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INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

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GESTÃO EMPREENDEDORA E 
INOVAÇÃO 
Marcia Maria da Graça Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
4 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA 
Inovação e tecnologia são, no ambiente atual, os combustíveis que movimentam a 
economia. Ao longo de vários séculos, o capital e a mão de obra eram os fatores 
considerados como elementos centrais para o crescimento econômico, enquanto o 
conhecimento e o capital intelectual ocupavam papel de coadjuvantes. Essa nova 
economia é baseada no uso intensivo de conhecimentos para criação de bem-estar 
social, como mostra o quadro de Mattos e Guimarães (2012). 
Quadro 4.1 – Comparação entre a velha e a nova economia 
 
 
Fonte: Mattos e Guimarães (2012, p. 30-31). 
, 
 
 
3 
 
Enquanto na era industrial os avanços foram conquistados com a mecanização, que 
substituiu a mão de obra por máquinas, na nova economia o avanço se dá com a 
utilização de conhecimento e informação. O rápido desenvolvimento de novas 
tecnologias, especialmente da informação e comunicação, ocupa papel central na 
promoção das inovações e na criação da chamada “sociedade da informação”. Isso 
ocorre porque essas tecnologias permitem a manipulação, armazenagem e 
distribuição do conhecimento de maneira cada vez mais rápida, com qualidade e para 
um número maior de pessoas (MATTOS; GUIMARÃES, 2012). 
Para Reis (2018), a tecnologia, ao aplicar novos métodos e novos produtos nos meios 
de produção, gera reflexos socioeconômicos sobre uma comunidade. Enquanto isso, a 
inovação está relacionada aos fatores comerciais e econômicos, pois uma tecnologia se 
transforma em inovação quando é produzida pelas empresas e colocada à disposição 
da sociedade. 
 
4.1 Tecnologia e economia digital 
O aparecimento da Internet intensificou o processo de globalização, não apenas pelo 
próprio acesso à rede mundial de computadores, mas também pela redução das 
distâncias globais com acesso muito mais rápido às informações e o avanço dos meios 
de comunicação. Por sua vez, a evolução dos meios de comunicação trouxe uma 
evolução na economia mundial com o surgimento do comércio eletrônico. O 
crescimento acelerado desse tipo de comércio provocou mudanças na maneira como 
as transações comerciais passaram a ser realizadas, bem como na forma como 
produtos e serviços são oferecidos (SILVA; ALMEIDA; MARTINS, 2017). 
Nessa perspectiva, a economia digital é compreendida como o processo de 
convergência entre as tecnologias da informação e as da comunicação por meio da 
internet e outras redes digitais. É um modelo econômico no qual a sociedade utiliza 
uma infraestrutura global de telecomunicação que permite comunicação, interação, 
planejamento, busca e aquisição de bens e serviços. Logo, a interação virtual ocorre 
não apenas entre pessoas, mas entre governos e mercados, que se comunicam e 
, 
 
 
4 
 
realizam transações online configurando um novo cenário econômico e uma nova 
forma de pensar a própria economia (ITS RIO, 2017; REIS, 2018). 
A lógica do mercado aos poucos vai sendo questionada por novas formas de relações 
econômicas, cuja base é o compartilhamento e a colaboração, viabilizados pela 
conectividade proporcionada por tecnologias baseadas em sistemas, alterando a 
cultura econômica. Essas mudanças são estimuladas pela pressão do mercado e por 
manifestações sociais que se utilizam dessas novas conexões em rede. No contexto da 
economia digital e em rede, informação e conhecimento são os principais capitais 
necessários para gerar inovações, especialmente por viabilizar o acesso às informações 
necessárias ao processo empreendedor. Além disso, o acesso ao mercado consumidor 
se amplia à medida que novos usuários são integrados à rede mundial, o que reduz as 
fronteiras entre consumidores e produtores e contribui para acelerar a fase de 
crescimento e maturação de novos negócios (ITS RIO, 2017; SALERNO, 2018). 
O amplo acesso à internet e a redução dos custos para aquisição de novas tecnologias, 
algumas delas podendo ser obtidas gratuitamente na própria rede, oferecem novas 
alternativas econômicas para geração de trabalho e renda, tornando-se um fator 
relevante para impulsionar as inovações, além de simplificar e reduzir os custos de 
produção. Assim, novos espaços são abertos e beneficiam o empreendedorismo, 
viabilizando o acesso a oportunidades de negócios antes impossíveis de acessar pelo 
alto investimento requerido. Como a inovação não apenas promove produtividade 
como dá condições para se criar novas e melhores formas de produzir, gera novas 
oportunidades e investimentos. O empreendedorismo, neste contexto, é um dos 
principais vetores para o crescimento econômico e social de um país (ITS RIO, 2017). 
Em síntese, a economia digital aos poucos avança e torna o empreendedorismo agente 
central em gerar prosperidade. Em um cenário econômico mais cooperativo e aberto, 
disponibilizado pelos recursos disponíveis em uma plataforma em rede, o 
empreendedor encontra acesso a todos os fatores produtivos necessários para o 
desenvolvimento de sua atividade. Cabe destacar, porém, que esse crescimento 
depende da implementação de ambientes conectados e dinâmicos, que sustentem 
valores próprios e, principalmente, que exijam atenção à disseminação dos recursos 
, 
 
 
5 
 
necessários e disponíveis no mercado para seu desenvolvimento. O objetivo é envolver 
todos os participantes do processo, tornando-os capacitados a participar. 
 
4.2 Inovação e o desenvolvimento tecnológico 
O desenvolvimento tecnológico é um fator central nas análises econômicas como 
forma de proporcionar competitividade às empresas, inclusive no ambiente 
internacional, a partir do progresso das tecnologias. No entanto, introduzir novas 
tecnologias é um desafio considerando as limitações impostas pelos recursos 
disponíveis, conhecimento acumulado sobre as tecnologias apropriadas às atividades e 
da situação do país na qual as empresas estão instaladas. Também deve ser 
considerada a capacitação dos trabalhadores e sua adequação aos requisitos das novas 
tecnologias. Portanto, a utilização de novas tecnologias está associada ao estágio 
tecnológico dos agentes produtivos envolvidos: mão de obra, produtores e governo 
(HENRIQUES, 2018; MATTOS; GUIMARÃES, 2012). 
As rápidas mudanças da tecnologia, e a sua variedade, exigem que a organização se 
mantenha atualizada em relação ao estágio tecnológico do seu setor para que o 
processo de tomada de decisão seja realizado de maneira consistente. As escolhas 
realizadas tem impacto sobre diversos aspectos empresariais, incluindo os recursos 
humanos e o desenho de seus processos, por isso, selecionar e escolher tecnologias é 
uma questão estratégica nas organizações. Em suma, uma tecnologia apropriada é 
aquela que impulsiona a estratégia e dá à empresa uma vantagem sustentável, o que 
direciona para o descarte daquelas que, apesar de apresentarem avanços científicos, 
não estão alinhadas à estratégia central da empresa (MATTOS; GUIMARÃES, 2012). 
Dessa forma, podemos concluir que a adoção de uma nova tecnologia deve 
proporcionar vantagem competitiva à empresa, ou, aumentar o valor do produto e 
reduzir os custos da sua produção e oferta ao mercado. O potencial da tecnologia para 
aumentar valor e reduzir custos é grande, no entanto, é preciso que a gestão 
organizacional avalie os diferentes fatores envolvidos na redução de custos para 
, 
 
 
6 
 
definir em que medida esses custos reduzidos podem reduzir o potencial de 
diferenciação da empresa (MATTOS; GUIMARÃES, 2012; REIS, 2018). 
Ao avaliar os investimentos em tecnologia, com o propósito de gerar inovações, as 
organizações precisam estar atentas à sua capacidade de financiamento e às condições 
necessárias à aplicação dessa tecnologia, tais como a exigência de novas instalações ou 
modificações nas existentes. Cabe destacar, que os projetos desse tipo apresentam 
algum grau de incerteza, além de custos ocultos, comomostra a figura a seguir. 
 
Figura 4.1 – Custos ocultos da tecnologia 
 
Fonte: Mattos e Guimarães (2012, p. 112). 
 
A estrutura de custos apresentada na figura 4.1 demonstra a necessidade de 
planejamento para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Sob essa ótica, Trott 
(2012) apresenta os fatores críticos de sucesso, que devem servir de base aos 
, 
 
 
7 
 
investimentos para geração de inovações tecnológicas que resultem em produtos de 
sucesso. 
 
Figura 4.2 – Fatores críticos de sucesso para inovações tecnológicas 
 
Fonte: Trott (2012, p. 85). 
 
A figura 4.2 demonstra a complexidade do processo de inovação tecnológica e a 
necessidade de a empresa administrar esse processo com eficiência. Como fator 
central da estrutura presente na figura, a Viabilidade Tecnológica depende do estágio 
de desenvolvimento tecnológico envolvido. É a atenção a esse fator que contribui para 
uma análise do potencial de uma ideia, como base da inovação, se converter em 
produtos que serão aceitos pelo mercado, bem como dos custos envolvidos nesse 
processo. 
 
4.3 Padrões de evolução tecnológica 
Compreender a evolução dos padrões de tecnologia é essencial para que o 
empreendedor acompanhe as mudanças que podem impactar seu negócio, pois a 
tecnologia é um componente importante do ambiente das empresas. As mudanças 
tecnológicas, ao longo do tempo, têm contribuído, tanto para criar oportunidades de 
novos negócios e para o crescimento de empresas novas e inovadoras, como para 
destruição de empresas e setores. É importante compreender que cada tecnologia é 
, 
 
 
8 
 
desenvolvida para competir e substituir outras tecnologias, mas antes disso, ela passa 
por períodos de evolução até o final de sua vida útil. Esses ciclos contínuos iniciam com 
uma nova tecnologia que substitui a anterior, e depois é superada e substituída por 
uma nova (MATTOS; GUIMARÃES, 2012; REIS, 2018). 
Por isso, compreender a evolução de uma tecnologia é um fator crítico de sucesso para 
o empreender. Dois modelos são utilizados para compreender essa evolução: o 
modelo de Foster, também chamado de Curva S, e o modelo de Abernathy-Utterback. 
Cada um desses modelos traz perspectivas diferentes na análise do processo. 
 
A. Modelo de Foster ou Curva S 
É um instrumento mais simples e prático para compreender o processo de evolução, 
que explica o desempenho de uma tecnologia específica. O crescimento é lento na fase 
inicial e mais rápido na fase seguinte, ficando mais lento novamente quando alcança 
seu limite técnico. Para Mattos e Guimarães (2012), o aumento do desempenho da 
tecnologia ao longo da curva S é explicado pela geração de inovação incremental. Esse 
comportamento é ilustrado em quatro fases: 
• Fase 1: evolução pequena ao longo do tempo, é necessário realizar elevado 
investimento para gerar um resultado discreto; 
• Fase 2: grande evolução em termos de resultados e performance, com 
investimento menor; 
• Fase 3: queda na taxa de evolução ao longo do tempo; 
• Fase 4: observa-se um salto para nova curva ou a tecnologia é substituída; 
A figura a seguir ilustra as fases da evolução de uma tecnologia com base no Modelo 
de Foster. 
 
 
, 
 
 
9 
 
Figura 4.3 – Modelo de Foster ou Curva S 
 
Fonte: Mattos; Guimarães (2012, p. 72). 
 
O modelo propõe que o desempenho de uma tecnologia aumente em taxa lenta na 
fase inicial e mais rapidamente na fase seguinte, a velocidade é novamente reduzida 
porque a tecnologia atinge seus limites. Trott (2012), detalha um pouco mais essa 
análise da evolução da tecnologia por meio da Curva S. 
O progresso lento inicial é comparável a uma linha horizontal; o progresso 
rápido, à medida que o conhecimento é adquirido, é comparável a uma 
linha vertical, e o progresso lento até o final é comparável a uma linha 
horizontal. Normalmente, nesse ponto uma nova tecnologia substitui a 
tecnologia existente; na realidade, é necessário que isso ocorra se 
quisermos que os avanços continuem (TROTT, 2012, p. 197). 
 
Em resumo, tecnologias novas são criadas por meio de inovação radical ou disruptiva e 
apresentam desempenho inferior comparado com a tecnologia antiga. A evolução 
desse novo padrão de tecnologia o torna o projeto dominante, ou seja, um produto ou 
combinação de componentes de um produto aceito pelo mercado por atender à maior 
parte das necessidades dos clientes. Ele supera, e muitas vezes substitui, a tecnologia 
anterior. À medida que uma nova tecnologia surge, o ciclo se repete. A proposta do 
modelo da Curva S é a de que os ciclos se mantêm indefinidamente, alternando 
tecnologias maduras e novas tecnologias. 
, 
 
 
10 
 
B. Modelo de Abernathy e Utterback 
Nesse modelo, seus autores também classificam a evolução de uma tecnologia em 
fases, sendo duas principais e uma de transição, como demonstram Mattos e 
Guimarães (2012). 
• Fase fluída: é a fase inicial na qual a tecnologia é desenvolvida, antes de se 
tornar dominante; 
• Fase específica: ocorre após a transformação da tecnologia em projeto 
dominante; 
• Fase transição: é aquela na qual uma inovação realiza a transição da inovação 
de produto para a inovação de processo. 
É um modelo útil para demonstrar o comportamento de um determinado mercado e 
de suas organizações conforme as tecnologias amadurecem. Seus autores 
argumentam que organizações de menor porte e com visão empreendedora 
promovem inovações de produtos, enquanto empresas maiores, cujo foco é a gestão 
de custos, são responsáveis por gerar inovações de processo. Dessa forma, o modelo 
procura capturar o cenário no qual o nascimento de um setor de mercado promove 
uma inovação radical de produto, seguida de uma transformação dos processos de 
produção, acompanhados de inovações incrementais (MATTOS; GUIMARÃES, 2012; 
TROTT, 2012). 
A figura a seguir mostra a mudança na taxa de inovação e a transição da inovação de 
produto para a inovação de processo. 
 
 
 
 
 
, 
 
 
11 
 
Figura 4.4 – Modelo de Abernathy e Utterback 
 
Fonte: Mattos; Guimarães (2012, p. 74). 
 
O foco da inovação em produtos novos ou melhores está nas fases iniciais da 
tecnologia, decorrente da identificação de necessidades ou problemas do mercado 
consumidor. É uma fase com diversificação no desenvolvimento de produtos 
customizados. Os produtos utilizam os equipamentos disponíveis com componentes 
padronizados. De maneira geral, essa fase engloba empresas mais dinâmicas, como as 
startups (MATTOS; GUIMARÃES, 2012; TROTT, 2012). 
De acordo com os autores, o projeto dominante surge na fase seguinte, que desalinha 
a concorrência porque algumas empresas não têm capacidade para operar a nova 
tecnologia e saem do mercado. Nesse momento, pode ocorrer uma descontinuidade 
tecnológica em virtude de inovação radical. Depois, o foco da tecnologia se desloca 
para obtenção de melhorias incrementais de produtos ou em processos melhores para 
reduzir os custos de produção. Os produtos e os processos se tornam padronizados 
para proporcionar escala de produção, o que determina quais empresas terão sucesso 
com a aplicação da nova tecnologia. 
 
 
, 
 
 
12 
 
4.4 Empresas de base tecnológica (EBTs) 
As empresas de base tecnológica (EBTs) são empreendimentos relativamente recentes, 
de maneira geral, pequenos negócios originados a partir de grandes empresas e 
grandes laboratórios, em campos como eletrônicos, software e biotecnologia. Sua 
especialidade é a oferta de componentes, subsistemas, técnicas ou serviços cruciais 
para grandes empresas, as quais podem muitas vezes ser suas ex-empregadoras. 
Grande parte das EBTs em eletrônicos e softwares surgiu de laboratórios corporativos 
e do governo, envolvidos em atividades de desenvolvimento e teste. Com a evolução 
da biotecnologia e da demanda por softwares, laboratórios de universidades com 
centros de pesquisa se tornaram fontes regulares de EBTs (BESSANT; TIDD, 2009). 
ParaSantos e Pinho (2010), analisar as características das EBTs permite compreender a 
dinâmica de crescimento dessas empresas, que participam ativamente das mudanças 
tecnológicas, em segmentos genéricos, cujas plataformas tecnológicas se destinam a 
múltiplos usos e geram mercados amplos, em atividades relacionadas à biotecnologia 
e à microeletrônica. Outras EBTs operam em mercados específicos e delimitados de 
pequena extensão – nichos de mercado –, como a prestação de serviços 
especializados. 
Em uma definição mais ampla, elaborada pelo Sebrae a partir da definição de 
empresas de alta tecnologia do Office of Technology Assesment (OTA), as EBTS são: 
Micro e pequenas empresas de base tecnológica, são empresas industriais 
com menos de 100 empregados, ou empresas de serviço com menos de 50 
empregados, que estão comprometidas com o projeto, desenvolvimento e 
produção de novos produtos e/ou processos, caracterizando-se, ainda, pela 
aplicação sistemática de conhecimento técnico-científico. Estas empresas 
usam tecnologias inovadoras, têm uma alta proporção de gastos com P&D, 
empregam uma alta proporção de pessoal técnico científico e de engenharia 
e servem a mercados pequenos e específicos (SEBRAE, 2011, p. 7). 
 
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, essas EBTs apresentam características 
semelhantes, tais como um nível tecnológico relativamente baixo, desenvolvimento de 
produtos para um grupo de clientes já estabelecido, dependência de tecnologia 
importada e atuação centrada no aperfeiçoamento de tecnologias. Em alguns países, 
, 
 
 
13 
 
elas funcionam como agentes de difusão tecnológica e sua maior contribuição ao 
desenvolvimento tecnológico está na aquisição, transformação e disseminação de 
tecnologias existentes em plataformas de inovação (SANTOS; PINHO, 2010). 
Em países desenvolvidos, as EBTs são consideradas responsáveis por oferecer produtos 
e serviços inovadores, cuja proposta de valor é mais vantajosa, tendo em vista a 
utilização de mão de obra altamente qualificada e por obter recursos externos ao país 
com o recebimento de royalties ou resultados de participação acionária em negócios 
do exterior (NAKAGAWA, 2008). 
As empresas de base tecnológica podem ser classificadas de acordo com a frequência, 
o alcance e o modo de inovação, ou seja, de acordo com as diferentes ênfases em 
inovações de produto e processo e, particularmente, ao foco dos esforços inovativos – 
modificações incrementais, novo design ou novidades mais amplas. A partir dessa 
classificação, Santos e Pinho (2010), apresentam os grupos do quadro a seguir. 
 
Quadro 4.2 – Classificação das EBTs 
Grupo 1 EBTs que se apoiam em ideias e conceitos vinculados a 
tecnologias já estabelecidas, desenvolvendo aplicações que 
alargam o escopo original da inovação. Como exemplo desse 
grupo, o autor apresenta estabelecimento de uma firma para 
produzir roupas à prova de água. Em geral, as EBTs desse tipo 
não possuem capacidades e habilidades técnicas específicas, 
podendo ser caracterizadas por uma intensidade tecnológica 
limitada. 
Grupo 2 EBTs baseadas em tecnologias realmente novas. Para elas, a 
ausência de rivais estabelecidos é muito benéfica, implicando 
que essas empresas não precisam competir com outras 
capazes de produzir os produtos que irão desenvolver. Por 
isso, a taxa de sobrevivência dessas firmas pode ser maior do 
que para aquelas baseadas no conceito de projeto, já que a 
, 
 
 
14 
 
base de clientes se dirigirá para a nova tecnologia como única 
opção de consumo disponível. 
Nesse subgrupo incluem-se muitas EBTs de microeletrônica e 
biotecnologia. 
Grupo 3 EBTs baseadas em tecnologia consolidada de nicho de 
mercado. Essa categoria é formada por firmas que foram bem-
sucedidas no desenvolvimento de tecnologias, mas, devido à 
maturação de seus ativos tecnológicos, estabilizaram-se e 
apresentam um baixo crescimento. Buscam combinar os 
conhecimentos sobre as preferências de seus usuários com 
habilidades já estabelecidas para desenvolver novos produtos 
por meio de inovações incrementais. O principal risco 
enfrentado por elas advém das mudanças tecnológicas 
introduzidas por novas firmas, que podem destruir suas 
competências. 
Esse tipo de firma é comum nos setores de produção de 
máquinas, equipamentos médicos e cirúrgicos, softwares e 
instrumentos de precisão. 
Fonte: elaborado pela autora com base em Santos e Pinho (2010, p. 216-217). 
 
Em qualquer que seja o grupo de classificação, Nakagawa (2008) destaca que as EBTs 
foram criadas por empreendedores diferenciados e que proporcionam resultados 
relevantes. Eles souberam aproveitar os desafios dos ciclos de desenvolvimento 
tecnológico para expandir os negócios, conduzindo suas empresas a outros países, 
muitas vezes, tornando-as exemplos de competição global. 
No Brasil, o empreendedor de base tecnológica tem sido destacado pela sua formação 
acadêmica, na qual a Engenharia predomina, e pela sua capacidade de desenvolver 
pesquisas científicas. Para Nakagawa (2008), trata-se de uma nova geração de 
empreendedores com grande potencial para geração de riquezas e contribuições 
relevantes para a promoção de inovações tecnológicas. 
, 
 
 
15 
 
4.5 Processo de inovação tecnológica 
Como vimos nas seções anteriores, a inovação tecnológica é o principal agente de 
mudanças no cenário socioeconômico, medido pelo progresso social e econômico dos 
países e pelo sucesso das empresas, que dependem do conhecimento técnico e 
científico para obter eficiência. Nesse contexto, a inovação tecnológica é um processo 
que engloba criação, desenvolvimento e o uso disseminado de um novo produto ou 
processo e sua introdução na economia (HENRIQUES, 2018; REIS, 2018). 
No ambiente atual, segundo os mesmos autores, as inovações tecnológicas são 
caracterizadas pelo seu rápido ritmo de mudança, uma vez que os ciclos de vida dos 
produtos estão cada vez menores. Esse aumento no ritmo das inovações tecnológicas 
acarreta alterações nos processos das organizações, incluindo os de gestão e de 
criação de rotinas organizacionais, para facilitar a absorção de novas tecnologias. 
A adoção de novas tecnologias é baseada em um processo de colaboração intensiva 
entre vários agentes, que formam uma rede, o que requer facilidade para as 
organizações estabelecerem relações no ambiente empresarial para garantir a 
integração da qual depende a inovação tecnológica. O processo tecnológico tem 
estreita associação com as novas pesquisas científicas que oferecem alto potencial de 
rendimento. Mesmo em situações nas quais a pesquisa gera grandes rupturas, é 
preciso estabelecer uma ligação entre o campo científico e o campo tecnológico para 
intensificar a geração de inovações tecnológicas (HENRIQUES, 2018, REIS, 2018). 
Dessa forma, o processo de inovação tecnológica não ocorre de maneira linear, a partir 
de um único evento gerador. Ao contrário, é um processo interativo e que envolve a 
combinação e a sinergia de muitos fatores, dentre os quais: 
 
o domínio de conhecimentos tecno científicos específicos; as necessidades e 
as atitudes sociais; a procura pelo mercado; o apoio governamental 
mediante definição de prioridades e aplicação de instrumentos de fomento 
apropriados; a capacidade de risco do poder público e do setor empresarial; 
a disponibilidade de capital para investimentos; a qualidade do sistema das 
tecnologias industriais básica (metrologia científica, normalização, 
informação científica e tecnológica, gestão da qualidade, propriedade 
, 
 
 
16 
 
industrial etc.); a disponibilidade e a qualidade dos serviços de apoio 
(marketing, design, informação, certificação de qualidade etc.); a dimensão 
e a qualidade do sistema de educação tecnológica; a dimensão, a qualidade 
e o perfil da base tecno científica local, regional e nacional etc. (REIS, 2018, 
p. 57). 
 
A evolução da tecnologia também considera a difusão tecnológica, ou seja,a 
disseminação e adoção de novas tecnologias, que envolve os processos específicos das 
empresas, dos setores econômicos. Para entender os motivos pelos quais um novo 
produto é implantado com mais rapidez do que outro, bem como por que uma 
empresa adota uma tecnologia antes das outras, é preciso avaliar os fatores que 
refletem na velocidade da difusão de novas tecnologias. 
Henriques (2018) consolida esses fatores determinantes para a adoção da nova 
tecnologia, como mostra o quadro a seguir. 
 
Quadro 4.3 – Fatores de difusão tecnológica 
Fatores Descrição 
Demanda Incerteza, qualificação dos trabalhadores, recursos, 
grau de diversidade das empresas, intensidade da 
competição do setor etc. 
Oferta Padronização dos produtos, reputação, cumprimento 
do prazo, intensidade competitiva dos fornecedores, 
atividades de marketing. 
Características da 
tecnologia inovadora 
Vantagem relativa, complexidade, compatibilidade, 
custo, risco e incerteza, rentabilidade esperada. 
Fatores institucionais ou 
de entorno 
Pressão competitiva, facilidade de financiamento, 
evolução da tecnologia antiga, fatores políticos etc. 
Características das 
empresas adotantes 
Tamanho, estrutura organizacional, capacidade 
tecnológica, localização da empresa, estrutura de 
propriedade, idade da empresa etc. 
Fonte: Henriques (2018, p. 37-38). 
 
, 
 
 
17 
 
Dessa forma, é possível concluir que as características próprias de cada tecnologia 
estão no centro da sua difusão, combinadas com os atributos das empresas adotantes, 
que guiam o processo da ação. Esse processo é influenciado, ainda, por variáveis do 
ambiente e pelos fornecedores da inovação tecnológica. Para compreender essa 
trajetória tecnológica, é preciso compreender o conceito de paradigma tecnológico, 
“Paradigma tecnológico é um modelo e um padrão de soluções de problemas 
tecnológicos selecionados, baseados em princípios selecionados das ciências naturais e 
sobre tecnologias materiais selecionadas” (HENRIQUES, 2018, p. 38). 
Com base no conceito de paradigma tecnológico, a trajetória tecnológica pode ser 
definida como o modelo de ações e atividades desenvolvidas para solucionar 
problemas com base em um determinado paradigma tecnológico. É, portanto, o 
paradigma tecnológico vigente em determinado momento, economia ou setor de 
atividades que define como se dará a trajetória, e a difusão, das inovações 
tecnológicas. 
 
4.6 Gestão da inovação tecnológica 
Como estudamos na unidade 3 desta disciplina, a inovação se tornou fator crítico de 
sucesso para a sobrevivência das organizações. Contudo, a ação de inovar envolve 
inúmeros fatores que agem separadamente, mas que em geral, influenciam uns aos 
outros, trazendo grande complexidade ao processo inovador. Por um lado, a gestão da 
organização implica reduzir as incertezas em relação ao ambiente e aos resultados, 
garantindo a maximização dos capitais empregados. De outro lado, a gestão do 
processo de inovação tecnológica exige o desenvolvimento e o estímulo do potencial 
criativo da organização, requerendo incentivo à geração de ideias e a promoção da 
criatividade (TROTT, 2012). 
A gestão da tecnologia é uma área recente, cujos conceitos estão em construção e 
ainda em fase de mudanças. Mattos e Guimarães (2012), apresentam uma tipologia 
básica acerca da gestão da tecnologia em uma matriz como a figura a seguir. 
, 
 
 
18 
 
Figura 4.5 - Matriz da tipologia da gestão da tecnologia 
 
Fonte: Mattos; Guimarães (2012, p. 62). 
 
Para os autores citados, definições mais limitadas da gestão da tecnologia costumam 
abordar apenas os aspectos relacionados ao gerenciamento do processo de criação de 
tecnologias, no entanto, eles argumentam que esse tipo de gestão deve englobar as 
atividades de planejamento, organização, execução e controle de atividades 
empresariais desenvolvidas em ambientes intensivos em tecnologia. É por isso que o 
conceito avança para gestão da inovação tecnológica, articulando tanto o processo de 
criação como o de uso de tecnologias. 
Sob tal enfoque, a gestão da inovação tecnológica em uma organização deve ser 
suportada por cinco papéis: 
 
1. identificar as demandas tecnológicas internas e externas – mercado – à 
organização; 2. identificar as ofertas tecnológicas internas e externas à 
organização; 3. fazer com que as ofertas existentes efetivamente satisfaçam 
às demandas identificadas; 4. fomentar interna e/ou externamente o 
desenvolvimento de ofertas para as demandas não atendidas; 5. fomentar 
interna e/ou externamente demandas para ofertas que ainda não 
encontraram aplicações, mas que têm potencial de difusão. (MATTOS; 
GUIMARÃES, 2012, p. 64). 
 
Nesse contexto, o processo de gestão das inovações tecnológicas atua no sentido de 
coordenar, mobilizar e integrar os recursos e os agentes internos aos externos para 
explorar oportunidades tecnológicas e de mercado, articulando essas oportunidades às 
estratégias da organização. Nesse contexto, a gestão da inovação tecnológica tem por 
, 
 
 
19 
 
objetivo estruturar e sistematizar as rotinas e processos para que as inovações estejam 
alinhadas ao planejamento estratégico da organização (QUADROS; VILHAS, 2007). 
O desafio de obter um modelo que atenda diferentes portes e segmentos das 
organizações resulta na necessidade de adaptar o processo de gestão de acordo com 
as prioridades e recursos disponíveis. Nesse sentido, os autores apresentam um 
modelo no qual processos e ferramentas são utilizados, de maneira genérica, para a 
gestão das inovações tecnológicas. 
 
Figura 4.6 – Modelo de gestão estratégica para inovação tecnológica 
 
 
Fonte: elaborada pela autora com base em Quadros e Vilha (2007, p. 130). 
 
Os autores descrevem os processos e as ferramentas que integram as etapas 
demonstradas no modelo (figura 4.6), no entanto, alertam sobre o fato de as etapas 
acontecerem em uma sequência lógica, mas não necessariamente temporal. O quadro 
a seguir apresenta o detalhamento das etapas. 
 
 
 
 
 
, 
 
 
20 
 
Quadro 4.4 – Processos do modelo de gestão da inovação tecnológica 
Etapa Processos 
Mapeamento Mapeamento e prospecção de oportunidades, 
compreendendo ferramentas de identificação de 
oportunidades de mercado, riscos e oportunidades 
estratégicas e monitoramento do ambiente 
competitivo, tecnológico e regulatório, com o intuito de 
criar inteligência que oriente a geração de novos 
projetos de inovação. 
Seleção Seleção estratégica das oportunidades, 
compreendendo ferramentas de gerenciamento do 
portfólio de projetos de inovação, de forma alinhada 
aos objetivos e metas estratégicas da empresa. Essa é a 
etapa em que as grandes linhas ou programas do 
portfólio de projetos são definidas à luz das prioridades 
estratégicas da empresa. 
Mobilização Mobilização de fontes internas e externas, 
compreendendo ferramentas de apoio à tomada de 
decisão com relação ao outsourcing ou internalização 
da P&D, como o mapeamento de competências 
externas e internas e a avaliação da localização da P&D. 
Outro elemento crítico da fase de mobilização é a 
engenharia de financiamento da inovação. 
Implementação Implementação dos projetos de inovação, 
compreendendo ferramentas de alinhamento 
estratégico da execução dos projetos, tais como o funil 
de inovação, além dos procedimentos organizacionais e 
estruturais necessários à criação de ambiente propício 
para a inovação tecnológica, como a organização de 
times multifuncionais de inovação e sistemas de 
, 
 
 
21 
 
reconhecimento e remuneração que promovam a 
inovação. Também nessa etapa são definidas as 
ferramentas de gestão das parcerias externas, do 
financiamento da inovação e da propriedade 
intelectual. 
Avaliação Avaliação do processo de gestão da inovação 
tecnológica, compreendendo a realização de métricas, 
utilizando indicadores de resultados, da qualidade dos 
processos e de impacto na organização,nos 
consumidores e no ambiente. 
Fonte: elaborado pela autora com base em Quadros e Vilha (2007, p. 131). 
 
Uma análise mais detalhada das etapas e de seus processos leva à conclusão de que, 
em virtude do papel das inovações tecnológicas no sucesso dos negócios, a habilidade 
das organizações em gerenciar todas as etapas do processo determinará a obtenção 
de vantagens competitivas duradouras que garantirão a sua sobrevivência e o seu 
crescimento. 
 
Conclusão 
Inovação e tecnologia são, no ambiente atual, os combustíveis que movimentam a 
economia. Ao longo de vários séculos, o capital e a mão de obra eram os fatores 
considerados como elementos centrais para o crescimento econômico, enquanto 
conhecimento e capital intelectual ocupavam papel de coadjuvantes. Essa nova 
economia é baseada no uso intensivo de conhecimentos para criação de bem-estar 
social. 
A economia digital é compreendida como o processo de convergência entre as 
tecnologias da informação e as da comunicação por meio da internet e outras redes 
digitais. É um modelo econômico no qual a sociedade utiliza uma infraestrutura global 
de telecomunicação que permite comunicação, interação, planejamento, busca e 
, 
 
 
22 
 
aquisição de bens e serviços. Ela torna o empreendedorismo agente central para 
geração de prosperidade. Em um cenário econômico mais cooperativo e aberto, 
disponibilizado pelos recursos disponíveis em uma plataforma em rede, o 
empreendedor encontra acesso a todos os fatores produtivos necessários para o 
desenvolvimento da sua atividade. 
O processo de inovação tecnológica é complexo e requer das empresas uma 
administração eficiente desse processo. Como fator central da estrutura presente na 
figura, a Viabilidade Tecnológica depende do estágio de desenvolvimento tecnológico 
envolvido. É a atenção a esse fator que contribui para uma análise do potencial de uma 
ideia, como base da inovação, se converter em produtos que serão aceitos pelo 
mercado, bem como dos custos envolvidos nesse processo. 
As mudanças tecnológicas, ao longo do tempo, têm contribuído, tanto para criar 
oportunidades de novos negócios e para o crescimento de empresas novas e 
inovadoras, como para destruição de empresas e setores. É importante compreender 
que cada tecnologia é desenvolvida para competir e substituir outras tecnologias, mas 
antes disso, ela passa por períodos de evolução até o final de sua vida útil. Esses ciclos 
contínuos iniciam com uma nova tecnologia que substitui a anterior, e depois é 
superada e substituída por uma nova. Os modelos de Foster (Curva S) e de Abernathy-
Utterback trazem perspectivas diferentes na análise do processo. 
As empresas de base tecnológica apresentam características diferentes quando 
localizadas em países emergentes ou desenvolvidos, sendo responsáveis pela criação 
de novas tecnologias ou atuando como agentes de sua difusão e disseminação. Criadas 
por empreendedores tecnológicos, proporcionam resultados relevantes. 
O processo de inovação tecnológica não ocorre de maneira linear, a partir de um único 
evento gerador. Ao contrário, é um processo interativo e que envolve a combinação e 
a sinergia de muitos fatores. A evolução da tecnologia também considera a difusão 
tecnológica, ou seja, a disseminação e adoção de novas tecnologias, que envolve os 
processos específicos das empresas, dos setores econômicos. Com base no conceito de 
paradigma tecnológico, a trajetória tecnológica pode ser definida como o modelo de 
, 
 
 
23 
 
ações e atividades desenvolvido para solucionar problemas com base em um 
determinado paradigma tecnológico. É, portanto, o paradigma tecnológico vigente em 
determinado momento, economia ou setor de atividades que define como se dará a 
trajetória, e a difusão, das inovações tecnológicas. 
A gestão da tecnologia é uma área recente, cujos conceitos estão em construção e 
ainda em fase de mudanças. Esse tipo de gestão deve englobar as atividades de 
planejamento, organização, execução e controle de atividades empresariais 
desenvolvidas em ambientes intensivos em tecnologia. É por isso que o conceito 
avança para a gestão da inovação tecnológica, articulando tanto o processo de criação 
como o de uso de tecnologias. 
 
 
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