Logo Passei Direto
Buscar

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO 
MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA 
SILVA E SOUZA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
 05
 12
 22
 28
 34
 40
 47
 53
 58
 65
 70
 76
 82
 88
95
101
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: ASPECTOS 
INTRODUTÓRIOS 
CICLO VITAL: FASES DO DESENVOLVIMENTO 
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA 
APRENDIZAGEM 
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA 
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: VIDA ADULTA 
JEAN PIAGET 
LEV VYGOTSKY 
HENRI WALLON 
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL 
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 
ÁREAS PSICOMOTORAS 
LUDICIDADE E O DESENVOLVIMENTO 
PSICOMOTOR PARA A APRENDIZAGEM 
FATORES QUE INFLUENCIAM NO 
DESENVOLVIMENTO E NA APRENDIZAGEM 
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DA 
APRENDIZAGEM 
TEORIAS DA APRENDIZAGEM E A RELAÇÃO 
PROFESSOR-ALUNO
RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
INTRODUÇÃO
 
 Caro cursista, seja bem-vindo a uma das disciplinas mais importantes de todo seu 
processo formativo.
 Nosso objetivo é te levar a um caminho novo, cheio de muita informação necessá-
ria para a sua atuação profissional, mas que sem dúvida terá um impacto no seu olhar 
sobre o desenvolvimento humano, o desenvolvimento da aprendizagem, de alunos, de 
familiares e até mesmo sobre sua própria formação pessoal.
 Vamos nos aventurar a desbravar os mistérios da Psicologia do Desenvolvimento e 
do Desenvolvimento Psicomotor. Baseados em evidências científicas conheceremos 
cada um desses conceitos e todos os seus desdobramentos.
 Para te deixar curioso, mencionamos desde já o nosso percurso, onde conhecere-
mos os aspectos introdutórios e históricos da Psicologia do Desenvolvimento, com-
preendendo todo o Ciclo Vital, que compreenderá da infância até a velhice.
 Conheceremos grandes pesquisadores, que nos instrumentalizarão com teorias 
sobre as fases e suas respectivas características. Veremos a Epistemologia Genética 
de Jean Piaget, a Teoria Sociointeracionista de Vygotsky, a Psicogênese da Pessoa 
Completa de Henri Wallon e a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel.
 Além disso, vamos conhecer a Psicomotricidade e com ela, as áreas psicomotoras, 
os estágios dessa etapa e ainda a relação entre a ludicidade e o desenvolvimento psi-
comotor para a aprendizagem.
 Veremos por fim, os fatores que podem influenciar esses processos, incluindo os 
Transtornos Específicos da Aprendizagem e o papel da relação da escola e da família, 
bem como sua relevância para todas as áreas que mencionamos.
 Vamos juntos? 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
AULA 1
PSICOLOGIA DO DESENVOLVI-
MENTO: ASPECTOS INTRODU-
TÓRIOS
1.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa primeira aula!
 Nós faremos uma introdução à fundamentação teórica da Psicologia do Desenvol-
vimento. Você já deve estar curioso para saber: qual especificidade da Psicologia ire-
mos estudar? O que é a Psicologia do Desenvolvimento? Deve estar se questionando, 
há diferença teórica entre crescimento e desenvolvimento?
Além de sanarmos essas, dentre outras dúvidas, faremos um tour pelo desenvolvi-
mento humano, discorrendo de forma geral sobre os principais aspectos que intera-
gem e influenciam o desenvolvimento de cada pessoa.
Perpassaremos pelos aspectos externos e internos que contribuem para as mu-
danças no comportamento nos períodos de transição de cada uma das diferentes 
fases do desenvolvimento. 
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
1.2 Fundamentação introdutória: aspectos históricos da Psico-
logia do Desenvolvimento
Desenvolvimento
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adolescente-alegria-amor-ativo-167300/
Como pode ser observado nos primeiros manuais de Psicologia, o estudo do de-
senvolvimento humano tradicionalmente focava em pesquisas apenas de crianças 
e adolescentes. Para Cole e Cole (2004), esse investimento ocorreu em função da 
preocupação com os cuidados básicos para esse público, bem como a necessidade 
de conceituar apropriadamente essa fase para contribuir diretamente nos cuidados 
básicos e na educação de crianças e adolescentes.
Entretanto, nas últimas décadas e especialmente na atualidade, há um consenso 
na literatura de que a Psicologia do Desenvolvimento deve focar no desenvolvimento 
de todos os seres humanos, contemplando com isso todas as fases do ciclo vital.
Dessa forma, podemos dizer que a Psicologia do Desenvolvimento é uma especifi-
cidade da Psicologia que busca investigar os aspectos externos e internos que contri-
buem para as mudanças das ações e dos comportamentos apresentados nas mais 
diversas fases do desenvolvimento humano. 
Vale considerar que de acordo com Cole e Cole (2004), chamamos de variáveis 
internas aquelas ligadas à maturação orgânica, ou seja, as bases genéticas do desen-
volvimento. Com relação às variáveis externas são as ligadas à influência do ambiente 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adolescente-alegria-amor-ativo-167300/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
no desenvolvimento, ou seja, o impacto dos múltiplos contextos no desenvolvimento 
de cada pessoa.
Ainda sobre o conceito de Psicologia do Desenvolvimento, Papalia e Olds (2000) 
afirmam que essa área é considerada como um campo de conhecimento que estuda 
as transições pelas quais as pessoas passam no decorrer de toda sua vida.
Para Bock, Furtado e Teixeira (2008), essa área de conhecimento abrange não ape-
nas respostas às condutas e comportamentos das diversas fases, como o desenvol-
vimento psicossexual, psicossocial, cognitivo, moral, bem como emocional relativos 
a cada uma delas.
Nesse sentido, podemos definir a Psicologia do Desenvolvimento como uma área 
que se debruça sobre o desenvolvimento humano contemplando todos os seus as-
pectos biopsicossociais, ou seja, o 1) aspecto intelectual; 2) psicomotor; 3) emocional 
e 4) social, considerando que todos esses aspectos são indissociáveis. 
Sobre esses aspectos, diversos autores afirmam que existem dois tipos de mudan-
ças no desenvolvimento podendo ser chamadas de mudanças quantitativas e quali-
tativas.
As mudanças quantitativas caracterizam-se pelas alterações em número ou quan-
tidade, por exemplo, peso e altura de cada pessoa. Com relação às mudanças quali-
tativas, referem-se às alterações de estrutura e organização, como por exemplo, as 
diferenças apresentadas na comparação de bebês que verbalizam e que ainda não 
verbalizam, considerando que possuem a mesma idade.
Nesse sentido, conhecer os tipos de mudanças podem nos auxiliar a compreender 
que mesmo se localizando na mesma fase de desenvolvimento, as pessoas podem 
apresentar similaridades, mas na mesma medida diferenças significantesem decor-
rências de diversos aspectos externos e internos.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8
Pessoas em desenvolvimento
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-pessoas-mulher-menina-3556662/
Para compreender quais são as mesmas sequenciais de desenvolvimento, vere-
mos brevemente os períodos do ciclo vital, no Quadro 1:
Quadro 1: Principais períodos do ciclo vital
PERÍODO FAIXA ETÁRIA
Período Pré-natal Concepção ao nascimento
Primeira infância Nascimento aos 3 anos
Segunda infância 3 aos 6 anos
Terceira infância 6 aos 11 anos
Adolescência 11 aos 20 anos
Jovem Adulto 20 aos 40 anos
Meia-idade 40 aos 65 anos
Terceira idade 65 anos em diante
Fonte: Adaptado de Papalia e Olds (2000)
Conhecer os principais períodos do ciclo vital nos auxilia no sentido de nos permitir 
visualizar cada uma das etapas, bem como nos aprofundarmos nas características e 
especificidades de cada uma delas, propiciando uma melhor compreensão do desen-
volvimento humano, bem como a valorização da infância a terceira idade, também 
conhecida como melhor idade.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-pessoas-mulher-menina-3556662/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9
Vale destacar que podemos encontrar terminologias diferenciadas para cada uma 
delas, mas em linhas gerais o material elaborado pelos teóricos Papalia e Olds (2000), 
abrangem todo o período.
Anote isso
 Lembra que iniciamos essa aula questionando se há diferença teórica entre 
crescimento e desenvolvimento? Pois bem, existe diferença sim! De acordo 
com Pinheiro (1997, s.p.):
[...] crescimento pode ser definido como o processo responsável pelas mudan-
ças em tamanho e sujeito às modificações que dependem da maturação. Já o 
desenvolvimento é caracterizado como as mudanças em complexidade ou o 
plano geral das mudanças do organismo por meio das influências do processo 
maturacional, ambiental e da aprendizagem.
 
Relação entre avós e netos. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-afeicao-carinho-simpatia-3791666/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-afeicao-carinho-simpatia-3791666/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10
Isto está na rede
 Você sabia que ter contato com avós nos torna mais felizes? Muito provavel-
mente você já sente isso, mas às vezes não saberia explicar, mas recentemente 
cientistas da Universidade de Utah desenvolveu um estudo intitulado “hipótese 
da avó”. 
Essa pesquisa constatou que humanos têm maiores expectativas de vida do 
que primatas porque avós humanas alimentam sempre seus netos. Os prima-
tas têm o hábito de procurar pela própria comida depois de desmamados. As 
vovós humanas, por sua vez, continuam alimentam toda sua prole, mesmo que 
não mais crianças.
 Para estudiosos relacionam a longevidade do ser humano exclusivamente com 
o aumento do cérebro, mas para os pesquisadores da Universidade de Utah 
existem outros fatores que auxiliam no processo de longevidade, tais como os 
laços afetivos entre os familiares.
 Com isso, os pesquisadores concluíram que o afeto, a proteção e os cuidados 
dos avós ao longo dos anos contribuem para a melhoria das relações sociais e 
com isso o aumento de diversas novas conexões no próprio cérebro.
Fonte: https://www.megacurioso.com.br/evolucao/45248-9-curiosidades-so-
bre-a-evolucao-dos-seres-humanos.htm
 
 Iniciamos nossa primeira aula com alguns questionamentos sobre a Psicologia do 
Desenvolvimento, dentre algumas respostas respondidas ao longo da aula pudemos 
chegar em quatro aspectos que já merecem nossa atenção.
a) Sabemos que o desenvolvimento aqui estudado consiste em um processo con-
tínuo, ou seja, o ser humano se desenvolve a partir de uma sequência de etapas, onde 
a fase anterior influencia diretamente a fase posterior e que em função disso não é 
possível pular etapas, como por exemplo, saltar da infância para a vida adulta.
b) Existem dois tipos de mudanças no desenvolvimento humano, sendo elas consi-
deradas quantitativas e qualitativas.
c) Embora perpassemos todos nós pelas mesmas etapas, cada pessoa possui seu 
próprio ritmo de desenvolvimento, ou seja, uns podem se desenvolver com mais rapi-
dez outros de modo mais lento, mas isso deve ser visto como algo natural.
d ) O desenvolvimento humano é extremamente complexo, não é possível desen-
https://www.megacurioso.com.br/evolucao/45248-9-curiosidades-sobre-a-evolucao-dos-seres-humanos.htm
https://www.megacurioso.com.br/evolucao/45248-9-curiosidades-sobre-a-evolucao-dos-seres-humanos.htm
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11
volver qualquer aspecto separadamente, ou seja, não é possível separar o desenvolvi-
mento físico, do desenvolvimento emocional, do intelectual e assim por diante. Todos 
esses aspectos estão inter-relacionados.
 Na próxima aula falaremos mais diretamente sobre cada uma das fases do desen-
volvimento humano, conteúdo brevemente mencionado nessa aula. 
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12
AULA 2
CICLO VITAL: FASES DO DESEN-
VOLVIMENTO
2.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa segunda aula!
 Nessa aula nós falaremos sobre o desenvolvimento do ciclo vital, ou seja, do ciclo 
da vida. Abrangendo todo o desenvolvimento humano, da infância à velhice. Veremos 
as características e especificidades de cada uma dessas fases, que já sabemos desde 
a primeira aula, segue um ritmo contínuo e imutável.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!t
2.2 Fases do Desenvolvimento
 O que vem a sua mente quando falamos sobre o ciclo da vida? Talvez não houvesse 
nada mais emblemático que uma vida sendo gerada, um adulto gestando uma nova 
vida que passará por cada uma das fases de desenvolvimento até se tornar um novo 
adulto e prosseguir com as demais etapas.
 Se você pensou isso, está certo! O ciclo vital se inicia logo após a fecundação do 
óvulo com o espermatozoide, assim formando um feto, que em processo de evolução 
forma-se um bebê. Pode parecer que não, mas mesmo dentro da barriga da mãe o 
feto já apresenta um comportamento, como por exemplo, ele eventualmente pode 
chutar a barriga da mãe por identificar um som que lhe agrada, quando a mãe come 
algo que pode lhe desagrada, e assim por diante.
 Todas essas mudanças, algumas maiores e mais intensas do que outras percor-
rem a infância, a adolescência, a vida adulta, até a velhice. Cada fase representa um 
importante momento na vida de uma pessoa, etapa essa que não pode ser pulada ou 
não vivenciada. Do ponto de vista biológico isso não é possível de acontecer, perpas-
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13
saremos todas as fases e o único fato que pode permitir que encerremos ou que che-
guemos à conclusão é a própria morte. Por outro lado, fatores externos podem nos 
fazer acelerar ou encerrar precocemente, como por exemplo, privações financeiras, 
problemáticas de ordem cultural ou social. Situação como extrema vulnerabilidade 
que leva a criança a não vivenciar a infância de modo apropriado, levando-a a exercer 
atividades laborais, dentre outros compromissos e responsabilidades que só devem 
ser exercidas por adultos. 
 Não havendo complicadores em nenhum momento do desenvolvimento dessas 
etapas, passaremos pelas mesmas sequências. Dessa forma, veremos os oito perío-
dos do ciclo da vida, considerando os aspectos físicos, cognitivos e psicossociais de 
cada uma delas. 
Período Pré-natal
 
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/desgaste-esperando-estilo-gestacao-1765353/
No Período Pré-Natal, que comporta da concepçãoao nascimento do bebê, ocorre 
o crescimento físico mais rápido de todo o ciclo vital. A dotação genética interage 
com as influências ambientais desde o início, permitindo que o feto fique vulnerável as 
influências externas. Como há o crescimento cerebral, temos o início da capacidade 
de aprender. 
Com relação ao desenvolvimento psicossocial, como o feto já ouve e responde a 
estímulos sensórios, ele consegue responder à voz da mãe e passa a desenvolver cer-
https://www.pexels.com/pt-br/foto/desgaste-esperando-estilo-gestacao-1765353/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14
ta preferência por ela, assim como as pessoas mais próximas, que estão participando 
mais ativamente do período da gestação.
Primeira Infância.
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/deitado-adoravel-encantador-cativante-3969272/
 No Período do Nascimento aos três anos, conhecido como Primeira Infância, o 
crescimento físico continua acelerado, ampliando as habilidades motoras. O cérebro 
também passa a ampliar suas conexões, estando altamente sensível à influência am-
biental. 
Fora da barriga da mamãe, essa criança passa a interagir ainda mais intensamente 
com a linguagem, agora compreende com mais clareza e começa a utilizá-la. A partir 
do segundo ano, o uso de símbolos e a capacidade de resolver pequenos problemas 
começam a ser desenvolvidos. 
Do ponto de vista psicossocial, iniciamos o processo de autoconsciência, a criança 
perpassa por um processo de total dependência dos pais para um processo inicial de 
autonomia e interesse pela interação com outras crianças e pessoas.
 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/deitado-adoravel-encantador-cativante-3969272/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15
Segunda Infância
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegre-alegria-ao-ar-livre-1104007/
Do terceiro ao sexto ano, comporta o período intitulado Segunda Infância, etapa em 
que o pensamento é um pouco mais egocêntrico, apesar da criança já possuir uma 
compreensão mais elaborada sobre as percepções das outras pessoas. A inteligência 
é manifestada com mais frequência, com isso a memória e a linguagem se aperfeiço-
am, inclusive pela estimulação vivenciada com a introdução da vida escolar. 
 Com relação ao desenvolvimento psicossocial, os aspectos socioemocionais são 
vivenciados de modo mais complexo, com o aumento da independência, a criança 
passa a experienciar noções de autoestima, autoconfiança, autoeficácia ela passa a 
se preocupar um pouco mais em agradar membros externos a sua casa, apesar de 
ainda ter a família como principal foco de sua vida social.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegre-alegria-ao-ar-livre-1104007/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16
Pré-Adolescência
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/beleza-encanto-brilhante-luminoso-4039981/
 Estamos fazendo uma breve descrição para que você acompanhe alguns dos as-
pectos mais relevantes de cada uma dessas fases. É necessário ressaltar que cada 
uma delas possui sua complexidade e ilustraremos ainda mais profundamente ao 
longo das próximas aulas. Agora por exemplo, iremos adentrar no universo da adoles-
cência, que por sua vez também é dividida em sub etapas, justamente pelas especifi-
cidades dessa fase.
Essa etapa que compreende entre seis e onze anos, é conhecida por alguns autores 
como Terceira Infância e por outros como Fase Primeira da Adolescência, também 
referenciada como Pré-Adolescência. Estamos falando de uma etapa transitória com-
plexa, com mudanças bastante profundas. Tais como crescimento física e evolução 
da maturidade reprodutiva. 
O egocentrismo diminui, dando espaço a timidez e aos processos de corregula-
ção que refletem diretamente na transferência gradual do controle dos pais para eles 
mesmos. Aqui temos uma influência externa alterada, da família, para a escola e com 
isso para com as relações sociais e afetivas provenientes das amizades que vieram 
juntamente com as novas relações estabelecidas na comunidade escolar.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/beleza-encanto-brilhante-luminoso-4039981/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17
Adolescência
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/moda-tendencia-homem-pessoa-3345882/
 Após esse período de intensas modificações inclusive corporais, com todo proces-
so de flutuação hormonal e com a maturação sexual, o adolescente passa a apresen-
tar comportamentos bastante característicos. Cognitivamente, passa a desenvolver a 
capacidade de racionalidade, tendo a possibilidade de pensar em termos mais abstra-
tos, consegue desenvolver raciocínios científicos. 
Apesar dessas possibilidades, o adolescente se sente entediado com frequência, 
motivo que facilita o interesse por vivências mais intensas e sem a possibilidade de 
julgar as complicações de suas ações a curto, médio e longo prazo, por isso, essa é 
uma fase em que problemas comportamentais, transtornos alimentares, transtornos 
de saúde mental, bem como o interesse pela experimentação de drogas e situações 
que trazem risco à saúde são tão frequentes e procuradas pelas pessoas dessa fai-
xa-etária.
 Com relação ao desenvolvimento psicossocial, esse é um período decisivo no que 
se refere à formação da identidade, essa é uma busca incessante apresentada pelos 
adolescentes, sendo que agora mais do que nunca os grupos de amigos passam a ter 
a influência focal, ou seja, a maior influência social, impactando nos desejos, escolhas, 
interesses e preferências.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/moda-tendencia-homem-pessoa-3345882/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18
 Vale ressaltar que essa etapa compreende também um período de muitas esco-
lhas, expectativas e anseios porque é o momento de vivenciar pela primeira vez uma 
série de escolhas e com isso sofrer as devidas consequências como os relacionamen-
tos afetivos, namoros, primeiras experiências sexuais, escolhas profissionais, acadê-
micas, dentre outras.
Adulto
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-atraente-bonita-bonito-1181686/
 A vida adulta compreende dentre os 20 e 40 anos. Para alguns estudiosos da psi-
quiatria há uma terceira etapa da adolescência que compreende do 20 aos 28 anos e 
só após esse período seria iniciada a vida adulta, entretanto, não há consenso ainda 
na literatura no que se refere a essa adolescência tardia, portanto, utilizaremos o perí-
odo compreendido pela maioria dos autores.
 Nesse sentido, sabemos que a condição física atinge seu máximo de crescimento e 
próximo a etapa seguinte, a meia-idade, o corpo passa a diminuir ligeiramente. É uma 
etapa em que se acredita que as pessoas já possuem uma capacidade cognitiva mais 
elaborada, tendo aqui também julgamentos morais mais complexos e adequados, 
mediante o coletivo, as regras vivenciadas pela sociedade no seu respectivo período 
de vida.
 Sobre o desenvolvimento psicossocial, toda a turbulência vivenciada na adolescên-
cia, se torna em comportamentos mais previsíveis e maduros, haja visto que a identi-
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-atraente-bonita-bonito-1181686/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19
dade e a personalidade estão mais desenvolvidas. É um período em que a maioria das 
pessoas opta por construir sua própria família, muitas das vezes deixando a casa dos 
pais, unindo-se em matrimônio, tendo filhos. Passam a ter maiores responsabilidades 
não apenas de si próprio, mas também perante outras pessoas, influenciando agora 
as novas gerações familiares.
Meia-idade
 
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-apartamento-negocio-empresa-3772618/Entre os 40 e 65 anos, fase compreendida como a Meia-idade, passamos a apre-
sentar os primeiros sinais de deterioração física e cognitiva. As capacidades sensório-
-motoras vão se tornando mais lentas, diminuindo a destreza e o vigor de algumas ha-
bilidades. Nas mulheres ocorre também a menopausa. Com esses prejuízos na área 
da saúde, outras áreas podem ser afetadas a mente e com ela as funções executivas.
Para alguns, essa fase pode representar aspectos positivos, como a obtenção de 
sucesso financeiro máximo, pode representar maior praticidade e facilidade na reso-
lução de problemas, além de maior amadurecimento pessoal.
No campo psicossocial é uma fase importante representada pela saída dos filhos, 
mas também com a chegada dos netos e com isso o aumento da prole. Momento 
marcado por momentos psicológicos também complexos, como a aceitação dos pre-
juízos que se desenvolveram com o avançar da idade, as modificações na área sexual, 
dentre outros aspectos.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-apartamento-negocio-empresa-3772618/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20
Terceira Idade
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-alegria-antigo-atraente-2050999/
 Chegamos ao oitavo e último período do ciclo vital, período que compreende dos 
65 anos em diante e pode ser chamado de Terceira Idade ou Melhor Idade. Nessa 
fase o tempo de reação a todas as demandas e solicitações externas é muito mais 
lento, afetando diretamente no funcionamento do corpo e da mente. É possível chegar 
nessa fase de modo saudável e ativo, mas para isso será necessário um investimento 
muito maior, no que se refere aos cuidados da saúde, alimentação, exercícios físicos, 
investimentos financeiros, psicológicos, dentre outros.
 Especificamente sobre os aspectos cognitivos, o raciocínio também se torna mais 
lento e a memória também se deteriora, influenciando na tomada de decisões, nesse 
caso sendo necessário acompanhamento familiar ou profissional parcial ou total.
 Com relação ao desenvolvimento psicossocial, a família volta a ser o ponto focal, 
até em função da nova demanda de cuidados físicos, mas os amigos mais próximos 
também formam uma importante rede de apoio. 
 Como já previsto, por ser a última etapa do desenvolvimento, tanto a família quanto 
o próprio idoso precisam lidar com as perdas e com os momentos de despedida que 
se tornam iminentes nesse período.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-alegria-antigo-atraente-2050999/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21
Nessa segunda aula nós falamos sobre os aspectos gerais do desenvolvimento do 
ciclo vital, ou seja, do ciclo da vida. Contemplamos as características mais importan-
tes dos aspectos físicos, cognitivos e psicossociais das oito fases do desenvolvimen-
to. Para recordar, são essas etapas:
a) Período Pré-Natal
b) Primeira Infância
c) Segunda Infância
d) Terceira Infância
e) Adolescência
f) Adulto
g) Meia-Idade
h) Terceira idade.
Agora que você conseguiu visualizar brevemente cada uma das fases menciona-
das, com base nos autores Papalia e Olds (2000), nós iremos tratar na próxima aula 
sobre o Desenvolvimento da Aprendizagem.
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22
AULA 3
PSICOLOGIA DO DESENVOLVI-
MENTO E DA APRENDIZAGEM
3.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa terceira aula!
 Na primeira aula fizemos uma discussão sobre o que é a Psicologia do Desenvolvi-
mento, as especificidades dessa área tão importante que trata das transições viven-
ciadas pelos seres humanos. Na aula seguinte abrangemos o ciclo da vida, perpas-
sando pelas características físicas, cognitivas e psicossociais. 
 Agora você pode estar se perguntando: Qual a influência dessas etapas do desen-
volvimento na aprendizagem? Quais os tipos de características dos processos de 
aprendizagem?
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23
3.2 Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem: princi-
pais características 
Ensino Infantil
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/alimentacao-cadeira-catedra-comendo-1001914/
 Você já deve ter percebido que toda nossa aprendizagem acompanha nosso desen-
volvimento, estamos vivendo um processo de constante evolução, em que aprende-
mos desde o nosso nascimento.
 Como vimos na aula passada, ainda dentro da barriga da mãe, o feto já vai apresen-
tando comportamentos, a partir das experiências da mãe. Com o nascimento, o ser 
humano passa a ter seu desenvolvimento pautado pela aprendizagem. Apresentando 
experiências ainda instintivas e elementares, pelo bem de sua sobrevivência, como 
chorar por alimento, para comunicar dor e sofrimento, elevando o nível de complexi-
dade até atingir elaborações mentais mais sofisticadas como o desenvolvimento da 
linguagem, das relações dentre outros.
 Obviamente que o processo de aprendizagem é complexo, e por sua vez não pode 
ser apenas e simplesmente naturalizado. A aprendizagem envolve uma gama de fato-
res internos de natureza biológica e psicológica que vão interagindo entre si, mas tam-
bém fatores externos como os sociais e culturais (SALVADOR; MARCHESI; PALACIOS, 
2015).
 Nesse sentido, nós desenvolvemos nossa aprendizagem nos relacionando com as 
pessoas, com os objetos, com os mais diversos fenômenos, nos construindo pessoal 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/alimentacao-cadeira-catedra-comendo-1001914/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24
e coletivamente. 
Vale mencionar que as instituições escolares se constituem como os espaços de 
concentração de aprendizagem, não é o único espaço, até porque como já comenta-
mos estamos aprendendo a todo momento e de diversas formas, entretanto são nas 
escolas que nós temos modelos de aprendizagem, um ambiente formal de constru-
ção de conhecimento.
Um espaço que deve respeitar as necessidades de cada aluno visando contemplar 
os diferentes estilos de aprendizagem a partir de estratégias de ensino que potencia-
lize as singularidades e especificidades de cada aluno, de cada faixa etária, de cada 
fase do desenvolvimento. 
Aprendizagem 
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-arte-mesa-balcao-3662630/
 
Para Vygotsky (1998), a aprendizagem possibilita que sejam despertados proces-
sos internos de desenvolvimento, em que as relações estabelecidas influenciam in-
tensamente estes processos, ou seja, embora haja um percurso de desenvolvimen-
to definido individualmente pelo processo de maturação de cada um, é por meio da 
aprendizagem que tais processos são impulsionados. 
Considerando a teoria de Vygotsky, Oliveira (2002), conceitua aprendizagem como: 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-arte-mesa-balcao-3662630/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25
Processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, va-
lores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras 
pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade 
de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de 
maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (OLI-
VEIRA, 2002, p. 57).
 A partir dessas definições, veremos as seis principais características de processos 
de aprendizagem, apresentadas por Campos (2014).
Processo de Aprendizagem
 Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-mulher-afro-americana-garota-negra-menina-negra-4260325/
1. Processo pessoal: onde a aprendizagem é uma experiência individual. Cada pes-soa tem uma maneira e um ritmo para aprender, conferindo a esse processo um cará-
ter intransferível.
2. Processo dinâmico: onde a aprendizagem envolve a participação ativa do pró-
prio aluno.
3. Processo gradativo: onde a aprendizagem de modo gradativo, em que as opera-
ções realizadas vão se tornando cada vez mais complexas.
4. Processo contínuo: onde a aprendizagem está presente ao longo de todo nosso 
desenvolvimento, da infância até o fim do ciclo de vida.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-mulher-afro-americana-garota-negra-menina-negra-4260325/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26
5. Processo cumulativo: onde as aprendizagens somam-se umas às outras de 
modo que vamos acumulando nossas experiências. Nesse tipo de processo, compre-
ende-se que quanto mais experiências são vivenciadas, maiores são as possibilidades 
de aprender.
6. Processo global: onde para se desenvolver a aprendizagem, o sujeito deverá 
participar de modo total, considerando os aspectos físicos, intelectuais, emocionais e 
sociais. Nesse tipo de processo, a aprendizagem se constitui a partir da evolução de 
diversos aspectos de forma gradativa e concomitante.
Esses tipos de características são apresentados por diversos teóricos, alguns dos 
maiores pesquisadores dessa área serão apresentados na próxima aula. De qualquer 
forma, independentemente do tipo de processo que cada sujeito perpassa, precisa-
mos considerar que para que a aprendizagem ser significativa, é necessário que se 
respeite a inclinação à aquisição do conhecimento apresentado por cada aluno, ou 
seja, o respeito aos diversos estilos de aprendizagem.
Isto está na rede
 
Criatividade. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arte-grafite-graffiti-parede-3758105/
 Você sabia que pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Uni-
dos realizaram uma série de experimentos para descobrir o que acontece no 
cérebro quando despertamos nossa curiosidade? Foram feitas ressonâncias 
magnéticas para verificar como o cérebro se comportava quando eram feitas 
perguntas triviais para os participantes. Perguntas como “O que realmente signi-
https://www.pexels.com/pt-br/foto/arte-grafite-graffiti-parede-3758105/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27
fica o termo dinossauro?” Dentre outras 99 questões. A experiência revelou que 
a curiosidade auxilia o preparo do cérebro para a aprendizagem, ou seja, a curio-
sidade nos ajuda em diversos aspectos, como aprender informações que não 
consideramos tão interessantes. Com isso, os autores afirmam que a curiosi-
dade coloca o cérebro em um estado que lhe permite aprender e reter qualquer 
tipo de informação, melhorando, potencializando e motivando o aprendizado.
Fonte: https://porvir.org/por-curiosidade-melhora-aprendizagem/.
Nessa aula discutimos três novos pontos sobre a Psicologia do Desenvolvimento 
Humano. Vimos o que é aprendizagem, sendo que ela é a somatória do desenvolvi-
mento de todas as capacidades humanas, como as potencialidades físicas, cognitivas 
e afetivas. Lembrando que a aprendizagem jamais pode ser vista como um mero acú-
mulo ou repetição de informações, assim como ela também não resulta unicamente 
de processos de memorização.
O segundo ponto que vimos nessa aula, se refere à influência do desenvolvimento 
na aprendizagem, por considerarmos que estamos aprendendo desde quando nasce-
mos e o fazemos de modo evolutivo, acompanhando cada fase do nosso ciclo vital. 
Por fim, vimos as seis características principais dos processos de aprendizagem, sen-
do eles: pessoal, gradativo, contínuo, dinâmico e cumulativo e global.
Na próxima aula falaremos sobre as principais teorias da Psicologia do Desenvol-
vimento.
Te espero na próxima aula!
https://porvir.org/por-curiosidade-melhora-aprendizagem/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28
AULA 4
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: 
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
4.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa quarta aula!
 Vamos conhecer alguns dos principais teóricos da área da Psicologia da Aprendiza-
gem. Verificaremos brevemente o que Erik Erikson, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henry 
Wallon falam sobre o desenvolvimento da aprendizagem.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
4.2 Psicologia da Aprendizagem: principais correntes teóricas
Alfabetização.
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aluno-aprendendo-aprender-aprendiz-256468/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aluno-aprendendo-aprender-aprendiz-256468/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29
 Você acredita que é possível desenvolver uma prática pedagógica sem nenhum 
embasamento teórico?
É muito comum, infelizmente, ouvirmos que a teoria não representa a prática e em 
decorrência dessas ideias inadequadas vamos nos afastando consideravelmente do 
conhecimento científico. Por isso, iniciaremos essa aula já desmitificando essa ques-
tão que é tão frequente para o senso comum, ou seja, para o conhecimento popular.
Não há prática sem teoria, muito menos teoria sem prática! Não poderemos seguir 
com nosso conteúdo sem deixar isso registrado. Precisamos ter em mente que toda 
e qualquer ação, técnica ou estratégia que propusermos nas próximas aulas, virá de 
anos e anos de experimentações científicas.
É necessário ser mencionado isso porque na área da educação as pessoas natura-
lizam com frequência os mais diversos processos, acreditando que sozinha a criança 
irá se desenvolver, que o adolescente irá tomar decisões sozinho e assim por diante. 
Além disso, não apenas naturalizamos com facilidade esses processos, como tam-
bém corremos o risco de elaborarmos nossas aulas baseadas nas nossas crenças, 
nossas ideias, sem respeitar a necessidade do aluno e o próprio currículo já estabele-
cido.
Anote isso
 Para que servem os pensamentos dos teóricos na prática educacional?
 Para aqueles que ainda possuem dúvidas, não é apenas necessário conhecer-
mos as diferentes concepções de aprendizagem, sabemos que é a partir do 
embasamento teórico que teremos condições de buscar a compreensão da 
prática pedagógica vigente de maneira que ela consiga ser observada, estu-
dada e modificada, quando necessário. Além disso, vale reforçar que quando 
há a aproximação da teoria e prática, os educadores se veem diante de novas 
possibilidades de práticas de ensino, algo imprescindível para uma experiência 
de aprendizagem mais efetiva dos alunos.
 
Dito isso, reforçamos que as teorias vêm ao encontro de observações que marca-
ram o mundo da educação. O que seria da nossa prática, seja pedagógica ou terapêu-
tica, sem todo o arcabouço teórico de todos os profissionais que mencionamos na 
introdução.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30
Obviamente que existem outros nomes, mas selecionamos alguns dos teóricos 
que mais contribuíram nos estudos das teorias do desenvolvimento. Vale ressaltar, 
que faremos uma breve explanação, para que você possa ter um olhar panorâmico 
das contribuições dos autores citados. 
Nas próximas aulas iremos apresentar um aprofundamento maior de cada um, 
abrangendo também a própria biografia, justificativa do caminho trilhado por eles, 
bem como dos frutos hoje mundialmente disseminados.
Escolarização
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/crianca-filho-sala-de-aula-educacao-3992949/
 Começando pela infância, fase onde se adquire diversas experiências, a partir da 
interação com os outros e com o mundo, temos dois autores extremamente impor-
tantes. Destacamos inicialmente Jean Piaget que descreveu as fases da infância a 
partir de quatro estágios universais, considerando que em cada uma delas, a crian-
ça desenvolveum esquema. Veremos quais são esses estágios descritos por Piaget 
(2005):
1. Período sensório-motor: compreende do nascimento aos dois anos, onde a 
criança explora seu ambiente por intermédio de suas capacidades sensoriais e moto-
ras.
2. Período pré-operacional: compreende dos dois aos sete anos, onde a criança 
usa simbolismo para entender seu ambiente através de imagens e linguagem.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/crianca-filho-sala-de-aula-educacao-3992949/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31
3. Período operacional-concreto: compreende dos sete aos doze anos, onde já se 
inicia o pensamento lógico, já compreende o comportamento da outra pessoa.
4. Período operações-formais: compreende dos doze anos em diante, onde a crian-
ça ou pré-adolescente, já possui um pensamento abstrato e sistemático.
Outro teórico que trouxe contribuições importantes para o estudo do desenvolvi-
mento infantil foi Lev Vygotsky, ele nos fez avançar na compreensão e valorização do 
papel do mediador no processo de desenvolvimento infantil. 
O autor destacou que a criança para realizar alguma atividade precisa de um me-
diador para apoiá-la até que ela consiga realizar sozinha, nesse sentido Vygotsky men-
ciona a necessidade de alguém mais experiente para ajudar a criança a atravessar a 
Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), alguém como os familiares, os professores, 
amigos, pessoas com as quais a criança interage. 
 Além disso, Vygotsky (1978) contribuiu elaborando também quatro estágios do de-
senvolvimento, vejamos quais são:
1. Estágio Primitivo: que compreende do nascimento até os dois anos;
2. Estágio de Psicologia Ingênua: que compreende dos dois aos três anos;
3. Estágio da Fala Egocêntrica: que compreende dos três aos sete anos;
4. Estágio de Crescimento Interior: compreende o período a partir dos sete anos.
Além desses dois autores, destacamos Erik Erikson (1998), que acredita que a 
criança passa por diversas etapas até os nove anos, etapas conhecidas como produti-
vidade e inferioridade. Esse autor discorreu não apenas sobre o desenvolvimento cog-
nitivo, mas destacou a importância do desenvolvimento psicossocial e psicossexual.
Falando sobre o desenvolvimento psicossexual, que se desenvolve com a chegada 
da pré-adolescência e com as alterações da puberdade, falaremos sobre o que esses 
e outros autores mencionam sobre o desenvolvimento desse público.
 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32
Aprendizagem na Adolescência
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/quadro-negro-lousa-quadro-negro-animado-4143798/
 
 Alguns aspectos já apresentados se mantêm ou são ainda mais valorizados, aqui 
destacamos a importância do mediador mencionado por Vygotsky (1978), quando fa-
lamos do desenvolvimento de adolescentes. Essa é uma etapa em que os hormônios 
estão em ebulição, causando dúvidas, gerando conflitos internos e externos, afetando 
diretamente as habilidades socioemocionais. 
 Com tantas flutuações emocionais o adolescente necessita de maior acompanha-
mento de um mediador para ajudá-lo a compreender esse momento e com isso, estar 
mais bem preparado para lidar com as dificuldades desse período.
 Além desse autor, encontramos as contribuições de Wallon que também destaca a 
importância de um acompanhamento sobre os aspectos psicossociais reforçando a 
necessidade de se observar a afetividade nesse momento. Para o teórico, as mudan-
ças que vão ocorrendo na vida do adolescente estão e estarão sempre expressadas 
em seu corpo e externalizadas no comportamento em casa, na escola, nos demais 
espaços (MAHONEY; ALMEIDA, 2003).
 Não iremos adentrar nas questões da aprendizagem para a vida adulta e para a 
vida de idosos nessa aula, mas já foi possível observar que a partir de estudos e cons-
tatações autores conseguiram traçar etapas, fases, estágio que demonstram as simi-
laridades no desenvolvimento humano, bem como no desenvolvimento da aprendiza-
gem para esse público.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/quadro-negro-lousa-quadro-negro-animado-4143798/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33
 Obviamente que cada teórico aqui apresentado, tem suas raízes em concepções e 
vivências pessoais, que por sua vez refletem os momentos históricos de suas vidas, 
dessa forma, além de possibilidades encontramos também divergências na forma de 
conceber essas fases desafiadoras. 
De antemão, já podemos mencionar que Piaget em sua teoria privilegia a matu-
ração biológica, já Vygotsky privilegia o ambiente social. Nessa direção Piaget, por 
aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, fala que o desenvol-
vimento segue uma sequência fixa e universal das fases. Por outro lado, Vygotsky ao 
reforçar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando 
esse ambiente, o desenvolvimento também variará.
 Neste sentido, não se pode aceitar uma visão teórica como sendo única e univer-
sal quando nos referimos ao desenvolvimento humano, todavia é necessário aprofun-
damento da teoria desses e de outros autores, para inclusive podermos avançar na 
construção do conhecimento científico dessa área.
 Nessa aula, discorremos sobre a importância da relação teoria e prática, através 
dessa discussão apresentamos alguns dos teóricos mais importantes da área da Psi-
cologia da Aprendizagem. Autores esses que a partir de suas experiências pessoais 
conseguiram apresentar aspectos em comum que ocorrem no desenvolvimento de 
todas as pessoas, independente de nacionalidade, etnia, dentre outras especificida-
des.
 Destacamos nessa aula as contribuições de Jean Piaget, Lev Vygotsky, Erik Erikson 
e Henry Wallon, perpassando pelo desenvolvimento infantil e também o desenvolvi-
mento na pré-adolescência e adolescência.
 Na próxima aula destacaremos a contribuição desses autores nas próximas duas 
fases de desenvolvimento, sendo a vida adulta e a vida na melhor idade.
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34
AULA 5
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: 
VIDA ADULTA
5.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa quinta aula!
 Na aula passada discorremos sobre alguns dos principais teóricos da Psicologia 
do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Verificamos brevemente o que os teóricos 
falam sobre o desenvolvimento da aprendizagem. 
 Nosso maior enfoque foi no desenvolvimento das duas primeiras fases do desen-
volvimento, sendo a infância e a pré-adolescência e adolescência. Nessa aula, apren-
deremos sobre esses mesmos aspectos e autores considerando as outras duas fases 
do ciclo da vida, sendo a vida a adulta e a vida na melhor idade.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
5.2 Psicologia da Aprendizagem: principais correntes teóricas
 Muitas pessoas acreditam que a nossa aprendizagem para de se desenvolver quan-
do encerramos nosso período de formação escolar. Você acredita que há desenvolvi-
mento da aprendizagem para adultos e idosos? Que é possível continuar aprendendo 
mesmo com o avançar da idade?
 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35
Aprendendo na vida adulta
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-atencao-balcao-biblioteca-279222/
 Acertou quem disse ou pensou que sim é possível continuar aprendendo na vida 
adulta e na velhice também. Como mencionamos nas aulas anteriores nosso desen-
volvimento se dá desde o nascimento até o final do ciclo da vida.
Estamos em constante aprendizagem, mesmo não tendo experiências formais, 
como na escola ou em outras instituições de ensino estamos aprendendo sempre. 
Aprendendo quando nos dedicamos a uma nova língua, a um novo desafio, quando 
vivenciamosnovas experiências ou buscamos aprimorar as habilidades que já adqui-
rimos. Aprendemos com coisas simples, como desenvolver uma receita fácil ou quan-
do nos dedicamos a níveis mais complexos e abstratos, como pesquisar, planejar e 
tomar decisões, por exemplo na área financeira.
Nesse sentido, nossas dúvidas são: como se dá aprendizagem nesse período? O 
que os teóricos falam sobre essas duas fases.
Do ponto de vista biológico nós precisamos proporcionar a fruição de conhecimen-
tos e habilidades inerentes a todos os seres humanos. Como fazemos isso? Estimu-
lando o órgão mais importante do corpo humano, o cérebro!
Por mais que as crianças nasçam com uma capacidade incrível para a aprendiza-
gem, nós precisamos estimular ele desde o nascimento e precisamos potencializar 
ainda mais na vida adulta e, especialmente na velhice. Através da estimulação a pes-
soa terá condições de canalizar suas competências e, assim, executá-las cada vez 
mais. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-atencao-balcao-biblioteca-279222/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36
Obviamente que para isso precisamos estimular nossas conexões cerebrais de 
modo saudável e positivo. Com alimentação adequada, com exercícios físicos regula-
res, fornecendo estímulos visuais, sonoros, dentre outros. 
Pesquisas apontam que as conexões cerebrais costumam se aprofundar e se inter-
conectar formando, unidades funcionais, que garantem a coordenação e manutenção 
de todas as nossas funções cerebrais.
Sabendo que o cérebro funciona dessa forma, devemos considerar que todos es-
ses fatores são importantes, mas precisamos saber que como nosso cérebro aprende 
também está ligado à maturidade desse órgão, que por sua vez está ligado aos fato-
res genéticos que são determinantes. 
O que isso significa, que com o avançar da idade as nossas conexões vão desace-
lerando, toda a rapidez cognitiva que tínhamos na infância e na adolescência reduz, 
sendo necessário um esforço maior, estratégias melhores que visem respeitar as es-
pecificidades dessas fases. Como mencionado, podemos ter a situação agravada se 
durante o desenvolvimento a aprendizagem for prejudicada por doenças e deficiên-
cias que causam déficits cognitivos.
Com isso, vejamos o que os teóricos como Erik Erikson e Jean Piaget têm a tratar 
sobre a fase da vida adulta e sobre a velhice. Tornar-se adulto é um processo que 
envolve o desenvolvimento de várias áreas, como a identidade, a consolidação da es-
trutura da personalidade e da autoeficácia e autorrealização. Erikson (1963) fala sobre 
o que essa fala representa, considerando um período de muitos desafios, haja vista os 
conflitos vivenciados na adolescência que agora tomarão outra roupagem, se tornan-
do novas responsabilidades.
Além disso, o autor descreve as mudanças da vida adulta em duas etapas, sendo 
o estágio sobre a intimidade e o isolamento e o estágio da generatividade e estagna-
ção. O primeiro estágio compreende o começo da vida adulta, onde o jovem adulto 
precisará desenvolver a capacidade de partilhar sua intimidade com outros, tendo que 
desenvolver estratégias internas para fortalecer seu ego, sua individualidade conside-
rando o convívio em grupos.
No segundo estágio, que perpassa a fase média da idade adulta, o principal desafio 
é pensar no bem-estar das gerações futuras. Momento em que a personalidade já 
está enriquecida, amadurecida e não será modificada com facilidade.
Para Piaget (1970), a compreensão dessa fase é diferenciada, até porque para o 
autor toda a parte cognitiva já foi formada, considerando as fases anteriores já viven-
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37
ciadas, ou seja, não há evoluções no sentido da aquisição da aprendizagem. Wallon 
tece considerações nessa mesma linha, pois considerando as etapas anteriores se 
acredita que o adulto já terá adquirido equilíbrio entre o afetivo e o cognitivo, ou seja, 
ele estará mais preparado para tomar decisões.
Aprendendo na melhor idade
 
 Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-maca-negocio-empresa-4057764/
 
 Já na última etapa do ciclo da vida, no processo de envelhecimento, temos alguns 
outros estágios.
A melhor idade é a última etapa da vida, fase de muitas dúvidas, mas também de 
uma certeza, que o findar está próximo. Essa certeza por si só já causa uma série de 
conflitos e preocupações. 
Erikson (1976) elaborou modelos sobre a evolução da estrutura da personalidade 
ao longo da vida. Para o autor, todas as pessoas passam por oito estágios, a maioria 
deles já foi mencionada nessa e na última aula, restando apresentarmos apenas o 
último estágio, intitulado integridade do ego x desespero.
 Nesse sentido, o desenvolvimento psicossocial se dá a partir de sentimentos ambi-
valentes, como o desejo de reviver toda a existência, mas também o desejo do findar, 
o sentimento de dever cumprido, mas também o medo do porvir. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-maca-negocio-empresa-4057764/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38
 Com isso, esses sentimentos permeiam também a aprendizagem dos idosos, que 
como comentado anteriormente pode continuar se desenvolvendo, mas em um tem-
po próprio. 
Precisamos lembrar que o ato de aprender é um dos principais domínios da capa-
cidade funcional. Os idosos podem e devem fazer as coisas que eles valorizam, de 
preferência atividades que promovam a sua capacidade funcional, dessa forma, eles 
devem fazer o que são capazes e aprender sem sombra de dúvidas é uma das vias 
que eles devem continuar percorrendo.
 
Avó aprendendo. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-afeicao-carinho-simpatia-3791664/
Anote isso
 Existem evidências empíricas que constatam que ao continuar com o processo 
de aprendizagem, os idosos podem adquirir conhecimentos e habilidades para 
controlar sua saúde, acompanhar o processo tecnológico da sociedade, e, por 
exemplo, por meio de trabalho ou voluntariado, se adaptar ao seu processo de 
envelhecimento, manter sua identidade e o interesse pela vida. Além disso, con-
tinuar aprendendo está intimamente relacionado com as habilidades para cres-
cer, com isso, a aprendizagem ao longo da vida é um pilar do envelhecimento 
ativo.
Fonte: https://www.portaldoenvelhecimento.com.br
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-afeicao-carinho-simpatia-3791664/
https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/a-capacidade-de-aprender-nos-idosos/#:~:text=Segundo%20a%20OMS%20(2015)%2C,trabalho%20ou%20voluntariado%2C%20se%20adaptar
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39
Isto acontece na prática
O estudo do Barômetro da Dívida Social com o Idoso mostra como o interesse 
em continuar treinando, estudando ou aprendendo é frequente entre os idosos. 
Desde que a Lei 27.360 na Argentina aprovou a Convenção Interamericana so-
bre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, as pessoas idosas vêm se 
tornando conscientes de sua importância e vêm reivindicando o direito à edu-
cação contínua. No entanto, a sociedade ainda associa a idade avançada como 
um período da vida cheio de preconceitos e de desinvestimentos.
Nessa aula falamos sobre o desenvolvimento da aprendizagem nas últimas duas 
fases do desenvolvimento humano, a vida adulta e a velhice. Discutimos sobre as 
especificidades dessas etapas, desmitificamos a ausência da aprendizagem, espe-
cialmente na fase da melhor idade e apresentamos o que alguns teóricos falam sobre 
o assunto.
Agora que sabemos como a aprendizagem se dá, bem como sabemos que apren-
deremos enquanto estivermos vivos, que tal conhecer novos teóricos?
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40
AULA 6
JEAN PIAGET6.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa sexta aula!
 Nas últimas aulas nós conhecemos brevemente sobre o que grandes teóricos da 
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem falam sobre ambas as áreas. Tere-
mos agora um aprofundamento de três dos teóricos mencionados, bem como adicio-
naremos mais um teórico, que possui uma perspectiva diferenciada para essa lista. 
 Dessa forma, apresentaremos nessa aula Jean Piaget, com sua epistemologia ge-
nética.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
6.2 Epistemologia genética de Jean Piaget
Jean Piaget
Fonte: https://www.comunidadeculturaearte.com/jean-piaget-o-psicologo-de-desenvolvimento/
https://www.comunidadeculturaearte.com/jean-piaget-o-psicologo-de-desenvolvimento/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41
 Quem vê a imagem desse senhor sorridente, não imagina quais questões ele se fez 
e tentou responder na década de 50. Esse senhor, Jean Piaget (1896 – 1980), ques-
tionou o que as crianças são capazes de aprender em cada estágio de seu desenvol-
vimento, bem como argumentou como as habilidades para reagir e interagir com o 
ambiente se desenvolve e em qual momento.
 Esses questionamentos, do biólogo e epistemólogo suíço, nascido em Neuchâtel 
na Suíça, se deu a partir das experiências e inquietações vivenciadas por crianças, no 
caso inicialmente seus três filhos, ou seja, ele dedicou a vida precocemente a subme-
ter à observação científica o processo de aquisição do conhecimento pelo ser huma-
no, destacando obviamente as crianças.
 Apesar de ter sido um dos nomes mais influentes no campo da educação durante 
a segunda metade do século 20, não existe um método Piaget, existe uma série de 
estudos das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e 
velocidade. 
Além disso, as descobertas do autor tiveram grande impacto na área da educação, 
foi uma porta de entrada para que os professores passassem a perceber que não 
se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. 
Nesse sentido, o autor criou um campo de investigação consagrado que denominou 
epistemologia genética.
Anote isso
Sobre o nome Epistemologia Genética: epistemologia é definida como uma 
reflexão sobre os princípios fundamentais das Ciências: Episteme (Ciência, no 
sentido mais amplo, para os gregos, e, sobretudo, mas não apenas, fundamen-
tos do conhecimento científico, para nós modernos) + logos (tratado, estudo). 
Para o autor, a grande lição contida no estudo da gênese ou das gêneses é 
mostrar que não existem jamais conhecimentos absolutos. Nesse sentido, ele 
destaca que a Epistemologia Genética objetiva explicar a continuidade entre 
processos biológicos e cognitivos, sem tentar reduzir os últimos aos primeiros, 
o que justifica, e ao mesmo tempo delimita a especificidade de sua pesquisa 
epistemológica: o termo genético.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42
 A partir desses estudos ele desenvolveu os quatro estágios cognitivos do desen-
volvimento infantil, Piaget sugere que todas as pessoas passam por essas fases de 
desenvolvimento mental. Nesse sentido a teoria se concentra não apenas na compre-
ensão de como as crianças adquirem conhecimento, mas especialmente na própria 
natureza da inteligência.
 Na quarta aula introduzimos brevemente a descrição desses estágios, agora va-
mos aprofundar um pouco mais como se dá cada uma dessas fases, iniciando pelo 
Período sensório-motor.
Período sensório-motor
 
 
 Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-afeicao-3875217/
 Nesse período que compreende do nascimento até cerca de dois anos, período em 
que os atos inteligentes do bebê compreendem as ações motoras como resposta aos 
diversos estímulos que afetam os seus sentidos, ou seja, as crianças aprendem sobre 
o mundo por meio dos seus sentidos e da manipulação de objetos. 
Com isso, a partir da inteligência empírica, dos reflexos neurológicos básicos, a 
criança inicia a construção de esquemas de ação para a assimilação do meio.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-afeicao-3875217/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43
Nesse sentido, a principal conquista aqui é a permanência do objeto, ou seja, saber 
que um objeto existe, mesmo que você não possa vê-lo. A brincadeira de esconder o 
rosto e dizer “achou”, requer da criança a capacidade de formar uma representação 
mental dos objetos.
 A segunda etapa, conhecida como Pré-operacional, compreende dos dois aos sete 
anos.
Período Pré-operacional
 
 Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-mulher-menina-garota-3662668/
 Nesse período, as crianças desenvolvem a imaginação e a memória são capazes 
de entender a ideia de passado e futuro, bem como interpretar as coisas simbolica-
mente. Nessa fase o pensamento ainda é egocêntrico, ou seja, ela tem dificuldade em 
ver o ponto de vista dos outros, tem dificuldade em compartilhar brinquedos e alimen-
tos com os outros.
 De qualquer forma, listamos o aparecimento da linguagem. Inicia-se a capacidade 
de pensar um objeto através de outro; inicia-se o mundo das representações, a partir 
do brincar de faz de conta, da imitação, do reconhecimento no espelho e o desenho. 
Há também uma incapacidade de descentração onde a criança se fixa apenas num 
aspecto da realidade, geralmente aspectos de maior interesse.
 
 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-mulher-menina-garota-3662668/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44
Período Operacional concreto
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-irmao-4473901/
 Na terceira etapa, considerada Período Operacional concreto que compreende dos 
sete aos onze anos de idade, as crianças se tornam mais conscientes do sentimento 
dos outros e dos eventos externos. Elas vão se tornando menos egocêntricas, come-
çando a perceber que nem todos compartilham seus pensamentos, crenças e senti-
mentos.
 De acordo com o autor, esse estágio é um grande ponto de virada no desenvolvi-
mento cognitivo da criança porque marca o início do pensamento lógico. O que isso 
quer dizer, que agora o pré-adolescente tem condições de desenvolver pensamentos 
abstratos, tem condições de resolver as questões internamente, ou seja, há a consoli-
dação de algumas noções.
Com isso há a consolidação das noções de classificação, sendo a capacidade de 
separar objetos, pessoas, fatos ou ideias a partir das características comuns. Seria-
ção sendo a capacidade de ordenar elementos de acordo com grandezas crescentes 
e decrescentes. A conquista do período sendo a organização lógica do pensamento, 
capacidade de considerar pontos de vista diferentes. Desenvolvimento da noção de 
reversibilidade sendo a capacidade de pensar a ação e sua anulação.
 Na quarta e última etapa, intitulada Período Operacional formal que compreende 
dos onze anos em diante, esses pré-adolescentes se tornam capazes de usar a lógica 
para resolver problemas, para planejar o futuro entre outras questões.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-irmao-4473901/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45
 Há distinção entre o real e o possível, a compreensão do intercâmbio entre o eu e 
o outro. O adolescente compreende melhor seus sentimentos e emoções e passa a 
interindividualizá-los, separando sentimentos pessoais e ideias coletivas, bem como 
passa a discutir conceitos mais abstratos como liberdade, ética, justiça, felicidade e 
questões que eles tanto gostam como tabus e dilemas pessoais e morais.
Período Operacional formal
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adolescente-aluno-aprendiz-atraente-1462630/Além desses períodos, Piaget (1970) discutiu sobre o papel da criança, enquanto 
protagonista ativo no seu próprio processo de aprendizagem, como se eles fossem 
pequenos cientistas, devendo explorar o mundo através de observações e experimen-
tações.
 Outro aspecto relevante a ser considerado se refere aos blocos de construção do 
conhecimento. Piaget considera que os esquemas são conjuntos de representações 
mentais que relacionamos com o mundo. Nesse sentido, como estamos sempre rece-
bendo novas informações e estímulos, esses esquemas estão em constante proces-
so de transição e reorganização.
 Por fim, o autor contribuiu elaborando compreensões sobre os processos de tran-
sição. Como ele percebia a evolução intelectual como um processo de adaptação ao 
mundo, essa adaptação pode ocorrer de duas formas, através da assimilação e da 
acomodação.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adolescente-aluno-aprendiz-atraente-1462630/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46
 Vale ressaltar que assimilação é quando a criança utiliza um esquema já existente 
para lidar com um novo objeto. Sobre a acomodação, ela acontece quando a criança 
não consegue assimilar a informação em um esquema já existente, por isso ela preci-
sa alterá-lo ou então criar um esquema.
 Com isso, quando a criança tem condições de desenvolver um processo metacog-
nitivo, ou seja, quando ela consegue explicar o que ela percebe ao seu redor, ela atinge 
o que o autor chama de equilíbrio.
Isto está na rede
Você sabia que os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância 
excessiva aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado. Os 
que afirmam isso em geral contrapõem a obra piagetiana a do pensador Lev 
Vygotsky. Para ele, como para Piaget, o aprendizado se dá por interação entre 
estruturas internas e contextos externos. A diferença é que, segundo Vygotsky, 
esse aprendizado depende fundamentalmente da influência ativa do meio so-
cial, que Piaget tendia a considerar apenas uma “interferência” na construção do 
conhecimento.
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-co-
locou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=EAIaIQobChMIlqaYqpfH6wIVA-
guRCh2i1g2bEAAYASAAEgLMWvD_BwE
Na aula de hoje ampliamos nosso conhecimento sobre a teoria desenvolvida por 
Jean Piaget. Discorremos sobre o significado de Epistemologia Genética, falamos so-
bre os quatro estágios, bem como sobre alguns outros pontos apresentados na teoria. 
Vale ressaltar que na teoria piagetiana, a aprendizagem escolar não é uma recep-
ção passiva do conhecimento transmitido, mas sim um processo ativo de elaboração, 
no qual a interação múltipla entre os alunos e os conteúdos que eles têm de aprender 
deve ser favorecida. 
Com isso, por meio das ações efetivas ou mentais que é realizado sobre o conteúdo 
da aprendizagem, o aluno irá se desenvolver, irá construir conhecimento.
Dito isso, na próxima aula aprofundaremos na teoria de Lev Vygotsky, que assim 
como Piaget trouxe mudanças significativas para a educação mundial. 
Te espero na próxima aula!
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=EAIaIQobChMIlqaYqpfH6wIVAguRCh2i1g2bEAAYASAAEgLMWvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=EAIaIQobChMIlqaYqpfH6wIVAguRCh2i1g2bEAAYASAAEgLMWvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=EAIaIQobChMIlqaYqpfH6wIVAguRCh2i1g2bEAAYASAAEgLMWvD_BwE
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47
AULA 7
LEV VYGOTSKY
7.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa sétima aula!
 Na aula passada nós aprofundamos o conhecimento de um teórico importante na 
área da Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Jean Piaget. Teremos 
agora o aprofundamento do segundo teórico, Lev Vygotsky, você perceberá que as 
formulações elaboradas pelo autor possibilitaram uma maior compreensão do pensa-
mento enquanto função cerebral, valorizando o processo de apropriação dos saberes 
pelas crianças. 
Ficou curioso para saber mais? Vamos conhecer o legado deixado por esse pensa-
dor?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
7.2 Teoria Sociointeracionista de Vygotsky
Lev Vygotsky
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/lev-vygotsky/
https://escolaeducacao.com.br/lev-vygotsky/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48
 Lev Semyonovich Vygotskij mais conhecido como Vygotsky (1896-1934), foi um 
psicólogo bielorusso que realizou uma série de pesquisas na área do desenvolvimento 
da aprendizagem e do papel necessário das relações sociais nesse processo. 
Autor da psicologia Histórico-Cultural, também conhecida como teoria Sociointera-
cionista, seus estudos são considerados mundialmente como uma das melhores teo-
rias de desenvolvimento, entretanto, elas só tomaram notoriedade pelos acadêmicos 
ocidentais muitos anos após sua precoce morte. 
Além dos estágios do desenvolvimento, que já foram mencionadas na quarta aula, 
a um consenso sobre a profunda influência do autor no sentido de mudar a percepção 
hegemônica de que o aluno seria apenas o sujeito da aprendizagem.
Anote isso
Vamos relembrar os quatro estágios de desenvolvimento elaborados por Vygot-
sky (1978): 
• Estágio Primitivo: que compreende do nascimento até os dois anos.
• Estágio de Psicologia Ingênua: que compreende dos dois aos três 
anos.
• Estágio da Fala Egocêntrica: que compreende dos três aos sete anos.
• Estágio de Crescimento Interior: compreende o período a partir dos 
sete anos.
De acordo com Vygotsky, a interação da criança com o meio em que vive por in-
termédio do uso de signos, seja pela linguagem falada ou escrita, resultaria no seu 
desenvolvimento cognitivo, ou seja, ele acreditava que o ser humano só poderia se 
constituir através da relação com o outro social.
Nesse sentido, o autor entendia que o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio 
da interação do sujeito com o meio social. Assim, o homem é um ser ativo, histórico e 
social que através de interações constrói e também modifica o ambiente.
Para Vygotsky, “a cultura torna-se parte da natureza humana num processo históri-
co que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamen-
to psicológico do homem” (LA TAILLE et al, 1992, p.24).
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49
Essa consideração ressignificou a aprendizagem tornando-a em uma experiência 
social, ressaltando o ensino a partir das condições de vida do aluno, bem como suas 
interações sociais com professores e mediadores de conhecimento.
Criança em interação: a experiência que leva a aprendizagem
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-amor-ao-ar-livre-2983468/
Ao ressignificar a aprendizagem o autor ressaltou o papel do professor, afirmando 
que ele deve interferir e provocar a aprendizagem, diferentemente de outras teorias 
divulgadas na época que afirmavam que o aluno era como uma folha em branco e que 
ao professor comportaria apenas a transmissão do conhecimento para essa folha. 
Vale ressaltar que para Vygotsky (2007, p. 103)
[...] aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequada-
mente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento 
vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossí-
veis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e universal 
do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente or-
ganizadas e especificamente humanas.
Tal afirmação reforça a necessidade de uma maior compreensão do desenvolvi-
mento a partir de um processo complexo edinâmico de aprendizagem, constituído 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-amor-ao-ar-livre-2983468/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50
por elaborações e reelaborações, em que a aprendizagem estimula o processo de de-
senvolvimento que em contrapartida incita processos internos que ao serem internali-
zados, se tornam novas aquisições independentes para uma pessoa (DAINÊZ, 2009).
A partir dessa compreensão, Vygotsky deixa uma das suas maiores contribuições 
para a educação, sistematizando os conceitos de Zona de Desenvolvimento Real, 
Zona de Desenvolvimento Proximal e Zona de Desenvolvimento Potencial. 
Para Vygotsky (2007, p. 95-96), a Zona de Desenvolvimento Real se refere ao “ní-
vel de desenvolvimento das funções mentais da criança que se estabelecem como 
resultados de certos ciclos de desenvolvimento já contemplados”. A Zona de Desen-
volvimento Potencial se refere ao que o aluno pode aprender com o outro, lembrando 
que o outro é alguém que já possui um nível de aprendizagem mais elevada. Sobre a 
Zona de Desenvolvimento Proximal se refere ao espaço entre o que a criança já sabe, 
já possui e o que ela precisa construir, avançar, ou seja, as funções que ainda estão em 
processo de maturação, processo de aprendizagem.
Podemos compreender que Vygotsky conceituou como zonas de desenvolvimento 
proximal essas provocações de aprendizagem que buscam alterar a posição de co-
nhecimento do aluno, do momento ou estágio de onde ele se encontra até a possibili-
dade de avançar e atingir novas zonas de conhecimento, ou seja, o conhecimento que 
a criança já possui, chamado de conhecimento real, e o que ela será capaz de realizar 
desde que sofra uma intervenção de um adulto, especialmente de um professor, cha-
ma de conhecimento potencial.
Crianças e necessidade de interação em diversos espaços
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/garoto-menino-rapaz-crianca-3997718/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/garoto-menino-rapaz-crianca-3997718/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51
Com relação aos outros aspectos do conhecimento, o autor também se dedicou ao 
estudo das funções psicológicas superiores que contemplam os processos que envol-
vem a memorização, imaginação, representação simbólica, formação de conceitos, 
imitação, internalização dentre outros.
Vygotsky discorre sobre a importância da sociedade de da cultura, haja visto que 
cada uma dessas funções psicológicas superiores têm origem nas relações do indiví-
duo com seu contexto social e cultural. Dessa forma, esses aspectos se tornam repre-
sentação de mundo, gerando uma mediação acessível àquele que está aprendendo.
Vygotsky (2007, p. 76) também afirma que essas funções do ser humano não são 
inatas, mas desenvolvem-se ao longo de toda a vida. Para ele, “[...] a internalização das 
atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas constitui o aspec-
to característico da psicologia humana”. 
Vygotsky concluiu que as origens das formas superiores de comportamento 
consciente deveriam ser achadas nas relações sociais que o indivíduo man-
tém com o mundo exterior. Mas o homem não é apenas um produto de seu 
ambiente, é também um agente ativo no processo de criação deste meio 
(LURIA, 1992, p. 25).
 Dessa forma, o autor reforça a importância da mediação, começando pela família, 
até porque o desenvolvimento da aprendizagem começa muito antes de a criança en-
trar na escola, e perpassa por ela, para que ele tenha em contato com o professor os 
saberes formalizados e sistematizados.
 Através das vivências com os outros nos tornamos nós mesmos
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/garotos-meninos-rapazes-filhos-4964542/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/garotos-meninos-rapazes-filhos-4964542/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52
Nessa aula apresentamos a teoria sociointeracionista de Lev Vygotsky, antes de 
finalizar o conteúdo precisamos destacar um pouco do contexto na qual o teórico 
vivenciou. 
Isto está na rede
Vejamos algumas curiosidades sobre o pensador. De família abastada, Vygot-
sky teve uma formação sólida desde criança. Aos 18 anos matriculou-se no 
curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. 
Formado, lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laborató-
rio de psicologia, área em que rapidamente ganhou destaque, tendo produzido 
mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o 
mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de 
William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensi-
no-como-processo-social
Ao pesquisar o desenvolvimento humano, especialmente o desenvolvimento cog-
nitivo, o aprendizado e a linguagem na União Soviética, Vygotsky sofreu influência das 
demandas sociopolíticas daquele período e daquela sociedade, o que propiciou uma 
tentativa pessoal de reorganização da psicologia sob o paradigma do materialismo 
marxista.
Nesse sentido, as ideias de coletividade, de flexibilidade do homem face à cultura e 
do uso de instrumentos transformadores da natureza para moldar o próprio homem 
são congruentes com a mentalidade em que o pensador estava inserido. 
Obviamente que esse cenário e influência acabou afastando uma demanda de 
estudiosos, por não concordarem com a abordagem teórica utilizado pelo autor, en-
tretanto, trouxe um público que compreendeu que ao destacar os aspectos sociais 
Vygotsky estava ressaltando a importância de conhecermos ainda mais a fundo as 
pessoas, não apenas através de suas palavras, mas buscando compreensão as vivên-
cias, o pensamento e as verdadeiras motivações.
Agora que conhecemos Lev Vygotsky e suas contribuições, vamos conhecer na 
próxima aula mais um grande autor da área da Psicologia do Desenvolvimento aplica-
da a aprendizagem. Vamos descobrir qual é?
Te espero na próxima aula!
https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensino-como-processo-social
https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensino-como-processo-social
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53
AULA 8
HENRI WALLON
8.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa oitava aula!
 Essa aula representa a metade da nossa disciplina, nela nós vamos encerrar o ciclo 
de pensadores que conhecemos. Grandes teóricos que transformaram a visão que 
temos sobre a Psicologia do Desenvolvimento e sobre o Desenvolvimento da Aprendi-
zagem humana.
Após conhecermos Jean Piaget e Lev Vygotsky, nessa aula nós nos aprofundare-
mos da teoria de Henri Wallon.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
8.2 Psicogênese da pessoa completa: teoria de Henri Wallon
Henri Wallon. 
Fonte: https://formacaoempsicologia.blogspot.com/p/henri-wallon-1879-1962-frances-medico.html?m=0
https://formacaoempsicologia.blogspot.com/p/henri-wallon-1879-1962-frances-medico.html?m=0
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54
 Henri Paul Hyancinthe Wallon (1879-1962) nasceu na França. Filósofo, médico e 
psicólogo, marcou sua vida por intensa produção intelectual e ativa participação na 
política francesa.
Tornou-se conhecido pelos seus estudos dedicados principalmente à infância, onde 
ele desenvolveu pesquisas e apresentou ser um teórico interacionista. Para Wallon, o 
processo de aprendizagem é dialética, ou seja, não é adequado postular verdades ab-
solutas, mas sim, revitalizar direções e possibilidades. 
Nesse sentido, o autor propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação ao 
seu caráter cognitivo quando ao caráter afetivo e motor.Ele compreende que apesar 
da cognição ser importante, ela não é mais importante do que a afetividade e a motri-
cidade.
 Dessa forma, seus estudos resultaram na construção da teoria que, por sua abran-
gência e profundidade, é denominada como Psicogênese da Pessoa Completa. 
Nela, ele propõe que o desenvolvimento seja estudado de maneira integrada, en-
globando a afetividade, a motricidade e a inteligência enquanto campos funcionais 
nos quais se distribui a atividade infantil, bem como os diferentes momentos de sua 
evolução psíquica, numa perspectiva global. 
As proposições de Wallon demandam que se estude o desenvolvimento infantil to-
mando a própria criança como ponto de partida, buscando compreender cada uma de 
suas manifestações no conjunto de suas possibilidades, sem interferência da lógica 
adulta.
Afeto no início da vida
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/bebe-bonitinho-compacto-crianca-895515/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/bebe-bonitinho-compacto-crianca-895515/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55
 Considerando esse panorama, vejamos os quatro elementos básicos para as ideias 
de Wallon, sendo 1) Afetividade; 2) Emoção; 3) Movimento; e 4) Formação do Eu.
Sobre a afetividade e a emoção, elas são consideradas como principais elementos 
do desenvolvimento humano. As emoções têm papel fundamental no desenvolvimen-
to da pessoa já que é por meio delas que o ser humano exterioriza seus desejos e suas 
vontades. Com relação ao movimento, as emoções da organização dos espaços para 
se movimentarem, com isso, a motricidade tem um caráter pedagógico tanto pela 
qualidade do gesto e do movimento, quanto pela maneira com que ele é representado.
Além dos elementos básicos, outro aspecto relevante na teoria de Wallon é a apre-
sentação dos estágios. Vale ressaltar que as idades e o tempo de duração de cada 
estágio variam de criança para crianças, por conta das características individuais e 
suas relações (BARROS, 2008).
Dessa forma, o primeiro estágio é o Impulsivo-Emocional que compreende de zero 
a um ano. Nela a criança realiza movimentos reflexos involuntários e impulsivos. Aos 
poucos vai respondendo afetivamente aos adultos que são seus intermediários entre 
ele e a realidade externa, nessa relação passa a usar gestos para se comunicar. 
Aos 3 meses consegue sorrir para as pessoas, fortalecendo só vínculos com as 
pessoas e é através da afetividade que se estabelece os mais fortes vínculos com as 
pessoas. 
Ainda nesse estágio a função inicial da emotividade é mobilizar a mãe que irá aten-
der as suas necessidades. É pela emoção expressiva, choro, grito etc., que o bebê 
comunica as suas necessidades. 
Até aproximadamente um ano o bebê está concluindo o processo de socialização 
com as pessoas que o cercam, fase em que ainda é totalmente dependente. Se inte-
ressam por objetos à medida em que estes são apresentados pelos adultos. Com o 
avançar do desenvolvimento a criança vai aprendendo a agir diretamente com seu 
meio, em um processo crescente de individuação; torna-se mais autônoma.
Com relação ao segundo estágio, intitulado Sensório-Motor e Projetivo, que com-
preende de um a três anos. Wallon afirma que a exploração do ambiente físico se 
acentua na medida em que a criança aprende a segurar coisas e a se deslocar. 
O desenvolvimento das capacidades cognitivas das crianças está em pleno desen-
volvimento, explorando o mundo através dos sentidos e habilidades motoras. Tudo 
deve ser tocado e sentido. Pouco a pouco o ato motor vai diminuindo e cedendo lugar 
ao ato mental, ao pensamento, como o desenvolvimento da fala o pensamento tam-
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56
bém ganha impulso. 
Sobre a aquisição da linguagem permite que o pensamento se manifeste através 
da fala, o que rompe com a manifestação motora do pensamento, e isso representa 
um salto qualitativo no desenvolvimento infantil. É necessário que a vivência sensória 
motora do mundo seja inibida pela criança para que a sua vida mental floresça.
O terceiro estágio para Wallon é conhecido como Personalismo que compreende 
de três a seis anos, período em que há um conflito entre seu desejo pela autonomia e 
o fortalecimento do vínculo com a família. Como o processo de formação da persona-
lidade é a tarefa psíquica mais importante desse estágio, a criança nega os adultos, 
muitas vezes se opondo a eles. 
Seu pensamento volta-se quase que exclusivamente para si. Ela precisa adquirir 
consciência de si mesma em suas relações com o mundo. 
Nessa etapa ocorre o início da vida escolar, o vínculo familiar se flexibiliza e a crian-
ça se direciona para a autonomia uma vez que a vida escolar exige que tome decisões 
sozinhas, realize escolhas, concorde ou discorde, enfim, se vendo em situações con-
flituosas.
Ao mesmo tempo em que caminha para autonomia, se desenvolve a imitação dos 
adultos que convive, modo de ser e pensar por que admiram. Afetividade se manifesta 
de modo mais simbólico, por palavras e ideias.
 Na próxima etapa, intitulada Categorial, que compreende de sete a 12 anos, a crian-
ça utiliza cada vez mais a inteligência para explorar e conhecer os objetos no meio 
físico e social que podem ser transformadas e remanejadas dando margem à criativi-
dade. 
A inteligência e o interesse pelo mundo externo predominam. A criança avança 
para o pensamento abstrato, ganha maior controle de habilidade como a memória 
voluntaria obtém maior controle da atenção.
 No último estágio, intitulado Adolescência, que compreende o período a partir dos 
12 anos, as modificações corporais que resultam da ação dos hormônios sexuais le-
vam ao adolescente a buscar uma nova personalidade. Há uma ruptura do equilíbrio 
afetivo, deseja compreender suas inquietações, seus desejos, sua sexualidade e sua 
real identidade, sendo importante que o adulto ao perceber essas necessidades ofere-
ça diálogo e apoio aos adolescentes. O adolescente deseja diferenciar-se do adulto. 
Além disso, o adolescente apresenta contornos mais racionais, criando teorias so-
bre seus relacionamentos com as pessoas. Os conflitos internos e externos fazem 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57
com que ele se volte para si mesmo, a fim de buscar o autoconhecimento, bem como 
a sua autoafirmação, como forma de lidar com as transformações corporais e psíqui-
cas impulsionadas pela maturação sexual.
O desenvolvimento permanece por toda a vida e não se encerra na adolescência. A 
afetividade e a cognição sempre estarão em movimento, em interação entre as inúme-
ras atividades que desenvolvemos ao longo da vida.
 
Afeto entre pai e filho. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/afeicao-carinho-simpatia-afro-americano-4259705/
Nessa aula conhecemos a Psicogênese da Pessoa Completa de Henri Wallon que 
por sua abrangência, serve de base para direcionar muitas ações no campo educacio-
nal. 
Percebemos que as proposições pedagógicas apresentadas pelo autor indicam a 
necessidade de reformulação no contexto escolar, a partir de um processo de reflexão 
da própria escola acerca de suas dimensões sócio-políticas e de seu papel no movi-
mento de transformações da sociedade.
 Na próxima aula falaremos sobre desenvolvimento emocional, conteúdo valorizado 
pelo estudioso estudado nessa aula. 
Te espero na próxima aula!
https://www.pexels.com/pt-br/foto/afeicao-carinho-simpatia-afro-americano-4259705/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58
AULA 9
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
9.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa nona aula!
Nas aulas anteriores conhecemos pensadores fundamentais para a Psicologia 
do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Percebemos já na aula passada com Henri 
Wallon a importância do afeto parao desenvolvimento humano, falamos brevemente 
sobre as emoções. Nessa aula vamos aprofundar sobre o desenvolvimento emocio-
nal, ou seja, sobre o desenvolvimento da inteligência emocional.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
9.2 Teoria da Inteligência Emocional
 Diversas emoções
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/raiva-irritacao-bravo-irritado-3812743/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/raiva-irritacao-bravo-irritado-3812743/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59
Nós seres humanos somos dotados de um sistema racional e de um sistema emo-
cional, apesar de a maioria das pessoas acreditarem que o órgão humano que re-
presenta as emoções ser o coração, ambos esses sistemas estão localizados e são 
comandados pelo nosso cérebro, ou seja, nossas emoções são elaboradas, sentidas 
e gerenciadas pelo nosso cérebro.
Isto acontece na prática
Já sabemos que uma parte do cérebro processa as emoções, essa região tam-
bém é conhecida como cérebro emocional. Enquanto o cérebro racional cuida 
do senso crítico e da capacidade de análise e resolução de problemas, o cérebro 
emocional promove as reações que dão origem aos sentimentos.
Para conhecimento, o cérebro emocional fica no sistema límbico, nome que se 
dá à parte frontal responsável por emoções, memória e aprendizagem. A parte 
que analisa riscos e vivências que posteriormente resultarão em sentimentos, é 
conhecida como Amígdala.
Fonte: https://www.napratica.org.br/o-que-e-inteligencia-emocional/
Nossas emoções estão presentes em todos os momentos da nossa vida, da infân-
cia até a velhice, não importa a idade ou o momento, elas sempre vão nos acompa-
nhar e afetar positiva ou negativamente as nossas ações. 
Vejamos qual a definição da emoção, para não a confundir com os sentimentos. A 
palavra emoção vem do latim ex movere, que quer dizer, em uma tradução livre, “mo-
ver para fora”. A derivação faz sentido, uma vez que demonstrar nossos sentimentos 
nada mais é do que colocar para fora o que se passa no nosso interior. Com isso a 
emoção é uma sensação que pode causar até mesmo impactos físicos, provocados 
por estímulos de diferentes naturezas. 
Apesar de muitas pessoas utilizarem a emoção como sinônimo de sentimento, 
existe uma sutil diferença, considerando que sentimento é o que sentimos de modo 
interiorizado e emoção é a forma pela qual essa sensação é externalizada.
Uma vez que sabemos a definição precisamos saber que existem emoções primá-
rias, são apenas seis sendo elas, raiva, medo, alegria, tristeza, surpresa e nojo. As qua-
tro primeiras são as que adaptam ao nosso estado de espírito, são raiva medo, alegria 
https://www.napratica.org.br/o-que-e-inteligencia-emocional/#:~:text=Goleman%20descreve%20a%20intelig%C3%AAncia%20emocional,da%20intelig%C3%AAncia%20de%20um%20indiv%C3%ADduo
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60
e tristeza. As demais emoções, nojo e surpresa são as que mais utilizamos para nos 
proteger de desentendimentos e brigas.
Existem emoções secundárias que ao contrário das emoções citadas anteriormen-
te, não estão presentes desde nosso nascimento, as emoções secundárias são ad-
quiridas ao longo da nossa vida, através das nossas referências, na infância por in-
fluência da nossa família, depois perpassando pela escola e com isso, pelas diversas 
comunidades pelas quais nós passamos ao nos desenvolver.
Independente se são primárias ou secundárias, as nossas emoções podem ser ma-
nifestas de diversas formas, elas são expressas nas nossas ações, nas expressões, 
na nossa voz... elas podem ser ambivalentes, fracas e quase imperceptíveis como um 
simples bocejo de tédio, ou intensa como a raiva que pode fazer a pele do nosso rosto 
corar e fazer nosso sangue subir.
Anote isso
 Você sabia que podemos ter até 27 emoções? Vamos aumentar nosso vocabu-
lário e conhecer cada uma delas: 1) Admiração; 2) Adoção; 3) Alívio; 4) Anseio; 
5) Ansiedade; 6) Apreciação estética; 7) Arrebatamento; 8) Calma; 9) Confusão; 
10) Desejo sexual; 11) Dor empática; 12) Espanto; 13) Estranhamento; 14) Ex-
citação; 15) Horror; 16) Inveja; 17) Interesse; 18) Júbilo; 19) Medo; 20) Nojo; 21) 
Nostalgia; 22) Raiva; 23) Romance; 24) Satisfação; 25) Surpresa; 26) Tédio; e 27) 
Tristeza.
Vejamos algumas teorias sobre as emoções. A primeira que precisamos conhecer 
é a teoria das emoções básicas, ela define raiva, medo, alegria e tristeza com as qua-
tro emoções básicas que todo o ser humano sente. Elas são elementares e, a partir 
delas e suas combinações, que surgem as mais complexas. 
A designação “básicas” também tem a ver com os pesquisadores acreditarem que 
elas são vitais para a nossa sobrevivência. A segunda teoria é a das Seis emoções uni-
versais, onde foram descobertas mais duas emoções universais, a surpresa e o nojo 
foram somados à lista prévia.
 A surpresa está diretamente ligada à alegria e a tristeza, podendo manifestar sinto-
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61
mas como alteração respiratória e da frequência cardíaca, além do aumento do tônus 
muscular. Já o nojo está mais próximo do medo e da raiva e, normalmente, desenca-
deia problemas gastrointestinais e náuseas.
 Outra teoria que podemos mencionar é a Somática, que analisam mais os reflexos 
físicos causados pelas emoções do que elas, em si. As emoções são resultados de re-
ações fisiológicas que temos perante os acontecimentos. Assim, nossos sentimentos 
dependeriam de como os estímulos físicos são interpretados pelo nosso cérebro.
 Uma das teorias mais conhecidas é a Roda das Emoções de Robert Plutchik, que 
tenta mostrar, através de um diagrama em formato de estrela de oito pontas, como a 
combinação de emoções pode resultar em um terceiro sentimento.
 Na roda de emoções, cada ponta representa uma sensação primária com o seu par 
oposto: antecipação e surpresa, confiança e nojo, irritação e medo, alegria e tristeza. 
A partir daí, pode ocorrer uma combinação grande de variáveis, que vão dar origem 
a outros sentimentos. Por exemplo, confiança e alegria propiciam o amor, enquanto 
raiva e nojo levam ao desprezo.
Roda das Emoções de Plutchik
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Plutchik
https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Plutchik
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62
 Por fim, apresentamos a Teoria da Inteligência emocional, possivelmente uma das 
mais estudadas e mencionadas na última década. Inteligência emocional é o nome 
que se dá ao conjunto de competências relacionadas às emoções, mais especifica-
mente sobre como e quanto se percebe, compreende e faz o devido gerenciamento.
 Para alguns autores, a inteligência emocional está ligada a quatro domínios bási-
cos, sendo 1) a percepção das emoções, ou seja, a precisão com que uma pessoa 
identifica as emoções; 2) o raciocínio das emoções, sendo a habilidade de empregar 
as informações emocionais para facilitar o raciocínio; 3) o entendimento das emo-
ções, ou seja, captar variações emocionais nem sempre evidentes e compreender a 
fundo as emoções; e 4) gerenciamento das emoções, sendo a aptidão para lidar com 
os próprios sentimentos (SALOVEY; SHIYTER, 2000).
 Um dos teóricos mais conhecidos nessa área é Daniel Goleman, apesar de não ter 
introduzido o conceito de Inteligência Emocional, o psicólogo e escritor, foi o grande 
responsável por popularizá-lo. 
Para Goleman (1995), a inteligência emocional é a capacidade de uma pessoa de 
gerenciar seus sentimentos, de modo que eles sejam expressos de maneira apropria-
da e eficaz. 
Para o autor, o controle das emoções é essencial para o desenvolvimento da inte-
ligência de um indivíduo. Seu modelo foca em uma série de competências e habilida-
des que, de acordo com ele, propiciammelhores desempenhos pessoais e inclusive 
profissionais.
Sobre os fundamentos do modelo de Goleman, ele posiciona a inteligência emo-
cional como o conjunto de competências e habilidades fundamentadas em cinco pi-
lares, sendo 1) Autoconsciência – capacidade de reconhecer as próprias emoções; 2) 
Autorregulação – capacidade de lidar com as próprias emoções; 3) Automotivação 
– capacidade de se motivar e de se manter motivado; 4) Empatia – capacidade de 
enxergar as situações pela perspectiva dos outros; e 5) Habilidades sociais – conjunto 
de capacidades envolvidas na interação social (GOLEMAN, 1995).
Qual o mood depois dessa aula?
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-encantador-cativante-lindo-3807758/
Nessa aula vimos teorias sobre o Desenvolvimento Emocional. Por muitos anos 
pensamos que as emoções se desenvolvem de forma involuntária, e infelizmente, 
muitos acreditam que isso ainda se dá dessa forma. No entanto, já sabemos que não 
é assim que nosso sistema emocional funciona. 
Nesse sentido, sabemos que é de fundamental importância sabermos reconhecer 
nossas emoções e aprender a controlar o que sentimos, ou seja, é de extrema relevân-
cia que desenvolvamos a competência da inteligência emocional, para que possamos 
administrar melhor nossas emoções, tendo-as ao nosso favor.
Não entramos nesse mérito nessa aula, mas vale ressaltar que esse tipo de compe-
tência pode ser desenvolvido desde a infância, com atividades sistemáticas de modo 
que possamos alinhar isso à aprendizagem dos alunos, ajudando os mesmos a terem 
mais equilíbrio emocional em momentos dentro e fora das salas de aula (ALZINHA, 
2010).
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-encantador-cativante-lindo-3807758/ 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64
Hoje isso já está se tornando uma realidade, para alunos de duas gerações atrás 
isso nem era cogitado, você já imaginou como seria se você soubesse controlar sua 
ansiedade ou medo na hora de uma prova, momento em que por causa das emoções 
intensas você era bloqueado ou paralisado intelectualmente? Por isso, essa é uma 
das competências que você mais ouvirá falar nos próximos anos.
Agora que nós já sabemos sobre o desenvolvimento emocional, vamos falar nas 
próximas aulas sobre o Desenvolvimento Psicomotor.
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65
AULA 10
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
10.1 Introdução
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa décima aula!
A partir de agora iremos aprender sobre o Desenvolvimento Psicomotor, veremos a 
definição, os aspectos teóricos, bem como a importância dessa área para o desenvol-
vimento da aprendizagem.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
10.2 Definindo a Psicomotricidade: a importância do desenvolvi-
mento psicomotor para a aprendizagem
Psicomotricidade, o início
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ao-ar-livre-areia-balde-brincar-6459/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/ao-ar-livre-areia-balde-brincar-6459/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66
Você deve ter observado que ao longo dessa disciplina mencionamos algumas ve-
zes a importância da movimentação, a relevância desse aspecto para o desenvolvi-
mento dos aspectos físicos e com isso os cognitivos. 
Falamos sobre movimento e motricidade, agora vamos nos aprofundar nessa te-
mática, começando a responder a seguinte questão: o que é Psicomotricidade? Além 
disso, qual a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento humano, bem 
como para a aprendizagem?
O termo psicomotricidade aparece a partir do discurso médico, quando foi neces-
sário no início do século XIX nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além 
das regiões motoras. 
Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia,começamos a obser-
var que existem diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou 
sem que a lesão esteja claramente localizada, ou seja, o esquema anátomo-clínico 
que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal já não podia ex-
plicar alguns fenômenos patológicos. 
Em função desse questionamento surge a necessidade médica de encontrar uma 
área que explique certos fenômenos clínicos, nomeando em 1870, pela primeira vez, 
o termo psicomotricidade.
Por isso, ainda recentemente, percebemos que as primeiras pesquisas que dão ori-
gem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico, 
baseado ao modelo médico.
 Desenvolvimento pricomotor
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/panorama-vista-paisagem-moda-3036405/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/panorama-vista-paisagem-moda-3036405/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67
Uma das primeiras definições surge com a contribuição do psiquiatra Julián de Aju-
riaguerra, considerado o pai da psicomotricidade, que por sua vez, definiu-a como sen-
do a ciência da saúde e da educação, visando a representação e a expressão motora.
Para autores contemporâneos, psicomotricidade, é um termo empregado para 
uma concepção de movimento organizado e integrado em função das experiências 
vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua 
socialização.
De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP):
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem atra-
vés do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e exter-
no. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das 
aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conheci-
mentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto (ABP, [s. d.]).
Para Le Boulch (1992), a psicomotricidade se dá mediante ações educativas de 
movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe uma 
imagem do corpo e contribuindo para a formação de sua identidade e personalidade. 
A Psicomotricidade é uma prática pedagógica que visa contribuir para o desen-
volvimento integral da criança no processo de aprendizagem, dessa forma, ocupa 
um lugar importante no desenvolvimento humano, favorecendo os aspectos físicos, 
mentais, afetivo-emocionais e socioculturais, e busca estar sempre condizente com a 
realidade dos educandos. 
Nesse contexto, em relação ao corpo, destacam-se o correr, o pular e as atividades 
corporais amplas e finas, como recortar, escrever e outras produções psicomotoras 
que se ocupam do corpo em movimento. As atividades psicomotoras englobam tanto 
o motor quanto o afetivo e cognitivo - elementos primordiais para o desenvolvimento 
infantil. 
De acordo com Alves (2007), as atividades psicomotoras oferecem aos alunos con-
dições para desenvolverem suas capacidades básicas em diversos aspectos do de-
senvolvimento humano.
Dessa forma, precisamos considerar que na atualidade a Psicomotricidade não é 
exclusivamente de um novo método ou de uma “escola” ou de uma “corrente” de pen-
samento, nem constitui uma técnica, um processo, mas visa fins educativos pelo em-
prego do movimento humano.
Vale ressaltar que na educação infantil, por exemplo, a prioridade é ajudar a criança 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68
a ter uma percepção adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades 
e limitações reais e ao mesmo tempo auxiliá-la a se expressar com maior liberdade, 
conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras, ou seja, auxiliar no de-
senvolvimento de 1) Habilidades motoras que levem a criança a aprender a conhe-
cer o seu próprio corpo e a se movimentar livremente; 2) Habilidadesmotoras finas, 
através de diversas atividades que facilitam a escrita; 3) Possibilitar a exploração do 
mundo físico e o conhecimento do espaço que a cerca; 4) Facilitar a comunicação e a 
expressão das ideias; e 5) Percepções rítmicas através de jogos corporais e danças. 
De qualquer forma, é necessário realizar uma ressalva, de que o desenvolvimento 
psicomotor pode ser um processo vagaroso, sendo de extrema importância o apoio 
direto da coordenação pedagógica que deve orientar e dar suporte aos educadores 
para que o trabalho englobando a psicomotricidade possa ser bem executado (GEN-
TILE, 2005).
Isto está na rede
 Para aprofundamento na área indicamos a entrevista disponibilizada pelo psi-
comotricista argentino Esteban Levin, onde ele indica que os movimentos cor-
porais sejam inseridos nas atividades de todas as disciplinas curriculares.
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-
-aluno-a-aprender
 
https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-aluno-a-aprender
https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-aluno-a-aprender
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69
Movimentos em todas as idades
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-ao-ar-livre-bolhas-2914265/
É necessário salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser 
humano. Pois desde a vida intrauterina realizamos movimentos com o nosso corpo, 
na qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento.
A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência 
ativa, onde a criança se confronta com o meio. As educações provenientes dos pais e 
do âmbito escolar não tem a finalidade de ensinar a criança comportamento motores, 
mas sim permite exercer uma função de ajustamento individual ou em grupo.
Dessa forma, o desenvolvimento psicomotor pode ser um processo vagaroso, sen-
do de extrema importância o apoio direto da coordenação pedagógica que deve orien-
tar e dar suporte aos educadores para que o trabalho englobando a psicomotricidade 
possa ser bem executado (GENTILE, 2005).
Agora que nós já sabemos sobre a definição de Psicomotricidade, vamos falar na 
próxima aula sobre as áreas psicomotoras.
Te espero na próxima aula!
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-ao-ar-livre-bolhas-2914265/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70
AULA 11
ÁREAS PSICOMOTORAS
11.1 Introdução 
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa décima primeira aula!
Na aula passada vimos que o desenvolvimento psicomotor é o aumento da capaci-
dade de realizarmos funções cognitivas e motoras progressivamente mais comple-
xas. Está envolvido nesse processo a capacidade física, intelectual e social da crian-
ça. 
Considerando esse panorama, nesta aula iremos falar sobre os estágios e áreas psi-
comotoras, considerando suas características e especificidades.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
11.2 Estágios e áreas psicomotoras
Por intermédio da educação psicomotora é possível desenvolver uma boa aprendi-
zagem que é uma educação global associada aos aspectos afetivos, sociais, intelec-
tuais e motores da criança. Dessa forma, ocorrerá uma ampliação das habilidades e 
capacidades, resultando no desenvolvimento da motricidade (MALUF, 2008).
Para Sandri (2010), a educação psicomotora contribui, significativamente para pro-
mover uma base indispensável para o desenvolvimento afetivo, motor e psicológico. 
Nesse sentido, Borges e Rubio (2013) descrevem que a aprendizagem ocorre me-
diante uma construção de saberes e o professor assume uma postura de facilitador 
desse processo. Sendo assim, esse profissional deve buscar e propor estratégias de 
ensino que consolidem a aprendizagem de modo a oportunizar o desenvolvimento de 
cada criança. 
Craydy e Kaercher (2001), por fim, destacam o papel do professor diante do de-
senvolvimento infantil que é o de proporcionar diversas experiências enriquecedoras, 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71
no sentido de que, cada ser em construção, possa estabelecer sua autoestima, bem 
como o aprimoramento de suas capacidades. 
Considerando esse panorama teórico é importância ressaltar que é necessária que 
os professores conheçam cada um dos estágios psicomotores, suas características, 
para que possam desenvolver atividades avaliativas, bem como atividades interventi-
vas.
Não podemos perder de vista que o desenvolvimento psicomotor vai influenciar 
diretamente nas experiências que o bebê poderá ter durante sua infância, habilidades 
motoras como aprender os movimentos adequados na hora de comer, engatinhar, 
andar, são de extrema importância na fase dos 7 aos 12 meses. 
Com isso, vejamos cada um dos estágios e quais as principais áreas psicomotoras 
respectivamente.
Primeiro estágio. 
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-amor-bebe-421884/
Pode parecer que não, mas um bebê tem muito trabalho, temos a ideia equivoca-
da de que ele passa seu tempo apenas descansando, mas não consideramos todo 
o investimento que ele faz para realizar suas primeiras grandes experiências, como 
mamar, se conhecer etc.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-alegria-amor-bebe-421884/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72
O bebê de 7 meses, por exemplo, já consegue equilibrar sua cabeça, ele gosta de 
ficar sentado, mas ainda não consegue fazê-lo sozinho, está mais atento ao mundo 
pelos reflexos visuais que lhe é proporcionado, a boca e a garganta já estão mais or-
ganizados, consegue vocalizar grande partes das vogais e consoantes e possui um 
prazer especial em gritar e gorgolejar. 
É nessa fase que os bebês passam a alternar os passos quando suspensos, esse é 
um mecanismo natural muito importante para os futuros passos.
Segundo estágio
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-banquinho-bebe-bonitinho-459976/
 Os bebês desse estágio estão sendo bem representados pela imagem, são bebês 
mais inquietos, que não conseguem mais passar tanto tempo deitados. Essa é uma 
fase de emancipação do bebê, nesse momento ele passa e se locomover também 
segurando nos objetos, pelo desenvolvimento da percepção que tem em relação às 
pessoas adquire nova capacidade de imitação, começa a ter noção de permanência 
de objeto.
 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-banquinho-bebe-bonitinho-459976/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73
Terceiro estágio
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acessorios-para-cabeca-adoravel-alimentacao-ao-ar-livre-2295750/
No primeiro ano, o bebê consegue sentar-se sozinho, entender que quando um ob-
jeto some de seu campo visual ele ainda existe; estão preparados para comerem so-
zinhos com a colher, porém, como ainda não possuem desenvoltura no pulso esse 
comer ainda é desajeitado, além de iniciar seus primeiros passos sozinho.
 Realizar um movimento tão complexo como andar sozinho é necessário o domínio 
de habilidades específicas.
 
Quarto estágio
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/baile-bola-bola-de-futebol-crianca-2338048/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/acessorios-para-cabeca-adoravel-alimentacao-ao-ar-livre-2295750/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/baile-bola-bola-de-futebol-crianca-2338048/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74
Aos 2 anos a criança chuta uma bola, explora intencionalmente os brinquedos, faz 
traços horizontais, utiliza frase de pelo menos quatro palavras, consegue abrir uma 
porta e/ou gaveta, ajuda ativamente a se vestir ou a se despir,consegue juntar brin-
quedos de encaixe, imita movimentos verticais e horizontais.
Quinto estágio
 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-ao-ar-livre-area-atividade-296301/
 Aos 3 anos prevalece a vontade de se afirmar, geralmente nessa fase a criança 
expressa interesse em atividades em que é solicitada que faça desenhos, brinca com 
outras crianças e já assume papéis na brincadeira, apresenta uma melhor percepção 
do espaço, equilibra-se em um pé e na ponta dos pés por um pequeno período de tem-
po, controla-se em equilíbrio com os olhos fechados, coordena a marcha e a corrida, 
demonstra o domínio da coordenação motora grossa.
 
Sexto estágio
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aconselhamento-afeicao-alegre-alegria-1128318/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-ao-ar-livre-area-atividade-296301/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aconselhamento-afeicao-alegre-alegria-1128318/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75
Aos 4 anos a criança já consegue desenvolver atividades como segurar o lápis na 
posição correta e pedalar; demonstra interesse pelos sentimentos das pessoas que 
estão ao seu redor, como, por exemplo, perceber que sua mãe está triste e tentar con-
fortá-la; consegue fazer desenhos do corpo e de casas, apresenta noção em relação 
ao corpo, sobe e desce escadas alternadamente, sabe seu nome completo, sexo, ida-
de e, em alguns casos, o endereço; sabe esperar sua vez.
Nessa aula vimos algumas características e especificidades do desenvolvimento 
psicomotor. Pudemos perceber que com essas informações, teremos uma visão mais 
clara do que poderemos oferecer para alunos de pertencentes em cada estágio. 
Na próxima aula falaremos sobre a relação entre a ludicidade aplicada a psicomo-
tricidade, veremos a psicomotricidade como uma ferramenta poderosa na aquisição 
de habilidades para a evolução das crianças. 
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76
AULA 12
LUDICIDADE E O DESENVOLVI-
MENTO PSICOMOTOR PARA A 
APRENDIZAGEM
12.1 Introdução 
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa primeira aula!
Agora que sabemos o que é a Psicomotricidade e os estágios do desenvolvimento 
psicomotor, veremos a relação da ludicidade com a aprendizagem, bem como a sua 
importância especialmente no desenvolvimento infantil.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
12.2 Ludicidade e aprendizagem: teoria e prática
Para iniciarmos as discussões dessa aula precisamos responder a seguinte pergun-
ta: o que é ludicidade? Embora existam várias definições, vamos conhecer os princi-
pais aspectos para após avançar na relação dessa temática com a psicomotricidade.
O primeiro aspecto a destacar sobre a ludicidade é que as atividades lúdicas não se 
restringem ao jogo e à brincadeira, mas incluem atividades que possibilitam momen-
tos de integração de todos os envolvidos. 
Para alguns autores, as atividades lúdicas são aquelas que propiciam uma experi-
ência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro (LUCKESI, 2000). Outros acre-
ditam que são ações vivenciadas, não necessariamente definíveis por palavras, mas 
compreendidas pela fruição, povoadas pela fantasia, pela imaginação e pelos sonhos 
que se articulam valendo-se do que chamamos de materiais simbólicos (SANTIN, 
1994).
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77
Nesse sentido, na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da ativida-
de, o que dela resulta, mas a própria ação, o processo que envolve todo esse momento 
especial vivenciado pela criança. 
Por intermédio dessa vivência, as crianças têm momentos de encontro consigo e 
com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, 
momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar 
para o outro, momentos de vida e de plena expressividade.
Dessa forma, atividades lúdicas normalmente passam por estratégias que utilizam 
muitas das vezes de alguns instrumentos ou objetos, sejam brincadeiras em roda, 
com dança, no parquinho, jogos de tabuleiro, jogos de palavras entre outros.
Entretanto, a ludicidade não pode ser entendida apenas como atividades de brin-
car. Seu conceito está relacionado à espontaneidade, à liberdade e principalmente à 
autonomia das crianças, à expressão de emoção e ao prazer sentido durante esse mo-
mento. Ela é manifestada em atividades que despertam a percepção, a imaginação e a 
ressignificação de momentos, coisas e até de pessoas (SILVA; OLIVEIRA, 2012).
Apesar dessa relação entre ludicidade e psicomotricidade estar se tornando co-
mum no meio escolar, em especial no âmbito pedagógico, esse é um tema ainda opor-
tuno. De acordo com Sacchi e Metzner (2019, p.98)
[...] ainda não se encontra superada a necessidade de estudar corpo/corpo-
reidade/movimento/ludicidade na infância. 
A “imobilização” dos corpos de adultos e crianças na educação infantil ainda 
aparece em dados de pesquisas, por vezes, sob a rasa desculpa de que os 
professores e as crianças só brincam se tiverem tempo, porque estão muito 
ocupados com a alfabetização, entre outros interesses oriundos de déficits 
formativos e/ou políticas educacionais pouco focadas nessa questão.
 Nesse sentido, quando o educador entende essas características, ele é capaz de 
pensar em atividades lúdicas que extrapolam o óbvio dos joguinhos e brincadeiras, 
o professor terá condições de estimular as crianças de tal modo que contemple as 
especificidades de cada uma das áreas aqui mencionadas, ou seja, tanto a ludicidade 
quanto a psicomotricidade.
Vale considerar que estimular as crianças com ações visando desenvolvimento 
motor, cognitivo e afetivo, faz parte da educação infantil e o professor poderá oferecer 
inúmeras possibilidades para o desenvolvimento integral da criança. Dessa forma, o 
docente proporcionará à criança oportunidades de estabelecer equilíbrio quanto às 
suas capacidades psicológicas, emocionais e motoras em relação ao mundo. 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78
Ausubel et al. (1980) nos remetem à aprendizagem significativa para que ela ocorra 
é necessário que a criança tenha uma predisposição para aprender. Uma das formas 
disso ocorrer é se aproximar das crianças através das atividades lúdicas. 
É através das atividades lúdicas que a criança relacionará o material novo aos ma-
teriais disponíveis em sua estrutura cognitiva, o que isso quer dizer é com a alegria da 
ludicidade que ao ter contato com um objeto ou ação nova que a criança terá condi-
ções de relacionar tudo que está vivenciando naquele momento com que ela já traz de 
bagagem na hora de desenvolver aquela atividade.
Nesse sentido, ao teorizar a aprendizagem significativa, observamos a importância 
da motivação para aprender. A motivação é um fator subjetivo, mas pode ser potencia-
lizada através de estímulos adequados, como por exemplo, o lúdico aqui comentado.
Com isso, podemos compreender que a aprendizagem é o resultado da estimu-
lação do ambiente sobre o ser que está em desenvolvimento. Por isso, é importante 
que a aprendizagem possa ser significativa, esta por sua vez, nos remete a psico-
motricidade, que se bem desenvolvida na criança pode gerar níveis de aprendizagem 
satisfatórios, ou se não bem estimuladas, causar inclusive sérias consequências no 
desenvolvimento infantil.
Para ficar mais claro o que acabamos de discutir nos parágrafos acima, veremos 
uma sequência de imagens que demonstra como essa experiência pode ser vivencia-
da, sendo lúdica mais ao mesmo tempo contemplando as áreas da psicomotricidade, 
auxiliando no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança.
Atividade de psicomotricidade utilizando macarrão - 1. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/crianca-filho-close-vista-de-perto-3933265/https://www.pexels.com/pt-br/foto/crianca-filho-close-vista-de-perto-3933265/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79
 
Atividade de psicomotricidade utilizando macarrão - 2. Fonte https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-quarto-3933271/
 
Atividade de psicomotricidade utilizando macarrão - 3. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/atividade-acao-movimento-anonimo-3933260/
 Na sequência de imagens podemos observar uma criança pequena, passando pela 
fase da primeira infância, tendo uma vivência lúdica. Através dessa atividade de pegar 
macarrões utilizando um copo plástico, colocando-os em um aro para gerar uma for-
ma geométrica, a criança precisa fazer uso de uma série de elementos psicomotores. 
Como podemos observar é necessário uma série de movimentações para gerar uma 
simples ação, a criança precisará ter e desenvolver (ou precisará aprimorar) a cons-
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-quarto-3933271/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/atividade-acao-movimento-anonimo-3933260/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80
ciência corporal, noções de equilíbrio, de lateralidade dentre outros elementos. A ludi-
cidade ficará por conta de como a criança percebe a atividade, nessa fase ela estará 
vivenciando o faz de conta o que agregará motivação na atividade, ou seja, o macar-
rão deixa de ser um simples macarrão, o aro de madeira, como pode ser observado 
na última imagem, deixa de ser um elemento para se transformar em algo imaginário, 
divertido, algo que os teóricos mencionam como prazer durante essa vivência.
 Com esse exemplo, é possível perceber que ações simples conseguem compreen-
der a ludicidade e a psicomotricidade, garantindo uma experiência ainda mais comple-
ta de aprendizagem. Vale ressaltar que como toda ação que busca gerar uma mudan-
ça, as atividades devem possuir uma intencionalidade, para gerar uma aprendizagem 
significante, apenas deixar a criança sozinha, sem supervisão e sem mediação não 
garantirá um desempenho com esse tipo de resultado (SILVA; OLIVEIRA, 2012).
Isto acontece na prática
Como nós sabemos não é possível pular nenhuma etapa ou estágio do desen-
volvimento, isso se aplica as áreas cognitivas, psicossociais e não seria dife-
rente na área psicomotora. Nesse sentido, não é possível demandar de uma 
criança, que ela mal saiba segurar um lápis e dali em diante ela seja alfabetiza 
ou que já passe a desenhar etc. Antes mesmo de aprender a escrever, é neces-
sário estimular a criança, de várias formas e com recursos diferentes, só após 
esses momentos, que poderemos auxiliar o aluno a estabelecer a mão domi-
nante para então conseguir realizar a preensão adequada do lápis. Após esse 
momento, a criança deverá ser capaz de copiar os traços apresentados em 
seguida antes de começar a aprender a escrever as letras. 
Vejamos quais comportamentos esperar da escrita da criança, considerando 
seu desenvolvimento psicomotor. Entre o primeiro e segundo anos, espera-se 
que a criança realize rabiscos e garatujas; entre o segundo e o terceiro anos, 
espera-se que a criança imite traços vertical e horizontal; entre os terceiros e 
quartos anos, a criança consegue imitar um círculo e uma cruz; entre os quatro 
e cinco anos, ela consegue copiar um quadrado, triângulo etc.; e entre os cinco e 
seis anos espera-se que ela consiga copiar letras e números. Muito interessante 
não é mesmo?
Fonte: https://psicomotricidade-para-todos.webnode.pt/noticias/curiosidades/
https://psicomotricidade-para-todos.webnode.pt/noticias/curiosidades/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81
Nessa aula conseguimos perceber que a ludicidade pode contribuir diretamente 
para o desempenho psicomotor da criança, que por sua vez, está intrinsecamente 
ligado à aprendizagem. 
Vimos também, que para chegarmos até as habilidades motoras de recorte, cola-
gem e escrita, vamos precisar de um desenvolvimento anterior, desenvolvimentos que 
requerem atividades lúdicas e psicomotoras, tais como brincadeiras, movimentos, co-
nhecimento do próprio corpo, dentre outros. 
Percebemos que se houver estímulos realizados de forma a abranger todas as áre-
as do corpo, certamente o desenvolvimento psicomotor se dará plenamente, contri-
buindo de forma satisfatória para a aprendizagem. Dessa forma, sabemos que a es-
timulação do desenvolvimento psicomotor através da ludicidade é fundamental para 
que aconteça a interação dos movimentos com a emoção e a cognição do aluno. 
Podemos concluir que para que essa estimulação ocorra de forma adequada é fun-
damental que a criança disponha de um bom ambiente e de mediadores capacitados 
para auxiliar no desenvolvimento dessas capacidades.
Na próxima aula falaremos sobre um novo tópico que afeta direta e indiretamente 
as temáticas das últimas aulas, veremos quais são os fatores que podem influenciar 
no desenvolvimento da aprendizagem. Ficou curioso?
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82
AULA 13
FATORES QUE INFLUENCIAM 
NO DESENVOLVIMENTO E NA 
APRENDIZAGEM
13.1 Introdução 
Olá cursista!
Seja bem-vindo a nossa décima terceira aula!
Nas últimas aulas vimos como se dá o processo de desenvolvimento de todas as 
pessoas, verificamos pontos em comum, que são os estágios e fases similares e men-
cionamos inclusive que existem fatores dos mais diversos que podem influenciar nes-
se processo. Nessa aula veremos quais são os dois tipos de fatores e de que forma 
eles podem impactar no desenvolvimento das pessoas e em suas respectivas formas 
de aprender.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83
13.2 Hereditariedade X Ambiente
 Fatores culturais. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acessorio-atividade-acao-movimento-1446947/
Quando uma criança é gerada, nasce e se desenvolve em um ambiente de prote-
ção, um ambiente de supervisão e orientação, ela terá condição de formar bases e 
estruturas para encarar os desafios do crescimento humano de modo mais saudável 
e dessa forma, se sentirá mais preparada para assimilar as mudanças de fase da vida 
em sua totalidade, com seu corpo, sua mente e suas emoções.
Para atingir um desenvolvimento de modo integral, a criança precisará ter garan-
tido seus direitos enquanto cidadão, direitos esses bem descritos na Carta Magna 
brasileira, ou seja, na Constituição Federal (1988), que em seu artigo quinto diz:
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi-
lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; […] (BRASIL, 1988, s.p.)
 
Como se vê, os direitos e deveres presentes em nossa carta maior não excluem 
grupos ou diferenciam os brasileiros. Neste documento, em especial, no que se refere 
à educação está posto que se trata de um direito de todos e sua promoção é um dever 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/acessorio-atividade-acao-movimento-1446947/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84
do Estado e da família tendo como finalidade “[…] pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 
1988, s.p.).
Nesse sentido, sabemos que os direitos mencionados na Carta Magna brasileira, 
garante, entre outras questões, o direito à vida, à liberdade, à segurança, contemplan-
do aindaaspectos como a própria educação, a moradia, ao lazer dentre outros.
 Quando temos esses elementos garantidos, podemos esperar um tipo de desen-
volvimento, de modo mais saudável, digamos assim, mas e quando esses fatores não 
são atingidos? De que forma, a ausência desses aspectos pode influenciar o desen-
volvimento? De quais formas, a desigualdade, especialmente a social pode afetar o 
desenvolvimento? 
Para entendermos esses aspectos vamos mencionar inicialmente quais são os 
dois fatores que podem influenciar o desenvolvimento humano. Como mencionado 
na introdução existem alguns deles, sendo em função da 1) hereditariedade, do cres-
cimento orgânico e do maturação neurofisiológica, definida como a carga genética 
do indivíduo, ou processo do aumento do tamanho corporal; e o 2) meio, que consiste 
no conjunto de influências e estimulações ambientais que podem modificar certos 
padrões comportamentais do indivíduo.
Vamos destacar fatores que podem ser determinantes, a questão da hereditarie-
dade, que se refere a um fator interno e dos fatores ambientais, que se referem a um 
fator externo.
No tocante à hereditariedade estamos contemplando aqui inclusive os aspectos 
orgânicos, que se referem ao funcionamento anatômico, como o funcionamento dos 
órgãos dos sentidos e do Sistema Nervoso Central. Quando sadio, o sistema nervoso 
apresenta ritmo, plasticidade e equilíbrio, garantindo um funcionamento harmonioso. 
Porém, podem ocorrer lesões e desordens gerando problemas cognitivos com maior 
ou menor gravidade. 
Com relação ao desenvolvimento da aprendizagem, os elementos hereditários e or-
gânicos influenciam diretamente, pois encontram-se na inscrição do programa bioló-
gico da pessoa, ou seja, está presente em toda a parte, condicionando o aparecimento 
de doenças familiares capazes de prejudicar a aprendizagem.
Vale considerar, que dependendo da gravidade, esses elementos podem intervir di-
reta ou indiretamente nos fatores ambientais, garantindo maior ou menos resistência 
dos organismos aos agravos do meio na qual ele está inserido. 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85
Vejamos agora os aspectos relacionados aos fatores ambientais e suas influências 
no desenvolvimento da aprendizagem.
 
Fome. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-preto-4546109/
Os fatores ambientais dizem respeito ao ambiente concreto do sujeito, “às possibi-
lidades reais que o meio lhe fornece, à quantidade, à qualidade, à frequência e à abun-
dância dos estímulos que constituem seu campo de aprendizagem habitual” (PAÍN, 
1985, p. 33). 
São adicionadas as características mencionadas por Sara Paín (1985), as condi-
ções de moradia, trabalho, acesso ao lazer, esportes, aos bens culturais, ao grau de 
consciência e participação social. 
Outra condição que devemos mencionar é com relação às drogas e substâncias 
químicas e a influência no desenvolvimento. Para Gabbard (2000) e Gallahue e Ozmun 
(2001), o fumo e o álcool são os maiores agentes externos causadores de dezenas 
de problemáticas no desenvolvimento, muitas das vezes no momento inicial do ciclo 
vital, no feto. 
Com relação ao cigarro, estes autores afirmam que mães que fumam apresentam 
muitos bebês com nascimento prematuro e de baixo peso ao nascer. Além disso, o 
uso do cigarro pode causar ao feto problemas de memória e aprendizado.
Com relação ao álcool, Gallahue e Ozmun (2001) informam que este composto 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-preto-4546109/ 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86
pode afetar diretamente o desenvolvimento infantil, pois pode atravessar a placenta 
e, como o fígado do feto ainda está imaturo, o álcool permanece por muito tempo no 
seu sistema. 
Essas e outras e outras condições, como a nutrição, as variáveis socio-econômi-
co-culturais exercem influências poderosas no desenvolvimento. Em interação com 
a aprendizagem podem permitir que o aluno seja estimulado na medida certa e com 
isso consiga se desenvolver de modo saudável.
Os elementos apresentados aqui podem afetar negativamente, afinal de contas 
como podemos aprender estando com fome? Como podemos aprender vivendo em 
um ambiente de extrema vulnerabilidade? Como podemos aprender sendo expostos a 
riscos, a drogas, a relacionamentos tóxicos? Como podemos aprender sem seguran-
ça, sem cuidados básicos e orientação?
 
Vulnerabilidade. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/abandonado-perdido-garoto-menino-4874451/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/abandonado-perdido-garoto-menino-4874451/ 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87
Isto acontece na prática
 Você sabia que existe um pensador que desenvolver uma teoria a partir da ob-
servação de crianças que sofreram exposição extrema a situação de guerra? 
Isso mesmo Reuven Feurstein (1921-2014), criou a Experiência de Aprendiza-
gem Mediada, a partir de estudos baseados em dois grandes teóricos que já 
estudamos em nossas aulas, Jean Piaget e Lev Vygotsky. Feurstein observou 
que muitas pessoas têm dificuldades de aprender e interrompem seus proces-
sos de escolarização em virtude dessas problemáticas de adaptação, a partir 
disso ele desenvolveu essa teoria que pode ser aplicada em diversos públicos 
e a partir de várias formas de aprendizagem, inclusive considerando formas 
de mediação pautadas em recursos tecnológicos. Para maior aprofundamento 
indicamos o artigo indicado na fonte desse nosso espaço de divulgação de co-
nhecimento. Boa leitura!
Fonte: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/
Estudar este campo de conhecimento nos leva à compreensão do indivíduo por 
meio da interação de diversos fatores que influenciam o desenvolvimento humano e o 
desenvolvimento da aprendizagem.
Nessa aula, elencamos fatores que nos apontam caminhos para compreender com 
mais propriedade as defasagens, deficiências ou déficits que podem afetar direta ou 
indiretamente a aprendizagem, permitindo um olhar atento no sentido de identificar as 
causas que impedem ou atrapalham o adequado desenvolvimento.
Considerando essas identificações, teremos condições para adequar e direcionar 
as estratégias de ensino para superar ou ao menos minimizar tais problemáticas. 
Na próxima aula falaremos mais diretamente sobre os transtornos específicos da 
aprendizagem. 
Te espero lá!
http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/565/aplicabilidade-da-teoria-da-experiencia-da-aprendizagem-mediada-de-reuven-feuerstein-na-educacao-a-distancia#:~:text=uma%20rela%C3%A7%C3%A3o%20dada.-,Feuerstein%20analisa%20que%20a%20aprendizagem%20humana%20se%20d%C3%A1%20de%20duas,2.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88
AULA 14
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS 
DA APRENDIZAGEM
14.1 Introdução 
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa décima quarta aula!
Nas últimas aula verificamos que existem alguns fatores que podem atrapalhar 
o desenvolvimento de uma pessoa e com isso prejudicar o desenvolvimento da sua 
aprendizagem. Vimos mais especificamente os fatores relacionados à hereditarieda-
de e os fatores relacionados ao meio. Na ocasião não mencionamos os transtornos 
específicos da aprendizagem que também podem ser provenientes desses dois fato-
res. 
Com isso, nessa aula trataremos sobre algumas características dos transtornos da 
aprendizagem.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
14.2 Transtornos específicos da aprendizagem: principais 
características
 
Não sei, e agora? Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/garotos-meninos-rapazes-cadeiras-4019758/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/garotos-meninos-rapazes-cadeiras-4019758/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICAPAULISTA | 89
Nós já aprendemos nas primeiras aulas que aprender demanda um grande esforço 
de cada sujeito, em função da alta complexidade dessa ação. Aprender demanda tan-
to recursos internos quanto externos.
Embora tenhamos a pseudoideia de que todas as pessoas aprendem de igual 
modo, sabemos que cada pessoa apresenta seu ritmo e com ele se esforça para atin-
gir o currículo ensinado nas escolas. 
Percebemos que podem existir problemáticas no nivelamento das expectativas das 
aprendizagens, quando nos deparamos com as demandas de alunos que apresentam 
dificuldades nas atividades mais simples até as mais complexas. Alunos que ainda na 
primeira infância não conseguem reconhecer símbolos, cores, que depois apresentam 
dificuldades no período de alfabetização ou com as atividades mais abstratas solicita-
das nos anos seguintes.
Para quem já frequenta os espaços educacionais é comum observar esses sinais 
apresentados pelos alunos, essas dificuldades, distúrbios ou transtornos são visíveis 
em todas as fases de ensino, tanto de alunos de escolas públicas quanto particulares.
De acordo com o Ministério da Educação, cerca de 5% dos alunos matriculados na 
rede básica de ensino no Brasil apresentam algum tipo de transtorno e esse número é 
ainda maior para os alunos com dificuldades de aprendizagem.
Essa temática ainda é de difícil discussão por uma série de fatores, inclusive por-
que essa ela ultrapassa o muro das escolas e demanda a participação das famílias 
(assunto que será tratado nas próximas aulas), como também da contribuição mui-
tas das vezes de outros profissionais, como os da área da Saúde. Portanto, quando 
falamos em dificuldades ou transtornos de aprendizagem precisamos considerar que 
elas podem estar relacionadas a problemas psicopedagógicos, sociais, culturais, mo-
tivacionais, familiares e até mesmo neurológicos.
 
Aprendendo com os amigos. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/aluno-amigos-aprendendo-aprendiz-159823/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/aluno-amigos-aprendendo-aprendiz-159823/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90
Você pode estar se perguntando, todos esses termos empregados nessa aula até 
agora representam a mesma coisa? Eles representam as mesmas problemáticas de 
aprendizagem? Desde já é necessário esclarecer que há uma diferença entre três ter-
mos que comumente são utilizados na literatura e nos espaços escolares: dificuldade, 
transtorno e distúrbio de aprendizagem. 
Nesse sentido, podemos dizer que Dificuldade de Aprendizagem se refere a proble-
mas de ordem psicopedagógica, social, cultural e/ou emocional. Representa qualquer 
tipo de dificuldade apresentada durante o processo de aprender em decorrência dos 
diversos fatores mencionados.
Esse termo se refere a um aluno que possui uma maneira diferente de aprender, 
devido uma série de barreiras. Vale considerar que por se tratar de questões mais 
pedagógicas e/ou psicopedagógicas, as dificuldades de aprendizagem podem ser re-
solvidas no ambiente escolar.
Além da Dificuldade de Aprendizagem é possível ouvir com frequência o termo Dis-
túrbio de Aprendizagem, que por sua vez, se difere as dificuldades, mas pode ser con-
siderado como um sinônimo de outro termo comum, o Transtorno de Aprendizagem.
Tanto o distúrbio quanto o transtorno, estão ligados a um grupo que apresenta li-
mitações pontuais e particulares, caracterizadas pela presença de uma disfunção do 
sistema nervoso central, resultando em prejuízos na aquisição e processamento da 
informação. 
Com isso sabemos que é uma perturbação no ato de aprender caracterizado por 
alterações nos padrões de aquisição, assimilação, utilização e armazenamento da in-
formação, resultantes de uma disfunção neurológica.
Vale considerar que diferentemente das Dificuldades de Aprendizagem os Trans-
tornos não decorrem de problemas externos, no tocante a educação em si, como por 
exemplo a falta de estudo ou de disciplina ao estudar.
No caso das Disfunções e/ou Transtornos estamos nos referindo a falhas de pro-
cessamento cognitivo, que podem prejudicar diretamente o desenvolvimento de toda 
trajetória escolar caso não se procure ajuda profissional e muita das vezes até medi-
camentosas.
Germano e Capellini (2011) mencionam inclusive que esses transtornos podem até 
apresentar um caráter crônico, acarretando comorbidades emocionais como a de-
pressão, transtornos de ansiedade, reforçando a necessidade de apoio de uma equipe 
multidisciplinar dependendo das especificidades de cada caso.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91
A partir das definições, veremos quais são os tipos existentes de transtornos apli-
cados a área da aprendizagem. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística 
das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR), são descritos quatro tipos, sendo eles, trans-
torno da leitura; transtorno da matemática; transtorno da expressão escrita; transtor-
no da aprendizagem sem outra especificação (APA, 2002b).
Vale ressaltar que há uma diferenciação desse manual para o CID-10, ou seja, para 
a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionadas à Saúde (OMS, 
2008). A nomenclatura utilizada aqui é Transtornos Específicos do Desenvolvimento 
das Habilidades Escolares. 
Nesse manual são caracterizados seis tipos de transtornos, sendo eles transtornos 
específicos da leitura; transtorno específico da habilidade aritmética, transtorno espe-
cífico da soletração; transtorno misto de habilidades escolares; outros transtornos do 
desenvolvimento das habilidades escolares; transtorno não especificado do desenvol-
vimento das habilidades escolares.
De acordo com a APA (2002a), independente das terminologias utilizadas pelos 
manuais mencionados, comumente encontramos nomes que são mais aplicados na 
área escolar e acadêmica. Os mais comuns são Dislexia; Discalculia; Disgrafia; Dis-
lalia. Enquadra-se com frequência nesses espaços também o Transtorno de Déficit 
de Atenção e Hiperatividade (TDAH), vejamos então a que se refere cada um desses 
transtornos.
A Dislexia é um dos transtornos mais comuns no Brasil. Os alunos apresentam 
dificuldades relacionadas ao universo da leitura, tendo limitações na absorção e en-
tendimento das letras, sílabas e palavras acarretando muitas das vezes uma lentidão 
acentuada na aprendizagem de novos vocábulos, prejudicando com isso a escrita e 
até mesmo a fala.
A Disgrafia é uma disfunção relacionada à aprendizagem formal da escrita. O aluno 
apresenta erros recorrentes de omissão de letras ou palavras, de ortográfica e gramá-
tica, além da frequente inversão de letras e sílabas. Vale considerar que com isso o 
aluno pode apresentar um processo de escrita mais lento e difícil.
Sobre a Discalculia é um transtorno relacionado aos numerais, ou seja, um distúr-
bio que é comumente observado nas aulas de matemática. Há diversos graus que 
envolvem falhas na organização, classificação, seriação e realização de operações 
numéricas.
A Disortografia é uma disfunção que surge em conjunto com a Dislexia, também 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92
está relacionada à linguagem, sendo uma falta de motivação para aprender a língua 
escrita, gerando dificuldades na associação de pontuações, acentuações, causando 
erros gramaticais.
Falando sobre o transtorno menos conhecido, temos a Dislalia que está relaciona-
da a limitações e bloqueios na fala, ou seja, os alunos apresentam uma fala confusa, 
troca de sílabas e sons das devidas letras na língua portuguesa.
Por fim, falaremos sobre um dos distúrbios mais conhecidos e citados na área da 
educação. Embora ele seja amplamente conhecido é comum encontrar diagnósticos 
incorretos, e uma forte associação do excesso de participação e energia da criança 
nas atividades escolares com o real distúrbio. 
Em linhas gerais,uma criança com TDAH apresenta intensa dificuldade para se 
concentrar, mesmo nas atividades mais comuns, apresenta intensa inquietação e 
comportamentos mais impulsivos que o comum.
É importante que você cursista se debruce cada vez mais sobre essas questões, 
como mencionado é bem comum a atribuição do rótulo precoce sobre os alunos, sem 
a real noção do quanto uma avaliação indevida pode prejudicar todo o restante da 
aprendizagem de cada aluno.
Quando rotulamos indevidamente estamos atribuindo uma espécie de sentença 
sobre a aprendizagem, tolhendo o aluno e suas famílias de todo atendimento que ele 
realmente merece aprender. 
Por isso, é necessário um diagnóstico preciso de equipes multidisciplinares no to-
cante aos transtornos e disfunções de aprendizagem. Para garantir a fidedignidade 
desse processo e com ele as melhores estratégias de aprendizagem para auxiliar esse 
aluno.
Dito isso, precisamos reforçar que em se tratando de transtornos, eles possivel-
mente acompanharão os alunos até mesmo nos níveis superior de aprendizagem, 
mais uma vez valorizando a necessidade de um trabalho conjunto de modo longitudi-
nal, para que ele possa fazer a efetiva absorção de cada um dos conteúdos indepen-
dente do nível de ensino.
 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93
Trabalho em equipe. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-mulher-afro-americana-garota-negra-menina-negra-4260315/
Isto está na rede
 Que tal aprofundarmos mais sobre o papel e a importância do professor de 
alunos com transtornos de aprendizagem. Vejamos essa matéria para expan-
dirmos nossos olhares com relação ao atendimento e as práticas pedagógicas 
voltadas a esse público, que possamos perceber que o diagnóstico não é o fim, 
muito menos um obstáculo para um bom trabalho!
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/16022/deficit-de-atencao-professo-
res-podem-fazer-a-diferenca-na-aprendizagem
Nessa aula percebemos que os termos distúrbio e transtorno de aprendizagem 
resultam de condições neurológicas, diferentemente das dificuldades que geralmente 
estão relacionadas a inadequações no método de ensino, na relação professor-aluno, 
além de fatores pedagógicos, emocionais, motivacionais, sociais e familiares.
Sabemos que é um tema que demanda um olhar aprofundado das escolas e dos 
educadores de modo geral. É necessário um diagnóstico completo, sério e a partir 
disso adaptações curriculares que possam flexibilizar o processo de aprendizagem 
desses alunos. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-mulher-afro-americana-garota-negra-menina-negra-4260315/
https://novaescola.org.br/conteudo/16022/deficit-de-atencao-professores-podem-fazer-a-diferenca-na-aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/16022/deficit-de-atencao-professores-podem-fazer-a-diferenca-na-aprendizagem
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94
Sobre as estratégias mais comuns que podem ser aplicadas e que podem auxiliar 
esse processo de aprendizagem, citamos algumas: repetir as instruções e orienta-
ções, caso o aluno tenha dificuldades em seguir instruções, pode-se solicitar que ele 
repita com suas palavras o que ele compreendeu; quando uma instrução tiver várias 
etapas, sugere-se dividi-las ou apresentá-las uma de cada vez; priorizar textos mais 
curtos. 
Se a atividade for extensa, dividir em tarefas menores; ajustar os conteúdos a se-
rem trabalhados num nível crescente de dificuldade; escrever, no início da aula, pa-
lavras-chave no quadro ou desenhar breves esquemas visuais, a fim de organizar e 
apresentar o conteúdo que será explanado; disponibilizar tempo extra para o aluno 
concluir a tarefa, dentre outras estratégias que obviamente precisam ser planejadas 
de acordo com a necessidade de cada aluno.
Na próxima aula falaremos sobre a última teoria da aprendizagem e a importância 
da relação professor-aluno.
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95
AULA 15
TEORIAS DA APRENDIZAGEM E 
A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
15.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa décima quinta aula!
Na aula passada conhecemos os transtornos específicos da aprendizagem, onde 
pudemos observar as diferenças entre as dificuldades de aprendizagem e os distúr-
bios de aprendizagem. Tivemos a oportunidade de perceber que os termos distúrbio e 
transtorno de aprendizagem resultam de condições neurológicas, diferentemente das 
dificuldades que geralmente estão relacionadas a inadequações no método de ensino, 
na relação professor-aluno, além de fatores pedagógicos, emocionais, motivacionais, 
sociais e familiares.
Mencionamos a questão da relação entre professor e aluno, objetivo dessa nossa 
aula, onde veremos essa importância e com isso, a teoria da aprendizagem significa-
tiva de David Ausubel. 
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96
15.2 Teoria da Aprendizagem Significativa
 
David Ausubel
Fonte: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/16/6/aprendizagem-significativa-nos-documentos-oficiais-nacionais-com-nfase-para-cincias-e-ensino-fundamental
 Todos nós em algum momento da vida passamos por uma escola, talvez não ne-
cessariamente tivemos todos nós a oportunidade de ensino formal, mas todos, sem 
sombra de dúvidas, tivemos um educador, uma autoridade em determinados assun-
tos que nos ensinou algo de modo sistemático.
 Da mesma maneira, por termos tido essa experiência, hoje temos condição de des-
crever quais são as principais características dos nossos professores favoritos, e ao 
fazer essa pergunta, como em um passe de mágica muitos conseguem se recordar 
de momentos especiais que viveram ao longo da vida. Para aqueles que decidiram 
seguir uma carreira profissional na área da Educação, essa pergunta pode ter uma 
conotação ainda mais afetiva, porque de certo modo você pode ter sido justamente 
afetado por essa experiência, porque foi através desse professor que você decidiu se 
tornar um professor também.
 Obviamente que o inverso também se aplica, temos tanto condições de reconhecer 
os melhores, quanto os piores momentos, os profissionais menos amados e com isso 
as piores experiências de sala de aula, tudo isso porque o papel do professor tem con-
dições de a seu modo, cada qual com as suas características influenciar e impactar a 
vida de milhares de centenas de pessoas.
 Antes de falarmos diretamente da teoria de Ausubel, vamos fortalecer a questão do 
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/16/6/aprendizagem-significativa-nos-documentos-oficiais-nacionais-com-nfase-para-cincias-e-ensino-fundamental
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 97
papel do professor e o quanto ele é necessário para o desenvolvimento da aprendiza-
gem. Para Souza (2017, p. 753)
[...] várias qualidades pessoais do professor precisam ser consideradas para 
que se consiga construir uma educação de qualidade, já que essas variáveis 
pessoais influenciam diretamente a sua atuação e, consequentemente, a for-
mação do seu aluno. Considerando que a aprendizagem escolar dos alunos 
é resultado da interação que ocorre entre eles e o professor, não basta que 
este tenha uma sólida formação em termos de conhecimentos sobre fun-
damentos da Educação, métodos e técnicas de ensino, nem de habilidades 
para o uso de diferentes recursos didático-pedagógicos, incluindo aí os de 
alta tecnologia. A relação ensino-aprendizagem deve ser analisada também 
sob a ótica das relações interpessoais entre quem ensina e quem aprende.
Placco (2004) reforça que precisamos refletir sobre o conceito de relações inter-
pessoais e de que forma ele vem sendocompreendido no âmbito escolar, pois muitas 
vezes, as relações entre professores e alunos são compreendidas de forma fragmen-
tada, assim precisamos analisar alternativas:
[...] a essa visão dicotômica das relações que se dão em sala de aula, en-
quanto movimento de sujeitos em interação, no qual ambos se desenvolvem 
como pessoas e interferem no desenvolvimento do outro. Esta análise parte 
do pressuposto de que cada um dos âmbitos do sujeito – pessoal, interpes-
soal, social, cognitivo, afetivo -, em qualquer interação, estão sincronicamen-
te presentes e nenhum deles é afetado ou se transforma sem que os outros 
sejam também transformados (PLACCO, 2004, 09).
Considerando a importância do professor, bem como da influência dele no desen-
volvimento do aluno, vamos conhecer uma teoria que valoriza essa perspectiva.
 
Relação professor-aluno
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo-borrao-mancha-nevoa-4173333/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo-borrao-mancha-nevoa-4173333/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 98
David Ausubel (1918 – 2008) psicólogo norte-americano propôs uma teoria cujo 
conceito central é a Aprendizagem Significativa. Essa teoria tem sido amplamente 
divulgada na área da Educação, e se baseia em um modelo construtivista dos proces-
sos cognitivos humanos.
De acordo com essa teria
o aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adqui-
rida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a infor-
mação nova com conceitos ou proposições relevantes preexistentes em sua 
estrutura cognitiva (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1978, p. 159).
Nesse processo, a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento 
específica presente na estrutura cognitiva do aluno, a qual o autor denomina como 
subsunçor (PELIZZARI et. Al., 2002).
Vale ressaltar que os subsunçores servem de ancoradouro para cada nova informa-
ção recebida pelo sujeito.
Nessa teoria se compreende que há uma interação entre a nova informação e o co-
nhecimento já existente, na qual ambos se modificam. Deste modo, como o conheci-
mento precedente ancora a atribuição de significados à nova informação, ele também 
se modifica, ou seja, os subsunçores vão ganhando novos significados, tornando-se 
mais estáveis, implicando na aquisição de novos conceitos (AUSUBEL et al., 1980).
Além disso, outro aspecto importante a ser considerado é que o teórico distinguiu a 
aprendizagem em dois tipos distintos, sendo aprendizagem significativa e aprendiza-
gem memorística ou mecânica.
Nesse sentido, Ausubel acredita que a aprendizagem apenas será considerada sig-
nificativa se houver duas condições elementares. Em primeiro lugar, que o aluno pre-
cisa ter uma espécie de disposição para aprender. Em segundo lugar que o conteúdo 
ensinado seja potencialmente significativo, lógica e psicologicamente, ou seja, o signi-
ficado lógico diz respeito à natureza do conteúdo, enquanto o significado psicológico 
refere-se à experiência que cada pessoa tem. 
Outras considerações realizadas pelo autor referem-se a como cada aluno proces-
sa os conteúdos, Ausubel acredita que cada um faz seu processamento de modo 
particular e intransferível, selecionando os conteúdos que têm significado ou não para 
si próprio. É um processo dinâmico que, em função da formação e interação de novos 
subsunçores, possibilita que a estrutura cognitiva se reestruture constantemente. 
Considerando esses aspectos, segundo Moreira e Masini (2006), a teoria da apren-
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 99
dizagem significativa pode ser subdivididas da seguinte forma, a) Subordinada, onde o 
conceito novo ou proposição potencialmente significativa é assimilado por conceitos 
já existentes na estrutura cognitiva; b) Superordenada, onde o conceito novo ou propo-
sição potencialmente significativos, mais gerais ou inclusivos que os já estabelecidos 
à estrutura cognitiva, são assimilados. É possível a interação entre os subsunçores; c) 
Combinatória, onde não está relacionada às ideias subordinadas ou superordenadas, 
mas com algum conteúdo amplo existente na estrutura cognitiva.
Além disso, assim como os demais autores estudados nas aulas anteriores, Ausu-
bel acredita que aprender significativamente implica atribuir significados e eles têm 
sempre componentes pessoais, com isso, a aprendizagem sem atribuição de signifi-
cados pessoais, sem relação com o conhecimento preexistente, é meramente mecâ-
nica, não é significativa.
 
Aprendizagem significativa
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-lindo-3985033/
Isto está na rede
Indicamos essa matéria para que você possa se aprofundar nas questões rela-
cionadas à importância da construção do vínculo afetivo entre professor e aluno 
e com isso na aprendizagem.
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/18653/professor-x-aluno-qual-e-
-a-importancia-do-vinculo-na-aprendizagem
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-lindo-3985033/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-lindo-3985033/
https://novaescola.org.br/conteudo/18653/professor-x-aluno-qual-e-a-importancia-do-vinculo-na-aprendizagem
https://novaescola.org.br/conteudo/18653/professor-x-aluno-qual-e-a-importancia-do-vinculo-na-aprendizagem
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 100
Ao ingressar na escola a criança já possui um conjunto de ideias bastante genéri-
cas a partir das vivências na família e nas escolas anteriores. 
Embora algumas teorias não considerem a importância dessas ideias, para o teó-
rico estudado nessa aula é necessário relevar essas ideias, pois elas têm muita im-
portância considerando que contemplam o conhecimento prévio que constitui a base 
para a aprendizagem significativa, quando os novos conceitos serão assimilados, 
compreendidos e fixados. 
Assim, as situações vivenciadas pelos alunos potencializam o processo de reflexão 
teórica, transformando as informações em conhecimento e com isso uma aprendi-
zagem significativa que será repetida e lembrada por mais tempo, dará abertura para 
novas compreensões
Na próxima aula fecharemos essa aula com um último aspecto dessa disciplina a 
ser considerado, a relação entre a escola e a família.
Te espero na próxima aula!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
AULA 16
RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA
16.1 Introdução
Olá cursista!
 Seja bem-vindo a nossa décima sexta aula, nossa última aula!
Ao longo desta disciplina contemplamos os aspectos mais importantes da Psicolo-
gia do Desenvolvimento e do Desenvolvimento Psicomotor. Um dos fatores ainda não 
aprofundados que pode afetar direta ou indiretamente o processo de desenvolvimen-
to da aprendizagem é a relação entre a escola enquanto instituição e a família que, de 
acordo com diversos teóricos, também se constitui enquanto uma instituição. 
Vimos até aqui o papel da família enquanto alguém que traz um caráter hereditário 
e com isso um aspecto mais biologizante nessa formação humana, aqui trataremos 
outra faceta da família, quando nos referimos ao seu papel social e que tão quando ao 
hereditário, tem esse poder de determinar muitos aspectos dessa formação. 
Nesse sentido, o objetivo da dessa aula é o de tratar da construção das instituições 
de ensino como espaços de formação de consciência e construção do conhecimento 
e problematizar a educação e as funções sociais assumidas por ela e pela família.
Vamos começar?
Papel e caneta nas mãos... prepare-se para muita informação!
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102
16.2 Função social da escola e o papel da família
 
Construção familiar. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-livro-irmao-casual-3769981/Iniciamos essa aula com um questionamento: Qual é o papel da escola?
A escola enquanto instituição pode ser vista de diversas formas, se pedirmos para 
uma criança pequena desenhar uma escola, ela muito provavelmente fará uma ca-
sinha bem colorida, repleta de coraçõezinhos. Se um adolescente realizar a mesma 
ação ele demonstrará em uma perspectiva talvez não tão afetiva, mas que também 
trará uma representação de como vê esse espaço. Mesmo nós adultos, já não mais 
tão corajosos ou habilidosos, traríamos mais elementos, mas ainda assim conseguirí-
amos a nosso modo fazer uma representação em que passamos mais de uma déca-
da de nossas vidas.
Independentemente da representação que temos condições de fazer, em suma, a 
escola foi se organizando e moldando de acordo com as necessidades de cada perí-
odo, as nossas representações até podem ser similares, até porque do ponto de vista 
estético a escola não conseguiu acompanhar a sociedade, ainda temos os mesmos 
muros, a lousa, o mesmo posicionamento das carteiras nas salas de aula, mas a fun-
ção da escola se modificou e atendeu as demandas sociais existentes em casa época.
Dessa forma, podemos considerar que no decorrer da história da humanidade, a 
escola apresentou diversas funções até chegar a sua atual função. Na antiguidade, 
o conhecimento dispensava a existência de uma instituição educativa, pois ele era 
adquirido por meio da convivência com as pessoas de mais idade, ou seja, não era 
necessário um espaço formal, muito menos uma formação para aquele que lecionava, 
ele se constituía como uma pessoa mais velha, detentora de um conhecimento que 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-livro-irmao-casual-3769981/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 103
merecia ser transmitido.
Dando um salto histórico, com o advento do capitalismo, surge a necessidade de 
alfabetizar os sujeitos, tornando-os capazes de desenvolver duas habilidades, a leitu-
ra, a escrita e a possibilidade de desenvolver cálculos numéricos, resultando em uma 
maior institucionalização da escola que se desenvolveu, a partir do século XVII, nesse 
formato em que a conhecemos hoje, com a estrutura mencionada anteriormente.
Nesse período tão importante, a escola apresentava, além da função de educar, a 
função de socializar a classe trabalhadora e moldar valores, hábitos, normas e ide-
ologias nestes sujeitos conforme interesse da classe burguesa. Com isso, a escola 
ocupava a função de fazer com que os indivíduos entendessem qual era a sua posição 
nessa sociedade capitalista.
Com esses dois recortes históricos podemos perceber que a principal função da es-
cola é a de acompanhar as necessidades da sociedade, considerando seu desenvolvi-
mento econômico e até mesmo político, funcionando como uma espécie de máquina 
que cria e molda sujeitos para conviverem de acordo com os padrões desejáveis pela 
sociedade. 
Nesse sentido, espera-se que os hábitos e costumes sejam criados no interior das 
escolas, definindo jeitos de falar, de escrita e de comportamento, onde nenhum aluno 
questiona a estrutura de poder que existe nas salas de aulas, apenas submete-se a 
elas. 
Podemos mencionar alguns exemplos desta condição: o lugar que o aluno deve 
sentar na sala de aula e o lugar que pertence ao professor; o aluno ao sentar em sua 
carteira deve abrir seus cadernos e reproduzir aquilo que lhe é passado deve entrar na 
sala de aula ao tocar o sinal, caso contrário, será advertido. 
Para muitos sociólogos e filósofos, essas ações que mencionamos são conside-
radas relações de controle, as quais, em diversas situações, não são percebidas por 
quem as pratica e nem mesmo por quem se submete a elas. 
Em outras perspectivas, considera-se que a escola oferece essa contrapartida para 
a sociedade, não sendo apenas um reflexo dessa sociedade, mas tendo condições 
de fazer justamente o inverso, aquela que molda a sociedade, não a que está sendo 
moldada por um sistema.
De qualquer forma, independente da perspectiva da função, precisamos conhecê-
-las, para que possamos desenvolver um senso crítico para percebermos as verda-
deiras relações de poder presentes no cotidiano das escolas e articulá-las de maneira 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 104
que favoreçam a construção do conhecimento, bem como na contribuição do desen-
volvimento de alunos mais críticos e autônomos, que tenham condições de também 
reconhecer essas relações.
 
Aprendizagem em casa: novo normal? Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-homem-afro-americano-sozinho-solitario-4261800/
Em meio a esse processo formativo que apresenta uma função muito maior do que 
a imaginada encontramos a família. Que por sua vez também desempenha um papel 
importante e necessário nesse processo.
Nesse sentido, podemos entender que além do provimento das necessidades bá-
sicas, como mencionamos nas primeiras aulas, a função maior é a de educar mo-
ralmente, ou seja, de transmitir valores, crenças, costumes e comportamentos que 
refletem um determinado conjunto sociocultural. 
Polonia e Dessen (2005, p. 304) afirmam que “um dos seus papéis principais é a 
socialização da criança, isto é, sua inclusão no mundo cultural mediante o ensino da 
língua materna, dos símbolos e regras de convivência em grupo, englobando a educa-
ção geral e parte da formal, em colaboração com a escola”.
Dessa forma, a educação inicial, também conhecida como educação primária cons-
tituída pelo modelo de papéis apresentados à criança e o desempenho de seus papéis 
sociais é de responsabilidade familiar, uma vez que a família tem a função principal 
de orientar o desenvolvimento de seus filhos, bem como de auxiliar no processo de 
aquisição de comportamentos adequados dentro de alguns padrões sociais de deter-
minada cultura (MACHADO; PROENÇA, 2016).
https://www.pexels.com/pt-br/foto/afro-americano-homem-afro-americano-sozinho-solitario-4261800/
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 105
Para que possamos garantir uma educação plena, precisamos unificar ambas as 
funções, garantindo que elas sejam compreendidas tanto pela escola quanto pela fa-
mília para que esse relacionamento seja verdadeiramente estabelecido.
Quando há esse esclarecimento, cada qual tem noções precisas de seu papel, re-
levância e necessidade, até porque sem a escola não há formação e sem família não 
há da mesma forma. 
Trabalhar diariamente na construção da consciência de um sujeito não é uma ta-
refa fácil, exige muito estudo, dedicação, parcimônia, exige de ambos os lados uma 
união para que consigamos juntos formar um sujeito autônomo, que consegue não 
apenas identificar as relações de poder que mencionamos anteriormente, mas tam-
bém que consiga trazer proposições e resoluções de problemas para as situações do 
cotidiano de modo saudável e equilibrado.
Muito se pode falar sobre cada uma das instituições que tratamos nessa aula, mas 
vamos deixar algumas provocações, para que com seu desenvolvimento crítico você 
possa refletir sobre essas questões: Por que a escola não tem conseguido se mo-
dernizar do ponto de vista estético, mais principalmente do ponto de vista didático e 
pedagógico? Por que uma boa parte das famílias tenta atribuir suas funções à escola? 
Podemos relacionar essas problemáticas às evasões escolares? Como podemos re-
duzir os danos causados por um período de distanciamento social, em que esse papel, 
tanto da família quanto da escola foi ressignificado?
 
Construção de vínculo escolar. Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-careca-calvo-devastado-5212350/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-careca-calvo-devastado-5212350/ 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 106
Isto está na rede
 Para complementar nossosestudos, indicamos a matéria em que Telma Vi-
nha, uma das maiores referências do desenvolvimento moral na perspectiva 
piagetiana, fala sobre a relação entre a escola e a família. A autora menciona 
que existem dois tipos de socialização, sendo as primárias, desenvolvidas ainda 
no seio familiar e as secundárias desenvolvidas na escola. Além dessas espe-
cificações a teórica menciona as diferentes atribuições concluindo que cabe à 
escola educar seus alunos para uma vivência em uma sociedade democrática 
e contemporânea. Vamos conferir esse texto?
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/8553/o-papel-da-escola-e-da-fami-
lia-na-formacao-das-criancas
Nessa aula, conseguimos concluir que o processo de escolarização e socialização 
por parte da escola e das famílias, das novas gerações não pode ser caracterizado de 
forma linear, pois a tendência conservadora ainda está presente na sociedade e nas 
escolas, reproduzindo comportamentos, crenças, valores e ideias. 
Com isso, temos uma dificuldade homérica em alinhar os interesses a partir das 
funções que cada uma das instituições deve desempenhar. Além disso, precisamos 
reforçar a necessidade de a escola conhecer a realidade de cada família, para que pos-
samos ter um panorama de como a educação familiar, além das condições de vida, se 
dão em cada casa.
Ao tomar essa atitude, conseguiremos reduzir o abismo que ainda pode existir en-
tre essas instituições para os professores pode ser a chance de repensar o olhar que 
é atribuído a cada aluno e ao seu próprio rendimento escolar, para a família um início 
de valorização da competência e importância da função de ensinar desse profissional. 
Em ambos dos casos, com ética e respeito, todos saem ganhando com o estabeleci-
mento desse relacionamento, em especial, o maior interessado, o aluno.
https://novaescola.org.br/conteudo/8553/o-papel-da-escola-e-da-familia-na-formacao-das-criancas
https://novaescola.org.br/conteudo/8553/o-papel-da-escola-e-da-familia-na-formacao-das-criancas
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 107
CONCLUSÃO
 Iniciamos nossa primeira aula com muitos questionamentos sobre a temática da 
Psicologia do Desenvolvimento e o Desenvolvimento Psicomotor. Em meio a dúvidas 
e constatações conhecemos um conteúdo novo, necessário para a formação de pro-
fessores.
 Tivemos a oportunidade de sentar à mesa e conhecer grandes teóricos, Jean Pia-
get, Lev Vygotsky, Henri Wallon, David Ausubel e todas as referências que constituíram 
esse livro.
 Desde a primeira aula, em que descobrimos que o desenvolvimento é um processo 
contínuo, no qual o ser humano se desenvolve a partir de uma sequência de etapas, 
onde a fase anterior influencia diretamente a fase posterior e que em função disso não 
é possível pular etapas, como saltar da infância para a vida adulta.
Descobrimos também, que embora perpassemos todos nós pelas mesmas etapas, 
cada pessoa possui seu próprio ritmo de desenvolvimento, ou seja, uns podem se de-
senvolver com mais rapidez outros de modo mais lento, mas isso deve ser visto como 
algo natural.
Vimos que o desenvolvimento humano é extremamente complexo, não é possível 
desenvolver qualquer aspecto separadamente, ou seja, não é possível separar o de-
senvolvimento físico, do desenvolvimento emocional, do intelectual e assim por dian-
te. 
Além disso, com os autores mencionados conhecemos com mais profundidade 
a aplicação desses processos ao Desenvolvimento da Aprendizagem. Vale lembrar, 
que também tivemos a oportunidade de compreender os fatores relacionados a essa 
temática.
Nas aulas sobre o Desenvolvimento Psicomotor contemplamos o quanto todas 
essas áreas precisam ser bem estimuladas respeitando cada momento do desenvol-
vimento, especialmente na primeira infância quando estamos criando o alicerce das 
novas habilidades, que nos acompanharão para o resto de nossas vidas.
Por fim, tratamos das instituições que unem e complementam esses saberes, a 
família que provê essa base inicial e contínua e a escola, que sempre será necessá-
ria, especialmente para garantir esse desenvolvimento de modo formal, sistemático e 
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108
significativo.
Como bem diria Vygotsky, conseguimos sair de uma Zona do Desenvolvimento 
Real, perpassamos ao longo das aulas pela Zona de Desenvolvimento Proximal e ao 
construirmos esse novo conhecimento chegamos à Zona de Desenvolvimento Poten-
cial.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 109
REFERÊNCIAS
ALVES, F. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, 
2007.
ALZINA, R.; et al. Atividades para o Desenvolvimento da Inteligência Emo-
cional nas Crianças. Ciranda Cultural; 2010.
American Psychiatric Association (APA). DSM-IV-TR: Diagnostic and statisti-
cal manual of mental disorders (ed. rev.). Washingon: APA, 2002b.
American Psychiatric Association (APA). DSM-IV-TR: Manual Diagnóstico 
e Estatístico de Transtornos Mentais (ed. rev.). Porto Alegre: Artes Médicas, 
2002a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE (ABP). O que é psicomo-
tricidade. [s. d.]. Disponível em: http://www.psicomotricidade.com.br/apsico-
motricidade.htm. Acesso em: 04 set. 2020.
AUSUBEL, D. et al. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interame-
ricana, 1980.
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Educational psychology: A cog-
nitive view. 2. ed. Nova York: Holt, Rinehart and Winston, 1978.
BARROS, C. S. G. Pontos de psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Áti-
ca, 2008.
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução 
ao estudo da psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
BORGES, M. F.; RUBIO, J. A. S. A Educação Psicomotora como instrumento 
no processo de aprendizagem. Revista Eletrônica saberes da Educação, v. 
4, n. 1, 2013. Disponível em: http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdf/
v4-n1-2013/M_Fernanda.pdf. Acesso em: 31 de ago. 2020.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasí-
lia, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da Aprendizagem. 41. ed. Petrópoles: Vozes, 
2014.
COLE, M.; COLE, S. O Desenvolvimento da criança e do adolescente. Porto 
Alegre: Artmed, 2004.
CRAYDY, C. M.; KAERCHER, G. E. P. Educação Infantil: pra que te quero? Porto 
Alegre: Artmed, 2001.
DAINÊZ, D. A inclusão escolar de crianças com deficiência mental: focali-
zando a noção de compensação na abordagem histórico-cultural. 2009. 148 
p. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Metodista de Piracica-
ba. Piracicaba, São Paulo, 2009.
ERIKSON, E. Childhood and Society. New York, 1963. 
ERIKSON, E. H. Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro: Zahar editores, 
1976.
ERIKSON, E. H.; ERIKSON, J. O ciclo da vida completo. 1. ed. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1998.
GABBARD, C. P. Lifelong Motor Development. Boston: Allyn & Bacon, 3º ed., 
2000.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2001, 
641p.
GENTILE, P. Esteban Levin: o corpo ajuda o aluno aprender. Nova Escola, São 
Paulo, n. 179, 1 fev. 2005. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteu-
do/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda-o-aluno-a-aprender . Acesso em: 04 set. 
2020.
GERMANO, G. D.; CAPELLINI, S. A. Desempenho de escolares com dislexia, 
transtornos e dificuldades de aprendizagem em provas de habilidades meta-
fonológicas (PROHFON). Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 
n. 23, v. 2, 135-141, 2011.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. A teoria revolucionáriaque define o 
que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, tradução revista em 2001; 1995.
LA TAILLE, Y., et al. Piaget, Vyygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em dis-
cussão. São Paulo: Sumus,1992.
LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até os 6 anos. 
Tradução Ana Guardrola Brizolara. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
LUCKESI, C. C. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma 
proposta pedagógica a partir da Biossíntese. In: LUCKESI, C. C. (Org.) Ludope-
dagogia – Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000.
LURIA, A.R. A construção da mente. São Paulo: Ícone. Mäder, M. J, 1992.
MACHADO, A.; M.; PROENÇA, M. Psicologia escolar: em busca de novos ru-
mos. Casa do Psicólogo, 2016. 
MAHONEY, A. A; ALMEIDA, L. R. Henri Wallon Psicologia e Educação. 3. ed. 
São Paulo, Loyola, 2003.
MALUF, A. C. M. Atividades Lúdicas para Educação Infantil: Conceitos, orien-
tações e práticas. Petrópolis: Editora Vozes, 2008.
MOREIRA, M. A., MASINI, E. F. S. Aprendizagem Significativa: a teoria de Da-
vid Ausubel. 2.ed. São Paulo: Centauro, 2006.
OLIVEIRA, M. K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo 
sócio-histórico. Scipione, 2002.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação de transtornos 
mentais e de comportamento da CID-10: descrição clínicas e diretrizes diag-
nósticas (ed. rev.). Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.
PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto 
Alegre, Artes Médica, 1985.
PAPALIA, D.; OLDS, S. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2000.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112
PELIZZARI, A.; KRIEGL, M. L.; BARON, M. P.; FINCK, N. T. L.; DOROCINSKI, S. I. 
Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel. Revista PEC, Curiti-
ba, v. 2, n. 1, p. 37-42, jul. 2001/jul. 2002.
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1970.
PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. 24. ed. Rio de Janeiro: Florense Uni-
versitária, 2005.
PINHEIRO, M. S. Aspectos Bio-Psico-Sociais da Criança e do Adolescente. 
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente – CEDECA-BA, 1997.
PLACCO, V. N. M. de S. Relações interpessoais em sala de aula e desenvolvi-
mento pessoal de aluno e professor. In: ALMEIDA, L.R.; PLACCO, V. N. M. de 
S. (Org.). As relações interpessoais na formação de professores. Edições 
Loyola, São Paulo, Brasil, 2004. p. 7-19.
POLONIA, A. C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações 
entre família e escola. Psicologia Escolar e Educacional, v. 9, n.2, p. 303-312, 
2005.
SALOVEY, P.; SHIYTER, D. J. Emotional Development and Emotional Intelli-
gence: Educational Implicates. New York: Basic Books, 2000.
SALVADOR, C. C.; MARCHESI, Á.; PALACIOS, J. Desenvolvimento psicológico 
e educação: psicologia da educação escolar. Vol.2. Porto Alegre: Penso, 2015.
SANDRI, L. S. L. A Psicomotricidade e seus benefícios. Revista de Educação 
do IdeauREI, v. 5, n. 12, jul./dez. 2010. Disponível em: https://www.ideau.com.
br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/160_1.pdf. Acesso em: 31 de ago. 
2020.
SANTIN, S. Educação física: da opressão do rendimento à alegria do lúdico. 
Porto Alegre: Edições EST/ESEF – UFRGS, 1994.
SILVA, K. C.; OLIVEIRA, A. C. Ludicidade e psicomotricidade. Curitiba: Intersa-
beres, 2012.
APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
DRA. MAEWA MARTINA GOMES DA SILVA E SOUZA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113
SOUZA, M. M. G. S. Atitudes sociais em relação à inclusão e concepção so-
bre atendimento educacional especializado na formação de especialistas em 
Educação Especial. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 30, n. 59, p. 
751-762, set./dez. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacao-
especial/issue/view/1261>. Acesso em: Acesso em: 11 set. 2020.
VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente: o desenvolvimento dos pro-
cessos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998

Mais conteúdos dessa disciplina