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METROLOGIA Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi Maciejewski, Narco Afonso Ravazzoli. Metrologia / Narco Afonso Ravazzoli Maciejewski; William Roger Carvalho Gomes: Cengage – 2020. Bibliografia. ISBN 9786555580570 1. Metrologia 2. Mecânica Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Narco Afonso Ravazzoli Maciejewski Engenheiro mecânico formado pela universidade estadual do oeste do Paraná (UNIOESTE), mestrado em engenharia elétrica e computação também pela UNIOESTE e doutorado em andamento em engenharia elétrica pela universidade de São Paulo (USP). Trabalha na área de detecção e monitoramento de falhas em máquinas elétricas rotativas. William Roger Carvalho Gomes Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (2017), Possui Especialização em Docência em Educação Profissional e Tecnológica (2015) e graduação em Engenharia Mecânica pelo Instituto Federal Sul Riograndense (2019) e Graduação em Manutenção Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2011). Atualmente é Professor Auxiliar e Coordenador da Pós-Graduação em Engenharia de Automação e Controle Industrial e da Pós Graduação em MBE em Manutenção Inteligente em Sistemas Industriais Complexos. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em manutenção, automação e energia. SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - Introdução e conceitos fundamentais de metrologia .................................................9 Introdução.............................................................................................................................................10 1 Conceito de metrologia ...................................................................................................................... 11 2 Metrologia científica, industrial e legal .............................................................................................. 17 3 Conceito de precisão e de exatidão (acurácia) ................................................................................... 22 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28 UNIDADE 2 - Sistemas de medição .................................................................................................29 Introdução.............................................................................................................................................30 1 Tipos de Medida ................................................................................................................................ 31 2. Unidades e padrões de medida ........................................................................................................ 32 3 Sistemas de Medição ......................................................................................................................... 40 4 Conversão do Sistema Internacional de Unidades para o Sistema Inglês ..........................................46 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................51 UNIDADE 3 - Padrões e equipamentos de medição e qualidade das medidas .................................53 Introdução.............................................................................................................................................54 1 Conceito de padrões e conceito de calibração................................................................................... 55 2 Instrumentos de medição .................................................................................................................. 57 3 Resolução dos instrumentos .............................................................................................................. 73 4 Erros e incertezas de medição e tolerâncias ...................................................................................... 74 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................78 UNIDADE 4 - Capacidade do processo de medição e produção .......................................................79 Introdução.............................................................................................................................................80 1. Teoria dos erros ................................................................................................................................ 81 2.Escolha correta do instrumento a ser utilizado na medição ..............................................................86 3.Capacidade do processo de medição utilizando o cálculo da repetibilidade & reprodutibilidade (R&R) .................................................................................................................... 88 4. Capacidade do processo de produção .............................................................................................. 92 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................97 O livro Metrologia informa o leitor, além de conceitos básicos da área, o conteúdo descrito a seguir em suas quatro unidades. Entre muitos assuntos, a primeira unidade, Introdução e conceitosfundamentais de metrologia,apresenta o estudo dos fundamentos e conceitos gerais da metrologia. Explica como identificar e calcular erros sistemáticos e aleatórios presentes no processo de medição, além de compreender e analisar as características metrológicas que definem um sistema de medição. A segunda, Sistemas de medição, explica os tipos e unidades de medidas aplicadas aos diferentes sistemas de medição, como o sistema métrico decimal, sistema internacional de unidades (SI) e o sistema inglês de medição. Explica os fundamentos relacionados às medidas lineares com a conversão de unidades de medidas lineares. A terceira unidade, Padrões e equipamentos de medição e qualidade das medidas, trata do estudo dos padrões de calibração e dos conceitos de medição. Ainda, serão abordados temas relativos aos equipamentos de medição mais utilizados na indústria e serão elucidados algumas grandezas que trazem informações sobre o controle de qualidade das medidas. Para finalizar a descrição da obra, a quarta unidade, Capacidade do processo de medição e produção, explica a teoria dos erros, considerando os seus diferentes tipos, como o erro sistêmico, aleatório e a análise de tendência de erro. A importância na escolha dos sistemas de medição e seus instrumentos de medição também são estudados aqui. Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. Desejamos que os leitores tenham uma carreira de sucesso. A eles, sorte em seus estudos! PREFÁCIO UNIDADE 1 Introdução e conceitos fundamentais de metrologia Olá, Você está na unidade Introdução e Conceitos Fundamentais de Metrologia. Conheça aqui o estudo dos fundamentos e conceitos gerais da metrologia. Essa etapa é de essencial importância, pois servirá de base para os aprofundamentos ao longo das outras unidades e permitirá entender como surgiu essa ciência e quais os seus desdobramentos na sociedade atual. Para compreendermos esse assunto, objetiva-se que você conheça e seja capaz de identificar e calcular erros sistemáticos e aleatórios presentes no processo de medição, além de compreender e analisar as características metrológicas que definem um sistema de medição. Bons estudos! Introdução 11 1 CONCEITO DE METROLOGIA A palavra metrologia se originou do termo grego metron, que significa medida, e do termo logos, que remete à ciência. Assim, entende-se a metrologia como a ciência das medições (LIRA, 2015). De acordo com o Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM), conceitua-se metrologia como a “ciência da medição que abrange todos os processos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia” (INMETRO, 2000). “Quando você pode medir aquilo de que fala e expressá-lo em números, você sabe alguma coisa sobre isto. Mas quando você não pode medi-lo, quando você não pode expressá-lo em números, o seu conhecimento é limitado e insatisfatório. Se você não pode medir algo, não pode melhorá-lo.” (Lord Kelvin) Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: A Metrologia é a ciência das medições (INMETRO, 2000) Abrangendo todos os aspectos teóricos e práticos que asseguram a exatidão exigida no processo produtivo. Procurando garantir a qualidade de produtos e serviços através da calibração de instrumentos e da realização de ensaios. Sendo a base fundamental para a competitividade das empresas. A metrologia é uma ferramenta imprescindível para (INMETRO, 2000) 12 Avaliar a conformidade de produtos e processos. Garantia de justas relações de troca (relações comerciais). Promover a cidadania (saúde, segurança e meio ambiente). Qualidade, inovação e competividade. Assegurar reconhecimento nacional e internacional. Objetivos da Metrologia (INMETRO, 2000) Traduzir a confiabilidade nos sistemas de medição. Garantir especificações técnicas, regulamentos e normas existentes. Proporcionem as mesmas condições de perfeita aceitabilidade na montagem e encaixe de partes de produtos finais, independentemente de onde sejam produzidas. Nos dias atuais, as medidas em geral fornecem confiabilidade em ações de compra e venda de produtos no geral. Desta maneira, a metrologia se torna cada vez mais essencial para a vida cotidiana, como exemplo no mercado quando o cliente adquiri produtos, como legumes que são comprados por sua massa. Ainda, há exemplos de medições importantes de volume, como água, ou quantidade de corrente elétrica consumida por uma residência, que são medidos para se obter o valor desses produtos. Não obstante, a metrologia pode afetar diretamente a economia dos países, pois tudo que é exportado ou importado passa por algum processo de medição para a estimativa e avaliação do valor e, consequentemente, do lucro gerado, tudo depende da finalidade e qualidade requerida (DIAS, 1998). Assim, destaca-se a motivação e a justificativa para estudo deste tema, que não são apenas medidas, mas também está relacionada com a qualidade dos produtos oferecidos (HOWARTH; REDGRAVE, 2008). No início da história humana, quando as sociedades começaram a se formar as formas de medições e unidades de medidas já eram comuns em negócios e trocas entre vilarejos. Por exemplo, se um vilarejo produz feijão e outro vinho, esses vilarejos trocavam esses produtos entre si. Mas a grande pergunta seria qual a quantidade de vinho que valeria uma certa quantidade de feijão? Então, com o tempo os humanos foram obrigados a quantificar seu trabalho para realizar essas trocas, mas ainda era necessário a criação de unidades de medida. Desta maneira, criaram- se algumas unidades de medida rudimentares, de certa forma, como os barris de vinho para medida de volume, barris de cereal para medidas de massa e passos do pé como medidas de comprimento. Assim, era garantido que todos os barris de cereal continham a mesma massa, por exemplo. No entanto, essas unidades de medida são rudimentares e susceptíveis a vários erros, 13 como diferentes tamanhos de barris ou diferentes tamanhos de pé (DIAS, 1998). Mesmo com a criação das primeiras unidades de medida, ainda era necessário criar novas unidades mais precisas e constantes para tornarem seu uso universal. Observando em outro panorama, no Egito antigo era comum o uso de aspectos antropomorfométricos para se realizar medições. Uma dessas medidas era o cúbito como medida de comprimento, sendo a distância do cotovelo até a ponta do dedo médio do faraó. Mas um grande problema, é que de tempos em tempos os faraós se alteravam entre pais e filhos, invalidando todas as medições passadas. Já na Roma antiga, mil passos de um legionário equivaliam a uma milha, unidade de medida utilizada até os dias de hoje. Enquanto isso, os ingleses eram habituados com a utilização da polegada, do pé e da jarda, todas medidas baseadas na anatomia humana. Inclusive foi o rei Henrique I, no século XII, que mensurou a distância entre a ponta de seu nariz e seu polegar apontado para cima com o braço esticado e nomeou essa medida de jarda (ALBERTAZZI, 2008; DIAS, 1998). Essas medidas citadas, baseadas na anatomia humana e em objetos conhecidos poderiam ser suficientes para quantificarem coisas unitárias e que não fossem ser comparadas com outras unidades de medida. No entanto, levando em consideração as relações comerciais entre diferentes povoados, não era possível comparar as unidades de medida e saber quem era o correto, ainda mais com a aproximação dos povos. Nesse contexto, havia a necessidade primordial de se criar um sistema que unificasse todos os povos em termos de unidades de medidas. Muitos cientistas tomaram a frente dessa missão de se criar um sistema global de unidades, dentre eles tem- se Gauss, Maxwell e Thomson. Com isso, deu-se início à criação do Sistema Internacional de Unidades (do francês, Système international d’unités, SI) na França (MILOJEVIĆ, 1973). Oficialmente, o Sistema Internacional de Unidades foi criado apenas em 1860, tendosua origem como anterior à criação do sistema métrico de medição, durante a Revolução Francesa. De acordo com a história, John Wilkins foi o precursor da ideia de criar o novo sistema de unidades partindo de uma única medida universal, o metro. Inicialmente, a medida metro foi utilizado para definir o comprimento, o volume e a massa. Mas era necessária uma forma de medição robusta para se definir o metro, que foi determinado como dez milionésimos da distância da linha do Equador até o Polo Norte, através do meridiano da terra que passa por Paris. Assim, foi possível determinar as definições das unidades de volume e massa. O volume foi definido como o litro, que seria 0,001 m³ e a massa definida com o quilograma de um litro de água destilada a 4 ºC. Apesar dessas unidades serem definidas com padrões da natureza, era necessário ter esses padrões fisicamente para se calibrar equipamentos de medição. Como, por exemplo, para se calibrar réguas de comprimento ou balanças de laboratório. adas com nomenclaturas e símbolos específicos que são formadas por junções das sete unidades básicas. Dentre estas, temos a tensão elétrica, em Volts; a força, em Newtons; a energia, em Joules; a potência, em Watts, entre outras. O Quadro 1 define as sete unidades básicas atuais e podem ser mensuradas diretamente 14 pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas - BIPM (do francês, Bureau International de Poids et Mesures), órgão que surgiu em 1875, na França, a partir da Convenção do Metro e que possui como objetivo definir, manter e promover o SI internacionalmente (BIPM, 2017). O Quadro 1, contendo a descrição das sete unidades básicas, possui fundamental importância no mundo todo, pois transações comerciais de importação e exportação, o trabalho e outras medidas globais são mensuradas de acordo com esses parâmetros. Assim, posteriormente, criou-se padrões de platina, que era conhecido como o metal mais resistente ao desgaste, para designar o comprimento e a massa, designando o metro e o quilograma respectivamente. Esses padrões de platina foram depositados nos arquivos da república em Paris e hoje se encontram em museus (NEWELL, 2014). As medidas de comprimento, volume e massa, tendo como padrões o metro, o litro e o quilograma, poderiam parecer suficientes, mas haviam outras grandezas que necessitavam de padrões. Como exemplo a quantidade de corrente elétrica e a quantidade de matéria. Assim, pesquisadores trabalharam para definir os padrões para todas as medidas fundamentais, das quais as outras seriam chamadas de unidades derivadas. Após anos de pesquisas, formou-se a estrutura fundamental de todas as unidades e do Sistema Internacional de Unidades, contidas em sete unidades de base. As sete unidades básicas são unidades de comprimento, de massa, de corrente elétrica, de tempo, de temperatura, de intensidade luminosa e de quantidade de matéria. Além dessas, há cerca de 22 unidades derivadas com nomenclaturas e símbolos específicos que são formadas por junções das sete unidades básicas. Dentre estas, temos a tensão elétrica, em Volts; a força, em Newtons; a energia, em Joules; a potência, em Watts, entre outras. O Quadro 1 define as sete unidades básicas atuais e podem ser mensuradas diretamente pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas - BIPM (do francês, Bureau International de Poids et Mesures), órgão que surgiu em 1875, na França, a partir da Convenção do Metro e que possui como objetivo definir, manter e promover o SI internacionalmente (BIPM, 2017). O Quadro 1, contendo a descrição das sete unidades básicas, possui fundamental importância no mundo todo, pois transações comerciais de importação e exportação, o trabalho e outras medidas globais são mensuradas de acordo com esses parâmetros. 15 Quadro 1 - Descrição das sete unidades de base do Sistema Internacional de Unidades Fonte: Adaptado de AKKARI (2017). #PraCegoVer: O quadro mostra uma tabela com 4 colunas, 8 linhas e apresenta a grandeza, a unidade de medida, a definição e o símbolo de cada unidade de medida do Sistema Internacional de Unidades. Ainda, existem as unidades derivadas que são grandezas que se derivam das unidades de base a partir de operações matemáticas. Como exemplo, tem-se a unidade de medição de área que é derivada da unidade base de comprimento por meio da operação de multiplicação. Em alguns casos de aplicações de medições, há a ocorrência de números além da compreensão, como em casos de números muito grandes ou muito pequenos, impedindo o uso efetivo do valor obtido. Assim, são casos como esse que justificam a existência e o uso de prefixos, auxiliando na expressão dos resultados de medição de um modo mais assertivo. O Quadro 2 apresenta os 16 prefixos, sendo os múltiplos e os submúltiplos utilizados no SI. Vale a ressaltar que os prefixos são expressos a partir de potências inteiras de base 10, sendo que cada uma possui um nome e símbolo específicos, variando de 10-24 até 1024 (ALBERTAZZI, 2008). Para empregar os prefixos em uma medição, acrescenta-se o nome do prefixo na frente do nome da unidade de medida, formando o múltiplo ou o submúltiplo da unidade. Figura 1 - Prefixos utilizados no Sistema Internacional de unidades Fonte: Adaptado de AKKARI (2017). #PraCegoVer: O quadro mostra uma tabela com 4 colunas, 21 linhas e, apresenta o nome do prefixo, o símbolo do prefixo e o fator de multiplicação pelo qual é adicionado a unidade. Após a apresentação dos conceitos fundamentais gerais da metrologia, é importante compreender essa área no Brasil. A primeira formulação política nacional de metrologia brasileira data de 1967 e, dentre outros aspectos, essa iniciativa englobava a constatação do uso exclusivo do recém-criado SI no país (INMETRO, 2000). A partir de então, tem-se o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Sinmetro, instituído pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, que atualmente 17 é constituído por organizações públicas e privadas vinculadas à área da metrologia. Dentre as entidades constituintes desse sistema brasileiro, tem-se a parte formada por um órgão normativo, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro, e outra constituída por órgão executivo, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro (INMETRO, 2000). O Conmetro, como a própria denominação representa, é um colegiado interministerial que exerce a função de órgão normativo (regulação e controle) do Sinmetro e que tem o Inmetro como sua secretaria executiva (executa operações técnicas e outras correlatas à metrologia tendo como missão prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos). Dentre as atividades do Inmetro, destacam-se as áreas responsáveis pela Metrologia Científica e Industrial e Metrologia Legal. Neste momento, após essa breve explanação sobre os conceitos fundamentais de metrologia acredita-se que seja possível ampliar a perspectiva e aprofundar mais alguns conceitos e também, exemplificar alguns aspectos práticos para se utilizar quando se necessitar de processos de medição. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2 METROLOGIA CIENTÍFICA, INDUSTRIAL E LEGAL Como visto no tópico introdutório da unidade, percebeu-se a importância da definição de unidades de medida padrão para o funcionamento adequado do mundo todo no quesito de medições. Isso foi comprovado com os esforços empregados para a construção do Sistema Internacional de Unidades. No entanto, os padrões utilizados para o Sistema Internacional de Unidades são únicos, o que impossibilita a calibração de equipamentos com esses objetos de definição. Deste modo, são criados padrões genéricos de medições, no mundo todo, que estes são calibrados por meio dos originais, para então serem utilizados em laboratórios, industrias e outros ramos que necessitam de calibrações. 18 Com o objetivo de quantificar a qualidade das medições nas mais diversas áreas, foi criadaa metrologia. Ainda, cada área do conhecimento requer uma precisão e exatidão adequada das medições para o seu propósito, sendo então criadas algumas subdivisões geral da metrologia, dentre elas a metrologia científica, industrial e legal. A metrologia científica é caracterizada como a mais fidedigna aos padrões de medições internacionais e nacionais. É utilizada em laboratórios de pesquisa e de empresas para a elaboração de protótipos e inovações que necessitam de altos graus de confiabilidade para a realização de experimentos. Ainda, esse ramo da metrologia é utilizado em instituições de ensino, mais especificamente das engenharias e ciências exatas, para as determinações da precisão e acurácia das medições, e a calibração de instrumentos de laboratório relacionados à qualidade das medidas. Por exemplo, na construção mecânica, quando se deseja realizar ensaios em metais estruturais para atestar seu uso na obra, deve-se realizar testes mecânicos. Para isso, corpos de prova metálicos são submetidos a equipamentos que solicitam esses componentes simulando o modo que ocorreria na construção. Assim, esses equipamentos devem estar perfeitamente calibrados para que os resultados condizem com a realidade e não falhem. Então, há uma grande importância nesse processo, pois se o material falhar devido a medições incorretas podem haver perdas financeiras ou até mesmo vidas humanas. E esse processo se estende a várias outras áreas do conhecimento, como medicina, no teste de bombas de hemodiálise, na construção civil, no teste de corpos de prova de concreto, na indústria farmacêutica, nas composições corretas de componentes de medicamentos por meio de balanças analíticas, e entre outras aplicações (ALMEIDA, 2003). A metrologia científica foca suas abordagens inteiramente para a qualidade das medições, como visto acima. Do mesmo modo, a metrologia industrial abrange o controle de qualidade de produtos fabricados em processos produtivos. Esse tipo de metrologia é o mais adequado para com os consumidores de equipamentos e dispositivos existentes no mercado, como cabos elétricos, brinquedos, automóveis, bicicletas e entre outros. Ainda, esse processo possui grande importância no controle de linhas de produção, para que todas as peças possam chegar ao consumidor com a qualidade especificada. Por exemplo em indústrias de fabricação de parafusos, onde são concebidos milhares de parafusos por dia, é impossível verificar a qualidade de peça por peça porque não é operacional. Assim, a metrologia industrial embasa o fabricante a analisar as peças por amostragens em lotes, sendo estatisticamente representativa do todo e, com isso, pode-se atestar a qualidade de um lote de produtos ao se testar apenas algumas peças. No entanto, pode-se haver os outliers, que, nesse caso, seriam peças defeituosas mesmo após o controle metrológico, pois tudo se baseia na estatística do sucesso e geralmente não alcança 100% da produção (ALMEIDA, 2003; INMETRO, 2000). Para as funções de proteção ao consumidor nos casos onde o produto pode oferecer riscos ao mesmo, a designação de metrologia responsável é a metrologia legal. Essa modalidade trata de unidades de medidas, de métodos e de instrumentos de medição para atender os requisitos 19 técnicos e legais dos produtos para assim, então, garantir a proteção do consumidor. Desta maneira, aplica-se em atividades comerciais, medições nas áreas da saúde, de segurança e meio ambiente, com ações da metrologia legal. Como exemplo, há a especificação técnica e legal na fabricação de botijões de gás de cozinha, o GLP, os taxímetros, bombas de abastecimento de combustível, seringas para infusão de medicamentos e a maioria dos equipamentos invasivos utilizados na medicina (ALBERTAZZI, 2008). Ainda sobre metrologia legal, o processo de intervenção das ações deste tipo de metrologia é função exclusiva e regulamentada pelo estado. Em sua essência, é composta por procedimentos técnicos, jurídicos e administrativos, estabelecidos pelas autoridades públicas. Assim, para se conceber novos produtos por licenciamento, após o processo de patenteamento, o produto deve ser aprovado pelo órgão da metrologia legal e os correlatos, sendo disponibilizado aos consumidores. Ainda, esses novos produtos devem atender requisitos de proteção ao consumidor em aspectos comerciais, de segurança e também de proteção ao meio ambiente (ALMEIDA, 2003; INMETRO, 2000). Nesse sentido, através da metrologia legal, o Estado intervém sobre certas categorias de instrumentos de medição utilizados nos relacionamentos econômicos e oficiais e sobre determinadas operações de medição (saúde pública, meio ambiente etc.). Portanto, a metrologia legal foca sua atenção em quatro direções básicas (INMETRO, 2000): • A qualidade dos instrumentos de medição utilizada nas transações comerciais, visando assegurar a confiabilidade das medidas e evitar a fraude. • As atividades essenciais do Estado, oferecendo os meios de medição e controle que ga- rantam segurança, equidade e eficácia à ação do Estado. • As atividades produtivas, tendo em vista disponibilizar às empresas instrumentos de medição mais adequados e compatíveis com suas necessidades. • A indústria nacional de aparelhos de medição e de produtos pré-medidos, visando à melhoria da qualidade de seus produtos e ao aumento de sua competitividade. A metrologia é utilizada para realizar o controle das medições, e cada um dos tipos de metrologia citados, científica, industrial e legal são aplicadas para diferentes abordagens. O controle de medição não tem por fim somente reter ou rejeitar os produtos fabricados fora das normas, destina-se, antes, a orientar a fabricação, evitando erros. Representa, por conseguinte, um fator importante na redução das despesas gerais e no acréscimo da produtividade, quando aplicado às indústrias. Um controle eficaz deve ser total, isto é, deve ser exercido em todos os estágios de transformação da matéria, integrando-se nas operações depois de cada fase de produção ou 20 medição. Todas as operações de controle dimensional são realizadas por meio de aparelhos e instrumentos e devem-se, portanto, controlar não somente as peças fabricadas, mas também os aparelhos e instrumentos verificadores (ALMEIDA, 2003; INMETRO, 2000). Nos tópicos seguintes, será comentado o conceito de valor verdadeiro. Essa definição é de grande valia, pois ao se realizar uma medição e efetuar o controle de qualidade, sabe-se que o valor medido é uma aproximação do valor verdadeiro do mensurando. Assim, é necessário que o resultado da medição seja acompanhado de parâmetros que atestem a precisão e exatidão dessa medida, aumentando a confiabilidade da medida. Frente a isso, define-se que todas as medidas estão sujeitas a incertezas de medição, e sempre devem acompanhar o resultado da medição dando uma ideia qualitativa do valor verdadeiro. As incertezas nas medidas podem estar relacionadas ao próprio objeto que se deseja medir ou também aos instrumentos e sistemas de medição e sem contar os fatores ambientais, como ruídos, temperatura, vibração, umidade etc. Ainda, as incertezas ou imperfeições da medição podem ser ocasionados pelo operador do instrumento de medição ou ao protocolo de medição empregado (CONEJERO, 2003; INMETRO, 2000; MSA, 2002). Diante da influência de todos os elementos ambientais e humanos que podem alterar um resultado de medição, tem-se uma pergunta-chave nesse processo: se não existem processos de medição perfeitos, como é possível assegurar que certo produto atenda às especificações? Após a reflexão sobre a pergunta acima, é óbvio que todas as medidas precisam estar acompanhadas de outras medidas que simbolizam a qualidade daquela medição. Tomando isso como premissa, por exemplo, quando os produtos são fabricados, as imperfeições, ou incertezas, FIQUE DE OLHO O controle de qualidade é o cerne dos três tipos de metrologia descritos, até mesmo na metrologia legal. Porque o consumidorespera ao adquirir um produto que ele atenda plenamente as especificações do projeto e pelo que ele pagou, cumprindo as definições de qualidades para com as funções requeridas do produto. Segundo Albertazzi & Souza (2008), “o controle da qualidade envolve um conjunto de operações de medição com função de assegurar que os produtos fabricados por uma empresa atendam plenamente as especificações técnicas para serem introduzidos no mercado, sendo um requisito fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa”. No entanto, nos dias atuais podemos perceber que existem empresas focadas apenas na produção, barateando o custo e denegrindo a qualidade do produto e o contrário também, em empresas onde o foco é a qualidade do produto e do processo. 21 estão sempre presentes. Deve-se atentar para que os produtos apresentem as imperfeições dentro de limites toleráveis, que não comprometam a função requerida do produto acabado para o consumidor. Portanto, os projetistas, engenheiros e técnicos devem estabelecer tolerâncias seguras que são limites que as previsíveis imperfeições não devem ultrapassar. Os projetistas definem as maiores tolerâncias possíveis levando em consideração a preservação da qualidade com que o produto realiza a sua função e o barateamento da produção, ou seja, tenta-se buscar um equilíbrio técnico econômico (CONEJERO, 2003; MSA, 2002). Essa função é uma das mais importantes de projetistas, que além dos conceitos técnicos existentes na literatura, deve-se atentar aos requisitos da metrologia científica, industrial e/ou legal. Outro aspecto importante é a escolha do equipamento ou sistema de medição adequado para cada aplicação. Assim, deve-se escolher o meio de medição correto levando em consideração os fatores já citados, como a incerteza de medição, a capacidade de medição do equipamento, a resolução do equipamento e o protocolo ou processo de medição. A metrologia, no geral, estabelece o manual de Análise dos Sistemas de Medição (MAS) para recomendar o correto meio de medição, a resolução do instrumento ou o processo de medição para cada magnitude de produto. Segundo esse manual, esses parâmetros devem ser de um décimo do campo de tolerância. Essa determinação não segue qualquer regulamento ou norma, mas sim uma recomendação de segurança, devido à própria incerteza da medição que qualquer instrumento carrega. Da mesma forma, é função do operador do equipamento também observar o histórico das calibrações do meio de medição, assim como o padrão utilizado na última calibração do mesmo. No Brasil, tem-se o INMETRO que estabelece esses padrões e possuem equipes para realizarem essas calibrações (INMETRO, 2000; MSA, 2002). Do ponto de vista prático, sabe-se obviamente que quanto menor a incerteza do padrão de calibração, melhor será o resultado encontrado. Contudo, quanto menor a incerteza do padrão, maior será o seu custo, voltando no contexto de custo versus qualidade. Assim, procura-se buscar um equilíbrio técnico e econômico para a situação, respeitando as recomendações da metrologia científica, industrial e legal de acordo com a aplicação. O ponto ideal dessa equação é próximo da condição em que o padrão tenha uma incerteza de um décimo da incerteza do meio a calibrar, como recomenda o manual de Análise de Sistemas de Medição. Ainda, é preciso ressaltar que este ponto ideal pode ser alterado dependendo de qual sistema de medição que será calibrado, cabendo recomendações do projetista e do operador do equipamento. Estatisticamente e na prática, numa calibração, a incerteza do padrão deve ser de no mínimo um terço do meio a calibrar (CONEJERO, 2003; MSA, 2002). Neste momento, foi possível conhecer os aspectos das fundações da metrologia para o prosseguimento dos estudos. Desse modo, formamos uma base para os conceitos de técnicas de medição e os equipamentos, assim como a escolha desses protocolos de metrologia. 22 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3 CONCEITO DE PRECISÃO E DE EXATIDÃO (ACURÁCIA) Anteriormente, foi visto que um resultado de medição pode implicar em medidas incertas devido ao equipamento ou sistema de medição ou ao operador dos equipamentos. É necessário admitir tolerâncias para essas medidas que são de responsabilidade do projetista e que esse processo é regulamentado pela metrologia científica, industrial e/ou legal. Vale ressaltar ainda, que em um processo de medição, busca-se sempre a obtenção do valor verdadeiro da grandeza física a ser medida. Dito isso, o alvo que se busca na aplicação de um processo de medição é o valor verdadeiro, no entanto os sistemas de medição são imperfeitos e é necessário conter mais informações para atestar a qualidade da medida. Nesta unidade serão apresentadas duas medidas de qualidade da medição ou do processo de medição, a precisão e a exatidão, ou acurácia. De maneira geral, a exatidão traz informações do quão próximas estão as medidas do valor verdadeiro, ou valor real, da grandeza física avaliada. Enquanto isso, a precisão é uma medida que se refere à dispersão entre as medidas, sem levar em conta o valor alvo. Em outras palavras, quanto mais dispersas as medidas entre si, menor a precisão e vice-versa (ALBERTAZZI, 2008; AKKARI, 2017). As medidas precisas são mais constantes, ou seja, menos dispersas e quando repetidas tender a apresentar os valores próximos ou iguais, de acordo com o sistema de medição. No entanto, isso não garante que as medidas precisas sejam exatas, ou seja, estejam próximas ao valor verdadeiro do resultado de medição. De maneira geral, a exatidão sempre leva em consideração o valor verdadeiro, enquanto que a precisão não (AKKARI, 2017). Segundo Albetazzi (2008), a precisão de uma medição é o “Grau de concordância entre 23 indicações ou valores medidos, obtidos por medições repetidas, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas”. Interpretando esse conceito, podemos perceber que a precisão de uma medida é usada para descrever a repetibilidade de medição. Assim, quando uma medida é repetida e os valores são os mesmos ou apresentam pouca variação, essa medida é dita precisa. Pode-se quantificar a precisão por meio das médias e desvios padrão da medida com relação ao valor verdadeiro. Como o desvio padrão é uma medida de dispersão, os dados terão um significado numérico. Os conceitos de médias e desvios-padrões serão vistos nas unidades seguintes (ALBERTAZZI, 2008). Devido a essas informações, é de fundamental importância se conhecer e definir o valor verdadeiro e suas limitações para aplicar os sistemas de medição. Muitos autores descrevem que todas as grandezas experimentais possuem apenas um valor verdadeiro. Então, os avanços na metrologia buscam determinar o valor verdadeiro por meio das medidas que, atualmente, está limitado à capacidade humana e de equipamentos de se conhecer esse valor por meio de sistemas de medição (AKKARI, 2017). Com base no exposto, é dito que o valor de uma grandeza física experimental é sempre desconhecido (VUOLO, 1996). No entanto, há algumas grandezas determinadas por pesquisadores que não podem mudar o seu valor em nenhuma hipótese, tendo seu valor verdadeiro conhecido. As grandezas que apresentam valor verdadeiro bem definido, são aquelas que não dependem de dados experimentais para serem determinadas. Por exemplo, a razão entre o comprimento e o diâmetro de uma circunferência, conhecido por π, com valor de 3,1415..., que apresenta FIQUE DE OLHO Pode parecer óbvio a premissa de que todas as grandezas físicas possuem um valor verdadeiro específico. No entanto, os sistemas de medição, como já dito, são imperfeitos assim como a capacidade humana. Assim, para se determinar as medidas, mesmo desconhecendo o valor verdadeiro de certa medida, adotam-se modelos. Esses modelos são como os descritos no Quadro 1 para as unidades básicas do Sistema Internacional de Unidades. E a medição do valor verdadeiro de uma grandeza apenas é considerada confiável ebem definida após a consideração de um modelo (AKKARI, 2017; ALBERTAZZI, 2008). Por exemplo, ao tomar uma régua para medir o comprimento e um objeto, pressupõe- se que esse objeto seja perfeitamente plano, quando, na verdade, pode ser deformado. Mesmo nas medições mais simples, é impossível determinar o mensurando sem adotar alguns pressupostos e idealizações e todas as grandezas experimentais são determinadas por meio de modelos. 24 exatamente o mesmo valor para todas as circunferências, e o número de Euler, com valor e = 2,7182... Já quando se necessita de grandezas experimentais, os valores de medição dependem de dados experimentais para serem determinadas, incorrendo no uso de operadores e sistemas de medição. Por exemplo, a constante da gravitação universal, a corrente em um circuito elétrico, a temperatura ambiente, entre outras grandezas físicas (ALBERTAZZI, 2008). Desta maneira, fica definido que uma grandeza experimental é alcançada por meio de dados experimentais. E, segundo essa definição, os padrões internacionais de medidas, como os do Sistema Internacional de Unidades, não são considerados grandezas experimentais, pois servem de modelo para todas as outras medições. Como exemplo, o padrão internacional de comprimento que até 1983 era definido com a distância entre duas marcações feitas em uma barra de platina mantida até hoje no Bureau International des Poids et Mesures (BIPM, França). Com base histórica, nos séculos de avanços da metrologia, afirma-se que todos os processos de medição apresentam alguma incerteza relacionada. Essas incertezas, como discutido anteriormente, podem ser devido ao operador dos equipamentos, ao próprio equipamento e também devido ao meio, como temperatura, umidade, vibração e ruído. A influência do meio é pouco discutida, mas apresenta grande influência, pois medidas realizadas em condições ambientais diferentes podem apresentar resultados diferentes. Um exemplo disso seria o efeito da temperatura em equipamentos metálicos, que podem se contrair ou dilatar de acordo com a temperatura, gerando incertezas nas medições. Dito isso, é recomendado que o operador dos equipamentos de medição e o projetista nunca confiem plenamente em um resultado de medição, a menos que essa medida seja acompanhada por critérios de qualidade. Frente ao exposto, fica atestado mais uma vez que o valor verdadeiro de qualquer grandeza experimental é sempre desconhecido e também que os sistemas e processos de medição podem ser melhorados com base em sua aplicação (ALBERTAZZI, 2008). No início deste tópico, foram antecipados os conceitos básicos de exatidão e precisão para prover base no estudo do valor verdadeiro. Esses conceitos representam características diferentes, mas essenciais para a avaliação de qualidade de medição ou de processos de medição e precisam ser considerados. No que diz respeito à metrologia, a ciência que estuda os processos de medição, a exatidão, também denominada audácia, é uma informação referente ao grau de proximidade de uma medida com o valor algo da medição. Quanto mais próximo do valor verdadeiro forem as medidas, mais acuradas serão as medidas (ALBERTAZZI, 2008). De outra maneira, a precisão, também relacionada com fidedignidade ou repetibilidade, traz informações sobre o grau de dispersão das medidas com relação a elas mesmas, quando repetidas sob as mesmas variáveis. Dessa maneira, uma medida precisa apresentaria resultados semelhantes em diversas repetições do processo de medição (AKKARI, 2017). 25 Frente ao exposto, observou-se que a exatidão e a precisão são propriedades das medidas diferentes, mas que se complementam. Por exemplo, o ideal seria alcançar, após um processo de medição, um resultado apurado, ou exato, e preciso. No entanto, dependendo do que se deseja medir, dos equipamentos e de diversas outras variáveis, pode se obter resultados de medição exato e impreciso, inexato e preciso, inexato e impreciso. A Figura 1 ilustra uma analogia de tiro ao alvo com os conceitos de precisão e exatidão para representar os resultados de medições (LIMA, 2012). Figura 2 - Analogia com tiro ao alvo para diferenciar exatidão e precisão em um processo de medição Fonte: Adaptado de LIMA (2012). temos 4 alvos com cada um representando uma configuração entre exatidão e precisão. O A mostra o conceito de exatidão e precisão, o B de precisão e inexatidão, o C de imprecisão e exatidão e D de imprecisão e inexatidão. Na Figura é apresentado uma analogia que funciona exatamente da mesma maneira que para resultados de um processo de medição. O alvo da figura, é análogo ao valor verdadeiro buscado pelo processo de medição, e os tiros ao alvo são as medições realizadas pelo processo de medição. Nos quatro casos, há visivelmente diferenças nos tiros ao alvo, análogo as medições, com relação ao valor verdadeiro, ou alvo. O caso ideal para um bom processo de medição, seria o caso A, com medidas precisas e exatas. O caso B apresenta boa precisão, mas o aglomerado de medidas está distante do valor verdadeiro, sendo uma medida inexata. Em contrapartida, no caso C as medições estão afastadas entre si, mas todas em torno do valor alvo, ou verdadeiro, sendo que nesse caso as medidas são imprecisas e exatas. Por final, o caso D representado por medidas distantes entre si e também distantes do valor verdadeiro, apresentando-se como um processo de medição impreciso e inexato. Nessa analogia é possível perceber claramente os conceitos de precisão e exatidão discutidos. Como exemplo, as medições mais dispersas, constituídas pelos casos C e D, e nas mais distantes do alvo, nos casos B e D. Essa analogia é muito importante porque nos permite perceber que uma medida muito precisa nem sempre é a melhor. Por exemplo, sabemos que um micrômetro é mais preciso que um paquímetro. Também sabemos que um paquímetro é mais preciso que 26 uma trena. Então, fica dúvida de qual desses instrumentos é o melhor. E a resposta correta é de que depende daquilo que desejamos medir. Imagine o que aconteceria se tentássemos medir o comprimento de uma mesa com um paquímetro. Utilizar instrumentos precisos não garante uma medida exata. Por isso, os melhores instrumentos nem sempre são os mais precisos, mas os mais adequados à fidedignidade perseguida (ALBERTAZZI, 2008; LIMA, 2012). Ainda, segundo o INMETRO (2000), a garantia da qualidade das medições apresenta alguns desafios básicos, como: 1 Ampliar a infraestrutura laboratorial, na dimensão regional e setorial, com serviços de reconhecida competência, visando atender à demanda. 2 Aprimorar a qualidade e a competitividade dos serviços prestados e a excelência no atendimento ao cliente, segundo padrões internacionais. 3 Manter uma constante harmonização entre as medições realizadas no País e aquelas realizadas no exterior. 4 Promover mecanismos para a sustentabilidade dos laboratórios prestadores de serviços metrológicos. 27 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • Conhecer os aspectos fundamentais do histórico e evolução da metrologia. • Aprender e identificar a metrologia científica, industrial e legal. • Entender o conceito de exatidão e precisão. • Diferenciar os processos de medição em termos de exatidão e precisão. • Aprender que nem sempre o equipamento mais preciso é o mais adequado para uma medição. PARA RESUMIR AKKARI, A. C. S. Metrologia e controle geométrico. 1. ed. Londrina: Editora e distribuido- ra educacional S.A., 2017. ALBERTAZZI, A. G. J; SOUSA, A. R. Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial. 1. ed. São Paulo: Editora Manole, 2008. ALMEIDA, L. A. Metrologia: instrumento de cidadania. 2003. BIPM. Bureau International des Poids et Mesures. The role and objectives of tha BIPM. Paris, 2017. Disponível em: http://www.bipm.org/en/about-us/. Acesso em: 04 mar. 2020. CONEJERO, A. S. A importância da metrologia. São Paulo: [s.n.], 2003. DIAS, J. L. M. Medida, normalização e qualidade: aspectos da história da metrologiano Brasil. 1998. HOWARTH, P.; REDGRAVE, F. Metrology – in short. 3. ed. Germany: EURAMET, 2008. INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Vocabulário in- ternacional de termos fundamentais e gerais de metrologia. 2. ed. Brasília: SENAI/ DN, 2000. LIMA JUNIOR, P. et al. O laboratório de mecânica. Porto Alegre: IF-UFRGS, 2012. LIRA, F. A. Metrologia na Indústria. 3. ed. São Paulo: Erica, 2015. MILOJEVIC, A. Some remarks on the development of metrology. Nuclear Instruments and Methods, v. 112, p. 1-3, 1973. MAS. Análise dos sistemas de medição: manual de referência. 3. ed., 2002. NEWELL, D. B. A more fundamental International System of Units. Phys. Today, v. 67, p. 35-41, 2014. VUOLO, J. H. Fundamentos da teoria de erros. Editora Blucher, 1996. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Sistemas de medição Você está na unidade Sistemas de Medição. Conheça aqui os tipos e unidades de medidas, aplicadas aos diferentes sistemas de medição como, por exemplo, o sistema métrico decimal - sistema internacional de unidades (SI) e o sistema inglês de medição. Nesta unidade aprenda os fundamentos relacionados às medidas lineares juntamente com a conversão de unidades de medidas lineares. Estes tópicos são importantes para os estudos dos diferentes tipos de sistemas de medição, bem como os métodos de conversão entre esses sistemas. Bons estudos! Introdução 31 1 TIPOS DE MEDIDA Neste tópico é abordado os princípios e conceitos das medidas, considerando suas classificações, bem como suas unidades e sistemas de medição. O primeiro tópico a ser abordado serão os tipos de medidas: direta e indireta. 1.1. Medição direta A utilização de instrumento de medida como uma trena ou uma escala, que apresentam valores de comprimento por exemplo, essa grandeza apresentada nesta medição, refere-se à medida direta. A medição direta também pode ser aplicada a sistemas elétricos, como por exemplo, a tensão elétrica, medida com um multímetro. Outro exemplo relacionado ao nosso cotidiano, é medidor de velocidade do carro, o velocímetro. A medição direta pode ser aplicada em uma única medida ou em várias medidas. Medição direta de única medida, é quando a leitura é realizada uma única vez como, por exemplo, medir o tamanho do comprimento de uma viga. Quando se trata da medição direta de várias medidas, é necessário realizar diversas leituras, para alcançar uma média. 1.2. Medição indireta Para uma medição indireta, é necessário a aplicação de uma equação matemática, vinculando uma determinada medida a ser verificada, correlacionando com outras grandezas mensuráveis. Um exemplo clássico é a verificação da velocidade média de um automóvel. Neste caso a medida da velocidade média pode ser exposta na equação 1 a seguir. v = ∆x/∆t (1) onde ∆x é a distância percorrida e o ∆t é a intervalo de tempo. Outro exemplo do cotidiano é a determinação de uma área retangular de uma sala de estar, pois o simples fato de multiplicar o seu comprimento pela sua largura, que são oriundos de medidas diretas, já é caracterizada uma medida indireta. Esse tipo de medida, como relata Albertazzi e Sousa (2017) é apontada por fatores como: impossibilidade física de realizar a medição; aspecto econômico ou operacional; incerteza de medição que pode ser mais vantajosa por meio de operações matemáticas do que a realizada por medições diretas. 32 2. UNIDADES E PADRÕES DE MEDIDA Desde os primórdios o ser humano necessita quantificar as abstrações de quantidade, de peso, de volume e das dimensões dos objetos. Para tal foi fundamental definir as unidades específicas necessárias para realizar essas medições, da mesma forma que suas padronizações se tornaram mais confiáveis para essas unidades de medidas, principalmente com o desenvolvimento de instrumentos de medição. Como já relatado, as dimensões de objetos são expressas com as unidades de medidas dimensionais que são representadas como valores de referência, permitindo produzir e controlar as dimensões com o uso de instrumentos de medida. A exemplo disso segue um dos maiores edifícios do mundo o Burj Khalifa, localizado nos Emirados Árabes Unidos, possuindo uma altura de 828 metros de altura, sendo que 828 é a grandeza, e a unidade é dada em metros. Figura 1 - Arranha Céu Burj Khalifa Fonte: iStock 647003776, mediapool, 2020. #PraCegoVer: Na imagem, temos a vista de um dos maiores edifícios do mundo o Burj Khalifa, localizado nos Emirados Árabes Unidos, possuindo uma altura de 828 metros de altura e com 160 andares. 2.1 Unidades Dimensionais Lineares O contexto histórico é importante para discernirmos como o Brasil do século XXI se desenvolveu com os seus padrões de medida atuais. A humanidade para se desenvolver necessitou criar padrões, mas cada povo que teve que criar seu próprio sistema de medidas, principalmente 33 baseadas no corpo humano, como o palmo, pé, polegada, braça, côvado. Além de ser imprecisa, ocasionava diversos problemas para o comércio, pois as pessoas de uma localidade utilizavam um sistema de unidade diferente de outra. Suponha o quanto era difícil realizar o escambo na época. Quando o sistema feudal entrou em crise, foi necessário desenvolver diversas transformações, principalmente políticas e econômicas, a fim de integrar os diversos interesses da classe nobre com a ascendente burguesia mercadora. A partir da formação dos Estados Nacionais, diversas características surgiram como, a criação de moedas; determinação de um idioma nacional; bem como a padronização dos pesos e medidas, tudo isso para estabilizar o mercado daquela época. Uma das características que foram marcantes foi a padronização dos pesos e medidas, sendo definido o Sistema Métrico Decimal, que inicialmente adotou três unidades básicas de medida: o metro como unidade de comprimento, o quilograma como unidade de massa e o segundo como unidade de tempo. Historicamente o metro, que é unidade fundamental do sistema métrico, foi criado na França em 1795, é praticamente igual a décima milionésima parte do quarto do meridiano terrestre entre o Polo Norte e a linha do Equador; esse valor, escolhido por apresentar caráter mundial, foi dotado, em 20 de maio de 1875, como unidade oficial de medidas por dezoito nações. O Brasil adotou, por meio da Lei Imperial nº 1.157, o sistema métrico decimal no dia 26 de junho de 1862 (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 1996). O metro padrão foi a unidade de comprimento adotada internacionalmente até 1960, correspondendo a distância entre duas linhas paralelas existentes em uma peça de platina irradiada, na temperatura de 0ºC e em condições de sustentação perfeitamente definidas. Essa barra estava depositada na Agência Internacional de Pesos e Medidas, em Saint-Cloud, França. (TOLEDO, 2014) Hoje o metro padronizado, que está em vigor no Brasil é recomendado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), fundamentado na velocidade da luz, de acordo com a decisão da XVIII Conferência Geral dos Pesos e Medidas, de 1983. O Inmetro, em sua Resolução nº 3, de 22 maio de 1984, publicada no Diário Oficial da União, definiu o metro como “o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 do segundo”. (CONMETRO, 1984) Cabe salientar que desde a criação do metro, até os dias atuais, as suas definições estabeleceram uma maior exatidão do valor da unidade (TOLEDO, 2014), que de acordo com Albertazzi e Sousa (2017), a nova definição propiciou uma redução da incerteza de precisão do metro na ordem de 10-7 m para 10-12 m. Considerando as variações dos múltiplos e submúltiplos do metro é apresentada a Tabela “Múltiplos e submúltiplos do metro” a seguir. 34 Figura 2 - Múltiplos e submúltiplos do metro Fonte: adaptada de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (1996). #PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela com 4 colunas, 16 linhas e apresenta todos os múltiplos e submúltiplosdo metro, bem como cada simbologia e notação científica. 2.2 Sistema Internacional (SI) Além do metro, apresentado no tópico anterior, existem outras seis unidades de base do sistema internacional (SI). Essas unidades de base são estabelecidas universalmente, permitindo a sua reprodução com exatidão. O valor de cada unidade é constante, podendo sofrer alterações como aconteceu com o metro em 1984. Essas modificações podem ocorrer devido aos avanços científicos e tecnológicos de forma a apresentar uma redução na incerteza de precisão da unidade de base. Na Tabela “Descrição das sete unidades base” são apresentadas as grandezas com as sete unidades base, bem como a sua definição, símbolo e a incerteza de precisão atualizada. 35 Figura 3 - Descrição das sete unidades base Fonte: adaptada de Albertazzi e Sousa (2017) #PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela com 5 colunas, 8 linhas e apresenta as sete unidades de base, com suas respectivas descrições. Cabe frisar que o metro depende da definição do segundo, este elo entre ambas as unidades é a velocidade da luz no vácuo, atualmente definida como uma constante exata. (ALBERTAZZI; SOUSA, 2017) Para Toledo (2014, p. 53) os átomos, quando excitados, emitem radiações monocromáticas, fenômenos que permitem a determinação do segundo com base na frequência das radiações. A radiação do césio é a referência para estabilizar a frequência de um oscilar de quartzo. A exatidão da escala de tempo atômica pode ser comparada a um relógio que, em 1 milhão de anos, apresenta uma variação de menos 1 segundo. 36 O quilograma se apresenta com o símbolo kg, mesmo utilizando o prefixo k a forma correta de escrita em português é quilograma. O quilograma apresenta singularidades dentre as unidades base, sendo a única que possui um prefixo, e também é a única definida por um artefato escolhido em 1889, e praticamente não sofreu alteração ou revisão. O seu padrão primário é o artefato internacional do quilograma que está na Bureau (agência) Internacional de Pesos e Medidas (BIPM). Esta peça é um cilindro com composição de 90% de platina e com 10% de irídio, com diâmetro e altura de 39 mm. A intensidade luminosa é fornecida em candela, onde seu símbolo é cd, que de acordo com Oliveira, Oliveira e Carneiro Junior (2015), quando projetada a certa direção de uma fonte, emite uma radiação monocromática na ordem de frequência de 540x1012 Hz, sujeita a uma intensidade energética na mesma direção de 1/633 watt por esterradiano. Ainda Oliveira, Oliveira e Carneiro Junior (2015) diz que o rendimento luminoso ou eficácia luminosa espectral dessa radiação monocromática da ordem da frequência mencionada é exatamente a 683 Lm/W (lumens por watt). Dentro do Sistema Internacional existe as unidades suplementares e derivadas. As unidades suplementares são caracterizadas por: • Ângulo plano, com a unidade em radiano e símbolo em rad. • Ângulo sólido, com a unidade em esterradiano e símbolo em sr. Para exemplificar melhor o que é o ângulo sólido, cujo a sua definição pode ser orientado a partir do centro de uma esfera, no qual percorre uma determinada área sobre a superfície deste objeto.De acordo Albertazzi e Sousa (2017, p. 20) o vértice de um cone ou o ângulo em que se espalha no espaço 3D o facho de luz produzido por uma lanterna são exemplos de ângulos sólidos, se o ângulo do ângulo sólido for posicionado de forma que coincida com o centro de uma esfera de raio unitário, o ângulo sólido abrangerá uma fração da superfície total da área da superfície esférica. O ângulo sólido corresponderá a um esterradiano, o que corresponde à área de toda a superfície de uma esfera com raio unitário. O ângulo sólido máximo de 4p sr é o ângulo descrito pela luz emitida em todas as direções por uma fonte de luz pontual levitando no espaço. 37 Figura 4 - Representação de um ângulo sólido Fonte: Elaborado pelo autor #PraCegoVer: A imagem mostra uma esfera, com uma representação de uma pequena área quadrada em sua superfície, representada em forma angular até o centro da esfera, formando um ângulo entre as arestas da representação quadrada. Para o cálculo do ângulo sólido de um determinado objeto, a partir do seu centro, basta calcular a área direcionada a partir do centro do objeto sobre a esfera, tomando como base o centro do próprio objeto e dividir esse valor pelo quadrado do raio dessa esfera como apresentado na Equação 2 e ilustrado na Figura “Representação de um ângulo sólido”. Ω= A/r^2 [sr] (2) onde A é a área direcionada a partir do centro do objeto e o r² é o raio da esfera ao quadrado. Já as medidas derivadas, é possível apresentar-se por: • Área, com a unidade em metro quadrado e símbolo em m². • Volume, com a unidade em metro cúbico e símbolo em m³. • Frequência, com a unidade em hertz e símbolo em Hz. • Densidade, com a unidade em quilograma por metro cúbico e símbolo em kg/m³. • Velocidade, com a unidade em metro por segundo e símbolo em m/s. • Velocidade angular, com a unidade em radiano por segundo e símbolo em rad/s. Quanto à grafia das unidades de medida, devem ser seguidas algumas regras, por exemplo, o emprego de letras minúsculas no início das unidades de medida, mesmo que elas possuam nomes de cientistas, como newton, kelvin, ampere, entre outros. 38 Outra regra é que se a unidade estiver composta de um prefixo, não deve usar hífen e nem espaço, como por exemplo megapascal, giganewton, entre outros, mesmo que esta ação contrarie o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa. Em se tratando de prefixo não pode colocá-lo no plural como, por exemplo, “quilosgramas”, esta grafia da unidade de medida está equivocada. Quando uma unidade de medida com denominador como, por exemplo, m/s deve-se incluir a palavra por metro por segundo. No emprego da grafia correta na unidade de temperatura kelvin, nota-se que não aparece a palavra “grau”, diferentemente das unidades de graus Celsius e graus Fahrenheit. Para o emprego do plural deve ser inserido o “s” ao término de cada palavra como por exemplo, amperes horas, quando na sua forma plural, ou amperes hora, quando a forma plural é somente a intensidade de corrente elétrica. A forma singular desta unidade é ampere hora. O espaçamento entre o número e o seu símbolo deve ser usado, a não utilização ou sua supressão deve ser aplicada somente em casos de possibilidade de fraude, preservando o não acréscimo de outro algarismo entre o número e seu símbolo.Outro erro comum é colocar plural em símbolo, cabe frisar que símbolos são invariantes, isso quer dizer que não pode incluir plural em sua forma de grafia. Quem nunca viu uma placa de sinalização como a apresentada Figura “Placa de sinalização com grafia equivocada”? Além de colocar no plural, inventaram de colocar um “t” perdido ali. Figura 5 - Placa de sinalização com grafia equivocada Fonte: Elaborado pelo autor #PraCegoVer: A imagem mostra uma placa de sinalização de altura máxima permitida com o símbolo da unidade equivocada. 2.3 Unidades Não Pertencentes ao Sistema Internacional (SI) O emprego de algumas unidades fora do sistema internacional é reconhecido, em publicações científicas, relatórios técnicos e aplicações comerciais, e continuarão o seu uso por um longo tempo. Isto se deve pelas características as quais essas unidades estão inseridas no seu contexto, ora por vertentes históricas, culturais ou até mesmo por viés comercial. 39 Alguns exemplos clássicos são, o uso do hectare (ha), que corresponde a 10000 m² (dez mil metros quadrados de área), e do litro (L) como medida de volume, que corresponde a 1dm³ =10³cm³=10-3m³. Outros exemplos de unidades fora do Sistema internacional são: • Ângulo plano – grau(°), minuto(’) e segundo(’’). • Tempo – dia (d); hora (h) e minuto (min). • Força – dina (dyn) = 10-5 N, outra unidade de força fora do SI é kgf (quilograma força) que representa 1 Kgf = 9,807 N. • Temperatura – grau Celsius (°C) = (kelvin) K – 273,15. Uma curiosidadesobre a grandeza da temperatura, é que existe a unidade de graus Fahrenheit, sendo uma escala de temperatura postulada por Daniel Gabriel Fahrenheit no ano de 1724, cujo seu símbolo é representando pelo °F. Umas das características desta unidade de medida é que o ponto de fusão da água é de 32 °F e seu ponto de ebulição é de 212 °F. Confrontando a proporcionalidade com o graus Celsius é para cada 1,8 °F equivale a 1 °C. O zero absoluto nesta escala é definido em - 459,67 °F. Como regra prática é possível realizar um cálculo para exemplificar melhor essa conversão de graus Fahrenheit para de graus Celsius, segue a equação 3 da conversão. °C= (°F-32)/1,8 (3) Na equação 4 é possível verificar a conversão de graus Celsius para de graus Fahrenheit. °F=(°C x 1,8)+32 (4) A conversão de graus Fahrenheit para kelvin, segue a equação 5 para exemplificar melhor a conversão. K=(°F-32)/1,8+273,15 (5) Ainda existem outras unidades de medidas que surgiram a 4000 anos atrás. Algumas dessas unidades primitivas eram baseadas em partes do corpo humano, que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa, surgindo assim medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo. Algumas dessas medidas são usadas até hoje, como referência a jarda. Se você já assistiu a um jogo de futebol americano, provavelmente ouviu dizer a palavra jarda. Como na figura 4 apresentada cada risco menor refere-se a 1 jarda que corresponde a 0,9144 m. 40 Figura 6 - Campo de Futebol Americano Fonte: shutterstock 493321462, 2020. #PraCegoVer: A imagem mostra as marcações das jardas do campo de futebol americano. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3 SISTEMAS DE MEDIÇÃO Por meio de um sistema de medição, é possível efetuar o processo da operação medir. Dentro desse sistema de medição é necessário determinar a grandeza que está sob medição e seus valores apresentados, em muitos casos, confrontado com uma unidade de referência. O resultado deste processo é mensurado um número seguido da unidade de referência aplicada. FIQUE DE OLHO Não é necessário decorar todas as unidades de medidas e suas conversões existe uma ferramenta na web que Convertworld é um dos serviços de conversão de unidades mais utilizados no mundo.. < https://www.convertworld.com/pt/> 41 O sistema de medição tem por definição monitorar, controlar e investigar eventos físicos nos processos. Em aplicações de monitoração, os sistemas de medição indicam apenas um valor da grandeza medida como, por exemplo, os barômetros, os termômetros, os higrômetros, bem como medidores do consumo de energia elétrica ou consumo do volume d’água, entre outros. Esse monitoramento pode ser unitário ou contínuo, o que depende do contexto de produção que o sistema de medição está inserido. No gráfico “Fluxo do Esquema do sistema de medição” “apresenta um fluxo de como ocorre um sistema de medição. Visto que o sensor transmite os dados para a unidade de tratamento de sinais, transformando o sinal obtido da medição em uma linguagem acessível do usuário, sendo representado no mostrador. Existem duas formas de sinais gerados: o sinal analógico e o digital. O sinal analógico é apresentado no visor ou na escala de medição, por exemplo, a medição com uma trena é analógica, pois a sua escala é predefinida, contínua e proporcional. (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 2015) Para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2015), o sinal digital é gerado é representado no visor, e sua variação é descontínua, utilizando os sinais eletrônicos, ou seja, a informação é digital, admitindo apenas dois estados, sistema binário, somente 0 e 1. Figura 7 - Fluxo do esquema do sistema de medição Fonte: adaptado Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2015) #PraCegoVer: A imagem mostra um fluxograma do esquema do sistema de medição, considerando a peça, sensor, a unidade transformadora e o mostrador. Em um sistema de medição contínuo, geralmente está atrelado a um sistema de controle do processo, ou seja, o próprio sistema de medição realiza o controle do processo. Isto se deve ao fato de envolver um sensor, capaz de manter uma grandeza determinada dentro dos limites preestabelecidos para o bom fluxo do processo. O valor da grandeza é medido e posteriormente comparado com o valor de referência estabelecido, deixando o controlador apto a tomar a decisão do controle do processo. Cabe salientar que todo esse processo contínuo do sistema de medição, quando bem estabelecido, não há interferência humana. Trazendo todo esse contexto para nossa realidade é possível analisar o próprio refrigerador da sua casa. Vamos considerar o sistema de Medição da temperatura no interior do seu refrigerador. Existe um sensor que realiza a medição da temperatura na parte interna, e a compara com o valor estabelecido de referência. Quando a temperatura interna apresentar um valor acima do aceitável, o compressor é ligado até que a temperatura alcance o valor mínimo desejado. 42 Então cabe frisar que todo processo de medição é o procedimento experimental, independente da sua característica, com uma medição direta ou indireta, ou unitária ou contínua, pois essa ação sempre apresentará o aspecto do valor momentâneo da grandeza física estudada. Dentro de todo esse aspecto que tange a metrologia, os controles dimensionais aplicados a peças e componentes é primordial para a definição de um bom sistema de medição. Outro ponto importante é definir padronização de unidades de medidas da grandeza, até a escolha dos instrumentos de medida e/ou sensores de medição e controle. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3.1 Sistema métrico Decimal - Sistema Internacional (SI) O metro é uma das sete unidades base do Sistema Internacional para a grandeza de comprimento, mas a sua aplicação depende da área de atuação, podendo ser usado os múltiplos ou submúltiplos. Por exemplo na metalmecânica, é muito comum usar o milímetro como uma unidade “base” e submúltiplos do milímetro como o décimo, centésimo e milésimo do milímetro. O que facilita o uso do sistema métrico, é que ele é baseado no sistema decimal com múltiplos e submúltiplos de dez, como já mencionado anteriormente. O milímetro tem por definição a milésima parte do metro, sendo igual a uma parte do metro dividida em 1000 partes iguais. Na metalmecânica, o milímetro é a unidade mais utilizada, quando se trata de precisão e intercambialidade como, por exemplo, eixos, rolamentos, buchas, entre outros. As características de precisão e intercambialidade metalmecânica empregam medidas ainda menores que o milímetro, confira na tabela “Representação dos submúltiplos do milímetro”. 43 Figura 8 - Representação dos submúltiplos do milímetro Fonte: elaborado pelo autor, 2020. #PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela com 3 colunas, 4 linhas e apresenta a representação dos submúltiplos do milímetro, como o décimo de milímetro, centésimo de milímetro e o milésimo de milímetro. O milésimo de milímetro, na prática, é representado pela letra grega µ (lê-se mi). Esse submúltiplo é chamado de micrometro ou mícron (0,001 mm = 1 µm). As unidades de medida, como o milímetro, são extremamente importantes na fabricação de peças a partir de um desenho. Nota-se na Figura “Desenho de uma peça em dimensões em milímetros” que todas as medidas apresentadas estão na unidade de milímetro. Figura 9 - Desenho de uma Peça em dimensões em milímetros Fonte: Elaborado pelo autor #PraCegoVer: A imagem mostra uma peça em “L” com suas dimensões em milímetros (mm). 44 3.2 Sistema inglês de polegada O uso de medidas do sistema inglês ainda vigora, pois diversas máquinas, equipamentos, instrumentos e componentes são produzidos considerando a polegada como uma unidade “base”, tanto a polegada fracionária como a polegada milesimal. O sistema inglês de medidasé tradicionalmente muito empregado na Inglaterra e nos Estados Unidos. Embora no Brasil, o sistema métrico seja o oficial, o sistema inglês possui uma relevância principalmente na área metalmecânica, devido à grande quantidade de importação de máquinas, equipamentos e ferramentas, assim como empresas instaladas no Brasil oriundas desses países. O seu processo de extinção é lento devido às características já citadas, até porque não é um conjunto de unidades integrantes do Sistema Internacional de Unidades. Por este motivo, esse sistema aos poucos está passando por um processo de substituição pelo sistema métrico. Para evitar problemas como suas equivalências, pois em muitos casos, esses dois sistemas ainda são usados simultaneamente, é extremamente necessário realizar as conversões entre sistemas, do sistema métrico para sistema inglês, ou do sistema inglês para sistema métrico. Como já mencionado o sistema inglês tem como padrão a Jarda. Essa unidade tem como origem na palavra inglesa “yard” que significa vara, em alusão a utilização de varas nas medições. No século XII, o rei Henrique I, oficializou a sua utilização e decorrência da sua grande utilização. A jarda acabou por definida na época, como a distância com o braço esticado, entre a ponta do nariz do rei e a de seu polegar. (TOLEDO, 2014) O rei Henrique ainda institui leis que correlacionavam a unidades existente, que eram a Jarda, o Pé e a Polegada. Essa relação era que 1 jarda equivaleria a 3 pés ou 36 polegadas. Proporcionalmente 1 pé equivale a 12 polegadas. Somente em 1558, o padrão da jarda foi materializado em uma barra de bronze. Em 1878, um novo padrão foi instituído adorando a distancia entre terminais de ouro de uma barra de bronze medido a 18 °C (68 °F). (TOLEDO, 2014) Como a jarda apresentada anteriormente que é utilizada como delimitador no futebol americano, a unidade de pé atualmente é utilizada, principalmente na aviação, para determinar altitude dos aviões. 45 Figura 10 - Avião em pleno voo Fonte: shutterstock 118279549, mediapool, 2020. #PraCegoVer: Na imagem há um avião em pleno voo. A polegada como o milímetro são unidades adotadas pelo sistema inglês, com aplicação muito relevante na área de metalmecânica, sendo representada por dois diferentes sistemas: o Sistema de polegada fracionária e o sistema polegada milesimal. Para compreendermos melhor a polegada fracionária, é importante relembrar os conceitos sobre fração. Quando há uma divisão de um valor por outro, obtemos a representação de uma parte desse valor, ou seja, uma fração, que pode ser representada de duas formas. Figura 11 - Representação da fração Fonte: elaborado pelo autor, 2020 #PraCegoVer: A imagem mostra um a representação da fração, considerando o numerador, denominador e o número inteiro. O sistema de polegada fracionária apresenta-se da forma de dividir por dois a unidade e as suas frações. Obtendo-se, assim, uma série decrescente, dividindo-se em frações ordinárias, obtendo os denominadores: 2, 4, 8,16, 32, 64, 128. Essas divisões podem ser vistas nos exemplos a seguir, dividindo-se por 2 obtém a polegada fracionária abaixo: • 1” (uma polegada). 46 • 1/2” (meia polegada). • 1/4” (um quarto de polegada). • 1/8” (um oitavo de polegada). • 1/16” (um dezesseis avos de polegada). • 1/32” (um trinta e dois avos de polegada). • 1/64” (um sessenta e quatro avos de polegada). • 1/128” (um cento e vinte e oito avos de polegada). No caso de frações com numeradores com números ímpares, não existem simplificações, seguem exemplos: • 3/4” (três quartos de polegada). • 5/8” (cinco oitavos de polegada). • 15/16” (quinze dezesseis avos de polegada). • 9/32” (nove trinta e dois avos de polegada). • 7/64” (sete sessenta e quatro avos de polegada). • 127/128” (centro e vinte sete cento e vinte e oito avos de polegada). Sendo o numerador par, existe a possibilidade de simplificação, e deve se proceder dessa forma. Segue exemplos. O método de simplificação das medidas apresentadas a seguir, considera o valor do numerador como divisor comum do denominador, bem como o numerador, isto significará que sempre o numerador será um número ímpar. 4”/16÷4/4=1”/4 16”/128÷16/16=1”/8 12”/16÷12/12=3”/4 4 CONVERSÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES PARA O SISTEMA INGLÊS Conforme citado anteriormente, apesar de o SI ser o mais utilizado a redor do mundo, inúmeros projetos, peças, ferramentas, máquinas ou mesmo catálogos estão com unidades no sistema inglês. Mesmo que no Brasil o sistema inglês não seja usado oficialmente, e fundamental realizar conversões de unidades entre os esses sistemas. Como regra prática, nas conversões 47 de unidade do sistema inglês para o sistema internacional considera-se que 1 polegada (”ou in) equivale a 25,4 mm. Veremos alguns exemplos a seguir. Na 1ª possibilidade, será verificado a conversão de polegadas para milímetros, aplicando a multiplicação de cada polegada apresentada por 25,4 mm. 2” → (2 × 25,4) = 50,8 mm 7 5”/16 → (7 x 25,4) + 5 x 25,4/16 = 182,7375 mm 5”/8 → (5 × 25,4)/8 = 15,875 mm 0.475” → (0.475 x 25,4) = 12,065 mm 1.50” → (1,50 x 25,4) = 38,1 mm Na 2ª possibilidade, será examinado a conversão de milímetros para polegadas fracionárias. Para tal é imprescindível dividir o valor obtido em milímetros por 25,4 e multiplicar o resultado por 128, apresentando assim a menor resolução da polegada fracionária. Ao termino deve-se colocar o resultado encontrado sob o denominador de 128, sem resolver a operação fracionária, podendo ao máximo simplificá-la. Cabe salientar que se o numerador não apresentar um número exato, como boa prática deve- se arredondar para um número inteiro mais próximo do número decimal encontrado. 6,35 mm → (6,35 x 128/25,4)/128 = 24/128 = 1”/4 12,70 mm →(12,70 x 128/25,4)/128 = 64/128 = 1”/2 22,225 mm → (22,225 x 128/25,4)/128 = 112/128 = 7”/8 25,002 mm →(25,002 x 128/25,4)/128 = 125,994/128 = 126/128 = 63”/64 95,725 mm →(95,725 x 128/25,4)/128 = 482,39/128 = 482/128 = 3” 98/128 = 3” 49/64 Na 3ª possibilidade, será verificado a conversão de milímetros para polegadas milesimais. Nos exemplos, a seguir, são realizadas a conversão do milímetro para a polegada milesimal, dividindo- se o número apresentado por 25,4. 12,7 mm → 2,7/25,4 = 0.500” 36,938 mm → 36,938/25,4= 1.454” Por fim é apresentada a 4ª possibilidade, que permite converter polegadas milesimais para 48 polegadas fracionárias. Neste caso, existem duas regras práticas de conversão. Na primeira regra aplica-se a converter a polegada milesimal para milímetros e, em seguida, para polegada fracionária. Por exemplo, temos a medida 0.750”, então convertendo para milímetros, tem-se: 0,750 × 25,4 = 19,05 mm. Aplicando a conversão desse resultado para polegada fracionária, obtém -se: 0.750” → 19,05 mm → (19,05 x 128/25, 4)/128 = 96/128 = 3”/4 Na segunda regra, é necessário multiplicar o número fornecido em polegada milesimal, no numerador, por 8, 16, 32, 64 ou 128, mantendo o padrão do número escolhido no numerador, porém sem executar a operação matemática de divisão. Como regra, deve-se também arredondar o numerador, a fim de se obter um número inteiro mais próximo. Simplifique o resultado sempre que possível. Para um melhor entendimento, vamos utilizar o exemplo anterior. 0,750 x 8/8 = 6”/8 = 3”/4 Considerando um novo exemplo, a medida da polegada fracionária apresentada é de 1.7813”. Aplicando a regra proposta, obtemos a seguinte ação de conversão. 2.7813 x 64/64 = 178/64 = 57/32 = 1” 25/32 Cabe salientar que nesse caso, que o numerador apresentou um valor mais próximo do valor exato (178,0032), por isso foi aplicado o valor de 64. Para converter uma medida em polegada fracionária para polegada milesimal, é a mais simples de todas as conversões, basta dividir o numerador pelo denominador. Segue exemplos. 11”/16 → 0,6875” 3”/128 → 0,0234375” Quando o valor apresenta um número inteiro na polegada
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