Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTROLADORIA UNIASSELVI-PÓS Autoria: Nathália Helena Fernandes Laffi n Indaial - 2019 2ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2019 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. L163c Laffin, Nathália Helena Fernandes Controladoria. / Nathália Helena Fernandes Laffin. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 83 p.; il. ISBN 978-85-7141-410-5 ISBN Digital 978-85-7141-411-2 1. Controladoria nas empresas. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 657 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................05 CAPÍTULO 1 Contabilidade e Gestão Empresarial .......................................07 CAPÍTULO 2 Sistemas de Informação e Planejamento Operacional .........33 CAPÍTULO 3 Gestão a Partir do Valor e do Balanced Scorecard ............59 APRESENTAÇÃO Olá! Este é o material didático da disciplina de Controladoria. Nele você encontrará os principais assuntos relativos à utilização da controladoria nas empresas. Para iniciarmos, trazemos a você um questionamento: você sabe o que é Controladoria? A Contabilidade é uma ciência que possui o objetivo de fornecer informações úteis a seus usuários, impactando-os na tomada de decisão. Para tanto, seu objeto de estudo é o patrimônio das empresas. Para gerar informação, a Contabilidade se “divide” em várias áreas específicas, possibilitando que cada uma delas abranja um conhecimento técnico específico. Assim, existe a Contabilidade de Custos, a Contabilidade Tributária, a Contabilidade Pública... e a Controladoria (além de muitas outras). Nesse sentido, a Controladoria é uma área da Ciência Contábil que se relaciona à gestão econômica de uma empresa. Seu objetivo é o de prezar pela continuidade da empresa, buscando a otimização do resultado global. Para que você possa compreender todo esse processo, nosso livro é distribuído em três capítulos. O primeiro capítulo, denominado Contabilidade e Gestão Empresarial tem o objetivo de fazer você compreender o que é a gestão empresarial e qual sua relação da controladoria com os modelos de gestão. O segundo capítulo, denominado Sistemas de informação e Planejamento Operacional tem o objetivo de fazê-lo compreender o que são os sistemas de informação, principalmente o contábil, compreender o planejamento operacional e como a controladoria pode ser um meio útil para estes mecanismos. O terceiro e último capítulo, intitulado Gestão a partir do valor e do Balanced Scorecard nos apresentará este instrumento, auxiliando você a compreender o que é a gestão a partir do valor da empresa. Vamos lá? Professora Nathália Helena Fernandes Laffin CAPÍTULO 1 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Saber: compreender o que é a gestão empresarial e qual a relação da controladoria com os modelos de gestão. Fazer: elaborar um modelo de gestão a partir dos conhecimentos teóricos adquiridos no capítulo. 8 Controladoria 9 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A contabilidade é uma ciência social aplicada voltada principalmente para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais de entes econômicos, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fi ns lucrativos de capital aberto, fechado, empresas individuais, de direito público e privado enfi m todos os tipos de empresa. Para suprir a todos estes tipos de empresas, é necessário que a Contabilidade também se “adapte” aos diferentes tipos de demandas. Neste sentido, a partir da ideia de que a Controladoria é uma das áreas da Contabilidade, compreende-se que ela se relaciona a gestão econômica de uma empresa. Seu objetivo é o de prezar pela continuidade da empresa, buscando a otimização do resultado global e o controle dos sócios sobre os administradores e dos administradores sobre todos os sistemas da empresa (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2017). Defi niremos alguns conceitos para a melhor fl uidez e compreensão do texto. Primeiro os conceitos, vamos defi nir o que é controladoria e suas principais funções, posteriormente a isso, vamos defi nir o que é empresa e como ela evoluiu e para fi nalizar vamos compreender mais sobre gestão empresarial. Para o debate sobre a controladoria devemos primeiramente entender o que é contabilidade, como ela surgiu, o que é empresa, os tipos de empresa e propriedades e com isso saberemos a razão pela qual a controladoria é tão importante atualmente. 2 EMPRESA Conforme aponta Iudícibus (2004), a contabilidade moderna surge no século XV, aproximadamente, e era exercida principalmente pelos grandes bancos e grandes comerciantes das cidades do norte italiano, dai em diante ela foi se espalhando por toda a Europa e pelo mundo. Em sua versão primitiva a sua principal preocupação era manter o controle do patrimônio que muitas vezes se resumia a entrada, saída e estoque de mercadorias e sua contraparte no fl uxo fi nanceiro. 10 Controladoria FIGURA 1 - EMPRESA FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/sala-de-confer%C3%AAncias-tabela-768441/>. Com a Revolução Industrial foi exigido mais da contabilidade, agora entrava em ação o processo produtivo e toda a complexidade que ele envolve, disso tudo saiu a contabilidade de custos e ocorreu um aprimoramento nos sistemas contábeis. Você sabia que até meados do século XIX a maioria absoluta das empresas eram pequenas empresas a onde o proprietário/sócio se confundiam com o próprio administrador? E que isso mudou drasticamente em menos de 2 séculos? A Revolução Industrial é tanto técnica quanto organizacional sendo impossível separar uma coisa da outra. Passado mais da metade do século XIX as corporações constituídas como empresas modernas, com a separação entre proprietários e gestores, e que atuavam em muitas áreas necessitaram de um aperfeiçoamento maior da contabilidade que além de sua função básica ela ajudasse a manter o controle da empresa como um todo, surgiu a controladoria, que pode ser descrita conforme Heckert e Wilson (1963) destacaram e Padoveze (2003, p. 33), traduziu: “à controladoria não compete o comando do navio, pois esta tarefa é do primeiro executivo, representa, entretanto, o navegador que cuida dos mapas de navegação”. Dado o conceito de controller, a partir de agora, vamos compreender melhor o que é uma empresa e como ela se organiza. 11 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Klaus Schwab, em seu livro “The Fourth Industrial Revolution” aponta que as organizações se tornaram mais integradas, mais complexas e ao mesmo tempo mais dinâmicas e que tudo isso é possível graças a uma mescla de avanço da inteligência artifi cial, maior automatização de todas as etapas e captação de dados em tempo real. Você consegue imaginar como será o emprego de controlador nesse futuro próximo? Quais competências serão necessárias? É bom sempre se manter atualizado! Entretanto, o que é uma empresa? O termo “empresa” não é abordado no Código Civil brasileiro, contudo, uma empresa se constitui como um conjunto de organizações que se destinam a realizar as necessidades mais básicas da sociedade, comoalimentação, saúde, educação – além de necessidades adicionais de conforto e lazer. As empresas são estruturadas a fi m de manter a produção e a circulação de bens, produtos e serviços. Portanto, de acordo com Coelho (2011), as empresas reúnem recursos fi nanceiros, humanos, materiais e também tecnológicos a fi m de ofertar, no mercado, aquilo que a sociedade procura. FIGURA 2 - O QUE É UMA EMPRESA? FONTE: Adaptado de Coelho (2011) Empresa Recursos fi nanceiros Recursos humanos Mão de obra Insumos Tecnologia Recursos materiais Recursos digitais Capital 12 Controladoria Portanto, podemos perceber que as empresas se formam em um cenário economicamente organizado e fornecem aquilo que lhe é requisitado por seus consumidores. Existem muitos conceitos diferentes de empresa, os quais variam a depender da área de estudo. Para o direito, o foco maior está na questão legal da propriedade e seus efeitos jurídicos no mundo; já para a economia, o que importa é a função que a empresa exerce na produção e distribuição de bens e serviços, como ela executa isso e qual é a sua fi nalidade. Na ótica das ciências sociais, há percepções diferentes sobre a fi nalidade das empresas. Veja: a ciência econômica observa a empresa sob a perspectiva da maximização dos lucros, certo? Entretanto, para a administração e para a contabilidade, o foco das empresas está na sua função como organização, seu patrimônio e em como ela está sendo gerida! De forma simples e reduzida, pode-se dizer que uma empresa serve para prover produtos ou serviços para os consumidores, geralmente com o objetivo de obter lucros. Quando saímos do foco geral e entramos nos objetivos mais específi cos da organização, o foco do estudo também se altera e começa a ser necessário um entendimento maior dos seus objetivos gerais além da maximização de lucros. Em via de regra, as empresas têm como objetivo a maximização dos seus lucros em relação aos seus ativos. No entanto, devido a situações específi cas (como estratégias de concorrência, entrada em mercados específi cos etc.), os planos da empresa podem sofrer algumas alterações que não considerem tal maximização do lucro como objetivo de curto, médio ou longo prazo. Para isso, é necessário que o estabelecimento tenha objetivos estratégicos, táticos e operacionais mais detalhados que irão exigir um sistema de gestão e controle mais aprimorado. É importante frisar que qualquer pessoa pode abrir uma empresa, seja ela do tipo que for. De acordo com o artigo 972 do Código Civil brasileiro, “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e que não forem legalmente impedidos”. Assim, cabe lembrar que empresário é um conceito previsto, então, em nossa legislação. O artigo 966 do Código Civil diz que “considera-se empresário quem exerce profi ssionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (BRASIL, 2002). Na ótica das ciências sociais, há percepções diferentes sobre a fi nalidade das empresas. Veja: a ciência econômica observa a empresa sob a perspectiva da maximização dos lucros, certo? Entretanto, para a administração e para a contabilidade, o foco das empresas está na sua função como organização, seu patrimônio e em como ela está sendo gerida! 13 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Você sabia que pessoas que exercem profi ssão intelectual, de natureza científi ca, literária ou artística não são consideradas empresárias? Para o Código Civil brasileiro, estas atividades somente se classifi carão como empresárias caso constituam elemento de empresa. Assim, um administrador ou um contador, por exemplo, não são, por si só, empresários. Para que sejam empresários, é necessário que se juntem a outros administradores ou contadores e constituam uma empresa. Ao juntar recursos, insumos e pessoas em um mesmo ambiente, pode-se existir diferentes tipos de sociedades. A legislação brasileira prevê, inicialmente, dois tipos de sociedades: as não personifi cadas e as personifi cadas. Tais classifi cações são esparsas e abrangem os diferentes tipos de empresas brasileiras. Não nos cabe estudar a estrutura destas empresas, mas vamos trazer um resumo a título de conhecimento. As sociedades não personifi cadas são compostas por sociedades comum e sociedades em conta de participação. As sociedades personifi cadas, por sua vez, são compostas por sociedades empresária, sociedade simples e cooperativa. Este tipo de sociedade é reconhecido como pessoa jurídica, podendo se representar sob diferentes designações, a saber: Sociedade em nome coletivo, Sociedade em comandita simples, Sociedade limitada, Sociedade por ações, Sociedade em comandita por ações, Sociedade simples e Cooperativa - que podem ser de responsabilidade limitada ou ilimitada. FIGURA 3 - TIPOS DE SOCIEDADES FONTE: Adaptado de Iudícibus e Marion (2010) So ci ed ad e Personifi cada Não Personifi cada Sociedade comum Sociedade em conta de participação Sociedade empresária Sociedade simples Sociedade cooperativa 14 Controladoria Além destas atividades, existe, no Brasil, uma nova categoria de empresa: o Microempreendedor Individual. Esse tipo de atividade foi criado como um incentivo do Governo Federal aos pequenos empreendedores que trabalhavam na informalidade. São diversas as atividades de profi ssionais autônomos que se enquadram nesta modalidade e os tributos que incidem sob tais atividades são mais atraentes, principalmente para quem está começando. Agora que você compreendeu o que é uma empresa e quais são os tipos de sociedades previstas no Brasil, vamos abordar as empresas sob um viés mais gerencial. Vamos fazer uma analogia de um navio: o seu objetivo é chegar no destino da forma mais rápida e segura possível, certo? No entanto, devido a situações específi cas, como tempestades ou até outros navios, pode ser necessária uma mudança de estratégia e rumo para chegar no objetivo fi nal. Todavia, para que o capitão saiba que continua indo em direção ao seu objetivo, ele terá uma necessidade maior ainda do seu navegador, pois agora o caminho não é mais tão claro! Deu para entender? Se não, não se preocupe ainda vamos falar um pouco mais sobre isso em outro momento, pois é muito importante entender estas diferenças entre objetivos estratégicos, táticos e operacionais. Como mencionado anteriormente, as grandes empresas se tornaram maiores e mais complexas e, por isso, exigem sistemas de controle e gestão mais avançados. Esses sistemas de controle foram estabelecidos ao longo do tempo dentro de um processo de aprimoramento das empresas em relação às demandas e exigências do mercado e da sociedade. Assim, uma maior complexidade signifi ca maior necessidade de controle, ao passo que uma maior necessidade de controle não pode tornar-se um empecilho ao desenvolvimento da empresa. Você consegue perceber como é complexa e importante a função da controladoria? Por um breve momento teremos que analisar a história das empresas e as mudanças signifi cativas que elas passaram ao longo das últimas décadas e até dos dois últimos séculos. O foco das empresas, de maneira geral, sempre foi a maximização do lucro – e esse geralmente era o único objetivo que possuíam. No início da 15 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 “história” das empresas, estas, em sua grande maioria, eram familiares e com estruturas de gestão muito simples. As exceções, no decorrer da história, são os empreendimentos das grandes famílias bancárias que surgiram na Europa ao longo dos séculos XV-XVIII e que são as responsáveis pela disseminação de modelos de gestão mais complexos e, principalmente da contabilidade moderna. Como explica muito bem Braudel (2009), em sua obra sobre o desenvolvimento do capitalismo entre os séculos XV-XVIII, nesse período temos também o estabelecimentodas primeiras sociedades por ações que os holandeses fi zeram e que acabou por ser copiada por muitos - e hoje é a forma das maiores empresas do mundo. Para saber mais sobre o conceito de empresa, visite o Portal Educação, que tem um artigo bastante didático sobre o tema. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ artigos/contabilidade/conceito-de-empresa/42997>. Para encerrar este tópico, traremos um pouco de noção prática: atualmente, existem muitas pequenas empresas ou até empresas familiares que não possuem grandes sistemas organizacionais e de gestão. Podemos imaginar que a maioria das pequenas lojas, padarias de esquina, ofi cinas etc., não possuem um órgão responsável por executar o controle de todos os seus aspectos, certo? Ao invés disso, o próprio dono (ou alguém de sua confi ança) exerce a função de gerência e controle de forma unifi cada. Foi desta forma mesma que ocorreu o desenvolvimento das empresas na sociedade, mas com uma diferença: hoje, a menor das empresas tem contato com a contabilidade e, devido a isso, tende a ter registro e controle do seu funcionamento. Um adequado uso das informações contábeis pode gerar um aumento signifi cativo em seu resultado. Então, esse assunto é valido e útil mesmo para as menores empresas. 3 CONTROLADORIA A Controladoria é uma área da Ciência Contábil que concentra seus esforços na gestão das empresas. A partir disso e, de acordo com Padoveze (2003), a missão da Controladoria é a de suportar o processo de gestão empresarial a partir da informação, funcionando como um sistema de apoio à gestão. Assim, a 16 Controladoria vertente que mais nos importa neste momento sobre a função da controladoria é a do campo administrativo que trata a controladoria como o campo que desenvolve o controle fi nanceiro de uma corporação, baseado no chamado SIG (Sistema de Informação Gerencial). Desta forma, a Controladoria fornece, à administração da empresa, um sistema de dados que auxilie no controle da organização facilitando o atingimento de seus objetivos estratégicos, como pode-se imaginar isso está diretamente ligado à sobrevivência da organização. É apresentada, a seguir, uma lista com as 5 principais funções da controladoria (das 9 apresentadas por Francisco Filho, 2015): 1. Estabelecer sistemas de informação, abrangendo informações contábeis e fi nanceiras, vinculados aos indicadores operacionais. 2. Investigar o impacto das medidas de controle sobre a conduta dos funcionários diretamente ligados aos sistemas. 3. Coordenar a geração e entrega de informações aos gestores, buscando feedback constantes. 4. Analisar e interpretar a realidade econômica por meio de um centro de resultado, performance gerencial, ou divisão de responsabilidades 5. Planejar e monitorar as estratégias da empresa, e realizar eventuais ajustes e correções sempre que necessário (FRANCISCO FILHO, 2015, p. 3) Desta forma, o objetivo da controladoria assemelha-se ao da empresa: auferir lucro e, para tanto, faz uso de estratégias para a sobrevivência da empresa no mercado. Não distante disso, percebe-se que uma entidade tem mais chances de lucrar quando a performance de seus processos organizacionais nas suas mais diversas áreas é satisfatória e está, no mínimo, em média com as demais organizações concorrentes. Para tanto, o rendimento deve ser medido e registrado e estas medidas devem ser sintetizadas em relatórios que sejam capazes de expressar da forma mais simples possível toda a complexidade destas diversas áreas. A interligação entre os diversos setores da empresa também deve ser feita com relação aos seus fornecedores e clientes. Afi nal, de nada adianta planejar a produção de um bem e serviço de forma interna, mas esquecer o que é necessário compara de terceiros para executar a tarefa e também o como isso deve se relacionar com o cliente para quem a mercadoria ou serviço será vendido. Tanto os clientes como os fornecedores terão a sua própria lógica de gestão, prazos, competências. E tudo isso deve ser levado em consideração pelo sistema de controle da empresa. A seguir uma ilustração sobre esta interligação, interna e externa. 17 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 FIGURA 4 - INTERLIGAÇÃO ENTRE SISTEMAS DA EMPRESA FONTE: Francisco Filho (2015, p. 65) Planejamento, execução e controle! Muito de uma empresa está expresso nestas três palavras. Vamos imaginar que uma empresa tenha seu processo produtivo em diferentes partes do mundo. A controladoria, responsável pelo controle, é o elemento que tornará possível que produtos com partes sendo feitas em diversos lugares com mundo, com inúmeros fornecedores, sejam montados em um país específi co e vendido para um terceiro país, levando em consideração todas as complexidades internas e externas desses fatores. Assim, constatamos que a controladoria produz um SIG (Sistema Integrado de Gestão), que seja capaz de identifi car os problemas o mais rapidamente possível e, assim, possibilitar que os gestores deem encaminhamento a soluções. Quando mais efi ciente for esta parte, menores serão os danos a organização e maior será a chance de a empresa manter-se competitiva. Esta noção básica de controladoria vai servir para terminamos a seção sobre Contabilidade, Empresa e Gestão. Diretoria da empresa Diretoria da área Atividades Fornecedores Áreas-clientes Preços de transferência Planeja- mento estraté- gio Planeja- mento estraté- gio Plane- jamento opera- cional Plane- jamento opera- cional Pro- gra- mação Pro- gra- mação Exe- cução Exe- cução Con- trole Con- trole 18 Controladoria Você já consegue defi nir de forma sucinta o que é controladoria? Esta é uma função que existe há muito tempo e tende a não ser dinâmica ou os controladores devem sempre estar atualizados sobre as mudanças que estão ocorrendo nas tecnologias e organizações? 4 SISTEMAS DE GESTÃO A partir de agora, abordemos o tema de gestão empresarial. Gestão empresarial é um conceito que envolve a organização de uma empresa de forma planejada, com direção e controle. Como pressupostos de existência a organização tem, é meio obvio, o seu objetivo geral, que podemos chamar de missão, seus objetivos de ordem temporal, onde a organização pretende estar em determinado tempo, que chamamos de visão e possui seus valores. Para conseguir realizar isso, ela estabelece um sistema organizado munido de uma estratégia geral, seguindo um determinado modelo de gestão. A esse conjunto todo damos o nome de sistema de gestão. Devemos levar em consideração que para se estabelecer um sistema, além do mencionado acima, ele deve estar interligado com aspectos mais táticos e operacionais da organização, como efi ciência, efi cácia, otimização. Todavia para o objetivo dessa seção o mais importante é ter em mente que um sistema de gestão é uma evolução de organizações humanas que saem do mais básico, organizações pessoais e pequenas, para grandes corporações e que para isso ser possível é necessário ter controle e, obviamente, a controladoria. Vamos defi nir a gestão empresarial em três fases, por critérios de simplifi cação da aprendizagem. As fases são parecidas entre si, sendo que para isso é necessária uma organização com uma direção específi ca. 4.1 PLANEJAMENTO Helmuth von Moltke, que foi o responsável por estabelecer a estratégia de guerra para o recém criado estado alemão em 1871 e que tinha como desafi o enfrentar 2 frentes de batalha ao mesmo tempo, a França e a Rússia, estabeleceu o chamado plano Moltke que no fi nal foi a base do planejamento estratégico da Gestão empresarial é um conceito que envolve a organização de uma empresa de forma planejada, com direção e controle. Para conseguir realizar isso, ela estabelece um sistema organizado munido de uma estratégia geral, seguindo um determinado modelo de gestão. A esse conjunto todo damos o nome de sistema de gestão.19 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Alemanha nas duas Guerras Mundiais. Esta breve biografi a de um general alemão tem um objetivo bem específi co a ele é creditada uma celebre frase: nenhum planejamento sobrevive ao contato com o inimigo. E, mesmo assim, é necessário planejar de forma meticulosa (HASTINGS, 2014). O planejamento é o ato de tentar prever o futuro e agir de acordo, estabelecendo estratégias para lidar com desafi os que irão surgir no futuro. As empresas modernas têm setores específi cos de planejamento que, geralmente, envolvem todas as áreas e departamentos em alguma etapa do planejamento. O planejamento pode ser defi nido em três níveis: o estratégico, o tático e o operacional, baseados no pensamento militar: “estratégia diz respeito a planejar a guerra, tática a planejar a batalha e Operacional é como a batalha será lutada” (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 1983, s.p.). Também dividimos o planejamento em três fases, segundo Chiavenato (2003) baseado no modelo de Steiner, sendo elas: a fase das premissas, do planejamento e a implementação e revisão. Para Chiavenato (2003), a fase das premissas estabelece os questionamentos: Qual a fi nalidade da organização? Quais são os seus valores e princípios? E a avaliação das ameaças e oportunidades externas e dos pontos fortes e fracos da organização (matriz SWOT). Através dessas premissas será estabelecido um planejamento estratégico que irá defi nir as políticas de longo prazo da empresa. Na segunda fase, tomando como base o planejamento estratégico, será defi nido um planejamento tático que são os programas de médio prazo com objetivos mais claros e problemas específi cos a serem resolvidos. E, no fi nal o planejamento operacional, que são os programas de curto prazo com metas claras e procedimentos específi cos. Terminada a fase de planejamento, é iniciada a fase de execução, que nada mais é que colocar em prática tudo que foi planejado (CHIAVENATO, 2003). FIGURA 5 - TIPOS DE PLANEJAMENTO Planejamento estratégico ● Oportunidades. ● Ameaças. ● Pontos fortes. ● Pontos fracos. ● Produtor dessa fase, diretrizes estratégicas, políticas e os macro-objetivos organizacionais, 20 Controladoria Planejamento operacional ● Pré-planejamento: onde se estabelecem planos, a partir de alternativas operacionais. ● Planejamento operacional de longo prazo; detalhamento da alternativa escolhida, em termos de volumes, prazos, preços, recursos consumidos e produtos gerados, em termos de impactis patrimoniais de resultados e fi nanceiros. ● Programa (ajustes no plano): adequação do plano operacional às mudanças que podem ter ocorrido entre o movimento do planejamento inicial e o da execução do plano, no período. Execução ● Fase em que o plano é implementado. Os recursos são consumidos, e os produtos, gerados. Controle ● Fase em que os desvios do plano são identifi cados e as ações corretivas são empreendidas. FONTE: Francisco Filho (2015, p. 63) 4.2 EXECUÇÃO Na fase de execução as atividades são realizadas conforme o planejado ou alteradas conforme a necessidade. Imagine esta situação: um avião que tem sua rota toda planejada, porém não consegue pousar no aeroporto de destino por questões meteorológicas. Deve haver um planejamento que preveja uma segunda opção de aeroporto para realização do pouso. As mudanças podem ocorrer devido a situações inesperadas ou pelo surgimento de uma melhor oportunidade e, neste ponto, deve-se atentar para o fato de que o planejamento não deve travar a ação, mas que as mudanças devem estar de acordo com o planejamento de maior hierarquia. 4.3 CONTROLE O controle deve ser capaz de ver todos os níveis do planejamento e transformá-los em indicadores de avaliação. É uma etapa importante pois viabiliza que a empresa execute suas operações de acordo com o que foi planejado. Pode-se inferir que o nível operacional é o mais fácil de ser controlado porque ele geralmente é o nível que possui metas e procedimentos de curto prazo, como vender uma quantidade específi ca de itens em um mês ou garantir que durante três meses uma determinada porcentagem de peças saia sem defeito 21 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 da linha de produção, por exemplo. Contudo, as mudanças que podem ocorrer no processo de execução ou diversas circunstâncias não previstas também devem ser controladas com o objetivo de que o rumo não se perca. É por isso que o controle não termina no nível operacional, ele perpassa todas as etapas. Todavia, a avaliação da parte tática e, principalmente, da estratégica exige uma maior sofi sticação da organização e de um sistema mais bem elaborado. 5 SISTEMAS DE GESTÃO E SUA INTERLIGAÇÃO COM A CONTROLADORIA A partir de agora, vamos falar sobre sistemas de gestão, relacionando tais sistemas com a controladoria. Além disso, você vai compreender a diferença entre Sistemas de Gestão e a Gestão empresarial. Lembre-se de que tudo isso ocorre de forma conjunta a separação aqui é apenas para fi ns didáticos os sistemas de gestão e controle são intrinsicamente ligados. No início do século XX, temos o surgimento da administração moderna, que tem seus primeiros modelos estabelecidos por Fayol, Taylor, Ford e Webber. Tais pensadores são considerados os principais representantes da chamada escola clássica da administração. Posteriormente a eles serão elaborados métodos mais modernos que serão cada vez mais utilizados, entre os quais podemos citar o controle da qualidade, Gestalt, Teoria geral dos Sistemas, Cibernética, Sistema Japonês, Qualidade Total, Enfoque comportamental etc. Vários deles, em conjunto, vão estabelecer o enfoque sistêmico, que será responsável pela análise da organização como um todo, com todos os seus departamentos integrados e focados em atingir os objetivos estratégicos da empresa. Nesse modelo, a controladoria é de vital importância pois sem ela a empresa tem grandes riscos de perder o seu rumo e cada departamento seguir seus objetivos de forma separada e não sistêmica. Em seu livro A moderna Sociedade Anônima e a Propriedade Privada de 1932, Berle e Means (1984), já tratam das especifi cidades que as empresas modernas exigem para que os se atinjam os objetivos de todos os principais “stakeholders”, sejam os objetivos da administração - que tendem a ser mais dinâmicos e voltados para a competição nos mercados ou o dos sócios - que tende a ser a maximização do lucro dos seus ativos. Nesta obra, os autores dão 22 Controladoria grande ênfase ao controle e como isso afeta a gestão em uma empresa moderna. Além disso, destaca-se a questão do controle dos gestores sobre a organização: como separar a fi gura do dono da fi gura de quem gerencia a entidade e, desta forma, os objetivos, incentivos, riscos de cada um dos agentes envolvidos - que se diferem entre eles. Isso ocorre de forma diferente em organizações nas quais o dono e o gestor são a mesma. Mais uma vez vemos a importância dos gestores profi ssionais nas empresas modernas e dos sistemas de controle sobre a organização. Você sabe o que são Stakeholders? Stakeholders vem de uma palavra em inglês que signifi ca, de forma aproximada, a parte interessada. Em inglês, “stake” signifi ca interesse, participação risco e “holder” é aquele que mantém. Percebemos, assim, que esse conceito está diretamente ligado à existência de uma visão estratégica empresarial e de sistemas de gestão empresarial. Os stakeholders são, então, clientes, acionistas, funcionários, fornecedores, comunidade. Para que seja possível que uma empresa saía do conceito básico de maximização de lucro, ou mesmo para que ela consiga atingir esse objetivo, quando estamos falando de grandes empresas é necessário que elas se organizem de uma forma que irá envolver muitos aspectos da gestão como: produção, marketing, vendas, gestão de pessoas etc. E cada um desses itens separados deve estaralinhado com o objetivo fi nal da empresa, que é mostrar resultados. Para que toda esta complexidade organizacional não se perca é necessário que exista alguém que controle tudo isso e seja capaz de resumir toda esta complexidade em números e relatórios resumidos. Imagine você sendo o CEO de uma grande empresa com parques industriais em vários lugares do mundo, escritórios, locais de venda, logística... como você vai controlar isso tudo? Vai tentar ver o que cada funcionário está fazendo? Vai prestar contas ao conselho de acionistas demonstrando que tipos de relatórios? Para desempenhar adequadamente o seu papel, você precisará de um sistema estruturado de gestão e controle. Esse sistema deve ser elaborado por especialistas. Neste ponto, será preciso juntar o conhecimento teórico e prático sobre o que é uma empresa (e para que ela serve) com o conhecimento dos modelos de gestão e da relação disso tudo com a controladoria. Relembrando: o Controlador é o equivalente a um navegador em um navio: ele não é quem dá 23 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 a direção e o comando, mas quem garante que a direção e os comandos estão sendo executados conforme o planejado. Você sabia que o conceito originário de burocracia que foi tratado por Webber é referente ao estabelecimento de um processo de gestão impessoal e profi ssional? Diferente da noção popular que temos da burocracia, nos dias de hoje, ela é essencial e fundamental, o maior problema ocorre quando a burocracia perde a sua função e acaba sendo utilizada para outros fi ns que não os para qual ela foi inicialmente concebida e aqui, mais uma vez, vemos a importância vital que a controladoria tem sobre a empresa como um todo visto que é ela quem mantem o fl uxo de informações sistêmicos dentro da organização e é graças a ela que o gestor pode identifi car quando um processo burocrático deixou de ser útil e começou a atrapalhar. Todavia, é importante ter em mente que burocracia não é sinônimo de inefi ciência! As fi guras a seguir dizem respeito ao tipo ideal de burocracia e posteriormente as disfunções que ela gera. FIGURA 6 - CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES BUROCRÁTICAS, SEGUNDO WEBBER FONTE: Maximiano (2000, p. 95) Voltando para a importância dos objetivos dos diversos agentes envolvidos em uma empresa e como isso gera a necessidade de um sofi sticado sistema de gestão. Podemos agora avançar para a noção de visão sistêmica de empresa: essa visão engloba muitos aspectos que modifi cam a missão da empresa como algo defi nido e específi co e que tem um escopo superior a simples busca pela maximização de lucros, e por isso para atingir este objetivo é necessário que 24 Controladoria exista um sistema de gestão completo, a seguir um exemplo de onde a empresa está inserida. FIGURA 7 - EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO FONTE: Francisco Filho (2015, p. 29) Um sistema de gestão consiste em um programa que “facilita” as rotinas das empresas, administrando, gerenciando e automatizando processos. A partir dos sistemas de gestão, é possível verifi car pontos que demandam atenção, propondo melhorias. A gestão empresarial, por sua vez, é a concentração das estratégias que busca o aprimoramento e crescimento da empresa, buscando apropriar e aperfeiçoar as melhorias identifi cadas nos processos. A maior diferença conceitual de um sistema de gestão para o simples conceito de gestão empresarial é que agora nós estamos colocando a gestão da empresa em um sistema, não estamos mais considerando a empresa como algo fechado ou simplesmente com pouco contato ao mundo externo. Um sistema de gestão engloba, além da gestão empresarial, todos os conceitos que cercam a organização. Pela lógica sistêmica, a empresa faz parte de um ambiente maior ou um sistema maior e ela nada mais é que uma entidade que executa o processamento de alguma coisa, no caso bens ou serviços, e que tem um processo de entrada e outro de saída e que estas “portas” se relacionam com o mundo externo, a sociedade, de forma dinâmica e sistêmica. 25 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Dentro da logica sistêmica, mantemos os aspectos da gerência empresarial, porém de forma mais complexa, profunda e interligada com o ambiente externo. Pegando o conceito que já vimos sobre missão, crenças e valores e aplicando um modelo de gestão temos como resultado um processo de gestão que esta integrado em um sistema. Este processo de gestão sistêmico continua tendo as mesmas necessidades que um processo de gestão isolado, que são planejamento, execução e controle. Para melhor entender o processo sistêmico precisamos inserir mais alguns conceitos que são os de subsistemas. Subsistemas são divisões do sistema de uma empresa em seis subsistemas chamados subsistemas empresarias e são eles os seguintes: Subsistema físico, Subsistema institucional, Subsistema social, subsistema organizacional, subsistema de informação e subsistema de gestão. Esses subsistemas são interligados, formando, assim, o sistema completo da empresa (ARANTES, 1994). O primeiro sistema que vamos analisar é o subsistema Institucional. O subsistema institucional diz respeito às crenças e valores da empresa e à sua missão. Nesse momento, encontram-se os objetivos de existência da organização. O segundo subsistema é o da organização e ele diz respeito a como a empresa está organizada. Questiona-se: a empresa é hierárquica? É burocrática? Que modelo de gestão ela segue? A organização está dividida em setores, departamentos ou por tarefas? Existe delegação por tarefa ou setor? Em suma, é o subsistema que a empresa apresenta no papel. O terceiro subsistema é o da gestão, este subsistema é o que defi ne a dinâmica da organização, como a organização é gerida? Como as metas são cumpridas? É este subsistema que vai empregar os dados obtidos pelo setor de controladoria para conseguir manter o rumo da empresa e interligar todos os demais subsistemas. O quarto subsistema é o físico e ele se resume a parte física da organização, são as máquinas, equipamentos, construções... sem englobar o fator humano que está em outro subsistema O quinto subsistema é o social que engloba o fator humano da empresa, o grau de satisfação, competência, criatividade dos funcionários e o que for ligado a eles. O sexto, e último, subsistema é o de informação aqui está incluído a coleta de dados e informações para a produção de conhecimento de relevância para a administração e gerência da empresa, neste subsistem que está incluído a controladoria. 26 Controladoria Apesar de esses sistemas estarem separados por motivos de organização do conhecimento, eles não são separados no cotidiano de uma empresa. A partir de uma observação mais cuidadosa você será capaz de identifi car estes subsistemas em praticamente qualquer organização empresarial. Gostaria de tentar fazer isso na sua empresa? Se o fi zer, será capaz de perceber, ainda, que você estará inserido em mais de um subsistema. FIGURA 8 - SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS FONTE: Adaptado de Francisco Filho (2015) Temos, ainda, o ambiente externo. O ambiente externo envolve praticamente tudo que está fora da empresa. Podemos citar como itens que envolvem o ambiente externo da empresa: a política, economia, sociedade, meio ambiente etc. Político 27 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Nesta etapa podemos ver a aplicação destes modelos na prática usando exemplos de aplicados a duas supostas empresas. Primeiro, imagine uma empresa que seja do setor de jogos de computador, vamos chamar ela de “Tempestade” e que ela tenha como objetivo a produção de jogos de excelente qualidade. Um jogo é um software de extrema complexidade porque envolve programação, roteiro, arte, design de jogos... além de possuir uma comunidade de consumidores muito ativa e independente. A empresa “Tempestade” decide que ela apenas lançará jogosmuito bem-acabados e que a missão dela é que os jogadores comprem jogos que não apresentem muitos problemas e que sejam “acabados”. Temos também a empresa “Contradição” que também atua no mercado de jogos mais tem um modelo de negócio diferente. No seu modelo ela apresenta os jogos de forma mais incompleta, focando na parte técnica da programação, mas deixando diversos conceitos de designe de jogos para serem incluídos posteriormente. Essas duas empresas são baseadas em empresas reais que possuem estas estratégias. Agora vamos analisar cada uma delas e ver como o que aprendemos pode ser aplicado. A empresa Tempestade tem como objetivo a entrega de um produto acabado, porem ela deve saber muito bem o que os seus clientes querem, deve estabelecer roteiros e desenhar o jogo, em termos de sistema, de forma mais completa. Ao fazer isso ela possui um maior controle sobre todo o desenvolvimento do seu produto porem perde a capacidade de fazer o produto evoluir conforme os clientes o usam. Como ela pode defi nir objetivos táticos? Chamar grupos de jogadores para serem seus “testers”? Usar pesquisas? E depois interligar isso tudo com o processo de desenvolvimento, que será mais complexo que o da outra empresa. E como o controle de todo esse processo deverá ocorrer? Lembre-se: além do produto em si (o jogo), a empresa continua tendo todos os demais setores, comercial, fi nanceiro... e todos estes setores devem estar alinhados ao objetivo estratégico da empresa, produzir jogos de alta qualidade e terminados. Já a empresa Contradição tem um objetivo diferente que é entregar um jogo que não seja completamente terminado e escutar os feedbacks de seus clientes para aperfeiçoar o jogo ao longo do tempo. Nesse caso, como deverão ser os indicadores de gestão e controle? Em termos gerais, serão os mesmos da empresa tempestade, porém como os objetivos são diferentes, o objeto de avaliação também será diferente. 28 Controladoria A primeira empresa mencionada poderá cobrar um preço maior pelo seu produto acabado, e com certeza, ela leva isso em consideração. Também será exigido dela um custo muito mais elevado para a produção e um processo de gestão e controle muito mais efi ciente na fase de produção; já na próxima fase, as exigências serão menores e, em contrapartida, seus custos também, porém a empresa não terá muitas oportunidades de auferir ganhos extras melhorando seu produto. Já a segunda empresa não possui custos tão elevados na parte de produção, todavia, também não poderá cobrar um preço tão elevado quanto a primeira. A questão do processo de produção será menos exigente, contudo, nas etapas posteriores, depois que o produto é entregue, ela deverá ter processos de gestão e controle mais elevados. Isso porque a proposta da empresa é melhorar seu produto ao longo do tempo – e isso exige um contínuo processo de desenvolvimento, que necessita um sistema de controle pós-produção inicial mais elevado que a primeira empresa. Trouxemos esses dois exemplos para que você pudesse fi nalizar seus estudos a partir de uma demonstração prática, estimulando que você pense nos sistemas, nos desafi os que eles geram e como eles podem ser solucionados – observando tais detalhes a partir da visão do controlador. Essas duas empresas foram baseadas em duas empresas reais que possuem modelos de negócios similares ao exercício. O nome da primeira empresa é Blizzard, sediada na Califórnia (Estados Unidos) e o nome e da segunda empresa é Paradox, que é sediada em Estocolmo, na Suécia. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Neste capítulo, estudamos os principais aspectos referente ao conceito de empresa, controladoria e sistemas de gestão. Aprendemos que uma empresa é uma organização de pessoas que se juntam a fi m de exercer uma atividade econômica e, nessa união, se obrigam, de forma recíproca, a trabalhar e colher os resultados desse trabalho. Isto signifi ca que uma empresa é uma organização que une capital, mão de obra, insumos e tecnologias para a produção de bens ou fornecimento de serviços a consumidores interessados. Na legislação brasileira, quem pratica atividades de empresa é o empresário. 29 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 Assim, aprendemos que o viés mais objetivo de uma empresa é o de apurar lucro e maximizá-lo em suas atividades. Para isso, as empresas fazem uso de diferentes estratégias, dentre as quais a Controladoria tem um destaque. A Controladoria reúne conhecimentos interdisciplinares para a realização de ações dentro da empresa, as quais constituem-se em informações vitais no processo de gestão e na efi ciência e efi cácia organizacional. Também foi visto que para uma empresa atingir seus objetivos ela implementa processos de gestão, estes processos estruturam como a empresa irá funcionar e estão diretamente ligados com a forma que a empresa irá planejar, executar e controlar as suas operações. Quando estes processos de gestão são inseridos em um contexto mais amplo a empresa desenvolve sistemas de gestão que são uma forma de aprofundar a efi ciência e efi cácia de seus processos de gestão, levando em conta todo o ambiente externo ao qual a empresa está inserida e levando em consideração este fato nas três etapas de gestão da empresa. Assim, encerramos este capítulo. Esperamos que você tenha aproveitado o conteúdo. No próximo capítulo, abordaremos os sistemas de informação e planejamento operacional, no qual será possível compreender o que são os sistemas de informação contábil, o planejamento operacional e como a controladoria pode ser efetiva nestes mecanismos. 1 Descreva as classifi cações das sociedades previstas na legislação brasileira. R.:____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ 30 Controladoria 2 O que é Controladoria? R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3 Descreva a missão da Controladoria. R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ REFERÊNCIAS ARANTES, Nélio. Sistemas de Gestão Empresarial. São Paulo: Atlas, 1994. BARRETO, Maria da Graça Pitiá. Controladoria na gestão: a relevância dos custos da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2008. BERLE, Adolf A. MEANS, Gardiner C. A moderna sociedade anônima e a propriedade privada. São Paulo: Abril Cultura, 1984. BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Lei de introdução às normas do Direito brasileiro. Brasília, DF, 10 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 9 jul. 2019. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: Séculos XV-XVIII: o tempo do mundo, volume 3. 2. ed. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2009. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 31 CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL Capítulo 1 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. Direito de Empresa. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA. Fundamentosteóricos. Ed rev. Rio de Janeiro: ESG, 1983 FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da Contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004. FRANCISCO FILHO, Valter Pereira. Planejamento e controladoria fi nanceira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. HASTINGS, Max. CATÁSTROFE 1914: A Europa vai à guerra. 1. Ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Thomsom Learning, 2003. SCHWAB, Klaus. The fourth revolution. World Economic Forum: 2017. 32 Controladoria CAPÍTULO 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: Saber: compreender o que são os sistemas de informação contábil, o planejamento operacional e como a controladoria pode ser efetiva nestes mecanismos. Fazer: apresentar etapas de um sistema de informação contábil e instrumentalizar os processos de controladoria em planejamentos operacionais. 34 Controladoria 35 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Como vimos até o momento, a Controladoria é ciência que tem como função controlar todos os aspectos dentro de uma organização, sejam eles contábeis, fi nanceiros, de vendas, de processos, enfi m, tudo que envolva a gestão do negócio dentro das organizações. Podemos destacar a defi nição do autor Moismann (1999, p. 99), que diz: A controladoria é o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos da ciência da administração, economia, psicologia, estatística e principalmente da contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a fi nalidade de orientá-las para a efi cácia, delegando para a tomada de decisões sobre eventos, transações e atividades que possibilitem o enquadramento do suporte ao processo de gestão. Neste capítulo, estudaremos um pouco mais sobre os sistemas de informação contábil, o planejamento operacional e sua relação com a Controladoria. Com o avanço da tecnologia, vimos que os Sistemas de Informação Contábil (SIC), vieram para auxiliar os profi ssionais da área na elaboração dos demonstrativos contábeis, bem como seus relatórios e análises. Além disso, o SIC nos auxilia na análise desses relatórios, bem como na tomada de decisão. Podemos destacar que a realização da análise dos cenários, se tornou cada vez mais rápida com o avanço desta tecnologia, uma vez que com apenas alguns cliques conseguimos mudar toda a estratégia e prever o que poderá acontecer e, assim, tomar a decisão correta. Neste contexto, podemos afi rmar que o Planejamento Operacional coloca em prática o que os gestores elaboraram nos demais planejamentos, ou seja, na concretização dos objetivos e metas dos planejamentos de médio e longo prazo, pois é neste planejamento que é colocado em prática tudo que precisa ser feito para que os resultados esperados sejam alcançados. Nesse sentido, Oliveira (1996) aponta que o planejamento operacional é uma forma de formalizar as metodologias de desenvolvimento estabelecidas a partir de sua implantação. Assim, o autor destaca que no planejamento operacional tem-se os planos de ação (também chamados de planos operacionais). A Controladoria tem o papel mais importante neste processo, pois é por meio dela que é controlado o que está sendo executado nas atividades dentro de cada organização, utilizando as informações geradas pelo SIC para suas análises em tempo hábil e, posteriormente, levando um feedback importante para os gestores tomarem decisão. 36 Controladoria Neste sentido, Padoveze (2003) defi niu Controladoria como uma ciência própria que, apesar de utilizar instrumental contábil, não deve ser confundida com a Contabilidade, pois ela é, de acordo com o autor, uma evolução da ciência contábil. Todos esses aspectos são de extrema importância para nosso estudo e análise, pois entendendo eles, conseguimos começar a entender como funciona a organização como um todo, vendo com outros olhos o que precisa ser feito. 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL (SIC) Antes de mais nada para entendermos um pouco sobre Sistemas de Informação Contábil (SIC) devemos aprender sobre alguns conceitos básicos para seguirmos adiante com o nosso conteúdo. Sendo assim, vamos conceituar três termos importantes para conseguirmos entender toda essa dinâmica dos sistemas, conforme fi gura 1 demonstrada a seguir. FIGURA 1 - DADOS, INFORMAÇÕES E CONHECIMENTO FONTE: O autor Segundo Von Mecheln e Petri (2014) pode se defi nir dados como sendo todo e qualquer elemento identifi cado em sua forma “bruta”, ou seja, da maneira que recebemos a informação, sem nenhum tratamento e análise, sendo assim, esses dados não revelarão informação alguma. Assim, conseguimos chegar ao próximo conceito de informações, que nada mais é que o dado trabalhado. Neste caso, a partir do dado trabalho, o gestor da organização consegue obter as informações necessárias e tirar conclusões e tomar uma decisão. Desta forma, podemos afi rmar que a informação pode ser interpretada de acordo com a necessidade de cada gestor, ou seja, dependendo do usuário que recebe a informação, ela pode ser extremamente relevante para a tomada de decisão, porém, para outra pessoa, pode ser que não faça tanta diferença aquela informação naquele determinado momento. 37 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 E, por fi m, o conhecimento, que é derivado das informações e esta, por sua vez, é originada dos dados. Para Nonaka e Takeuchi (1997) este conceito está bem claro quando descrevem que “o conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças e compromisso”. Neste sentido, podemos dizer que é o entendimento sobre eventos, fatos ou, até mesmo, pessoas, tudo que surgiu a partir das informações. Isso signifi ca que com o estudo das informações obtidas, conseguimos ter um conhecimento abrangente de toda a situação da empresa em si. Além disso, podemos afi rmar que com o passar dos anos, dentro de uma empresa, o profi ssional consegue perceber que os acontecimentos se repetem e, a partir disso, já consegue tomar uma decisão com maior assertividade devido a sua experiência naquela área. 2.1 O QUE É SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL (SIC) Com o avanço da tecnologia, cada vez mais as empresas e organizações estão precisando se atualizar e se adaptar em meio a tanta tecnologia que vem surgindo, mas porque não utilizar isso a nosso favor? Vimos no item anterior que para obtermos as informações que são necessárias para a tomada de decisão nas organizações, é necessário ter os dados brutos e trabalhá-los, a fi m de conseguirmos extrair alguma informação que seja útil para o nosso dia a dia. Seja para fi ns de controles de estoque, tomada de decisão na compra ou venda, informações fi nanceiras e de custos, ou, até mesmo, com relação sobre a continuidade do próprio negócio. Neste sentido, podemos analisar o conceito de Sistema de Informação Contábil (SIC), conforme descrito no excerto a seguir: O sistema de informação contábil pode ser defi nido como o conjunto de recursos humanos e de capital dentro da organização o qual é responsável pela preparação de informações fi nanceiras e também das informações obtidas da coleta e processamento dos dados das transações (GIL, 1999, p. 23). Podemos dizer, então, que o SIC veio para auxiliar na transformação dos dados brutos para a obtenção de uma informação qualifi cada. Por meio do SIC, podemos inserir todos os dados brutos gerados pelas transações da empresa, seja fi nanceiro, de vendas, fi scais, contábeis, enfi m, todos os dados relativos aquela organização e transformá-los em informações uteis e relevantes paraa tomada de decisão. 38 Controladoria Então, após a inserção desses dados no SIC, conseguimos extrair relatórios gerenciais que auxiliarão os gestores na tomada de decisão. Podemos, assim, verifi car que o Sistema chamado “Contabilidade” tem muito a ganhar utilizando a tecnologia da informação a seu favor. O sistema de contabilidade é o conjunto de atividades contábeis compatíveis que vai desde a compreensão da atividade empresarial (necessidade para elaborar um plano de contas adequado), passando pela análise e interpretação de cada fato contábil isoladamente, sua contabilização, até a elaboração das demonstrações fi nanceiras, sua análise, interpretação e recomendações para aperfeiçoar o desempenho da empresa (MARION, 2003, p. 255). Com o avanço da Contabilidade e das diversas informações que devem ser prestadas ao Fisco, este trabalho, sem um sistema informatizado, está se tornando praticamente impossível. Pois, além de ter que controlar todas as demandas como contas a pagar e a receber, estoque, lucratividade, dentre outras variáveis, a Contabilidade precisa fornecer diversas informações ao fi sco com a entrega de declarações mensais. Isto só é possível de uma maneira efi caz, devido a informatização dos escritórios de contabilidade, que com os dados corretos inseridos no sistema e trabalhados, conseguem gerar relatórios e arquivos específi cos para os órgãos públicos, sejam eles Federais, Estaduais ou Municipais. Tudo isso dentro do prazo solicitado e de acordo com as normativas de cada declaração. Por outro lado, essas informações geradas pela contabilidade podem ser utilizadas pelos gestores na sua tomada de decisão. Os dados gerados por uma organização podem gerar uma informação relevante para a tomada de decisão dos seus gestores. Por exemplo, uma empresa que trabalha com impressão de documentos e artigos para impressoras de seus clientes. Sabe-se que o mercado está se tornando altamente tecnológico e competitivo, por isso, um dia esse trabalho será mínimo, não sendo mais lucrativo e, nem gerando mais os resultados esperados. Com a análise de mercados e cenários, mas também, com as informações geradas pela empresa por meio de relatórios, o gestor dessa empresa consegue avaliar as possíveis soluções para que esta empresa tenha continuidade. Pode ser mudar o padrão dos serviços, o ramo de atividade e, até mesmo, lançar um novo produto no mercado. Por exemplo, uma empresa que trabalha com impressão de documentos e artigos para impressoras de seus clientes. Sabe-se que o mercado está se tornando altamente tecnológico e competitivo, por isso, um dia esse trabalho será mínimo, não sendo mais lucrativo e, nem gerando mais os resultados esperados. Com a análise de mercados e cenários, mas também, com as informações geradas pela empresa por meio de relatórios, o gestor dessa empresa consegue avaliar as possíveis soluções para que esta empresa tenha continuidade. Pode ser mudar o padrão dos serviços, o ramo de atividade e, até mesmo, lançar um novo produto no mercado. 39 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 Por isso, podemos entender a importância da coleta e análise de dados de maneira correta e efi ciente. Além disso, o gestor precisa entender e saber analisar essas informações recebidas da melhor maneira, a fi m de tirar as melhores conclusões e alavancar seu negócio. É aqui que entra o Sistema de Informação Contábil (SIC), auxiliando as empresas dos mais variados ramos nesta coleta e processamento de dados. 2.2 ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL (SIC) Quando uma organização entende a importância do gerenciamento das informações, esta começa a prestar mais atenção e dar mais valor aos dados que estão a sua volta. Após isto, é dado início ao planejamento, em como será feito para coletar todos esses dados e transformá-los em informação, de uma maneira que não onere em custos para organização, porém que seja efi caz para o propósito da empresa e do gestor. Visto isso, os gestores começam a estudar o melhor SIC que, para eles, irá melhor atendê-los em suas necessidades. Nem sempre os softwares mais desenvolvidos servem para todas as empresas. É preciso entender que a necessidade de cada cliente para sugerir o sistema mais apropriado para o tamanho e ramo de negócio. Assim, consegue-se identifi car algumas etapas na implantação de um Sistema de Informação Contábil (SIC), conforme podemos visualizar a seguir. Etapa 1 - Diagnóstico: nesta fase são analisados todo o funcionamento da organização, desde a compra de insumos, verifi cação de custos e preços, venda do produto, fi nanceiro, contabilidade e, por fi m, a análise dos resultados. São entendidos como é o funcionamento global da empresa para entender qual é a real necessidade deles e indicar um sistema que se adeque melhor. Etapa 2 - Desenvolvimento: é aqui que será escolhido o melhor sistema para determinada empresa, bem como custo x benefício. Além disso, será defi nido o funcionamento deste sistema e outros aspectos relevantes para o gestor naquele momento. 40 Controladoria Na etapa dois é defi nido o melhor sistema e suas funcionalidades, porém com o passar do tempo após sua implementação fi nalizada e com a utilização do sistema, os usuários das informações poderão solicitar alterações no sistema para melhor adaptação as suas reais necessidades. Só após a implantação do sistema, poderá ser visto os ajustes e correções que deverão ser feitos. Etapa 3 - Teste: neste momento em que já foi escolhido o melhor sistema, ele é colocado em um ambiente de teste pela empresa. Geralmente, nesta etapa, é utilizado o sistema em paralelo com os controles já executados pela empresa, para que se consiga comparar os relatórios e detectar as possíveis falhas e corrigi-las antes de implementar o sistema de forma defi nitiva. Etapa 4 - Treinamento: após a realização de todos os testes, é feito um treinamento com toda a equipe, mostrando as funcionalidades e parametrizações do sistema, a fi m de que eles já comecem a utilizá-lo na sua implementação sem muitos problemas. Etapa 5 - Implementação: aqui o software escolhido é utilizado de forma defi nitiva por todos da empresa. Etapa 6 - Monitoramento: após a instalação do sistema avalia-se os erros e problemas para as devidas correções. Além disso, os relatórios e informações gerenciais passam a ser analisados com mais atenção pelos gestores, uma vez que implantado o sistema, geralmente ele facilita e diminui o tempo de processamento dos dados. FIGURA 2 - PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/trabalho- digita%C3%A7%C3%A3o-computador-731198/>. 41 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 De acordo com Von Mecheln e Petri (2014), no momento de todas essas etapas ocorrem barreiras para sua implantação, na qual podemos citar algumas: • Difi culdades culturais dentro da própria empresa, pois as mudanças exigem sempre um esforço maior e nem todas as pessoas podem estar alinhadas com aquele objetivo naquele momento; • Problemas na comunicação e entendimento, já que os sistemas são muito efi cazes, porém quem coloca os dados dentro do sistema são seres humanos e seu compreendimento na comunicação nem sempre é fácil e pode ter ruídos neste caminho; • Problemas com recursos fi nanceiros, pois muitas empresas só pensam no custo e não analisam o benefício. As vezes um sistema barato nem sempre poderá atendê-lo da melhor forma e ter o retorno esperado, por isso a importância da análise inicial, conforme descrito na etapa 2. Muitos outros empecilhos poderão ocorrer no meio deste caminho, mas o importante é o gestor não desistir e sempre estar em sintonia com os objetivos e metas da empresa. 2.3 IMPORTÂNCIA DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL (SIC) NAS ORGANIZAÇÕES Conforme jávisto anteriormente a informação contábil das organizações é de extrema importância para a boa gestão do negócio. E o Sistema de Informação Contábil (SIC) veio para auxiliar e trazer essa informação detalhada e em tempo hábil para a tomada de decisão. O SIC gera informação a partir dos dados coletados certo? A partir daí podemos listar o que seria uma boa informação, de acordo com Stair e Reynolds (2011): • Precisa: a informação deverá ser necessária e útil para quem for utilizá-la. • Completa: deverá conter todas as informações e fatos importantes. • Econômica: aqui está a relação de custo versus benefício, que já foi mencionado anteriormente seja, o quanto essa informação 42 Controladoria custa para ser produzida e sua relação com o benefício ofertado por ela. • Flexível: o quanto essa informação é variável com relação ao seu propósito e sua facilidade de movimentação. • Confi ável: para a informação ter importância ela precisa ser confi ável e isso depende do método de coleta e processamento de dados. • Relevante: saber se essa informação tem relevância ao gestor ou aquela pessoa que irá tomar a decisão. • Simples: se a informação for básica e fi nal será muito mais efi ciente sua análise do que uma informação detalhada e profunda, que difi cultará na tomada de decisão. • Pontual: será utilizada somente quando necessário e relevante. • Verifi cável: que se consiga fazer a prova real, ou seja, conseguimos conferir se ela está correta. • Acessível: pessoas estratégicas deverão ter acesso a essa informação para a tomada de decisão. Neste caso o SIC deverá ter níveis de acesso de acordo com a função exercida por cada colaborador da organização. • Segura: poder confi ar que a informação gerada está correta e que a tomada de decisão a partir dela poderá surtir efeitos positivos para a organização. FIGURA 3 - RELEVÂNCIA DA INFORMAÇÃO FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/perguntas-conselho-quadro-negro-2212771/>. Assim, entende-se que quando a organização opta por um SIC ele deverá levar em consideração diversos pontos a serem analisados, porém, depois da sua implantação e do período de adaptação, podemos ter certeza de que “viver” sem sistemas será praticamente impossível. 43 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 Incorporar metodologias para coleta de dados e sua transformação em informações úteis e relevantes para os gestores por meio da utilização de um SIC é de extrema importância. Com a globalização e a aceleração do acesso às informações é necessário ter, cada vez mais, todos esses dados num só lugar, onde é possível obter contato com relatórios precisos e em tempo real da operação, para que as tomadas de decisões fi quem cada vez mais rápidas e assertivas. Além disso, pode-se destacar que a concorrência dentro do mercado global está cada vez maior. E a utilização correta de um SIC pode aumentar esta competitividade dentro de uma organização. Por isso a importância da utilização de sistemas para auxiliar nas mais diversas áreas de atuação de cada organização. 3 PLANEJAMENTO OPERACIONAL Antes de aprofundarmos o Planejamento Operacional é importante entender a estrutura das organizações como um todo para conseguirmos entender esse tópico em específi co. Podemos observar a fi gura 4 que nos mostra a relação dos planejamentos dentro de uma empresa. FIGURA 4 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL FONTE: O autor Conforme observado na fi gura 4, percebe-se que o planejamento organizacional possui três grandes divisões, sendo elas em planejamento estratégico, tático e operacional. O que isso signifi ca? Como sabemos o que cada indivíduo é responsável por fazer? Vejamos a seguir. 44 Controladoria O Planejamento Estratégico, de acordo com Oliveira (2004, p. 17) é “um processo administrativo para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de fatores externos - não controláveis e atuando de forma inovadora e diferenciada”, ou seja, olha-se para o futuro, a fi m de antecipar o que acontecerá e planejar as ações a serem executadas. Os responsáveis pela elaboração deste planejamento é o mais alto escalão das organizações, que tomam decisões como descontinuar um produto, seguir com uma estratégia ou mudar totalmente de planos. É neste planejamento que são defi nidas as estratégias, a missão, visão e valores da organização. Também são analisados as metas e prazos a serem cumpridos, analisando, também, os fatores internos e externos que possam infl uenciar a organização. Também de acordo com Oliveira (2004), o Planejamento Tático faz a ligação entre o planejamento estratégico e o operacional. Ele é considerado um planejamento de médio prazo, até pelo fato de ele ser o intermediador entre os outros dois, conforme visível claramente na Figura 4. É por meio deste planejamento que podemos ler, interpretar e transformar o planejamento estratégico em ações a serem executadas nos períodos estipulados. Assim, os gestores distribuem as atividades dentro de cada unidade da organização com o objetivo de cumprir todas as metas e desejos do planejamento estratégico. Por fi m, o terceiro e último tipo de planejamento, o Planejamento Operacional, o qual iremos aprofundar neste tópico. Este planejamento será sempre de curto prazo, geralmente 1 ano, e será por meio dele que os colaboradores irão executar as atividades operacionais do dia a dia, alcançando as metas estipuladas anteriormente. Este planejamento é focado na execução de atividades rotineiras da organização, pois está diretamente relacionado com a atividade fi m da empresa, sendo o responsável pelos controles. É fundamental para o cumprimento das metas da organização, dos objetivos e por fi m da missão da empresa. Antes de continuarmos sobre o assunto de planejamento operacional, é importante entendermos os princípios de planejamento e controle de resultados, pois assim entenderemos toda a dinâmica do negócio. 45 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 QUADRO 1 - ENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO FONTE: Adaptado de Morante (2008) De acordo com o quadro 1 podemos verifi car que não basta apenas fazer e executar o planejamento operacional, precisamos que outras diretrizes estejam alinhadas dentro da organização para que isso funcione. O envolvimento das pessoas, a adequação organizacional, as práticas contábeis, as expectativas e oportunidades precisam estar todas em constante visualização, assim, a organização como um todo estará em consonância com o que os diretores almejam. Não só para o curto prazo, mas também, para o longo prazo. Como isso tudo é feito por pessoas, é necessário que os profi ssionais estejam atualizados e de acordo com o que estão executando. FIGURA 5 - RELAÇÃO DOS OBJETIVOS X PESSOAS FONTE: O autor 46 Controladoria Conforme a fi gura 5, para que um planejamento dê certo de maneira efi caz os objetivos precisam estar relacionados com as pessoas, para que essas cumpram os objetivos. Então, podemos concluir que objetivos x pessoas precisam estar alinhados, conforme já dito anteriormente. Todos os planejamentos vistos até agora (estratégico, tático e operacional) estão interligados, pois são todos dentro de uma mesma estrutura organizacional. Assim, para o cumprimento do planejamento operacional de maneira correta, ele precisará estar alinhado tanto com o planejamento tático como com o planejamento estratégico. Só assim a empresa conseguirá prosperar. Seguindo essa linha de raciocínio, vamos focar agora em entender melhor o Planejamento Operacional, assunto deste tópico. Como já visto anteriormente, estudamos as informações gerais dele e iremos aprofundar. Este planejamento é o responsável por controlar os processos da empresa, neste caso, devemos fazer algumas perguntas? 1. O que fazer? 2. Como fazer? 3. Quem vai fazer? As respostas podemser encontradas no próprio planejamento. Com relação ao primeiro questionamento, podemos responder que as atividades estão determinadas no próprio planejamento operacional. São atividades fi nanceiras, de vendas, de controle de estoque, dentre as mais variadas atividades operacionais devem ser executadas no dia a dia de cada organização, de acordo com os objetivos maiores elaborados pela gestão da empresa. Com relação ao segundo questionamento, a maneira que essas atividades serão trabalhadas está descrita nos procedimentos internos das empresas. Empresas menores geralmente não possuem esse passo a passo descrito, pois, nesses casos, o dono (ou a pessoa que irá executar a ação) sabe tudo que ela precisa fazer – e, geralmente, está informação se mantém consigo (memória). Já em empresas maiores, geralmente existem manuais de procedimentos, onde informa o colaborador de cada setor o que é responsabilidade dele e até onde vai sua alçada para resolver determinados assuntos. E, por fi m, a terceira e última pergunta, quem irá realizar todas essas atividades são os colaboradores de ponta, ou seja, aquelas pessoas que estão ligadas diretamente a atividade fi m da empresa, ou seja, na parte administrativa e fi nanceira. Que realizam trabalho operacional dentro das entidades. Todos os planejamentos vistos até agora (estratégico, tático e operacional) estão interligados, pois são todos dentro de uma mesma estrutura organizacional. Assim, para o cumprimento do planejamento operacional de maneira correta, ele precisará estar alinhado tanto com o planejamento tático como com o planejamento estratégico. Só assim a empresa conseguirá prosperar. 47 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 Visto isso, para termos o planejamento operacional executado de maneira correta, de acordo Von Mecheln e Petri (2014), relacionaram alguns objetivos e procedimentos para serem seguidos: • Análise dos objetivos: é de extrema importância no início do planejamento das ações sabermos quais objetivos queremos atingir. Além disso, verifi car se ele realmente é atingível neste momento, ou seja, o mercado está permitindo isso? Como está a situação interna da sua empresa? Dentre outras diversas perguntas que precisam ser feitas para todos os envolvidos neste planejamento. • Planejamento de uso do tempo: aqui neste quesito podemos interpretar de duas maneiras: 1 – fazendo um cronograma das atividades que deverão ser desenvolvidas ao longo deste ano; 2 – a própria gestão de uso do tempo de cada pessoa envolvida. Sabemos que o tempo é um recurso escasso para todos, então cada pessoa envolvida neste projeto deverá otimizar o seu tempo ao máximo para que não haja atrasos na execução do plano. • Planejamento dos recursos: aqui devemos verifi car se todos os recursos disponíveis são sufi cientes para realizar o planejamento desejado. Não somente de recursos fi nanceiros, mas de pessoas, de informações, de coleta de dados, enfi m, tudo que precisa ser levado em consideração para conseguir atingir os objetivos e metas desejadas. • Avaliação dos riscos: e se der errado? Aqui neste quesito precisamos levar em consideração tudo que pode ocorrer de errado e que vá impactar diretamente no planejamento. Pode ser desde falta de recursos fi nanceiros, como a saída de um colaborador que tinha um papel importante dentro da organização. Não pode ser esquecido que o mercado externo infl uencia diretamente nas organizações como um todo! 48 Controladoria FIGURA 6 - ESCOLHAS A SEREM FEITAS NA ORGANIZAÇÃO FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/portas-escolhas-escolha-aberto-1767563/>. É claro que mesmo com toda essa sequência para a elaboração e futura execução do planejamento operacional pode acontecer alguns incidentes no decorrer do ano e do planejamento que deverão ser resolvidos. Sendo assim, a organização sempre deve estar preparada para enfrentar problemas ao longo do dia a dia da organização e ter as informações adequadas pode ajudar a enfrentá- los com mais segurança e assertividade. No entanto, a organização não pode deixar que esses problemas virem rotina, é para ser a exceção. Na medida do possível devemos seguir o plano anteriormente defi nido. E se isso começar a virar rotina? Então está na hora de revisar todo o planejamento operacional e achar o gargalo responsável por esses acontecimentos. Esses gargalos podem ter sido “criados” durante a elaboração dos planejamentos, pois nem sempre quem está nos mais altos escalões sabe como é o dia a dia no operacional da organização. Neste caso, para que sejam resolvidos estes problemas, a situação deverá ser relatada aos seus superiores, para que eles se reúnam e tentem reverter essa situação, juntamente com a equipe do operacional. Quando uma equipe organizacional está bem engajada não tem como o planejamento sair do controle, porém, atos fortuitos e alheios ao planejamento da organização podem ocorrer e todos precisam estarem cientes e correr contra o tempo para corrigi-los da melhor maneira possível, causando o mínimo de transtornos tanto para a empresa quanto para as pessoas relacionadas. 49 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Capítulo 2 4 CONTROLADORIA E PLANEJAMENTO OPERACIONAL Apesar da Contabilidade de ser uma ciência social aplicada muito antiga, com o passar dos anos esta ciência foi se desmembrando em diversas subáreas como a Contabilidade Financeira, a Contabilidade Tributária, a Contabilidade Gerencial, dentre diversas outras. Como neste capítulo nosso foco é a Controladoria, vamos focar em demonstrar conceitos, estudos e sua relação com a contabilidade, já que podemos dizer que ela é pertencente a Contabilidade Gerencial. FIGURA 7 - CONTROLADORIA NA PRÁTICA FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/controle-escrita-trabalho-ofi cial-427512/>. Assim, vamos iniciar pela sua conceituação, onde podemos dizer que: Controladoria pode ser entendida como a Ciência Contábil evoluída. [...] A Controladoria pode ser defi nida, então, como a unidade administrativa responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa. [...] À Controladoria cabe a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas suas mais diversas necessidades” (PADOVEZE, 2010, p. 3). É interessante enfatizar, como o próprio nome já diz, que a Controladoria é parte que realiza os mais variados controles dentro da organização. Também é ela que possui uma grande ligação com a Administração da empresa, uma vez que auxilia os gestores na tomada de decisão. 50 Controladoria Neste sentido, para clarifi car um pouco mais o estudo das diferentes áreas da contabilidade, vamos estudar as diferentes características entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial, conforme quadro 2. QUADRO 2 - COMPARAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE GERENCIAL E A CONTABILIDADE FINANCEIRA Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Usuários dos relatórios Externos e internos. Internos. Objetivos dos relatórios Facilitar a análise fi nanceira para as necessidades dos usuários externos. Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente. Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Orçamentos, Contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custo, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão. Frequência dos relatórios Anual, trimestral e, ocasionalmente, mensal. Quando necessário pela administração. Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passados). Histórico e esperados (previstos). Bases de mensuração usadas para quantifi
Compartilhar