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DOENÇAS RARAS: ASPECTOS HISTÓRICOS SOCIAIS E BIOLÓGICOS Curso: UNA-SUS (UFMA) 30 horas Material de Estudo - SilCBenevides PRÉ-TESTE Pergunta 1 Imaginando que você faça parte da equipe profissional da Unidade de Saúde da Família (USF) que foi procurada por Carlinhos após a consulta no hospital universitário, como você orientaria a família quanto aos cuidados ou ao fluxo de atendimento para as doenças raras no SUS? Escolha uma opção: Solicitaria para a equipe de regulação que agendasse uma consulta para Carlinhos no Serviço de Referência em Doenças Raras. Pergunta 2 O termo “doenças raras” designa um grupo de mais de cinco mil diferentes condições de saúde que resultam em condições complexas, crônicas e sem perspectiva de cura. Um grupo considerável dessas doenças implicará em alterações corporais progressivas (por exemplo, a perda de equilíbrio ou dificuldade na marcha de Carlinhos) ou em doenças congênitas (como casos de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika). Diante disso, considerando o sistema de notificação de uma deficiência dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus mecanismos de triagem na Atenção Primária à Saúde (APS), que podem resultar em detecção e notificação de doenças raras e consequentes deficiências, é correto afirmar que: Escolha uma opção: A Declaração de Nascido Vivo (DNV) pode ser uma forma de identificar uma pessoa com deficiência (e algumas doenças raras) e introduzi-la no fluxo de atendimento. Pergunta 3 A história de Carlinhos aloca alguns elementos como parte do histórico de suas relações familiares, esclarece alguns elementos da subsistência da família (o trabalho da mãe), apresenta alguns elementos de seu contexto escolar e parte das dinâmicas de apoio obtido pelos equipamentos de Estado, como as unidades de saúde. Para entendermos as inscrições biopsicossociais de alguém que vive com uma doença rara, é necessário identificar esses elementos nas jornadas, isto é, desde a primeira vez em que as pessoas experimentaram os sintomas até o momento em que receberam o diagnóstico correto e as orientações para os cuidados. Considerando o cenário biopsicossocial das doenças raras, como você, corretamente, entende a relação entre as estratégias de Atenção Primária à Saúde, como as da Estratégia Saúde da Família, e os serviços de maior complexidade, particularmente aqueles que ofertam atendimento no campo da genética? Escolha uma opção: d. As medidas da Atenção Primária à Saúde no campo das doenças raras funcionariam melhor se houvesse vínculo com os centros de referência e com garantias de referência e contrarreferência. Atividade Formativa Questão 1 Um dos temas complexos e recorrentes nos debates sobre cuidados às pessoas com doenças raras é o acesso aos tratamentos medicamentosos. O processo de avaliação e inclusão destes tratamentos nas listas de fornecimento pelo SUS é complexo e depende de questões técnicas, como a ponderação de eficácia do tratamento, dos custos e do impacto orçamentário. Sobre isso, é CORRETO afirmar que: O tratamento para a maior parte das doenças raras é sintomático ou do tipo “SOS” ou paliativo, podendo ser conduzidos por equipes da APS em harmonia com os ambulatórios de especialidades. DOENÇAS RARAS: ASPECTOS HISTÓRICOS SOCIAIS E BIOLÓGICOS Curso: UNA-SUS (UFMA) 30 horas Material de Estudo - SilCBenevides Atividade Formativa Questão 2 Dr. Jorge foi informado sobre o assunto. O estado de Joaquim se agravou e ele precisou passar por uma esplenectomia. Durante o procedimento, o Dr. Jorge, pensando em conseguir um volume maior das células especiais de Joaquim, enviou o baço para o laboratório. Após algumas semanas, a equipe conseguiu estabelecer uma cultura de linfócitos a partir do material coletado. As células foram patenteadas e começaram a ser comercializadas pela equipe. Joaquim nunca soube destes fatos e não recebeu qualquer benefício direto ou indireto da venda de células derivadas de seu baço. Com base na situação descrita, é correto afirmar que: os Hospitais Universitários, os profissionais podem remeter o material biológico do paciente desde que obtenham o seu consentimento e a autorização das autoridades sanitárias. QUESTIONÁRIO AVALIATIVO Pergunta 1 A ausência ou demora no diagnóstico, assim como as incertezas na definição de cuidados iniciais ou tratamentos, são preocupações frequentemente expressas por pessoas acometidas por condições raras. O momento em que a primeira consulta acontece e a escuta qualificada do paciente e de sua família podem ajudar a reduzir agravos e a compreender o cenário de adoecimento. Diante disso, são medidas que podem ser adotadas pela equipe de saúde para apoiar o paciente em sua jornada: Escolha uma opção: A elaboração de um plano conjunto que envolva o diagnóstico e o manejo, como uma estratégia necessária para a redução dos itinerários diagnósticos e terapêuticos de pessoas com suspeita de doença rara. Pergunta 2 Os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) são condições raras, incluindo doenças triadas no teste do pezinho, como a fenilcetonúria e outras que carecem de investigação clínico-laboratorial. Trata-se de um grande grupo de cerca de 600 doenças genéticas congênitas causadas em decorrência de mutações em genes, que codificam enzimas envolvidas no processo de síntese, de degradação, de transporte ou do armazenamento de moléculas importantes para o organismo, como os aminoácidos, carboidratos e ácidos graxos. Essas condições perfazem cerca de 10% do total das doenças genéticas, tendo uma frequência em conjunto de mais de 1 caso para 1.000 nascimentos. Desta forma, há uma considerável chance de que um recém-nascido ou uma criança atendida no território de atuação das equipes de saúde da família tenham DOENÇAS RARAS: ASPECTOS HISTÓRICOS SOCIAIS E BIOLÓGICOS Curso: UNA-SUS (UFMA) 30 horas Material de Estudo - SilCBenevides contato com estes pacientes. Há situações familiares ou ocorrências em que os profissionais da Atenção Primária à Saúde devem ficar atentos à possibilidade de EIM, é CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: Histórico de indivíduos na família com encefalopatia crônica (“diagnóstico de paralisia cerebral”) sem que tenha causa bem estabelecida para definir este diagnóstico é uma situação que pode sugerir EIM. Pergunta 3 De acordo com a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que aprova as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde), é CORRETO afirmar, a respeito do papel da Atenção Primária à Saúde: Escolha uma opção: a. A Atenção Primária à Saúde é responsável pela coordenação do cuidado, por realizar a atenção contínua da população com doenças raras que está sob sua responsabilidade adstrita, além de ser a porta de entrada prioritária do usuário na rede. Ademais, é de sua competência encaminhar oportunamente a pessoa com suspeita de doença rara para confirmação diagnóstica. Pergunta 4 Os defeitos congênitos constituem um grupo de condições raras que podem ser decorrentes de causas ambientais. De modo geral, podem ser definidos como anomalias funcionais ou estruturais do desenvolvimento do feto e decorrentes de fatores originados antes do nascimento, mesmo quando o defeito não for aparente no recém-nascido e só manifestar-se mais tarde. Diante disso, em relação às condições que podem ser monitoradas, é CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: A Atenção Primária à Saúde (APS) realiza o controle de vacinas e a orientação para suplementação de ácido fólico. Pergunta 5 Segundo o website do Ministério da Saúde, os “Protocolos Clínicos e DiretrizesTerapêuticas (PCDT) são documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas”. Sobre isso, é correto afirmar que: Escolha uma opção: As equipes da APS devem conhecer e consultar os PCDT para doenças raras apresentadas por pacientes que vivam no território, garantindo a orientação adequada durante o tratamento. Pergunta 6 Avalie a situação dilemática abaixo, refletindo sobre os processos de terminalidade de vida e a autonomia de pessoas com doenças raras fora de perspectiva de cura. Carlos tem 48 anos. Aos 32 anos, começou a apresentar sinais e sintomas que levaram ao diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica. Era triatleta e estava acostumado a testar os limites do próprio corpo. O diagnóstico o levou a adotar um estilo de vida mais suave. Buscou apoio em diversas terapias e especialistas para tentar fazer com que a doença não progredisse. Mas, seu quadro foi paulatinamente se agravando. Ele perdeu boa parte dos movimentos e precisou de suporte ventilatório. Seu acompanhamento se dá no serviço de neurologia de um hospital público, onde também é acompanhado por uma equipe multidisciplinar. A habilidade de mover os olhos permite que ele utilize uma tecnologia assistiva para se comunicar com a família e com os profissionais de saúde. Ele está fisicamente indefeso e totalmente incapaz de cuidar de si mesmo. Encontra-se inteiramente dependente de outros para todas as suas necessidades, que incluem sua DOENÇAS RARAS: ASPECTOS HISTÓRICOS SOCIAIS E BIOLÓGICOS Curso: UNA-SUS (UFMA) 30 horas Material de Estudo - SilCBenevides alimentação, seu asseio pessoal, o uso do banheiro e a capacidade de ir e vir. A permanência na cadeira de rodas ou no leito, bem como a incapacidade de mover de forma autônoma seu corpo, fez com que começasse a sofrer um processo de perda muscular. Em alguns momentos, ele reclama de dor. Seu estado psicológico varia de acordo com o dia. Em alguns momentos, anima-se com a possibilidade de que os tratamentos e medicamentos parem a progressão da doença ou mesmo que revertam seu quadro. Em outros momentos, encontra-se profundamente triste e apreensivo com a piora. O desconforto físico e a ausência de privacidade, às vezes, incomodam, pois sempre foi uma pessoa inteligente e proativa. A família tenta convencê-lo a participar de uma pesquisa clínica. Ele retruca dizendo que já “tentou de tudo” e que está “em paz para viver o resto de vida que lhe cabe”. E, na conversa com a equipe, ele é informado que, em função das dificuldades para engolir e o risco de engasgar-se, precisará ser alimentado via sonda nasogástrica. Ele se mostra agitado e expressa que é sua vontade final não se alimentar mais, mesmo que sua condição não seja terminal. A família não se conforma com a decisão. Dizem - lhe que farão o que for necessário para que ele não morra. Diante de casos como este acima descrito, é CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: As pessoas em quadros de terminalidade decorrentes de doenças raras têm o direito fundamental de recusar tratamento médico quando essa decisão é tomada fora de contextos de sofrimento extremo que prejudiquem sua razoabilidade. Pergunta 7 A definição de “doenças raras” tem sido alvo de controvérsias no campo da saúde. Numa perspectiva biomédica (nosologia), cada doença deve ser definida pelo conjunto de sintomas especificamente associados e sinais patognomônicos e pela causa subjacente, como uma alteração genética ou pela identificação de agentes causais, por exemplo, um patógeno. De modo geral, as doenças raras são condições crônicas complexas, que têm forte componente genético e maior frequência entre crianças. Historicamente, o termo tem forte relação com as organizações de pacientes e os setores regulatórios/regulados da saúde. Sobre isso, É CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: a. Muitas doenças raras são complexas, progressivas e sem cura. Pergunta 8 Leia o trecho abaixo: "Luís era um menino que quase não se movia porque tinha Paralisia Cerebral. O olhar era vivo, mas ele tinha dificuldade para fixá-lo em algum lugar. Seus bracinhos e pernas estavam rígidos e ele era muito magro. A mãe o levou ao pronto-socorro com tosse e falta de ar, mas a doutora a recebeu, naquele domingo à noite, dizendo que nada podia fazer, já que ali só atendiam emergências e aquele era um caso especializado. ‘Aliás, já não haviam dito a ela que essas crianças não se criam? Melhor esclarecer logo ali, porque se houvesse sobrevida, seria assim desse jeito desgraçado e sem qualquer qualidade’, foi o pensamento da médica e o que disse em seguida para a mulher. Após ouvir aquilo, os olhos daquela mãe encheram-se de lágrimas, pois não havia ido ali, justamente, para salvar seu filho, para dar-lhe ar e um tratamento para aquela tosse? Engoliu em seco, enxugou suas lágrimas, olhou nos olhos de seu filho, espelhos da alma e soube o que fazer. Fingiu não ter ouvido todos aqueles horríveis prognósticos e insistiu com a doutora para atender o menino.". A partir disso, é CORRETO afirmar que: Escolha uma opção: a. A unidade de emergência deve atender qualquer paciente, devendo ser observadas as informações trazidas por ele ou pelo responsável e que possam impactar os cuidados prestados em regime de urgência.
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