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ANÁLISE DA ESTABILIDADE DE UM TALUDE QUALQUER CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ❑ Encosta Natural altura:_____ Inclinação: ❑ Talude de corte altura: _____ Inclinação: ❑ Presença de parede rochosa altura e Inclinação ❑ Presença de blocos de rocha e matacões ❑ Presença de Aterro Lançado e ❑ lixo/entulho ❑ Concentração de água em superfície ❑ Lançamento de água servida em superfície ❑ Sistema de drenagem superficial ? ❑ Esgoto? fossa (céu aberto) ❑ Vazamento na tubulação? ❑ Minas d’água no talude ? SINAIS DE MOVIMENTAÇÃO ❑ Trincas no terreno ❑ Degraus de abatimento ❑ Inclinação árvores postes muros ❑ Muros/paredes “embarrigados” ❑ Cicatrizes de escorregamentos próximos ▪Queda, Tombamento , Deslizamentos Planares, Rotacionais e Compostos; Corridas e Expansão Lateral Tipo de material deslizado Geometria do Movimento Deslizamento Planar Para uma encosta típica do Rio de Janeiro: inclinação:35°; c´ = 5,5 kPa; ´ = 26°; ´b = 19,5kPa; = 15KN/m³; ksat = 1,5 x 10 -4 m/s; uo = -48 kPa, A freqüência de chuvas necessária para gerar escorregamentos: 50 mm/h ou 170 mm/24h. Complexo do Alemão ( 4 mortes – Dezembro 2001) ➢O granito Favela intrudiu, ruptilmente e muito aquecido, impedindo a formação de um padrão de diaclasamento ortogonal; o pequeno espaçamento das descontinuidades gerou blocos rochosos in situ que afloram rolam para a base da encosta gerando grandes concentrações de escorregamentos. Este tipo de escorregamento se estende por toda a área de ocorrência do Granito Favela: região do Engenho Novo, Lins de Vasconcelos, Sampaio e Méier. Acidentes significativos ocorreram no Morro São João e podem ser esperados no Morro do Encontro, Morro da Matriz e Morro do Areal. Estrada Grajaú-Jacarepaguá antes da duplicação, em 1976. Observar a quantidade de blocos em situação crítica de instabilidade (de Amaral, 1996). ▪ Queda de Blocos Favela da Rocinha – biotita gnaisse intercalado com quartzito, com sistemas de fraturas espaçadas de 1 m e perpendiculares e paralelas à xistosidade. intercalações quartzíticas mais resist., resultando em perfis com grande número de blocos rochosos quartzíticos individualizados in situ. Tombamento Deslizamento Rotacional Ruptura em Cunha Vista Chinesa Colúvio sobre solo residual. menor permeabilidade na área da linha de pedras. perda de sucção com ruptura na parte superior do talude, saturada, seguida de corrida. FS críticos desde o início do período chuvoso; cicatriz sugere efeitos tridimensionais. Morro da Formiga – 1988 6 Vítimas fatais Corridas Simples Previsão do Alcance e Espessura dos Depósitos de Corridas de Detritos (Fev 1996; Maciço da Tijuca – RJ) Espessura Máxima (m) 0.010 - 0.500 0.501 - 1.000 1.001 - 2.000 2.001 - 3.000 3.001 - 8.110 (Gomes, 2006; Gomes et al., 2007) PROJETO TINGUÁ - CENPES: Estabelecimento de Metodologia para Quantificação do Risco Associado a Corridas para Dutos em Regiões Serranas Encosta do Soberbo: dique de diabásio (espessura 40 m) barra os fluxos. Sondagens + drenos hovz - redução imediata no nível piezométrico +vel. movimento. Outros drenos subhorizontais – redução da taxa de deslocamento. Situação hidrogeológica especial. Solo residual de granito (- de Schilling et al., 1992 e Lacerda e Silveira, 1992). Vila Cabuçú - 2002 Encosta do Morro Dona Marta: fraturas de alívio (persistentes, pequeno espaçamento, inversões no perfil (horizontes de rocha sã de até 5m empacotados entre horizontes de SRJ com 1,5m de esp., até 20m de prof.); Falhas tectônicas (falhas normais → ruptura de declive outros sistemas de fraturas tectônicas). Discretização de lascas - compartimentação estrutural - fraturas tectônicas e de alívio. Santa Genoveva Rocinha Acesso Mecanizado do Corcovado CORCOVADO Rua Pinheivo Machado Morro do Andaraí Morro da Mangueira Ponto 16 – Estrada Serramar Bermas de Estabilização Sistema Terrae Solo Residual Rocha Alterada Métodos de Análise de Estabilidade Permitem quantificar o quão próximo da ruptura um determinado talude se encontra, sob um determinado conjunto de condicionantes atuantes, e/ou definir, por retroanálise, as condições que levaram à ruptura. Há os ábacos de estabilidade, que praticamente não são mais utilizados, há a análise cinemática, e há os Métodos Analíticos, divididos em : (1) Determinísticos (fator de segurança) – Tensão-deformação; equilíbrio limite e análise limite; (2) Probabilísticos (probabilidade de ruptura). Análise Cinemática: nos taludes rochosos, também com rocha alterada, e em solo, desde que haja descontinuidades reliquiares da rocha (juntas, falhas, foliação), que constituam planos de fraqueza, inclusive pava a erosão superficial. Análise Cinemática - projeção estereográfica QUANTIFICAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO Nos últimos 3 anos, ocorreu 1 escorregamento/ano, mas blocos a jusante indicam uma frequência ainda maior P = 100% de chance de uma queda / ano C = 7-9h da manhã, 100% de chance de atingir um carro. R = 100% de Possibilidade de ocorrência, em 1 ano, de queda de blocos provocando 1 morte linha de tendência 1 linha de tendência 2 linha de tendência 3 linha de tendência 4 Correlação Chuva x Escorregamento Uma vez definidos os limiares pluviométricos críticos e monitorada a pluviometria (em tempo real), acompanhados da previsão das chuvas futuras, torna-se possível a previsão em curto prazo e com razoável nível de confiança, da iminência de ocorrência de escorregamentos. Existem, entretanto, diferentes modelos e metodologias para a definição destes limiares pluviométricos. Solo Residual Rocha Alterada Muvo Talude: convexo, 35º, vegetação rasteira, árvores isoladas; canaletas assoreadas. parte inferior: boca do túnel, obra de contenção 1986; parte superior: alvenaria, torre de telefonia, quadra esportiva; Montante: obras de contenção, Favela do Cerro Corá, redes independentes de água, esgoto sanitário e drenagem pluvial. RETRO-ANÁLISE DO ESCORREGAMENTO A MONTANTE DO EMBOQUE (GALERIA L2) DO TÚNEL REBOUÇAS 1ª hipótese: modelo geológico para medidas emergenciais. A presença do Gnaisse Facoidal muito alterado, com fraturas tectônicas preenchidas com material de baixa qualidade, já havia sido identificada em 1962, no Mapa Geológico da área preparado pela Escola Nacional de Geologia. dia 25: sem chuva, paralisação do movimento, e início do mapeamentodeslizamento planar: 05-06m de profundidade real; superfície de ruptura marcada pela transição de um solo rico em mica (cinza) para um horizonte de rocha alterada, com juntas tectônicas e de alívio, e fluxo d’água regular e contínuo. Entrada dágua Vazão Fim 1 14:04 h 500ml/ 3min, 10 seg 2 500ml/ 3min, 13 seg 3 500ml/ 3 min, 15 seg 14:12 4 500ml/ 3min, 15 seg 14:20 5 Desligado 14:10 h 500ml/ 4min 14:28 6 500ml/ 3min, 15 seg 14:37 7 500ml/ 3 min, 12 seg 14:42 8 500ml/ 3 min, 12 seg 14:47 P Rocha Foliação Fratura Falha Lineação Bgn 1 195/10 130/89 2 200/46 261/15 3 350/20 330/75 286/83 4 315/20 307/56 ESCORREGAMENTO DO REBOUÇAS 1.437 Rocha Sã e Muito Fraturada Peso específico = 20 kN/m³ Coesão = 45 kPa Ângulo de atrito = 45° Rocha Muito Alterada Peso específico = 17,0 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Jovem Peso específico = 17 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Maduro Peso específico = 16,5 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 29,1° Distância (m) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 C ot a (m ) 0 10 20 30 40 50 60 70 Sem poro-pressões, impondo a superfície crítica na porção inferior do talude, tal como revelado no campo, o FS alcançado foi de 1,437. Já com poro-pressão, quando o NA está no SR, acima do topo da rocha muito alterada, com hp = 2m de coluna d´água (a 2m, u = 20KPa), o FS alcançado foi 1.281 Rocha Sã e Muito Fraturada Peso específico = 20 kN/m³ Coesão = 45 kPaÂngulo de atrito = 45° Rocha Muito Alterada Peso específico = 17,0 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Jovem Peso específico = 17 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Maduro Peso específico = 16,5 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 29,1° Distância (m) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 C o ta ( m ) 0 10 20 30 40 50 60 70 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 Distância (m) P o ro -p re s s ã o ( k P a ) Rocha Sã e Muito Fraturada Peso específico = 20 kN/m³ Coesão = 45 kPa Ângulo de atrito = 45° Rocha Muito Alterada Peso específico = 17,0 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Jovem Peso específico = 17 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 34,1° Solo Residual Maduro Peso específico = 16,5 kN/m³ Coesão = 12,2 kPa Ângulo de atrito = 29,1° Distância (m) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 C o ta ( m ) 0 10 20 30 40 50 60 70 Com poro-pressão mais elevada, resultado do NA no interior do SRJ, com hp = 3.65m de coluna d´água (a 10m, u = 36.5KPa), o FS alcançado é de 1.066, ou seja, de ruptura. 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 Distância (m) P o ro -p re s s ã o ( k P a ) Condições de contorno na análise numérica. A) geometria simples: solo maduro (1m), residual/rocha alterada (6m), rocha sã. Os pontos em vermelho são pontos discretizados na malha para os quais se calcula o valor de poro-pressão em qualquer tempo. Condições iniciais de carga de pressão em 23.10.2006 (1 ano antes do acidente), considerando as chuvas registradas nos 03 anos anteriores. Observar que nas condições assumidas para a análise numérica são considerados os valores de poro-pressão negativa e que as zonas de maior valor de poro-pressão (90cm) estão situadas entre os pontos nodais 1 e 2, junto à transição solo/rocha. Condições normais : valores de carga de pressão em diferentes fases. Observar que junto à transição solo/rocha, de maior valor de poro-pressão, alcança-se uma coluna d’água de apenas 2m, muito inferior aos 3.65m necessários para levar o talude à ruptura. Condições anormais : valores de carga de pressão em diferentes fases, levando em conta um vazamento de 5m. Observar que junto à transição solo/rocha, de maior valor de poro-pressão, alcança-se uma coluna d’água de 3m, ainda inferior aos 3.65m necessários para levar o talude à ruptura. valores completamente anormais de carga de pressão em diferentes fases pré-ruptura levando em conta um vazamento de 10m.. Observar que junto à transição solo/rocha, de maior valor de poro-pressão, alcança-se no dia da ruptura uma coluna d’água de 3.75mm, superior aos 3.65m necessários para levar o talude à ruptura. ESCORREGAMENTO DO REBOUÇAS Os resultados obtidos na retroanálise mostraram que a ruptura na encosta só aconteceu porque se alcançou uma variação de valores de coluna d`água na base da superfície de ruptura de no mínimo 3.5m (FS=1,06), o que corresponde a poro-pressões da ordem de 35KPa. Estes valores são extremamente altos e só seriam passíveis de ocorrer, caso o fossem, sob condições de chuvas extremamente intensas e prolongadas.
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