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2019 Metrologia e Confiabilidade de equipaMentos, Máquinas e produtos Prof. Marcelo Henrique Soar 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2019 Elaboração: Prof. Marcelo Henrique Soar Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: SO676m Soar, Marcelo Henrique Metrologia e confiabilidade de equipamentos, máquinas e produtos. / Marcelo Henrique Soar. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 188 p.; il. ISBN 978-85-515-0270-9 1. Medição - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 620.0044 III apresentação A metrologia é a área da ciência que estuda as medições. Surgiu do desejo de observar o mundo ao nosso redor, estudando-o e comparando-o. Possui aplicação nas mais diversas áreas, desde atos mundanos, como a verificação da hora e nos experimentos científicos mais avançados. Portanto, metrologia é a área da ciência que toca todas as outras, sendo de relevância universal na engenharia. Este livro abordará uma introdução à metrologia, descreve os conceitos básicos desta ciência, com o texto dividido em três unidades, que tratam de assuntos distintos da área. A Unidade 1 descreve a importância e contextualização da metrologia no mundo atual, comentando brevemente a história desta ciência, em que você aprenderá o porquê de utilizar a metrologia e os principais instrumentos utilizados historicamente. Também, nesta unidade, são explicadas as principais instituições reguladoras da área, como a ISO e o INMETRO, assim como as funções realizadas por eles. Esta unidade também apresenta a terminologia usada durante o livro. A Unidade 1 inclui também a descrição dos principais sistemas de medição utilizados atualmente e os métodos de conversão de unidades entre diferentes sistemas. Você também estudará os principais instrumentos de medição utilizados e as situações em que cada instrumento deve ser escolhido, assim como cuidados que devem ser tomados nestas situações. A Unidade 2 trata do assunto de calibração e erros de medição. Você aprenderá as definições associadas a estes assuntos, como realizar a determinação dos erros de medição e a partir destes erra realizar a calibração de instrumentos. Esta Unidade descreve a metodologia utilizada na obtenção de amostras, o cálculo de médias e desvios-padrão, assim como os diferentes tipos de variáveis e de erros que podem surgir na metrologia. A Unidade 3 aborda o assunto da metrologia com uma ênfase nas aplicações práticas deste tema, ou seja, como este é utilizado no mercado, em especial na indústria, onde será descrito para você o conceito de tolerâncias, inspeção e os aspectos econômicos de medição, como custos referentes a medição envolvidos na confecção de produtos. Você também estudará, nesta seção, métodos de controle de qualidade, como o método Seis Sigma, e aspectos técnicos da produção, como limites de tolerância e métodos de amostragem. Bons estudos! Prof. Marcelo Henrique Soar IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA ...................................................................1 TÓPICO 1 – CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA ...........................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 IMPORTÂNCIA DA METROLOGIA ................................................................................................3 3 HISTÓRIA DA METROLOGIA ..........................................................................................................6 4 INSTITUIÇÕES REGULADORAS ................................................................................................... 10 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 – SISTEMAS DE MEDIÇÕES ........................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19 2 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ............................................................................. 19 3 SISTEMA IMPERIAL........................................................................................................................... 24 4 UNIDADES USUAIS NOS ESTADOS UNIDOS .......................................................................... 26 5 OUTROS SISTEMAS E UNIDADES ................................................................................................ 26 6 CONVERSÃO DE UNIDADES ......................................................................................................... 32 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 35 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ................................................................................ 37 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37 2 MEDIÇÃO DE COMPRIMENTOS ................................................................................................... 37 3 MEDIÇÃO DE PESO............................................................................................................................ 47 4 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA ....................................................................................................... 48 5 MEDIÇÃO DE TEMPO ....................................................................................................................... 49 6 MEDIÇÃO DE PRESSÃO ................................................................................................................... 50 7 MEDIÇÃO DE ÂNGULOS ................................................................................................................. 50 8 OUTROS INSTRUMENTOS ..............................................................................................................53 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 57 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 58 UNIDADE 2 – INCERTEZA E AMOSTRAGEM ............................................................................... 59 TÓPICO 1 – ERROS DE MEDIÇÃO .................................................................................................... 61 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61 2 DEFINIÇÃO DE ERROS ..................................................................................................................... 61 3 TIPOS DE ERROS ................................................................................................................................ 63 4 FONTES DE ERROS ............................................................................................................................ 66 5 PROPAGAÇÃO DE INCERTEZAS ................................................................................................... 67 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 70 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71 suMário VIII TÓPICO 2 – MÉDIA E DESVIO PADRÃO ....................................................................................... 73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73 2 MEDIDAS DE POSIÇÃO ................................................................................................................... 73 3 MEDIDAS DE DISPERSÃO ............................................................................................................... 78 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 81 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82 TÓPICO 3 – VARIÁVEIS DISCRETAS E CONTÍNUAS ................................................................. 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 VARIÁVEIS DISCRETAS ................................................................................................................... 83 3 VARIÁVEIS CONTÍNUAS ................................................................................................................ 87 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 91 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92 TÓPICO 4 – DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE ................................................................... 93 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93 2 DISTRIBUIÇÃO NORMAL ............................................................................................................... 93 3 DISTRIBUIÇÃO T DE STUDENT ................................................................................................... 97 4 DISTRIBUIÇÃO DE POISSON ......................................................................................................101 5 DISTRIBUIÇÃO QUI-QUADRADO .............................................................................................101 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................104 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................105 TÓPICO 5 – AMOSTRAGEM .............................................................................................................107 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107 2 CONCEITOS ........................................................................................................................................107 3 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM ....................................................................................................108 4 DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS ....................................................................................................113 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................119 RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................122 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................123 UNIDADE 3 – CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE ...............................................125 TÓPICO 1 – CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS ......................................................................127 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127 2 CALIBRAÇÃO E VERIFICAÇÃO ...................................................................................................127 3 CURVAS DE CALIBRAÇÃO ............................................................................................................134 4 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO ................................................................................................136 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140 TÓPICO 2 – TOLERÂNCIAS ..............................................................................................................141 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141 2 CONCEITO DE TOLERÂNCIA ......................................................................................................141 3 INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO ....................................................................144 4 INFLUÊNCIA DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO ..........................................................................146 5 TIPOS DE TOLERÂNCIAS ..............................................................................................................147 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................151 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................152 IX TÓPICO 3 – CONTROLE DE QUALIDADE ....................................................................................153 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153 2 ASPECTOS ECONÔMICOS ............................................................................................................153 3 ASPECTOS TÉCNICOS ...................................................................................................................1584 FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM ..............................................................................................160 5 POSICIONAMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE ......................................................162 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................165 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................166 TÓPICO 4 – MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE .....................................................167 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167 2 CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO ..............................................................................167 3 NORMAS ISO 9000 ...........................................................................................................................173 4 CICLO PDCA ......................................................................................................................................173 5 MÉTODO DMAIC E DMADV ........................................................................................................174 6 MÉTODO SEIS SIGMA ...................................................................................................................175 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................177 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................182 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................183 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................185 X 1 UNIDADE 1 NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • familiarizar-se com o conceito de metrologia, descrevendo-o em um contexto histórico, assim como explicitando a sua importância no cenário atual; • descrever os conceitos básicos utilizados em metrologia; • discutir e ilustrar os principais instrumentos de medição comumente utilizados na medição de diversas grandezas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA TÓPICO 2 – SISTEMAS DE MEDIÇÕES TÓPICO 3 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 1 INTRODUÇÃO Para que você, acadêmico, realize um estudo produtivo quanto aos conceitos envolvidos em metrologia, é necessário um entendimento da importância do assunto e da contextualização do tema e sua relevância no cenário atual. Assim, neste tópico serão abordados alguns conceitos que explicitam estes elementos. Primeiramente será discutida a importância da metrologia no mercado atual, com suas principais utilizações, onde também serão explicitadas as definições de conceitos importantes nesta área da ciência. Em seguida será descrita uma breve história da metrologia, quando serão comentados alguns dos instrumentos de medição mais notáveis. Por último será feita uma descrição das principais instituições de importância neste campo, incluindo alguns regulamentos gerais que devem ser observados por trabalhos na metrologia. 2 IMPORTÂNCIA DA METROLOGIA Praticamente todo objeto criado pelo ser humano busca atender a certa necessidade. Os exemplos são tantos quanto é possível pensar: cadeiras, garrafas, parafusos e prédios. No entanto, quando estes objetos são criados, surge a questão: o objeto construído é capaz de exercer sua função? Estas cadeiras possuem a altura correta e a resistência para suportar um indivíduo? Estas garrafas são capazes de conter o volume suficiente desejado? Os parafusos podem ser rosqueados corretamente? Estes prédios possuem capacidade de suportar seu peso e não sofrerem colapso? A metrologia é a disciplina que busca a resposta para tais perguntas, visando mensurar uma qualidade de um objeto e quantificá-la através de uma variedade de métodos e instrumentos. Esta capacidade não se resume apenas a objetos de criação humana; espaços físicos para construção de estruturas, distâncias entre diferentes locais, temperatura de um ambiente e o comportamento de correntes de ar e correntes marítimas são todos estruturas e fenômenos naturais que possuem influência à sociedade humana e que podem ser mensurados de forma a serem mais bem entendidos, assim demonstrando ainda mais a importância da metrologia. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 4 Até mesmo a avaliação de uma obra de arte pode ser considerada como exemplo de metrologia, pois a verificação visual ou auditiva por um ser humano pode ser utilizada em certos processos. Na Figura 1 é demonstrado um exemplo mais sofisticado da necessidade da metrologia: um eixo e o mancal de rolamento em que este é encaixado necessitam ter dimensões específicas, não só de forma absoluta, mas também em relação um ao outro, de forma a garantir o acoplamento correto. No contexto industrial, a metrologia teve sua utilização ampliada com o advento da produção em massa através da linha de produção, implementada por Henry Ford e outros empresários no começo do século XX. Anteriormente, quando carros e outros equipamentos tinham suas partes produzidas à mão, a medição das partes individuais não era de tão grande importância, pois podiam ser ajustadas para se encaixarem umas nas outras. Foi com a linha de produção que se tornou necessário que as partes tivessem tamanhos padronizados, necessitando medições mais precisas, mas obtendo a vantagem de produtividade muito mais elevada (GOLDSMITH, 2010). A metrologia possui também aplicação de grande importância na área científica, onde é necessária a realização de experimentos em condições bastante específicas de forma a reproduzir o fenômeno desejado, assim como na medição dos resultados a serem obtidos no mesmo experimento. FIGURA 1 – EIXO E MANCAL DE ROLAMENTO FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29000463>. Acesso em: 16 ago. 2018. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 5 1 Todo objeto criado pelo ser humano busca atender a uma necessidade ou exercer uma função, e para que isto seja possível, devem ser criadas com certas especificações. Indique três objetos na sua casa, escola ou trabalho que buscam atender a uma necessidade e em seguida indique uma dimensão ou qualidade que pode ser medida para determinar se o objeto pode ou não exercer sua função corretamente. AUTOATIVIDADE Para melhor discutir a metrologia no decorrer deste livro, é fundamental estabelecer alguns conceitos e terminologia específica a ser utilizada (JCGM, 2012): • Grandeza: qualquer dimensão ou qualidade possuída por um objeto ou fenômeno que pode ser observada e comparada com outros objetos através de números é chamada de grandeza. Como exemplos: a largura de uma porta é uma grandeza de comprimento, a temperatura de uma sala é uma grandeza de temperatura e o peso de uma pessoa é uma grandeza de força. • Medição: é o ato de observar uma grandeza através de um instrumento ou método, de forma a quantificá-la. Exemplo: o uso de um termômetro para determinação da temperatura de um ambiente constitui uma medição. • Medida: a medida é o resultado da medição de uma grandeza, por exemplo: ao realizar a medição da temperatura de uma sala, obtém-se uma medida de temperatura. • Padrão: é um objeto ou fenômeno cuja medida é utilizada como referência para comparar com outras medições. Seria difícil, por exemplo, comparar a altura de dois prédios em cidades diferentessem uma referência comum; seria necessário carregar o instrumento de medição de uma cidade até outra para obter uma medida possível de ser comparada. Por isto é de interesse que os instrumentos de medição sejam criados com base em um padrão comum, por exemplo, réguas no padrão metro. Duas réguas neste padrão, uma em cada cidade, poderiam exercer esta medição de forma imediatamente comparável, sem necessitar carregar o instrumento até outro lugar. Chama-se de padrão primário aquele que é a referência absoluta em todo o mundo, o que deve ser único. Padrão secundário são instrumentos criados utilizando o padrão primário como referência. Existe também padrão terciário e assim por diante, seguindo esta mesma lógica. É também possível que o padrão não seja um objeto, e sim um fenômeno, por exemplo, a distância percorrida pela luz no vácuo em um segundo é uma constante universal, sendo usada como padrão em alguns sistemas de medição. • Unidade de medição: é uma medida baseada em um padrão que serve para descrever em números outras medições comparadas ao padrão. Por exemplo, o metro é uma unidade de medição, que pode ser usada para descrever o comprimento de um objeto como um número de metros. • Instrumento de medição: é uma ferramenta utilizada para realizar medições, baseadas em uma ou mais unidade de medição. Como exemplo tem-se réguas que possuem escala ambos em centímetros e polegadas. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 6 • Resolução: é a menor diferença de valores que um instrumento de medição é capaz de detectar, sendo igual à menor unidade mostrada no instrumento. Por exemplo: uma régua com escala em milímetros teria uma resolução de 1 milímetro, enquanto um relógio que mostra minutos, segundos e milissegundos teria resolução de 1 milissegundo. • Gama de medição: é o intervalo de valores que o instrumento de medição é capaz de medir com precisão. Existe também a chamada gama nominal, que são todos os intervalos de todos os valores que o instrumento pode medir, independente da precisão. Por exemplo, um termômetro de termopar que é capaz de mostrar temperaturas de 0 °C até 200 °C, mas apenas fornece resultados confiáveis até 100 °C, teria uma gama nominal de 0 a 200 °C, mas uma gama de medição de apenas 0 a 100 °C. 3 HISTÓRIA DA METROLOGIA Um dos principais incentivos para o desenvolvimento da metrologia em tempos antigos foi o comércio, a necessidade de quantificar e comparar bens de forma a realizar compras e vendas de maneira compatível. No entanto, utilizavam- se padrões menos regularizados, geralmente relacionados com alguma parte do corpo, por exemplo, pés, que são uma medida que varia de pessoa para pessoa. O estabelecimento de um padrão universal era impossível devido à baixa capacidade de comunicação entre cidades e países distantes e da ausência de produção em massa que seria necessária para difundir instrumentos baseados em um padrão. A primeira unidade de medida historicamente confirmada foi o côvado, em torno do ano 3000 a.C., no Egito, que era definido pela distância do antebraço do faraó adicionado à largura de sua mão. Este comprimento foi marcado em um bloco de granito e foram feitas cópias em blocos de madeira e pedra, que foram distribuídas para os arquitetos da cidade (GOLDSMITH, 2010). Um bloco padrão de côvado utilizado em Nippur na Mesopotâmia pode ser visto na Figura 2. FIGURA 2 – CÔVADO DE NIPPUR FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5094783>. Acesso em: 27 ago. 2018. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 7 Um dos instrumentos mais antigos utilizados para medir o tempo foi a Clepsidra (Figura 3), que é também chamada de “relógio de água,” um dispositivo similar a uma ampulheta, mas com a utilização de água ao invés de areia, que é drenada lentamente através de um furo, assim marcando o tempo desde que estava cheia. Este instrumento foi usado desde a época do Egito antigo e da Babilônia, há pelo menos 3600 anos. O relógio de sol (Figura 4) é outro instrumento antigo de medição do tempo, usado desde o Egito antigo, capaz de medir não só intervalos de tempo, mas também indicar a hora do dia. Este relógio possuía várias desvantagens, por exemplo, a de não poder indicar horários durante a noite, por motivos óbvios, mas também por ser necessariamente fixo e indicar a hora ligeiramente diferente dependendo da época do ano, devido ao movimento da Terra ao redor do Sol. Devido a este fato, costumava-se considerar as horas mais curtas durante o inverno e mais longas durante o verão. FIGURA 3 – CLEPSIDRA FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=17883105>. Acesso em: 27 ago. 2018. Eventualmente foi descoberto que a utilização de um ponteiro paralelo ao eixo de rotação da Terra iria gerar horas consistentes ao longo do ano, e o primeiro relógio de sol utilizando este conceito foi construído em 1371. Os relógios de sol se tornaram populares durante a Renascença, quando foram construídos em grande número. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 8 FIGURA 4 – RELÓGIO DE SOL FONTE: <https://pxhere.com/en/photo/914546>. Acesso em: 27 ago. 2018. A ampulheta (Figura 5) é um instrumento que foi comumente utilizado durante navegações na Idade Média, havendo evidência de seu uso desde o século XI, já que um relógio de sol não podia ser instalado sobre um navio, e a clepsidra era afetada pelos movimentos dele. Esta consistia de uma caixa de vidro com partes largas superiores e inferiores, ambas contendo areia, e com uma abertura pequena entre as duas partes. A areia deslizava lentamente de um lado da ampulheta para o outro. Eventualmente, com o desenvolvimento dos relógios mecânicos de engrenagens, que juntavam a medição de hora do dia com medições de grande precisão, o uso da ampulheta foi diminuindo, especialmente com o desenvolvimento das técnicas de precisão e a criação de relógios pequenos o suficiente para serem carregados no bolso. FIGURA 5 – AMPULHETA FONTE: <https://pixabay.com/pt/ampulheta-tempo-de-areia-madeira-2846643/>. Acesso em: 27 ago. 2018. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 9 A balança de dois pratos, que você pode ver na Figura 6, é instrumento para a medição de pesos, que surgiu no Egito e no Paquistão possivelmente cerca de 4000 a.C. (PETRUSO, 1981), ou até mais antigo, pois sua influência foi notada até 5000 a 6000 a.C. O comércio não poderia ter progredido além do comércio de permuta senão pelo estabelecimento de instrumentos de medição de pesos como esta balança (CALIFORNIA DEPARTMENT OF FOOD AND AGRICULTURE DIVISION OF MEASUREMENT STANDARDS, 2002). O funcionamento do instrumento era o seguinte: existia, além da balança de dois pratos, um conjunto de pesos padronizados. Colocava-se o objeto que desejava-se medir em um lado da balança e adicionavam-se os pesos padrões no prato oposto até que os dois estivessem em equilíbrio. O peso total dos objetos padrão seria, portanto, o peso do objeto que estava sendo medido. Este instrumento teve muita utilização na história, já que apenas no século XVIII foi inventada a balança de mola, que passou a uso comum somente em torno de 1840 (BRASS, 2006). FIGURA 6 – BALANÇA DE DOIS PRATOS E CONJUNTO DE PESOS FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1681347>. Acesso em: 27 ago. 2018. A padronização de unidades foi um dos assuntos abordados na Magna Carta, em 1215, na Inglaterra, onde foi declarado que a medição de alguns tipos de bens e alimentos em todo o país deveriam ser padronizados, assim como os pesos. Vários outros instrumentos de medição, ou que auxiliaram medições, foram inventados nos séculos seguintes (GOLDSMITH, 2010): UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 10 • Termômetro: possivelmente por Giovanni Francesco Sagredo, aproximadamente 1612 DC na Itália. • Barômetro: inventado por Evangelista Torricelli, aproximadamente 1643, na Itália. • Relógio de pêndulo: inventado e patenteado por Christian Huygens em 1657, na Holanda.• Relógio atômico: construído por Louis Essen em 1955, na Inglaterra, que sofria de erro abaixo de um milionésimo de segundo por dia. • Laser: construído por Theodore Maiman em 1960, nos Estados Unidos, que auxiliou na medição precisa de tempo, comprimento e intensidade luminosa. Em 7 de abril de 1795, a Assembleia Nacional Francesa passa um decreto definindo o metro como sendo igual a 1 em 40.000.000 do meridiano do planeta Terra. Foram criados dois padrões, uma barra de 1 metro de comprimento e um cilindro de 1 kg de massa, que foram depositados em Paris, em 22 de junho de 1799 (BIPM, 2004). 4 INSTITUIÇÕES REGULADORAS Internacionalmente, a BIPM (Bureau International des Poids et Mesures) é uma das organizações de metrologia de maior importância, sendo responsável pelo Sistema Métrico, que é o mais utilizado no mundo. O INMETRO é o instituto brasileiro signatário do acordo com a BIPM, que simboliza a utilização do Sistema métrico no Brasil. A legislação referente ao uso de unidades de medida é definida individualmente em cada país, no entanto existe a Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), responsável por garantir que estas regras possuam harmonia entre si (BIPM, 2006). No Brasil existem diversas instituições responsáveis pela área de metrologia, a principal é o INMETRO, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, que possui sede em Xerém, no Rio de Janeiro, e que faz parte do SINMENTRO, Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. O SINMETRO é um sistema da qual faz parte não apenas o INMETRO, mas também várias outras instituições associadas à metrologia, entre elas estão: (INMETRO (2018). • CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). • INMETRO. • ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). • IPEM (Institutos Estaduais de Pesos e Medidas). • Vários organismos acreditados de certificação, inspeção e treinamento. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 11 O SINMETRO foi instituído no Brasil em 11 de dezembro de 1973, pela Lei nº 5.966, junto ao INMETRO e CONMETRO. O INMETRO é um órgão de natureza executiva, enquanto que o CONMETRO é um órgão de natureza normativa, isto é, o CONMETRO determinas as leis e regulamentos que devem ser seguidos no uso de unidades de medida, enquanto o INMETRO verifica o cumprimento ou não destas regras. Este sistema substituiu o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), vindo a possuir um conjunto de responsabilidades e serviços muito mais abrangentes que seu predecessor. Entre as funções do INMETRO, pode-se citar a conservação dos padrões de medida mantidos no Brasil, assim como organizar o rastreamento do nível dos padrões (padrão primário, secundário etc.), verificar o comportamento das normas estabelecidas, fornecer suporte técnico ao CONMETRO, estimular o uso de técnicas metrológicas por empresas, fornecer acreditação a laboratórios, avaliar a conformidade de produtos e serviços (que pode ser voluntária ou mandatória), executar atividades de ensino e pesquisa na área de metrologia, prestação de serviços de calibração de equipamentos e prestação de serviços em áreas de inovação de pesquisa científica. O CONMETRO possui sete funções estabelecidas por leis, que são bem explicadas na própria escrita original da lei: Art. 3º Compete ao CONMETRO: a) formular e supervisionar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação da qualidade de produtos industriais, prevendo mecanismo de consulta que harmonizem os interesses públicos das empresas industriais do consumidor; b) assegurar a uniformidade e a racionalização das unidades de medida utilizadas em todo o território nacional; c) estimular as atividades de normalização voluntária no País; d) estabelecer normas referentes a materiais e produtos industriais; e) fixar critérios e procedimentos para certificação da qualidade de materiais e produtos industriais; f) fixar critérios e procedimentos para aplicação das penalidades no caso de Infração a dispositivo da legislação referente à metrologia, à normalização industrial, à certificação da qualidade de produtos industriais e aos atos normativos dela decorrentes; g) coordenar a participação nacional nas atividades internacionais de metrologia, normalização e certificação de qualidade (BRASIL, 1973). O CONMETRO possui um número de comitês para realização destas funções, são estes: Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade (CBAC), Comitê Brasileiro de Metrologia (CBM), Comitê Brasileiro de Normalização (CBN), Comitê Brasileiro de Regulamentação (CBR), Comitê Brasileiro de Barreiras Técnicas ao Comércio (CBTC), Comitê Codex Alimentarius do Brasil (CCAB). A organização estrutural do SINMETRO, contendo estes comitês, pode ser observada na Figura 7. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 12 FIGURA 7 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO SINMETRO FONTE: O autor Quanto à avaliação da conformidade de medições, isto apenas pode ser realizado por instituições acreditadas pelo INMETRO, com nenhum outro órgão podendo oferecer acreditações nesta área. O INMETRO pode acreditar organismos de certificação, inspeção ou treinamento, laboratórios de calibração ou de ensaios (INMETRO, 2018). Vale notar que entre as principais funções do INMETRO está a atuação na área de Metrologia Legal, que é a área relacionada a exigências metrológicas que devem ser cumpridas por empresas, órgãos e demais. A Metrologia Legal tem como o objetivo principal a proteção do consumidor e do vendedor, através de garantir que os produtos e serviços atendam aos requerimentos que estes devem possuir, já que esta verificação geralmente não pode ser pelo consumidor final do produto. Isto não só busca prevenir erros de medida por empresas, como também evitar a fraude. Esta garantia é de grande importância em muitas áreas, por exemplo, na área médica, em que um erro de medição pode fazer a diferença entre a vida e a morte de um paciente, tanto durante a operação de aparelhos de utilização na área da medicina como na fabricação de medicamentos. Esta função é exercida através da criação de regulamentos e normas, verificação periódica dos instrumentos e das medidas, inspeções e possível aplicação de multas para aqueles que descumprirem estas normas. O caso mais típico é de produtos pré-medidos, que são produtos confeccionados, medidos e embalados sem que o consumidor esteja presente. Ele apenas vê o resultado final. Estes produtos devem fornecer suas medições na embalagem de maneira clara e não ambígua, de acordo com as normas estabelecidas pelo INMETRO (INMETRO, 2018). No âmbito internacional, a Metrologia Legal é regulamentada pela Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), organização que auxilia e aconselha a Metrologia Legal em vários países. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 13 O INMETRO também atua na coordenação da Rede Brasileira de Metrologia e Qualidade (RBMLQ). A RBMLQ realiza trabalho de fiscalização, coletando produtos em estabelecimentos comerciais de forma a avaliar suas medidas e qualidade e determinar se estão de acordo com aquilo que a normalização requer, ou seja, se são adequados para o consumo. A RBMLQ é composta pelos Institutos de Estaduais de Pesos e Medidas, existindo um em cada estado brasileiro, de forma a fornecer os processos de avaliação de conformidade em todo o país. Outra atividade realizada pelos laboratórios do INMETRO é a criação de certos materiais de referência, que podem ser comprados diretamente do INMETRO, com certificação, com a lista completa de materiais oferecidos, podendo ser visualizada no site do INMETRO (INMETRO, 2018). A atividade de criação de normas e regulamentos técnicos no SINMETRO é responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ABNT pode fornecer acreditação para Organismos de Normalização Setoriais (ONS), ou seja, instituições que têm como objetivo atuar em um dado setorestabelecendo as normas metrológicas necessárias. A ABNT é uma associação não governamental, fundada em 28 de setembro de 1940, com sede em São Paulo (Figura 8), que recebe apoio do governo federal e representa o Brasil em alguns eventos metrológicos internacionais, incluindo-o na International Organization for Standardization (ISO), da qual é membro fundador, e na International Electrotechnical Commission (IEC). A ABNT também exerce funções de promover o uso de técnicas, colaborar na solução de problemas que se relacionem com normalização técnica, conceder a Marca de Conformidade e similares certificados para aqueles que se adequarem às suas normas, e prestar serviços referentes à normalização (ABNT, 2015). FIGURA 8 – SEDE DA ABNT EM SÃO PAULO FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37571059>. Acesso em: 26 ago. 2018. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 14 O INMETRO é autoridade quanto a maioria das unidades de medida e técnicas de medição no Brasil, no entanto existem duas instituições reconhecidas pelo INMETRO como autoridades nas suas respectivas áreas: A Divisão do Serviço Nacional da Hora (DSHO) do Observatório Nacional, que é referência em grandezas de tempo e frequência, e o laboratório nacional de metrologia das radiações ionizantes (LNMRI) do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), que é referência em grandezas relacionadas a radiação ionizante. É de interesse tomar nota do DSHO, que é responsável pela padronização da Hora Legal Brasileira (HLB), e mantém os padrões nacionais de frequência e de tempo em seu laboratório no Rio de Janeiro. A Associação Brasileira de Controle de Qualidade é outra grande organização brasileira da área de metrologia, sem fins lucrativos, baseada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, que fornece uma série de serviços para empresas, entre eles certificações profissionais, treinamentos e consultorias. Em âmbito internacional, existem três organizações responsáveis pela criação de padrões: a Organização Internacional de Normalização (ISO), a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) e a União Internacional de Telecomunicações (ITU). A ISO é uma organização não governamental com sede em Genebra, na Suíça, fundada em 1946 por membros de 25 países e hoje já é composta por membros de 161 países, incluindo o Brasil. Note que o nome ISO não é uma sigla, e sim uma palavra derivada do grego “isos”, que significa “igual”. A função da ISO é a criação de padrões, de forma a assegurar a qualidade, segurança e eficiência de produtos e serviços. A ISO possui 22270 padrões e documentos relacionados, em praticamente todas as áreas da indústria. Estes padrões estão disponíveis para que você os obtenha no próprio site da ISO, ou pela representante brasileira na ISO, que é a ABNT, no entanto, a maioria destes não é gratuita e deve ser comprada (ISO, 2018). Muitas empresas buscam certificados ISO, como na Figura 9, de forma a obter credibilidade no mercado, no entanto, é importante notar que a ISO não é uma empresa que realiza certificações, apenas cria padrões. As certificações são realizadas por terceiros, e apenas indicam que o padrão ISO foi atendido, sem a participação da própria ISO neste processo. Um padrão ISO particularmente popular é o ISO 9001, que é um padrão de gerenciamento de qualidade referente ao processo de produção, não quanto a especificações do produto final, e pode ser certificado para qualquer empresa, independente do campo onde atua. A IEC, fundada em 1906, é responsável pela criação de padrões na área de elétrica e eletrônica, enquanto a ITU, formada em 1865, é responsável por padrões na área de telecomunicações. Ambas as instituições são localizadas em Genebra, na Suíça, igual à sede da ISO. TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA 15 Outra instituição de grande influência nesta área é o American National Standards Institute (ANSI), de sede em Washington DC, que é o instituto de padrões dos Estados Unidos, ou seja, o equivalente norte-americano da ABNT. O ANSI é o representante americano na ISO e possuía em 2017 um total de 10500 padrões, muitos destes disponíveis no seu site (ANSI, 2018). FIGURA 9 – CERTIFICADOS ISO FONTE: <https://www.flickr.com/photos/byzantiumbooks/29669846906>. Acesso em: 27 ago. 2018. O National Institute of Standards and Technology (NIST) é o instituto membro da BIPM nos Estados Unidos, é a autoridade nacional em medições e exerce uma função similar ao INMETRO no Brasil. Vale notar que não só aos institutos autorizados pelos governos do mundo são permitidos a criação de padrões. Por exemplo, o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) possui mais de 1100 padrões nas áreas de engenharia elétrica e eletrônica (IEEE, 2017) No entanto, sugere-se o uso de padrões de instituições autorizadas quando possível. 16 Neste tópico, você aprendeu: • A metrologia é a ciência que trata das medições. • A medição é importante para que os objetos criados pelo ser humano possam exercer sua função corretamente. • Há uma terminologia utilizada na área de metrologia. • Os instrumentos utilizados historicamente para realização de medições, e como a metrologia se desenvolveu em torno destes. • Uma parte da história da padronização de unidades. • As instituições responsáveis pela regulação da metrologia no Brasil e no mundo. • As funções exercidas por estas instituições RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Existe uma terminologia específica da área de metrologia, desenvolvida ao longo do tempo, de forma a facilitar a comunicação entre os vários engenheiros e cientistas, cujo trabalho é relacionado a esta área. Com base nesta terminologia, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Gama de medição. II- Grandeza. III- Padrão. IV- Resolução. V- Unidade de medição. ( ) Menor marcação existente no instrumento. ( ) Valor ou dimensão que pode ser medida no objeto ou fenômeno. ( ) Faixa de valores que o instrumento permite medir. ( ) Dimensão usada como referência para representação de medidas. ( ) Objeto ou fenômeno usado como referência. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) IV- II- I- III- V. b) ( ) I- III- IV- V- II. c) ( ) IV- II- I- V- III. d) ( ) I- IV- II- V- III. 2 Existem diversas instituições no Brasil e no mundo que são responsáveis pela supervisão e regulamentação metrológica, permitindo a utilização da metrologia de forma padronizada, tornando-a confiável e segura. Com base nisto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A ISO fornece certificação para empresas que cumprem seus padrões. b) ( ) A ABNT é responsável pela legislação metrológica brasileira. c) ( ) O CONMETRO é uma instituição que faz parte do INMETRO. d) ( ) O INMETRO mantém os padrões de medida brasileiros. AUTOATIVIDADE 18 19 TÓPICO 2 SISTEMAS DE MEDIÇÕES UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A importância da metrologia já foi assunto bem discutido no tópico anterior, resta a questão: como realizar medições? O primeiro passo é a definição de padrões, sobre os quais podem ser definidas unidades de medição. Um conjunto de unidades de medição bem definidas é chamado de sistema. Neste tópico discutiremos os principais sistemas de medição, assim como outras unidades comumente utilizadas e, por fim, explicaremos como pode ser realizada a conversão entre diferentes unidades de medição. 2 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES O Sistema Internacional (SI) é o sistema de unidades mais utilizado no mundo, sendo regulado pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), que foi fundado em 20 de maio de 1875, na França, durante a Conferência do Metro, realizada para discutir os padrões de medição usados na época. Nessa conferência foi decidida a criação de novos padrões para o metro e quilograma, que seriam oficiais, e o tratado da Convenção do Metro foi assinado por 17 Estados. A convenção do metro reúne-se a cada quatro anos em uma conferência, cujo objetivo é propor mudanças do sistemae discutir novos avanços pertinentes à área de metrologia. O objetivo da BIPM é regular os padrões do Sistema Internacional, estabelecendo os padrões e escalas do sistema, auxiliando a manter os padrões em nível internacional e nacional e realizando medições de constantes físicas relevantes (BIPM, 2006). Na Figura 10, você pode ver uma imagem gerada por computador do padrão do metro mantido pela BIPM entre os anos de 1889 a 1960: uma barra de platina-irídio de um metro de comprimento. Esta barra foi criada com um formato de “X”, pois isto aumenta a razão de rigidez por peso, melhorar seu comportamento sob variações térmicas e permite que as medições sejam relacionadas com a linha média da barra, que sofre a menor deflexão. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 20 FIGURA 10 – IMAGEM GERADA POR COMPUTADOR DO PADRÃO DO METRO DA BIPM DE 1889 A 1960 FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=126515>. Acesso em: 26 ago. 2018. Na data de 7 de agosto de 2018, a Convenção do Metro possuiu 60 Estados membros, incluindo o Brasil, que se tornou membro em 1921, assim como 42 outros membros associados. O número de países é um pouco maior, pois alguns membros, como a Comunidade do Caribe, que inclui vários países da América Central, está inscrita como um único membro (BIPM, 2018). As unidades, do quadro a seguir, são as amplamente consideradas como as unidades básicas do Sistema Internacional. QUADRO 1 – UNIDADES BÁSICAS DO SISTEMA INTERNACIONAL FONTE: INMETRO (2012) Grandeza Unidade Símbolo Comprimento Metro m Tempo Segundo s Massa Quilograma kg Temperatura Kelvin K Corrente elétrica Ampere A Intensidade luminosa Candela cd Quantidade de substância Mol mol TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 21 Perceba que as unidades do Sistema Internacional podem ser maiúsculas ou minúsculas. Esta distinção é importantíssima, pois altera o significado da unidade. Por exemplo: “kg” significa quilograma, uma unidade de massa, no entanto “Kg” significaria Kelvin vezes grama, uma unidade de medida completamente diferente, envolvendo ambas unidades de temperatura e massa. Esta distinção é aplicável não somente para o Sistema Internacional, mas para todos os sistemas de medição. IMPORTANT E Estas são as unidades básicas do Sistema Internacional, com outras grandezas podendo ser medidas através de combinações destas unidades. Por exemplo: velocidade é medida no Sistema Internacional com unidade de metro por segundo. Atualmente, busca-se quando possível definir unidades baseado em propriedades e constantes naturais. As unidades do Sistema Internacional são atualmente definidas conforme a seguir (BIPM, 2006): • Metro: é o comprimento percorrido pela luz no vácuo em um intervalo de 1/299 792 458 de segundo. • Quilograma: o quilograma é a massa do padrão de platina-irídio mantido pela BIPM desde 1889 (Figura 11). • Segundo: é a duração de 9 192 631 770 períodos de radiação de transição entre dois níveis hiperfinos do estado do átomo de césio 133. • Ampere: é a corrente produzida entre dois condutores infinitos de pequena seção espaçados a um metro no vácuo, que produz entre eles uma força de 2 x 10-7 Newtons por metro de comprimento. • Kelvin: é definido como 1/273.16 do ponto triplo da água. • Mol: é o número de átomos em 0,012 quilogramas de carbono 12. • Candela: é a intensidade luminosa de uma fonte que emite luz monocromática em uma direção com intensidade de 1/683 Watt por esferorradiano de frequência 540 x 1012 hertz. Existem ainda hoje discussões quanto às unidades que devem ser inclusas ou não como parte do Sistema Internacional. Alguns cientistas, como Chyla (2011), sugerem que certas unidades, como temperatura, luminosidade e quantidade de substância, podem ser derivadas a partir dos outras. Ele também sugere que certas unidades relacionadas à física de partículas devem ser inclusas por não poderem ser derivadas das outras. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 22 FIGURA 11 – IMAGEM GERADA POR COMPUTADOR DA MASSA PADRÃO DO QUILOGRAMA MANTIDA PELA BIPM DESDE 1889 FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2547913>. Acesso em: 26 ago. 2018. De fato, já existem planos para alterar estas definições das unidades do Sistema Internacional, conforme proposto pelo 25º Encontro da Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) em 2014. As unidades de quilograma, ampere, kelvin e mol terão suas definições alteradas. O quilograma será definido em função da constante de Planck (h), o ampere, em função da carga elementar (e), o kelvin, em função da constante de Boltzmann (kB) e o mol, em função da constante de Avogadro (NA). A justificativa para estas alterações pode ser lida no segmento publicado pelo INMETRO no seu site. 6 - Então, por que mudar para novas definições? Definir o quilograma em termos de constantes físicas fundamentais garantirá sua estabilidade em longo prazo e, portanto, sua confiabilidade, que está atualmente em dúvida. As novas definições do ampere e do kelvin melhorarão significativamente a exatidão com a qual medições de massa, elétricas e de temperatura radiométrica podem ser feitas. O impacto nas medições elétricas será imediato: as medições elétricas mais precisas são sempre feitas usando os efeitos Josephson e Hall quântico, e a fixação dos valores numéricos de h e nas novas definições das unidades levará a valores exatamente conhecidos para as constantes de Josephson e de von Klitzing. Isso eliminará a necessidade atual de usar unidades elétricas convencionais em vez de unidades SI para expressar os resultados de medições elétricas. O fator de conversão entre a radiância medida e a temperatura termodinâmica (a constante de Stefan-Boltzmann) será exato usando as novas definições do kelvin e do quilograma, levando à melhoria da metrologia de temperatura à medida que a tecnologia avança. A definição revisada do mol é mais simples do que a definição atual, e ajudará os usuários do SI a entender melhor a natureza da grandeza “quantidade de substância” e sua unidade, o mol (INMETRO, 2018). TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 23 • Grandezas e unidades O valor de uma grandeza é geralmente expresso sob a forma do produto de um número por uma unidade. A unidade é apenas um exemplo específico da grandeza em questão, usada como referência. O número é a razão entre o valor da grandeza considerada e a unidade. Para uma grandeza específica, podemos utilizar inúmeras unidades diferentes. Por exemplo, a velocidade v de uma partícula pode ser expressa sobre a forma v = 25 m/s = 90 km/h, onde o metro por segundo e o quilômetro por hora são unidades alternativas para expressar o mesmo valor da grandeza velocidade. Todavia, como é importante se dispor de um conjunto de unidades bem definidas, universalmente reconhecidas e fáceis de utilizar, para a infinidade de medições que suportam a complexidade de nossa sociedade, as unidades escolhidas devem ser acessíveis a todos, supostas constantes no tempo e no espaço e fáceis de realizar com uma exatidão elevada. Para se estabelecer um sistema de unidades, como o Sistema Internacional de Unidades, o SI, é necessário primeiro estabelecer um sistema de grandezas e uma série de equações que definam as relações entre essas grandezas. Isto é necessário porque as equações entre as grandezas determinam as equações que relacionam as unidades, como descrito a seguir. É conveniente, também, escolher definições para um número restrito de unidades, que são denominadas unidades de base e, em seguida, definir unidades para todas as outras grandezas como produtos de potências de unidades de base, que são denominadas unidades derivadas. Da mesma maneira, as grandezas correspondentes são descritas como grandezas de base e grandezas derivadas. As equações que fornecem as grandezas derivadas, em função das grandezas de base, são utilizadas para exprimir as unidades derivadas em função das unidades de base (ver seção 1.4). Assim, é lógico que a escolhadas grandezas e equações que relacionam as grandezas preceda a escolha das unidades. Sob o ponto de vista científico, a divisão das grandezas em grandezas de base e grandezas derivadas é questão de convenção; isto não é fundamental para a compreensão da física. Todavia, no que se refere às unidades, é importante que a definição de cada unidade de base seja efetuada com cuidado particular, a fim de satisfazer às exigências mencionadas no primeiro parágrafo, acima, pois elas proporcionam o fundamento do sistema de unidades como um todo. As definições das unidades derivadas em função das unidades de base decorrem das equações que definem as grandezas derivadas em função das grandezas de base. Portanto, o estabelecimento de um sistema de unidades, que constitui o objetivo desta publicação, está intimamente ligado às equações algébricas que relacionam as grandezas correspondentes. Para um entendimento mais completo do Sistema Internacional de unidades, sugere-se a leitura da publicação oficial da BIPM, cuja tradução pelo INMETRO pode ser lida em parte no segmento a seguir. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 24 O número de grandezas derivadas importantes para a ciência e a tecnologia é seguramente ilimitado. Quando novas áreas científicas se desenvolvem, novas grandezas são introduzidas pelos pesquisadores, a fim de representarem as propriedades da área e, com essas novas grandezas, vêm novas equações que se relacionam com grandezas familiares e depois com as grandezas de base. Dessa forma, as unidades derivadas a serem utilizadas com essas novas grandezas podem ser definidas como sendo o produto de potências das unidades de base escolhidas previamente. FONTE: INMETRO, SI Sistema Internacional de Unidades. 8. ed. 2012, tradução de “Le Système international d’unités”, BIPM. Disponível em: <www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/si_versao_ final.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2018 3 SISTEMA IMPERIAL Em 1824 foi estabelecido na Grã-Bretanha um Ato de Pesos e Medidas que veio a definir um novo sistema eventualmente implementando dois anos depois, que hoje é chamado de Sistema Imperial. Este sistema ainda é utilizado no Reino Unido, Canadá, Hong Kong e em alguns outros países que foram parte do Império Britânico. Estes padrões foram historicamente usados na Índia, Austrália, Nova Zelândia e Irlanda, mas todos passaram oficialmente para o Sistema Internacional na segunda metade do século XX. Este sistema foi baseado em alguns padrões criados nesta época para as unidades de comprimento e peso, que foram a Jarda e Libra. O sistema anterior era baseado nas mesmas unidades, mas não tão bem definidas. É o chamado Sistema Inglês. O Sistema Imperial define um maior número de unidades para cada grandeza, que nem sempre segue a relação de potências de dez, comum entre as unidades do Sistema Internacional. As unidades de comprimento do Sistema Imperial, mostradas no Quadro 2, exemplifica bem isto. Note que cada unidade é dada como um múltiplo inteiro da unidade imediatamente menor (NATIONAL INSTITUTE OF STANDARDS AND TECHNOLOGY, 2002). TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 25 QUADRO 2 – UNIDADES DE COMPRIMENTO DO SISTEMA IMPERIAL 1Unidade usada especialmente para medições de profundidade. FONTE: National Institute of Standards and Technology (2002) Unidade Símbolo Relação com os anteriores Valor em metros Mil th 0,0000254 Polegada in 1000 Mil 0,0254 Pé ft 12 polegadas 0,3048 Jarda yd 3 pés 0,9144 Rod - 5,5 Jardas 5,0292 Corrente ch 22 jardas ou 4 rod 20,1168 Furlong fur 10 correntes 201,168 Milha mi 8 furlongs 1609,344 Légua lea 3 milhas 4828,032 Unidades marítimas Fathom1 ftm 6,0761 pés 1,852 Milha náutica nmi 1000 ftm 1852 O Sistema Imperial possui, além destas, um grande número de unidades, com as mais comuns sendo mostradas no quadro a seguir. Perceba que novamente a maioria das unidades são múltiplos das outras. QUADRO 3 – UNIDADES COMUNS DO SISTEMA IMPERIAL Grandeza Unidade Símbolo Equivalente do SI Observações Área Rood 1011,714 m² 1 fur x 1 rod Acre 4046,856 m² 1 fur x 1 ch Volume Dracma líquido fl dram 3,551 mm³ Onça líquida fl oz 28,413 mm³ 8 fl dram Gill gi 142,065 mm³ 5 fl oz Pinta pt 568,261 mm³ 20 fl oz Quarto qt 1136,5225 mm³ 40 fl oz Galão gal 4546,09 mm³ 160 fl oz Barril Varia (aprox. 0,1m³ a 0,2m³) Dependente da aplicação Massa Grão gr 0,064798 g 1/7000 libra Dracma dr 1,772 g 1/256 libra Onça oz 28,349 g 1/16 libra Libra lb 0,4536 kg Stone st 6,350 kg 14 libras Ton t 1016,05 kg 2240 libras Slug slug 14,5939 kg Massa que acelera 1ft/s² sob 1lbf UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 26 Temperatura Fahrenheit ºF 1,8 K Possui zero absoluto em −459.67 ºF Rankine ºR 1,8 K Temperatura absoluta Força Libra-força lbf 4,448 N Velocidade Nós 0,5144 m/s 1 milha náutica por hora Potência Cavalos de potência hp 745,7 W 33.000 ft.lbf/min Cavalos de potência métricos cv 735,5 W 75 kgf.m/s Energia Unidade térmica Britânica BTU 1054,35 J Energia que aquece 1lb água por 1 ºF Caloria cal 4,184 J Energia que aquece 1g água por 1 ºC FONTE: National Institute of Standards and Technology (2002) 4 UNIDADES USUAIS NOS ESTADOS UNIDOS Os Estados Unidos utilizam não só o Sistema Internacional, mas também um sistema baseado no Sistema Inglês, referindo ao sistema utilizado antes de o Sistema Imperial ser estabelecido em 1824. Por este motivo o sistema das unidades usuais nos Estados Unidos utiliza unidades com os mesmos nomes que o Sistema Imperial, mas que possui valores um pouco diferentes. Você pode ver alguns destes valores e principais diferenças e sua comparação com o Sistema Internacional no quadro a seguir (NATIONAL INSTITUTE OF STANDARDS AND TECHNOLOGY, 2002). QUADRO 4 – DIFERENÇAS DE UNIDADES DO SISTEMA IMPERIAL E DO SISTEMA DE UNIDADES USUAIS NOS ESTADOS UNIDOS FONTE: National Institute of Standards and Technology (2002) Unidades (EUA) Sistema Imperial Equivalente do SI (EUA) Equivalente do SI (Imperial) Onça líquida 1,0408 imp fl oz 29,5735 mm³ 28,413 mm³ Pinta 0,83267 imp pt 473,176 mm³ 568,261 mm³ Quarto 0,83267 imp qt 946,3529 mm³ 1136,5225 mm³ Galão 0,83267 imp gal 3785,41 mm³ 4546,09 mm³ 5 OUTROS SISTEMAS E UNIDADES É comum, dependendo da aplicação, padronizar o uso de unidades de forma que os números envolvidos sejam fáceis de interpretar e utilizar. Não faz sentido para astrônomos, que trabalham com distâncias envolvendo milhões de quilômetros ou mais, trabalhar com unidade de metros, pois os números envolvidos TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 27 QUADRO 5 – PREFIXOS DO SISTEMA INTERNACIONAL FONTE: INMETRO (2012) Prefixo Símbolo Fator de multiplicação Yocto y 10-24 Zepto z 10-21 Atto a 10-18 Femto f 10-15 Pico p 10-12 Nano n 10-9 Micro µ 10-6 Mili m 10-3 Centi c 10-2 Deci d 10-1 Deca da 101 Hecto h 102 Quilo k 103 Mega M 106 Giga G 109 Tera T 1012 Peta P 1015 Exa E 1018 Zetta Z 1021 Yotta Y 1024 ficariam gigantescos. Da mesma forma para engenheiros, que trabalham com peças, ordem de milímetros ou menores, não é conveniente trabalhar com unidade de metro. Muitas vezes convém a determinação de unidades que são múltiplos das unidades do Sistema Internacional, de forma a facilitar seu uso. Um exemplo disto é o sistema CGS, que tem seu nome dado pelas iniciais das unidades que o compõem: centímetro, grama e segundo. É de uso comum para aqueles que trabalham com peças pequenas. Similarmente, as unidades de comprimento, massa e tempo do Sistema Internacional são ocasionalmente chamadas de sistema MKS (metro, quilograma, segundo). Uma aplicação mais geral deste conceito foi a criação de prefixos que multiplicam ou dividem a unidade. Por exemplo, o prefixo quilo multiplica a unidade a que for conectado em mil vezes: 1 quilograma é igual a 1000 gramas, 1 quilômetro é igual a 1000 metros, e assim por diante. Existem diversos prefixos definidos, que podem ser vistos no quadro a seguir. Estes podem ser aplicados a qualquer unidade do Sistema Internacional (BIPM,2006). Novamente, você deve reparar na importância de maiúsculas e minúsculas quando se trata de unidades de medida, também sendo válido para os prefixos, o que pode fazer a diferença de 106 gramas e 10-3 gramas. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 28 QUADRO 6 – UNIDADES DERIVADAS COMUNS FONTE: INMETRO (2012) Grandeza Unidade Símbolo Equivalente do SI Ângulo Radiano rad adimensional Ângulo sólido Esferorradiano sr adimensional Área m² Volume m³ Densidade kg/m³ Concentração mol/m³ Velocidade m/s Aceleração m/s² Vazão mássica kg/s Força Newton N kg.m/s² Trabalho/ Energia Joule J N.m Potência Watt W J/s Pressão Pascal Pa N/m² Impulso N.m Frequência Hertz Hz S-1 Velocidade angular rad/s Aceleração angular rad/s² Carga elétrica Coulomb C A.s Voltagem Volt V J/C Resistência elétrica Ohm Ω V/A Condutância Siemens S Ω-1 Fluxo magnético Weber Wb V.s Indutância Henry H Wb/A Capacitância Farad F C/V Campo elétrico V/m Campo magnético Tesla T Wb/m² Fluxo luminoso Lumen lm c.sr Iluminância Lux lx lm/m² Radioatividade Becquerel Bq s-1 Viscosidade Poise P 0.1 Pa.s É proibido o uso de numerais romanos na expressão de medidas, em particular não é permitido o uso de números romanos como C e M para substituir prefixos como Hecto e Quilo (THOMPSON; TAYLOR, 2008). Existem ainda unidades que não fazem parte dos sistemas já mencionados, mas que podem ser definidas como uma combinação delas, são estas as unidades derivadas. O quadro a seguir contém algumas das unidades derivadas mais comuns, assim como as unidades que as compõem, com base no Sistema Internacional. TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 29 Vale mencionar em especial as unidades de radiano (medida de ângulo) e esferorradiano (medida de cone de ângulo), por serem unidades essencialmente adimensionais, foram historicamente chamadas de unidades suplementares e consideradas um grupo separado das outras unidades derivadas, no entanto esta designação é obsoleta (BIPM, 1995). Vale tomar atenção especial para a distinção entre peso e massa. Peso é uma unidade de força, sendo dada em Newtons, enquanto massa é dada em kg. Isto causa muita confusão, pois em qualquer situação cotidiana, o peso é um múltiplo constante da massa, sendo sempre igual a massa vezes gravidade. A confusão também pode surgir devido à unidade de quilograma de força (kgf), que é a força gerada pela gravidade sobre um quilograma de massa. O quilograma de força é uma unidade de força, enquanto que o kg é uma unidade de massa, e 1 kg de massa possui um peso de 1kgf. Para lembrar como são formadas as unidades derivadas é possível usar equações conhecidas em que estas aparecem, já que as unidades devem ser as mesmas em ambos os lados da equação. Por exemplo: a unidade de força Newton pode ser deduzida da Segunda Lei de Newton, F = m . a. O lado esquerdo da equação é força, que é em Newton, enquanto que o lado direto da equação é massa (kg) vezes aceleração (m/ s²), portanto, fica evidente que a unidade Newton deve ser igual a kg.m/s². DICAS Existem também unidades que são múltiplos ou variações das unidades do Sistema Internacional, mas que possuem nome próprio, algumas das quais são de uso comum, como hora, minuto, litro e graus Celsius. Outras são assim, pois são convenientes em um campo particular da ciência, por exemplo, a unidade astronômica e anos-luz para medir grandes distâncias quando tratando de planetas e estrelas. Algumas destas unidades estão listadas no quadro a seguir. UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 30 Grandeza Unidade Símbolo Equivalente do SI Tempo Minuto min 60 s Hora h 3600 s Volume Litro L 0.001 m³ Temperatura Graus Celsius ºC 1 K* Comprimento Palmos 0,2286 m Unidade astronômica AU 1.49 x 1011 Ano-luz ly 9.46 x 1015 Massa Quilate ct 200 mg Pressão atmosfera atm 101 325 Pa bar bar 105 Pa QUADRO 7 – UNIDADES COMUNS DIVERSAS *As unidades de Kelvin e graus Celsius possuem valores idênticos quanto a se tratar de diferenças de temperaturas, apenas possuindo zero diferente. FONTE: INMETRO (2012) Existem também condições em que é de interesse trabalhar com unidades baseadas em constantes físicas. Em situações em que algo se movimenta próximo à velocidade da luz, por exemplo, é inconveniente o uso de metro ou praticamente qualquer outra unidade, mas os cálculos são facilitados pelo uso da velocidade da luz como sendo a unidade de medida. Isto geralmente ocorre em duas áreas: Física de alta energia ou de partículas e Física quântica. No primeiro caso são definidas as unidades chamadas de Unidades Naturais (n.u.), enquanto para o segundo, utilizam-se as chamadas unidades atômicas (n.a.). As principais estão inclusas no quadro a seguir QUADRO 8 – EXEMPLOS DE CONSTANTES FÍSICAS USADAS COMO UNIDADES FONTE: Thompson e Taylor (2008) Grandeza Constante usada com unidade Símbolo Velocidade Velocidade da luz no vácuo (n.u.) c Ação (J.s) Constante de Planck dividida por 2π (n.u.) ħ Massa Massa do elétron em repouso (n.u. e a.u.) me Carga elétrica Carga elementar (a.u.) E Comprimento Raio de Bohr (a.u.) a0 Energia Energia de Hartree (a.u.) Eh Tempo Razão de ação para energia (a.u.) ħ/Eh TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 31 Você deve notar que o uso destas unidades é apenas um artifício matemático para facilitar os cálculos. Qualquer valor constante pode teoricamente ser utilizado como uma unidade de medida, algo que vale ter em mente quando tratando de problemas com números difíceis. É possível realizar a solução destes com uma unidade baseada em uma variável do problema e converter a solução para o Sistema Internacional ao final. Por último vale notar várias unidades que foram utilizadas em especial no Brasil, muitas das quais foram adotadas de Portugal durante a colonização. Algumas destas unidades possuem o mesmo nome das unidades do Sistema Imperial, mas seus valores não são os mesmos. Você pode vê-las no quadro a seguir. QUADRO 9 – UNIDADES BRASILEIRAS FONTE: Lopes (2005) Unidade Relação com outras Equivalente do SI Polegada - 27,5 mm Palmo 8 polegadas 0,22 m Pé 12 polegadas 0,33 m Côvado 3 Palmos 0,66 m Vara 5 palmos 1,1 m Onça - 28,688 g Arrátel 16 onças 0,459 kg Arroba 32 arráteis 14,688 kg Quintal 4 arrobas 58,752 kg UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 32 1 Cada unidade dos sistemas de unidades desenvolvidos pelo ser humano busca representar uma grandeza encontrada na natureza. Com base nesta relação entre grandezas e unidades, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Comprimento. II- Peso. III- Pressão. IV- Massa. V- Temperatura. ( ) Libra. ( ) Kelvin. ( ) Centímetro. ( ) Pascal. ( ) Newton. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) IV- V- I- III- II. b) ( ) I- IV- III- V- II. c) ( ) II- V- I- III- IV. d) ( ) III- IV- I- V- II. AUTOATIVIDADE 6 CONVERSÃO DE UNIDADES A conversão de valores entre diferentes sistemas de unidades é um processo matematicamente simples, mas que deve ser feito com cuidado, pois é fácil de cometer erros nesses cálculos. Um dos métodos mais confiáveis para converter entre diferentes unidades é utilizar a “regra de três”. Primeiro, busca-se a unidade equivalente tabelada. Por exemplo, suponha que desejamos converter 20 pés para metros. A regra de três seria feita conforme as equações 1.1 a 1.4. Multiplicam-se os termos das equações 1.1 e 1.2, que estão em lados opostos, chegando à equação 1.3, que pode ser resolvida para a variável desconhecida, resultando na solução, que é a equação 1.4. Note que na equação 1.3, existe a unidade de pés em ambos os lados, fazendo com que estes se cancelem, sobrando apenas a unidade de metros, que é o desejado. As unidades de medida que aparecem em equações se comportam bastante como número desta forma. TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES 33 1 ft ---------0,3048 m 20 ft -------- x m 1 ft . x = 20 ft. 0,3048 m x = 6,096 m (Eq. 1.1) (Eq. 1.2) (Eq. 1.3) (Eq. 1.4) Outro método que pode ser utilizado é multiplicar pela razão dasunidades, como você pode ver na Equação 1.5. Novamente busca-se a unidade equivalente tabelada e multiplica-se a medida original pela razão, ou seja, a quantidade entre parênteses da equação. Como 0,3048 metros é igual a 1 pé, pode-se dizer que a fração é igual a 1, e multiplicação por 1 não altera o valor original (20 ft), portanto, essa multiplicação pode ser feita sem alterar o valor real da medição. Desta forma, a unidade da fração (ft) “corta” com a unidade original, sobrando apenas um número e a unidade desejados (metro). 20 ft = 20 ft . = 6,096 m0,3048 m 1 ft (Eq. 1.5) Deve-se observar que a razão deve ser colocada de forma a cortar com a unidade indesejada. Se a fração tivesse sido colocada ao contrário: 1 pé dividido por 0,3048 m, não teria sido possível cortar as unidades de pé. Este método pode ser aplicado para múltiplas unidades para rapidamente converter unidades derivadas. Por exemplo, conversão de metros por segundo para quilômetros por hora, na Equação 1.6. (Eq. 1.6)343 343 1km 60s 60min 1000m 1min 1h .= = 1234,8 km/hs m s m Sugere-se que você possua um conhecimento básico sobre medições comuns em várias unidades, pois isso irá ajudar você a perceber quando uma conversão de unidades está errada. Por exemplo: um ser humano possui geralmente entre 5 e 6 pés de altura, portanto, se uma conversão da altura de uma pessoa de metro para pés der resultado de 11 pés ou 2 pés, muito provavelmente esta foi feita incorretamente. Deve-se tomar um cuidado especial na conversão de unidades de temperatura, pois estas não são apenas um múltiplo uma da outra, como metro e centímetro; as unidades de kelvin, graus Celsius e graus Fahrenheit todas possuem o zero da sua escala em pontos diferentes. Para converter entre estas escalas, utilize as equações 1.7 a 1.9. TK = TC – 273,16 TF – 32 = 1,8 . TC TF – 32 = 1,8 . (TK + 273,16) (Eq. 1.7) (Eq. 1.8) (Eq. 1.9) UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA 34 As unidades do Sistema Internacional e do Sistema Imperial possuem grandes diferenças. Para pessoas que estão acostumadas ao uso do Sistema Internacional e não possuem experiência com o Sistema Imperial, pode ser difícil acostumar-se com as unidades deste. De forma a familiarizar-se com as unidades do Sistema Imperial, são propostas as seguintes medições: • Espessura de uma caneta em polegadas. • Altura de um prédio de 4 andares em pés. • Pessoa médio de uma pessoa adulta em libras. • Temperatura ambiente em graus fahrenheit. Com base nos mais prováveis resultados para estas quatro medições, assinale a alternativa CORRETA: ( ) 0,1 in- 150 ft- 80 lb- 40°F ( ) 0,25 in- 50 ft- 150 lb- 70°F ( ) 1 in- 20 ft- 250 lb- 100°F ( ) 4 in- 100 ft- 40 lb- 20°F AUTOATIVIDADE Existem também diversas ferramentas que auxiliam na conversão de unidades, várias delas disponíveis gratuitamente na internet. O próprio Google é capaz de converter a maioria das unidades, simplesmente digitando a conversão desejada na barra de busca, como você pode ver na figura a seguir. FIGURA 12 – CONVERSÃO DE UNIDADES UTILIZANDO O SITE GOOGLE FONTE: <www.google.com>. Acesso em: 25 ago. 2018. 35 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu: • As unidades do Sistema Internacional com suas definições e história. • As unidades do Sistema Imperial e das unidades comuns dos Estados Unidos. • Outras unidades de uso comum. • Métodos para conversão entre diferentes unidades. 36 1 Muitas vezes na engenharia ou na ciência não se possui valores nas unidades desejadas, sendo necessário realizar a sua conversão de forma a aplicá-las em uma equação ou fórmula. Para praticar os métodos de conversão de unidades explicados neste tópico, realize as seguintes conversões de unidades: a) 90 m para pés. b) 220 cm para polegadas. c) 65 km/h para metros por segundo. d) 10 HP para quilowatts. e) -10 °C para graus Fahrenheit. f) 20 °C para kelvin. g) 88 mi / h para quilômetros por hora. h) 20 fl oz (Imperial) para mililitros. i) 12 BTU para joules. AUTOATIVIDADE 37 TÓPICO 3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A realização de uma medição requer um instrumento apropriado para cada caso a ser estudado. Um instrumento que mede comprimentos não é igual a um instrumento que mede forças, e mesmo instrumentos que medem a mesma dimensão podem ter aplicações diferentes. Cada instrumento de medição possui suas particularidades, seja quanto a precisão, gama de medição ou outros cuidados que devem ser tomados pelo operador na hora de utiliza-los. Por este motivo é necessário que você conheça em detalhes os instrumentos existentes, de forma a selecionar aquele que for apropriada para a situação, e utilizá-lo corretamente. Neste tópico, será feita uma apresentação sobre os instrumentos de medição mais comuns disponíveis, classificados a partir da grandeza que medem, e serão explicadas as particularidades de cada um destes equipamentos. 2 MEDIÇÃO DE COMPRIMENTOS Existe uma grande variedade de instrumentos de medição capazes de medir comprimentos. Como primeiro exemplo e, provavelmente, o mais comum, tem-se a régua graduada, que você pode ver na figura a seguir. Estas, geralmente, possuem escala em centímetros e milímetros, com uma gama de medição comumente de 10 centímetros, podendo chegar até 1 metro. Podem também ser no sistema inglês, mostrando polegadas e as frações de polegadas. Deve-se notar que a geometria da régua graduada limita os tipos de objetos que ela pode medir, sendo estes apenas comprimentos retos em objetos que possuem uma superfície plana. Não é possível, por exemplo, medir diretamente a altura de um cone, ou o diâmetro de uma esfera, ou até mesmo a circunferência de um cilindro, pois a régua não pode ser posicionada diretamente sobre estas dimensões. Nestes casos, é necessária a utilização de ferramentas de auxílio, deve- se usar outro instrumento mais apropriado para medição da dimensão desejada, ou em alguns casos é possível obter a dimensão desejada indiretamente, por exemplo, medindo o diâmetro de um cilindro para calcular a sua circunferência. 38 UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA A régua graduada também pode ser utilizada para verificação da planicidade de superfícies. A régua deve ser posicionada verticalmente à superfície, com a sua aresta tocando-a suavemente, deve-se posicionar uma luz atrás da régua e verificar se há passagem de luz entre a régua e a superfície. Se houver passagem de luz, isto significa que a superfície não é suficientemente plana, e que existe uma depressão naquele ponto. É importante que você verifique antes de realizar esta medição que a régua que está sendo utilizada é realmente reta, pois nem todas as réguas são construídas com o mesmo nível de precisão e podem sofrer deformações com o tempo. Réguas feitas de materiais mais duros, como o aço, são geralmente melhores para essa função. Existem também réguas sem marcação de escala de comprimento, que são construídas inteiramente para o propósito de verificação de superfícies, estas são chamadas de Réguas de Controle. FIGURA 13 – RÉGUA GRADUADA FONTE: <https://pixabay.com/pt/régua-medida-comprimento-metro-cm-146428/>. Acesso em: 19 ago. 2018. Outro instrumento de medição de comprimento de uso comum é a trena, que pode ser vista na figura a seguir. Este instrumento consiste em uma fita de aço com uma escala impressa sobre uma face que pode ser estendida até a distância necessária, sendo capazes de medir distâncias maiores do que uma régua graduada comum, além de possuírem um tamanho pequeno para fácil transporte. Outra vantagem das trenas é a capacidade de medir não apenas distâncias retas, mas também circunferências; deve-se apenas tomar cuidado para que a fita esteja em posição reta na sua seção transversal. O comprimento máximo destas trenas costuma ser de 1,5 metro até 10 metros, mas existem algumas trenas que podem chegar até 50 metros. TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 39 FIGURA 14 – TRENA FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11294046>.
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