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Práticas de Preservação do Patrimônio Cultural no Brasil _ Passei Direto

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Impresso por Rafael Costa, E-mail costarafaell2015@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por
direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 17/02/2023, 18:00:47
DESCRIÇÃO
A emergência e consolidação histórica das políticas patrimoniais no Brasil, pensando os
instrumentos jurídico-administrativos, as estratégias e modalidades de atuação.
PROPÓSITO
Compreender os instrumentos e dispositivos que orientam a política de preservação cultural no
Brasil realizada pelo IPHAN, de modo a refletir sobre as divergências e convergências no trato de
bens materiais e imateriais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
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Definir os princípios gerais e os instrumentos de atuação que orientam as políticas de patrimônio
cultural no Brasil promovidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
MÓDULO 2
Exemplificar os dispositivos jurídico-administrativos utilizados pelo IPHAN em relação ao seu
conjunto de bens culturais tombados e registrados.
MÓDULO 3
Identificar o processo de tombamento pelo IPHAN, a partir de exemplos de bens materiais, com
arquiteturas de diversas naturezas, bem como acervos.
INTRODUÇÃO
Nos últimos vinte anos, as concepções de fundo e o repertório de manifestações culturais que
compõem o universo do Patrimônio Cultural do Brasil assistiram a uma grande transformação.
Desde 4 de agosto de 2000, por efeito do Decreto 3.551, que instituiu o Registro de Bens Culturais
da Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI), o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) vem realizando políticas públicas setoriais
voltadas para a documentação, o reconhecimento, a valorização e o apoio sustentável dos
chamados bens culturais de natureza imaterial.
A partir de então, ofícios e modos de fazer tradicionais; formas de expressão (musicais,
coreográficas, cênicas, literárias e lúdicas); lugares onde se concentram ou se reproduzem
práticas culturais; e celebrações coletivas associadas, em especial, aos grupos formadores da
sociedade brasileira passaram a ser, de modo sistemático, objeto de processos de identificação,
de solicitação de registros e de ações e projetos de salvaguarda.
O impacto da publicação do decreto, no âmbito das políticas de patrimônio cultural no Brasil, é
marcante ao possibilitar, entre outras coisas, a inclusão de grupos, segmentos sociais e suas
referências culturais até então alijados desse campo de atuação. Assim, se nossa percepção
sobre o universo que constituía o patrimônio cultural brasileiro recaía preferencialmente sobre
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edificações antigas e imponentes (igrejas, casarões coloniais, edifícios públicos, centros históricos
etc.), que remetiam a períodos históricos pregressos, do ano de 2000 em diante manifestações
culturais tradicionais vivas e atuantes, capazes de referenciar a construção de identidades sociais,
passaram a fazer parte desse conjunto: Maracatu, Frevo, Círio de Nazaré, Bumba meu Boi, Jongo,
Viola de Cocho, Festa do Divino, entre tantos outros.
Neste material, você conhecerá os princípios e instrumentos das políticas de patrimônio cultural no
Brasil, particularmente, aquelas promovidas pelo IPHAN.
Vamos lá!
MÓDULO 1
 Definir os princípios gerais e os instrumentos de atuação que orientam as políticas de
patrimônio cultural no Brasil promovidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN).
Uma breve História do IPHAN
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BENS REGISTRADOS: SABERES E FAZERES
O IPHAN é o principal órgão nacional a direcionar as políticas patrimoniais brasileiras. Sua origem
é distante, mas suas funções estão em constante processo de modificação. Neste primeiro
momento, vamos lidar com a construção e operação dos bens registrados.
 
O processo mais conhecido é o de tombamento, curiosamente associado a referências diversas –
desde piadas (“o tombamento é deixar prédios tombar”) ou até explicações do senso comum que
associam a noção de tombamento à situação de que “ninguém pode mexer”.
 VOCÊ SABIA
O termo tem origem no nome pelo qual costumava ser chamada a Torre de Registrostombamento
de Lisboa, onde diversos processos burocráticos eram registrados e arquivados, conhecida como
Torre do Tombo.
Neste módulo, vamos conhecer um pouco da história dos registros patrimoniais no Brasil e seus
caminhos.
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UMA BREVE HISTÓRIA
Mesmo que o Decreto 3551 tenha sido publicado somente em agosto de 2000, ele representa,
para o IPHAN, o ponto culminante de um longo processo de discussões e iniciativas que
remontam aos primórdios da criação do órgão, ocorrida em janeiro de 1937.
Naquele momento, o escritor paulista Mário de Andrade (1893-1945) foi convidado por Gustavo
Capanema (1990-1985), à frente do Ministério da Educação e Saúde, a redigir um anteprojeto que
subsidiasse a criação de um órgão federal dedicado à preservação do patrimônio histórico e
artístico nacional. Ao lado disso, nas páginas da grande imprensa, intelectuais de renome
denunciavam a destruição de monumentos e a evasão de objetos artísticos da arte colonial.
 
 Gustavo Capanema em 1932.
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 Mário de Andrade em 1928.
Mário de Andrade redigiu uma proposta bastante ousada e avançada. Em seu texto, ele já previa a
identificação e a valorização de expressões culturais populares – o folclore ameríndio, a
arquitetura popular, os objetos rituais e de uso doméstico, as paisagens, as receitas culinárias, os
provérbios. Por razões diversas, tal perspectiva não foi implementada naquele momento.
Boa parte das sugestões delineadas por Mário de Andrade não foi aproveitada, posteriormente, na
redação da versão final do Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que organizou as
práticas de preservação no Brasil e restringiu a ação do IPHAN à chamada “ ”.pedra e cal
Em meados dos anos 1970, as ideias pioneiras de Mário de Andrade voltaram à cena por meio da
atuação do advogado e designer gráfico pernambucano Aloísio Magalhães (1927-1982). Sob sua
coordenação, foi criado em 1975 o Centro de Referência Cultural (CNRC), entidade formada por
pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e funcionários do governo federal.
Mediante convênio firmado entre a Secretaria de Educação e Cultura do DF e a Secretaria de
Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio, o CNRC implementou uma série de
projetos que promoveram a atualização do debate sobre os sentidos da preservação e ampliaram
a noção de patrimônio para abranger questões como a necessidade de promover modelos
autônomos de desenvolvimento econômico e a valorização da diversidade regional.
Foram realizados vários projetos de documentação e de pesquisas junto a distintos grupos sociais,
como:
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direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado paraterceiros. 17/02/2023, 18:00:47
PEDRA E CAL
É o “conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de
interesse público, quer por se acharem vinculados a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”
(Decreto-Lei nº 25, 30 de novembro de 1937).
Levantamentos socioculturais em Alagoas e Pernambuco;
Inventários de tecnologias patrimoniais, que incluíram o uso de computador na
documentação visual de padrões de tecelagem manual e de trançado indígena;
Implantação do Museu Aberto de Orleans, em Santa Catarina, entre outros.
 Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontalAtenção!
Essas reflexões e ações sobre a importância dos bens culturais imateriais como referências
basilares para vários grupos formadores da sociedade brasileira seriam retomadas nos debates
que envolveram a Assembleia Constituinte e incluídas nos artigos 215 e 216 da Constituição
Federal promulgada em 1988.
 SAIBA MAIS
Artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988
Bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
as formas de expressão;
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os modos de criar, fazer e viver;
as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
as obras, os objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico” (Constituição da República Federativa do Brasil, 1988)
No fim dos anos de 1990, ocorreram dois eventos de enorme importância para a consolidação
efetiva dessas propostas: a contratação de uma equipe de pesquisa, liderada pelo antropólogo
Antonio Augusto Arantes, para a construção de uma metodologia de pesquisa para analisar os
bens culturais de natureza imaterial, que resultou na formulação do Inventário Nacional de
Referências Culturais (INRC) e na realização de um seminário internacional na cidade de
Fortaleza, em 1997, para discutir estratégias e formas de proteção ao patrimônio imaterial, dando
origem ao documento .A Carta de Fortaleza
Embora tenha inicialmente causado certa hesitação e alguma controvérsia, o emprego da
expressão “patrimônio cultural imaterial” aos poucos se impôs, procurando designar, tal como
define a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ocorrida em Paris em
2003 (CURY, 2004).
A publicação do Decreto 3551/2000 forneceu o arcabouço jurídico-administrativo necessário para
a atuação concreta do IPHAN com bens culturais de natureza imaterial, ao regulamentar as
disposições contidas no Art. 216 da Constituição de 1988. O Decreto 3551/2000 estabelece a
figura jurídica do como o instrumento privilegiado para a atuação.Registro
Há uma distinção nos parâmetros de atuação dos órgãos de preservação. No caso do
tombamento, o que se busca preservar é a integridade física do bem cultural. Já o instrumento do
Registro pressupõe o caráter processual e dinâmico das formas e dos sentidos dos bens culturais,
submetidos por seus praticantes a um contínuo processo de recriação e atualização. Nesse caso,
a preservação tem como foco a busca de instrumentos e medidas de salvaguarda que viabilizem
as .condições de sua produção e reprodução
De acordo com o Decreto 3.551/2000, os bens culturais podem ser inscritos em um ou mais dos
seguintes Livros: ; ; Livro de Registro dos Saberes Livro de Registro das Celebrações Livro de
Registro das Formas de Expressão Livro de Registro dos Lugares; .
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Os bens inscritos em um ou mais desses Livros de Registro recebem o título de Patrimônio
Cultural do Brasil. Mas esse reconhecimento significa mais do que a mera atribuição de um título.
Dentre seus efeitos, instaura-se um compromisso entre o poder público e os bens titulados, de
documentá-los e dar-lhes ampla divulgação e promoção, de modo que toda a sociedade possa ter
acesso a informações sobre sua origem, relevância e especificidades.
Um plano de salvaguarda envolve ações, tais como:
INRC
O INRC é um instrumento metodológico composto de questionários e fichas a serem
preenchidos no decorrer de uma pesquisa de identificação. Mesmo que não tenha sido
elaborado para ser utilizado exclusivamente no campo do patrimônio imaterial, ele foi
apropriado pelos gestores dessa área e exerceu papel fundamental na implementação e
consolidação da política federal de salvaguarda, tornando-se um de seus principais pilares.
A CARTA DE FORTALEZA
Nesse documento, recomendava-se o aprofundamento do debate sobre o conceito de
patrimônio cultural imaterial e o desenvolvimento de estudos para a criação de um
instrumento legal, instituindo o “Registro” como principal modo de preservação e de
reconhecimento de bens culturais dessa natureza. Teve como resultados: a criação de uma
comissão com o objetivo de elaborar proposta visando à regulamentação da salvaguarda do
patrimônio cultural imaterial; e o início do Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial – GTPI,
que reunia técnicos do IPHAN, da Funarte e do MinC para assessorar essa comissão.
REGISTRO
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O Registro tem como o seu principal intuito assegurar, de acordo com o seu artigo 6º,
“documentação por todos os meios técnicos admitidos, cabendo ao IPHAN manter banco de
dados com o material produzido durante a instrução do processo” e, ainda, “ampla
divulgação e promoção”.
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO
São estas algumas medidas: documentação do bem, com vistas a preservar sua memória; a
transmissão de conhecimentos e competências; o acesso às matérias primas e demais
insumos necessários à sua produção; o apoio e fomento à produção e ao consumo; a sua
valorização e difusão junto à sociedade; e, principalmente, esforços no sentido de que os
detentores desses bens assumam a posição de protagonistas na preservação de seu
patrimônio cultural.
LIVRO DE REGISTRO DOS SABERES
Serão inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.
LIVRO DE REGISTRO DAS CELEBRAÇÕES
Serão inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade,
do entretenimento e de outras práticas da vida social.

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