consiste na proibição do 
exercício profissional por um período de 
até 90 (noventa) dias, que será divulgada 
no sistema COFEN/COREN, nos jornais de 
grande circulação e comunicada ao órgão 
empregador;
V. CASSAÇÃO: é a perda do direito de exercer 
a profissão, por um período de até 30 anos, 
que será divulgado no sistema COFEN/
COREN e jornais de grande circulação.
As penalidades de advertência verbal, multa, 
censura e suspensão do exercício profissional 
são de responsabilidade do Conselho Regional 
42
Anotações: de Enfermagem, já a penalidade de cassação 
é responsabilidade do Conselho Federal de 
Enfermagem.
Para as penalidades e respectiva imposição, 
serão considerados: I - a gravidade da infração; II- 
as circunstâncias atenuantes e agravantes; III- o 
dano causado e o resultado; IV- os antecedentes 
do infrator.
Conforme a resolução COFEN 564/2017, as 
infrações são consideradas leves, moderadas, 
graves ou gravíssimas, segundo a natureza e as 
circunstâncias:
INFRAÇÕES LEVES: as que ofendam a 
integridade física, mental ou moral de qualquer 
pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que 
venham a difamar organização de categorias ou 
instituições, além de causar danos financeiros ou 
patrimoniais;
INFRAÇÃO MODERADA: as que provoquem 
debilidade temporária de membro, sentido, ou 
função na pessoa ou ainda que causem danos 
mentais, morais, patrimoniais ou financeiros;
INFRAÇÃO GRAVE: são as que provoquem 
perigo de morte, debilidade permanente de 
membro, sentido ou função, ou ainda as que 
provoquem dano moral irremediável na pessoa 
ou, ainda, as que causem danos morais, mentais, 
patrimoniais e financeiros;
INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA: as que provoquem a 
morte, debilidade permanente de membro, sentido 
ou função, dano moral irremediável na pessoa.
Diante das infrações cometidas pelo 
profissional de Enfermagem, será levado em 
consideração as circunstâncias que podem ser 
atuantes ou agravantes.
43
Anotações:CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES:
• Ter o infrator procurado logo após a in-
fração, por espontânea vontade e eficiên-
cia, evitar e minorar as consequências de 
seus atos; 
• Ter bons antecedentes profissionais; 
• Realizar atos sob coação e/ou intimidação 
e grave ameaça; 
• Realizar atos sob real emprego de força 
física; 
• Ter confessado espontaneamente a 
autoria da infração e;
• Ter colaborado espontaneamente para a 
elucidação do caso.
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES: 
• Ser reincidente; 
• Causar danos irreparáveis; 
• Cometer infração dolosamente; 
• Cometer a infração por motivo fútil ou 
torpe; 
• Facilitar ou assegurar a execução, a 
ocultação, impunidade ou vantagem de 
outra infração; 
• Aproveitar-se da fragilidade da vítima; 
cometer a infração com abuso de 
autoridade ou violação do dever inerente 
ao cargo, ou função; 
• Ter maus antecedentes e alterar ou 
falsificar provas, ou concorrer para a 
desconstrução de fato que se relacione 
com o apurado na denúncia durante o 
processo.
44
Anotações: BIOÉTICA
Hoje, vivenciamos a grande era do 
conhecimento, a qual tem assumido valores 
importantes na vida e no cotidiano das pessoas. 
O conhecimento virou um fator necessário 
para compreendermos os avanços na área da 
saúde, principalmente os que envolvem o ser 
humano.  Murta (2012) conceitua Bioética como 
parte da Filosofia que se dedica a estudar a moral e 
as obrigações humanas, as relações humanas com 
a vida, saúde e integridade física de todos os seres 
humanos.
A Bioética não se trata apenas da relação 
entre os profissionais de saúde e paciente, mas 
também se preocupa com as especialidadesque 
estão vinculadas ao campo da medicina, tais como 
a Biotecnologia, Engenharia Genética, experiências 
com seres humanos e animais, saúde mental e 
bem-estar do paciente, questões sobre o início 
e fim da vida, interrupções da gravidez frente 
ao diagnóstico de anencefalia ou má formação 
congênita, transplante de órgãos, eutanásia, 
clonagem humana, dentre outros temas.
As questões de Bioética estão embasadas 
em histórias antigas, por exemplo, entre os anos 
de 1956 e 1971 foi realizada uma investigação sobre 
um grupo de, aproximadamente, 800 crianças 
deficientes mentais, nas quais foi inoculado o vírus 
da Hepatite com o objetivo de se descobrir uma 
vacina imunizante. Nesta mesma época, pode-se 
citar que, por pretextos escusos, foi realizada a 
inoculação de células cancerígenas em doentes 
idosos, sem que lhes fossem dada qualquer tipo 
45
Anotações:de informação e sem o seu consentimento. Entre 
os anos de 1932 e 1971, no estado de Alabama, 
431 negros pobres foram privados de cuidados 
contra sífilis em nome de um estudo sobre o 
desenvolvimento natural da doença, inclusive, a 
partir dessa experiência, foi produzido um filme 
que, em Português, chama-se Cobaia. 
Diante desse cenário, em 1978, foi publicado 
o relatório de Belmont, que propõe princípios éti-
cos que envolvam seres humanos, buscando-se 
com isso os princípios da autonomia das pessoas, 
a beneficência e a justiça, princípios esses que de-
vem permear todas as relações entre os seres hu-
manos e pesquisadores. Nesse contexto, busca-se 
fazer uma relação entre Bioética e Enfermagem, a 
qual repousa na reflexão sobre as técnicas, os va-
lores humanos e a maneira de agir e de se compor-
tar dos profissionais de Enfermagem diante das 
pessoas que procuram atendimento de saúde.
A Bioética se funda em quatro princípios, 
segundo Potter (2018), a autonomia, beneficência 
e justiça, posteriormente, incorporando-se o 
princípio da não maleficência.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA: refere-se à 
liberdade de autonomia do paciente. Ao incumbi-
lo sobre todos os aspectos de tomada de decisão 
a respeito do cuidado de saúde, o indivíduo tem 
em suas mãos o poder de decidir sobre o seu 
tratamento e sua vida.
PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA: refere-se a 
fazer o bem ao paciente, sendo este fundamental 
para a prática da Enfermagem e da medicina, 
requerendo que os melhores interesses dos 
pacientes permaneçam mais importantes do que o 
interesse do profissional.
46
Anotações: PRINCÍPIO DA NÃO MALEFICÊNCIA: refere-se 
ao princípio e obrigatoriedade de o profissional não 
causar danos à saúde do seu paciente, empregando 
todos os seus conhecimentos, técnicas e recursos 
com o objetivo de beneficiar o paciente.
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA: refere-se a oferecer 
um atendimento de saúde imparcial, igualitário, 
equânime a universal a todos os pacientes, não 
cabendo ao profissional de saúde julgamentos em 
relação à crença, religião, cultura ou classe social.
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
Nas últimas décadas, o tema relacionamento 
interpessoal surge em vários trabalhos, retratando 
a importância do relacionamento na assistência 
ao paciente, fazendo uma abordagem humanizada 
e tratando o indivíduo como um todo incluindo os 
aspectos biológicos, culturais, sociais, espirituais, 
econômicos, haja vista ele ser um ser único com 
necessidades específicas. Desde 1984, em um es-
tudo realizado por Gattas (1984), observou-se que 
a enfermeira profissional com alta competência 
técnica responsável pela administração de pes-
soas e gerência do serviço de saúde não dava tan-
ta importância ao relacionamento interpessoal.
Mesmo parecendo um tema rotineiro e familiar 
no campo de atuação da saúde, o relacionamento 
interpessoal merece maior atenção devido à 
sua complexidade, já que lidamos com relação 
entre pessoas, cada uma com sua unicidade, 
características e personalidades diferentes. Desta 
forma, o relacionamento enfermeiro e paciente 
é a meta a ser atingida, é função específica do 
47
Anotações:enfermeiro, é a interação planejada com objetivos 
definidos entre duas pessoas, na qual ambas 
modificam o seu comportamento, construtivamente 
com a evolução do processo de relacionamento.
Atkinson (2008) relata que atualmente 
ainda se observa a predominância na formação 
dos profissionais de Enfermagem no aspecto 
instrumental, deixando de lado a valorização do 
cuidado humano atendendo-se a uma ideologia 
de cura.  Segundo Potter (2018), a aplicação do 
conhecimento, a compreensão do comportamento 
humano, a comunicação e o comprometimento da 
ética da enfermeira ajudam a criar relacionamentos 
profissionais. Desta forma, manter a filosofia 
baseada no afeto e respeito pelos outros ajuda a 
ter mais sucesso no estabelecimento de relações 
dessa natureza.
5 Pilares do Relacionamento 
Interpessoal no trabalho
I. AUTOCONHECIMENTO: implica reconhecer 
nossos traços de comportamento, o im-
pacto que causamos nos outros e que com-
portamentos dos outros nos incomodam;
II. EMPATIA: considerar os outros, suas 
opiniões, sentimentos e motivações;
III. ASSERTIVIDADE: para ter relacionamentos 
saudáveis, não basta ouvir, é preciso 
também falar, expressar nossas opiniões, 
vontades, dificuldades. É aí que entra 
a assertividade, a habilidade para nos 
expressar de forma franca, direta, clara, 
serena e respeitosa;
48
Anotações: IV. CORDIALIDADE:  tratar as pessoas com 
cordialidade é ser gentil, solícito e 
simpático, é demonstrar consideração 
pelo outro de várias formas. Simples “Bom 
dia”; “Obrigada”; 
V. ÉTICA: ser ético é ter atitudes que não 
prejudiquem os outros, não quebrem 
acordos e não contrariem o que se 
considera certo e justo.
Podemos ter muito autoconhecimento, ser 
altamente empáticos, assertivos e cordiais, mas, se 
não nos conduzirmos pela ética, não conseguiremos 
manter relacionamentos equilibrados.
Relação de ajuda enfermeiro e cliente
Na relação de ajuda, o enfermeiro assume o 
papel de ajudante profissional e conhece o cliente 
como indivíduo com necessidades específicas, 
respostas humanas e padrões de vida. Desta forma, 
é a base da prática clínica da Enfermagem, assim 
como a comunicação terapêutica que promove um 
clima psicológico que facilita a mudança positiva e 
adesão ao tratamento de saúde. Cuidar do paciente 
sem julgá-lo é uma característica importante da 
relação. A aceitação transmite a vontade de ouvir 
e reconhecer sentimentos, isso não significa que 
o profissional sempre concorde com o paciente ou 
aprove as suas ações, ou decisões. A enfermeira 
com a habilidade técnica conduzirá e, no momento 
oportuno, irá orientar o paciente da melhor forma.
Criar um ambiente terapêutico, dependerá da 
sua capacidade de comunicação, conhecimento 
49
Anotações:do processo de saúde-doença, conhecimento das 
necessidades humanas básicas e conhecimento 
dos objetivos a serem alcançados.  É importante 
ouvir as histórias do paciente para compreender 
melhor as suas preocupações, medos, experiências 
e desafios. E essas informações não são reveladas 
seguindo um padrão de resposta de anamnese que 
induz a respostas curtas. Só serão conhecidas após 
o primeiro vínculo entre profissional e paciente.
Relação enfermeiro e família
O processo de cuidar, em Enfermagem, tem 
objetivo de atender às necessidades do paciente, 
família e comunidade, desta forma, a relação 
entre enfermeiro e família exige a inclusão desses 
membros dentro do processo saúde-doença.
Relação enfermeiro e equipe de saúde
Segundo a Organização Mundial de Saúde 
(OMS), a comunicação entre os profissionais da 
equipe de saúde afeta a segurança do paciente e o 
ambiente de trabalho. Esta falha na comunicação 
é uma causa frequente de lesões graves durante 
o cuidado de saúde, desta forma, a comunicação 
precisa é essencial para evitar erros.  A prática da 
comunicação efetiva entre as equipes de saúde 
é a chave para garantir a segurança do paciente, 
precisando, a instituição, priorizar e implementar 
ferramentas e comportamentos padronizados paramelhorar o trabalho em equipe e reduzir riscos.
Alguns elementos são importantes no esta-
belecimento de credibilidade e competência, como 
50
Anotações: aparência, atitude e comportamento profissional, 
esses fatores definem que o enfermeiro assumiu o 
papel de profissional responsável, qualificado e fo-
cado em seus pacientes. O profissional deve zelar 
pela sua aparência pessoal para que o vínculo de 
confiança aconteça, devendo este estar limpo, as-
seado, bem-arrumado, vestido de modo conser-
vador. O comportamento profissional reflete con-
fiança e competência, devendo os profissionais se 
comunicarem com voz clara, bem modulada, boa 
entonação e sendo bons ouvintes.
Alguns elementos são fundamentais durante 
a comunicação. Potter (2018) cita a cortesia como 
parte da comunicação profissional. Quando o 
enfermeiro é descortês, os outros percebem que 
ele é rude e insensível e isso estabelece barreiras 
e atritos para o relacionamento interpessoal; a 
utilização de nomes é outro fator importante. Não 
se deve esquecer de apresentar e falar sobre o seu 
cargo, além de chamar seus pacientes pelo nome. 
Desta forma, transmite-se respeito pela dignidade 
e singularidade humana; a confiança é um elo que 
precisa ser estabelecido. Sem confiança, a relação 
enfermeiro e paciente, raramente, evolui para além 
da interação social e dos cuidados superficiais. 
Ocultar informações, mentir ou distorcer a 
verdade viola os padrões legais e éticos da prática 
assistencial.
51
Anotações:HUMANIZAÇÃO NA ENFERMAGEM
A humanização diz respeito a práticas 
e recursos voltados para ampliação do 
relacionamento entre pacientes e profissionais. 
Pensar na relação humanização/Enfermagem é 
pensar no cuidado essencial ao ser humano olhando 
a sua individualidade, sua família e a comunidade em 
que está inserido. Contudo, é importante ressaltar 
que, em alguns momentos, devido à sobrecarga 
de trabalho imposta no dia a dia, a Enfermagem 
presta uma assistência mecanizada e tecnicista, 
não reflexiva, deixando de lado o olhar humano e o 
atendimento integral ao paciente.
Rozendo (2000) pergunta: como é possível 
ao trabalhador cuidar de maneira humanizada, se 
ele próprio não habita em meio humanizado? Essa 
forma de conduzir as ações de Enfermagem dá 
origem a um dos grandes obstáculos presentes no 
interior da profissão que é forma estereotipada 
e naturalizada com que a Enfermagem, muitas 
vezes, aprende seu objeto de trabalho e 
presta assistência.  Tanto a humanização da 
assistência de Enfermagem quanto as relações 
de trabalho surgem de uma necessidade social 
e historicamente construída, não como um 
modismo da profissão, mas como um aspecto 
de trabalho que contribui significativamente 
para a construção de uma assistência de 
qualidade.  Desta forma, para compreender a 
forma do atendimento humanizado, precisamos 
considerar que nem sempre o paciente busca a 
solução apenas para o problema de saúde, mas 
busca alívio e conforto pessoal.
52
Anotações: Fatores que interferem 
no atendimento humanizado
• Atenção e acolhimento integral; 
• Escuta ativa e diferenciada; 
• Ética profissional; 
• Atendimento individualizado; 
• Cuidado realizado com empatia; 
• Respeito à intimidade e às diferenças; 
• Comunicação efetiva; 
• Confiança; 
• Segurança e apoio; 
• Infraestrutura adequada.
De acordo com o Ministério da Saúde (2001), 
a humanização deve seguir uma diretriz transversal 
que favoreça a troca de saberes, diálogo entre 
profissionais, trabalho em equipe e a consideração 
aos desejos e interesses das diferentes pessoas no 
campo da saúde. Tem como meta fazer com que 
todos saibam quem são os profissionais que cuidam 
da sua saúde, além da redução de filas com avaliação 
de risco e agilidade no acolhimento, oferecer 
canais de atendimento, treinar constantemente a 
equipe de saúde, permitir o acompanhamento dos 
familiares, garantir que os direitos dos pacientes 
sejam assegurados, facilitar e ampliar o acesso 
à informação para os pacientes e promover uma 
comunicação clara com os colaboradores. 
Muitos relatos mostram que quando uma 
pessoa necessita de um serviço de saúde, ela se 
vê num ambiente totalmente diferente do que é 
acostumada a vivenciar, onde tem que seguir regras 
e, consequentemente, adotar novas atitudes. 
53
Anotações:Sendo assim, o paciente terá sua rotina totalmente 
modificada e, nessas situações, o atendimento 
humanizado e a comunicação estabelecida 
entre enfermeiro e paciente pode ser impessoal 
(automática) ou pessoal (trazendo afetividade no 
relacionamento), porém, somente esta última 
favorece o estabelecimento de uma comunicação 
terapêutica.
54
U
ni
da
de
 3
Videoaula 1
Videoaula 2
56
57
PROCESSO INFECCIOSO
Segundo Traldi (2018), a 
primeira referência na história sobre 
a aquisição de doenças infecciosas 
por profissionais foi no século IV 
a.C, na Grécia, em um surto de 
tifo no qual o número de médicos 
mortos foi equivalente ao número 
de habitantes que sucumbiram 
à doença, na localidade.  Em 
todo o mundo a biossegurança é 
regida por leis, extremamente, 
específicas e suas determinações 
exigem cada vez mais empenho 
para adequação dos padrões de 
segurança das instituições. Os 
riscos profissionais de aquisição de 
BIOSSEGURANÇA 
E SEGURANCA 
DO PACIENTE
58
Anotações: infecções no ambiente de trabalho são inúmeros 
devido à exposição direta e à assistência ao 
paciente, por exemplo, fluidos corporais, materiais 
contaminados, secreção, exsudato, dentre outros 
fatores.
Biossegurança é um termo que se aplica 
ao conjunto de ações voltadas para a prevenção, 
minimização e eliminação de riscos inerentes 
às atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de 
serviços. Riscos que podem comprometer a saúde 
do homem, dos animais, do meio ambiente ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
CONCEITO DE INFECÇÃO
O termo infecção é originário do latim 
infectione, que significa ato ou efeito de 
infeccionar. A penetração, o desenvolvimento e a 
multiplicação de seres inferiores no organismo de 
um hospedeiro podem resultar em consequências 
variadas habitualmente nocivas para este.  As 
infecções podem ser causadas por vários agentes 
microscópicos e são classificadas, de acordo com 
a origem da fonte de infecção, em endógenas e 
exógenas.
INFECÇÃO EXÓGENA: é aquela cujo agente 
biológico atinge o hospedeiro a partir de um 
reservatório de fonte externa. As fontes dos agentes 
desse tipo de infecção são o homem e os animais. 
Para se constituir como fonte de infecção, o 
homem não precisa necessariamente estar doente, 
ele pode estar infectado, porém, não precisa ter a 
doença para transmitir o agente biológico para um 
suscetível.
59
Anotações:INFECÇÃO ENDÓGENA: é causada por 
um agente etiológico da microbiota do próprio 
hospedeiro. Pode ser causada pela maioria das 
bactérias que residem no corpo humano. De 
modo geral, as infecções endógenas podem 
ser consideradas oportunistas, haja vista só 
expressarem sua atividade patogênica quando 
oferecem condições apropriadas. Essas condições 
são encontradas em pacientes hospitalizados 
que usam antibióticos e imunossupressores, em 
doenças como câncer, diabetes e autoimunes.  É 
importante conhecermos que todos os seres 
humanos possuem uma microbiota normal, que é 
constituída por um grupo de bactérias de diferentes 
espécies que habitam a pele e a mucosa, cada 
local com uma especificidade de microrganismos 
próprios e em quantidade específica.
MICROBIOTA CUTÂNEA: distribui-se por 
toda a extensão da pele, possuindo uma maior 
concentração nas áreas mais úmidas e quentes do 
corpo, por exemplo, nas axilas e períneo.  Existem 
diversos fatores que alteram a microbiota do corpo, 
como o pH, idade, temperatura corporal, grau de 
umidade e proximidade de mucosas.
MICROBIOTA TRANSITÓRIA:  a maioria das 
bactérias reside na superfície do estrato córneo 
e na parte superior dos folículos pilosos. Quando 
entramos em contato direto com o meioambiente, 
formamos uma microbiota transitória, onde 
a pele é contaminada temporariamente, com 
microrganismos considerados não colonizados, 
pois são removidos facilmente com água e sabão. O 
procedimento de lavagem das mãos pode diminuir 
cerca de 90% o número de microrganismos 
existentes na pele.
60
Anotações: MICROBIOTA RESIDENTE: a microbiota 
residente compreende microrganismos que se 
multiplicam nas camadas mais profundas da pele, 
ou seja, nas glândulas sebáceas, folículos pilosos, 
feridas ou trajetos fistulosos. Sua característica 
é baixa virulência e tem a função de recolonizar a 
pele quando as mais superficiais são removidas. 
É importante entendermos que, em indivíduos 
imunodeprimidos, a microbiota residente pode 
causar infecção sistêmica grave, devido à 
penetração dos microorganismos na corrente 
sanguínea, linfática e tecidos.  Com o objetivo de 
identificar e distinguir Infecções Relacionadas à 
Assistência de Saúde (IRAS) das demais infecções, 
o Ministério da Saúde publicou algumas portarias 
definindo o conceito de infecção comunitária e 
infecção hospitalar.
INFECÇÃO COMUNITÁRIA: é aquela constada 
ou em incubação no ato da admissão do paciente 
(internação), desde que não relacionada à 
internação anterior no mesmo hospital. São as 
infecções adquiridas na comunidade, ou seja, no 
ambiente em que o indivíduo vive e trabalha, não 
relacionada à realização de procedimentos de 
serviços de saúde. Também podemos considerar 
infecção comunitária aquelas associadas com 
complicação ou extensão da infecção já presente 
na admissão; as infecções em recém-nascidos, cuja 
aquisição por via transplacentária for comprovada 
ou conhecida, por exemplo, herpes simples, 
toxoplasmose, rubéola, entre outras; e as infecções 
em recém-nascidos associadas com a bolsa d’agua 
rota superior a 24 horas.
61
Anotações:INFECÇÃO HOSPITALAR: é aquela que pode 
ser adquirida após a internação do paciente em 
um hospital ou ainda quando da sua alta se estiver 
relacionada com a sua internação. O Ministério da 
Saúde amplia o conceito de infecção hospitalar, 
para todas as infecções adquiridas por pessoas 
em qualquer tipo de serviço de saúde, seja ele 
ambulatório, Unidade Básica de Saúde, laboratório 
de exame ou consultório odontológico.
MODO DE TRANSMISSÃO 
DAS INFECÇÕES
As formas de transmissão das infecções 
são variadas, mas podemos destacar 5 grupos, de 
acordo com (BARSANO, 2014):
CONTATO DIRETO: refere-se ao contato entre 
superfícies corporais (pele a pele ou pele/mucosa) 
e a transferência física de microrganismos entre o 
hospedeiro suscetível e uma pessoa infectada.
O CONTATO INDIRETO: refere-se ao contato 
entre indivíduos intermediados por objetos 
contaminados.
TRANSMISSÃO POR GOTÍCULAS/PERDIGOTOS: 
refere-se à mucosa conjuntival, nasal e oral por 
gotículas contendo microrganismos de pessoas in-
fectadas que se propagam no ar a curtas distâncias 
através da tosse, canto, fala ou espirro.
TRANSMISSÃO INALATÓRIA: refere-se 
ao contato por núcleo goticulares, contendo 
microrganismos que podem permanecer suspensos 
no ar por longo período de tempo ou partículas de 
poeira contendo o agente infeccioso.
62
Anotações: TRANSMISSÃO POR VEÍCULO: ocorre pelo 
contato através de objetos, alimentos, água, mãos 
e equipamento contaminados.
MEDIDAS PROFILÁTICAS DE INFECÇÃO
A portaria GM/MS 2616 do dia 12/05/1998, 
estabelece a necessidade de toda a instituição 
de saúde estabelecer o seu plano de controle 
de infecção relacionada a assistência à saúde, 
que deverá conter as várias ações elaboradas 
determinadas, a fim de reduzir o risco de 
acontecimentos e agravantes das infecções 
hospitalares. O programa do controle de infecções 
hospitalares é um conjunto de ações desenvolvidas 
deliberadas e sistematicamente com vistas a 
redução máxima possível da incidência e gravidade 
das infecções hospitalares, o programa estabelece 
os hospitais devem constituir uma Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Profilaxia da infecção hospitalar
• Realizar a higienização das mãos com 
frequência antes e após qualquer 
procedimento.
• Seguir as normas e rotinas estabelecidas 
pelo CCIH.
• Não permitir que funcionários e 
acompanhantes sentem no leito do 
paciente.
• Manter a higiene pessoal adequada (unhas 
aparadas, limpas e sem esmalte, uniforme 
limpo, cabelos presos ou curtos, barba 
aparada e sem adornos).
63
Anotações:• Observar no paciente o aparecimento de 
sinais e sintomas como febre, erupção de 
pele e diarreia.
• Materiais não descartáveis devem ser 
colocados em solução desinfetante antes 
da lavagem.
EDUCAÇÃO DE ACOMPANHANTES 
E VISITANTES
O acompanhante do paciente geralmente é um 
familiar ou um amigo que muitas vezes o acompanha 
pela primeira vez, desta forma contribui para o aumento 
das infecções devido ao desconhecimento das normas 
e rotinas hospitalares. Com o objetivo de diminuir 
o risco para o paciente e visitante, o enfermeiro 
responsável pelo CCIH deve garantir que eles recebam 
todas as orientações de educação e saúde: 
• Respeitar o limite de pessoas no quarto 
do paciente, pois o acúmulo de pessoas 
aumenta o risco de infecções respiratórias;
• Lavar as mãos ao chegar no hospital, 
antes e após tocar no paciente e ao sair do 
hospital. 
• Não sentar na cama do paciente nem no 
chão do hospital.
• Não acumular alimento no quarto.
• Não comer a dieta do paciente.
• Não manipular materiais e equipamentos 
hospitalares.
• Não utilizar o banheiro dos pacientes.
• Respeitar o horário de visitas.
• As roupas do paciente levadas para casa 
devem ser lavadas separadamente.
64
Anotações: • Utilizar sapatos fechados no hospital.
• Em casos de dúvidas procurar o enfermeiro 
responsável.
MEDIDAS COLETIVAS DE PROTEÇÃO 
E PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
• Adequação física das construções de 
instituições de saúde quanto ao fluxo e à 
atividade.
• Sinalização correta de áreas e artigos.
• Existência do serviço especializado 
de Engenharia, segurança, Medicina e 
Enfermagem do Trabalho.
• Mapeamento dos riscos e tipos em cada 
área da instituição.
• Educação em serviço a todos os 
trabalhadores do serviço de saúde quanto 
à prevenção de infecção e acidentes de 
trabalho.
• Adoção de precaução em todos os setores.
• Manutenção da imunização a todos os 
trabalhadores, conforme a atividade 
desenvolvida.
• Manuais de normas e rotinas.
• Uso de recipientes próprios para objetos 
cortantes e pontiagudos.
65
Anotações:
MEDIDAS INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO 
E PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
São medidas básicas a serem utilizadas 
durante o contato/cuidado com o paciente, seja ele 
sintomático ou assintomático. Essas precauções 
constituem um conjunto de medidas de barreira 
que inviabilizam o contato com sangue, secreções, 
excreções, fluidos corporais, pele não íntegra 
e mucosas. Umas das precauções universais 
de grande importância individual é o uso do 
Equipamento de Proteção Individual (EPI).
Os EPI’s são regulamentados pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego através da Norma 
Regulamentadora nº 6/NR6, que preconiza que o 
equipamento de proteção individual de fabricação 
nacional ou importado só poderá ser posto à venda 
com certificado de aprovação expedido pelo 
órgão nacional competente. Preconiza ainda que 
a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, 
gratuitamente, EPI adequado ao risco de cada 
atividade que desenvolve e em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, e deve exigir o seu 
uso pelo empregado, orientar e treinar o trabalhador 
para uso adequado, guarda e conservação.
EQUIPAMENTOS DE 
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Máscaras
Usar nas ocasiões em que houver possibilidade 
de dispersão de produtos corpóreos ou para 
adentrar em unidades de tratamento de pacientes 
66
Anotações: quando for infectocontagiosa. Visam proteger 
contra a inalação de aerossóis e filtram partículas 
de até 5µm. Uma máscara adequada é quando se 
adapta ao tamanho do usuário e filtra partículas de 
tamanho correto, de acordo com a sua indicação.
Óculosde proteção
Usados para proteger a mucosa dos olhos 
contra possíveis respingos de sangue e secreção. 
Devem ter lentes panorâmicas, incolores, ser de 
plástico resistente, com proteção lateral e válvulas 
para ventilação. São indicados em procedimentos 
invasivos em contato com sangue e fluidos.
Aventais
São utilizados durante a realização de 
procedimentos com risco de contaminação, 
sempre que houver possibilidade de contato com 
superfícies contaminadas, nos procedimentos 
de isolamento com risco de contato com material 
infectante em procedimentos cirúrgicos.  Em 
procedimentos com grande exposição, a sangue e 
fluidos corporais, recomenda-se o uso de aventais 
impermeáveis que protejam o tronco, membros 
superiores e inferiores. 
Luvas
 
Devem ser usadas durante o contato com 
fluidos orgânicos, mucosas, pele não íntegra ou 
no manuseio de artigos, ou superfícies sujas com 
sangue ou fluidos. Devem ser trocadas sempre 
67
Anotações:que observar rompimento no látex ou ao passar 
de um paciente para outro, realizando sempre a 
higienização das mãos.  Para cada procedimento, 
deve-se usar o tipo de luva específico conforme 
a finalidade. Se o procedimento exigir técnica 
asséptica, as luvas deverão ser estéreis e, quando 
for utilizado como barreira para proteção individual 
do profissional de saúde, as luvas deverão ser de 
procedimento. 
Botas
Utilizada para proteção dos pés em locais 
úmidos ou com quantidade significativa de 
material infectante. Os serviços de saúde são 
indicados durante procedimentos de limpeza, para 
profissionais de áreas contaminadas da lavanderia 
hospitalar e para aqueles que realizam necropsia. 
Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de 
cor clara, com cano ¾ e solado antiderrapante.
Higienização das mãos
Segundo a ANVISA (2013), é a retirada da 
sujidade das mãos, com exclusão da microbiota 
superficial e a redução da microbiota permanente 
da pele das mãos, por meio de fricção com água 
e sabão/antisséptico degermante ou ainda com 
solução alcoólica glicerina por um tempo mínimo 
necessário e técnica específica. A higienização das 
mãos é a forma individual mais fácil e mais barata 
para evitar o aumento das infecções relacionadas à 
assistência à saúde.
68
Anotações:
5 momentos para higienização das mãos
I. Antes do contato com o paciente.
Para proteção do paciente, evitando a 
transmissão de microrganismos presentes nas 
mãos do profissional, que podem causar infecções.
II. Antes da realização de procedimento 
asséptico.
Para proteção do paciente, evitando a 
transmissão de microrganismos das mãos 
do profissional para o paciente, incluindo 
microrganismos do próprio paciente.
III. Após exposição a fluidos corporais.
Para proteção do profissional e do ambiente 
de assistência imediatamente próximo ao paciente, 
evitando a transmissão de microrganismos do 
paciente a outros profissionais ou pacientes.
IV. Após contato com o paciente.
Para a proteção do profissional e do ambiente 
à saúde, incluindo as superfícies e os objetos 
próximos ao paciente, evitando a transmissão de 
microrganismos do próprio paciente.
V. Após o contato com as áreas próximas ao 
paciente.
Para a proteção do profissional e do ambiente 
de assistência à saúde, incluindo superfícies e 
objetos imediatamente próximos ao paciente, 
evitando a transmissão de microrganismos do 
paciente a outros profissionais ou pacientes.
Na figura a seguir, demonstramos os cinco 
momentos para a realização da higienização das 
mãos.
69
Figura 1: 5 Momentos para Higienização das mãos
 Fonte: <https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/
paciente_hig_maos.pdf>.
Técnica para higienização 
simples das mãos
1. Abra a torneira e molhe as mãos, evitando 
encostar na pia.
2. Aplique na palma da mão quantidade 
sufi ciente de sabonete líquido para cobrir 
todas as superfícies das mãos (seguir a 
quantidade recomendada pelo fabricante).
3. Ensaboe as palmas das mãos friccionando-
as entre si.
4. Esfregue a palma da mão direita contra 
o dorso da mão esquerda (e vice-versa), 
entrelaçando os dedos.
5. Entrelace os dedos e friccione os espaços 
interdigitais.
6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão 
Antes de 
tocar o 
paciente
Antes de realizar
procedimento
limpo/asséptico
Após
tocar o 
paciente
Após tocar 
superfícies 
próximas ao paciente
Após risco de 
exposição a Fluídos 
corporais
70
Anotações: com a palma da mão oposta (e vice-versa), 
segurando os dedos com movimento de 
vai e vem.
7. Esfregue o polegar direito, com o auxílio 
da palma da mão esquerda (e vice-versa), 
utilizando movimento circular.
8. Friccione as polpas digitais e unhas da 
mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fechada em concha (e vice-versa), 
fazendo movimento circular.
9. Esfregue o punho esquerdo com o auxílio 
da palma da mão direita (e vice-versa), 
utilizando movimento circular.
10. Enxágue as mãos, retirando os resíduos de 
sabonete, evite contato direto das mãos 
ensaboadas com a torneira.
11. Seque as mãos com papel toalha 
descartável, iniciando pelas mãos e 
seguindo pelos punhos.
71
1. Abra a torneira e molhe as mãos, evitando 
encostar na pia.
2. Aplique na palma da 
mão quantidade sufi ciente 
de sabonete líquido para 
cobrir todas as superfícieis 
das mãos (seguir a
quantidade recomendada 
pelo fabricante). 
3. Ensaboe as palmas das mãos, 
friccionando-as entre si.
4. Esfregue a palma da mão direita 
contra o dorso da mão esquerda (e 
vice-versa) entrelaçando os dedo.
5. Entrelace os dedos e friccione 
os espaços interdigitais.
6. Esfregue o dorso dos dedos de uma 
mão com a palma da mão oposta (e 
vice-versa), segurando os dedos, com 
movimento de vai-e-vem.
7. Esfregue o polegar direito, com 
o auxílio da mão esquerda (e vice-
versa), utilizando movimento circular.
8. Friccione as polpas digitais e unhas 
da mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fechada em concha (e vice-versa), 
fazendo movimento circular.
9. Esfregue o punho esquerdo, com 
o auxílio da palma da mão direita ( e 
vice-versa), utilizando movimento 
circular.
10. Enxague as mãos, retirando os 
resíduos de sabonete. Evite contato 
direto das mãos esaboadasa com a 
torneira.
11. Seque as mãos com papel-toalha 
descartável. iniciamdo pelas mãos e 
seguindo pelos punhos.
Figura 2: Os 11 passos para a 
Higienização das mãos
 Fonte: <https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/
paciente_hig_maos.pdf>.
72
Anotações:
PROCESSAMENTO DE 
ARTIGOS E ÁREAS EM SAÚDE
Quando falamos em processamento de 
artigos e áreas, temos que entender a ligação 
direta com a Biossegurança, segurança ambiental, 
segurança do paciente e, consequentemente, a 
redução de Infecção Relacionada a Assistência de 
Saúde (IRAS). Traldi (2018) traz uma reflexão sobre 
a falta de adoção de medidas e conhecimentos de 
biossegurança, processamento de áreas e artigos 
após o aumento das doenças infectocontagiosas. 
O que seria da população devido ao aumento das 
infecções hospitalares?  Artigos são instrumentos 
de natureza diversa (utensílios, acessórios, 
equipamentos e outros), utilizados nos diferentes 
procedimentos destinados à prevenção, ao 
diagnóstico, ao tratamento de doenças, à 
reabilitação da saúde (BRASIL, 2017).  Murta (2012) 
usa a classificação de artigos utilizados em serviços 
de saúde como críticos, semicríticos e não críticos.
ARTIGOS CRÍTICOS: são todos os artigos 
que apresentam um alto risco de aquisição de 
infecção, se contaminados com qualquer tipo de 
microrganismo, incluindo esporos bacterianos. 
São equipamentos, instrumentos, objetos que 
penetram nos tecidos subepiteliais, sistema 
vascular e outros órgãos isentos de flora microbiana 
própria. Podemos citar como exemplos: agulhas, 
cateteres venosos, drenos, instrumentos de ponta 
e de corte, afastadores cirúrgicos, assim como as 
roupas utilizadas em centro cirúrgico;
ARTIGOS SEMICRÍTICOS: são artigos que 
entram em contato com mucosas íntegras e 
73
Anotações:pele não íntegra. Devem estar sempre isentosde microrganismos, podemos exemplificar os 
materiais de anestesia inalatória e assistência 
ventilatória, laringoscópios, cateteres vesicais, 
traqueais e nasogástricos;
ARTIGOS NÃO CRÍTICOS: são aqueles que 
entram em contato com pele íntegra, porém não 
entram em contato com mucosas, bem como os que 
não entram em contato com os pacientes durante 
o procedimento, podemos citar o estetoscópio, 
esfigmomanômetro, termômetro e mobiliário das 
unidades de saúde.
Da mesma forma que conhecer hospitalares 
e sua classificação é importante para oferecermos 
assistência segura e com baixo risco para a 
segurança do paciente, também é importante 
conhecermos a classificação de áreas. As áreas são 
diferentes ambientes que compõem a planta física 
das unidades de saúde, independentemente do 
nível de atenção à saúde ou da finalidade. Elas são 
como os artigos, classificadas em função do grau de 
risco que oferecem ao paciente, podem apresentar 
desde um pequeno risco, até um risco elevadíssimo 
de transmissão de infecção, desta forma, quanto 
menor a probabilidade de transmissão de infeção 
uma área apresentar, menor será a sua criticidade 
(ANVISA, 2012). 
Quando classificamos as áreas, elas são 
relacionadas ao risco de transmissão de infecção e 
levamos em conta três fatores:
A UTILIZAÇÃO DA ÁREA: qual a destinação 
desta área? Algumas áreas são utilizadas 
especificamente para receber pacientes graves e 
com baixa imunidade, por exemplo, as Unidades de 
74
Anotações: Terapia Intensiva, Berçário de alto risco, enfermaria 
para queimados, isolamentos. As demais áreas 
como as administrativas, recepção, consultórios 
médicos e de Enfermagem não requerem cuidados 
maiores relacionados à transmissão de infecção.
O GRAU DE EXPOSIÇÃO DO PACIENTE: 
existem alguns pacientes, geralmente pacientes 
imunodeprimido e portadores de algumas patologias 
que estão, teoricamente, mais vulneráveis às 
infecções, principalmente se estiverem internados 
em unidade hospitalar. Todavia, em algumas áreas, 
essa exposição e risco são maiores em função do 
tipo de procedimento realizado, como o risco no 
centro cirúrgico, em locais onde são realizados 
procedimentos invasivos e tratamento de pacientes 
imunodeprimidos.
O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO: devido à 
extensão de suas atividades a alto grau de manuseio 
de produtos e insumos, o risco de contaminação 
é altíssimo, por exemplo, nos laboratórios e na 
cozinha hospitalar.
As áreas podem ser classificadas de acordo 
com os riscos:
ÁREAS CRÍTICAS: são as áreas que oferecem 
um risco elevado de transmissão de infecção, 
seja devido ao estado de imunossupressão do 
paciente, seja devido às características invasivas 
dos procedimentos ali realizados. São exemplos de 
áreas críticas: Unidade de Hemodiálise, Unidade 
de Terapia Intensiva, Unidade de tratamento de 
queimados, berçários de alto risco, salas cirúrgicas, 
laboratórios de anatomopatológico e análises 
clínicas, sala de necropsia e cozinha hospitalar.
ÁREAS SEMICRÍTICAS: são todas as áreas 
ocupadas por pacientes com doenças não 
75
Anotações:infecciosas ou não transmissíveis e que não 
precisam de cuidados intensivos, por exemplo: 
enfermarias, ambulatórios, central de material e 
esterilização, depósitos de resíduos, lavanderias.
ÁREAS NÃO CRÍTICAS: são aquelas 
que teoricamente, não apresentam risco de 
contaminação ou transmissão de infecção, 
podemos citar as áreas administrativas como 
almoxarifado, recepção, manutenção, corredores e 
áreas externas.
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Mesmo com a evolução histórica e os avanços 
nas práticas de assistência à saúde, a tecnologia 
não conseguiu eliminar a geração de resíduos sóli-
dos oriundos dos serviços de saúde. Apesar de to-
dos os avanços, esses resíduos apresentam-se ain-
da como uma realidade incontestável e seu correto 
gerenciamento se torna imprescindível para a ga-
rantia da qualidade de vida da população e preser-
vação do meio ambiente. De acordo com a resolução 
da Direforia Colegiada (RDC) da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 222/2018, dentre os 
resíduos sólidos gerados, destacamos os Resíduos 
de Serviço de Saúde (RSS), definidos como substân-
cias que possuem grande grau de perigo, deman-
dando assim, um manejo diferenciado desde a 
segregação até a disposição final.
Diante das características infectantes e 
específicas, os RSS representam um grande risco 
para a saúde dos profissionais que os manipulam, 
necessitando estes de um amplo conhecimento em 
relação ao manejo adequado e sua composição. O 
76
Anotações: correto gerenciamento dos resíduos do serviço de 
saúde é fundamental para garantir a qualidade da 
saúde pública. A Resolução da Diretoria Colegiada, 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
RDC nº 222 de 28 de março de 2018 normatiza o 
Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde 
(RSS).  O gerenciamento de resíduos de serviços 
de saúde é dividido em grupos. A RDC 222/2018 
de 22 de março de 2018 classifica esses resíduos 
em cinco grandes grupos, de acordo com suas 
características infectantes:
GRUPO A: são resíduos com a possível presença 
de agentes biológicos que, por suas características, 
podem apresentar risco de infecção. Está dividido 
em 5 subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5).
GRUPO A: são resíduos com a possível pre-
sença de agentes biológicos que, por suas carac-
terísticas, podem apresentar risco de infecção. 
Está dividido em 5 subgrupos (ANVISA, 2018).
SUBGRUPO A1: culturas e estoques de mi-
cro-organismos; resíduos de fabricação de 
produtos biológicos, exceto os medicamentos 
hemoderivados; descarte de vacinas de micror-
ganismos vivos, atenuados ou inativados; meios 
de cultura e instrumentais utilizados para trans-
ferência, inoculação ou mistura de culturas; 
resíduos de laboratórios de manipulação genética.
SUBGRUPO A2: carcaças, peças anatômicas, 
vísceras e outros resíduos provenientes de animais 
submetidos a processos de experimentação com 
inoculação de microrganismos, bem como suas 
forrações e os cadáveres de animais suspeitos de 
serem portadores de microrganismos de relevância 
epidemiológica e com risco de disseminação, 
77
Anotações:que foram submetidos ou não a estudo 
anatomopatológico, ou confirmação diagnóstica 
(ANVISA, 2018).
SUBGRUPO A3: peças anatômicas (membros) 
do ser humano; produto de fecundação sem sinais 
vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura 
menor que 25 centímetros ou idade gestacional 
menor que 20 semanas, que não tenham valor 
científico ou legal e não tenha havido requisição 
pelo paciente ou seus familiares (WEDLER, 2017).
SUBGRUPO A4: kits de linhas arteriais, 
endovenosas e dialisadores, quando descartados. 
Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; 
membrana filtrante de equipamento médico-
hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; 
sobras de amostras de laboratório e seus recipientes 
contendo fezes, urina e secreções, provenientes de 
pacientes que não contenham nem sejam suspeitos 
de conter agentes classe de risco 4 nem apresentem 
relevância epidemiológica e risco de disseminação, 
ou microrganismo causador de doença emergente 
que se torne epidemiologicamente importante, ou 
cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido, 
ou com suspeita de contaminação com príons; 
resíduos de tecido adiposo proveniente de 
lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento 
de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 
recipientes e materiais resultantes do processo 
de assistência à saúde, sem presença de sangue 
ou líquidos corpóreos na forma livre; peças 
anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, 
e outros resíduos provenientes de procedimentos 
cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou 
de confirmação diagnóstica; cadáveres, carcaças, 
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Anotações: peças anatômicas, vísceras e outros resíduos 
provenientes de animais não submetidos a 
processos de experimentação com inoculação de 
microrganismos; bolsas transfusionais vazias ou 
com volume residual pós transfusão.

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