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SISTEMA DE ENSINO
AUDITORIA E 
CONTROLE NA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
Lei Federal n. 8.429/1992
Livro Eletrônico
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Lei Federal n. 8.429/1992
AUDITORIA E CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Marcelo Aragão
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa ......................................................... 4
Art. 37, § 4º, da Constituição ........................................................................................................ 4
Improbidade Administrativa não É Crime .................................................................................. 5
Probidade Administrativa x Moralidade Administrativa ........................................................ 5
Sujeito Passivo ................................................................................................................................ 6
Sujeito Ativo ..................................................................................................................................... 9
Agentes Públicos ........................................................................................................................... 10
Terceiros ...........................................................................................................................................12
Outras Disposições Gerais da Lei (arts. 4º a 7º da Lei) ..........................................................13
Responsabilidade do Sucessor (Art. 8º da Lei n. 8.429/1992) .............................................15
Tipologia de Improbidade ............................................................................................................16
Atos de Improbidade que Importam Enriquecimento Ilícito (Art. 9º) ................................. 17
Atos de Improbidade que Causam Dano ou Lesão ao Erário (Art. 10) ............................... 18
Atos Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou 
Tributário (Art. 10-A) .....................................................................................................................21
Atos de Improbidade que Atentam contra os Princípios da Administração Pública 
(Art. 11) ............................................................................................................................................. 22
Sanções ........................................................................................................................................... 26
Independência das Instâncias .................................................................................................... 32
Exceção à Independência das Instâncias ................................................................................ 32
Declaração de Bens ...................................................................................................................... 32
Procedimento Administrativo e Processo Judicial ................................................................. 33
Procedimento Administrativo (Arts. 14 a 16) .......................................................................... 33
Processo Judicial (Arts. 17 e 18).................................................................................................. 35
Das Disposições Penais ............................................................................................................... 37
Prescrição .......................................................................................................................................38
Questões Comentadas em Aula .................................................................................................40
Questões de Concurso .................................................................................................................44
Gabarito ........................................................................................................................................... 76
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Lei Federal n. 8.429/1992
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Marcelo Aragão
ApresentAção
Olá, caro(a) aluno(a)!
Esta é a aula 3 do nosso curso de Auditoria e Controle na Administração Pública para o 
concurso de Auditor Técnico de Controle Externo (Auditoria Governamental) do Tribunal de 
Contas do estado do Amazonas – TCE/AM, inteiramente dedicada à Lei n. 8.429, de 1992: Lei 
de Improbidade Administrativa.
A Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429/1992 e alterações é um dos mais impor-
tantes diplomas legais na área do Direito Público. Pela sua complexidade, há inúmeras obras 
extensas a ela dedicadas.
Em nossa aula, abordaremos todos os dispositivos da Lei, contudo, com maior foco para 
os seus aspectos principais, que costumam ser cobrados em provas objetivas de concur-
sos públicos.
Chamo a sua atenção para o fato de que existe farta jurisprudência dos tribunais superio-
res – STF e, principalmente, STJ – para praticamente todos os dispositivos da Lei de Improbi-
dade Administrativa.
Em nossa aula, eu evito transcrever todas as decisões dos tribunais superiores, para não 
ficar uma aula essencialmente jurídica. Para alguns assuntos, contudo, eu transcrevo o julga-
do, quando entendo importante para reforçar o entendimento da norma e pensando na prova.
Em meus comentários ao gabarito das questões, eu indico o entendimento jurisprudencial, 
quando, a meu ver, a questão foi elaborada exclusivamente com base no julgado.
Como procedi na aula anterior, adoto questões CESPE para reforçar a teoria, deixando as 
questões da FGV com gabarito comentado para o final da aula.
Vamos começar!
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LEI N. 8.429/1992 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Afinal, o que é improbidade administrativa?
Improbidade administrativa é a caracterização atribuída pela Lei n. 8.429/1992, conhecida 
como Lei de Improbidade Administrativa – LIA, a determinadas condutas praticadas por agen-
tes públicos e, também, por particulares que nelas tomem parte.
Como você verá de forma detalhada nesta aula, as condutas que tipificam a improbida-
de administrativa estão especificadas pelos arts. 9º, 10 e 11 da LIA. O art. 9º define os atos 
de improbidade administrativa que importam em enriquecimento ilícito; o art. 10, os atos de 
improbidade administrativa que causam lesão ao erário; e o art. 11, os atos de improbidade 
administrativa que atentam contra os princípios da administração pública.
Pode-se entender a improbidade administrativa como aquela conduta considerada inade-
quada – por desonestidade, descaso ou outro comportamento impróprio – ao exercício da 
função pública, merecedora das sanções previstas no referido texto legal.
Inicialmente, cabe ressaltar que, conforme definição de Carvalho Filho, a ação de impro-
bidade administrativa é aquela em que se pretende o reconhecimento judicial de condutas 
de improbidade na Administração, perpetradas por administradores públicos e terceiros, e a 
consequente aplicação das sanções legais, com o escopo de preservar o princípio da mora-
lidade administrativa.Cuida-se, portanto, de poderoso instrumento de controle judicial sobre atos que a lei carac-
teriza como de improbidade.
Art. 37, § 4º, dA Constituição
O art. 37, § 4º, da CF é a fonte normativa principal sobre a matéria, segundo o qual os atos 
de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da fun-
ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Pelo dispositivo, atos de improbidade administrativa provocam:
• a suspensão dos direitos políticos;
• a perda da função pública;
• a indisponibilidade dos bens; e
• o ressarcimento ao erário.
Vale lembrar que essas sanções são severas, mas são de natureza política (suspensão dos 
direitos políticos) e civil (indisponibilidade dos bens, perda da função pública e ressarcimento 
de danos).
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Embora as sanções da Lei de Improbidade não tenham natureza penal, a Constituição fez 
a ressalva: “sem prejuízo da ação penal cabível”.
Veja a seguinte questão elaborada pelo CESPE e que caiu na prova do Departamento de 
Polícia Rodoviária Federal em 2013.
001. (CESPE/DPRF/2013) Os atos de improbidade administrativa importarão ao agente a sus-
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
O item transcreve literalmente o disposto no art. 37, § 4º, da CF:
os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre-
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Certo.
improbidAde AdministrAtivA não É Crime
A LIA é considerada uma lei de natureza cível em sentido amplo; as condutas e as sanções 
que ela estabelece não têm natureza penal.
No julgamento da ADI n. 2.797, o STF afirmou a natureza cível da ação de improbidade, 
sendo inaplicável a sistemática penal por analogia. A própria Constituição, ao tratar das san-
ções da improbidade administrativa no art. 37, § 4º, informa que tais penalidades são apli-
cadas “sem prejuízo da ação penal cabível”, deixando clara a separação das duas esferas de 
responsabilidades.
Ao contrário, a ação de improbidade é considerada uma espécie de ação civil pública, sen-
do aplicáveis subsidiariamente às disposições da lei n. 8.429/1992 as Leis n. 7.347/1985 e n. 
8.078/1990 e o Código de Processo Civil, ao menos em regra, na ausência de norma expressa.
probidAde AdministrAtivA x morAlidAde AdministrAtivA
Há uma divergência doutrinária quanto à comparação e distinção entre probidade e mora-
lidade, já que ambos os termos são mencionados na Constituição.
Há aqueles que defendem que os termos se equivalem, tendo a Constituição, em seu tex-
to, mencionado a moralidade como princípio (art. 37, caput) e a improbidade como lesão ao 
mesmo (art. 37, § 4º).
Alguns consideram distintos os sentidos, entendendo que a improbidade é um subprincípio 
da moralidade. Nessa linha de raciocínio, a improbidade teria um conceito mais restrito que 
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o conceito de moralidade. Este parece ser o entendimento de algumas bancas, conforme a 
seguinte questão:
002. (CESPE/TRT – 5ª REGIÃO/JUIZ/2007) O conceito de improbidade administrativa é mais 
restrito que o conceito de moralidade administrativa.
O princípio da moralidade expresso no art. 37 da CF/1988 é amplo e deve ser conjugado com 
os demais princípios da Constituição Federal. Por outro lado, a noção de improbidade adminis-
trativa é mais restrita no sentido que proporciona ao poder público a identificação de atos de-
sonestos (ilegais) que firam a moralidade Administrativa. Assim, a Moralidade é um princípio 
(mais amplo) e probidade (mais restrito) é um dever de todo administrador público.
Certo.
sujeito pAssivo
Sujeito passivo é a pessoa jurídica que a lei indica como vítima do ato de improbidade 
administrativa.
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a 
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de 
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta 
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados 
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a 
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.[grifos meus]
O primeiro aspecto que devemos ter muita atenção em prova é que, de acordo com a lei, 
nem sempre o sujeito passivo se qualifica como pessoa jurídica eminentemente administrati-
va. Vale notar que a lei ampliou o alcance de modo a abarcar também algumas entidades que, 
sem integrarem a Administração Pública, guardam algum tipo de conexão com ela, conforme 
se verifica no seguinte trecho do caput do art. 1º da Lei:
(...) ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Podemos dividir os sujeitos passivos principais da Lei (art. 1º, caput) em três grupos:
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• pessoas da Administração Direta: são as entidades componentes da Federação: União, 
Estados, DF e Municípios, compreendendo os órgãos públicos;
• pessoas da Administração Indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas 
e sociedades de economia mista;
• pessoa para cuja criação ou custeio o erário haja contribuído (criação) ou contribua 
(custeio) com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. Neste grupo, portanto, in-
cluem-se os órgãos sociais autônomos (entidades paraestatais) e as entidades privadas 
custeadas pelo Poder Público.
Tem-se ainda, de acordo com o dispositivo, a “empresa incorporada ao patrimônio público”. 
Segundo Carvalho Filho, tal alusão se revela um equívoco, uma vez que independente da pes-
soa incorporadora, uma vez incorporada, a empresa desaparece como pessoa jurídica e seu 
acervo passa a integrar o da pessoa incorporadora.
Já no parágrafo único do art. 1º, a Lei aponta os sujeitos passivos secundários divididosem dois grupos:
• entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão 
público;
• entidades para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos 
de 50% do patrimônio ou da receita anual.
A diferença deste grupo reside em que a tutela incide apenas sobre seu patrimônio e a san-
ção patrimonial se limita exclusivamente à repercussão do ilícito sobre a parcela oriunda do erá-
rio. Conforme ensina Carvalho Filho, se o prejuízo exceder a tal limite, caberá à entidade pleitear 
o ressarcimento por outra via, que não pela ação de improbidade. Além disso, se o ato não se 
relacionar com o patrimônio, o agente não estará sujeito às sanções da Lei n. 8.429/1992.
Vale ressaltar, contudo, que a lei se referiu apenas à sanção patrimonial. Isso significa que 
as demais sanções do art. 12 serão aplicáveis normalmente conforme a natureza do autor e a 
extensão dos efeitos do ato.
A pessoa física pode ser um sujeito passivo de ato de improbidade?
Não. O sujeito passivo da improbidade é sempre pessoa jurídica. Isso decorre da própria 
finalidade da lei, de proteger a moralidade administrativa. A pessoa física pode, eventualmente, 
ser prejudicada por um ato de improbidade, mas a situação que configurar improbidade sem-
pre envolverá uma pessoa jurídica também lesada com a conduta ímproba.
Afinal, as Organizações Não Governamentais e demais entidades do terceiro setor podem 
ser sujeitos passivos de atos de improbidade administrativa?
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A Resposta é positiva. Contudo, para que as entidades privadas, como as Organizações 
Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) sejam sujeitos 
passivos de improbidade é preciso que o Poder Público tenha participado de sua criação ou 
participe de seu custeio.
Portanto, caso essas entidades sejam destinatárias de tais benefícios, serão enquadra-
das no art. 1º, caput ou no parágrafo único, conforme a extensão da vantagem, ou seja: se a 
Administração contribuiu, respectivamente, com mais ou menos de 50% do patrimônio ou da 
receita anual dessa entidade.
E as empresas privadas podem ser vítimas de atos de improbidade?
Podem sim. O raciocínio é o mesmo desenvolvido antes para as OS e as OSCIP. As empre-
sas ou entidades que tenham recebido auxílio do Poder Público, qualquer que seja o mon-
tante, podem sofrer atos de improbidade administrativa que atentem contra o seu patrimônio. 
Nos exemplos a seguir, as empresas podem ser vítimas de atos de improbidade:
• a empresa particular que recebeu terreno em doação da prefeitura, para nele instalar seu 
parque industrial;
• a empresa que, para instalar-se em determinado município, fica desobrigada de pagar 
impostos municipais por determinado prazo.
Nessa mesma esteira, o sindicato também pode ser vítima de ato de improbidade admi-
nistrativa. Em que pese os sindicatos não receberem verbas do Poder Público diretamente, 
sua receita provém da contribuição obrigatória dos integrantes da categoria profissional que 
representam, assumindo caráter público.
Na visão de Garcia e Alves (2010, p. 238), “são também públicos os recursos que determina-
dos setores da população, por força de preceitos legais e independentemente de qualquer contra-
prestação direta e imediata, estão obrigados a repassar a certas entidades”. É o caso do sindicato.
O pagamento da contribuição sindical não é voluntário, mas obrigatório, pois decorre de 
lei (arts. 548, a, 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho; art. 217, I, do Código 
Tributário Nacional). Os valores da contribuição sindical são captados do público, isto é, da 
parcela que integra a categoria profissional, de forma compulsória. A pessoa que pertence a 
uma categoria profissional está obrigada a contribuir, de maneira semelhante ao que ocorre 
com os impostos, que são também obrigatórios e captados da população, do público em geral.
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SUJEITOS PASSIVOS DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
Sujeitos 
Passivos
administração pública direta e indireta
empresa incorporadas ao patrimônio público
entidade privada cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com mais de 50% do 
patrimônio ou da receita anual
entidade privada que receba subvenção, benefício 
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
entidade privada para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com menos de 
50% do patrimônio ou da receita anual
Principais - Art. 1° , caput
Secundários - Art. 1o, par. único
Essas entidades podem ser vítimas apenas de atos que atentem contra o seu 
patrimônio. Nesse caso, a sanção patrimonial incide apenas sobre a parcela 
oriunda do erário (contribuição dos cofres públicos)
003. (CESPE/FUB/2015) Em relação ao alcance subjetivo da improbidade administrativa, veri-
fica-se que os órgãos da administração direta e indireta dos três poderes e de qualquer um dos 
entes federados configuram-se como sujeitos passivos imediatos do ato caracterizado pela 
improbidade administrativa.
Conforme o caput do art. 1º da LIA, os atos de improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
serão punidos na forma da lei.
Certo.
sujeito Ativo
O sujeito ativo é aquele que pratica o ato de improbidade, concorre para a sua prática ou 
dele extrai vantagens indevidas.
A LIA identifica dois grupos de sujeitos ativos:
• os agentes públicos; e
• terceiros.
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Agentes públiCos
A Lei de Improbidade apresenta a seguinte definição de agente público, para os efeitos 
específicos da Lei:
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transi-
toriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas 
no artigo anterior.
Repare que a definição de agente público para os fins da Lei é bem ampla, abrangendo os 
agentes políticos, os agentes colaboradores e os servidores públicos em geral.
Sujeitam-se, portanto, à Lei de Improbidade Administrativa os Chefes do Executivo, Minis-
tros, Secretários; os membros das Casas Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); 
os magistrados e membros do Ministério Público; os servidores públicos de qualquer regime 
(estatutário,trabalhista etc). Quanto aos agentes políticos, há ressalvas quanto à aplicação da 
Lei n. 8.429/1992, que veremos a seguir.
Outro aspecto relevante é que o agente público, para os efeitos da LIA, abrange todo aque-
le que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração mandato, cargo, emprego ou 
função pública.
004. (CESPE/FUNPRESP-EXE/2016) Considera-se agente público, para efeito de caracteriza-
ção da prática de ato de improbidade administrativa, todo aquele que exerça, ainda que transi-
toriamente, cargo, emprego ou função na administração pública direta ou indireta, desde que 
tal cargo, emprego ou função seja exercido de forma remunerada.
Considera-se agente público, para os efeitos da LIA, todo aquele que exerce, ainda que transi-
toriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades men-
cionadas no artigo anterior.
Errado.
Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista e de entidades 
beneficiadas por auxílio ou subvenção estatal podem ser sujeitos ativos de atos de im-
probidade?
SIM! Em que pese não serem agentes públicos e sim empregados privados, os emprega-
dos das empresas públicas e sociedades de economia mista e de entidades beneficiadas por 
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auxílio ou subvenção estatal, para os fins da Lei de Improbidade, são considerados agentes 
públicos, podendo ser-lhe atribuída a autoria de atos de improbidade administrativa.
E os empregados e dirigentes de empresas concessionárias e permissionárias de servi-
ços públicos?
Segundo Carvalho Filho, a resposta é negativa! A despeito de tais pessoas prestarem ser-
viço público por delegação, não se enquadram no modelo da lei: as tarifas que auferem dos 
usuários são o preço pelo uso do serviço e resultam de contrato administrativo firmado com 
o poder concedente. Desse modo, o Estado, como regra, não lhes destina benefícios, auxílios 
ou subvenções.
Como fica a situação dos agentes políticos, ou seja, dos Chefes dos Poderes Executivos 
federal, estadual e municipal, dos Ministros e Secretários de Estado, além de Senadores, 
Deputados e Vereadores?
A aplicabilidade ou não da Lei de Improbidade Administrativa aos agentes políticos tem 
suscitado muita polêmica e discussão doutrinária e jurisprudencial, por vezes, com divergên-
cia de opinião.
De todo modo, o entendimento que prevalece e que você deve considerar para o concurso é 
o de que os agentes políticos estão sujeitos ao regime da Lei n. 8.429/1992, pois se a respon-
sabilidade política (crimes de responsabilidade ou impeachment) pode ser cumulada com a 
responsabilidade penal (art. 52, parágrafo único, da CF/1988), não há razão para vedar a cumu-
lação da responsabilidade política com a responsabilidade por improbidade administrativa.
Nesta perspectiva, destaca-se o pequeno trecho do voto do Ministro Velloso na ocasião do 
julgamento da Rcl. 2138:
Isentar os agentes políticos da ação de improbidade administrativa seria um desastre 
para a administração pública. Infelizmente, o Brasil é um país onde há corrupção, apro-
priação de dinheiros públicos por administradores ímprobos. (…)
Precisamos, portanto, nos esforçar cada vez mais para eliminar a corrupção na adminis-
tração pública. Ora, o meio que me parece mais eficiente é justamente o de dar máxima 
eficácia à Lei de Improbidade Administrativa.
Logo, para a prova, qualquer afirmação no sentido mais amplo de que a Lei de Improbidade 
não abrange os agentes políticos estará ERRADA.
De todo modo, a seguir descrevo o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores 
quanto a alguns agentes políticos.
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• Presidente da República: está sujeito a crimes de responsabilidade ou impeachment, 
não sendo possível a aplicação da lei de improbidade administrativa.
• Parlamentares: submetem-se à lei de improbidade administrativa, mas não há que se 
falar em crimes de responsabilidade ou impeachment de parlamentar.
• Prefeito: submetem-se à lei de improbidade administrativa, submetendo-se, ainda, à 
ação por crime de responsabilidade.
Veja as seguintes questões acerca da aplicabilidade da Lei de Improbidade Administrativa 
aos parlamentares:
005. (CESPE/TRF – 5ª REGIÃO/2007) Parlamentares federais, por serem agentes políticos, 
não respondem por improbidade administrativa, mas por crime de responsabilidade em ação 
a ser proposta perante o STF.
Primeiro que, segundo a jurisprudência dos tribunais superiores, os parlamentares federais 
estão sujeitos a Lei de Improbidade Administrativa. Segundo, que os parlamentares estão su-
jeitos a um julgamento específico que pode resultar na perda do mandato, que é o processo 
disciplinar por quebra de decoro parlamentar, realizado por seus pares na própria Casa Legis-
lativa, conforme previsto no art. 55 da Constituição Federal. Logo, não há julgamento por crime 
de responsabilidade junto ao STF.
Errado.
006. (CESPE/FUNPRESP-EXE/2016) Conforme a Lei de Improbidade Administrativa, são es-
pécies de atos de improbidade administrativa aqueles que atentam contra o decoro parlamen-
tar e contra a dignidade da justiça.
Atos que atentem contra o decoro parlamentar e a dignidade da justiça não são espécies de 
atos de improbidade administrativa previstas na LIA. O parlamentar pode perder o seu manda-
to por falta de decoro parlamentar em processo no âmbito do Legislativo.
Errado.
terCeiros
O art. 3º da Lei n. 8.429/1992 estabelece que:
as disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma 
direta ou indireta.
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Lei Federal n. 8.429/1992
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Marcelo Aragão
Logo, o terceiro somente pratica improbidade administrativa se estiver de algum modo 
vinculado ao agente público.
Conforme ensina Carvalho Filho, a conduta ímproba não é o de prestar auxílio ao agente, mas 
sim de induzir ou concorrer. Logo, não constitui ato de improbidade o fato de o terceiro instigar o 
agente à prática do ilícito; instigar tem o sentido de incentivar, fomentar, estimular o agente, o que 
não se harmoniza com os verbos determinados no art. 3º da Lei de induzir (plantar, incutir em 
outrem a ideia do ilícito) e concorrer (participar do ilícito, prestando auxílio material ao agente).
Outro aspecto que merece registro e tem importância para o concurso, é que o terceiro, 
quando beneficiário direto ou indireto do ato de improbidade, só pode ser responsabilizado por 
ação dolosa, ou seja, quando tiver ciência da origem ilícita da vantagem.
Sem prova de recebimento voluntário e consciente derivado de atividade ímproba,não há 
como responsabilizar na forma da Lei n. 8.429/1992.
SAIBA MAIS
DOLO E CULPA
A culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
A culpa em sentido estrito ocorre por:
– negligência;
– imperícia; e
– imprudência.
Elementos do crime culposo: conduta; inobservância do dever de cuidado objetivo; resultado 
lesivo involuntário; previsibilidade e tipicidade.
Dolo:
– teoria da vontade: age dolosamente quem pratica a ação consciente e voluntariamente. (CP 
adota p/dolo direto);
– teoria do assentimento: o agente assente à previsão do resultado, ainda que não o queira (CP 
adota p/dolo eventual).
Elementos do dolo: consciência e vontade.
Agente Público
Particular
induzido a prática do ato
concorrido para o ato
se beneficiado do ato
desde que tenha
Sujeitos Ativos
outrAs disposições gerAis dA lei (Arts. 4º A 7º dA lei)
O Capítulo I, que trata das Disposições Gerais, traz ainda as seguintes disposições:
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser-
vância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assun-
tos que lhe são afetos.
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O art. 4º trata da obrigação dos agentes públicos de respeitar e assegurar a observância 
dos princípios da Administração Pública de legalidade, impessoalidade, moralidade e publici-
dade ao se desincumbiram de suas responsabilidades no trato da coisa pública.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente 
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
O art. 5º estabelece que, ocorrendo lesão ao patrimônio público, causada por agente públi-
co ou terceiro, haverá o integral ressarcimento do dano, independente se foi por ato omissivo 
ou comissivo, de forma dolosa ou culposa.
Confrontando o disposto no art. 5º com o que é estabelecido no art. 3º, no que diz respeito 
ao terceiro, a prática de ato de improbidade depende de dolo do terceiro, mas o dever de repa-
ração do dano sempre haverá seja em caso de dolo ou de culpa.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens 
ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento 
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Públi-
co, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Objetivando a máxima proteção ao patrimônio público, para assegurar a efetividade do pro-
cesso, o legislador estabeleceu no art. 7º da Lei de Improbidade a possibilidade de decretação 
de indisponibilidade dos bens do requerido, que é uma medida cautelar.
Perceba que o legislador assegurou a possibilidade de indisponibilidade dos bens apenas 
aos casos de improbidade que causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimen-
to ilícito.
Além disso, muita atenção em prova, pois a Administração não poderá tomar essa pro-
vidência diretamente! A autoridade competente deverá representar ao MINISTÉRIO PÚBLICO 
para que este adote as medidas para a indisponibilidade dos bens do indiciado!
Carvalho Filho ensina que essa tutela cautelar só pode ser reconhecida se, além dos indí-
cios de lesão ao patrimônio público ou do enriquecimento ilícito, estejam presentes os seus 
inafastáveis pressupostos – o periculum in mora e o fumus boni iuris.
Periculum in mora traduz-se, literalmente, como “perigo na demora”. Para o direito brasilei-
ro, é o receio que a demora da decisão judicial cause um dano grave ou de difícil reparação ao 
bem tutelado.
Fumus boni iuris é a fumaça do bom direito, sendo derivada da expressão, “onde há fumaça, 
há fogo”, que significa que todos os indícios levam a crer que a pessoa que requer o direito tem-
porário realmente terá direito a ele de forma permanente quando a causa for julgada de forma 
definitiva. Aplicado à LIA, significa que existem fortes indícios de que o acusado praticou ato 
de improbidade e que tenha causado lesão ao patrimônio público ou do enriquecimento ilícito.
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responsAbilidAde do suCessor (Art. 8º dA lei n. 8.429/1992)
Alerto que esse assunto tem sido muito cobrado pelo CESPE em concurso.
Segundo o art. 8º da LIA:
o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujei-
to às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
Não se transfere ao sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enri-
quecer ilicitamente a imputação de atos de improbidade administrativa, porquanto persona-
líssima é a ação intentada. Em caso de falecimento do responsável, contudo, transfere-se ao 
sucessor ou herdeiro o dever de ressarcimento ao erário, até o limite do valor da herança e, 
segundo jurisprudência do STJ:
[…] Consoante o art. 8º da Lei de Improbidade Administrativa, a multa civil é transmissível 
aos herdeiros, “até o limite do valor da herança”, somente quando houver violação aos arts. 
9º e 10º da referida lei (dano ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), sendo inad-
missível quando a condenação se restringir ao art. 11. […] (REsp 951389 SC, Rel. Ministro 
HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 04/05/2011)
Sobre ao assunto, veja as seguintes questões do CESPE:
007. (CESPE/ANTAQ/2014) Com relação ao que dispõe a Lei n. 8.429/1992, o sucessor da-
quele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às cominações dessa lei até o limite 
do valor da herança.
Em caso de falecimento do responsável, contudo, transfere-se ao sucessor ou herdeiro o dever 
de ressarcimento ao erário, até o limite do valor da herança.
Certo.
008. (CESPE/FUB/2016) O herdeiro do agente que causar lesão ao patrimônio público não 
estará sujeito às cominações da referida lei, isto é, a responsabilização encerra-se com o fale-
cimento do acusado.
A responsabilização não se encerra com o falecimento do acusado. Não se pode imputar aos 
herdeiros e sucessores os atos de improbidade, mas a multa civil pode transferir-se ao suces-
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sor ou herdeiro, até o limite do valor da herança, desde que havido dano ao patrimônio público 
ou enriquecimento ilícito.
Errado.
009. (CESPE/PGM FORTALEZA/2017) Um servidor da Procuradoria-Geral do Município de 
Fortaleza, ocupante exclusivamente de cargo em comissão, foi preso em flagrante, em ope-
ração da Polícia Federal, por fraudar licitação para favorecer determinada empresa. Com re-
ferência a essa situação hipotética, julgue o item subsequentetendo como fundamento as 
disposições da Lei de Improbidade Administrativa.
Segundo o entendimento do STJ, caso o referido servidor faleça durante a ação de improbida-
de administrativa, a obrigação de reparar o erário será imediatamente extinta, dado o caráter 
personalíssimo desse tipo de sanção.
Nos termos do art. 8º da LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se 
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. 
Logo, caso o referido servidor faleça durante a ação de improbidade administrativa, a obriga-
ção de reparar o erário não será imediatamente extinta.
Errado.
tipologiA de improbidAde
A Lei de Improbidade Administrativa previa três modalidades de ato de improbidade:
• enriquecimento ilícito (art. 9º);
• lesão ao erário (art. 10);
• violação dos princípios da Administração Pública (art. 11).
Em 2016, o art. 10-A foi incluído pela Lei Complementar n. 157, daquele ano, que inaugura 
novo tipo de improbidade administrativa e novas formas de punição, especificamente no que 
tange a procedimentos de natureza tributária quanto ao Imposto Sobre Serviço (ISSQN), am-
pliando o rol constante da Lei n. 8.429/1992.
Vale destacar que as condutas citadas nos artigos 9º a 11 são exemplificativas, não exaus-
tivas, podendo ocorrer outras situações que possam ser enquadradas nesses artigos.
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Art. 11 - MENOS GRAVE
Art. 10 - MÉDIA GRAVIDADE
Art. 9o - MAIS GRAVE
Importam enriquecimento ilícito
Causam prejuízo ao erário
Atentam contra os princípios da administração pública
Decorrentes de concessão ou aplicação indevida 
de benefícios financeiros ou tributários
Art. 10-A
Categorias de atos 
de improbidade 
administrativa
Atos de improbidAde que importAm enriqueCimento ilíCito (Art. 9º)
O art. 9º da LIA prevê que constitui ato de improbidade administrativa importando enrique-
cimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício 
de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º da lei.
Vale notar que o pressuposto do tipo é a percepção da vantagem patrimonial ilícita, mas o 
enriquecimento ilícito pode ocorrer sem que tenha havido lesão aos cofres públicos. Por exem-
plo, o servidor recebe dinheiro de uma empresa para liberar ou agilizar um pagamento que lhe 
era devido. Não houve dano ao erário, pois o pagamento era devido à empresa, mas o servidor 
usou indevidamente a função pública para auferir vantagem em dinheiro.
Repare que o legislador incluiu, nesta categoria de atos de improbidade, a aquisição de 
bens com valor desproporcional à renda do agente público (art. 9º, VII), revelando presunção 
de que o agente obteve vantagens pessoais indevidas.
A conduta vinculada à improbidade administrativa que importe em enriquecimento ilícito 
restringe-se ao dolo, pois não se pode conceber que algum servidor receba vantagem indevida 
por imprudência, imperícia e negligência.
A lista exemplificativa do art. 9º aponta as seguintes hipóteses de atos de improbidade que 
importam em enriquecimento ilícito:
• receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vanta-
gem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou 
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou ampara-
do por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou 
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referi-
das no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou 
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior 
ao valor de mercado;
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• utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material 
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades men-
cionadas no art. 1º da lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou 
terceiros contratados por essas entidades;
• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a ex-
ploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, 
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer decla-
ração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, 
ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens 
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º da lei;
• adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função 
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patri-
mônio ou à renda do agente público;
• aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para 
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado 
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
• perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pú-
blica de qualquer natureza;
• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir 
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
• incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores inte-
grantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º da lei;
• usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
monial das entidades mencionadas no art. 1º da lei.
Atos de improbidAde que CAusAm dAno ou lesão Ao erário (Art. 10)
O art. 10 da LIA, ao definir o ato de improbidade que causa dano ou lesão ao erário, exi-
ge que esse ato enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapi-
dação dos bens ou haveres das entidades públicas. É, assim, indispensável que o dano fique 
demonstrado.
O tipo pressupõe dano, ou seja, qualquer lesão, mas a lei não fala em prejuízo ao erário, que 
é mais restrito.
Repare que para configurar a conduta basta o dano, não sendo necessário que tenha ocor-
rido enriquecimento ilícito. Por exemplo, o servidor dispensa licitação indevidamente, permi-
tindo assim a compra direta de um produto e provocando comprovada lesão ao erário. Como 
ficou comprovado que a dispensa indevida causou dano, houve ato de improbidade adminis-
trativa, mas o servidor não se beneficiou desta operação irregular.
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Embora não pressuponha enriquecimento ilícito, a lesão ao erário pode estar conectada 
a enriquecimento ilícito. Por exemplo, o servidor recebeu dinheiro de uma empresa para que 
dispensasse indevidamente a licitação e permitisse a compra direta de um produto comercia-
lizado pela empresa por preço três vezes superior ao de mercado.
Anoto, por fim, que o elemento subjetivo da improbidade administrativa que cause lesão ao 
erário é o dolo ou a culpa e a natureza do admite condutas comissivas e omissivas.
As questões a seguir cobraram esse aspecto da LIA quanto ao elemento subjetivo da im-
probidade administrativa que cause lesão ao erário ser o dolo ou a culpa.
010. (CEBRASPE/TCE-PE/2017) Nos casos de ato de improbidade administrativa que resulte 
em lesão ao patrimônio público, o agente público responsável pelo ato omissivo ímprobo so-
mente terá de ressarcir o erário se o ato for doloso.
Nos casos de ato de improbidade administrativa que resulte em lesão ao patrimônio público, o 
agente público responsável pelo ato omissivo ímprobo terá de ressarcir o erário, tanto se ato for 
doloso ou culposo. Os demais tipos de improbidade não admitem o elemento ou ato culposo.
Errado.
011. (CESPE/TCU/PROCURADOR/2016) De acordo com o atual entendimento do STJ, não é 
necessária a presença do efetivo dano ao erário ou culpa do agente para a configuração dos 
atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário.
Segundo o STJ, a improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da 
conduta do agente. Por isso mesmo, considera-se indispensável, para a caracterização de im-
probidade, que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas nos 
artigos 9º e 11 da Lei n. 8.429/1992. Já para a tipificação da conduta descrita no art. 10 (lesão 
ao erário) a conduta será pelo menos eivada de culpa grave ou mesmo dolosa.
Errado.
Alerto ainda que, nesta categoria de atos de improbidade administrativa (causadores de 
dano ao erário), existe uma exceção à regra geral de que para restar configurado ato de im-
probidade administrativa tem que ser comprovado o efetivo dano ao patrimônio público. Este 
efetivo prejuízo consiste no elemento objetivo da conduta dos agentes responsáveis por este 
ato de improbidade, ao qual se somaria o elemento subjetivo (dolo ou culpa).
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A exceção a esta regra geral, segundo o STJ, diz respeito à realização de licitação pública 
ilegal e à dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei, condutas previstas no inci-
so VIII do art. 10 da LIA. Veja o julgado do STJ a esse respeito:
A atual jurisprudência do STJ é no sentido de que para a configuração dos atos de impro-
bidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos 
de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário), com a exceção da con-
duta do art. 10, VIII, exige-se a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao 
menos, culpa.
STJ – AgInt no REsp: 1542025 MG 2015/0164433-7, Relator: Ministro BENEDITO GON-
ÇALVES, Data de Julgamento: 05/06/2018, T1 – PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 12/06/2018. (grifo meu)
O art. 10 da LIA descreve as seguintes situações como caraterizadoras de ato de improbi-
dade administrativa que causa dano ao erário:
• facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, 
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
• permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 
1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis 
à espécie;
• doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins 
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades le-
gais e regulamentares aplicáveis à espécie;
• permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio 
de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço 
por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
• permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço supe-
rior ao de mercado;
• realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou 
aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
• conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais 
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
• frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de 
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
• ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
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• agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito 
à conservação do patrimônio público;
• liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
• permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
• permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamen-
tos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor público, 
empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
• celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços 
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
• celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orça-
mentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;
• facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular 
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos 
pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem 
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
• permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada 
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regu-
lamentares aplicáveis à espécie;
• celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância 
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
• agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de 
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
• liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades priva-
das sem a estrita observância das normas pertinentesou influir de qualquer forma para 
a sua aplicação irregular.
Atos deCorrentes de ConCessão ou ApliCAção indevidA de benefíCio 
finAnCeiro ou tributário (Art. 10-A)
A concessão de benefício financeiro ou tributário indevido ocorre quando os governos mu-
nicipal ou distrital fixam a alíquota de ISSQN inferior a 2% (benefício tributário indevido); ou 
concede isenções, incentivos ou benefícios que resultem de alguma forma em uma alíquota 
de ISSQN inferior a 2% (benefício financeiro).
Como você já sabe, a Lei de Improbidade Administrativa originalmente previa três espé-
cies de atos:
• atos que importam enriquecimento ilícito (artigo 9º);
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• atos que causam lesão ao erário (artigo 10); e
• atos que atentam contra os princípios da administração pública (artigo 11).
Desse modo, com a edição da Lei Complementar n. 157/2016, a Lei n. 8.429/1992 passou a 
contar com uma nova seção e um novo dispositivo, o artigo 10-A, que traz a seguinte previsão:
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, 
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do 
art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 
157, de 2016)
Atos de improbidAde que AtentAm ContrA os prinCípios dA 
AdministrAção públiCA (Art. 11)
Quanto a este tipo de improbidade, repare que não há dano nem enriquecimento ilícito, 
bastando a violação dos princípios ou deveres de legalidade, honestidade, imparcialidade etc.
É de se perceber que qualquer ato de improbidade atenta necessariamente contra os prin-
cípios da administração pública, contudo, o art. 11 deve ficar apenas para as condutas que não 
importem enriquecimento ilícito (art. 9º) nem causem dano ao erário (art. 10). O art. 11 tem 
uma importante função “residual” ou sob outra perspectiva, é uma “norma de reserva”, pois 
permite capturar atos de improbidade que tenham passado pelas malhas dos arts. 9º e 10 
(quando, por exemplo, há dificuldade de provar o enriquecimento ilícito ou o prejuízo).
A conduta restringe-se ao dolo. O agente pode vir a ser responsabilizado por culpa, mas 
não como ato de improbidade, que exige atitude dolosa. A natureza do tipo admite condutas 
comissivas e omissivas.
Veja as seguintes questões sobre a necessidade de haver conduta dolosa para carateriza-
ção de improbidade administrativa violadora de princípios da administração pública.
012. (CESPE/TCE-RN/2015) Situação hipotética: Determinado servidor público, técnico de 
informática, com o desejo de se destacar entre os demais colegas de setor, criou um novo 
software para a proteção de dados de concurso público. No entanto, como ele não detinha 
todos os conhecimentos necessários para a realização de tal empreitada, ocorreu vazamento 
de informações de provas por falha no funcionamento do referido software. Assertiva: Nessa 
situação, a ação do servidor configurou ato de improbidade administrativa porque frustrou a 
licitude de concurso público.
A hipótese de improbidade capitulada no inciso V do art. 11 da LIA é frustrar a licitude de con-
curso público, que requer tenha havido dolo. No caso hipotético da questão, não houve dolo, 
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pois o vazamento decorreu de “falha no funcionamento do referido software”. No máximo, 
haveria indício de culpa, mas não de dolo.
Errado.
013. (CESPE/TCU/PROCURADOR/2016) Para a caracterização do ato de improbidade admi-
nistrativa fundado em ofensa a princípio da administração pública, é dispensável a demonstra-
ção do dolo lato sensu ou genérico.
Pelo contrário. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que “a caracterização do ato de 
improbidade por ofensa a princípios da administração pública exige a demonstração do dolo 
lato sensu ou genérico”.
Errado.
014. (CESPE/TCU/PROCURADOR/2016) Basta a conduta culposa em sentido estrito por par-
te do agente público para que seja caracterizado o ato de improbidade administrativa na mo-
dalidade de atentado contra os princípios da administração pública.
Para a configuração de improbidade administrativa que atente contra os princípios da admi-
nistração pública é essencial a existência de dolo, não se admitindo a conduta culposa em 
sentido estrito.
Errado.
Até abril de 2018, o art. 11 da LIA continha 9 incisos, que exemplificavam os atos de impro-
bidade que atentam contra os princípios da administração pública.
Em 11/4/2018, foi sancionada a Lei n. 13.650, que incluiu o inciso X ao artigo 11 da Lei n. 
8.429/1992. A nova lei foi elaborada com a finalidade de disciplinar o processo de certificação 
de entidades beneficentes de assistência social, da área da saúde, especificamente o contrato 
de convênio (ou instrumento congênere) que deve ser celebrado entre a entidade e o SUS, pre-
visto no inciso I do artigo 4º da Lei n. 12.101/2009.
Confira a seguir o rol exemplificativo de atos que violam princípios da Administração:
• praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na 
regra de competência;
• retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
• revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva 
permanecer em segredo;
• negar publicidade aos atos oficiais;
• frustrar a licitude de concurso público;
• deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
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• revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divul-
gação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de merca-
doria, bem ou serviço;
• descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de 
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
• deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação;
transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde 
sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do pa-
rágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Vale notar que liberar verbas públicas de modo irregular ou liberar recursos a entidades 
privadas parceiras sem atender os requisitos legais são atos enquadrados como geradores de 
prejuízo ao erário (art.10, XI e XX).
Por outro lado, tratando-se de parcerias com entidades privadas na área de saúde, o legis-
lador optou por ser mais condescendente. Dessa forma, a liberação de recursos a entidades 
privadas parceiras sem o respaldo em convênio ou contrato, caso digam respeito à área de 
saúde, serão enquadradas como violação a princípio (art. 11, X), tipologia menos grave e que 
exige conduta dolosa.
Chamo a atenção ainda para a hipótese de improbidade administrativa violadora dos prin-
cípios da administração pública do agente público deixar de prestar contas quando esteja 
obrigado a fazê-lo, conforme se depreende da leitura do art. 11, VI, da LIA.
Prestar contas é obrigação constitucional de toda e qualquer pessoa física ou jurídica, pú-
blica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores 
públicos, conforme prescreve o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.
A não prestação de contas ou sua prestação em atraso de forma dolosa macula a noção de 
gestão pública eficiente por dificultar ou mesmo inviabilizar o exercício tempestivo da fiscaliza-
ção da despesa pública, razão pela qual tais condutas são sancionadas por diversos diplomas 
legais e podem ensejar sanções civis, penais e administrativas.
A não prestação de contas de recursos públicos recebidos, arrecadados, geridos, guar-
dados e/ou utilizados enseja a instauração de tomada de contas especial a ser julgada pelos 
tribunais de contas.
Veja que este assunto já foi cobrado em prova.
015. (CESPE/TCU/PROCURADOR/2016) A omissão na prestação de contas é irregularidade 
grave que abre oportunidade à instauração de TCE; se tal irregularidade for praticada por agen-
te público, configurar-se-á crime de responsabilidade; se ela for praticada por agente político, 
configurar-se-á crime de improbidade administrativa.
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A omissão na prestação de contas é irregularidade grave que pressupõe dano ao erário e abre 
oportunidade à instauração de Tomada de Contas Especial – TCE.
A LIA prevê como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Ad-
ministração Pública o agente público que deixar de prestar contas quando esteja obrigado a 
fazê-lo. Vale ressaltar ainda que não se trata de crime de improbidade, pois não é um processo 
de natureza penal. Os agentes políticos estariam sujeitos a crime de responsabilidade e não 
os agentes públicos.
Errado.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
• O pressuposto do tipo é a percepção da vantagem patrimonial ilícita, mas o enriqueci-
mento ilícito pode ocorrer sem que tenha havido lesão aos cofres públicos.
• A conduta restringe-se ao dolo; não se pode conceber que algum servidor receba vanta-
gem indevida por imprudência, imperícia e negligência.
• Trata-se sempre de conduta comissiva.
DANO AO ERÁRIO
• O tipo pressupõe dano, ou seja, qualquer lesão; repare que a lei não fala em prejuízo ao 
erário, que é mais restrito.
• Para configurar a conduta basta o dano, não sendo necessário que tenha ocorrido enri-
quecimento ilícito.
• O art. 10 da LIA, ao definir o ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, exige que 
esse ato “enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação 
dos bens ou haveres” das entidades públicas. É, assim, indispensável que o prejuízo 
fique demonstrado.
• O elemento subjetivo é o dolo ou a culpa.
• A natureza do tipo admite condutas comissivas e omissivas.
VIOLAÇÃO A PRINCÍPIOS
• Aqui não há dano nem enriquecimento ilícito, bastando a violação dos princípios ou de-
veres de legalidade, honestidade, imparcialidade etc.
• A conduta restringe-se ao dolo; o agente pode vir a ser responsabilizado por culpa, mas 
não como ato de improbidade, que exige atitude dolosa.
• A natureza do tipo admite condutas comissivas e omissivas.
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: SÓ DOLOSO
DANO AO ERÁRIO: DOLOSO OU CULPOSO
OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ADM: SÓ DOLOSO 
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sAnções
A LIA estabelece no art. 12 as escalas de sanções, conforme a modalidade do ato de im-
probidade, como segue:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação es-
pecífica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem 
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarci-
mento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
bição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, 
pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos 
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão 
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do 
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, sus-
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor 
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de 
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos;
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário 
concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano 
causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
As sanções previstas pela Lei n. 8.429/1992 são independentes de outras eventualmente 
aplicáveis nas esferas civil, penal e administrativa. Ou seja, há múltiplas esferas de responsabi-
lização. Assim, uma mesma ação ou omissão poderá acarretar diferentes consequências em 
várias esferas. Por exemplo, um servidor que recebe uma propina estará sujeito a:
• processo administrativo disciplinar que poderá conduzir à sua demissão;
• processo penal (corrupção passiva) que poderá conduzir à pena privativa de liberdade; e
• processo de improbidade administrativa.
Outro aspecto que deve ser considerado pelo candidato é que as sanções da LIA podem 
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, a depender da gravidade do fato.
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Logo, atenção em prova com afirmações no sentido de que a punição a ser aplicada pelo 
juiz deve abranger todas as sanções previstas para o tipo de improbidade!
Repare ainda que as modalidades são praticamente as mesmas para cada um dos tipos de 
improbidade, variando, porém, algumas em função de tempo ou de valores. São elas:
• perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
• ressarcimento integral do dano;
• perda da função pública;
• suspensão dos direitos políticos;
• pagamento de multa civil;
• proibição de contratar com o Poder Público;
• proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
O quadro a seguir sintetiza as sanções de acordo com o tipo de improbidade previsto na Lei:
ART. 9º 
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO
ART. 10
DANO AO ERÁRIO
ART. 11
VIOLAÇÃO A 
PRINCÍPIOS
ART. 10-A 
BENEFÍCIOS 
TRIBUTÁRIOS
perda dos bens ou 
valores acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio
ressarcimento 
integral do dano, se 
houver
perda dos bens ou 
valores acrescidos 
ilicitamente ao 
patrimônio, se 
houver
ressarcimento 
integral do dano
ressarcimento 
integral do dano, se 
houver
-
perda da função 
pública
perda da função 
pública
perda da função 
pública
perda da função 
pública
suspensão dos 
direitos políticos de 
oito a dez anos
suspensão dos 
direitos políticos de 
cinco a oito anos
suspensão dos 
direitos políticos de 
três a cinco anos
suspensão dos 
direitos políticos de 
cinco a oito anos
pagamento de multa 
civil de até três vezes 
o valor do acréscimo 
patrimonial
pagamento de 
multa civil de até 
duas vezes o valor 
do dano
pagamento de 
multa civil de até 
cem vezes o valor 
da remuneração 
percebida pelo 
agente
pagamento de 
multa civil de 
até três vezes o 
valor do benefício 
financeiro ou 
tributável
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ART. 9º 
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO
ART. 10
DANO AO ERÁRIO
ART. 11
VIOLAÇÃO A 
PRINCÍPIOS
ART. 10-A 
BENEFÍCIOS 
TRIBUTÁRIOS
proibição de 
contratar com o 
Poder Público ou 
receber benefícios 
ou incentivos fiscais 
ou creditícios (...) 
pelo prazo de dez 
anos
proibição de 
contratar com o 
Poder Público ou 
receber benefícios 
ou incentivos fiscais 
ou creditícios (...), 
pelo prazo de cinco 
anos
proibição de 
contratar com o 
Poder Público ou 
receber benefícios 
ou incentivos fiscais 
ou creditícios (...) 
pelo prazo de três 
anos
-
A aplicação de sanções da LIA é talvez o assunto mais cobrado em prova. Veja a seguir 
algumas questões a esse respeito.
016. (CEBRASPE/TCE-PE/2017) Na punição aos atos de improbidade administrativa, a pena-
lidade será distinta se o ato implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas causar 
prejuízo ao erário.
Como estudamos em nossa aula, as penalidades são distintas, caso o ato implique em en-
riquecimento ilícito, dano ao erário ou atente contra os princípios da Administração Pública, 
porém, sem causar enriquecimento ilícito ou dano ao erário. Se o ato implicar enriquecimento 
ilícito as penalidades são mais severas que as penalidades se o ato apenas causar prejuízo 
ao erário.
Certo.
017. (CESPE/TCE-PR/2016) Um funcionário da prefeitura de determinado município, encarre-
gado de supervisionar as obras de reforma de um posto de saúde municipal, determinou que 
os empregados que trabalhavam na obra construíssem uma piscina em um sítio de sua pro-
priedade. Na construção dessa piscina, foram utilizadas máquinas, veículos e equipamentos 
da prefeitura, os quais, todavia, foram devolvidos sem qualquer tipo de dano. O caso foi objeto 
de apuração pelo TCE. Encerrada a tomada de contas, o tribunal concluiu pela inexistência de 
provas de dano aos cofres públicos, mas apontou haver provas de que o fato teria gerado um 
acréscimo patrimonial indevido em proveito do servidor. Segundo a Lei de Improbidade Admi-
nistrativa, no caso hipotético narrado, considerando haver provas suficientes para a caracte-
rização da prática de ato de improbidade, a conduta do servidor seria passível de aplicação 
da(s) penalidade(s) de
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a) multa civil no valor de até dez salários mínimos.
b) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; suspensão do exercício 
da função pública por até seis meses; e pagamento de multa civil de até cem vezes a remune-
ração do servidor.
c) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; suspensão do exercício da 
função pública pelo prazo de até oito anos; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor 
do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de cinco anos.
d) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; perda da função pública; 
suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes 
o valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o poder público ou receber be-
nefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de dez anos.
e) advertência apenas, uma vez que não houve dano.
Sem dúvida que o ato de improbidade importou em enriquecimento ilícito, mesmo que não 
tenha havido dano ao erário. As sanções previstas na LIA para essa hipótese de improbidade 
administrativa estão previstas no inc. I do art. 12 da LIA e são as seguintes:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarci-
mento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
bição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, 
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, 
pelo prazo de dez anos;
Letra d.
018. (CEBRASPE/TCE-PB/2017) Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza 
para órgão da administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do atraso 
dos pagamentos que lhe são devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu vantagem 
pecuniária aos servidores responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa orçamentá-
ria empenhada, com o objetivo de acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo 
pagamento. Nessa situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade ad-
ministrativa por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao 
ressarcimento integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras comina-
ções, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício

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