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Piodermites: Infecções Cutâneas Bacterianas

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 Piodermites são infecções cutâneas causadas por 
bactérias piogênicas (principalmente estreptococo 
beta-hemolitico A ou estafilococcus). 
 São condições muito frequentes na prática médica, 
sendo responsáveis por aproximadamente 20% das 
consultas ao Dermatologista. 
 A pele é dividida em: epiderme, derme e 
subcutâneo. Assim, podemos ter condições que 
acometem desde regiões mais superficiais, como é 
o caso do impetigo, até áreas mais profundas, como 
ocorre na fasciíte necrosante. 
 As infecções bacterianas da pele podem ser 
resultado de uma patologia cutânea primária ou 
representar uma manifestação cutânea secundária 
à infecção de outro órgão. 
 As bactérias podem causar lesão na pele de duas 
formas: 
 Supurativa: quando ocorre proliferação 
bacteriana diretamente no tecido cutâneo; 
 Não supurativa: quando ocorre apenas uma 
reação de hipersensibilidade aos antígenos 
bacterianos. 
 Conduto, para que esta infecção ocorra, é 
necessário que os patógenos contaminantes sejam 
capazes de neutralizar os mecanismos de defesa da 
pele. 
 São eles: barreira mecânica da camada córnea da 
epiderme, baixo pH da pele, secreção sebácea, 
sequidão da pele e efeito supressor de cepas 
bacterianas sobre outras. 
 Além dos fatores locais, participam também na 
defesa da pele os fatores imunológicos, sejam os 
responsáveis pela imunidade humoral e/ou celular. 
 O comportamento clínico da infecção resulta da 
interação de três principais fatores: 
Porta de entrada da bactéria 
+ 
Patogenicidade do micro-organismo 
+ 
Respostas do hospedeiro à infecção 
 
 Porta de entrada: 
 Diretamente na pele: o resultado é supuração e 
inflamação, o que pode determinar um quadro 
de bacteremia e septicemia se ocorrer 
disseminação hematogênica. 
 Pela via sanguínea: pode ocorrer 
comprometimento da parede dos vasos 
cutâneos, levando à trombose vascular e 
possivelmente à necrose da região nutrida pelo 
vaso ocluído. 
 Virulência: depende do potencial invasivo da 
bactéria, geralmente determinado pela presença de 
elementos antifagocitários na superfície e da 
capacidade de produção de toxinas. 
 Resposta do hospedeiro: ocorre influxo de células 
de defesa e produção de citocinas como IL1, FNT-
alfa e IL-6, as quais ativam uma cascata de reações. 
O efeito fisiológico resultante é o aumento do fluxo 
sanguíneo para os tecidos afetados e manifestações 
externas da inflamação com calor, dor, edema e 
eritema. 
 Os principais agentes envolvidos em pacientes 
imunocompetentes são os cocos Gram-positivos, 
produzindo um espectro de lesões cutâneas que 
variam do comum, como o impetigo, ao raro, como 
a síndrome do choque tóxico. 
Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes 
 É a piodermite mais comum (60%), acometendo 
principalmente crianças em idade pré escolar e 
escolar. 
 Fatores predisponentes: falta de higiene, doença 
cutânea pré existente. 
 Etiopatogenia: colonização da pele + solução de 
continuidade. 
 Quando é por estreptococo a colonização 
precede o surgimento das lesões em 10 dias. 
 Quando é por estafilococo os patógenos são 
procedentes do nariz. 
 Não bolhoso 
 São os mais comuns (70%). 
 Na grande maioria das vezes é causado pelo 
estreptococo, mas pode ser causado pelo 
estafilococo, ou pelos dois. 
 Evolução: Vesícula/pústula de base eritematosa 
→ rompimento → exsudato purulento → crosta 
melicérica. 
 Melicérica: são crostas em favos de mel. 
 
 Bolhoso 
 É mais causado pelos estafilococos. 
 As lesões são mais comuns no período neonatal 
e podem coalescer e formar grandes placas, 
principalmente no pescoço e na face. 
 As bolhas são rompidas facilmente e podem não 
estar presentes no momento do exame físico. 
Como são muito superficiais, não deixam 
cicatrizes. 
 Em contraste ao impetigo não bolhoso, as lesões 
podem surgir em pele íntegra, não sendo 
necessário trauma prévio. 
 
 Atinge apenas a epiderme, por isso não deixa 
cicatriz. 
 É mais frequente em face (periorificial) e 
extremidades. 
 É preciso ter cuidado com a autoinoculação. 
 Diagnóstico: quadro clínico. 
 DD: herpes simples, herpes zoster, eczema, varicela, 
pênfigo, escabiose. 
 Tratamento: 
 Cuidados com a pele: limpeza, remoção das 
crostas e aplicação de compressas molhadas. 
 Compressas com antisséptico: permanganato 
de potássio, água boricada. 
 Antibiótico tópico – 2x ao dia por 7 dias: 
mupirocina, ácido fusídico, neomicina + 
bacitracina, gentamicina. 
 Antibiótico oral – 7-10 dia: cefalexina, 
amoxicilina + clavulanato, cefadroxila, 
eritromicina, macrolideos, penicilina. 
 É uma infecção do 
folículo piloso 
pelo S.aureus. 
 Desta forma, uma 
pústula ao redor 
do folículo é 
formada e ela 
geralmente 
circundada por um 
anel eritematoso. 
 Pode ser acompanhada de ardência, prurido e 
desconforto. 
 A aparência depende da profundidade do folículo 
que é acometido. É dividida da seguinte forma: 
superficial (ostiofoliculite) e duas formas profundas 
(sicose e hordéolo). 
 O Staphylococcus aureus é responsável pela 
maioria dos casos. 
 Fatores predisponentes: diabetes, roupas justas, 
depilação e obstrução folicular. 
 Diagnóstico: clínico, gram e culturas (se 
necessidade). 
 A foliculite costuma desaparecer em um período de 
cinco dias, mesmo sem nenhum cuidado especial. 
 Tratamento: 
 Medidas gerais: Compressas mornas e 
suspensão da depilação do local. 
 Pode-se utilizar antibióticos tópicos em algumas 
formas resistentes. São eles a mupirocina e o 
ácido fusídico. 
 O uso de antibióticos sistêmicos não se encontra 
indicado, a não ser em caso de foliculites difusas 
ou recorrentes. Quando utilizados, são indicados 
a cefalexina e a oxacilina. 
 
 
 De forma geral, o furúnculo é 
a complicação natural da 
foliculite, sendo também 
uma supuração do folículo 
piloso. 
 No entanto, o acúmulo de 
material purulento não se 
restringirá às camadas mais superficiais da pele, 
atingindo a derme e o subcutâneo. 
 É uma infecção do folículo piloso e glândula sebácea 
pelo S.aureus. 
 Pode ocorrer em qualquer lugar, sendo mais 
comum em pescoço, face, axilas e nádegas. 
 Inicialmente é um nódulo endurecido, eritematoso, 
com calor e dor, evoluindo para flutuação e 
drenagem de secreção purulenta. 
 Fatores predisponentes: obesidade, 
imunossupressão, DM, fricção e oclusão. 
 Tratamento: 
 Medidas locais: antissépticos, antibióticos 
tópicos, compressa morna (3x ao dia). 
 ATB sistêmica: cefalexina 500 mg 6/6h, bactrim 
800+160 mg 12/12h, oxacilina 1-2g 4/4h ou 
6/6h. 
 Drenagem apenas quando houver flutuação. 
Antibioticoterapia sistêmica 
o Furúnculos ao redor do nariz, dentro das narinas e 
no canal auditivo externo; 
o Lesões grandes e recorrentes; 
o Lesões com celulite ao redor; 
o Lesões não responsivas aos cuidados locais. 
 
Quadros de repetição: Descolonização do S. aureus 
o Mupirocina nas narinas 2x/dia 5 dias/mês por 3 
meses – reduz a recorrência em 50%. 
o Ácido fusídico 2x/dia por 5 dias/mês por 3 meses. 
 É uma infecção de 
vários folículos 
adjacentes, formando 
uma massa inflamatória 
coalescente e drenando 
pus de múltiplos 
orifícios foliculares. 
 Aparecem mais na região cervical posterior. 
 
 Assim como o 
impetigo, é 
caracterizada por 
lesões crostosas 
de pele. A 
diferença é que a 
lesão se estende 
até a derme e deixa uma ulceração superficial, com 
posterior formação de crosta dura, seca e 
aderente. 
 Evolução: vesícula/pústula (semelhante ao 
impetigo), que rompe, se alarga e se aprofunda na 
pele, formando uma úlcera de base necrótica, com 
halo eritematoso ou violáceo, e formando uma 
crosta de difícil retirada. 
 Diagnóstico: clínico de preferência e gram e 
culturas, biópsia quando dúvida. 
 Tratamento: 
 Cuidados locais: limpeza com água e sabão, ATB 
tópicos (mupirocina, ácidofusidico, bacitracina). 
 Melhorar o quadro nutricional. 
 Antibióticos com mesma indicação dos quadros 
de impetigo. 
 É uma infecção 
cutânea aguda de 
etiologia 
principalmente 
estreptocócica, por 
vezes recidivante. 
 É uma variante mais 
superficial da 
celulite. 
 Acomete mais o sexo 
feminino, adultos 
entre 40-60 anos e na grande maioria das vezes 
acomete os MMII (85%) e faces (10%), mas 
qualquer região com deficiência na drenagem 
linfática está predisposta a desenvolver uma 
erisipela. 
 É o caso de linfedemas, pós-operatórios de 
dissecções linfáticas (ex.: mastectomia com 
linfadenectomia axilar), membros com insuficiência 
venosa e sítios que já sofreram previamente com a 
erisipela e tiveram seus vasos linfáticos lesionados. 
 Fatores de risco: linfedema crônico, solução de 
continuidade (intertrigo interdigital, úlcera crônica), 
obesidade. 
 Quadro clínico de início súbito com placa 
eritematosa, edematosa, quente e dolorosa de 
limites bem definidos, geralmente em membro 
inferior. 
 Pode acompanhar febre com calafrios, adenopatia 
dolorosa e bolhas (suspeitar etiologia 
estafilocócica). 
 Pode vir acompanhada também de linfedema, que 
pode ser uma sequela especialmente quando há 
erisipela de repetição (elefantíase mostra). 
 Tratamento 
 Antibioticoterapia 
▪ Penicilina G cristalina 16-24 milhões UI/dia 
4/4 horas ou 6/6 horas. 
▪ Ceftriaxone 1-2g/dia 7-10 dias 
▪ Oxacilina 1-2g 4/4h ou 6/6h 
▪ Cefalexina 
▪ Alérgicos à penicilina: eritromicina 500 mg VO 
6/6h 
 Medidas gerais: repouso com elevação do 
membro afetado, punção das bolhas e 
antimicrobianos tópicos (quando houver 
bolhas). 
Não tenho certeza se é erisipela ou celulite 
o É prudente estender o espectro dos 
antimicrobianos de forma a cobrir S. aureus. Boas 
opções aqui seriam a oxacilina e cefalosporinas de 
1ª geração. 
 
 Profilaxia: mais de 3 episódios + comorbidades 
relacionadas; penicilina benzatina 1,5 milhão UI, 1x 
a cada 3 semanas por 6 meses. 
 É uma infecção cutânea, aguda, que se estende até 
o tecido celular subcutâneo. 
 Os agentes mais comuns: estreptococos do grupo A 
e o S. aureus. 
 Fatores desencadeantes: traumas, furúnculos, 
micoses, úlceras cutâneas e ferida cirúrgica. 
 Quadro clínico: placa eritematosa, sem limites 
precisos, com bordas não totalmente demarcadas 
ou elevadas. Pode ser acompanhada por febre, 
calafrios, fadiga e dor local. 
 Complicações são raras, mas podem incluir 
glomerulonefrite aguda, linfadenite e endocardite 
bacteriana subaguda. Danos aos vasos linfáticos 
podem levar a celulite de repetição. 
 Tratamento: oxacilina por 7-10 dias EV ou 
cefalexina (lesões pequenas, sem rebaixamento de 
estado geral). 
 Casos graves: Oxacilina 2 g IV 4/4h OU cefazolina 
1 g 8/8h OU nafcilina 1-2 g 6/6h. 
 Casos leves/moderados: Cefalexina, cefadroxil, 
eritromicina OU clindamicina OU dicloxacilina. 
 
 São coleções de 
pus na derme e 
tecidos profundos, 
de etiologia 
polimicrobiana. 
 São lesões 
eritematosas, 
dolorosas, bem circunscritas, cercadas por um halo 
de tecido inflamatório e possuem uma flutuação 
central. 
 Assim como os furúnculos e carbúnculos, podem 
estar associados a adenopatia local e drenar 
espontaneamente. 
 Aqui, sinais sistêmicos de infecção não são comuns 
e sua presença deve alertar para investigação de 
outros diagnósticos. 
 Tratamento 
 Drenagem do abcesso. 
 Exploração da cavidade 
 Recobrir ferimento com gaze 
 Antibióticos sistêmicos: cefalexina, amoxicilina-
clavulanato, bactrim, oxacilina.

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