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Feudalismo: Organização Social e Econômica

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O feudalismo foi a forma de organização social e econômica instituída na Europa Ocidental entre os séculos V a XV, durante a Idade Média. Baseava-se em grandes propriedades de terra, chamadas de feudos, que pertenciam aos senhores feudais, e a mão de obra era servil.
Com a queda do Império Romano do Ocidente e a invasão dos povos bárbaros entre os séculos IV e V, a Europa atravessou um período de ruralização, isto é, os moradores da cidade se deslocaram para o campo, fugindo da instabilidade provocada pela movimentação dos bárbaros.
A partir do século XV, o feudalismo entrou em crise por conta das mudanças ocorridas na Europa, como os renascimentos cultural, urbano e comercial.
Origem do feudalismo
A origem do feudalismo está na crise que provocou a queda do Império Romano do Ocidente. No século III, por conta da crise econômica provocada pela falta de escravizados e das invasões germânicas, os romanos abandonaram as cidades e migraram para o campo com o objetivo de encontrar proteção e trabalho. Dessa forma, surgiam os colonatos, nos quais aqueles que encontravam abrigos no campo trabalhavam para o seu senhor.
O surgimento dos reinos germânicos, no século V, contribuiu para aprofundar o processo de ruralização europeia. Além desse movimento de saída das cidades para o campo, o enfraquecimento do poder político contribuiu para o surgimento do feudalismo. 
Sociedade feudal
A sociedade feudal era rural, estruturada nos feudos, e a minoria que estava no topo da pirâmide social (nobres e clero) era sustentada pela classe de maior tamanho e a única que trabalhava, a dos servos. Era uma sociedade estamental, que não permitia a mobilidade social, conforme um ditado da época: “Existem aqueles que lutam (nobres), aqueles que rezam (clero) e aqueles que trabalham (servos)”.
Economia feudal
A economia durante a Idade Média era basicamente agrária, o que não significa afirmar que o comércio tenha desaparecido. A prática agrícola exigia cuidado com a terra. Para isso, os servos que trabalhavam nela utilizavam instrumentos como o arado e a força dos animais domesticados. Uma técnica para manter a fertilidade do solo era a rotação das terras. Enquanto uma porção do terreno era utilizada, a outra porção ficava de repouso e era utilizada na plantação seguinte, enquanto a utilizada anteriormente ficava de repouso. Com isso, aumentou-se a produção e, consequentemente, a população.
Política feudal
No início do período medieval, os reis germânicos tentaram manter a unidade territorial do Império Romano. Os reis germânicos eram chefes políticos e militares, pois atuavam à frente dos seus soldados em momentos de guerra. O poder secular estava ligado ao poder religioso, por isso a Igreja Católica tinha grande influência na política medieval. Com a queda do império carolíngio, a unidade territorial se desfez e o poder se descentralizou entre os senhores feudais. Cada feudo se autogovernava, estabelecendo sua própria política.
Concessão de terras
Com a ruralização da Europa, as terras se valorizaram e se tornaram moedas de troca. O rei carolíngio, Pepino, o Breve, cedeu grande quantidade de terras para a Igreja Católica, mais especificamente na região central da Península Itálica. Surgiam assim os Estados Pontifícios, que eram territórios pertencentes ao papa e que vigoraram até a Unificação Italiana, em meados do século XIX. O atual território do Vaticano, em Roma, é o que restou desses Estados e só foi reconhecido pelo governo italiano após a assinatura do Tratado de Latrão, na década de 1920.
A doação de terras não se restringiu apenas aos monarcas da Alta Idade Média. Quem obtivesse algum terreno fazia questão de doá-lo ao clero no intuito de que tal ação seria retribuída na eternidade. Dessa forma, de doação em doação, a Igreja se tornou dona de uma grande quantidade de terras durante o período medieval. Se ela já detinha o poder espiritual, também exercia enorme poder sobre a terra.
Crise do feudalismo
A crise do feudalismo começou a partir do século XII, quando mudanças na sociedade europeia colocaram em xeque as estruturas do feudalismo. As cidades voltaram a surgir após séculos de abandono, desde os tempos das invasões bárbaras. Houve o aumento populacional ocorrido no ano 1000, também chamado de “ano da paz de Deus”, por conta da queda significativa nas guerras medievais. Com o aumento demográfico, a produção agrícola também se expandiu, exigindo maior trabalho dos servos e o uso de técnicas mais avançadas para atender a demanda.
Outro fator que transformou a sociedade europeia foram as Cruzadas. Essas expedições ganharam outras dimensões ao trazerem para a Europa Ocidental produtos orientais, como as especiarias.
O comércio retomava suas atividades após mais de um milênio de predomínio agrícola. Surgia nesse contexto a burguesia, uma classe social formada por comerciantes que enriqueceram com as trocas comerciais de produtos orientais. Ao redor dos feudos se formavam as feiras, que faziam as negociações dos produtos; instalava-se os primeiros bancos para fazer as conversões monetárias, e as moedas voltavam a circular no Ocidente.
Após séculos de domínio eclesiástico sobre a produção cultural, o período final do feudalismo marcou a retomada o cientificismo. Temendo represálias da Igreja, muitos cientistas faziam seus experimentos às escondidas. O humanismo começava a se fortificar na Europa, um movimento cultural que valorizava o ser humano e toda sua potencialidade. Mesmo mantendo as temáticas religiosas, as produções artísticas no final da Idade Média apontavam para as expressões de traços humanos na pintura e escultura.
Essas mudanças na Europa Ocidental são chamadas de renascimento. O europeu da transição da Idade Média para a Idade Moderna buscava fazer renascer os princípios humanistas que caracterizaram a cultura clássica greco-romana. O teocentrismo, Deus no centro do Universo, cedia lugar para o antropocentrismo, o ser humano como centro e principal medida de todas as coisas.
A crise do feudalismo não foi apenas pela retomada dos valores greco-romanos. A peste negra foi uma doença altamente infecciosa e que se alastrou por toda a Europa, matando 1/3 da população. Com o excesso de trabalho e desejosos por sair dos feudos e mudar de vida nas cidades, os servos de revoltaram contra os seus senhores, encerrando um período de mais de um milênio de obrigações e apego à terra.

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