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DIREITO TRIBUTÁRIO II PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO Prof. Fábio Vinícius Guero www.gueroecoelho.com.br PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO Ações de Iniciativa do Fisco Ação de Execução Fiscal Ação Cautelar Fiscal Ação de execução fiscal Ação de Execução Fiscal BASE LEGAL Lei nº. 6.830/80 – Lei de Execuções Fiscais (LEF) CPC aplicável – subsidiariamente (sem previsão) supletivamente (incompleto) Linha do tempo do crédito tributário Com a ocorrência do fato gerador tributário, deve, o contribuinte, no prazo legal, pagar o tributo correspondente. Se não pagar, após apurado o crédito tributário líquido, o Fisco formaliza o título executivo, inscrevendo o crédito tributário no Livro da Dívida Ativa, de onde extrairá a Certidão de Dívida Ativa (CDA), que é o título executivo extrajudicial, que autoriza a propositura da Ação de Execução Fiscal. Cassone. Ação de Execução Fiscal REQUISITO INDISPENSÁVEL: Título de crédito, CPC. Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. Exigível [lançamento] x Exequível [CDA] Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: IX - a certidão de dívida ativa da União, Estados, Municípios, DF......... Deve haver relação de império entre SA e SP: Dano ao patrimônio de PJ de direito público? Benefício previdenciário indevidamente recebido? CTN ‐ Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré‐constituída. Presunção juris tantum de liquidez e certeza Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. Por qual meio? INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA Lei 4320/64 Inscrição em dívida ativa Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. § 1º ‐ Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. § 2º ‐ DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA É o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA SÃO os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA Dívida Ativa LEF – Lei 68.30. Art. 2º ‐ Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. § 1º ‐ Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública. § 2º ‐ A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA Após a inscrição, haverá acréscimo de 20% (vinte por cento) sobre o valor principal. Decreto-Lei n° 1.025, de 21 de outubro de 1969, Caso o pagamento seja efetuado pelo contribuinte antes do encaminhamento para ajuizamento da ação de execução fiscal, é aplicado um desconto no encargo legal, que passa ter o percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da dívida, conforme disposto no art. 3.° do Decreto‐Lei n° 1.569, de 08 de agosto de 1977. Ação de Execução Fiscal Requisitos da CDA: [ver art. 2º, § 5º da LEF – L6.830/80] CTN - Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente: I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III – a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV – a data em que foi inscrita; por qual motivo???? É o lançamento? V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição. Ação de Execução Fiscal ALTERABILIDADE DA CDA – CTN 203 Em casos de não observância dos requisitos do art. 202 ou erro a eles relativo. Pode ser sanada até decisão de primeira instância – substituição CDA – novo prazo defesa A faculdade de substituição da Certidão de Dívida Ativa pelo ente credor, nos moldes dos artigos 203 do Código Tributário Nacional e art. 2º, parágrafo 8º, da Lei n. 6.830/80, somente se verifica nas hipóteses de erro material ou formal do título executivo, sendo vedada nos casos em que tal substituição implica verdadeira modificação do próprio lançamento’ AgRg nos EDcl no Resp 1.102.769/SP. Por qual motivo não pode ser alterado lançamento???? A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. Súmula 392 STJ. Ação de Execução Fiscal SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO? LEF. Art. 2º, § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. CF 146, III, b – Lei complementar - prescrição Crédito tributário: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I ‐ pela citação pessoal feita ao devedor; I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) II ‐ pelo protesto judicial; III ‐ por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV ‐ por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Crédito não tributário: LEF. Art. 2º, §3º LEF. Art. 2º§ 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias continua a ser o estabelecido no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960. 30 anos?. Ou CTN? Ação de Execução Fiscal SUJEITOS PASSIVOS LEF - Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra: I - o devedor; [contribuinte] II - o fiador; existe fiador de crédito tributário? [fiança bancária] – se sócio ou não, q já se retirou? III - o espólio; [não contra falecido] IV - a massa;????? V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e VI - os sucessores a qualquer título???? Compro uma empresa: respondo pelas dívidas anteriores? § 1º ‐ Ressalvado o disposto no artigo 31 (autorização judicial), o síndico, o comissário, o liquidante, o inventariante e o administrador, nos casos de falência, concordata, liquidação, inventário, insolvência ou concurso de credores, se, antes de garantidos os créditos daFazenda Pública, alienarem ou derem em garantia quaisquer dos bens administrados, respondem, solidariamente, pelo valor desses bens. Ação de Execução Fiscal Petição inicial LEF, Art. 6º - A petição inicial indicará apenas: I - o Juiz a quem é dirigida; II - o pedido; e III - o requerimento para a citação. O valor da causa: valor da CDA acrescido dos encargos legais A CDA é parte integrante da Petição Inicial, podendo as duas se constituírem em um único documento • A produção de provas: • Pela Fazenda Pública: independe de requerimento na petição inicial Pelo executado: Nos Embargos à execução devem ser indicadas as provas Ação de Execução Fiscal O despacho do juiz que deferir a inicial importa em ordem para: I – citação II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de depósito ou fiança; (isto ocorre no mesmo momento em q se der a citação?) III - arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar; IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou outras despesas V - avaliação dos bens penhorados ou arrestados. Ação de Execução Fiscal CITAÇÃO NA EXECUÇÃO FISCAL – Art. 8º LEF PELO CORREIO, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer por outra forma; considera-se feita na data da entrega da carta [e no CPC?] no endereço do executado, ou, (deve ser pessoal???) se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal; POR OFICIAL DE JUSTIÇA ou por EDITAL se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à agência postal; Art. 8º, IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo. Ação de Execução Fiscal - O EXECUTADO AUSENTE DO PAÍS será citado por edital, com prazo de 60 (sessenta) dias. Súmula nº. 106, do STJ Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência. Há decadência? O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe a prescrição: CTN ‐ Art.. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pela citação pessoal feita ao devedor; I –pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Prescrição: É o protocolo da execução (súmula 106) ou o despacho (174) ????? Não localizado o devedor ou bens e intimada a fazenda: 1 ano suspensão, após prazo prescrição – Art. 40 LEF Ação de Execução Fiscal - Perfectibilizada a citação: o executado terá prazo de 5 (cinco) dias para: a) pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa b) ou garantir a execução, observadas as seguintes normas: I ‐ efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária; II ‐ oferecer fiança bancária ou seguro garantia; III ‐ nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou IV ‐ indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública. bem imóvel à penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge? Ação de Execução Fiscal LEL. Art. 9º, § 2o Juntar‐se‐á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do seguro garantia ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros. § 3o A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia, produz os mesmos efeitos da penhora. § 4º ‐ Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora. § 6º ‐ O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa, e garantir a execução do saldo devedor. [parte controversa] Art. 32. § 1º ‐ Os depósitos de que trata este artigo estão sujeitos à atualização monetária, segundo os índices estabelecidos para os débitos tributários federais. Ação de Execução Fiscal Não havendo pagamento ou garantia da execução: a penhora poderá recair em qualquer bem do executado Art. 833, do NCPC - exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis Art. 184, do CTN. penhora Bacenjud Ação de Execução Fiscal INDISPONIBILIDADE DE BENS E DIREITOS: CTN. Art. 185‐A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis: o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. Indisponibilidade aplicável somente ao crédito tributário Ação de Execução Fiscal INTIMAÇÃO DA PENHORA Pessoalmente ou mediante publicação, no órgão oficial; Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao cônjuge, observadas as normas previstas para a citação Súmula nº. 251, do STJ A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens penhorados, efetuada por quem o lavrar. Possibilidade de impugnação ao valor da avaliação Ação de Execução Fiscal ORDEM DE BENS LEF - Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: I - dinheiro; II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa; III - pedras e metais preciosos; IV - imóveis; V - navios e aeronaves; VI - veículos; VII - móveis ou semoventes; e VIII - direitos e ações. Ordem deve ser seguida, cabendo ao executado demonstrar circunstâncias que justifiquem a prevalência do princípio da menor onerosidade. Resp 1.337.790 Ação de Execução Fiscal AVALIAÇÃO DOS BENS PENHORADOS • 0 termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens penhorados, efetuada por quem o lavrar. (art. 13 da LEF) IMPUGNAÇÃO À AVALIAÇÃO • Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública, antes de publicado o edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador oficial para proceder a nova avaliação dos bens penhorados.(art. 13, §1º da LEF) Ação de Execução Fiscal SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA ‐ ART. 15 DA LEF • Deferimento a pedido do executado – se for substituída por dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia. • Deferimento a pedido da Fazenda Pública, para penhora de outros bens. CPC/2015 Art. 835. §2º Para fins de substituição da penhora, equiparam‐se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. Ação de Execução Fiscal ‐ FRAUDE “Art. 185. Presume‐se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.” Súmula do STJ 375 estabelece que “O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má‐fé do terceiro adquirente”. Contudo, em decisão publicada no dia 21.11.2018, o STJ definiu que a partir da nova redação do artigo 185 do CTN é inaplicável a Súmula 375 para execução fiscal e que não há como afastar a presunção de fraude, quando há alienação dos bens do devedor após a inscrição do débito em dívida ativa, mesmoque adquirente tenha boa fé. Segundo o STJ, a finalidade do artigo 185 do CTN não é resguardar o direito do terceiro de boa‐fé, mas proteger o interesse público contra atos de dilapidação patrimonial por parte do devedor, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas. EDcl no REsp 1141990/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2018, DJe 21/11/2018
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