Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4- Piodermites - infecções bacterianas cutâneas Pio= secreção purulenta PIODERMITES são infecções primárias de pele causadas principalmente por bactérias piogênicas dos gêneros Staphylococcus (Staphylococcus aureus) e Streptococcus (Streptococcus pyogenes). Isso ocorre quando essas bactérias, que fazem parte da flora transitória da pele, tornam-se patogênicas (distúrbios de integridade da pele) Elas se apresentam tipicamente como lesões de secreção purulenta, edemaciada, com calor, rubor e dor. Podem se apresentar como pústulas, furúnculos, erosões, crostas melicéricas, bolhas, eritema e descamações difusas, vegetações ou púrpura purulenta. O aspecto varia conforme a profundidade, sendo que as lesões mais superficiais apresentam um melhor aspecto. Isso dependerá das toxinas produzidas pelo agente agressor e da resposta do indivíduo Infecções bacterianas são frequentes e comuns Primarias ou secundárias (mais comuns) Dependem do hospedeiro e/ou virulência da bactéria o Imuncomprometidos reagem mal a infecções comuns Bactérias podem produzir toxinas potencialmente letais Estafilococus tem afinidade por anexo, estrepto não Profundidade de invasão bacteriana são proporcionais às lesões mais graves Controlar o uso indiscriminado de antibióticos -> para combater a resistência Na patogênese da piodermite, devem ser considerados os seguintes fatores Presença de flora residente que dificulte a colonização do agente agressor Teor de umidade da pele pH da pele, sendo que um pH alcalino facilita a colonização Competência imunológica do indivíduo Grau de patogenicidade e virulência da bactéria em si (potencial invasivo e de produção de toxinas) Mecanismos de defesa da pele: Mecânico: camada córnea pH 5,5 Secreção sebácea: oleosidade da pele Competição da flora normal Células de Langherhans: chama outros processos inflamatórios Imunidade humoral/celular 1a linha de defesa STAPHYLOCOCCUS AUREUS Piodermites/Infeções estafilocócicas: dor, calor, rubor Staphylococcus aureus Afetam os anexos (pelos): tem mais afinidade por pêlo, cabelo e unha Produzem exo e endotoxinas Portadoras são: o Flora transitória de até 1/3 da pop geral o Vestíbulo nasal (35%) e região perineal (20%) o Regiões umbilicais, axilar e interpododáctila Áreas doadoras de bactérias: infecções -> superantígenos par outras doenças (ex: dermatite de base -> infecção bacterina agrava doenças de bases) Pode: o Disseminação da doença -> sepsis o Transmissão para outros indivíduos Patogenia depende: o Virulência das bactérias: invasão/ produção toxinas o Respostas do hospedeiro o Porta de entrada na pele (romper os mecanismos de barreira) Doenças: o Pseudofoliculite o Foliculites abscedantes e decalvantes o Furúnculos o Síndrome da pele escaldada estafilocócica o MRSA: meticilina resistentes/multirresistência PSEUDOFOLICULITE: Ao invés do pelo sair para fora, ele nasce para dentro (pelo encravado) -> não é foliculite, pq está na superfície da pele Sem cicatriz Da barba o Ulotríquio (pelos circulares e tortuosos) apresentam maior chance de desenvolver a pseudofoliculite o Infecção secundária Da virilha: o Mulheres o Depilação Tratamento: o Evitar traumas o Remoção cautelosa de pelos o Laser o Hidratação o Local o Fazer barba com água quente e com condicionador, em um único sentido FOLICULITE: permeação da bactéria até dentro do folículo Sicose vulgar (da barba, do barbeiro) o Foliculite e perifoliculite piogênica o Impetigo de Bockart Inflamação do folículo piloso causada por infecção, irritação química ou ferida Presença de células inflamatórias na parede interna e no óstio do folículo piloso, criando uma pústula folicular. A inflamação pode ser superficial, confinada a porção superior do folículo piloso ou se estende a todo o folículo piloso Foliculite abscedante/ dissecante -> politriquia (causa): sai mais de um pelo através do folículo -> pus o Lesões ativas Abscessos o Sequela: cicatriz Alopecia definitiva o Tratamento Antibiograma-> sistêmico Isotretinoina: inibir secreção sebácea DDS: sulfa Cortisona Tratar politríquia: laser Foliculite decalvante o Tendência a obstrução do ósito folicular o Pode evoluir para foliculite queloidiana e/ou alopécia cicatricial o Tratamento: Antibiótico (específica segundo cultura e antibiograma) o Cicatriz hipertrófica Foliculite queloidiana da nuca - cicatriz dura e bem fibrótica o Raça negra, homens, politríquia o Caracterizada por foliculite profunda com cicatrização ou perifoliculite, que ocorre no occipital posterior, inferior e na região da nuca de homens o Tratamento: frustrante, tratar politríquia (laser), N2(nitrogênio), infiltração corticoides, cirúrgico Hordéolo: terçol o Pápula eritematosa, prurido e dor o Blesfarite (afeta região de cílios, casquinha nos cílios) -> evolui para hordéolo (pápula e evolui para pústula na raiz do cílio) o Infecção estafilocócica, profunda, dos cílios e glândulas de Meibomius caracterizada por uma lesão pustulosa acompanhada de edema na pálpebra superior. Essa mesma lesão apresenta prurido o Cílios e glândulas meibomius (gl sebácea dos cílios) -> blefarite -> meibomite -> obstrução -> infecção estafilocócica folículo ciliar -> hordéolo FURÚNCULO Infecção estafilocócica do folículo e glândula sebácea anexa Infecção profunda -> deixa cicatriz; mas não se limita as áreas pilosas do corpo Nódulo inflamatório -> 2-4 dias -> flutua -> drena -> deixa cicatriz (pq é profundo) O nódulo do furúnculo é eritematoso, doloroso e quente. Após dois a quatro dias, torna-se flutuante (mole). Após a ruptura do furúnculo, há eliminação do tecido necrosado que ocupa o centro do furúnculo, o carnicão Frequente em diabetes, desnutrição Antraz: conjunto de furúnculos > 1 de um furúnculo Tratamento: suporte antibiótico (tópico/sistêmico); compressas quentes/ frias; anti-inflamatórios S/N (dor); drenagem quando flutua -> carnicão (folículo) Prevenção de furunculose o Lesões recidivantes: cultura e antibiograma o Higiene pessoal o Roupas leves e limpas o Evitar umidades e contato com óleo o Contato familiares: verificar e tratar o Foco nasal: uso preventivo de mupirocina SÍNDROME ESTAFILOCÓCICA DA PELE ESCALDADA (SSSS) ou doença de Ritter von Rittershein Etiologia: toxina do Staphilococcus plasmo coagulase (+), fagotipo 2 o Foco inicial: otite, conjuntivite, outras IVAS (infecção de via aérea superior) Epidemiologia: neonatal (berçários) o Contágio direto Clínica: bolhas purulentas superficiais, flácidos retalhos epidérmicos -> grandes áreas erosivas -> aspecto grande queimado, escaldado Sintomas: febre, mal estado geral, potencialmente fatal Secreção purulenta!!!!!!! Adultos o Generalizada, confluente, exfoliativa, febril o Abrupta: Atinge incialmente dobras -> mucosas Áreas extensas desnudadas Porta de entrada -> sepsis > Imunocomprometido mais frequentes Tratamento em UTI MRSA: Staphylococcus aureus resistente à meticilina Novas cepas de Staphylococcus (epidermidis e aureus) o outras coagulase-negativos multirresistentes Ambientes hospitalares, pós-operatório, imunocomprometidos o MRSA comunitários: resistência bacterians STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STREPTOCOCCUS PYOGENES Impetigo Definição: infecção bacteriana, contagiosa. Geralmente acomete crianças Classificação o Primário: invasão bacteriana direta na pele normal Por Staphylo ou Estrepto Colonização da mucosa nasal -> contaminação da pele Exposição/Atopia/ Má higiene Vesículas, exulcerações com crostas melicéricas (mel seco; muco ressecado) o Secundário: impetigo pós inflamatório (pele lesada previamente) Por Staphylo ou Estrepto Pós o Escabiose o Estrófulo o Trauma o Eczema atópico Predisposição a infecções bacterians Narina colonizada Manipulação das lesões Auto contaminação STREPTOCOCCUSPYOGENES Piodermites/Infeções estreptocócica Produz proteínas M, toxina eritrogênica Beta hemolítica do grupo A Contágio direto de criança para criança Quase não afeta anexos Obs: cepas orofaríngeos (artrite e alteração das valvas cardíaca) ≠ cepas da pele (glomérulo nefrite difusa aguda = GNDA) Fatores locais o Queimaduras, traumas, escoriações, macerações, falta de higiene, dermatites exsudativas Portadores são: o Orofaringe (10%) o Flora transitória (0,5 a 1%) IMPETIGO CONTAGIOSO Grupo a beta hemolítico - Streptococcus pyogenes Contato direto, auto-inoculação Mácula com vesículas -> secreção -> exulceração -> crostas melicéricas Complicações: nefrite = Glomérulo Nefrite Difusa Aguda (GNDA) ECTIMA: mais profunda -> deixa cicatriz Semelhante ao impetigo (impetigo não tratado) Mais profundo na pele Clínica o Crostas rupiáceas (crosta em cima de crosta) o Lesões ulceram e deixam cicatrizes atróficas Tratamento de impetigo e ectima: Tratar causa Limpeza das lesões com sabões neutros Remoção das crostas: óleo/ manual Antissépticos brandos: permanganato (secativo) Antibióticos locais: mupirocinas, ácido fusiídico o Lesões nas narinas, unhas Antibióticos sistêmicos o Se disseminação das lesões o Prevenção GNDA Agentes desinfetantes são desnecessários Antibióticos locais são tão ou mais efetivos que os sistêmicos Mupirocina o Mais segura e mais efetiva o Menos efeitos colaterais Antibióticos sistêmicos: cautela -> para evitar resistências ERISIPELA ou fogo de santo antônio Infecção no subcutâneo Infecção da derme profunda e tecido subcutâneo superficial Streptococcus beta hemolítico Início abrupto Porta de entrada (inchaço nas pernas; varizes) Eritema, edema, calor local, bolhas, dor Adenite satélite o Comprometimento linfáticos Febre, dor, mal-estar geral Lesões bem delimitadas: eritrotoxinas Erisipela crônica: edemaciar e pode causar elefantíase nostra (edema linfático crônico) -> ocorre por estase linfática Erisipela de pele do rosto tem risco de encefalite! Celulite (infecção) Infecção do tecido subcutâneo causada por Streptococcuss pyogenes Infecção subaguda crônica profunda que acomete derme e hipoderme Há edema, eritema com discreto aumento local da temperatura. Ocorre muitas vezes em torno de lesões ulcerativas da pele, podendo surgir supuração Linfangite frequente Sintomas gerais mais intenso: febre, MEG Sepsis (maior risco) Eczema -> piodermite -> erisipela -> celulite Hipotireoidismo -> anasarca -> erisipela -> celulite Tratamento: o Sistêmico: penicilina, derivados sintéticos o Repouso/ leito por uma semana; Internação: antiacoagulação o Membros elevados o Meias elásticas pós alta: prevenção de estase FASCEÍTE NECROTIZANTE Rara e grave "Bactéria comedora de carne" Caráter necrotizante Agentes: Staphylococcus, Streptococcus, anaeróbios Histórico de trauma de partes moles, cirurgia, abscessos, perfuração intestinal Febre, toxemia, dor, eritema, edema -> celulite -> necrose extensa -> afsciíte Gangrena estreptocócico hemolítica Tratamento: o Internação o Desbridamento o Antibióticos específicos Infecções subcutâneas tecidos moles OUTROS AGENTES Carbúnculo - antrhax Animais contaminados Bacillus anthracis Forma cutânea: pústula maligna o Formas sistêmicas: respiratório e TGI o Linfadenite importante Doença de Lyme - borreliose Etiologia: borrelia burgdorferi Vetor: picada de carrapato estrela Clínica: lesões eritematosas, anulares com descamação interna Tratamento: antibióticos- tetraciclinas, derivados Eritrasma Corynebacterium minutissimum Quadro clínico: manchas eritematosas acastanhadas, úmidas em dobras Lâmpada de wood: avermelhada - profirinas Menigococcemia Etiologia: Neisseria menigitidis IVAS (infeção de vias áreas superiores) - disseminação -> hematogênica -> meningite Fase sepsis: lesões eritemato petequeais, equimoses, vésico-pústulas, bolhas, necrose Agente encontrado na pele
Compartilhar